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quarta-feira, 29 de junho de 2022

Evangelho do dia 05 de julho terça feira 2022

 


Sto Antonio Maria Zaccaria

05 JULHO - Vós estareis no mundo, mas não pertencereis ao mundo, nem o mundo poderá reclamar direito algum sobre vós. Vós vos achareis rodeados pelas perversidades da terra, mas vos conservareis sempre puros e sem mancha. (S 355). SÃO JOSE MARELLO



Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 9,32-38

 "Enquanto os cegos estavam saindo, as pessoas trouxeram a Jesus um possesso mudo. Expulso o demônio, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: "Nunca se viu coisa igual em Israel". Os fariseus, porém, diziam: "É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios". Jesus começou a percorrer todas as cidades e povoados... proclamando a Boa Nova do Reino e curando todo tipo de doença e de enfermidade. Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos discípulos: "A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!""  


Meditação:
 

 O evangelho de hoje traz dois assuntos: (1) a cura de um endemoninhado mudo (vv 32-34) e (2) um resumo das atividades de Jesus (vv 35-38).

Estes dois episódios encerram a parte narrativa dos capítulos 8 e 9 do evangelho de Mateus na qual o evangelista procura mostrar como Jesus praticava os ensinamentos dados no Sermão da Montanha (Mt 5 a 7).

No capítulo 10, cuja meditação começa no evangelho de amanhã, veremos o segundo grande discurso de Jesus: o Sermão da Missão (Mt 10,1-42).

Como vimos na leitura do Evangelho, Mateus, num único versículo, descreve como trouxeram um endemoninhado mudo até Jesus, como Jesus expulsou o demônio e como o mudo começou a falar de novo.

Jesus vinha fazendo muitos milagres, salvando as pessoas de doenças e de suas dores e, ao mesmo tempo, despertar a fé daquele povo que estava adormecido para as coisas do Pai.

Durante a caminhada, naquele dia, encontra-se com uma multidão que lhe apresenta uma pessoa surda e possessa pelo demônio.

O demônio é o causador do mal. Pode ser um ser sobrenatural ou aqueles que, aqui no mundo, fazem o mal. Seja enquanto indivíduos ou na perspectiva sócio-econômica, em que as estruturas de poder excluem os pequenos e pobres expondo-os às mais diversas doenças. Jesus vem libertar destes demônios que levam o povo ao sofrimento.

Jesus expulsa o demônio e, a pessoa passa a ouvir e falar normalmente e o povo fica cada vez mais admirado com todas as maravilhas que Jesus fazia.

As multidões se admiram da ação libertadora de Jesus mas os fariseus procuram difamá-lo. Identificam-no com um demônio, enquanto eles, fariseus, ostentam-se em suas cátedras de hipocrisia e poder. As multidões excluídas, cansadas e abatidas despertam a compaixão de Jesus. A tarefa de trabalhar na sua promoção e libertação é grande.

Ontem, como hoje, vemos muita gente sempre esperando que Jesus repita milagres e mais milagres na sua vida, para que possam manter acesa a sua fé. Hoje, sabemos tudo sobre o Plano de salvação que Ele trouxe como sua missão: Salvar um povo de cabeça dura.

De cabeça dura muitas vezes não por conta própria. Mas porque eles estavam aflitos e abandonados, como ovelhas sem pastor.

Jesus vem reinstalar, com sua vida, com sua paixão, com sua morte e, principalmente com a sua ressurreição, o Reino do Pai, novamente baseado no Amor e suas conseqüências, ou seja, no Perdão, na doação, na Honra, na Verdade, na Felicidade e na Responsabilidade assumida por cada filho Seu, gerado aqui na Terra.

Porém, nem tudo foi um mar de rosas para Ele, pois os fariseus diziam: é pelo poder do príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.

Até nos dias atuais, Jesus continua a sua missão, conforme a sua promessa, em nosso meio. Sempre nos guiando e nos guardando para que sejamos felizes e, pedindo-nos, como naqueles dias, que fortaleçamos o Reino do Pai aqui na Terra: a Messe é grande, mas, os trabalhadores são poucos. Rogai ao Senhor da Messe, que mande mais operários para a sua Messe, diz, ainda hoje Jesus.

Contudo, o povo, tão evoluído com as coisas materiais, esqueceu-se de vigiar, cada um, a sua vida, o Dom recebido do Pai amoroso, para que ela não se perca; para que ela seja sempre mais uma realização da bondade do Criador, vivendo-a como um meio para ajudar  na sua salvação e dos outros irmãos.

Muitos são os que precisam mudar de vida para reencontrar-se com o Pai, transmitindo aos que o cercam só o amor, só o bem, só a fraternidade, orando e agindo em nome do Senhor, no trabalho da Messe.

Não esperemos como muitos que vivem ao bel prazer, uma vida egoísta, ignorando a dor e o sofrimento de tantos à nossa volta, durante a nossa caminhada, achando que a fortuna e tudo o que é material que acumulamos nos bastam. De repente se fica doente; de repente um mal incurável, que pode atingir a qualquer um, com ou sem dinheiro.

Nós acolhemos o chamado de Cristo quando fazemos tudo por amor. A vivência do amor anima as pessoas enfraquecidas, enfastiadas e sem perspectiva.

O amor vence o ódio e expulsa dos corações a intriga, a divisão, a incompreensão. Se fizermos como Jesus fez, estaremos sendo trabalhadores da Sua messe. Quanto mais nós nos apresentarmos à vinha do Senhor mais, surdos e mudos serão curados.

Você já se sente liberto (a) do demônio que paralisa os lábios do homem? Você conhece quando as pessoas à sua volta estão desanimadas e sem esperança? O que você diz a elas? Você tem ajudado a alguém pelo menos escutando e acolhendo? Você se considera trabalhador da messe de Cristo? Em que você tem empregado o seu tempo livre?

