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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Evangelho terça feira 01 outubro



 
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,51-56

"Como estava chegando o tempo de Jesus ir para o céu, ele resolveu ir para Jerusalém. Então mandou que alguns mensageiros fossem na frente. No caminho eles entraram em um povoado da região de Samaria a fim de prepararem um lugar para ele. Mas os moradores dali não quiseram receber Jesus porque viram que ele estava indo para Jerusalém. Quando os seus discípulos Tiago e João viram isso, disseram:
- O senhor quer que a gente mande descer fogo do céu para acabar com estas pessoas?
Porém Jesus, virando-se para eles, os repreendeu. Então ele e os seus discípulos foram para outro povoado.
"
 

Meditação:

Lucas menciona o "tempo para ser elevado ao céu", preparando sua narrativa da ascensão em At 1,11, exclusiva de sua obra Evangelho-Atos.
É característica de Lucas, como acontece também com o evangelho de João, destacar a valorização dos samaritanos por Jesus.
Assim temos as narrativas do "bom samaritano" (Lc 10,30-37) e do leproso samaritano curado que volta para agradecer a Jesus (Lc 17,11-19).
Jesus caminhava para Jerusalém com seus discípulos quando, chegando a Samaria, procuraram um lugar para pernoitarem. Aquele povo de Samaria não se dava com o povo Judeu e, como Jesus era judeu, não o quiseram acolher.
Os discípulos Tiago e João, ficaram furiosos e disseram a Jesus :- “Mestre, quer que peçamos que caia fogo do céu sobre este lugar? Jesus os repreende e achou melhor continuarem a caminhada. Qual a mensagem que poderemos tirar de tal acontecimento na vida de Jesus ?
1º - Ninguém é obrigado a aceitar Jesus  em sua vida. Geralmente, as pessoas que não o aceitam têm motivos suficientes para assim agirem. Por exemplo:- Apego às coisas materiais e ao dinheiro. Gostar de levar vida egoística pensando só em si próprio, em sempre levar vantagens, mesmo que venham a prejudicar os outros.
O importante é que quando alguém não aceita a Jesus, é porque terá que fazer opção de vida correta e verdadeira. Jesus disse certa vez:- “Não poderás amar a dois senhores, ou Deus ou o dinheiro”. Não poderás ascender uma vela para Deus e outra para o diabo”.  
Quando as pessoas se inteiram destas condições exigidas para aqueles que quiserem O aceitar, desistem, estão tão envolvidos, tão afundados em tudo o que não podem, que preferem continuar escravos das coisas do mundo que lhes trazem satisfações  e alegrias falsas e passageiras.
2º - Mesmo assim, Ele dá oportunidade a todos, principalmente , aos que não O aceitam. Ele disse, também, um dia :- “Quem de vocês, se tem 100 ovelhas e, ao trazê-las do campo, percebe que está faltando uma, não guarda as 99 em lugar seguro e não vai atrás  da que se perdeu? E, quando a encontra, não fica alegre, colocando-a nos ombros e volta alegre e feliz para casa? Disse também :- “Eu não vim para os que estão sãos mas, para aqueles que estão doentes. “ O amor de Jesus é infinito, mas também é justo”. Não obriga, não castiga, não amedronta ninguém, para forçar a se salvar seguindo os seus ensinamentos.
A própria vida nos coloca em situações, que às vezes não nos resta outra alternativa, senão aceitar a mão Salvadora do Cristo, que morreu por toda a humanidade, que o Criador não  queria que se perdesse. Só que...Nunca se deve esquecer de duas coisas fundamentais: a) Que somos finitos. b) Que somos falíveis e mortais.
Um dia, que ninguém sabe, nem espera, só Deus, morreremos sem sermos avisados e, mesmo que alguém perceba, já moribundo querendo lutar para ficar e, se não acertou o ritmo da sua vida com o ritmo dos conselhos deixados por Jesus, será tarde.
Mesmo sabendo que o amor infinito de Deus, até na última hora poderá  nos salvar;  mas ... se não aprendemos  nem a gostar, como iremos demonstrar naquele momento, que O amamos, naquele momento derradeiro? É para se pensar muito ...
3º ) Só quando aceitamos a Jesus como nosso único salvador; como o Messias; como o Prometido; como o  Filho de Deus feito Homem; só para que pudéssemos, convivendo com Ele, conhecê-lo e acreditarmos na realidade que o Deus Pai nos queria mostrar, para que nos salvássemos.
Deus materializou o seu grande Amor em seu filho Jesus, que descendo à Terra, vivendo como nós, com as mesmas necessidades físicas  biológicas e psicológicas, sem se corromper, apesar das tentações a que foi submetido.  
Nasceu, viveu, morreu e ressuscitou em um curto espaço de tempo, mas o suficiente para  ficar para sempre no mundo, na presença da terceira pessoa da Santíssima Trindade: o Espírito Santo.
Desde há dois mil anos atrás, quando não existiam os órgãos de divulgação que existem hoje, nem telefone, nem jornais, nem rádio, nem cinema, nem tv, nem computador.
Contudo, existiram os ARAUTOS DA PALAVRA DE DEUS, os Apóstolos que a tudo presenciaram e pregaram por toda a parte, como testemunhas fidedignas das verdades pregadas por Jesus e, morreram das formas mais cruéis, como só os Santos morrem; porque é a sublimação da sua missão.

E, hoje, ainda encontramos pessoas que acham difícil seguir os ensinamentos da vida, que Jesus nos deixou. Ainda não descobriram a satisfação, a alegria de render graças por tudo que continuamos recebendo, diariamente, em nossa vida.

Reflexão Apostólica:

“A história é um combate incessante entre Deus que chama e o homem que resiste. E no centro desta história se levanta a Cruz. Cruz que é o grande paradoxo da Bíblia e de toda a história humana: Deus, para salvar o mundo, escolheu esse meio de se fazer pregar numa cruz”.
O contexto nos informa que os discípulos evidenciaram uma fragilidade espiritual: primeiro, discutiram para saber quem era o maior (v. 46) – Jesus os exortou dizendo que no Reino temos de admitir o paradoxo de que o caminho para ser grande é ser pequeno; segundo, decidiram que quem não andava com eles não podia agir em nome de Jesus (v. 49) – Jesus demonstra que tinham de admitir a diversidade do Reino (v. 50).
Assim como os discípulos do passado nós também temos as nossas fragilidades = pecados. A solução para vencê-las está na cruz de Jesus: por ela ficamos livres da condenação e temos acesso à perfeição = poder contra o pecado por meio de um processo “auto-crucificação” = “auto-negação” do pecado = renúncia do pecado. Como se dá a nossa crucificação?

“Completaram-se os dias” de Jesus ser “assunto” = ser glorificado, mas antes da glorificação, Ele teria de ir para Jerusalém = ir para a cruz = ir para a morte. Se não houvesse morte não haveria glorificação (Fp 2,5-11). Em Cristo temos acesso à gloria do céu, mas antes de chegar lá precisamos passar por um caminho de morte ao pecado.

