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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

1º DOMINGO DO ADVENTO 30 DE NOVEMBRO - SÃO MARCOS

30 - Santo André, fazei com que também eu ame a cruz. (E 193). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 13,33-37

"Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando.
Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”
"
 

Meditação:

A Comunidade judaica, e volta do exílio, enfrenta um grande desafio: reconstruir os fundamentos da nação, da cidade e do Templo. Não era uma tarefa fácil. A maioria dos exilados já se havia organizado na Babilônia e em outras regiões do império caldeu.

A maior parte dos que havia chegado da Judéia cinqüenta anos antes já havia morrido e os descendentes não sentiam grande nostalgia pela terra de seus pais.
Os profetas convidavam continuamente o povo a reconhecer os erros que haviam conduzido à ruína, porém, a maior parte dos exilados ignorava os mediadores de Javé. Alguns tomaram a peito o projeto de reconstruir a identidade, as instituições e a vida da nação.

Contudo, não contaram inicialmente com muito apoio. Parecia uma idéia louca e desnecessária: para que voltar a Jerusalém se já não havia remédio…

O mesmo ocorre às vezes conosco: vivemos da nostalgia, da saudade do passado, porém não nos comprometemos em transformar a realidade do presente.
Lembramos de outros tempos em que se vivia melhor, porém não resgatamos os valores que tornam possível uma convivência humana justa e equitativa.

Jesus faz a seus discípulos uma recomendação que hoje nos surpreende: manter-se despertos. É o oposto do que nós faríamos. Porém, ele tem razão.

Se cada um de nós estamos estonteados pelas preocupações mais supérfluas, o perigo é ver passar a hora apropriada para realizar a missão que Jesus nos encomenda.

Jesus, no evangelho, nos ensina a estar alerta contra os que crêem que os ensinamentos cristãos são algo supérfluo.

O evangelho deve ser proclamado onde seja necessário, deve ser colocado onde seja visto, deve ser colocado ao alcance de todos.
Nossa missão é fazer do evangelho uma lâmpada que ilumine o caminho da vida e nos mantenha em atitude de vigilância.

A interpretação que se dava a estes textos do evangelho que apontam para o futuro ou para a escatologia esteve quase sempre revestida de um sabor apocalíptico e de temor: o Senhor havia estabelecido um prazo que poderia acabar em qualquer momento, imprevisivelmente, pelo qual necessitávamos estar preparados para um juízo surpreendente e castigador que o Senhor poderia abrir em qualquer momento contra nós.

"Que a morte nos surpreenda confessados". Este medo funcionou durante muito tempo, durante tantos séculos, como durou uma imagem mística de Deus, excessivamente calcada pela imagem do soberano feudal, que dispõe despoticamente sobre seus acólitos.

O medo da condenação eterna, tão impregnado na sociedade cristã medieval e barroca, fez com que a "greve de confessionários" pudesse ser, em determinados momentos, uma arma afiada pelo clero contra as classes altas, por exemplo, por parte dos missionários defensores do povo contra os conquistadores espanhóis, donos de escravos.

Provoca risos pensar na eficácia que uma tal "greve de confessionários" poderia ter hoje em dia...

A estrela da "vida eterna", o dilema salvação / condenação eternas, brilhava com sua potencia indiscutível no firmamento da cosmovisão do homem da mulher pré-modernos...

Porém, são tempos idos. Seria um erro enfocar o comentário aos evangelhos, como o que lemos hoje, nessa perspectiva, pensando que nossos contemporâneos ainda são pré-modernos...

O estado de alerta, o olhar atento ao futuro que convida ao adoçamento ou à rotina.... sim, é uma categoria e uma dimensão do homem e da mulher modernos. Se o interpretarmos como "esperança", a pertença da mensagem ainda é mais vigente.

Que pode significar "advento" para a sociedade atual? Como nome de um tempo litúrgico significa bem pouco e não haveria de lamentar-se muito nem gastar pólvora inutilmente, pois qualquer dia - talvez mais rápido do que se imagina - a Igreja mude o esquema dos ciclos da liturgia, que clama a gritos por uma renovação.

O que importa não é o tempo litúrgico, mas o Advento mesmo, o "Advenimento" - pois é isso que significa a palavra - o "noch nicht Sein", como diria Ernest Bloch, aquilo cuja forma de ser consiste em "não ser ainda, porém em vias de chegar a ser"...


Ateu como era, Bloch construiu todo seu poderoso edifício filosófico sobre a base da utopia e da esperança e apresentou em belas e inesquecíveis páginas a grandeza heróica do santo e do mártir ateu, capaz de dar a vida pela esperança...
Egling, na mesma linha do ateísmo, dizia: "O mais real do real, não é a realidade mesma, mas suas possibilidades...".

Depois dos anos 90, estamos em um tempo de "desfalecimento utópico". Com o triunfo do neoliberalismo e a derrota das utopias (não "das ideologias", algumas das quais continuam ainda vivas), a cultura moderna - ou melhor, pós-moderna - castiga o pensamento esperançado e utopista. O ser humano moderno-pós-moderno está sobressaltado. Já não acredita em "grandes relatos".

Foi-nos imposta uma cultura anti-utópica, anti-messiânica, a-escatológica, sem esperança, apesar do brilho sedutor dos produtos da indústria mundial do entretenimento; por trás desse atrativo sedutor do entretenimento, temos a imagem de um ser humano em jejum de toda esperança, que transcenda minimamente o "carpe diem" ou o "desfrute a vida".

Que advenimento ("advento") espera o homem e a mulher contemporâneos? Como viver o advento em uma sociedade que não espera nenhum "advenimento"? Desde já, não reduzindo o advento a um "tempo litúrgico", ou a um tempo pré-natal… Como assim?

A Advenimento que os cristãos esperam não é só o do Natal… Nem sequer é "o céu"… Mas o Reino! Não é outro mundo… É este mesmo mundo… Porém, "totalmente outro"!

Os cristãos não podem inculturar-se de todo nesta cultura anti-utópica e sem "grandes relatos", porque somos filhos da grande Utopia da Causa de Jesus, e temos o "grande relato"do Projeto de Deus…

Poderíamos não celebrar o advento, porém não podemos deixar de nos dar as mãos, juntamente com os mártires e santos ateus (sobram poucos) e com os homens e mulheres da terra, de qualquer religião do planeta, para trabalhar denodadamente pelo Advenimento do Novo Mundo.