Se, não, o tempo é este e a hora é agora. Respondamos o chamado de Jesus, levantemo-nos e vamos anunciar a cura, a libertação, a paz e o amor de Deus no coração dos nossos irmãos que, como que ovelhas sem pastores, caminham para o abismo irreversível.

É importante pedir ao Pai do céu, que deseja acolher estas multidões no seu Reino, que envie trabalhadores para esta missão.

Reflexão Apostólica:

 O que impressiona na atitude de Jesus, aqui e em todos os quatro evangelhos, é o cuidado e o carinho com as pessoas doentes. As doenças eram muitas, e a previdência social, inexistente. As doenças não eram só as deficiências corporais: mudez, surdez, paralisia, lepra, cegueira e tantos outros males.

No fundo, estas doenças eram apenas a manifestação de um mal muito mais amplo e mais profundo que arruinava a saúde do povo, a saber, o total abandono e o estado deprimente e desumano em que ele era obrigado a viver.

As atividades e as curas de Jesus se dirigiam não só contra as deficiências corporais, mas também e sobretudo contra esse mal maior do abandono material e espiritual em que o povo era condenado a passar os poucos anos da sua vida.

Além da exploração econômica que roubava a metade do orçamento familiar, a religião oficial da época, em vez de ajudar o povo a encontrar em Deus uma força para resistir e ter esperança, ensinava que as doenças eram castigo de Deus pelo pecado. Aumentava nele o sentimento de exclusão e de condenação.

Jesus fazia o contrário. O acolhimento cheio de ternura e a cura dos enfermos faziam parte do esforço mais amplo para refazer o relacionamento humano entre as pessoas e restabelecer a convivência comunitária e fraterna nos povoados e aldeias da Galiléia, sua terra.

É muito bonita a descrição da atividade incansável de Jesus, na qual transparece a dupla preocupação a que aludimos: o acolhimento cheio de ternura e a cura dos enfermos: “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade”. Nos capítulos anteriores, Mateus já tinha aludido várias vezes a esta atividade ambulante de Jesus pelos povoados Galiléia (Mt 4,23-24; 8,16).

Jesus transmite aos discípulos a preocupação e a compaixão que o animam por dentro: "A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita".

Jesus teve compaixão diante das multidões cansadas e famintas:"Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor”. Os que deviam ser os pastores não eram pastores, não cuidavam do rebanho. Jesus procura ser o pastor (Jo 10,11-14).

Na história da humanidade, nunca houve tanta gente cansada e faminta como hoje. A TV divulga os fatos, mas não oferece resposta. Será que nós cristãos conseguimos ter em nós a mesma compaixão de Jesus e irradiá-la aos outros?

Propósito:

Pai, faze-me compassivo diante do sofrimento de tantos irmãos e irmãs, movendo-me a ser, efetivamente, solidário com eles.

 


Evangelho do dia 04 de julho segunda feira 2022

 


Sta isabel de Portugal

04 julhoHá na natureza algumas substâncias que, por sua propriedade natural, não seguem a lei comum e, colocadas na água, não se molham, atiradas ao fogo, não se queimam; assim vós, embora no mundo, não deveis pertencer ao mundo, mantendo-vos alheios aos seus interesses, às suas honrarias, aos seus princípios e às suas festas. (S 354). São Jose Marello



Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 9,18-26

 "Enquanto Jesus estava falando, um chefe aproximou-se, prostrou-se diante dele e disse: "Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem impor a mão sobre ela, e viverá". Jesus... o acompanhou, junto com os discípulos. Nisto, uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragias veio por trás dele e tocou na franja de seu manto. Ela pensava consigo: "Se eu conseguir ao menos tocar no seu manto, ficarei curada". Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse: "Coragem, filha! A tua fé te salvou". E a mulher ficou curada a partir daquele instante. Chegando à casa do chefe, Jesus viu os tocadores de flauta e a multidão agitada, e disse: "Retirai-vos! A menina não morreu; ela dorme". Mas eles zombavam dele. Afastada a multidão, ele entrou, pegou a menina pela mão, e ela se levantou. E a notícia disso espalhou-se por toda aquela região."  


Meditação:
 

 O Evangelho de hoje nos traz duas realidades de fé que aos olhos humanos parece impossível de acontecer. A primeira nos fala de ressurreição e a segunda da cura de uma enfermidade de muitos anos.

 Para Jesus nada é impossível e Ele realizou o impossível na vida dessas duas pessoas por causa da FÉ do pai da menina e da hemorroíssa.

 Neste texto temos duas narrativas de milagres, a cura de uma mulher anônima e a ressurreição da filha de Jairo. Elas encontram-se mais detalhadas no evangelho de Marcos, porém Mateus, procurando atender às expectativas do judaísmo, as resume com a preocupação de agregá-las na sua coletânea de dez milagres de Jesus, apresentando-o com um caráter de poder messiânico.

 O atendimento a um chefe importante, da sinagoga, é interrompido pela cura e atenção dada a uma mulher impura, do povo.

Um quer a restituição da vida de sua filha, a outra quer a cura de sua impureza. Fica evidente a subversão da ordem religiosa vigente. De um lado um homem, chefe religioso com prestígio, de outro, uma mulher excluída.

Jesus prioriza a mulher, à qual chama de filha e exalta sua fé. Mas não exclui a filha do chefe, cuja vida é restaurada, apesar das zombarias.


Nosso Senhor é a única esperança para Jairo. Jairo teria visto os milagres realizados em Cafarnaum, e pôs no Senhor toda a sua confiança. Com Jairo aprendamos a buscar ajuda em Nosso Senhor, a prostrarmos com humildade, fé e confiança diante do nosso Deus.

Enquanto ia, certa mulher, que sofria de um fluxo de sangue fazia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla da veste.

Essa mulher que já havia gastado todos os seus bens com médicos, agora espera impaciente, cheia de fé e de esperança em Cristo Jesus. Ela ouviu que muitos ficaram curados só em tocá-lo. Por isso, também de decide. Se ao mesmo tocar no seu manto ficarei curada.