A morte de Jesus de Jesus tinha local, dia e hora marcada e Ele não foge dela: Ele manifestou “intrépida resolução de ir para Jerusalém” (v. 51) “decisivamente” (v. 53) foi para Jerusalém. Somos o povo convocado para morte (2Co 4,7-11): só vive plenamente o cristianismo quem canaliza sua vontade para o abandono do pecado.

Os “mensageiros” foram parceiros de Jesus no processo de concretização da sua crucificação. Nós hoje, igualmente, na caminhada de crucificação = luta contra o pecado, precisamos da força comunitária. A luta contra o pecado não é uma luta solitária, é uma luta solidária. Juntos venceremos com mais eficiência as forças malignas que querem nos escravizar no pecado.

Os samaritanos, que não se davam com os judeus, não deram guarida a Jesus. Ir para a cruz = ir para a morte do pecado = ir para a santificação será sempre uma guerra de muitas batalhas que envolve o sofrimento (2Tm 3,10-12).
Os discípulos evidenciaram de novo sua fragilidade (v. 54). Jesus a denunciou (v. 55) e revelou, uma vez mais, que sua missão não era destruir mas construir a salvação (v. 56). Na medida que passamos pela crucificação = combate incessante ao pecado = santificação, Jesus nos usará cada vez mais para cumprirmos a missão de proclamar a salvação que Ele promoveu na cruz de Jerusalém.

Se você não creu em Cristo, precisa “ir a Jerusalém” crendo nele como seu Salvador. Se você já creu, precisa “ a Jerusalém” com Ele num processo contínuo e determinado de negação do pecado. Quais são os pecados mais comuns da sua vida? Qual tem sido a sua decisão de enfrentá-los? O que você fará agora em decorrência desta reflexão? Que propósito específico você tomará agora? 

Propósito:
Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.

domingo, 29 de setembro de 2013

EVANGELHO SEGUNDA FEIRA 30 SETEMBRO S. JERÔNIMO



Lucas 9,46-50

"Os discípulos começaram a conversar sobre qual deles era o mais importante. Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando. Então pegou uma criança e a pôs ao seu lado. Aí disse:
- Aquele que, por ser meu seguidor, receber esta criança estará recebendo a mim; e quem me receber estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que é o mais humilde entre vocês, esse é que é o mais importante.
João disse:
- Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo.
Então Jesus disse a João e aos outros discípulos:
- Não o proíbam, pois quem não é contra vocês é a favor de vocês.
"  


Meditação
A preocupação acerca de quem era o MAIOR no grupo de doze de Jesus é revelada nos relatos dos Evangelhos.  De acordo com o evangelista Lucas, pelo menos em dois momentos o Senhor tratou desta questão: Lc 9,46-50 (também relatado por Mc 9,33-41 e Mt 18,1) e Lc 22,24-29.
 A tarefa que Jesus se impôs de formar seus discípulos nas questões do Reino agora se entorpece com a forma de sentir e pensar de seus discípulos, que obedece à formação cultural e à tradição da época.

Depois de todas as manifestações externas, que entre outras inclui a ressurreição dos mortos e a cura dos enfermos, Jesus olha para dentro do grupo de discípulos e percebe que eles seguem pensando com a lógica do anti-reino.

Ante o reiterado anúncio da paixão e morte de Jesus, eles se perguntam quem ficará com o poder. O evangelho afirma que surgiu uma discussão sobre quem era maior entre eles. Ante esta preocupação ambiciosa, a resposta de Jesus é desconcertante: " O menor entre vocês será o maior".

Esta é a lógica do Reino: a autoridade e autenticidade não derivam do status, do cargo ou dinheiro, mas da capacidade de serviço entre os irmãos; ali reside a força da nova comunidade-sociedade formada para o Reino.
O Evangelho de hoje está constituído por duas pequenas unidades que têm como tema o significado da “grandeza” no Reino de Deus.
Os discípulos discutiam sobre quem deles seria o maior. Nunca se acabaria a luta contra a ambição? Finalmente chegariam a entender de que se tratava este assunto do Reino? Então Jesus sentou-se, como um mestre, chamou aos doze e tomando uma criança, colocou-a a seu lado e lhes disse: “O que recebe esta criança em meu nome, é a mim que recebe, e aquele que me recebe, recebe aquele que me enviou. O menor entre vocês é realmente o maior”.
A atitude de Jesus é um gesto verdadeiramente pedagógico: Jesus põe uma criança ante os discípulos e a declara protótipo da grandeza no Reino de Deus. A partir deste gesto, Lucas elabora uma corrente de sentenças impregnadas de matizes característicos de sua igreja.

A criança não será um exemplo de inocência ou pureza; a criança é um ser frágil, sem poder, sem pretensões, sem autoridade; não tem nada que dizer na sociedade e deve limitar-se a obedecer às ordens que lhe dão os maiores, só pode “receber” com alegria o que se lhe oferece.
O chamado de Jesus a seus discípulos é que renunciem às pretensões sobre o Reino e aceitem com valentia o que se lhes oferece. Os discípulos devem mudar substancialmente seu conceito sobre a grandeza.
O fazer-se como crianças não significa voltar a ser o que se foi, mas renunciar ao poder e optar pela humildade e o serviço aos demais, como única possibilidade de ser parte no Reino de Deus.
A segunda parte do evangelho de hoje mostra a preocupação dos discípulos pelo prestígio e a posição elitista que se expressa em seu rechaço daquele que, mesmo não sendo do grupo dos doze, realiza ação de cura em nome de Jesus.
A reação de Jesus é imediata: rechaça explicitamente esta atitude elitista e sectária do grupo. O erro que os discípulos cometeram foi pensar que o “desconhecido” que invocava o nome de Jesus lhes fazia competição.
Jesus pensa de outra maneira e nos convida a que pensemos como Ele. Convida-nos a que sejamos abertos a outras pessoas, grupos e movimentos e trabalhemos por uma causa comum: o Reino de Deus.
Nós, a comunidade dos seguidores de Jesus, devemos estar dispostos a tolerar e aceitar a TODOS os que trabalham para instaurar no mundo um novo projeto social.
Reflexão Apostólica:
A tarefa que Jesus se impôs de formar seus discípulos nas questões do Reino agora se entorpece com a forma de sentir e pensar de seus discípulos, que obedece à formação cultural e à tradição da época.

Depois de todas as manifestações externas, que entre outras inclui a ressurreição dos mortos e a cura dos enfermos, Jesus olha para dentro do grupo de discípulos e percebe que eles seguem pensando com a lógica do anti-reino.

Ante o reiterado anúncio da paixão e morte de Jesus, eles se perguntam quem ficará com o poder. O evangelho afirma que surgiu uma discussão sobre quem era maior entre eles. Ante esta preocupação ambiciosa, a resposta de Jesus é desconcertante: " O menor entre vocês será o maior".

Esta é a lógica do Reino: a autoridade e autenticidade não derivam do status, do cargo ou dinheiro, mas da capacidade de serviço entre os irmãos; ali reside a força da nova comunidade-sociedade formada para o Reino.

Jesus hoje nos dá uma grande lição. Acolher os que são desprezados. Investir uns dez ou vinte minutos do nosso tempo para contar umas piadas para o porteiro, para dar um bom dia gostoso a faxineira, e lhe perguntar, como vai?  Jesus está nos dizendo que podemos ser mais gentis com os humildes, dizendo Feliz Natal aos excluídos em geral...

