domingo, 27 de outubro de 2024

Evangelho do dia 30 outubro quarta feira 2024

 

30/10 – São Frumêncio (Bispo da Etiópia)

 Frumêncio teve sua vida marcada por acontecimentos surpreendentes que o levaram a uma região exótica e distante, a Etiópia, no coração da África, da qual se tornou o primeiro bispo. Antes disso, porém, foi discípulo de filósofo, e um escravo muito especial.

Era o tempo do imperador Constantino e Frumêncio estava entre os discípulos na comitiva que acompanhava o filósofo Merópio. Voltavam de uma viagem à Ìndia e a embarcação parou no porto de Adulis, no mar Vermelho. Então, foram atacados por ladrões etíopes, que saquearam o barco e mataram os passageiros e tripulantes. Todos, exceto os amigos adolescentes, Frumêncio e Edésio. Os dois foram salvos por um motivo banal: naquele momento estavam sob uma árvore, entretidos na leitura de um livro. Sobreviveram, porém foram levados para a Etiópia e entregues ao rei, como escravos.

Depois de conversar com eles e admirar-se com sua sabedoria, o rei decidiu mantê-los no palácio. Edésio como copeiro e Frumêncio como um secretário direto. Sua influência cresceu na Corte, principalmente junto à rainha. Ao tornar-se viúva, ela assumiu o poder para o filho menor, como regente. Libertou Frumêncio e Edésio, entregando-lhes a educação de seu filho, o futuro rei. Ou seja: só poderiam partir ao concluírem a tarefa.

Tempos depois, eles conseguiram da rainha autorização para construir uma igreja próxima ao porto, para servir os mercadores cristãos que passavam pelo país. Isso muito significou para a difusão da fé cristã junto ao povo etíope, embora com dificuldade. Lentamente, foi nela que a semente do cristianismo germinou no continente africano.

No tempo certo, obtiveram permissão de voltar à pátria, o Tiro, no sul da Síria, atual Líbano. Enquanto Edésio se dirigia para a cidade natal, onde se encontrou como o historiador, hoje santo, Rufino, que registrou toda a aventura, o amigo Frumêncio foi para Alexandria, no Egito. Queria pedir ao então bispo, santo Atanásio, que designasse um bispo e missionários para comandar a pregação católica na Etiópia. Atanásio não se fez de rogado, entendendo que o mais indicado era o próprio Frumêncio. Consagrou-o bispo da Etiópia.

Quando retornou, Frumêncio encontrou no trono da Etiópia o jovem rei seu pupilo, que lhe dedicava grande estima, que logo em seguida se converteu e foi batizado, convidando todo o seu povo a acompanhá-lo no seguimento de Cristo.

Frumêncio, chamado pelos etíopes de “Abba Salama”, ou seja, “Pai da Paz”, desenvolveu seu trabalho missionário na Etiópia até morrer no ano 380.

São Frumêncio, rogai por nós!

 

30 outubroEsforça-te para ser o que não és e para não ser o que és. (S 192).  São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,22-30

 "Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém. Alguém perguntou:

- Senhor, são poucos os que vão ser salvos?
Jesus respondeu:
- Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.
- O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: "Senhor, nos deixe entrar!" E ele responderá: "Não sei de onde são vocês." Aí vocês dirão: "Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade." Mas ele responderá: "Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal." Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá choro e ranger de dentes de desespero. Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos."
  

Meditação:

 O tema de hoje é Salvação. Alguém pergunta a Jesus se é verdade que poucos serão salvos. Certamente, esta pergunta foi feita por alguém que estava preocupado de estar fazendo parte do grupo dos não - salvos.

Jesus não responde diretamente a pergunta. Ele nem diz que serão muitos nem que serão poucos... diz apenas que "façam o máximo esforço possível para passar pela porta estreita". Em outras palavras: NÃO SE PREOCUPE COM QUANTOS IRÃO ENTRAR, FAÇA A SUA PARTE!

Os evangelhos foram compostos a partir das tradições sobre Jesus e de acordo com as necessidades de cada comunidade. O de Lucas dirige-se a uma comunidade composta, em sua maioria, por pessoas de língua grega.
O texto deste evangelho de Lucas é formado por uma coleção articulada de fragmentos de parábolas que são encontrados dispersos em Mateus, tendo como tema comum a salvação.
Lucas o descreve bem quando diz que consiste em seguir Jesus, escutar suas palavras e agir em consequência, pondo em prática a justiça e o amor.
São palavras ameaçadoras para quem era destinatário da mensagem e não soube acolhê-la; por outro lado, que virão homens e mulheres de todos os lugares para fazer parte desse Reino. A porta estreita não descreve o resultado do juízo, mas é a expressão do esforço que se exige para entrar.
Neste Evangelho, Lucas insiste desde o começo na necessidade de se abrir as portas do reino para todos.
A primeira abertura é de caráter social: na mesa de Jesus se sentavam os mais pobres e também os mais ricos, com a condição de se abrirem aos necessitados.

A segunda é de gênero: no grupo de Jesus as mulheres ocupavam um lugar de destaque e se sentavam a seus pés como todos os discípulos. A terceira era étnica e cultural: na comunidade de Jesus todas as raças e culturas eram bem-vindas.
A pergunta: são poucos os que se salvam? dirigida a Jesus por um transeunte despreocupado, evidencia as limitações que tinha a comunidade para esclarecer todas as potencialidades da sua proposta. Para muitos, a salvação era um assunto de exclusão de maus, estrangeiros, pecadores, doentes e de muitos outros.
Jesus nem respondeu àquela pergunta, por isso, também nós, nunca iremos saber matematicamente o número de quem será salvo.