Da multidão que O oprime, uma só pessoa lhe tocou de verdade: esta doente; e não apenas com um gesto, mas com a fé do seu coração. Ela toca no manto. Que significa ‘tocou’ senão que creu que professou a fé em Cristo, o Médico dos médicos?

Jesus, voltando-se e vendo-a, disse-lhe: coragem minha filha, a tua fé te salvou. Naquele instante sentiu-se completamente curada. Não a curou o manto, curou-a Jesus Cristo, que tinha observado todos os seus movimentos, e também a fé do seu coração.

 Esta mulher, cheia de confusão à vista da sua enfermidade, merece da parte de Jesus o tratamento de filha. Ainda mais feliz por ter perseverado nos sentimentos de gratidão ao médico da sua alma e seu corpo, ela é para nós um modelo tanto mais digno de imitação, quanto mais viva é a sua fé e mais profunda a sua humildade.

A mulher não ficou acomodada em um canto nem mostrou desânimo, mas perseverou com fé, e então foi curada: coragem, minha filha, a tua fé te salvou. O mesmo diz para ti neste momento de dor e de luto, de tristeza e abandono.

Quando Jesus e seus discípulos chegaram na casa de Jairo, encontraram a casa cheia de gente e muito alvoroço dos que choravam a morte da menina e Ele diz: Retirai-vos todos daqui, porque a menina não morreu; está dormindo.

E caçoavam-se dele. Se não há fé, o homem encerra-se nuns limites humanos, que são muito estreitos.

Jesus Cristo tomou a menina pela mão e ela se levantou. Levantou-se com tanta facilidade como se tivesse tido um bom sono. Jesus mostrou-se uma vez mais dono absoluto da vida e da morte.

Tanto Jairo como esta mulher nos dá um exemplo de fé na onipotência de Cristo, pois só um milagre podia curar a filha de Jairo, que estava em agonia, e ressuscitá-la uma vez morta, assim como curar a doença daquela mulher, que já tinha posto todos os meios humanos possíveis.

 De modo parecido, o cristão deve esperar a ajuda de Deus, que não lhe faltará para superar os obstáculos que se atravessam no caminho para a sua santificação.

 Reflexão Apostólica:

 A missão de Jesus é restaurar os homens na vida total: não só libertá-los da doença que os diminui e exclui do convívio social, mas também salvá-los da morte, que os exclui da vida antes do tempo.

O Senhor veio libertar o seu povo escolhido, da doença e da morte a que o pecado nos leva. Jesus caminhou aqui na terra e enquanto prosseguia curava e libertava a todos os que O chamavam, a todos os que O tocavam.

Era esta a sua missão: fazer com que o homem e a mulher entrassem novamente em comunhão com o Pai. Porém a obra de Jesus depende da nossa fé. Aquele chefe que se aproximou de Jesus deu testemunho de sua fé diante do que para nós parece ser irremediável.

Mesmo diante da morte da sua filha aquele homem acreditou que Jesus tinha o poder de ressuscitá-la! “Minha filha acaba de morrer, mas vem, impõe tua mão sobre ela e ela viverá”, disse ele a Jesus.

Jesus concedeu a sua filha, uma nova vida! Muitas vezes pensamos que estamos mortos para o mundo, para o trabalho, porém estamos apenas dormindo. Jesus nos toma pela mão e nos levanta

Aquela mulher que sofria de hemorragia há doze anos, não se importou com o tempo que já se havia passado nem tampouco quis fazer alarde nem chamar a atenção de Jesus. Ela apenas tocou a barra do manto de Jesus e foi curada!

Assim, Jesus confirma para nós o Seu diagnóstico: “a tua fé te salvou!” Diante do que ouvimos e meditamos neste texto nós não precisamos ficar procurando pretextos nem ações mirabolantes para conseguirmos a cura das nossas enfermidades.

Não precisaremos mais ir de um lado para outro buscando “paliativos” para as nossas dores. A fé em Jesus Cristo é que nos salva! Ter fé significa crer, confiar e depender.

Os dois personagens do Evangelho de hoje não exigiram de Jesus atenção especial, eles apenas se aproximaram de Jesus cheios de fé e confiança.

 Que a nossa fé nos mova e nos faça sair de nós mesmos (as) para buscar Jesus na certeza de que só Ele é o médico dos homens e das almas e que o motivo maior para uma vida nova seja simplesmente o nosso desejo de tocá-Lo.

Tanto Jairo como a hemorroíssa nos dão um exemplo de fé na onipotência de Cristo, pois só um milagre podia curar a filha de Jairo, que estava em agonia, e ressuscitá-la uma vez morta, assim como curar a doença da hemorroíssa, que já tinha posto todos os meios humanos possíveis.

De modo parecido, o cristão deve esperar a ajuda de Deus, que não lhe faltará para superar os obstáculos que se oponham à sua santificação.

Ordinariamente, a ajuda divina é-nos concedida de modo calado, mas não devemos duvidar que, se fazer falta para a nossa salvação, Deus voltará a repetir estes milagres. Tenhamos em conta, não obstante, que o que o Senhor espera de nós todos os dias é que cumpramos a Sua vontade.
  
Pense e fale para Jesus, pois hoje a Palavra de Deus, que é vida, nos traz a realidade de milagres realizados pela fé em Jesus.

 Não perca a sua fé e tenha a coragem de ir ao encontro do Senhor hoje na Santa Missa por meio da Eucaristia ou na Adoração, enfim, não desista do seu impossível porque Jesus não desistiu de lhe ajudar, mas você precisa ir ao encontro do Senhor e ter a fé daquele pai e daquela mulher com hemorragia que mesmo diante de uma realidade dolorosa e sofrida acreditou que para Jesus nada é impossível.