Cada vez aparece mais claro: criar um Mundo Novo, fraterno-sororal e solidário, sem impérios nem instituições transnacionais ou mundiais exploradoras dos pobres, o que Jesus chamou "malkuta Javé", Reino de Deus, porém dito com palavras e fatos deste já terceiro milênio. Esse é o Advenimento que esperamos, o sonho que nos resta sonhar, o que nos faz estar "alerta".
Reflexão Apostólica:

Somos administradores do reino de Deus aqui na terra. Somos seus empregados, cada um com sua tarefa.
O dono da casa nos entregou a sua casa e espera de cada um de nós a realização daquilo que nos foi confiado. Ele pode chegar a qualquer hora do dia ou da noite.

“Dormir” seria desperdiçar tempo, recusar oportunidades, ficar na penúria, “deixar a Banda passar e não segui-la”. Não podemos nos acomodar pensando que ainda teremos muito tempo para ser vivido.
O tempo urge, a fila anda e cada minuto da nossa existência é precioso para que possamos trabalhar a fim de realizar as obras que o Senhor espera receber das nossas mãos.

O Senhor espera de nós obras concretas de misericórdia e de amor. Ele nos motiva e nos dá condições para que isto aconteça.
A sua Palavra é um farol que ilumina a nossa inteligência e nos direciona para que tudo saia a contento.

Se, realmente, nós vivenciarmos os ensinamentos de Jesus, nós, com certeza, estaremos preparados para nos apresentar na presença do Senhor que virá. Portanto, não durmamos porque o dia já vem clareando.
Como você está na sua vida: na janela somente vendo a banda passar? O que falta para você seguir na Banda do Senhor? Você tem consciência de que Deus espera de você a sua parte? Que parte será essa?

Propósito:


Nosso Deus e nosso Pai, ao começar um novo Advento, nós te pedimos que avives a nossa fé, fortaleças nossa esperança e consolides nosso amor, de modo que possamos celebrar, com verdadeira alegria, o nascimento de Jesus Cristo.

Evangelho 29 de novembro sábado


29 - Sejamos sempre humildes, mesmo nas boas obras, porque, às vezes, começamos um trabalho com reta intenção, mas lentamente se introduz um pouco de amor próprio, de  vaidosa satisfação, e lá se vai a reta intenção. (S 231). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,34-36

""Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós, pois cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem"."  

Meditação:

As primeiras comunidades cristãs compartilhavam com outros grupos religiosos contemporâneos idéias apocalípticas.

Acreditavam que as guerras, perseguições e outras catástrofes eram sinais da proximidade do fim do mundo e da segunda vinda do Senhor.

Por esse motivo, muitos viviam perturbados e assustados. Entretanto, essa espera não se concretizava.

A espera foi se alongando e a atenção e os costumes relaxando. O perigo de se deixar levar por outros atrativos que a vida oferece era freqüente.

No texto de hoje, Lucas põe na boca de Jesus palavras dirigidas à comunidade para reavivar a vigilância e a oração constante frente a esta expectativa

Lucas encerra o "discurso escatológico" de Jesus sobre a ruína do Templo e de Jerusalém com as exortações à vigilância e à oração contínua.

São duas atitudes fundamentais na vivência no Reino de Deus, na comunidade e na missão. "Cuidado", pois muitas são as seduções procurando afastar o discípulo do caminho no seguimento de Jesus.

O evangelista insiste que os cristãos se mantenham em atitude de espera, sem viver em pânico.

Talvez não estejamos vivendo o ambiente que os primeiros cristãos viveram, mas o certo é que o mundo de hoje oferece uma multidão de alternativas que podem nos levar ao ocultamento do sentido da vida cristã.

Em nossos dias é um grande desafio manter sempre a atitude de abertura em relação ao futuro que Deus deseja para nós.

O mercado, que gera lucros fabulosos para os donos do poder a partir da exploração dos oprimidos, seduz e ilude as pessoas prometendo-lhes enriquecimento e oferecendo-lhes sofisticados produtos para o consumo.

O empenho em usufruir da sociedade de mercado escraviza, torna o coração pesado e individualista, devido a preocupação com o gozo e o sucesso pessoal. Portanto, "cuidado... vigiai e orai a todo momento".

Vigiar é cuidar de preservar sua liberdade e estar atento às necessidades dos pobres e dos oprimidos, procurando libertá-los das estruturas e dos mecanismos de dominação que os exploram.

A oração contínua é a oração do coração, a oração do compromisso, a oração em comunidade. A oração é estar em presença de Deus, identificando-se com sua vontade e buscando luzes e forças para a realizar.

Assim encerra-se hoje o ano litúrgico. Com o início do Advento, outro ano se segue, envolvendo, dia a dia, nossos corações no seguimento de Jesus.

Reflexão Apostólica:

O Senhor nos faz um alerta para que não nos envolvamos com coisas desse mundo, sempre tem algo no mundo que é como uma onda que sempre vem e tenta envolver os cristãos.

Ondas como o carnaval, política, jogo de futebol, natal etc. Isso tudo nos tenta a desviar da verdade que é a palavra do Senhor e de Sua presença.
Tomai cuidado”, são palavras de Jesus para nós nos dias de hoje. Nós sabemos o quanto o nosso coração se envolve com as coisas “boas” desta vida!

A gula, a embriaguez e as preocupações da vida, representam aqui tudo o que nos desvia do caminho que nos leva ao encontro do Senhor que vem. Sabemos que estas obras nos tornam insensíveis diante das coisas de Deus.
Muitas vezes estamos tão “ocupados” com os nossos sucessos ou fracassos, com as ações que nos deleitam e dão prazer, que esquecemos de que isso tudo nos traz apenas uma felicidade transitória e de que o essencial para a nossa vida não muda. Apenas evolui, prospera e concretiza-se.

O essencial é o amor de Deus que é plantado em nós como uma semente que cresce e torna-se uma grande árvore.
Quando nos entregamos somente aos prazeres e afazeres do mundo o nosso coração fica insensível e o amor de Deus em nós é sufocado.
O comer, o beber, o trabalhar, o divertir-se, o comprar, o gozar a vida são até certo ponto coisas lícitas. Porém são armadilhas para nós quando nos deixamos aprisionar por elas.
De repente, as coisas acontecem e nós perdemos o rumo, deixamos a graça de Deus passar e nos sentimos arruinados (as).
Jesus veio nos ensinar: “ficai atentos e orai a todo momento!”. A oração é o meio mais eficaz para que tenhamos força para escapar dessas coisas e fiquemos de pé, livres diante de Deus.
Como tem sido o seu comer e o seu beber? Eles são armadilhas para você? O que pode estar o (a) aprisionando hoje com a vida que você leva? Você é uma pessoa livre de você mesmo (a)?