Em troca, para Jesus, a salvação era uma “Boa Notícia” para todos, e os mais aflitos, excluídos e marginalizados tinham junto a ele seu lugar preferencial.
O Senhor nos deu um direcionamento oportuno: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita… muitos tentarão entrar e não conseguirão”.
O que poderá isso significar para nós? Significa que a nossa adesão à salvação que Jesus veio nos dar, implica no nosso esforço em superar a inclinação para uma vida fácil, livre dos problemas e dos sacrifícios pessoais.

Precisamos nos questionar em todas as vezes que queremos conseguir as coisas com muita facilidade, sem empenho próprio, adotando o modelo que o mundo prega.
Quando também voltados somente para nós, esquecemo-nos de que a justiça é o parâmetro que Deus definiu para chegarmos ao céu. A justiça que precisamos praticar requer uma vida de renúncia de nós mesmos (as), à vivência do amor, do perdão, da bondade, da partilha e da solidariedade.
Mesmo que tenhamos pregado em Nome de Jesus ou que estejamos servindo no Seu Santuário, mesmo que nos achemos servos e servas fiéis, se não praticarmos a justiça, não teremos lugar à mesa do reino de Deus e poderemos estar equivocados (as) correndo o risco de não sermos reconhecidos pelo “dono da casa”.

Consequentemente a porta estreita é a justiça, que se traduz em humildade e serviço e na abstinência da nossa vontade própria, do domínio da nossa carne e de uma entrega absoluta ao Espírito Santo de Deus que nos conduz.
Se o ser humano superou em Cristo o destino de maldição e morte, o resto da criação também o superará. O projeto salvador de Deus está aberto a todo aquele que queira recebê-lo, além de ser um dom gratuito. As palavras de Jesus sobre a entrada no Reino explicam claramente a dificuldade e as exigências do seguimento.
Como está a sua justiça? Você tem procurado o caminho mais fácil, que exige menos esforço ou você tem sido fiel à Palavra e aos ensinamentos de Jesus que nos manda amar ao próximo como a nós mesmos (as)?
Somos os "últimos" a ter tomado conhecimento da mensagem de Deus, enquanto os que foram os primeiros a saber, poderão ser os últimos no Reino, ou até mesmo nem conseguir entrar, devido a prática da injustiça! Jesus é incisivo ao dizer que os injustos não serão reconhecidos pelo Pai. Isso vale para todos.

Só pode ser injusto quem tem o mínimo de poder em suas mãos... Portanto... Que saibamos usar corretamente qualquer poder que nos seja concedido, seja com nossos irmãos, filhos, amigos, empregados, parentes, mas principalmente com os "pequeninos" de Jesus.

 Reflexão Apostólica:

 Às vezes, temos a impressão que as pessoas “rasgam” algumas páginas da bíblia para não ter que ler uma exortação como esta: "Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.". Conseguimos imaginar a cena? Uma bíblia faltando páginas, restando nela apenas as mais belas e doces palavras para serem lidas e ouvidas…

Nossa vida é parecida a um brinquedo infantil de montar: os blocos (ou LEGO se preferir).

Na frente da caixa ou no verso vêm apresentadas as diversas formas possíveis de montá-lo. Carros, caminhões, tratores, nave espacial, (…), muita coisa é possível de se inventar partindo daqueles blocos, mas nem tudo que imaginamos ficará como desejamos. “(…) Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: “Senhor, nos deixe entrar!” E ele responderá: “Não sei de onde são vocês”

O número reduzido de peças nos impede de sermos mais ambiciosos na criatividade. Os blocos que faltam se somado a aqueles que foram perdidos pela casa, debaixo de sofás, guarda-roupas, nos limitarão, ou seja, não conseguiremos fazer tudo que gostaríamos e poderíamos realizar…

 É verdade que dá pra ser criativo com que se tem, mas para darmos asas a imaginação que brota do sonho de Deus é preciso buscar novas peças (estudar, reciclar, treinar, dedicar) e evitar perder as peças que tenho (humildade, paixão, dedicação, empenho, amor,…) debaixo de coisas que são difíceis de levantar (orgulho, prepotência, vaidade,…).

Mas há outra coisa em comum entre nossa vida e os blocos: Temos o poder de decidir como montaremos as peças.

Cada um leva sua vida (ou monta os blocos) conforme lhe convém e como a vida lhe permite. Uns seguem o modelo da caixa; outros já partem para uma criação nova de própria autoria e assinatura. Em ambos os casos, não é garantido que o produto final fique belo ou apresentável, mesmo aquele que seguiu o modelo. Quantas pessoas andam com a bíblia em baixo do braço (a chamada "bíblia desodorante"), sabem versículos completos, mas são umas “antas” quando se trata de lidar com as pessoas? O modelo esta com ele, mas ainda não sabe montar…

 Mais importante que ter os dons é ter sabedoria para usá-los.

Muita gente foge aos nossos paradigmas de beleza, apresentação, pensamento, (…); parecem blocos mal montados… Usam piercings, tatuagens, roupas estranhas, mas às vezes são muito mais próximos de Deus, em suas orações, que muita gente que se diz já salva. “(…) Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

Sejamos criativos! Não temamos seguir modelos! Não julguemos a forma de montar o LEGO do outro. Empenhemo-nos mais em não perder o que conquistamos!

Se conseguirmos seguir isso, a porta não será tão estreita assim!

 Propósito:

Pai, conduze-me pelo verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço misericordioso e gratuito a quem carece de meu amor.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Evangelho 14 de novembro quinta feira 2024

  14/11 – São José Pignatelli   José Pignatelli nasceu em 1737 em Saragoza, do ramo espanhol de uma nobilíssima família do reino de Nápole...