 Você tem procurado se aproximar de Jesus? Você necessita ser curado (a) de alguma doença? A quem você tem procurado? Você já tocou em Jesus? Como você acha que pode tocá-Lo? Você acha que o Senhor o (a) cura com passe de mágica, ou que depende da sua fé? Você alguma vez sentiu-se impotente como morto (a) diante da vida?

 Propósito:

Pai, que minha resposta imediata aos apelos de meus semelhantes manifeste a veracidade do que proclamo por meio de palavras.

++++

Quando pediu que os discípulos rezassem com perseverança, Jesus queria dizer que orassem sem desanimar.
Isso pode ser aplicado à sua vida.
Se deseja que sua orações sejam atendidas, jamais hesite.
A confiança e a fé apontadas por Jesus deveriam mover montanhas. (cf Mc 11,23)


Entregue com muita confiança seus desejos aos Senhor da vida.

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segunda-feira, 27 de junho de 2022

EVANGELHO DO DIA 03 DE JULHO 2022 - DOMINGO - SÃO PEDRO E SÃO PAULO

 


São Pedro e são Paulo

03 de julho - Cristo ressuscitou, Cristo vive, Cristo reina, Cristo está no meio da sua Igreja, terrível e formidável. Ele disse uma grande palavra: "Confidite: Ego vici mundum” Tende confiança, eu venci o mundo. Lutemos e confiemos! (L 39). São Jose Marello



Mateus 16,13-19

"Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesaréia de Filipe. Ali perguntou aos discípulos:
- Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
Simão Pedro respondeu:
- O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.
Jesus afirmou:
- Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.
"

Meditação:

 Os três evangelhos sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, narram esta controvertida passagem da "confissão de Pedro", cada um deles imprimindo suas interpretações teológicas pessoais a suas narrativas.

Nos evangelhos de Marcos e Lucas, a resposta de Pedro à pergunta de Jesus sobre sua identidade é breve: "Tu és o Cristo (messias)", e merece a repreensão de Jesus. Pedro e os demais discípulos acreditavam que Jesus seria o messias político esperado, que daria ao povo judeu a glória e o poder sobre as demais nações, como um novo Davi, conforme a imagem elaborada pela tradição do Primeiro Testamento. Jesus censura Pedro por esta compreensão e procura demovê-la da mente dos discípulos.

Mateus modifica a narrativa original de Marcos e também adotada por Lucas. Ele dá um novo sentido à resposta de Pedro, à qual acrescenta a proclamação "Filho de Deus vivo".

Com a visão teológica de Mateus ficam estabelecidas duas identidades para Jesus: uma, é "o filho do homem", o simples Jesus de Nazaré, inserido na humanidade, na sua humildade, e presente entre ela até o fim dos tempos, porém, dignificando-o e divinizando-o; a outra é o "cristo" ou "messias" (cristo do grego, messias do hebraico, significando "ungido"), que é o Jesus ressuscitado, manifestado em glória nos céus, acima dos poderes celestiais, de onde virá para o julgamento final.

 Hoje a igreja celebra o dia de São Pedro e São Paulo e o centro do relato de hoje é a confissão de Pedro, afirmação de uma experiência pessoal.

 Embora no Segundo Testamento se perceba conflitos entre Pedro e Paulo (Gl 2,11-14), a liturgia os reúne em uma só festa. Pedro é lembrado pelo seu testemunho corajoso diante da perseguição (primeira leitura) e Paulo, por seu empenho missionário em territórios da diáspora judaica.

 Já nas proximidades do final do ministério de Jesus na Galiléia, é obvio que sua fama se havia estendido por toda a região; contudo, fica em Jesus uma dúvida: o povo, as multidões que o tinham visto e ouvido, teriam compreendido quem ele era na verdade?

Onde estariam? Que teria sido feito deles? A que se estariam dedicando tantas pessoas que o tinham escutado? Em que teriam influído sobre cada uma delas a mensagem proclamada e os sinais realizados?

E os Doze? O que respondem? Eles estavam voltando de uma missão. Necessariamente deveriam ter ouvido as diferentes opiniões e pareceres do povo. E, se não havia unanimidade de opinião, ao menos os mais próximos, os mais íntimos de Jesus deveriam ter feito já uma ideia exata sobre o que era seu Mestre.

 Jesus dirige a seus discípulos uma dupla pergunta que tem como objetivo fazê-los tomar uma posição sobre sua pessoa. A primeira pergunta diz respeito ao que as pessoas pensam do Mestre. Isto é respondido sem dificuldade.


Entretanto, à segunda pergunta os discípulos não podem responder com os mesmos critérios. Eles devem responder segundo sua própria experiência, segundo sua convicção pessoal. Não se trata de uma simples opinião, mas uma verdadeira resposta que expresse sua opção de vida. Pedro responde por todos. Para eles, Jesus era o Messias de Deus, o Ungido.

Por isso a confissão de Pedro é importante, pois é uma confissão fruto de uma revelação divina, quer dizer, de um processo de fé, de uma abertura à ação de Deus através da Palavra anunciada pelo Mestre.

Esta abertura à ação divina de Deus (fé absoluta), representada na figura de Pedro, é a base fundamental, é a pedra angular, o ponto de apoio da comunidade de cristãos.

A pergunta é também feita a nós. Após 21 séculos de história de Jesus e do cristianismo, frequentemente o mundo dos fiéis ainda confunde sua figura, mensagem e obra.

E nós, cristãos comprometidos, que nos intitulamos seguidores próximos de Jesus, temos a seu respeito uma imagem mais clara do que aquela feita pelo mundo, pela sociedade, e até pela nossa Igreja?

 Reflexão Apostólica

Começamos nossa reflexão com a pergunta feita por Jesus aos seus: “(…) E vocês? Quem vocês dizem que eu sou”?

Quem é Jesus para mim? O que ele representa? O quanto do seu ensinamento e mensagem é usado em meu dia-a-dia em minhas decisões e ações?