Propósito:


Que o Senhor nos dê Sabedoria e que possamos, a cada  dia, nos envolver mais e mais com as coisas preciosas de Cristo. Essa é a função de nós cristãos pregar o Evangelho do Reino em todo mundo. Assim, apressaremos a sua volta. Pai, ajuda-me a estar em permanente vigilância e oração, preparando-me para o encontro com teu Filho Jesus e ser acolhido por ele.

Evangelho sexta feira 28 de novembro


28 - Quando formos elogiados, ponhamo-nos a sorrir e pensemos que Deus vê o interior. (S 198). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,29-33

"E Jesus contou-lhes uma parábola: "Olhai a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, basta olhá-las para saber que o verão está perto. Vós, do mesmo modo, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade vos digo: esta geração não passará antes que tudo aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão." 

Meditação:

Assim como o profeta confia nas palavras de Deus, o cristão alimenta sua esperança nas palavras de Jesus. Tudo que Ele prometeu será cumprido dentro do desenrolar do processo histórico.

Este Evangelho nos recorda uma vez mais que nosso Deus é o Deus da história. Através dela vamos descobrindo que Ele caminha com a humanidade.

Temos neste texto uma curta parábola cheia de conteúdo. As árvores que brotam indicam a proximidade do verão. Os brotos e as flores do verão prenunciam o outono, tempo de frutos e colheita.

A expressão "Vós, do mesmo modo... ficai sabendo..." indica a incompreensão dos discípulos, com sua visão messiânico - judaica-escatológica, a ser superada.

Neste texto, Jesus enfatiza a atenção que se precisa ter na hora de discernir os sinais dos tempos e a esperança fundada nas palavras de Jesus. Com a parábola, Jesus convida os discípulos, que observam os fenômenos da natureza, a interpretar os acontecimentos do mundo.

Com o surgimento do broto das árvores frutíferas se espera o advento do verão, assim também, a atenta observação dos sinais dos tempos faz conhecer a proximidade do Reino de Deus.

Esta é uma tarefa importante da comunidade cristã: a de descobrir sinais de vida que surgem desde as situações de morte aparente, para poder anunciar a chegada desse tempo de plenitude.

Hoje, Jesus nos exorta a ficarmos atentos (as) aos fatos e acontecimentos que ocorrem no mundo e ao nosso redor, para que possamos esperar com perseverança a Sua segunda vinda, cheio de glória e de poder a fim de instaurar definitivamente o Seu reino no meio de nós.

O mundo será renovado e o reino de Deus definitivamente será estabelecido quando Jesus voltar.

O Reino de Deus já está acontecendo. É a sedução do bem, da vida, da comunhão com Deus, da solidariedade, da fraternidade, da partilha, da alegria. E as palavras de Jesus são anunciadas como convite a participar do banquete da Vida.

O exemplo da figueira nos alerta também para que não fiquemos alienados (as) e sim, atentos aos sinais da chegada do reino de Deus, em nós.

Ele
é construído sutilmente dentro de nós, no nosso dia a dia, na nossa caminhada com Jesus apesar de quase não o percebermos.

Podemos desde já, abranger os seus sinais da mesma forma que nós percebemos os sinais dos tempos e do clima.

Há certos sinais que são visíveis para nós aqui na terra: ventania, nuvens carregadas de chuvas, calor forte etc, etc. Assim também há os sinais de que o reino dos céus está próximo.

Estes sinais se manifestam dentro do nosso interior e nós sentimos as suas manifestações na medida em que temos um coração grato, alegre, em paz, cultivamos amor aos irmãos, desejo de santidade, misericórdia, perdão.

Quando você percebê-los em si mesmo, saiba que o reino de Deus está próximo, isto é, Jesus está em você, agindo e atuando. O céu e a terra visíveis, um dia passarão, mas as palavras de Deus nunca irão passar.

Como o reino de Deus pode acontecer dentro do coração do homem? Quais são os sinais de que o reino de Deus está perto de você? Você sabe diagnosticar o que se passa dentro do seu coração? Quais os sentimentos que mais fazem vida em você?

Reflexão Apostólica:

Sofremos, lutamos, levantamos e resolvemos continuar, Jesus à nossa frente a nos pedir que ergamos a cabeça que logo seriamos agraciados com a vitória, a conquista.

Quem após uma grande turbulência ou adversidade não saiu melhor, mais forte, pronto a superar novos desafios?

O sofrimento trás sim transtornos a nossa vida e daqueles que nos cercam, mas esse duro aprendizado acaba quebrando a dormência de nossa vida. Entendamos, como dormência, um processo de “casulo” que toda semente tem, umas mais outras menos.

Uma semente ao cair no solo não germina de imediato, ela esta dormente. Algumas precisam apenas do contato com os nutrientes do solo e um pouco de água para despertar, outras, porém precisam de muito calor.

Algumas sementes do nosso cerrado só brotam depois que são queimadas, ou seja, aqueles incêndios que vemos acabam gerando vida após o sofrimento.

Entenda-se, nesse exemplo, que a natureza, que existe bem antes de qualquer um de nós de certa forma ela consegue ver no sofrimento a própria vida.

Somos suscetíveis a dias bons e dias não tão bons, mas um dia teremos que crescer e ver as folhas brotar (nossos dons, carismas, talentos) e saber que chegou a hora – É verão.

O Espírito Santo se revela na primavera, nas flores, na graça, na paz, na alegria (…). Ele nos torna graciosos aos olhos de todos.

Quem passa por nós sabe que algo mudou. Chega o verão e é hora de revelar o quanto você melhorou, cresceu, mudou… É quase Advento, e o que você (nós) fez? O que mudou? Em um dia, ou seja, 24 horas, podemos ter as quatro estações.

Podemos amanhecer cabisbaixos num possível outono; empolgar numa primavera de sorrisos no trabalho; mostrar a tarde todo nosso talento de verão e no fim do expediente voltar à realidade, num triste inverno, sozinhos num quarto quase depressivos (as) esperando um novo dia amanhecer.

Podemos, também, amanhecer sorrindo de orelha a orelha (primavera), trabalhar pensando no intervalo do almoço (outono); passar a tarde reclamando da vida, da falta de oportunidades, de chances (inverno); e a noite, reunidos com a família para o jantar (verão).

Durante esses dias, fases, intervalos de 2011, (…) em que estação do ano passamos mais tempo?

Domingo, o Advento inicia no clamor pelo perdão de nossas faltas, e finda no quarto domingo nos renovando a esperança.