O Evangelho de hoje trata de um assunto que nunca sai de moda: a vaidade. O desejo de se sentir importante é um dos mais primitivos do ser humano, e cai como uma luva para o primeiro dia do mês missionário.

Jesus nunca olha para uma pessoa, mas sempre olha através da pessoa. Quando olhamos para alguém, não percebemos o que aquela pessoa está passando, pensando, sentindo... Isso nós só conseguimos saber quando nos anulamos e nos colocamos no lugar da outra pessoa. Jesus foi, então, o maior de todos os psicólogos que já existiu... Ele sondava o coração, e era capaz de ser aquela pessoa.

Na passagem de hoje, Ele sondou o coração dos discípulos e sentiu que eles se perguntavam quem, dentre os 12, seria o maior.

Eles eram humanos como nós, e dentro do grupo, procuravam uma posição de destaque. Observe que Jesus não coloca todos no mesmo patamar. Jesus admite que há a possibilidade de alguém ser maior que os outros. Existe uma hierarquia no Reino dos Céus! Mas essa hierarquia é o inverso da nossa.

Aqui, neste mundo, quanto maior for a sua posição, mais inacessível você se torna. Na hierarquia de Jesus, quanto mais acessível você for, maior a sua posição. Viu como inverte duplamente? Neste mundo, você cresce e se torna inacessível; no Reino dos Céus, você se torna acessível e cresce!

As pessoas têm medo/resistência em falar com você? Algo está errado... O primeiro passo é assumir. Se você não assumir, não vai conseguir nem passar para o segundo passo: descobrir o porquê.

A maioria das pessoas quer interagir mais, ter mais e melhores amigos. Mas elas precisam se ver em você... encontrar a abertura, que pode ser na forma de um sorriso, uma brincadeira, ou até em você saber o nome dela... E esse já é o terceiro passo: abrir-se. Em pouco tempo, você já vai ser tão solicitado, que não vai dar nem conta de tanta responsabilidade.

O missionário do Reino, portanto, não pode desprezar ninguém! É claro que o menino que Jesus tomou em seus braços nesta passagem, representa não só as crianças, mas todos os que são "pequenos" para este mundo.

A segunda parte do Evangelho de hoje trata das pessoas que não são do grupo dos discípulos, mas que usam o nome de Jesus para expulsar demônios. Dá para perceber alguma semelhança com o que vemos hoje?

Alguns cristãos fazem exatamente isto. E a resposta de Jesus também serve para nós. Não devemos proibir. Desde que façam o bem às pessoas, estaremos no mesmo time. Caso utilizem do nome de Jesus para tirar proveito próprio, eles é quem irão prestar contas, quando chegar o momento.
      
Propósito:
Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu semelhante, de modo especial, os mais necessitados, pois nisto consiste minha verdadeira grandeza de discípulo.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Evangelho 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 29 SETEMBRO



Lucas 16,19-31

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’. 

 
 
Meditação: 
Esta parábola é uma seqüência de parábolas mencionadas por Jesus no Evangelho de Lucas, a do filho pródigo, o administrador infiel e automaticamente a parábola do rico e Lázaro.
Existe uma suposição de que Jesus queria dizer através desta parábola que os homens bons e maus recebiam suas recompensas após a morte, porém esta alegoria contradiz dois princípios:
1º) Um dos princípios mais relevantes de interpretação, é que cada parábola tem um propósito de ensinar uma verdade fundamental.
2º) O sentido de cada parábola deve ser analisado a partir do contexto geral da Bíblia.
A parábola do rico e Lázaro tem o propósito de ensinar que o destino futuro fica determinado pelo modo que o homem aproveita as oportunidades nesta vida.
Em conexão com o contexto da parábola anterior do administrador infiel. “Se, pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” (Lc 16,11).
Sendo assim, compreende-se que os fariseus não administravam suas riquezas de acordo com a vontade divina, e por isso estavam arriscando seu futuro, perdendo a vida eterna.
Portanto, fica estabelecido que interpretar esta parábola de forma literal, resultaria em ir contra os próprios princípios encontrados nas escrituras. Fosse essa história uma narrativa real, enfrentaríamos, o absurdo de ter que admitir ser o ‘seio de Abraão’ o lugar onde os justos desfrutarão o gozo, e que os ímpios podem se ver e falar uns com os outros.
Esta passagem ilustra, através de uma imagem, o resultado de uma vida orientada para o serviço dos bens materiais ou para o serviço do plano divino. Lucas nos fala da incompatibilidade entre o seguimento de Jesus e o serviço à riqueza, e para tornar o tema mais redundante, apresenta-nos esta parábola que, como nas demais, mostra também algum aspecto particular do que Jesus concebe como a realidade do reino de Deus.

Há uma clara advertência sobre a impossibilidade de servir a Deus e ao dinheiro, como nos fala a Campanha da Fraternidade. A conseqüência mais imediata é o esquecimento das mínimas relações de justiça e da finalidade da vida em si.

O rico da parábola não foi parar no lugar indicado por Jesus por uma decisão divina, mas é o lugar que ele mesmo escolheu desde o momento em que perdeu, por decisão própria, o horizonte de seu destino; os bens materiais têm que ser os meios pelos quais o ser humano vai se realizando, porém, desde o momento em que deixam de ser os meios para se tornarem os fins em si mesmos, começa a curva para a desumanização, e este é o caso homem rico da parábola.

Estamos ante dois extremos da condição social e religiosa que revelam por onde vai o querer de Deus. O rico, que conhecia a lei e os profetas, não foi capaz de assumir uma atitude generosa, solidária e comprometida para dignificar os pobres que o rodeavam.

Lázaro, em troca, abandonou-se por completo nas mãos de Deus. O pobre recebe assim ajuda divina e se converte em critério para o julgamento definitivo dos seres humanos.

A parábola permite ver com clareza a sorte dos egoístas que depositaram toda a sua confiança na riqueza. O desejo tardio de conversão já não é suficiente para a própria salvação; por isso sublinha a importância de ler os sinais dos tempos e escutar a voz de Deus nos profetas e no clamor dos pobres. É aí onde a bondade e o amor devem tornar-se realidade.

Muitas pessoas apostam que a plenitude da vida e da felicidade se encontra na riqueza; basta olhar a correria de pessoas por empregos ou negócios que ofereçam enormes salários, e sempre insatisfeitas com o que vão conquistando.

É a diabólica pedagogia que tem dividido o nosso mundo em milhões de “lázaros”, obrigados a catar lixo, a comer sobejos que caem das mesas dos ricos, ou morrer de fome. Uma pedagogia que, infelizmente, parece ter se transformado em religião no nosso mundo e que é uma das razões dos piores males da humanidade.

O ser rico não é mais um sonho de alguns que ficavam observando a fabulosa vida que leva quem chegou a ser um “tio patinhas” da vida, mas se tornou uma verdadeira obsessão, que ameaça cancelar os verdadeiros desejos do coração, aqueles que Deus inspira e tem como sonho “amar até doar-se em plenitude”.