Sobre esse homem turrão e difícil Jesus edifica o futuro da sua mensagem e daqueles que o conheceriam no futuro. Sobre ele e sobre suas limitações foi edificado um projeto/; Cuidar do rebanho que careciam de pastor. Jesus delega a esse homem cheio de falhas a missão de resgatar aos que fugiram ou andam perdidos.

Quantos de nós também temos tantas falhas e mesmo assim Jesus nos impetra projetos e sonhos? Quantas pessoas são colocadas em nossa vida para que zelemos sem mesmo sabermos tomar conta das nossas próprias vidas? Quantas comunidades, pastorais e movimentos são conduzidos por pessoas tão simples, limitadas e geniosas, quando naturalmente esperávamos que houvessem inteligentes, capacitados e doces?

Deus ainda suscita PEDROS em meio ao povo. Pessoas que com ajuda de Deus “levam comunidades nas costas”; que cantam, tocam, coordenam, discutem, programam e ainda tem tempo pra família e não faltar a missa de domingo. Pessoas que talvez não tenha formação acadêmica, mas foram outorgados por Deus com o cajado do pastor…

Não duvidem que após tamanha confiança tenha batido aquele “friozinho na barriga” desse homem tão calejado e vivido e tanto que isso é verdade que após a morte do seu mestre, ele e os outros se escondem até a vinda do paráclito consolador em pentecostes. A missão de Pedro inicia quando ele responde, mas se reafirma quando após cada deslize, medo ou fraqueza, repleto do Espírito Santo, resolve continuar.

Talvez a missão de levar a Boa Nova não tenha sido tão árdua como a de pastorear o rebanho; talvez continuar guardando a fé não tenha sido tão dura quanto a missão de manter a esperança acessa,

Ele não foi chamado a desbravar o mundo como Paulo e sim ser um ponto de referência, um pilar, um farol, um alicerce para todos que estavam levando a mensagem e aqueles que davam seus primeiros passos nesse mar de tranquilidade chamado Jesus, Após pentecostes Pedro chama pra si a responsabilidade que lhe foi confiada, errando e acertando manteve-se de pé até o fim de sua vida.

Somos chamados a também pastorear e como Pedro, e como Ele também nos é outorgado a missão de libertar os cativos, curar os doentes, anunciar o evangelho a toda criatura… Sim, é outorgado sobre todos nós, mesmo sendo turrões, teimosos, repletos de falhas.

A exemplo desse homem, somos a cada dia questionados sobre quem é Jesus para nós, e o que respondemos? O que será que nossa voz sussurra e que nossa vida e ações gritam?

Pegando um pequeno gancho do evangelho que refletimos no dia 14/6: “Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam que Deus lhes dê alguma recompensa? Até os cobradores de impostos amam as pessoas que os amam! Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que estão fazendo demais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos, assim como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu." (Mt 5,43-48)


 

 

Evangelho do dia 02 de julho sábado 2022

 


02 julho Vós estareis no mundo, porém vossos ouvidos não prestarão atenção às vozes e às conversas do mundo, às blasfêmias e às impiedades dos homens, mas já ouvirão os cantos dos anjos que vos chamam a si; mesmo que ouçam essas vozes, será apenas para vos oferecer como vítimas de reparação ao amor desprezado de Jesus. (S 354). São Jose Marello

 


Mateus 9,14-17

"Naquele tempo, os discípulos de João, dirigindo-se a Jesus, perguntaram: "Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?" Jesus respondeu: Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão. Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam."


Meditação:

"Ninguém coloca vinho novo em odres velhos..." Com isto Cristo nos indica que quer que vivamos sempre um tempo novo, uma vida nova, uma mudança e conversão contínuas. Ele nos anima a viver em nosso cristianismo o caráter radical de entrega, de valentia, de generosidade, de caridade. Não devemos nos contentar com uma adesão passiva à fé. Temos de buscar contribuir ativamente com o desenvolvimento da Igreja e da sociedade.

 Cada um está chamado a ser protagonista da evangelização, a orientar suas qualidades e criatividade a objetivos elevados como a difusão do ideal evangélico e o compromisso concreto e constante com o bem do próximo. Não devemos viver um cristianismo "de sacristia", mas sim temos que abrir campos de apostolado mais amplos na paróquia, em algum Movimento da Igreja, etc.

 Não deixemos encher os odres velhos da fé. Renovemo-la constantemente. Um meio excelente é a formação permanente, a busca por um conhecimento mais sólido de nossa fé católica de modo sistemático e profundo. Que a oração de hoje nos leves a nos formar mais em nossa fé e a nos comprometermos em algum apostolado específico para dar vida nova às nossas almas e à Igreja.

Reflexão Apostólica:

Quando uma pessoa ama a Cristo, o comunica, o dá aos demais, o presenteia. Então, suas palavras, seus gestos, seu testemunho se tornam instrumentos de Cristo. Quando uma pessoa ama Cristo, então entusiasma os outros. É impossível amar a Cristo e não o dar. Por isso a força do apóstolo tem sua raiz no amor a Jesus Cristo.

Propósito:


Renovar minha vida cristã. Por exemplo, recebendo com assiduidade e fervor a Cristo Eucaristia.

"A Igreja não existe com a finalidade de nos manter ocupados como qualquer associação mundana ou para que ela própria se conserve viva. A Igreja existe para que tenhamos acesso à vida eterna." (Cardeal Ratzinger. Encontro de Rimini 1990)

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Por mais inteligente sábio e importante que seja, ninguém é tão livre para fazer o que bem entender, sem se importar com os semelhantes.
Cada pessoa tem uma missão a cumprir.
Ao término da jornada, todos serão chamados para a casa do Pai.
De certo modo, estão definitivamente comprometidos com a vida eterna.


A vida terrena é um tempo de salvação.