O Advento, no coração de quem crê, é o fogo que precisávamos para quebrar a dormência do nosso agir.

É a oportunidade de voltar a nascer depois de um erro, de uma tragédia, uma perca. É um tempo propício para refletirmos o que fizemos e como fizemos.

Nossa Igreja se iniciou no sacrifício pascal de Jesus e continua ano após ano trazendo mensagens de um novo recomeço, de ressurreição, de vida.

Se ainda vivemos (ou estamos vivendo) outonos e invernos, em nossa relação comigo mesmo e com os que nos cercam, temos então a mania de estender o sofrimento da cruz e deixar “passar batida” a esperança.

Quem crê e vigia não precisa temer os evangelhos desse semana ou tecer, como tantos cientistas, em calcular o quando e como o mundo viria a acabar.

Às vezes levamos 20, 30, 50 ,70 anos pra entender que o verão já chegou, e que esse fim de mundo acontece toda vez que resolvemos dar um 180° em nossas vidas.

Aquele que era torto na vida e resolve hoje endireitar, um mundo velho acaba e um novo recomeça. Um mundo novo que nasce da mudança de atitude de uma única pessoa.

De coração aberto, abra sua vida, sua casa, sua família ao Advento: “(…) Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo“. (Ap 2, 30)

Propósito:

Pai, reforça a sinceridade de minha fé nas palavras de teu Filho Jesus, pois nele o teu Reino se faz presente na nossa história, realizando, assim, tua promessa de salvação.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Evangelho quinta feira 27 de novembro

27 - Humildade em tudo, até em virar os olhos e em mexer as mãos. (S 198). São Jose Marello
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,20-28

"- Quando vocês virem a cidade de Jerusalém cercada por exércitos, fiquem sabendo que logo ela será destruída. Então, os que estiverem na região da Judéia, que fujam para os montes. Quem estiver na cidade, que saia logo. E quem estiver no campo, que não entre na cidade. Porque aqueles dias serão os "Dias do Castigo", e neles acontecerá tudo o que as Escrituras Sagradas dizem. Ai das mulheres grávidas e das mães que ainda estiverem amamentando naqueles dias! Porque virá sobre a terra uma grande aflição, e cairá sobre esta gente um terrível castigo de Deus. Muitos serão mortos à espada, e outros serão levados como prisioneiros para todos os países do mundo. E os não-judeus conquistarão Jerusalém, até que termine o tempo de eles fazerem isso.
E Jesus continuou:
- Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.
"  

Meditação:

Lucas escreve seu evangelho na década de oitenta, cerca de dez anos após Jerusalém ter sido destruída e seu texto inspira-se no fato já acontecido.

Historicamente, a cidade de Jerusalém caiu e o Templo foi destruído pelas tropas do general romano Tito,  na guerra do ano 70.

O evangelista parte deste fato impactante, reinterpreta-o como um momento determinado por Deus na história da salvação.

É um momento que marca o fim de uma época e o começo de outra: entre a queda de Jerusalém e a chegada da Parusia, Lucas introduz a época da missão.

Desta maneira, exorta os cristãos a não perder o contato com a realidade histórica enquanto esperam a segunda vinda do Salvador.

Com acontecimentos e símbolos cósmicos, Lucas destaca a importância da chegada do Filho do Homem. Os cristãos devem aguardar este momento em atitude de expectativa gozosa.

Como em outros tempos, também hoje vivemos em um ambiente impregnado de idéias que provém de correntes catastróficas.

A situação fragilizada do meio ambiente, de guerras, de novas doenças, etc., tudo isso pode transmitir desespero e pessimismo em relação a um futuro próximo.

Mais do terror em vista do fim, o texto nos convida a uma atitude de otimismo e esperança, além de trabalhar com dedicação e empenho pelo estabelecimento do Reino entre nós.

A vinda do Filho do Homem é a libertação e o restabelecimento do humano e da vida, no que se manifesta a glória de Deus.

Estamos chegando ao tempo do Advento, tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos conscientes das nossas ações e atentos (as) ao que podem significar as coisas que acontecem ao nosso redor.

Jesus nos adverte dos fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas antes da Sua vinda gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no mundo.

A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar desses prognósticos, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus vêm nos edificar e nos ajudam a manter a esperança na nossa libertação.

O mundo à nossa volta se angustia e sofre, realmente, como a mulher nas dores do parto, no entanto, isto é prenúncio de libertação.

Jesus mesmo nos esclarece quando diz: “Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.”.

Jesus já veio como homem e chegou para nós por meio do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado para a nossa Salvação.

Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos esses fatos já estão acontecendo. Porém, nas vésperas de mais um Natal nós podemos assumir o nosso posto de guardiões da fé sem temor, na certeza de que o tempo da libertação se aproxima e deixando que o Natal de Jesus aconteça primeiro no nosso coração.

Reflexão Apostólica:

Ontem enfatizávamos o LEVANTAR e CONTINUAR e hoje, após uma mensagem tão direta sobre o futuro do povo de Jerusalém, Ele diz para eles e para nós “(…) FIQUEM FIRMES E DE CABEÇA ERGUIDA, POIS LOGO VOCÊS SERÃO SALVOS”. Além de nós, quem hoje precisaria ouvir essa mensagem?

Refletíamos essa semana do medo do futuro, da nossa facilidade em conjugar na prática verbos no futuro e no gerúndio e do nosso empenho pessoal (ou a falta dele).

Hoje, às portas do Advento, momento propício para reconciliação, a escuta e principalmente da auto-reflexão, Jesus nos chama como missionários a buscar a ovelha perdida, a procurar aquele que se perdeu, aquele (a) que se esqueceu que é amado (a)… Quem é a primeira pessoa nesse perfil que vem a nosso pensamento?

Talvez venha em nosso pensamento pessoas doentes então VISITE; talvez uma pessoa que passa por uma dificuldade, então ENCORAJE-A, PROPONHA. Se no seu pensamento veio uma pessoa muito querida que passou por uma perda ou se perdeu, ACOLHA-A, ACONSELHE-A, MOVA-SE.

Por trás de passagens tão apocalípticas Jesus apresenta uma mensagem que denota sempre um recomeço.

Esse novo START é dado a partir de uma atitude, uma fagulha, uma faísca dentro de cada um de nós.

Nossa vida tende à INÉRCIA se não ficarmos a monitorando. Se fosse de nossa própria vontade, ao chegar cansados do trabalho, tomaríamos um banho e relaxaríamos (até dormiríamos) no sofá. Porém, algo nos inquieta, um coração pulsa; um pensamento caridoso nos “incomoda”.