Infelizmente, parece que é a fábula do momento: uma fábula cultivada de tantas revistas e livros especializados em como “enriquecer juntos”, “o segredo das mentes milionárias” etc, sem por um único momento, pensar que atrás da fachada de luxo e ostentado bem estar, muitas vezes está uma tristeza que é sinal do vazio do coração. Nada pode dar a verdadeira felicidade se não o amor que se faz dom e não posses.

Lucas denuncia o mau uso do dinheiro por parte de alguns à custa da miséria de tantos. Na parábola do homem rico e do miserável Lázaro, Jesus descreve a vida terrena de ambos: os dois extremos da sociedade.

O rico tem um estilo de vida alto, suas roupas são das grifes mais caras, elegantes e luxuosas. Ele usa a sua riqueza para levar uma vida cheia de prazeres. O sentido da vida pra ele é o prazer das coisas materiais. O que o separa do miserável

Lázaro é apenas a porta de sua casa. Ele não acolhe o pobre. Este leva uma vida dura; não só é desprovido de bens, mas se encontra doente e desabrigado. Seu corpo não é coberto de roupas finas, mas de muitas feridas. Ele quer matar sua fome com o sobejo da mesa do rico. Sua companhia são os cães sujos que se aproximam dele para lamber-lhe as feridas. Faminto e doente, vive na sujeira das ruas. Mas, diferentemente do rico, Jesus faz questão de lembrar o seu nome: Lázaro (Deus ajuda). Na extrema pobreza, ele não perde a confiança, mas é convicto de que Deus o ajuda.

Morre o miserável, único instrumento de salvação do rico. Morre também o rico. A morte os torna iguais. Não há como escapar dela. E a este ponto, o destino deles se inverte completamente.

O que é descrito sobre a vida depois da morte dos protagonistas da parábola não quer ser uma descrição precisa da vida eterna; mas quer caracterizar a radical diversidade entre a vida daquele que um tempo foi rico e a do que foi pobre.

Lázaro é levado para o seio de Abraão, para o banquete festivo. Quanto ao rico, dois elementos mostram como mudou a sua situação. Ele que vivia no luxo, agora é rodeado de fogo e grandes tormentos. Ele que tinha a sua disposição comidas finas e bebidas importadas, agora implora por uma simples gota d’água.

Na vida terrena, Lázaro faminto tinha lhe pedido os restos da sua mesa sem receber nada. Agora, é o rico que pede uma gota d’água na ponta do dedo de Lázaro e não pode recebê-la. Tarde demais! O modo no qual empregou sua riqueza e consumou a sua vida o reduziu a uma condição na qual sofre dor e tormento.

O rico reconhece tanto que o modo que conduziu sua vida estava errado que queria que Lázaro fosse avisar aos seus irmãos para mudarem de vida a fim de evitar aquele trágico destino. 

Abraão não permite e responde: “Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem” Pra evitar esse destino, é necessário escutar a Palavra de Deus, pois ela mostra a vontade de Deus, a orientação para uma vida justa. Nela, é expressa a nossa responsabilidade social com relação aos mais pobres. Mas somente seremos capazes de praticá-la se tivermos um coração bom e aberto.

O coração cego é endurecido pelo egoísmo e não se interessa por Deus nem pelo próximo. Jesus nos convida sempre a tomar consciência dos verdadeiros problemas do mundo e a atuar num empenho cristão, que não se limita a alguma esmola, mas procura ir às causas da desigualdade, das injustiças, com obras de partilha e de solidariedade.

Quantas coisas supérfluas nós temos? Quanto tempo da nossa vida desperdiçamos com coisas inúteis? Quantas coisas podemos fazer pelos mais necessitados e não o fazemos? Ele não nos condena se usarmos coisas materiais boas, o que ele denuncia é se isso significa egoísmo e indiferença para com os nossos irmãos mais necessitados.
 
Reflexão Apostólica:

Vivemos num mundo onde a falta de sensibilidade diante da dor do outro é cada vez mais generalizada. Urge reagir como cristãos.

Este texto do evangelho de Lucas é a mais expressiva parábola quanto à denúncia da sociedade dividida, de um lado ricos que tudo usufruem e de outro lado pobres privados dos bens necessários à vida digna.

O cenário de fundo, com o juizo final e a condenação do rico e a consolação do pobre aponta para a condenação e a proposta de mudança do sistema sócio-econômico que, hoje, garante a riqueza e o poder de uma minoria, a partir da exploração da maioria excluída, empobrecida e sofredora. Todos, sem exclusões, são convidados a se empenharem nesta mudança, a favor da vida.
As lições apresentadas nesta parábola são claras e convincentes, porém os justos ou injustos receberam suas recompensas somente no dia da ressurreição.
Na verdade esta parábola traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o pobre que nele depositava confiança. Os Judeus criam ser a riqueza um sinal das bênçãos de Deus pelo fato de serem descendentes de Abraão, e a pobreza indício, do seu desagrado para com os ímpios.
O problema não estava no fato do homem ser rico, mas sim por ser egoísta. A má administração dos bens concedidos por Deus havia afastado os fariseus e os Judeus da verdadeira riqueza, que é a vida eterna, esqueceram do segundo objetivo que se encerra na lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Este texto evangélico também é um dos mais fortes na argumentação de que uma vez tendo morrido, nenhum de nós “tem permissão” de Deus para voltar a este mundo, nem que seja para dar um bom conselho a um familiar.

Com o exemplo do rico e do pobre Lázaro, Jesus nos revela mistérios da realidade mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso porto final, o céu.

O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim ele se refestelava na sua própria “felicidade”.

No entanto, mesmo sabendo da existência do pobre, o rico ignorava a sua situação, e deixava-o caído à sua porta esperando que alguma coisa lhe sobrasse quando “a festa” findasse.

Se formos prestar atenção a este quadro, chegamos à conclusão que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade.

O que nós precisamos estar atentos (as) é que assim como o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”, como nos revela Jesus. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos induzi a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer.

Se nós tivermos uma idéia da vida só para ser uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza nós iremos ser “enterrados” (as).

No entanto, se concebermos a idéia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham para o Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão.

Contudo, isso não depende apenas do nosso saber, ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra nós já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoas com TODOS.

Não apenas com aqueles (as) que são para nós os mais queridos (as), não somente para com os “ricos”, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida e santidade. Jesus abriu para nós um cenário real, o qual nós não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela.

Para onde vamos, só Deus sabe, mas nós podemos ter uma idéia, dependendo do que nós estivermos colocando em prática. O rico não foi enterrado porque era abastado, nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram.

Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores.

Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. No entanto, ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza. Há, porém, outra coisa importante que nós precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora!

Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco nós podemos de lá fazer com que aqueles que nós temos interesse que escapem possam se redimir. No entanto, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!”

Isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. Quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreender os ensinamentos de Jesus, nós também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra.