 

Evangelho do dia 01 de julho sexta feira 2022

 


01 julho - Vós estareis no mundo, mas vossos olhos não o verão e, passando além das coisas desta terra, contemplarão o Paraíso que vos espera; e, embora tenham que ver o mundo, será através do Coração de Jesus e somente para implorar misericórdia para ele. (S 354). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus  9,9-13

 "Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse:

- Venha comigo.
Mateus se levantou e foi com ele. Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos:
- Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?
Jesus ouviu a pergunta e respondeu:
- Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: "Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais." Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons."  

Meditação:

 O Evangelho de hoje nos fala sobre a vocação de Mateus, ou seja, sobre Jesus que o chama para ser seu discípulo. Precisamos perceber que Jesus chama um pecador público. Isto era algo de extraordinário. Mas, o que significa esta expressão “pecador público “? Significa que alguém era considerado publicamente pecador, pois todos conheciam a sua conduta de pecado.

 Os capítulos depois do Sermão da Montanha, ou seja, os capítulos 8 e 9, narram a atividade de Jesus. Diríamos assim que se trata do programa de vida que proclamou no Sermão da Montanha como felicidade e paz para o povo é o que ele realiza com suas atitudes e obras.

 Dessa maneira, Mateus apresenta a atividade messiânica de Jesus no seio de seu povo. No meio desta atividade está situado o texto que a Igreja nos oferece para refletir neste dia. Cabe-nos perguntar por que o evangelista situa o chamado de Levi neste momento de sua narrativa.

 Talvez a resposta esteja no último versículo que hoje lemos: Aprendam, pois, o que significa: ‘"Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais." Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons, ou seja, o evangelista acha necessário esclarecer que o centro da missão do Messias é buscar o que estava perdido, curar os doentes, libertar os cativos, proclamar o ano de graça de misericórdia do Senhor! (Lc 4, 18-19).

 O que é certo é que no chamamento de Mateus o que interessa mesmo é perceber QUEM ele chama… Que Mestre estranho este, o de Nazaré, que começou por escolher discípulos entre pescadores iletrados da Galiléia quase pagã, e agora se vira até para os malditos, os impuros…

 Depois disso testemunha-nos o próprio Mateus que houve festança lá em casa dele, sentados à mesa com Jesus comendo e bebendo ele e os seus amigos, aquela “laia” de gente…

 E, terceiro ato desta peça, aparecem também os fariseus do costume… Chamavam-se a si próprios “fariseus”, que significa em hebraico “separados”, porque era assim que construíam o caminho da santidade e da perfeição piedosa que o deus deles lhes propunha… E chamavam-lhe o “Deus de Israel”, sem sequer se darem conta da história do seu próprio povo, cheia de infidelidades e impurezas, fugas e idolatrias com as quais o Deus de Israel sempre teve que lidar sem Se enojar ou separar deles…

 Mas pronto, às vezes esquecem-se estas coisas que parece que só são evidentes para os sábios e para os profetas.

Não podiam aproximar-se da laia de Mateus… ficariam eles próprios impuros e precisariam de realizar depois os seus rituais de purificação. Não podiam de maneira nenhuma entrar em casa de um maldito! Seria chamar sobre si a maldição… Mas também não podiam deixar de “picar” o novo e estranho Rabbi de Nazaré que se comportava como Profeta e que alguns começavam a dizer ser o Messias das esperanças judaicas…

 Então, diz o evangelista, foram ter com os discípulos de Jesus e perguntaram-lhes: “Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?"

E isto toca-me muito… Mas onde raio estavam os discípulos de Jesus para os fariseus poderem falar com eles?!

 Não estavam na festa! Não eram só os fariseus a terem dificuldade em entender as escolhas de Jesus… os seus próprios discípulos ainda ficavam à porta! No início dos relatos evangélicos isso é claro. A dinâmica do Reino de Deus a acontecer diante dos seus olhos provocava neles um desconforto e uma incompreensão que só compreende bem quem já a sentiu na pele.

 A novidade do Reino de Deus a acontecer parecia enigmática quando Jesus o propunha na forma de algumas parábolas… parecia uma utopia exigente demais, às vezes, quando Jesus o propunha em forma de ensinamento, como quando proclamou as Bem-Aventuranças… parecia uma força interior inexplicável quando Jesus o testemunhava nos seus encontros libertadores com as pessoas… mas o Reino de Deus parecia um escândalo quando Jesus o proclamava presente pela convivialidade com os impuros, pelo perdão aos pecadores públicos, pela amizade com os malditos.

Por isso é que os fariseus foram ter com eles… porque sabiam que eles eram discípulos daquele Mestre, mas viam que não estavam lá dentro com ele…

 Vamos dar um salto de dois mil anos… Hoje… Jesus… quanta espécie de “malditos” há por aí… quantos “impuros” ainda segundo as leis, lógicas e preconceitos dos “puros” … quantos “pecadores públicos” no contexto de um povo que ainda tem presenças farisaicas muito fortes…

Mateus e a sua “laia” continuam aí… Jesus, tenho a certeza absoluta que também! E que continua a sentar-se à mesa com eles depois de os visitar nas suas próprias bancas quotidianas… Os fariseus, ui ui… que também ainda por aí andam… e os discípulos de Jesus… esses também… e parece-me que, na maior parte das vezes, ainda no mesmo sítio. Somos dele, mas não estamos com ele…

 Vamos, mas é voltar lá para trás, para o relato de há dois mil anos porque sempre é mais “confortável” … Jesus sabia bem os discípulos que tinha… Amava-os assim e confiava neles.

 Por isso estava sempre atento, e o que encontramos muitas vezes na primeira etapa dos evangelhos é que os fariseus vão fazer perguntas venenosas aos discípulos de Jesus, e ele NUNCA os deixa responder.

 Ele bem sabia que não estavam preparados… Que as perguntas dos fariseus andavam a bailar também dentro deles, com a única diferença de que era sem veneno…

Jesus deu-se conta do “burburinho” e pôs-se do lado dos seus. Quem eram os seus? Os que estavam consigo à mesa e os discípulos… defendeu os dois grupos: “Não são os sãos que precisam de médico, mas os doentes! Eu não vim para chamar os piedosos, mas os pecadores” …

 Jesus respondeu-lhes de maneira a que eles entendessem, pelo menos os que tivessem Coração capaz disso. Por isso é que usa palavras claramente deles, não suas, como a palavra “pecadores”.