Essa fagulha gerada pelo Espírito Santo nos levanta e nos lança ao desconhecido, longe da nossa zona de conforto, no entanto mais próximo daqueles que realmente precisam.

Como explicar o empenho de um casal no interior de Sergipe que tem cerca de 30 filhos adotivos? Como entender a olhos humanos o gesto de João Paulo II ao ir à prisão e perdoar aquele que desejou sua morte mesmo ainda sentindo as dores do tiro que levou? Como dizer “não” a alguém que procura nosso ombro pra chorar? Como negar um conselho?

O Advento que se aproxima é também um momento propício para oração. Pela oração conseguimos remover ou transpor problemas do tamanho de montanhas.

Através dela, nos tornamos íntimos com o projeto do Pai e revestidos dessa proximidade divina não conseguimos mais fechar os olhos; nossos ouvidos começam a captar a verdadeira direção e nosso pensamento não se afastará. Talvez seja isso que deveríamos fazer todos os dias, não somente durante os problemas.

Domingo, acenda a primeira vela em sua casa. Se puder decore sua sala, sua porta, (…)

Propósito:

Pai, faze-se adequar meu existir à novidade que me é oferecida por Jesus, como dom teu à humanidade, de modo que eu possa usufruir dos benefícios de tua salvação.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Evangelho quarta feira 26 de novembro - Bem Aventurado Tiago Alberione

26 - Humilhar-se é um grande remédio contra as tentações. (S 198). São Jose marello
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,12-19

"- Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos. Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora, com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos." 

Meditação:

Lucas escreve seu evangelho na década de oitenta, cerca de dez anos após Jerusalém ter sido destruída pelas tropas do general romano Tito, e seu texto inspira-se no fato já acontecido.

Em seqüência ao discurso sobre a destruição do Templo, Lucas narra a fala de Jesus sobre as perseguições que os discípulos sofrerão.

Estes versículos falam da perseguição que os discípulos certamente sofreriam. O termo "entregar", que se refere às aflições de uma Igreja perseguida, mantém uma estreita relação com a paixão de Jesus.

O sofrimento experimentado pela comunidade cristã se converterá em ocasião para testemunho, em meio às situações limites onde sequer há tempo para elaborar ou preparar discursos.

É o próprio Jesus quem guiará os discípulos em seu testemunho, para que a Igreja seja fiel até o final.

A mesma exortação em meio à crueldade do Império Romano pode ser aplicada à missão que Jesus encomendou aos seus sucessores.

A Palavra convida a confiar no Senhor, que permitirá a seus discípulos enfrentar as situações difíceis, com a certeza de que Ele sempre está presente e que nunca abandona os seus.

Em conclusão, temos a narrativa apocalíptica da vinda do Filho do Homem. Os sinais no sol, na lua e nas estrelas e as potências celestes abaladas são símbolos assustadores da queda dos poderes opressores.

A vinda do Filho do Homem é a libertação e o restabelecimento do humano e da vida, no que se manifesta a glória de Deus.

Reflexão Apostólica:

Essa reflexão não justifica nossa cabeça-dura em não ouvir quando Deus diz PARE! Às vezes temos a mania de continuar mesmo sabendo que é equivocado nosso pensamento.

Todo bom cristão sabe que muitos dos santos que conhecemos sofreram o martírio ao fim da caminhada; sabemos também que alguns foram crucificados, decapitados, mutilados, queimados, (…) mas poucos simbolizam a nossa realidade humana e persistente como são Sebastião, padroeiro da minha comunidade.

Como são Sebastião, por muitas vezes, mesmo andando corretamente, somos alvos das flechadas do percurso.

Quantos de nós já se perguntou o porquê de tantos olhares invejosos, discordâncias sem motivo, brigas sem razão, disse-me-disse, intrigas, partidarismos ao nosso redor? Quantas vezes nos sentimos flechados sem saber o motivo? Quantas pontas de flechas ainda existem em nosso coração nos fazendo remoer dores do passado? Quantas vezes pensei em desistir em virtude das perseguições?

Sebastião era atrevido. Mesmo sendo encontrado quase morto tinha um objetivo em mente: LEVANTAR e CONTINUAR!

As flechas não mais importavam, o passado precisava ser cicatrizado juntamente com as feridas. LEVANTAR e CONTINUAR era agora mais que uma meta, passou a ser uma filosofia. Parar para imaginar novas flechadas poderiam o fazer desistir, pois supor o que poderia acontecer geraria, através das expectativas surgidas, o medo.

Todos aqueles que não desistem de LEVANTAR e CONTINUAR podem até ser premiados com cabelos brancos, com o sofrimento estampado no rosto cansado e abatido, mas ninguém que tem fé se abate ao sofrimento; ninguém que persevera na esperança fica sem o conforto; ninguém que respondeu com amor a maior das perseguições deixou de ser valorizado por Deus.

Sebastião voltou e ainda mais convicto. De certa forma as flechas, os sofrimentos, as angustias (…) , nos tornam mais fortes e preparados.

O aprendizado das flechadas deve gerar em nos algo novo, renovado, reavivado. Quando não conseguimos superar as adversidades entramos nos processos de fuga, reclusão, pânico, depressivos. São processos despertados por aquele medo que falávamos no inicio.
São exemplos de fortaleza todos aqueles que resolvem em meio à dificuldade a continuar lutando, mas seria ilusão não continuar a estória de são Sebastião.

Ele voltou e foi atacado e morto a pedradas. Não posso esconder que nossa sina em comunidade PODERÁ ser assim também: Mal escapamos das flechadas e já estamos levando pedradas ou como a sabedoria popular diz “sai do fogo para pular na frigideira”, mas como Sebastião, Paulo, Pedro, Tiago, sempre levantaram e continuaram.

Jesus sempre quer nos ver de pé, pois é em pé que através de nossos olhos que Ele vê a nossa sinceridade, a nossa força, nossa gana.
Pedras SEMPRE existirão no meio do caminho como diria Carlos Drummond de Andrade, mas as pedras escondem um prêmio para quem teve coragem de levantar após as flechadas.

Não tenhamos medo!