Quais os bens que você tem recebido na vida? Você os tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta?  Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas? Qual é a idéia que você tem da vida após a vida aqui na terra? Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?
Propósito:
Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele

EVANGELHO SÁBADO 28 SETEMBRO



 
 Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,43b-46

"Todos estavam admirados com o que Jesus fazia, e ele disse aos discípulos:
- Não esqueçam o que vou dizer a vocês: o Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens.
Mas eles não entenderam isso, pois o que essas palavras queriam dizer tinha sido escondido deles para que não as entendessem. E eles estavam com medo de fazer perguntas a Jesus sobre o assunto.
"
 

Meditação:

Os três evangelistas sinóticos registram três "anúncios da paixão". São as falas de Jesus aos discípulos, enquanto caminhavam para Jerusalém, prevenindo-os sobre a previsível e fatal perseguição que sofreria nesta cidade.

Seguindo a leitura continuada de Lucas, encontramos dois fios condutores em aparente contradição. Por uma parte, as palavras e as obras de Jesus, ou seja, sua práxis, desperta grande admiração em alguns e profunda inquietação em outros, sobretudo em seus adversários.

Em segundo lugar, Jesus responde a esta admiração do povo com o anúncio de sua paixão. Duas posições opostas, pois se todo mundo o admira, então como é possível que vá padecer e morrer na cruz?

Certamente, a qualquer um de nós confundem estas situações opostas. Os discípulos não conseguem ligar a fama que Jesus está adquirindo com o anúncio de seu destino sofredor.

É que seguir um mestre assim torna-se cômodo e atrativo. Mas seguir um mestre que carregue a cruz até morrer nela como sinal do autêntico messianismo, torna-se pouco atraente e, pelo contrário, provoca confusão e rejeição.

Isso não acontece somente aos discípulos, mas a qualquer um de nós, pois é muito cômodo dizer que se segue a Jesus sem assumir sua cruz, mas quando se entende o que significa o seguimento, então se pensa duas vezes no fato. Estamos dispostos a seguir Jesus até a cruz?

Diante de tanta gente que procurava Jesus por causa das coisas que Ele fazia e das palavras que saíam de sua boca, Ele adverte aos seus discípulos que não ficassem com os olhos e as mentes na admiração e não se deixassem levar pela correnteza do povo que a Ele fluía.

Aquele que o povo procura ver, o homem que faz milagres, que alimenta o povo como que por “mágica” e não o Filho do Homem, o Filho do dono de tudo quanto existe, mas que para salvar os homens seus irmãos, deveria morrer numa cruz.

Cristo insiste em anunciar a Sua Paixão e Morte. Primeiro veladamente à multidão, e depois com mais clareza aos discípulos no Evangelho de hoje. Estes, porém, não entendem as Suas palavras, não porque não sejam claras, mas pela falta das disposições adequadas, pela falta de fé.

Talvez você também fique chocado: como é possível o Filho do dono da vida morrer? Se isso tiver de acontecer contigo é sinal de que ainda não chegou para ti o entendimento pleno do mistério do sofrimento, o significado da cruz. E então deves escutar o comentário de São João Crisóstomo: “Ninguém se escandalize ao contemplar uns Apóstolos tão imperfeitos, porque ainda não tinha chegado a Cruz nem tinha sido dado o Espírito Santo.”

Os discípulos tinham uma admiração e carinho extraordinários por Jesus. Percebendo isso, Jesus avisou-os: O Filho do Homem será entregue aos homens. Para nós, que sabemos o que Jesus passou da Quinta-feira Santa até a Crucificação, essa frase de Jesus é muito clara, mas o que tem de mais interessante no Evangelho de hoje é fazer o exercício de se colocar no lugar dos discípulos, e tentar entender o que se passava em seus corações e mentes.

O Evangelho de Lucas diz que os discípulos não alcançaram o sentido, e tinham medo de perguntá-lo a respeito. Eles não alcançaram o sentido porque não se passava em suas cabeças que Jesus poderia ser entregue à morte! E tinham medo de perguntá-lo porque sabiam que não iriam gostar do que iriam ouvir.

Os discípulos admitiram a fragilidade de não fazerem perguntas a Jesus sobre esse assunto porque tinham medo. Será que nós também não temos medo de saber sobre algum assunto desagradável?

Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus sobre o que Ele estava falando, certamente poderiam ter se preparado melhor para os acontecimentos… Se o exame tivesse sido analisado a tempo, uma vida poderia ter sido salva… Se o assunto delicado tivesse sido conversado com calma, talvez muitos aborrecimentos pudessem ter sido evitados…

É preciso que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos homens para que nós tenhamos a vida e vida em plenitude.
E quem no-lo confirma é o próprio Jesus: se o grão de trigo caído na terra não morre, permanece só. Mas se morre dá muito fruto.

A vida autêntica vai ser entregue nas mãos dos homens, para que os homens a possuam. Pois, na lógica humana, só é vivo quem tem a vida e para nós a termos é necessário que alguém a conceda. E então se justifica a entrega da vida de Jesus aos homens.

É através de sua aceitação que se rompe com a ideologia de uma sociedade que busca sua segurança na acumulação do dinheiro e no poder opressor. Colocando-se a sua segurança em Deus encontra-se a felicidade e a liberdade para a construção da justiça e da paz.

Para muitos cristãos, a proximidade da morte e entrega generosa da vida por causa de Jesus ainda causa medo e temor; mas Jesus nos anima a continuar o caminho. Se formos verdadeiros discípulos, continuaremos com o mestre até a manhã da nossa Páscoa.

No Evangelho segundo João 10,10 Jesus diz: eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Como a teríamos em plenitude se Ele não morresse na cruz?

Reflexão Apostólica:

Quanta sutileza na mensagem que o Evangelho nos traz no dia de hoje...
   
Os discípulos tinham uma admiração e carinho extraordinários por Jesus. Percebendo isso, Jesus avisou-os: "O Filho do Homem será entregue aos homens."

Para nós, que sabemos o que Jesus passou da Quinta-Feira Santa até a Crucificação, essa frase de Jesus é muito clara, mas o que tem de mais interessante no Evangelho de hoje é fazer o exercício de se colocar no lugar dos discípulos, e tentar entender o que se passava em seus corações e mentes...

O Evangelho de Lucas diz que "os discípulos não alcançaram o sentido, e tinham medo de perguntá-lo a respeito." Eles não alcançaram o sentido porque não se passava em suas cabeças que Jesus poderia ser entregue à morte! E tinham medo de perguntá-lo porque sabiam que não iriam gostar do que iriam ouvir.

Os discípulos admitiram a fragilidade de não fazerem perguntas a Jesus sobre esse assunto porque tinham medo. E nós, será que também não temos medo de saber sobre algum assunto desagradável?

Na área da saúde, existem casos de pessoas que recebem um exame e guardam. Não querem saber o resultado. Como se isso ajudasse! E muitas vezes o problema poderia ser resolvido, se fosse tratado logo!

Ou então, os problemas de relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos, irmão com irmão, namorado e namorada... que evitam falar sobre "aquele" assunto delicado, e ao invés de resolver logo o problema, vão adiando... até quando for possível.

Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus sobre o que Ele estava falando, certamente poderiam ter se preparado melhor para os acontecimentos... Se o exame tivesse sido analisado a tempo, uma vida poderia ter sido salva... Se o assunto delicado tivesse sido conversado com calma, talvez muitos aborrecimentos pudessem ter sido evitados...

Por isso, CORAGEM! Se não entendeu, PERGUNTE! Se suspeita de alguma doença, PROCURE UM MÉDICO LOGO! Se um assunto importante ficou pendente, ESCLAREÇA! Não espere para resolver de última hora, pois dificilmente você vai ter a cabeça fria, o tempo necessário para pensar no que fazer, ou as condições físicas para reagir adequadamente...

E se precisar pedir ajuda, PEÇA! Você nem imagina quantas pessoas gostariam muito de poder ser útil a você...
      
Propósito:
Senhor, dá-me a graça de entender que a vida autêntica de fé e de missão é entrega e doação plena como vós mesmos fizestes. Que eu seja um dom, uma doação para os meus irmãos e irmãs. O mistério da Cruz, que não é outro senão o mistério Pascal da salvação do mundo em Cristo morto e ressuscitado domina toda a vida de Jesus. Para os discípulos de todos os tempos, ele será sempre uma realidade misteriosa, difícil de ser acreditada. No entanto, é nele que se revela todo o mistério de Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Evangelho sexta feira 27 setembro S. Vicente de Paulo




Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,18-22

"Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
- Quem o povo diz que eu sou?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
Pedro respondeu:
- O Messias que Deus enviou.
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou:
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
"
 

Meditação:

Nos três evangelistas sinóticos encontramos esta narrativa sobre a identidade de Jesus. Contudo, cada evangelista lhe dá uma interpretação particular.

Em Marcos, o primeiro a escrever seu evangelho, a narrativa é como que uma introdução à segunda parte de seu evangelho, caracterizada pelo caminho de Jesus em direção a Jerusalém. Nela temos o primeiro "anúncio da paixão", o qual seguido de mais outros dois, que virão, demarcarão este caminho cujo desfecho é a crucifixão e morte de Jesus.

Enquanto que em Marcos o diálogo entre Jesus e Pedro é tenso, Lucas ameniza este diálogo, colocando-o em um momento de oração de Jesus e removendo a troca de repreensões entre Pedro e Jesus. Está em questão a identidade messiânica davídica de Jesus. Na narrativa de Marcos, e aqui, em Lucas, a identificação de Jesus como o messias davídico é rejeitada por Jesus.

Em Mateus esta identificação é exaltada. Pode-se perceber que Mateus se adapta às comunidades de cristãos judeus para as quais escreve seu evangelho.

Lucas nos apresenta hoje a preocupação de Jesus sobre o conceito que as pessoas tem e fazem da Sua pessoa e então faz aos discípulos a inquietante pergunta: “Quem dizem as pessoas sobre quem é o Filho do Homem?”

O interessante disso tudo é que os discípulos escutavam os mesmos comentários que chegaram aos ouvidos de Herodes: que Jesus era ou João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas antigos, que ressuscitou.

O que Jesus realmente queria saber era o que os seus discípulos pensavam a respeito dele. E nesse momento é Pedro quem toma a iniciativa da resposta e erguendo a voz diz: Tu és o Cristo de Deus!

A palavra Cristo vem do grego, é uma tradução literal de Messias, e significa ungido. Esta resposta de Pedro tem todo um significado, e é sobre isso que vamos refletir hoje.

Os livros proféticos do Antigo Testamento falam da vinda do Messias, o Salvador. E atribui a Ele o poder de curar os doentes, expulsar demônios, e trazer a paz ao povo. João Batista sabia disso.

É por isso que quando ele mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era o Messias, Jesus pediu que os discípulos de João o acompanhassem durante aquela tarde enquanto Ele realizou a cura de cegos e aleijados.

Depois disso, Jesus disse aos discípulos de João que voltassem para dizer o que tinham visto. Jesus não queria dizer, neste momento, que Ele era o Messias, pois muitas coisas ainda precisavam acontecer antes do seu martírio.

João Batista, como conhecedor das Escrituras, sabia desses sinais. Se Jesus já afirmasse desde esse momento que era a Promessa de Deus, o alvoroço e a polêmica seriam ainda maiores do que este que já estava acontecendo. E isso poderia encurtar a sua trajetória no meio de nós.

Mas então as pessoas da época não sabiam que Ele era o Ungido de Deus? O Filho de Deus? Que não deveriam esperar que viesse outro? Pois é, não sabiam. Somente os discípulos sabiam disso. E foram severamente proibidos de comentar isso com alguém até que Ele passasse pelo martírio, morte e ressurreição.

Ainda hoje os judeus esperam a primeira vinda do Messias. Para eles, Jesus foi apenas mais um profeta, que teve a sua importância, mas que não libertou o povo, como eles esperavam. O entendimento deles não permite que vejam a libertação que Jesus veio trazer… A libertação da escravidão do pecado.

Essa libertação vai muito além da libertação que eles esperavam, que era a libertação da servidão aos romanos da época, e depois a tantos outros povos ao longo da história.

A libertação que Jesus veio trazer é de dentro para fora. Você pode estar acorrentado numa prisão, e ser livre. Você pode estar doente em um leito de hospital, rejeitado pelos seus pais e estar em um orfanato ou um asilo, pode ter perdido a saúde, a dignidade, o dinheiro, a liberdade de ir e vir… e ainda ser livre.

Parece contraditório, mas é a Verdade. E a Verdade vos libertará. Nem a morte causa medo a quem tem essa liberdade. E essa é a maior prova de fé: não temer a morte.

Para Pedro, Jesus é Filho do Homem. É o Deus que se faz humano, convivendo no dia-a-dia comum entre as multidões e comunicando-lhes seu amor divino e eterno, que permanece para sempre, além da morte. E para ti quem é Jesus? A pergunta: E vós quem dizeis que Eu sou?, exige um comprometimento pessoal.

Pedro corajosamente mostrou sua crescente lealdade, ao afirmar que Jesus era o Cristo de Deus. Nesta confissão Pedro quis dizer que Jesus era o único Deus, Filho ungido para seus propósitos. Quais propósitos?

A maioria não tinha idéia, portanto Jesus não queria que seus discípulos divulgassem o que Pedro havia dito. Ao invés de um Rei ungido para sofrer e morrer por pecadores, a maioria dos judeus estavam à procura de um rei que trouxesse libertação política.

Jesus então deixou claro o preço que teria que pagar para seguir a confissão de Pedro num mundo que não apenas estava confuso a seu respeito, como também era contra seu ministério. Concordar com a confissão de Pedro significa causar conflito entre os crentes e o mundo e os levaria a negar a si mesmos, ao carregarem a cruz do discipulado.

Reflexão Apostólica:

Ontem refletimos o texto que relata a curiosidade de Herodes em torno da pessoa de Jesus. Nesse contexto, podemos situar a passagem de hoje; agora é Jesus quem pergunta a seus discípulos sobre a opinião que as pessoas tinham dele.

Aqueles que o viram ou ouviram têm a mesma opinião de Herodes de que pode ser Elias, ou um dos profetas, ou inclusive João Batista ressuscitado.

Contudo, interessa a Jesus saber o que pensam seus discípulos, seus mais próximos seguidores. Pedro responde em nome do grupo: reconhecem-no como Messias, quer dizer, o Ungido de Deus, esperado por todos como o grande libertador do povo.