 Jesus não gostava desta palavra. NUNCA a usa nos evangelhos a não ser para responder aos fariseus quando o “picam” com estas coisas dos “pecadores”, como eles lhes chamavam… Jesus responde-lhes numa linguagem que eles entendam, responde-lhes com as suas próprias palavras… Mas não a encontras na boca de Jesus em nenhum outro contexto!

Interessante, não é?...

 Reflexão Apostólica:

 Jesus chamou para ser dos seus um tal de Mateus, cobrador de impostos, o que na altura significava ser pecador público, considerado maldito e impuro.

 Eram traidores do seu povo, pois cobravam os impostos para os colonizadores romanos… Além disso, naqueles tempos parece que abundava essa antiga arte de “meter ao bolso”, coisas próprias dos antigos, claro, que hoje isto não acontece, não senhor…

 O Evangelho de hoje nos diz que Jesus viu primeiro. Referindo-se a Mateus, é vê-lo na sua situação cotidiana: Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos.

O olhar de Jesus é capaz de ir além do que um simples olhar enxerga de um judeu cobrador de impostos. Ele reconhece em Mateus um filho muito querido de Deus, e isso é o que Ele comunica primeiro para o cobrador de impostos. Seu olhar sobre Mateus está carregado da ternura e misericórdia de Deus Pai-Mãe, que cura as feridas e perdoa os pecados, amando-o incondicionalmente.

 Jesus continua e diz para ele: “Segue-me!”. Abre-se diante de Mateus a possibilidade de um caminho novo, impensável até esse momento. É convidado a deixar de ser uma engrenagem do império opressor, para passar a ser íntimo colaborador na construção de um reino de liberdade, justiça e solidariedade.

Deixemos que Jesus passe e nos olhe no nosso dia-a-dia e, como Mateus, tenhamos a coragem de acolher esse olhar e a proposta que dele brota.

 Sem dúvida, nossa vida passará a ser diferente e poderemos também ser parte deste círculo aberto, inclusivo e integrador de amigos e amigas de Jesus que continuam lutando pela sua mesma paixão: o ser humano e a casa em que ele habita!

 Propósito:

Senhor Jesus, faze-me trilhar o caminho da solidariedade, para que eu me aproxime daqueles aos quais deve ser levada a salvação.

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Muitas vezes, ao ouvirmos a Palavra de Jesus, parece que ouvimos a sua voz, mas não abrimos as portas para que Jesus entre em nossas vidas. Ele insiste: “Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos” (Apocalipse 3.20). Se você quer essa graça, não há outro caminho. Não tranque a porta do seu coração,
não rejeite o convite de Cristo. Ele quer entrar em sua vida, hoje e sempre.

 


quinta-feira, 23 de junho de 2022

Evangelho do dia 30 de junho quinta feira 2022

 


30 JUNHO - Solene tumulação dos despojos mortais de São José Marello no Santuário da Casa-Mãe em Asti. (1923).

 Atualmente não temos senão um tênue reflexo da fé e da caridade apostólica. São Paulo! Oh! a grande figura típica do Cristianismo! (L 11). São Jose Marello

 


Mateus 9,1-8

"
Jesus entrou num barco, voltou para o lado oeste do lago e chegou à sua cidade. Então algumas pessoas trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico:
- Coragem, meu filho! Os seus pecados estão perdoados.
Aí alguns mestres da Lei começaram a pensar:
- Este homem está blasfemando contra Deus.
Porém Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse:
- Por que é que vocês estão pensando essas coisas más? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se e ande"? Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.
Então disse ao paralítico:
- Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.
O homem se levantou e foi para casa. Quando o povo viu isso, ficou com medo e louvou a Deus por dar esse poder a seres humanos.
"

Meditação:

 O temor em nossos dias é de transgredir costumes estabelecidos na sociedade. Com frequência damos mais valor às doutrinas do que às pessoas. Jesus desafia essa mentalidade. Para ele a pessoa está em primeiro lugar, em especial em se tratando de alguém que sofre. Jesus, mesmo correndo o risco de ser taxado de blasfemo, não teme libertar da culpa um homem cujos temores o paralisam a ponto de impedir-lhe o movimento.

Porém, a blasfêmia maior em nossos dias é não usar a força transformadora da própria religião a favor do bem-estar da pessoa que sofre. Jesus desafia seus adversários e assume uma atitude eficaz de compaixão, amor e solidariedade como caminho para alcançar a liberdade humana. Em nossa época as maiores blasfêmias já não contradizem certas doutrinas religiosas.

Blasfêmia hoje é questionar as práticas que nossa cultura secular consagra. É mal visto questionar o consumismo que paralisa a maior parte das pessoas a ponto de levá-las ao sedentarismo, à obesidade e ao conformismo. Da mesma forma, tornou-se inquestionável a exploração a que são submetidas nações inteiras com o objetivo de baixar custos de produção.

 No bloco de dez milagres coletados por Mateus, nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, temos, hoje, a narrativa de cura de um paralítico. Mateus resume a narrativa de Marcos, rica em pitorescos detalhes.

No texto se percebe que o essencial é o perdão dos pecados, sendo a cura apenas o seu sinal. As elites religiosas das sinagogas e do Templo humilhavam e mantinham o povo submisso, imputando-lhes o caráter de "pecador" por não observarem as centenas de preceitos da Lei. A própria doença era considerada como fruto do pecado.

O tema central não é o milagre enquanto tal (a cura do paralitico), mas o perdão dos pecados. Vivemos em um mundo onde o ódio, o rancor, a vingança para com o outro faz parte da vida das pessoas. Custa-nos perdoar quem nos ofendeu ou nos tenha maltratado física e/ou moralmente. Por isso Jesus propõe outro modelo, outra forma, outro sistema de valores.