Propósito:

Pai, dá-me uma fé profunda que me possibilite perseverar nos momentos de dificuldade, sem abrir mão da tarefa que recebi: levar adiante o projeto de Jesus.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Evangelho terça feira 25 de novembro - Sta Catarina de Alexandria

25 - Sede humildes de coração, submetei sempre o vosso ponto de vista ao dos outros, pedi conselho em tudo, não confieis nunca em vós mesmos, mas em todas as vossas dúvidas, recorrei aos vossos superiores, os quais são iluminados por Deus para vos
aconselhar e vos orientar. (S 358). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,5-11

"Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
- Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.
Aí eles perguntaram:
- Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
- Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já chegou o tempo". Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
- Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.
"
 

Meditação:

Este texto de Lucas pertence ao chamado "apocalipse sinótico" e tem seus paralelos com Mc 13 e Mt 24. É formado por um entrelaçamento de tradições cristãs e da apocalíptica judaica que refletiam o ambiente e a situação da primeira guerra dos romanos contra os judeus (66-70 d.C.).

O Evangelho de hoje faz referência ao Templo, que era uma construção imponente. Representava a união do povo judeu com sua fé monoteísta. Jesus não compartilha da admiração e entusiasmo que seus discípulos sentiam por essa obra arquitetônica e afirma que ela seria destruída.

Em meio ao barulho do povo no templo, alguns admiram a magnificência da construção. O templo, reconstruído depois do exílio, parece que foi realmente modesto se comparado com o primeiro, construído por Salomão. Contudo, para a época de Jesus, aquele modesto templo do pós-exílio era outra coisa totalmente diferente.

Herodes o Grande, com mania de grandeza por natureza, buscando reconciliar-se com os judeus, havia-se encarregado de remodelá-lo, com ampliações e com soluções que ainda surpreendem a engenharia moderna. Isto para entender por que os visitantes se maravilhavam tanto com aquela obra. Exceto a magnificência do edifício e a pompa da obra como tal, sabemos que o templo significava tudo para Israel, não somente por sua convicção de que era o lugar da Presença, lugar onde habitava o Nome de Deus ou sua Glória (Ez 43,4), mas porque, como estrutura institucional, determinava todos os destinos políticos, econômicos, sociais e religiosos da nação.

Consideremos só o religioso: o templo como habitação do Nome (os israelitas não se atreviam a personificar a Deus nem muito menos a dar-lhe um nome específico, por isso utilizavam invocações para se referir a ele: o Nome, a Glória, a Presença, Shekiná) do lugar específico do Santo dos Santos se irradiava sua santidade para os demais lugares do templo: primeiramente para o que estava mais perto do lugar da Santidade: o altar, em seguida as casas e o pátio dos sacerdotes de Israel, depois as casas e os pátios dos levitas, pátio dos israelitas legalmente puros, pátio dos impuros, pátio das israelitas e das crianças, pátio dos estrangeiros, palácios próximos, o resto da cidade, o país e o mundo; de modo que a santidade se deduzia pela proximidade ou distância do lugar da Santidade divina.

Nessa medida, o templo era a réplica em miniatura da sociedade israelita estratificada por razões sociais, econômicas e contraditoriamente, por razões religiosas (puros e impuros, abençoados e malditos).

Aqueles que observam a maravilha arquitetônica não estão em condições de pôr em questão tudo o que há por trás daquela estrutura de pedra; unicamente Jesus, que como já vimos se orienta por outros critérios, com outros parâmetros, é capaz de questionar e até se atreve a predizer sua destruição: o da ruína material pôde tê-lo dito pela simples constatação histórica porque já havia ocorrido em 587, mas também porque era um fato que os detentores do poder procuravam arruinar as construções religiosas dos súditos para submetê-los com maior crueza.

Destruindo os templos, saqueando-os e, especialmente, retirando deles as estátuas das divindades e demais símbolos religiosos, os invasores davam por submetidos também os deuses dos povos conquistados, e estes tinham a obrigação de submeter-se à religião do conquistador.

O templo de Jerusalém tinha sido saqueado pelos babilônios, pelos gregos, e faltavam os romanos, mas não tardariam.

Contudo, a realidade da destruição de templo Lucas já a devia conhecer e aproveita aquela imagem para pô-la na boca de Jesus como profecia e como introdução a seu discurso escatológico que se abre precisamente aqui a propósito das palavras de uns aterrorizados fiéis diante daquela fortíssima construção.

Não é necessário, portanto, insistir se Jesus predisse a destruição de Jerusalém e seu templo em termos literais.

O mais importante é que com a clareza de uma consciência totalmente liberta e desprovida da alienação religiosa, própria de seu tempo, Jesus manifesta sua mais profunda convicção e fé na queda de todo o sistema montado ao redor do templo como estrutura geradora de injustiça institucional.

Não seria algo pacífico nem fácil, com a mesma violência e injustiça com que se tinha levantado tudo aquilo, seria derrubado também. Não porque Deus interviesse para que as coisas se dêem assim, senão como uma espécie de lei da vida. "

Reflexão Apostólica:

Este texto é um conjunto de advertências que Jesus dirige à Igreja, chamada a perseverar na fé e enviada para anunciar a Boa Nova em meio aos acontecimentos históricos e naturais e seus correspondentes perigos.

Iniciando com a admiração de algumas pessoas diante da beleza do Templo, Lucas apresenta o "discurso "escatológico" sobre a destruição de Jerusalém (cap. 21).

Todo poder tem como arma a ostentação, desde as pirâmides dos faraós até as torres da atual capital econômica do Império.

A ostentação do Templo levava as pessoas a admirarem, se curvarem e se submeterem. Porém, toda ostentação terá seu fim, pedra por pedra, torre por torre.

A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além de sua associação a um fato histórico acontecido, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus.

A mensagem anima a comunidade de cristãos a sustentar sua esperança e não diminuir sua atenção em vista dos acontecimentos ou dos sofrimentos que possam advir. Ao contrário, o fim não vai chegar de repente, a missão da Igreja deve continuar.

Em alguns momentos a fala de Jesus nos refrata ao futuro onde existe um amanhã cheio de incertezas e preocupações.

Quantos tantos estudiosos, cientistas, filósofos já se atreveram a dizer até a data do apocalipse? Quantos não já vislumbraram e até se flagelaram pelo medo do amanhã?

Como posso temer o amanhã se ainda vivo o presente? Temer o futuro é de certa forma, se dizer incapaz de mudar o nosso próprio presente.

Trabalhamos demais com os verbos no futuro e no gerúndio que nos dão a noção que somos apenas passageiros e não pilotos de nossas vidas.

“Não vou sair, pois esta chovendo”! O gerúndio dá a impressão ou é a justificativa que precisávamos para dizer que não posso fazer nada! “Se não estivesse chovendo eu ia”!

“Calma! Eu estou mudando, devagar, mas eu estou tentando”! Por que não dizemos “vou mudar” ou “vou tentar”? Temos medo do futuro!
Todos têm medos, limites, restrições (…), mas não podemos tê-los ao ponto de ficar “passageiro” da vida.