Jesus ordena silêncio a seus discípulos acerca de sua identidade, pois não quer fama e ainda não tinha chegado o momento da revelação de sua identidade.
Será na cruz; é o sentido do primeiro anúncio da paixão que fecha esta passagem. O messianismo de Jesus não se revelará no poder e no prestígio humano, mas na cruz, sinal de salvação para toda a humanidade. Também a pergunta é para nós: para nós quem é Jesus? E que conseqüências traz a resposta que dermos para nosso compromisso como pessoas que acreditam nele?

Enquanto que para muitos Ele é apenas um muro de lamentações ou um refúgio em suas necessidades, para poucos Ele representa o Senhor de suas vidas, Aquele que deve direcionar todas as suas ações, e a quem submetemos o nosso corpo e a nossa alma.

Jesus adverte aos discípulos que seu seguimento é, muitas vezes, espinhoso: "O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto e ressuscitar ao terceiro dia".

Essa mesma advertência é válida para nós nos dias de hoje, onde o seguimento de Jesus exige de nós momentos de renúncia, de mansidão, de humildade e de compreensão, como nos previne o livro do Eclesiastes: "Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para tudo que acontece debaixo do céu. Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher a planta".

O discipulado de Cristo lá e aqui tem seu preço, seu custo. Dar a sua vida por amor aos seus irmãos. Esta é a mensagem para o dia de hoje.

Peçamos e oremos ao Senhor para que nos ajude a abrir mão, se preciso for, da segurança, conforto e diversões deste mundo para O seguir.
   
Propósito:
Senhor, ensine-nos a negar a nós mesmos, carregar a cruz e seguí-lo. Pois, sua promessa é: quem perder a vida por minha causa, este a salvará. Por isso, dai-nos esta graça pois só tu podes revelar-nos a identidade de teu Filho Jesus. Que também nós a conheçamos de forma verdadeira para poder, com ela , conformar nossas vidas.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Evangelho quinta feira 26 setembro




Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,7-9

"Herodes, o governador da Galiléia, ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou sem saber o que pensar. Pois alguns diziam que João Batista tinha sido ressuscitado, outros diziam que Elias tinha aparecido, e outros ainda que um dos antigos profetas havia ressuscitado. Mas Herodes disse:
- Eu mesmo mandei cortar a cabeça de João. Quem será então esse homem de quem ouço falar essas coisas?
E Herodes procurava ver Jesus.
"  

Meditação:

O evangelista Lucas narra esta interrogação de Herodes sobre Jesus por ocasião do envio dos Doze em missão pela Galiléia, território não muito extenso, que estava sob sua jurisdição. Recebendo notícias da crescente atividade de Jesus e seus discípulos, Herodes alarma-se, parecendo-lhe que se repetia a mesma agitação ocorrida com João Batista.  E por isso procura ver e saber quem é este homem de quem se ouve falar tanto.

Herodes estava ciente de que mandara degolar João Batista para ver-se livre da acusação que lhe pesava em vista da sua situação de adultério. Porém, o que Herodes não sabia era que João Batista havia sido apenas o precursor do Messias e que o verdadeiro Salvador estava vivo e sendo interrogado e acusado pelos prodígios que realizava. Por isso,
“Herodes procurava ver Jesus” e se questionava sobre a Sua verdadeira identidade.

A pessoa de Jesus continua a ser questionada por aqueles(as) que ainda não tiveram com Ele uma experiência de salvação. Muitos também, hoje, O buscam, mas não têm consciência de que e porque O procuram!

Escrevem sobre Jesus sem tê-Lo conhecido e fazem suposições sobre a Sua pessoa levando muitos outros a acreditarem nas suas falsas conjecturas.

Jesus é o protótipo do homem vindo do céu, é o modelo que todo filho e filha de Deus precisam seguir para serem reconhecidos pelo Pai. Para que nós tenhamos convicção sobre quem é Jesus e qual o Seu verdadeiro papel na nossa vida nós precisamos conhecê-Lo através da Palavra, ter intimidade com Ele na oração, na adoração, na Eucaristia.

Neste mundo, o Senhor só é visto quando as pessoas querem vê-lo. Não há de que nos espantarmos. Mesmo na Ressurreição, só foi dado ver Deus aos que tinham o coração puro:
“Bem-aventurados os corações puros, porque verão a Deus” (Mt 5,8).

Quantos bem-aventurados não tinha Jesus enumerado já e, contudo, não lhes tinha prometido esta possibilidade de verem Deus. Se, portanto, aqueles que têm o coração puro hão de ver Deus, seguramente que os outros não o verão; aquele que não quis ver Deus não pode ver Deus.

Porque Deus não se vê num lugar, mas, através de um coração puro. Não são os olhos do corpo que procuram Deus; ele não é captado pelo olhar, nem tocado pelo tato, nem ouvido numa conversa, nem reconhecido numa atitude. Julgamo-lo ausente e vemo-lo; está presente e não o vemos. Aliás, nem todos os apóstolos viam Cristo; foi por isso que ele lhes disse:
“Há tanto tempo que estou convosco e ainda não me conheceis?” (Jo 19,9)

Com efeito, todo aquele que conheceu qual é “a largura, o comprimento, a altura e a profundidade - o amor de Cristo que ultrapassa todo o conhecimento” (Ef 3,18-19), esse viu também Cristo, viu também o Pai. Porque, no que nos toca, não é segundo a carne que conhecemos Cristo (2 Cor 6,16), mas segundo o Espírito: “O Espírito que está diante da nossa face é o Ungido do Senhor, o Cristo”. Que Ele se digne, na sua misericórdia, cumular-nos com toda a plenitude de Deus, a fim de que O possamos ver!

Assim sendo poderemos apresentá-Lo àqueles que ainda não O conhecem para que tenham também um encontro com a Salvação.

O que você fala de Jesus você o diz com conhecimento de causa? Você conhece Jesus porque lê muito sobre Ele ou porque encarna Sua Palavra como uma comida para a sua alma?

Reflexão Apostólica:
O Evangelho de hoje é fantástico para arguirmos os momentos pelos quais estamos passando e se encaixa muito bem se quisermos fazer uma reflexao em quem nós votamos.

Quem é esse (a) homem (mulher) a quem entregamos o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos. Quem é esse (a) homem (mulher) a quem demos todo o poder para decidir sobre nossas vidas. Quem é esse (a) homem (mulher) a quem entregamos tudo o que tem de mais importante para o futuro de nossa sociedade.
Muitos desses homens mascaram seu comportamento com mentiras que desinformadamente pensamos que são verdades, tão bem elas são contadas.
Muitos desses (as) homens (mulheres) assumiram compromissos com a mentira e são escravos, são submissos a grupos poderosos que não querem abandonar o poder.
Precisamos saber, profundamente quem são esses (as) homens a quem entregamos nossas cidades, nossos estados,  nosso País, nossa felicidade e a dos nossos filhos.
Quem gosta de escrever sabe que a maior parte do que pensamos, enquanto escrevemos, não vai pro papel (ou pro computador), mas fica das entrelinhas. Com São Lucas não era diferente... Nós vamos entender isto ao refletirmos sobre o Evangelho de hoje.

Na Palestina da época de Jesus era evidente que todos, em todas as cidades, ouviam falar dEle. E a grande maioria deveria sentir grande curiosidade em conhecer Jesus.

É aí que entra a sensibilidade do escritor... com a passagem de hoje, nós constatamos que até Herodes ficou admirado com o que se falava de Jesus.

Provavelmente, contaram sobre o milagre de Caná, das curas dos doentes, da multiplicação dos pães... e tudo o que parecesse sobrenatural, deixava Herodes perplexo. Ele era muito supersticioso! Por isso que ele pensou logo em João, Elias e os profetas antigos terem ressurgido dos mortos.

O Evangelho conclui dizendo que Herodes "procurava ver Jesus". Mas PARA QUÊ? Pelo que esta passagem narra, já é possível deduzir... mas para ter certeza, só precisamos passar algumas páginas adiante... quando Jesus é levado diante de Herodes na Sexta-Feira Santa.

Herodes quer ver Jesus realizar alguma "mágica". Mas Jesus não dirige sequer uma palavra para ele. Herodes não merecia nem uma palavra de Jesus. A arrogância dele era desprezível, literalmente.

PARA QUE eu quero ver Jesus? PARA QUE você quer ver Jesus? Já pensou nisso? Até Herodes queria ver Jesus, de tanto que ele ouviu falar. Normalmente, quando ouvimos falar muito de alguém, ficamos curiosos para conhecê-lo. Você já ouviu alguém dizer para você: "Ah, então você é _____, ouvi muito falar de você!" E você diz: "Falaram bem ou mal?" 

Jesus não só ouve falar muito de n´s, como também está sempre por perto, pronto para nos ajudar, caso precisemos e peçamos a ajuda d'Ele.

Ele está muito ansioso para ver cada um de nós... Sabe PARA QUÊ? Para fazer-nos pessoas felizes, agora e para sempre. E esta é uma frase que está cheia de entrelinhas, pois a maneira que Jesus pretende fazer isso é especial para cada pessoa.

A mensagem de hoje então é: PARA QUE VOCÊ QUER VER JESUS? Agora que você sabe PARA QUE Jesus quer vê-lo, fica mais fácil responder essa pergunta? A pergunta natural que irá surgir, quando você fizer sua reflexão pessoal será... COMO EU FAÇO PARA VER JESUS? A resposta para essa pergunta fica para outro dia...
      
Propósito:
Pai, diversamente dos inimigos de Jesus, eu também quero vê-Lo. Quero conhecer a identidade e a missão de teu Filho, pois é por ele que me guiarei para ser fiel a ti.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Evangelho quarta feira 25 setembro






Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,1-6
 "Jesus chamou os doze discípulos e lhes deu poder e autoridade para expulsar todos os demônios e curar doenças. Então os enviou para anunciarem o Reino de Deus e curarem os doentes. Ele disse:
- Nesta viagem não levem nada: nem bengala para se apoiar, nem sacola, nem comida, nem dinheiro, nem mesmo uma túnica a mais. Quando vocês entrarem numa cidade, fiquem na casa em que forem recebidos até irem embora daquele lugar. Mas, se forem mal recebidos, saiam logo daquela cidade. E na saída sacudam o pó das suas sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente.
Os discípulos então saíram de viagem e andaram por todos os povoados, anunciando o evangelho e curando doentes por toda parte.
 Meditação: 
 O envio dos doze, de um lado, não é nenhuma surpresa. Mateus nos informa pouco antes de sua conta de comissionamento do Senhor dos doze que Jesus instruiu seus discípulos a orar por trabalhadores para a colheita (Mt 9,38).
 O envio dos 12 (e mais tarde 70) é uma resposta parcial a esta oração. Nós também estamos em débito com Mateus (10:2-4) para nos dizer os pares daqueles que são enviados dois a dois:

Jesus dá aos Doze “poder e autoridade” e fixa uma tarefa e uma exigência. O poder que ele lhes transmite é o de amar incondicionalmente todos os seres humanos, especialmente os pobres e pecadores. A autoridade é a que nasce de uma interpretação transformadora da Escritura.

Diferente do poder de dominação que todos os grupos religiosos e políticos utilizam para manipular as demais pessoas, Jesus exerce um poder restaurador que reconcilia os seres humanos entre si, com a natureza e com Deus. A tarefa é continuação da que o mesmo realiza: lutar contra o mal, curar doenças, libertar da escravidão e anunciar a Boa Nova. A exigência é a mesma que ele assume: liberdade no caminho e gratuidade na casa.

O excesso de suprimentos atrasaria a atividade evangelizadora e a construção de casas próprias tiraria o foco do fundamental. O evangelho que os Doze comunicam mudará a situação de todas as pessoas que escutam essa mensagem e a convertem num padrão de vida.
O anúncio da palavra e o amor dos discípulos libertam os pobres deprimidos em seu espírito e valoriza-os, dando-lhes vida, dignidade e iniciativa. Os pobres e excluídos, transformados pela Palavra de Deus, passam a formar comunidades que vivem a fraternidade e a partilha, como células do mundo novo possível.

Como discípulos de Jesus, temos a oportunidade e a missão de levar sua mensagem reconciliadora a todas as situações e lugares, para que a autoridade da liberdade e o poder do amor transformem as situações humanas.

Fomos feitos para ser comunidade (grupo dos doze) e formar comunidade (ir às cidades). Isto é ser discípulo missionário, como nos propõe a Igreja na América Latina, na Missão Continental. O amor inspira atitudes e gestos com gosto de doação e disponibilidade.
 Reflexão Apostólica:
 "Para não cair na armadilha de nos fechar em nós mesmos, devemos nos formar como discípulos missionários sem fronteiras, dispostos a ir "à outra margem", àquela na qual Cristo não é ainda reconhecido como Deus e Senhor, e a Igreja não está presente". (DAp 376).

O Evangelho de hoje nos encoraja a buscar o discernimento de Deus em nos preparar para missões de curto prazo.

Quando o transatlântico Titanic partiu outro lado do Atlântico, a maioria de seus passageiros tinham passado dia se preparando para a aventura. Os passageiros trouxeram o que eles achavam que seria necessário, incluindo extensas seleções de jóias, arte, móveis e servos.

Quando veio o desastre, um dos passageiros ricos fez seu caminho para os botes salva-vidas. Pouco antes de começar, ela se lembrou de algo em seu quarto, ela pode precisar.Empurrando a multidão e stewards ela lutou seu caminho de volta para sua cabine.

Contornando os pertences de valor inestimável que ela tinha trazido consigo, ela estendeu a mão para o item que ela sabia que poderia ser de máxima importância para a jornada à frente - uma laranja.

Quando Jesus chamou os 12 a curto prazo ministério, ele teve o cuidado de carregá-los com itens de importância suprema e aliviado-los daquelas coisas que só a pesar-los.

Enquanto você reflete esta passagem, peça a Jesus para dar-lhe o que você precisa para a viagem e para o ajudar a deixar para trás as coisas que só ficam no caminho.
 ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)
 Oração: Pai, tendo recebido a tarefa de continuar a missão de Jesus, ensina-me a imitá-lo tanto no modo de ser e de pregar, quanto na pobreza e na coragem de enfrentar a rejeição.