O perdão e a misericórdia são importantes na vida do cristão. Nessa passagem evangélica, Jesus tem misericórdia do paralitico e o cura. A cura, porém, não é só no aspecto físico, mas também espiritual, pelo perdão dos pecados, apresentando-o limpo diante de Deus e diante dos homens. A fé do paralitico e daqueles que o conduziam, anima Jesus a realizar a cura.

Jesus se admira da segurança dos que conduziam a paralítico. É o oposto dos letrados, que não creem nas palavras de Jesus e o acusam de blasfemo. Este é o pecado maior dos letrados: não reconhecer a ação libertadora de Deus em Jesus, em meio da desgraça, exclusão e marginalização em que tantas pessoas vivem.

A libertação do pecado só poderia ser feita no Templo, mediante ofertas, em nome de Deus. Agora, o homem paralítico, considerado pecador, está libertado por Jesus, pode mover-se e ter iniciativas. Em Jesus, Deus dá aos humanos o poder de libertar-se dos pecados, e no amor e na prática da justiça, transformar o mundo.

Mateus, além de demonstrar o poder de Jesus, quer realçar a fé daquela multidão que se aproximou de Jesus, atraída a Ele justamente por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as dificuldades. Fé que é confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço do ser humano.

 Por fim, Mateus, depois de nos contar a cura e o perdão dos pecados do paralítico, nos fala daquela multidão que, diante deste milagre de Jesus, ficou com medo, glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.

 O poder de Jesus de perdoar os pecados foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando ao ressuscitar dos mortos e aparecendo-lhes, disse-lhes: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 21-23).

Antes Pedro, à pergunta de Jesus: “No dizer do povo, quem é o Filho do homem?” E aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. E Jesus disse a Pedro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus (Mt 16,13-19).

 Portanto, a Igreja de Cristo e na Igreja os homens escolhidos por Cristo, têm a missão de administrar o sacramento do perdão. Não são eles que perdoam. Mas é Cristo que o faz na pessoa do Sacerdote. Este poder de perdoar os pecados é inseparável da pessoa de Cristo e da Sua Igreja, Uma, Santa Católica e Apostólica.

Reflexão Apostólica

(…) Onde é mais fácil que vejamos a ação de Deus na nossa vida, quando Deus realiza uma cura ou nos concede alguma graça pela qual suplicamos ou fizemos promessas ou quando ele perdoa os nossos pecados? É claro que ao lermos este texto, afirmamos que é quando ele perdoa nossos pecados, mas a gente não vê as pessoas celebrarem ações de graças quando são perdoadas e sempre vemos celebrações em ação de graças por curas, conquistas e coisas do gênero. Isto tudo nos mostra que intelectualmente sabemos as coisas certas, mas existencialmente vivemos subordinados aos valores do mundo, de modo que somos pessoas divididas entre o que falamos e o que de fato acreditamos. O Evangelho de hoje é para todos nós um convite: precisamos de fato enxergar mais além para valorizarmos mais os verdadeiros dons que Deus nos concede”. (CNBB)

Sinto que estou me repetindo em algo que já escrevi em reflexões anteriores. Mas acredito que certas coisas muito importantes da nossa vida devem ser repetidas, refletidas para serem eliminadas ou corrigidas.

 O pecado tem tamanha influencia em nossas vidas que Jesus se empenhava ao máximo a libertar as pessoas, especialmente as mais simples, desse grande mal, no entanto ainda existem fariseus mais preocupados com os erros do que os acertos.

A quem compete curar e libertar? Realmente existe um grupo de pessoas eleitas por Deus a serem melhores que outras? O que leva alguém a deixar de anunciar a verdade e a paz para pregar uma grande mentira e a guerra? Fazendo uma grande analogia a esse fato pergunto: do que adianta ser um preso confesso e arrependido do seu crime, mas ainda está preso ao crime que cometeu? Do que adianta o arrependimento se não ter um bom comportamento?

Nos questionamentos acima, vivemos a difícil situação de falarmos algo, no entanto vivendo outra. Em ambos os casos ainda falta algo

O que mais incomodava aos mestres da lei narrado no evangelho de hoje era o fato de Jesus propor-se a libertar ou mudar a realidade do paralitico. O homem poderia até continuar a claudicar (mancar), mas não seria mais refém do pecado. Como questionei acima, de que adianta a cura se não houver uma mudança de comportamento real?

É importante frisar que a dedicação de Jesus estava e ainda está na remissão do pecado e não na doença, na fatalidade, no problema e sim na mudança do ponto de vista sobre sua própria vida. Um homem deitado e prostrado tem uma visão bem diferente daquele que se encontra de pé ou daquele que está acima de um monte…

Muitos irmãos, inclusive nós, precisam apenas de uma oportunidade de levantar. Eles precisam é da mudança de realidade. Ao oferecer uma nova chance, Jesus renovava a vida de quem o encontra. Não posso então me alimentar da hipocrisia e acreditar que NÓS, paralíticos, deixaremos de MANCAR ou errar, mas ao sermos apresentados a nova realidade, dificilmente voltaremos a deitar no leito.

Jesus diz “(…) Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa”. Apesar de ainda mancarmos, nunca mais seremos os mesmos. Ao voltarmos para casa, para nossa realidade, nossas vidas, ainda teremos a cama (o leito, o pecado) a nos rondar. A grande proposta de Jesus foi em dizer LEVANTE e coube aos fariseus em olhar apenas a cama.

A atitude de Jesus, mesmo sendo questionada, se foca no perdão e não na cura. “(…) Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho PODER NA TERRA PARA PERDOAR pecados”. A cura passa a ser consequência da vontade de mudar.

Esqueçamos a doença, ajudemos aos irmãos a levantar.

 Propósito:

Valorizar mais os verdadeiros dons que Deus nos concede.