Padre Fábio de Melo respondeu a um questionamento sobre esse assunto assim: “(…) Todo ser humano que tem boa consciência do limite é um ser humano que está num processo de aperfeiçoamento. Eu sei que tenho limites, mas eu os respeito; não tenho medo deles. Então, a partir disso, estabeleço metas de superação e, quando consigo isso, o limite deixa de me condicionar. Eu continuo limitado, mas não estou condicionado a ele (limite), porque eu consegui uma possibilidade boa de lidar com as coisas que me limitam”.
Quando trabalhamos com os verbos no futuro acabamos jogando a “culpa” ou a “responsabilidade” para Deus. São comuns as expressões “Deus que quis assim” ou “Foi a vontade de Deus”!

De certa forma, em alguns casos, essa frases servem bem, mas na maioria das vezes elas nos ajudam a esconder a nossa falta de atitude, de vontade, de empenho sobre alguma coisa que sabíamos que viria a dar errado, mas não tivemos coragem de dizer, fazer, agir (…) no presente. Precisamos não temer.

O Advento se aproxima e ao esperar o nascimento de Jesus façamos um gesto concreto no presente pelo futuro: Façamos projetos, de preferência, por escrito, pois, boa parte do que falamos ou prometemos acaba indo para o gerúndio ou para o futuro, mas quando escrevemos firmamos um compromisso no presente.

Deus anda conosco e sempre andará. Atitudes mudadas no presente podem nos garantir um futuro melhor. Não nos exilemos. (…) Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação”. (2Tm 1, 7)

Propósito:

Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança.

domingo, 23 de novembro de 2014

Evangelho segunda feira - 24 novembro - S. Andre Dung-Lac e companheiros

24 - Quem não sabe submeter seu ponto de vista e deixar-se guiar, muitas vezes errará e cairá miseravelmente; e, por causa da teimosia em não se reconhecer culpado, o demônio não permitirá que se arrependa e, de abismo em abismo, o levará à perdição. (S 358). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,1-4

Naquele tempo, 1Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas.3Diante disso, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”. 
Meditação: 
O evangelho nos leva hoje ao Templo, centro da vida religiosa, política e econômica de Israel. Desde sua chegada a Jerusalém, Jesus protagonizou diversas controvérsias com os sumos sacerdotes, escribas e fariseus, tanto que o observavam para surpreendê-lo e o procuravam matá-lo (Lc 20,20 e 19,47).
Neste cenário, encontramos Jesus no Templo, observando como algumas pessoas ricas depositam seus donativos na arca do tesouro; entre elas, uma viúva pobre deposita o seu.
Ao falar de “uma viúva pobre” devemos pensar numa mulher que vive da caridade e que de fato não tem a entrada permitida no Templo. Sua presença na fila das ofertas já é por si uma imagem de grande força.
Uma pessoa da qual não se espera nada, pois está entre os últimos da sociedade, coloca-se na disposição de doar, de compartilhar, e dá do que necessita para viver. Está pondo em risco sua subsistência com esse gesto, trivial para muitos de seus contemporâneos.
É um relato que incita ao silêncio e à contemplação e convida à revisão de vida: até quando rotulo as pessoas e não lhes permito dar o melhor, por não reconhecer que todos temos muito que oferecer? De que maneira, minha vida se converte em oferenda real a serviço e promoção da justiça? Até onde vai minha disposição de dar e partilhar?
Hoje, aprendemos de Jesus, o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto.

Perto de Jesus estava uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo e, para socorrer os que estivessem necessitados.

Ali, cada um colocava a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade. Percebeu então Jesus, que muitos ricos depositaram boas quantias e que os pobres também contribuíam.

Uma viúva pobre, por fim aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa. Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz: Em verdade vos digo, que esta viúva pobre depositou muito mais do que todos os outros juntos pois, todos deram das sobras que sempre Têm, mas ela, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento. 

Desta lição concluímos lição que, a doação tem que representar, verdadeiramente, a vontade do nosso coração. Às vezes, sentimos muito quando presenciamos certas cenas que nos chocam, devido ao tamanho do sofrimento que um nosso irmão possa estar passando.

Em vários locais que freqüentamos, não estamos livres  de presenciar a dor o o sofrimento que deprimem e sufocam pessoas como nós, porém, que as adversidades da vida, o que presenciamos dói muito na carne e no espírito daqueles sofredores.
Ficamos horrorizados, condoídos e com muita pena, com muito dó, mas, mesmo chegando até às lágrimas, a maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita dor no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e, , mesmo tendo muito  pouco recurso sempre são os que mais ajudam.

A minoria, privilegiada, ignora aqueles sofredores e, até lastimam aquele quadro que enfeia a sua cidade; que mancha o bom nome que ela tem, mas com raras exceções, procuram ajudar àqueles desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social que pode lhes dar condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o tratamento destinado àqueles que nada têm. Gastam, gastam, gastam, mas não gostam de partilhar.

Por isso Jesus fala que os ricos deram do que lhes sobrava. Isso não é dar com amor; é preciso partilhar. Não basta ter dó; não basta Ter pena;  não basta chorarmos compadecidos; como muitos fazem  nos velórios abraçam e deixam uma mensagem para os parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua vida. 

Isso não muda nada na vida dos que sofrem as marcas de um esquema social que os coloca à margem dos planos dos que dirigem esta e outras nações. Que têm os mesmos problemas no mundo inteiro.

Com auxílio material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão, alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilhar o Deus que trazemos dentro de nós, com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.

Que triste alguém que vem à casa do Senhor e tem a sua oferta rejeitada, porque com Deus não se pode barganhar, ou se oferece a oferta a adoração de coração, com a vida ligada a Ele ou então melhor que nem ofereça, o que essas pessoas não entendem, é que Deus nunca precisou e nem precisa de recursos puramente humanos para levar a sua palavra, para levar a sua igreja por esta terra por nossa era, mas o que ele sempre procurou e procura ainda hoje, são os verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade, ele sempre procurou corações abertos que não se rendam as coisas desse mundo, mais que se dediquem a Ele em todos os momentos de sua vida, o Senhor nunca se preocupou com a quantidade da oferta, mas sim com a qualidade dessa, era só aquilo que a viúva tinha, e foi para essa oferta que Deus atentou.

O que é que nós temos para oferecer ao Senhor? Ofereçamos de todo o coração, para que possa chegar a nossa oferta em cheiro suave diante do nosso Deus!

Reflexão Apostólica:

Esta narrativa de Lucas vem em seguida à advertência de Jesus contra a prática dos escribas. Estes escribas, enquanto fazem questão de ostentar piedade e prestígio, devoram as casas das viúvas.

Jesus contempla a ação realizada pela viúva no tesouro do Templo, e utiliza sua atitude como ensinamento para seus discípulos e também para nós: ante os olhos de Deus tem muito mais valor a pouca oferenda depositada pela viúva que as grandes quantidades depositadas pelos ricos. Porque a viúva coloca no cofre tudo que tem para sobreviver, põe nas mãos de Deus tudo o que tem, põe sua vida, expressando assim que sua única esperança é a misericórdia de Deus. 

A oferenda do rico não é válida ante os olhos de Deus porque é interesseira; talvez o rico busque com ela acalmar sua consciência, remediar sua injustiça, talvez exibir-se como generoso e devoto, ou talvez, ao depositá-la, projete aumentar suas riquezas sem pensar nas necessidades de seus conterrâneos, nem na exigência própria da lei de compartilhar os bens com os mais pobres. 

O texto de hoje nos mostra que é a partir da generosidade, do desprendimento que vamos construindo uma nova sociedade e uma nova Igreja, na qual o compartilhar fraterno e generoso é fundamento para um viver mais coerente a nossa fé em Deus.

Muitas vezes passamos por egoístas e somente damos de forma simbólica um par de moedas que não necessitamos, ou – pior ainda – ofertamos o que passou a ser inútil para nós. Que mérito tem esses gestos? Dar é sinônimo de entrega; e é entregando do que necessitamos que acumulamos tesouros no céu. Valioso diante de Deus é dar de forma desinteressada, sem esperar nada em troca e menos ainda o aplauso público.

Geralmente, na concepção do mundo, vale mais aquele que tem mais para dar. No entanto, para Deus não importa o muito ou o pouco que nós ofertamos, mas, a condição e o modo como nós o fazemos. 

Neste Evangelho nós descobrimos o valor que tem diante de Deus aqueles (as) que têm pouco para dar, mas oferecem a Ele tudo o que possuem. Se formos parar para avaliar a nossa conduta, nós iremos perceber que geralmente nós nos apegamos com o pouco que temos e damos ao outro somente o pouco que nos sobra do muito que temos. 

A lei natural do mundo nos instrui que devemos fazer oferta de acordo com o que nós possuímos. Se tivermos muito, temos condições de também oferecer muito, se tivermos pouco, escassa também será a nossa doação. Isso faz parte da vida! 

Porém, o que mais impressionou a Jesus no caso da viúva do Evangelho, foi que ela depositou no altar do Senhor as duas únicas moedas que possuía, portanto, ela deu tudo o que tinha. Assim ela deu testemunho de desprendimento e ao mesmo tempo de confiança na providência de Deus. 

Às vezes nós sovinamos não somente dinheiro, mas também, trabalho, tempo, atenção, carinho, compreensão, zelo. Jesus nos ensina: aquele que dá a Deus tudo o que tem, receberá de Deus muito mais para bem viver.

Podemos agora, colocar essa idéia na nossa vida e refletir sobre o que nós estamos depositando diante de Deus como oferta. Deus, Criador de todas as coisas do universo é dono de tudo, mas, ainda não tem a posse do nosso coração, mesmo sendo Ele o Autor da nossa alma e do nosso ser. 

A Ele, nós temos oferecido apenas migalhas, negamos até o que de mais precioso nós possuímos que é o dom da nossa liberdade. Somos escravos (as) de nós mesmos (as) e teimamos em querer nos apossar das coisas que são inerentes ao nosso ser, mas que se constituem um entrave para que Deus seja, realmente, o dono das nossas duas moedas ou do nosso tesouro. 

Colocamos nas mãos do Senhor somente aquilo que nos sobra, ou melhor, as áreas da nossa vida das quais nós já conseguimos nos desprender. Entretanto, há outras, que estão tão ligadas ao nosso comodismo e à nossa vontade próprias, que nós nem pensamos, quanto mais, admitimos, colocá-las diante do Senhor para que Ele as governe.

A viúva que não tinha nada entregou a Deus, tudo. Será que nós, que tudo possuímos, não estamos dando a Deus, quase nada, apenas o que nos sobra? Isso é algo sobre o qual nós precisamos refletir. 

Você tem sido generoso (a) ou tem dado somente as sobras? O que você tem relutado a entregar a Deus? Você se acha no dever de oferecer a Deus a sua vida? Quais as áreas do seu ser que você tem deixado o Senhor governar? Você tem deixado Jesus arrumar todos os aposentos do seu coração? Existe alguma coisa que você tem negado a Deus?

Na ótica de Jesus, aquela pobre viúva, representação do mais pobre entre os pobres, saiu do templo justificada; foi quem recebeu um maior dom em troca de seu desprendimento: a graça divina; mas do ponto de vista de um doador rico, aquela mulher teria pouca ou quase nenhuma recompensa.
O reino que Jesus proclama não pode reger-se pelos mesmos critérios dos dirigentes de Israel; o reino se constrói com os critérios da qualidade e disponibilidade para contribuir a partir de uma genuína generosidade, e das próprias carências, não a partir do supérfluo.
É preciso discernir continuamente nosso comportamento e atitudes com aquelas pessoas que dão generosas oferendas a nossos centros religiosos em comparação com aquelas que oferecem pouco ou definitivamente não têm nada que oferecer. 

Quais são as de maior objeto de nossa “consideração” e apreço? Sejamos sinceros nisto e reconheçamos com humildade que na maioria das vezes nos sentimos muito a gosto com aqueles que dão mais, que têm mais e melhores meios. E o evangelho onde está?
A viúva do evangelho que hoje meditamos simboliza aquela porção de Israel que entrou na dinâmica de Jesus, que está disposta a dar, a dar-se, a entregar-se com o que tem à causa do Reino do Pai. 

Essas pessoas que dedicam tempo desinteressadamente às nossas obras nos evangelizam com sua generosidade, e especialmente as que não regateiam nada para que a obra do Reino continue sua marcha, recebem nossa atenção como aquela viúva recebeu de Jesus, e nos deixamos contagiar por seu exemplo?

Com auxílio material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão, alguma coisa sempre  se pode fazer. É preciso partilharmos o Deus que trazemos dentro de nós, com aqueles que encontramos nas esquinas da vida. “O VOLUNTARIADO E ‘ O AMOR EM AÇÃO, ATRAVÉS DA CARIDADE.”

 Propósito:

Pai, dá-me um coração de pobre, capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente.