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segunda-feira, 31 de março de 2014

Evangelho terça feira 01 de abril

01 - Trabalhemos todos da maneira e com a intensidade que Deus quer; Ele sabe muito bem coordenar as nossas fadigas para os seus desígnios. (L 22). São Jose Marello
João 5,1-16

"Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus foi até Jerusalém. Ali existe um tanque que tem cinco entradas e que fica perto do Portão das Ovelhas. Em hebraico esse tanque se chama "Betezata". Perto das entradas estavam deitados muitos doentes: cegos, aleijados e paralíticos. [Esperavam o movimento da água, porque de vez em quando um anjo do Senhor descia e agitava a água. O primeiro doente que entrava no tanque depois disso sarava de qualquer doença.] Entre eles havia um homem que era doente fazia trinta e oito anos. Jesus viu o homem deitado e, sabendo que fazia todo esse tempo que ele era doente, perguntou: " Você quer ficar curado?" Ele respondeu: Senhor, eu não tenho ninguém para me pôr no tanque quando a água se mexe. Cada vez que eu tento entrar, outro doente entra antes de mim. Então Jesus disse: "Levante-se, pegue a sua cama e ande!" No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou a cama e começou a andar. Isso aconteceu no sábado. Por isso os líderes judeus disseram a ele: "Hoje é sábado, e a nossa Lei não permite que você carregue a sua cama neste dia." Ele respondeu: O homem que me curou me disse: "Pegue a sua cama e ande." Eles perguntaram: Quem é o homem que mandou você fazer isso? Mas ele não sabia quem tinha sido, pois Jesus havia ido embora por causa da multidão que estava ali. Mais tarde Jesus encontrou o homem no pátio do Templo e disse a ele: " Escute! Você agora está curado. Não peque mais, para que não aconteça com você uma coisa ainda pior." O homem saiu dali e foi dizer aos líderes judeus que quem o havia curado tinha sido Jesus. Então eles começaram a perseguir Jesus porque ele havia feito essa cura no sábado."

Meditação: 
Nesta narrativa do evangelho de João destacam-se o seu simbolismo e os detalhes do diálogo.

Este episódio evangélico está perpassado pelo tema da vida e da morte. Aí se fala de doenças e de doentes: uma multidão de enfermos está postada na piscina de Betesda nutrindo no coração a esperança de recobrar a vida. Há entre eles uma verdadeira porfia nesta corrida pela vida, pois quem tocasse primeiro na água borbulhante, seria agraciado com a cura.

Neste contexto, Jesus é presença de vida que passa quase despercebida. Ele transita no meio da multidão abatida pela doença e pela morte. Seu poder vivificador será usado com comedimento e discrição. A vida jorrará não da água da piscina, e sim da força de sua palavra eficaz. Sua pessoa será a fonte da vida.

O homem do Evangelho de hoje, esperava por ajuda há trinta e oito anos e continuava na mesma. Jesus veio sacudi-lo e questionar a sua inércia. Às vezes, nós nem sabemos se queremos o que esperamos acontecer na nossa vida.

Na maior parte do tempo nós vivemos “deitados (as)” nos nossos problemas e dificuldades, acomodados (as) e inertes, somente vendo a banda passar e as coisas “boas” acontecerem com os outros. Jesus também nos interpela: “Queres ficar curado?”

Podemos não ser paralíticos (as), coxos ou cegos (as), fisicamente, mas podemos estar deitados (as), esperando que alguém venha levar-nos para mais perto da piscina do Espírito Santo.

“Não tenho ninguém que me leve”, esta é a desculpa de muitos de nós que ficamos esperando o socorro de alguém que nunca chega. Jesus se aproxima, e ordena: “Levanta-te, pega na tua cama e anda!”

Pegar na cama é fazer a nossa parte, não ficar parado, somente esperando e pondo a culpa nas outras pessoas achando que vida boa é sempre a dos outros.

Nós murmuramos, nós reclamamos, nos maldizemos e, quando vem um anjo nos alertar e mexer na água do nosso coração, nós nem notamos e continuamos na mesmice.

Não percebemos a hora da graça. Jesus, porém, aproxima-se de nós, nos alerta e nos questiona para que demos o passo decisivo.

Ao homem que ficou curado Jesus recomendou: “Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior” O pecado nos paralisa e nos deixa presos a nós mesmos (as).

Precisamos, pois, dar o passo para o arrependimento e para isso, não precisamos da ajuda de ninguém, só de boa vontade.

O pobre paralítico, impossibilitado de mover-se depressa, foi quem experimentou a ação vivificante desta nova fonte, Jesus. E recobrou, para além da vida física, sua vida social e religiosa. Superada a marginalização em que se encontrava, abriu-se para ele uma nova perspectiva de vida.

Entretanto, este cenário de vida foi transtornado pela perspectiva de morte que despontou no horizonte de Jesus. Os judeus decidiram matar quem dera a vida, eliminando-a no seu nascedouro. Quem dera a vida corria o risco de ser morto, pelo fato mesmo de ter-se posto a serviço da vida.

Há quanto tempo você está parado (a) perto da piscina da graça do Espírito Santo? Por quem você está esperando para aproximar-se do banquete que Jesus quer oferecer-lhe? Por que você não se levanta pega a sua cama (sua vida) e segue a Jesus?

Reflexão Apostólica: 

O Evangelho de hoje nos traz a mente uma palavra muito interessante, que ouvimos constantemente, mas poucas vezes colocamos em prática: O DISCERNIMENTO.

No evangelho, vemos que muitas pessoas esperavam o dia em que o anjo ia vir para movimentar a água da piscina e realizar o milagre da cura.

Quantos, dos que estavam deitados, próximo a piscina, necessitavam daquele milagre, ou simplesmente daquela fé que os mantinham vivos?

Pois é, hoje muitas pessoas se encontram "às margens da piscina", mas não por deficiências físicas como os cegos, coxos e paralíticos, e sim, por um vazio espiritual.

Este vazio aparece quando não encontramos motivos e razões para viver a vida de forma plena. Por isto, Jesus veio nos libertar, de nós mesmos, com sua vida.

Dentro de nós existem pecados que nos prendem, nos aprisionam e nos fazem viver às margens da vida esperando sempre por um milagre.

Estando na posição de Jesus, tendo o poder de perdoar os pecados e curar os doentes; o que nós faríamos? Seguiríamos as regras da lei dos judeus, não realizando a cura no sábado e deixando para o "próximo dia útil"? Ou utilizaríamos o "bom senso" e daríamos ao doente uma oportunidade de sentir-se livre após tantos anos?

Pois bem, Jesus sabia que era sábado e que não "poderia" realizar curas, mas Jesus não teve dúvidas que libertar o doente de tudo que o aprisionava seria mais valioso que guardar um dia de sábado sem uma ação de piedade.

O evangelho também chama atenção para o nosso individualismo, cada um buscando a solução para os seus problemas, não se permitindo ser solidário com o próximo.

Muitas pessoas têm fé, mas por viver em pecado, se sentem paralisadas, e não conseguem voltar e caminhar novamente para o Pai.

Às vezes não percebemos que ajudando o próximo estamos resolvendo muitos de nossos problemas. Sozinhos nós não venceremos, ouçamos Jesus perguntando: "Queres ser curado?" A Palavra de Cristo é a luz que nos mostrará o caminho da salvação, da libertação, da vida e da paz.

Transferindo tudo isto para o nosso dia-a-dia... Quantas vezes deixamos outras pessoas aprisionadas ao sofrimento, à tristeza e a tantos outros sentimentos ruins, por ser um dia de descanso nosso, ou porque, simplesmente, "não podemos"?

Você nunca encontrou alguém necessitando de ajuda? Qual sua foi sua atitude? Não deu atenção, porque você também precisava de ajuda? Ou fez como Jesus, que parou, se aproximou, conversou, perguntou oferecendo sua ajuda?

Um sábado, domingo ou feriado em que não queremos abrir mão do nosso descanso para libertar um amigo da própria prisão... Bem talvez nosso discernimento esteja sendo parcial demais, em prol dos nossos benefícios.
 

Propósito: Tanto nos bons momentos como nos menos bons ter sempre a certeza de que: "Deus está aqui. O Senhor dirige a minha vida! Meu futuro está nas suas mãos." (Sl 16,5)  

domingo, 30 de março de 2014

Evangelho segunda feira 31 de março

31- Que São José cubra com o seu manto paterno os seus filhos devotos. (L 272). São José Marello
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São João 4,43-54
"Depois de ficar dois dias ali, Jesus foi para a região da Galiléia. Pois, como ele mesmo disse: "Um profeta não é respeitado na sua própria terra." Quando chegou à Galiléia, os moradores dali o receberam bem. É que eles tinham ido à Festa da Páscoa, em Jerusalém, e tinham visto tudo o que Jesus havia feito lá. 
Jesus voltou a Caná da Galiléia, onde havia transformado água em vinho. Estava ali um alto funcionário público que morava em Cafarnaum. Ele tinha em casa um filho doente. Quando ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judéia para a Galiléia, foi pedir a ele que fosse a Cafarnaum e curasse o seu filho, que estava morrendo. Jesus disse ao funcionário: 
- Vocês só crêem quando vêem grandes milagres! 
Ele respondeu: 
- Senhor, venha depressa, antes que o meu filho morra! 
- Volte para casa! O seu filho vai viver! - disse Jesus. 
Ele creu nas palavras de Jesus e foi embora. No caminho encontrou-se com os seus empregados, que disseram: 
- O seu filho está vivo! 
Então ele perguntou a que horas o filho havia começado a melhorar. Os empregados responderam: 
- Ontem, à uma da tarde, a febre passou. 
Aí o pai lembrou que havia sido naquela mesma hora que Jesus tinha dito: "O seu filho vai viver." Então ele e toda a família creram em Jesus. 
Esse foi o segundo milagre que Jesus fez depois de ter ido da Judéia para a Galiléia."

Meditação:
Num contexto de “sinais”, que são meios que alimentam a fé porque sabemos descobrir debaixo deles a extraordinária glória de Deus, nos é narrado “o segundo sinal” dos muitos que Jesus fez, mas que João nos seleciona para conhecer a Jesus. 

O fato parece uma simples cura, mesmo sendo à distância, mas nele se pode antecipar a pregação aos pagãos que será importante ao chegar “a hora” (12, 20.23).
A pregação tem como fim conseguir que os destinatários cheguem à fé, pois para isso o evangelho foi escrito. Entretanto, essa fé não basta. Quando o funcionário é beneficiado por um milagre deve descobrir nele um sinal que fale de Jesus.
As referências à morte e à vida nos preparam para a interpretação do sinal: mais que uma cura, somos chamados a ver nele um sinal de que Jesus é portador da vida, e – como veremos com freqüência em João - uma vida que é vida eterna. 

Isso é o que nos ensinará a fé, que nos conduz para a vida, como novamente nos lembra o final do Evangelho. Para João a fé é algo dinâmico que nos conduz “para” Cristo. Por isso o funcionário começa simplesmente crendo em Jesus, para terminar crendo nele. 

A comunidade de João, e nós, leitores do Evangelho, somos chamados a dar com a vida sinais que levem todos à fé. Devemos ser - como comunidade – um sinal pelo qual aqueles que nos vêem descubram uma pregação, um testemunho que os conduza a crer com toda a sua família.
Se aquilo que faz a comunidade joanina, em João, se mostra como sendo feito por Jesus, do mesmo modo nós devemos ser sinais de Jesus, para conduzir à fé, e “para que crendo, tenham vida”.
No texto de hoje mais uma vez estamos diante de um milagre ou simplesmente sinal, característica fundamental do Evangelho de Jesus Segundo São João.
Jesus conforme nos narra o evangelho, sai da sua terra e vai para Galileia. Como era de esperar, depois de tantos milagres e prodígios que fizera em Jerusalém, aquando da celebração da páscoa é bem recebido. E por encontrar receptibilidade continua fazendo milagres.

É de salientar que apesar de Galiléia ser uma região predominantemente gentílica, com presença de descendentes de colonos judeus, fora em Caná da Galileia que tinha transformado a água em vinho por causa da fé daqueles homens.
Hoje neste trecho do Evangelho salienta-se mais um sinal, um milagre. O milagre da vida como sendo o dom de Deus.
Evangelho de São João, respondendo ao apóstolo Tomé, afirma com toda a sua autoridade: “Eu Sou a Vida” (Jo 14,6). Muitas vezes me pergunto sobre o profundo sentido dessa afirmativa.

Em outro tópico Ele parece completar o que ali está dito: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em plenitude” (Jo 10,10). Outra afirmação categórica de Jesus a Maria, irmã de Lázaro, é esta: “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (Jo 11,25). Isto vale a dizer: “Sou o princípio, o autor também da nova vida, após a morte”.

Quem n’Ele procura a vida sempre a encontra. Veja a certeza com que pronuncia as belas palavras ao funcionário do rei: Podes ir, que teu filho está vivo.
Para os homens com grande fé como o alto funcionário do rei, novos céus e nova terra existirão. Porque na verdade reconhecem o Evangelho como Palavra de Salvação eterna.

A plenitude da vida que Jesus nos veio trazer não se restringe aos horizontes fechados da vida presente, como pensavam muitos humanistas e utopistas.
A vida humana, acima de tudo, é dom de Deus: vem de Deus e se realiza na posse terrena e eterna de Deus. Foi essa a vida que Deus concedeu a nossos primeiros pais e Jesus nos veio reconquistar pela Encarnação, pelo mistério de sua vida, morte e Ressurreição. Por isso Santo Agostinho afirma, com tanta propriedade: “O nosso coração está inquieto até que descanse em Vós”.

De regresso a casa, «ele creu, com todos os da sua casa». Gente que não viu nem ouviu Jesus acredita n'Ele. Que ensinamento se retira daqui? É preciso acreditar nEle sem exigir milagres: não é preciso exigir a Deus provas do Seu poder. Basta acreditar nas Suas palavras: O teu filho vai viver. Os teus serão libertos da situação em que se encontram. Acredite. É Jesus quem está falando! Ele quer curar todas as nossas feridas e enfermidades. Quer libertar os nossos de todos os vícios e pecados. Ele quer ressuscitar os membros do nosso corpo e dar-lhes nova vida.

Nos nossos dias, quantas pessoas mostram um maior amor a Deus depois de seus filhos ou sua mulher terem recebido alívio na doença?
Ontem como hoje Ele continua fazendo milagres e prodígios. Mesmo que os nossos votos não sejam atendidos, é preciso perseverar nas ações de graça e de louvor.
Permaneça ligado a Deus mesmo na adversidade, no abandono, na dor, na tristeza ainda que a morte venha bater a sua porta. Não perca a esperança de que os teus hão de viver, e viver para sempre. Confiar, e esperar com fé firme em Deus é optar pela vida. Por isso, escolha, pois a vida descansando nos braços e no colo de Jesus para que tenha vida e vida em abundância.

Reflexão Apostólica:

O regresso de Jesus à sua terra é marcado pelo crescimento da esperança messiânica, que para muita gente consistia em uma grande etapa de curas, milagres e prodígios.
O centro da mensagem se situa nas razões para crer expostas no texto. Enquanto a multidão espera por sinais maravilhosos para ficar convencida de um novo projeto de vida, um homem a quem o povo rejeita por ser funcionário da corte imperial dominante, necessitado de misericórdia, busca a Jesus, escuta sua palavra e crê. O favor de Deus não se faz esperar: sua situação é transformada, e a isso se segue uma conversão profunda, pessoal, familiar e comunitária.

É importante ter um olhar crítico sobre as razões que temos para crer em Deus e em sua proposta de vida. Nossa fé não pode depender de ações espetaculares, alheias ao processo de crescimento pessoal e comunitário. Ela se deve sustentar na Palavra de Deus e na assimilação amorosa dos clamores com os quais nos encontramos diariamente e que exigem de nós conversões profundas.

Jesus está esperando de nós o sinal da FÉ para poder realizar os prodígios e os milagres de que nós necessitamos na nossa vida. O segundo milagre de Jesus aconteceu em Cafarnaum, cidade da Galiléia, região aonde Jesus vivia. Os seus habitantes duvidavam dos milagres de Jesus por Ele ser “de casa. Os galileus precisavam de sinais e de testes para poder acreditar em Jesus. Mesmo assim, foi lá que Jesus curou o filho de um funcionário do rei. O homem acreditou quando Jesus lhe disse: “Podes ir teu filho está vivo”. A Palavra Dele se cumpriu e por isso, o homem abraçou a fé, ele e toda a sua família.

Quantos milagres nós precisamos que aconteçam na nossa vida e não os alcançamos porque NÃO ACEDITAMOS! PRECISAMOS DE SINAIS! E estamos perdendo tempo precioso sem perceber que Jesus vive no meio de nós e que assim como curou o filho do funcionário do rei tem poder também para nos curar hoje e alcançar para nós os milagres que nós tanto desejamos! Jesus é o mesmo, ontem, hoje e sempre.
Portanto, precisamos abraçar a fé em Jesus e dar testemunho dela dentro da nossa casa para que as Suas maravilhas também aconteçam na nossa família. 

Qual o milagre que você precisa que aconteça na sua vida? Você “acha” difícil isto acontecer? Você está esperando fazer boas obras para receber os presentes de Jesus? 
Peça a Jesus com fé e assim mesmo do jeito que você está, do jeito que você é, Ele também o atenderá e dirá: “Podes ir, teu filho está vivo”!

Propósito:

Espírito de fé, concede-me a confiança necessária que me permita ser atendido por Jesus, quando a Ele eu suplicar.


sexta-feira, 28 de março de 2014

Evangelho sábado 29 de março

29 - É necessário pedir a São José a tranqüilidade e a igualdade de espírito; ele era
sempre igual a si mesmo, tanto quando dava ordens a Jesus, a Sabedoria do Pai, como quando exercia a sua profissão, ocupando-se com os trabalhos mais humildes e
grosseiros. (S 173). São Jose Marello
Lucas 18,9-14

"
Jesus também contou esta parábola para os que achavam que eram muito bons e desprezavam os outros: Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos. O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: "Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho." Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!" E Jesus terminou, dizendo: Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido."

Meditação:

No Evangelho de hoje, Jesus nos  revela o segredo de uma oração verdadeira e também eficaz. Ele nos conta uma parábola sobre a oração de dois homens que pertencem a duas categorias completamente opostas. Na verdade, o Evangelho quer provocar em nós a pergunta: com qual dos dois me identifico? Com o fariseu ou com o publicano?

Prestemos bem atenção a como cada um dos homens reza e assim iremos descobrir. Podemos nos encontrar no lugar do publicano (pecador), que foi justificado; mas também com muita probabilidade, podemos nos encontrar no lugar do fariseu, que por sinal, não foi justificado; este último é aquele que regularmente vai ao templo, ou seja, pode ser que sejamos nós, que regularmente vamos à igreja.

Enfim, a parábola em questão é direcionada para todos aqueles que julgam ser bons e desprezam os outros, diz o evangelista Lucas.

O fariseu é aquele que se acha justo, certinho, pelo fato de conseguir freqüentemente cumprir os preceitos da lei: “eu jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda”.

A atitude dele é aquela de uma pessoa egoísta, cheia de si mesmo. Usa sempre o pronome “eu”. E o que agrava a sua presunção é o fato de desprezar os outros.

Não se pode rezar e, ao mesmo tempo, desprezar; dialogar com Deus e ser duros com as pessoas; no fundo, nos deleitamos com os defeitos dos outros para agradar a nossa presunção (Nossa! Comparando-me com fulano de tal, como eu sou bom e correto!). Uma vida assim é cheia de suspeitas e de medos, uma vida triste num mundo corrompido. A oração do fariseu, no final das contas, é um julgamento.

De fato, esta parábola é muito inquietante! Mostra como na oração podemos nos separar de Deus e dos outros quando falsificamos a nossa consciência, enganando-nos quanto a Deus e ao nosso próximo.

Quando estamos falando coisas negativas sobre os outros como aquele fariseu (“não sou como os ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos”); na verdade, estamos envenenando as nossas vidas. Deus está interessado no nosso interior e não naquilo que aparentamos ser.

Precisamos nos conscientizar que não é impressionando uns aos outros que interessa a Deus, mas é nossa vida interior que interessa a ele.

O orgulho é uma cegueira que nos impede de ver nossos próprios erros. É difícil ser humilde. Se nos consideramos humildes, isso já pode ser uma presunção.

Ser humilde significa nunca pensar que somos melhores que as outras pessoas, mas que somos humanos, e por isso, limitados tanto quanto os outros. Esta consciência é o que nos estimula a sempre buscar o amadurecimento espiritual.

Às vezes, a única maneira pela qual aprendemos a tratar bem as pessoas, é quando somos maltratados, para que possamos ver como isso machuca e aprender a não fazer com os outros. A pessoa orgulhosa nunca acha que é orgulhosa, porque o orgulho facilmente se esconde.

O orgulho é uma máscara que encobre realmente quem somos. O orgulho é um julgamento: julgamos porque somos orgulhosos; julgar, na realidade, é tentar achar um caminho para nos sentirmos melhores em relação a nós mesmos, apontando os erros dos outros. 

Deus é um juiz que não faz discriminação de pessoas. Deus não discrimina ninguém; como isto deve doer ao ouvido orgulhoso do presunçoso!

Outra coisa também muito freqüente existir é um entendimento errado da humildade: quando ficamos passivos diante de tudo ou quando sempre estamos dizendo que não somos capazes para isto ou para aquilo.

Esta é a falsa humildade. A humildade é uma das virtudes mais difíceis de se obter, mas também é uma das mais necessárias.

O publicano é realmente um pecador; ele não arranja uma desculpa para o que fez. Uma transgressão típica dos publicanos era trapacear os outros e ser conivente com as tramóias do império romano.

A oração simples do publicano é reconhecer-se pecador. Não julga ninguém, nem mesmo o fariseu, por quem já foi julgado, insultado e excluído.

Deus “jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas”. Mas, temos que nos entregar totalmente a ele.

O publicano foi perdoado não porque fosse melhor que o fariseu, pensar isso seria cair na mesma atitude do fariseu, mas porque com sinceridade mostrou e admitiu sua fraqueza e abriu seu coração a um Deus que é imensamente maior que o seu pecado, a um Deus que nos acolhe, que nos abraça com a sua misericórdia infinita. “Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”. Que nossa oração humilde atravesse as nuvens e chegue ao Altíssimo.

Reflexão Apostólica:  
Ao ler o evangelho de hoje, fiquei muito feliz porque acredito que essa mensagem seja capaz de mudar de forma concreta as nossas vidas, pois, uma vez que passamos a compreender o sentido real e concreto do ATO DE SER HUMILDE e não apenas do CONCEITO DE HUMILDADE, podemos ser transformados interiormente e executar gestos no nosso cotidiano que irá nos proporcionar sentimentos bons e alegres. A SIMPLICIDADE é irmã da HUMILDADE e inimiga do JULGAMENTO.

Nesta parábola, de sua exclusividade, Lucas faz um confronto entre duas atitudes fundamentais. Ele aborda especificamente o ato da oração.

Ela mostra dois pontos: falta de HUMILDADE terrível na vida de uma pessoa que gera: a soberba, o orgulho, a presunção. O outro ponto é a SIMPLICIDADE do coração na oração que gera: humilhação e temor.

Os dois modelos usados são os fariseus e os publicanos. O fariseu (homem da religião) se postava em pé, sem nenhuma reverência a Deus, provavelmente estufando o peito e orava para si mesmo!

Em algumas traduções temos escrito “orava de si para si”. Apesar de começar sua oração pronunciando o nome de Deus, ele não estava dirigindo suas palavras ao Senhor.

Aquela cena não passou de um monólogo, onde sua oração não passou do teto do templo. Porque o único objetivo daquele homem era se auto-proclamar justo e se vangloriar de seus feitos.

O publicano talvez fosse a pessoa menos respeitada da sociedade. Era o judeu escolhido pelo Império Romano para cobrar impostos do povo e por isso era visto como traidor.

No texto, a postura inicial é que de longe sequer ousa olhar para os céus, num sinal de humildade e ainda batia no peito pedindo graça para o seu coração. Na cultura judaica, bater no peito era um sinal externo de demonstrar a dor na sua alma. Ele reconhecia sua natureza pecaminosa e estava angustiado por isso.

A dica para nós é que tomemos cuidado, mas muito cuidado com a nossa presunção no coração. Muitas vezes somos moralistas e demonstramos ser os santarrões da comunidade.

Somos, na prática, como esse fariseu que louvava a Deus por não ser igual aos outros homens. Ele dizia: "Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho."

Santa hipocrisia e soberba terrível deste homem! E como somos assim, como nos achamos os santarrões da vida. Humilhamos pessoas, condenamos os outros.

A grande verdade é que somos iguais a este fariseu do texto de Lucas. Muitas vezes agrademos ao criador por não sermos iguais a alguns pecadores. 

É bom que saibamos, somos roubadores, injustos, adúlteros, somos mentirosos em potencial. Somos uma natureza corrupta, somos todos sem exceção filhos de Adão. Filhos do pecado!

Precisamos da fala no coração do publicano que compreendeu espiritualmente a dinâmica de Romanos 2,1: "Ó homem, quem quer que sejas, tu que julgas, não tens desculpa. Pois julgando os outros condenas a ti mesmo, já que fazes as mesmas coisas, tu que julgas."

Vale lembrar que este homem reconhece que não pode fazer nada para ser salvo, ele é humilde de coração na presença do Senhor com estas palavras: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!" E neste processo Jesus declara: "Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido."
 
Como vimos, esse Evangelho é lindo e TRANSFORMADOR, ele vem ensinar para nós que a nossa oração é um meio de comunicação eficaz com o Pai, mas só subirá aos céus se nascer de um coração humilde, simples e puro!!!

Se quisermos ser justificados e elevados diante de Deus, precisamos diminuir para que Deus cresça em nós!!! Então, faça sua oração agora, com a voz baixinha, ou alta ou até mesmo em seu pensamento, mas faça para que essa palavra possa dar fruto na sua vida hoje, não deixe a graça passar.

Propósito:
Olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Viver meu dizer com o coração agradecido ao Pai e na alegria de poder testemunhá-lo. 


quinta-feira, 27 de março de 2014

Evangelho sexta feira 28 março - Inicio do 160º Cursilho feminino adulto

28 - São José não desejava nada, não queria nada a não ser agradar a Deus; por isso vivia sempre inalterável, mesmo nas contrariedades. Espelhemo-nos nesse sublime modelo e aprendamos a nos manter calmos e serenos em todas as circunstâncias da vida. (L 228). São José Marello
Marcos 12,28-34
O mandamento mais importante - Mc 12,28b-34
Então um escriba aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” Jesus respondeu: “O primeiro é este: ‘Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força!’ E o segundo mandamento é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo!’ Não existe outro mandamento maior do que estes”. O escriba disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: ‘Ele é o único, e não existe outro além dele’. Amar a Deus de todo o coração, com toda a mente e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, isto supera todos os holocaustos e sacrifícios”. Percebendo Jesus que o escriba tinha respondido com inteligência, disse-lhe: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha 

A crítica que Jesus faz à hermenêutica bíblica dos escribas, busca deslegitimar a teologia subjacente que condena e discrimina os pobres, as mulheres, os estrangeiros, os enfermos. Considerados impuros, sua condição social é ainda mais precária e desumana. Não somente são pobres, mas são considerados impuros, ou seja, excluídos da comunhão social judaica tornando ainda mais pesada sua dor e seu sofrimento, pois para perder esta "impureza" deviam pagar uma oferenda ao Templo e aos sacerdotes. Romper este “jugo ideológico” será um dos objetivos propostos por Jesus quando entra em controvérsia com escribas e fariseus. No evangelho de hoje, o escriba se dirige a Jesus de forma interrogativa, talvez esperando dele um progresso no terreno do conhecimento, mas Jesus o convida a sair do mundo dos “saberes” e lhe abre a possibilidade de centrar sua vida na única coisa que importa.

Temos nesta narrativa de Marcos um caso único de diálogo de um escriba com Jesus, sem atritos. Os escribas eram intelectuais, minuciosos conhecedores dos textos da Lei. Este que dialoga com Jesus chega a afirmar que o amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios. Reconhece, assim, os dois maiores mandamentos. Jesus, então, afirma que ele não está longe do Reino de Deus.

Por seus detalhes, esta narrativa assemelha-se à cena do jovem rico, ao qual apenas faltou dar tudo aos pobres e seguir Jesus. Com isso se percebe que ao escriba faltava romper com as doutrinas e observâncias legais e desapegar-se de suas riquezas. A expressão de nossa adesão ao amor de Deus não é o culto religioso, mas sim o amor concreto e solidário ao nosso próximo.

Quando um dos escribas pergunta a Jesus sobre o primeiro mandamento, tenta arrastar Jesus a seu “campo” onde é especialista e ali então quebrar sua “popularidade” e sua autoridade. Mais de seiscentos mandamentos requer certa profissionalização jurídica. O escriba quer saber se Jesus é um "perito" naquilo que todo judeu ortodoxo — muito mais se se trata de um mestre — deve ser, no conhecimento, interpretação e cumprimento da Lei.

Jesus responde que há dois, vinculando assim experiência teológica (amarás a Deus…) e social (e a teu próximo…). Sua resposta não é dirigida a ampliar seus conhecimentos, mas a provocar nele uma mudança de vida... O Reino continua se aproximando também de nós quando aceitamos que ao amor não se chega pelo caminho das generalidades, mas por meio da realidade tangível e concreta dos fatos.

Quando o escriba considera acertada a resposta, dentro de um contexto pós-pascal conflitivo entre judaísmo e cristianismo, o relato quer ressaltar um princípio comum, mas também uma diferença — ”Não estás longe do reino de Deus”. Contudo, esta é a base permanente de unidade entre judaísmo e cristianismo. A diferença está na maneira de entender quem é Deus, quem é Israel, quem é o próximo e aplicar suas conseqüências.

O diálogo se fecha quando se afirma a primazia da vida humana junto com a adoração a Deus. Tal afirmação constitui o ponto de contraste com o desenvolvimento dos acontecimentos posteriores. Paradoxalmente, a teologia que afirma a primazia da vida humana é a mesma que legitimará a morte de quem reivindica a primazia da vida humana, crendo defender a primazia da adoração a Deus.

Contra uma prática da religião meramente externa, fria e legalista, como era a dos escribas e fariseus, Jesus ensina que na verdadeira religião o amor é que tem a primazia, tanto na relação com Deus como com o próximo. Reconhecer isso, como fez o escriba, é já estar próximo do Reino de Deus.

Religião é re-ligação, é Deus chamando o homem para comunhão consigo ou é o homem tentando se auto-preencher, abafando o chamado interior. O homem tem dentro de si um vazio que só é preenchido por Deus. Deus o criou assim, deixando um espaço para comunhão com o ser humano. Mas quando Adão pecou, em suma, disse a Deus: "Não o quero em minha vida." Desde então o homem vem tentando preencher esse vazio, que o incomoda, para que se sinta em paz.

Entretanto, quando se acentua somente o amor a Deus, cai-se no espiritualismo ou no descuido com o próximo, aparecendo todo tipo de mecanismos e sofismas alienantes, como o excessivo apego ao culto (AT), o excesso de devoções carentes de fundamento.

Essa atitude foi a luta constante da corrente deuteronomista e dos profetas, e é o que também Jesus denunciará; mas se o acento principal recair somente no amor ao próximo, as atitudes podem ser muito bonitas, podem, por exemplo, surgir todo tipo de “ajudas” materiais e econômicas para os pobres, mas não passarão de simples filantropia que logo desembocará em assistencialismo e no sentimento estéril de unicamente ter pena dos outros, mas sem nenhum compromisso efetivo e ativo para lutar contra tudo que gera injustiça e desigualdade.

O critério de Jesus é, então, combinar ambos os mandamentos, os dois amores, de tal forma que um seja o termômetro do outro e, sobretudo, buscando que quem escolhe levar a cabo o cumprimento de ambos os mandamentos seja cada dia mais humano, mais fraterno, mas solidário, e mais filho de Deus e irmão dos outros.

No entanto, pô-lo em prática é que é de fato entrar no Reino. Evitemos o perigo da mecanização da nossa vivência da fé. Que ela não se reduza a uma prática litúrgica na qual estamos presentes de corpo, mas não de espírito. Tal atitude não pode deixar de ter sérias conseqüências para as nossas vidas.

As palavras de Jesus, hoje, trazem-nos a essência, o centro do que é ser Cristão: Amar a Deus e amar o próximo. Nestes dois mandamentos se resumem o que deve ser um cristão e o que deve ser a comunidade cristã. São estas as únicas leis que um cristão deve seguir: amar a Deus e amar ao próximo. E estas duas vêem juntas, são um único mandamento, o mandamento do amor que vem de Deus e nos faz amá-Lo em resposta, mas também o próximo, como diz a carta de João: «Nós amamos, porque Deus nos amou primeiro. Se alguém diz que ama a Deus, mas tem ódio ao seu irmão, é um mentiroso. De fato, aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus, a quem não vê? O mandamento que Jesus nos deixou é este: aquele que ama a Deus deve também amar o seu irmão.» Quem assim o conseguir fazer na sua vida, será um verdadeiro cristão, um fiel verdadeiro, se a comunidade cristã fizer isso, será verdadeiramente Igreja.

Nada disto é novo para nós pois sabemos que o grande e único mandamento que Jesus trouxe é o do Amor. A resposta que Jesus dá ao Fariseu, não terá sido novidade também para ele. Jesus não terá sido o único do seu tempo a dizer que toda a Lei (Torah) e os profetas mais não fazem do que exemplificar, desenvolver o fundamental, o central que é amar a Deus e ao próximo. Só em relação ao próximo, na Lei (Torah), existem mais de 50 mandamentos.

O próprio apóstolo Paulo, um judeu fariseu de formação o diz na sua carta aos romanos: «A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei. Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se resumem nestas palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei.». E, quanto ao mandamento de amar a Deus, ele aparece no texto talvez mais lido e sabido de cor pelos judeus: « Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. Atá-los-ás à tua mão como sinal, e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos. Tu os escreverás nos umbrais e nas portas de tua casa.» Cristãos e Judeus, temos isto em comum: Sabemos que temos o dever de cumprir o grande mandamento de amar a Deus e ao próximo.

Mas, o centro do texto de hoje, o que Jesus nos vem dizer, não está no saber esse mandamento, está no compreende-lo verdadeiramente, e sobretudo: Pô-lo em prática.

Em relação à compreensão, temos de ter em atenção que Jesus usa o verbo amar num tempo que pode ser traduzido no indicativo futuro: “amarás” ou no imperativo presente: “Ama!”. Amar a Deus e ao próximo é simultaneamente uma tarefa para o futuro, mas também, não podemos esquecer um imperativo presente. Há que começar já, agora, neste momento a amar, e não esperar para começarmos amanhã. O amor de amanhã não espera, ele começa já! É imperativo agora amar. Contudo, os medos, as prisões, os sofrimentos fazem-nos muitas vezes adiar para o futuro uma intenção de amar.

O mandamento diz também para amar a Deus com todo o coração, toda a alma e todo o entendimento. Três palavras que no original são todas femininas (alusão ao amor de mãe). Coração, no original grego: kardia. Esta palavra não significa somente coração, sentimento, não, ela significa o centro do nosso ser, a nossa vontade, o nosso desejo, a nossa intenção. Amar a Deus com todo o coração, não quer dizer amar com o sentimento, mas com o centro do nosso ser, com toda a nossa vontade, com todo o nosso desejo, com toda a nossa intenção; Alma, no original grego: Psyché, não quer dizer apenas alma, quer dizer vida, o que nos faz viver.

Amar a Deus com toda a alma é amar como respiramos, como se para nos mantermos vivos, dependesse disso o amar a Deus. Amar a Deus é o que nos faz viver. Entendimento, no original grego: dianoia, não quer dizer apenas entendimento, mas também propósito, atitude. Amar a Deus com todo o entendimento, significa amá-lo em todo o momento, em qualquer coisa que façamos, onde quer que estejamos, significa que todas as nossas atitudes são sempre de amor, quer estejamos ao domingo dentro da Igreja, ou ao sábado à noite com os nossos amigos e colegas.

Quanto a pôr em prática esta compreensão do mandamento, quem o pode cumprir verdadeiramente? Gandhi, dizia: “Mostrem-me um Cristão e eu serei um.” Dizia ele isto, porque não conseguia ver em nenhum que se dizia cristão a concretização na vida do seguimento do mandamento do amor. O livro do êxodo alerta para isso.

Quantos se dizem cristãos e oprimem os estrangeiros, (veja-se os que criticam a presença de estrangeiros neste país, como se nunca ninguém tivesse saído de Brasil para tentar uma vida melhor no estrangeiro, veja-se o que estão a fazer com aqueles que tentam entrar em território espanhol).

Quantas vezes nós, nos portamos como usurários, e precisamente nestes tempos de crise não temos remorsos em emprestar dinheiro com juros altíssimos sem pensarmos que essas pessoas podem vir a ficar sem dinheiro até somente para se protegerem do frio nas ruas úmidas das grandes capitais. Não, o amor misericordioso de Deus com que o texto do livro do Êxodo conclui, muitas vezes não é o amor que nós dizemos que seguimos quando dizemos que seguimos a Cristo. Sim, quem ama a Deus e ao próximo com todo o coração, com toda a alma e todo o entendimento? Quem amou, quem amará?

Jesus Ama!! Jesus amou, Jesus amará, sempre!! É esta a grande novidade que o Cristão trás dentro de si. Cristo, pela sua vida, pela sua paixão, pela sua morte, demonstrou que é possível viver até às últimas conseqüências o amor a Deus e ao próximo. Ele amou a Deus e ao próximo com todo o seu coração, todo o seu ser, como toda a sua alma, toda a sua vida, com todo o seu entendimento, em todos os momentos, mesmo na morte. E este seu amor que brotava do Pai e que vivia nele por ação do Espírito, ele nunca desistiu dele.

Jesus também teve medo, ao ponto de suar sangue no Monte das Oliveiras; ele também esteve preso; ele sofreu o abandono do Pai, mas o amor, ele nunca o abandonou, pois sabia com o todo o seu coração, com todo a sua alma e todo o seu entendimento que vivendo esse amor que vem de Deus, jamais iria morrer, pelo contrário, iria vencer a morte e viver para todo o sempre. E mais: Jesus com essa obediência de vida em amor, trouxe assim, por meio da fé nele a possibilidade de também nós participarmos dessa Vida Eterna, do Reino de Deus.

O cristão pode de fato amar a Deus e ao próximo com todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento. Disso é testemunha Paulo, nesta carta que escreve aos Tessalonicenses. Eles são o modelo para todos os crentes da Macedônia e Acaia. A sua fé espalhou-se por toda a parte. E ao longo da história da Igreja, embora pareça raro, encontram-se inúmeros exemplos de homens e mulheres, de comunidades cristãs, que viveram o mandamento do amor com todo o coração, toda a alma e todo o entendimento. (Madre Teresa de Calcutá, Martin Luther King, os apóstolos, irmão Roger de Taizé, aqueles que nós conhecemos: pilares da igreja).

Temos sentido o mesmo sentimento que Paulo pela comunidade de Tessalônica (acolhimento de comunidade cristã-igreja). Temos sentido que em nossas vidas temos vivido o mandamento do amor com todo o nosso coração, toda a nossa alma e todo o nosso entendimento. Sim, é possível viver esse amor. Quando deixamos entrar Cristo, quando deixamos que ele viva em nós, então podemos viver o mesmo amor que ele viveu e assim participar da Vida plena, que um dia há de vir.

Amar a Deus e amar ao próximo. Um dia, um certo doutor da Lei perguntou: E quem é o meu próximo? E então Jesus contou a parábola do Bom Samaritano.

Que possamos nós lutarmos enquanto seres humanos plenos de fé e também enquanto igreja viva de Cristo, apesar dos sofrimentos, das prisões, dos medos, por vivermos o mandamento do amor, e que pela nossa vida, em obras e também em palavras levemos ao mundo inteiro esse mandamento do amor, para que todo o mundo participe um dia da Vida Eterna!

Amar é a segunda razão da nossa existência. Muitos pensam que amar consiste em possuir algum sentimento bom em relação às pessoas. Não! Amar não é somente sentimento, pois se assim fosse, Jesus não teria nos ordenado amar até os nossos inimigos: “mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês”. Amar é atitude, é querer fazer o bem, mesmo que a pessoa não mereça, como o caso dos inimigos. O apóstolo João diz: “Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações”. A Palavra de Deus deixa bem claro como devemos amar e diz também porque devemos amar: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro”; e “Cristo deu a sua vida por nós. Por isso nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos”.

A Igreja existe para levar amor de Deus ao seu povo e isso é realizado por meio de um ministério que é demonstrar o amor de Deus aos outros, atendendo suas necessidades e curando suas feridas, em nome de Jesus. Cada vez que você está tocando a vida de alguém com amor, está ministrando a essa pessoa.

Muitas são as necessidades das pessoas e muitos são os modos de ir ao encontro dessas necessidades; por isso, Deus tem dado a cada um de nós um ou mais dons para que possamos levar o seu multiforme amor a todos. Para isso, é preciso descobrir nossos dons espirituais e habilidades. Assim, nosso ministério será mais eficiente e eficaz quando estivermos usando nossos dons e habilidades na área em que nós mais nos sentimos tocados e que mais expresse nossa maneira de ser.

Como já vimos, o mandamento do amor de Deus é complementado, já no Antigo Testamento, pelo segundo: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo». Por seu lado, no Novo Testamento, o amor ao próximo aparece sempre como indissolúvel do amor de Deus. Os dois mandamentos não são na realidade senão um só.

A caridade fraterna torna-se, assim, o conteúdo e a realização prática de toda e qualquer exigência moral: «Fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a Lei se encerra num só preceito, que é o seguinte: amarás o próximo como a ti mesmo». É, em definitiva, o único mandamento: «O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei». «Quem não ama o seu irmão que vê, como pode amar a Deus que não vê? ... Quem ama a Deus ame igualmente o seu irmão». Não se podia afirmar com mais clareza que, em substância, não há senão um único amor: o amor do próximo, porque é através do amor ao próximo que põe em prática o amor a Deus.

Mas, atenção! O amor ao próximo não é apenas um sentimento. É essencialmente religioso. Não é simples filantropia. É religioso pelo seu modelo: o cristão ama o seu próximo para imitar a Deus, que ama a todos sem distinção. Mas é sobretudo pela sua fonte, ou seja, porque é obra de Deus em nós. Como poderíamos, de fato, ser misericordiosos como o é o Pai celeste se o Senhor não no-lo tivesse ensinado e se o Espírito não o difundisse nos nossos corações?

O amor a Deus e ao próximo esta acima de qualquer outro mandamento e não pode ficar preso e amarrado, mas circular livremente entre os irmãos como sangue nas veias.

Não existem cristãos bonzinhos e perfeitos. Todos nós estamos a caminho da perfeição e se quisermos receber a eterna salvação, o primeiro passo é reconhecermos a nossa incapacidade de fazer a vontade de Deus. Somente assim, reconhecendo honestamente que o nosso amor é falho, reconhecendo e confessando as nossas dificuldades, que podemos entender como precisamos da presença do Espírito Santo em nossas vidas. Somente assim, podemos entender como precisamos do poder e da graça de Deus para sermos salvos. Pois é somente pela graça e pelo poder do Espírito Santo, será possível que sejamos transformados! É somente pelo poder e pela graça do Espírito Santo de Deus que podemos ser mudados em pessoas que amam a Deus e que amam a seu próximo.

A questão da relação entre o amor de Deus e o amor dos homens está sempre no centro da vida cristã. É uma questão tão clara e precisa na sua formulação teórica quanto é problemática e instável na sua tradição prática e existencial.

Em todas as épocas da história da Igreja, essa realidade essencial corre o risco de ser parcialmente escondida e até distorcida, inclinando o fiel da balança quer para um quer para o outro pólo. Hoje, por exemplo, alguns cristãos são levados a pôr em evidência as exigências do amor fraterno sem fronteiras, preocupando-se menos com saber em que o verdadeiro amor fraterno é «idêntico» ao amor de Deus.

Quando o amor ao próximo é separado do amor a Deus, pode acontecer que haja enganos sobre as dimensões integrais do próprio amor ao próximo em si, porque facilmente o próximo passa de sujeito a objeto e, nesse caso, o «interesse» que o próximo merece pode nada ter a ver com o real amor, mas descair na exploração.

Estou convencido que, onde Deus não ocupa mais o lugar que lhe compete, começa a perder importância também a relação para com o próximo. Frente à fome, à injustiça e à opressão, há o risco de uma resposta de «violência que gera violência». Para resolver os problemas causados pela superpopulação, sugere-se uma planificação indiscriminada dos nascimentos e à adoção do aborto legalizado. Frente à crise da família, propõe-se logo como remédio o divórcio. Perante a inelutabilidade do fim dum doente incurável, propõe-se a eutanásia.

As considerações feitas não impedem, porém, que se possa continuar a dizer que o amor ao próximo requer inevitavelmente um empenho concreto no mundo e na luta pela libertação do homem de hoje de toda a forma de escravidão...

Houve, num passado não muito distante, uma espiritualidade e uma mística que, para sublinhar o pólo do amor de Deus, pregou a fuga do mundo e o desprezo das coisas do mundo; uma espiritualidade que falou duma escolha nítida entre Deus e o mundo, arriscando-se a dilacerar o coração e a alma do cristão em dois amores antitéticos.

Ora, essa visão do problema não é evangélica. Os cristãos na Igreja têm a responsabilidade de manifestar aos homens os sinais autênticos do amor que salvou o mundo. Como «corpo» de Cristo que é, a Igreja nunca cessa de ser esse sinal. Mas depende da fidelidade dos cristãos que esse sinal tenha significado.

O homem moderno, mais do que o que o precedeu, aspira a uma maior paz e justiça e, para essa finalidade, mobiliza as suas energias. Todavia, querer a justiça e a paz significa também querer os meios necessário para as atingir. A reta intenção e as belas palavras não bastam. É necessário fazer opções, no plano da ação individual e coletiva, em função duma análise realística dos dados do problema em toda a sua complexidade. Se calhar, é neste campo que se joga o futuro da Igreja, a sua credibilidade perante o mundo e a sua fidelidade ao Evangelho.

Para "fechar " a nossa reflexão de hoje, colocamos duas perguntinhas bem simples para serem respondidas, com muita lealdade, para nós mesmos:

            1 - Qual sua maneira de servir ao próximo ?
            2 - Em que área da vida das  pessoas você leva o amor de Deus (espiritual, emocional, física e/ou social)?



quarta-feira, 26 de março de 2014

Evangelho quinta feira 27 de março

27 - São José praticava as virtudes humildes e obscuras, mantendo-se sempre calmo, sereno e tranqüilo, observando em tudo perfeita conformidade com a Vontade Divina. (S228). São Jose Marello
Lucas 11,14-23

"Jesus estava expulsando de certo homem um demônio que não o deixava falar. Quando o demônio saiu, o homem começou a falar. A multidão ficou admirada, mas alguns disseram: É Belzebu, o chefe dos demônios, que dá poder a este homem para expulsar demônios. Outros, querendo conseguir alguma prova contra Jesus, pediam que ele fizesse um milagre para mostrar que o seu poder vinha de Deus. Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído; a família que se divide em grupos que lutam entre si também será destruída. Se o reino de Satanás tem grupos que lutam entre si, como continuará a existir? Vocês dizem que é Belzebu que me dá poder para expulsar demônios. Mas, se é assim, quem dá aos seguidores de vocês o poder para expulsar demônios? Assim, os seus próprios seguidores provam que vocês estão completamente enganados. Na verdade é pelo poder de Deus que eu expulso demônios, e isso prova que o Reino de Deus já chegou até vocês. Quando um homem forte e bem armado guarda a sua própria casa, tudo o que ele tem está seguro. Mas, quando um homem mais forte o ataca e vence, leva todas as armas em que o outro confiava e reparte tudo o que tomou dele. Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando."

Meditação:

O evangelho de hoje pode ser dividido em  três partes que também perfazem as três resposta de Jesus.

A primeira  parte diz respeito a comparação do reino dividido. Jesus denuncia o absurdo da calúnia escribas. Dizer que ele expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência.

É o mesmo que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém o caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o povo. Estavam com medo de perder a liderança. Sentiam-se ameaçados na sua autoridade junto ao povo.

Já a segunda é uma pergunta sobre por quem expulsam vossos filhos os demônios? Jesus provoca os acusadores e pergunta: “Se eu expulso em nome de Belzebu, em nome de quem os discípulos de vocês expulsam os demônios? Que eles respondam e se expliquem! Se eu expulso o demônio pelo dedo de Deus, é porque chegou o Reino de Deus!”.

Para concluir, vem a terceira parte: chegando o mais forte ele vence o forte. Jesus compara o demônio com um homem forte.

Ninguém, a não ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem forte. Consegue expulsar os demônios.

Jesus amarrou o homem forte e agora rouba a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Por isso Lucas diz que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que chegou o Reino de Deus.

Jesus termina sua resposta com esta frase: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”.

Em outra ocasião, também a propósito de uma expulsão de demônio, os discípulos impediram um homem de usar o nome de Jesus para expulsar um demônio, pois ele não era do grupo dele. Jesus respondeu: “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!” (Lc 9,50).

Parecem duas frases contraditórias, mas não são.

A frase do evangelho de hoje é dita contra os inimigos que tem preconceito contra Jesus: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Preconceito e não aceitação tornam o diálogo impossível e rompe a união.

A outra frase é dita para os discípulos que pensavam ter o monopólio de Jesus: “Quem não é contra vocês é a vosso favor!

Muita gente que não é cristã pratica o amor, a bondade, a justiça, muitas vezes até melhor do que os cristãos. Não podemos excluí-los. São irmãos e parceiros na construção do Reino.

Jesus acompanha as suas palavras com numerosos «milagres, prodígios e sinais» (At 2, 22), os quais manifestam que o Reino está presente n'Ele. Comprovam que Ele é o Messias anunciado.

Os sinais realizados por Jesus testemunham que o Pai O enviou. Convidam a crer n'Ele. Aos que se Lhe dirigem com fé, concede-lhes o que pedem.

Assim, os milagres fortificam a fé n'Aquele que faz as obras do Seu Pai: testemunham que Ele é o Filho de Deus. Mas também podem ser «ocasião de queda» (Mt 11, 6). Eles não pretendem satisfazer a curiosidade nem desejos mágicos.

Apesar de os seus milagres serem tão evidentes, Jesus é rejeitado por alguns; chega mesmo a ser acusado de agir pelo poder dos demônios.

Todavia, ao libertar certos homens dos seus males terrenos – da fome, da injustiça, da doença e da morte –, Jesus realizou sinais messiânicos; no entanto, Ele não veio para abolir todos os males deste mundo, mas para libertar os homens da mais grave das escravidões, a do pecado, que os impede de realizar a sua vocação de filhos de Deus e é causa de todas as servidões humanas.
           
A vinda do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: «Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demônios, então é porque o Reino de Deus chegou até vós» (Mt 12, 28).

Os exorcismos de Jesus libertam os homens do poder dos demônios. E antecipam a grande vitória de Jesus sobre «o príncipe deste mundo» (Jo 12, 31).

“Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa” Como isto acontece na minha e na tua vida?  “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!

Como isto acontece em nossa vida? Temos ciúmes do bem dos outros, das pessoas, que iniciam a sua caminhada de fé e que se destacam na prática do bem e no anúncio do evangelho?
Reflexão Apostólica:  
Na vida, não dá para ser radical, porque senão, não é possível equilibrar-se nos relacionamentos, afinal, somos todos diferentes!

Uma hora cedemos aqui, outra hora cedemos ali, e o dia a dia vai sendo vivido conforme driblamos as dificuldades e curtimos a felicidade.

Porém, ser cristão exige uma única radicalidade: estar ‘do lado de Jesus’.

Estar ‘do lado’ não é o mesmo que estar ‘ao lado’.

Quando estamos ‘ao lado de Jesus’, Ele pode se adiantar e nós ficamos para traz por nossa indolência, ou nos adiantamos atropelando o tempo de Deus, ou apenas passamos ao seu lado.

Não dá para deixar Jesus nem um pouquinho à frente ou para trás, porque seria o mesmo que: abandonar a Verdade que garante a vida; afastar-se da Luz que ilumina os passos; não ter o Pão que alimenta o espírito; viver no deserto sem a água que é a fonte da vida; querer amar estando longe do Amor.

Porém, quando estamos ‘do lado de Jesus’, caminhamos no mesmo passo, percorremos o mesmo lado do caminho, com Ele.

Jesus disse: "Quem não está comigo, está contra mim". Com essas palavras Ele nos chama para caminharmos no mesmo sentido d'Ele, e não no sentido contrário.

Quem nunca passou por esse dilema: Se resolve ficar quieto e não trabalha, não produz, ganha a imagem de preguiçoso, incompetente, (…), mas se trabalha muito, mostra frutos e cresce, sofre e ainda é martirizado pela inveja dos outros.

Jesus “importunava” por fazer; foi levado a cruz por trabalhar, curar e fazer o bem não comoveu os corações mais duros. Não teve perdão dos fariseus por não se render às vaidades, ao poder e as bajulações. Não se cercou de poderosos, tão pouco de pessoas influentes; preferiu os humildes em detrimento aos orgulhosos. Nada de errado fez e mesmo assim Pilatos não o absolveu… E o levaram ao calvário.

Não digo que a inveja seja algo comum, mas algo que todo aquele que trabalha ou se expõe esta sujeito, pois não temos controle sobre a vida e os pensamentos daqueles que nos cercam.

Quantas vezes nos flagelamos, maltratamos e desistimos de tudo mediante as insistentes e persistentes críticas dos que invejam?

Muitas vezes estes não tem noção da maldade que estão fazendo e tão pouco o quanto estão colaborando para a destruição de um sonho, um projeto, uma vida. “(…) Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando”.

Temos que estar atentos, pois a inveja é inerente ao ser humano, o que muda ou difere é o grau de intensidade que ela se manifesta, o “alvo” da inveja e de quem parte. Sim, isso é um alerta, pois nenhum de nós esta isento ou imune a essa tentação. Um colega que “se dá bem”, um amigo que recebeu uma promoção; o vizinho que trocou de carro; a segurança e a estabilidade do amigo; o cabelo da vizinha; (…), são motivos de cobiça.

Cobiça? Inveja? Ciúme? Como esse negócio brota!!! O invejoso consegue ver a maldade até nas boas obras e que dão certo, mas como dissemos na reflexão de ontem “A presença de Deus é que torna nossa evangelização forte e ungida; Sua presença é que dará sucesso a nossas obras inclusive em nossas pastorais”.

Lembrei de José e seus irmãos. E como não lembrar? Crescem juntos, resguardados pelo mesmo amor e carinho, mas que motivados pela inveja, resolvem entregar o irmão nas mãos de mercadores como escravo. Mas como na história desse patriarca, mesmo no deserto e escravo, Deus não deixou de enchê-lo ainda mais de realizações.

A inveja dos irmãos não fez sucumbir a graça de Deus. Mas é preciso deixar bem claro uma coisa: José nunca desistiu ou se escondeu!

Quem é perseguido ou que pelo menos sente suas forças se esvaírem pelas perseguições deve bater o pé e permanecer na jornada, pois você faz parte dos quem juntam, portanto Deus esta sempre ao seu lado

Mantenha-se firme! Acredite! Continue!

Propósito: Promover da união de todos por onde passo. 


terça-feira, 25 de março de 2014

Evangelho quarta feira 26 de março

26 - São José foi sempre tão humilde que quis ser considerado sem valor algum, mantendo-se sempre silencioso e oculto, atribuindo todo merecimento a Maria, a sua Esposa imaculada e santíssima. (S 327). São Jose Marello
Mateus 5,17-19

"Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: enquanto o céu e a terra durarem, nada será tirado da Lei - nem a menor letra, nem qualquer acento. E assim será até o fim de todas as coisas. Portanto, qualquer um que desobedecer ao menor mandamento e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem obedecer à Lei e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado grande no Reino do Céu."
Meditação:

Na Palavra de hoje, Jesus ensina a importância dos seus ensinamentos. Ele, que veio para dar cumprimento ao que falavam os Profetas e a lei de Moisés, trouxe para o povo de Israel e para o mundo o seu ensinamento.

Deste ensinamento, do Cristianismo, nada do que foi ensinado será tirado até o último dia. Aquele que conhece o ensinamento será considerado o menor no Reino de Deus.

Aquele que pratica e que ensina será considerado grande. São estas as palavras de Jesus para nós. O que vale dizer que o ensinamento e a prática nos colocam sobre os menores no Reino.

Menores são todos os que crêem em Cristo, que vivem no catolicismo, mas não conhecem as Escrituras. Isso faz deles os menores! Pois, sábio, o Pai lhes mostra como devem pela vida que levaram. E cobra-os envergonhando aos mortos, para que aprendam com quem faz a verdade acontecer em vida.

Porém
, para aqueles que sabem e praticam o seu lugar no Reino já esta garantido em uma posição melhor do que aqueles que não praticam.

É necessário que se fortifiquem na Fé e não se deixem destruir pelos mortos com suas enganações, que promovem assim, o sofrimento e dor das almas do purgatório. Almas que necessitam de orações e de comportamentos SANTOS por parte dos ELEITOS DE DEUS.

A simplicidade coloca nas mãos do Pai a escolha do que AMA ensinar pelo Espírito Santo, mas não busca o reconhecimento do homem. Para que não seja acusado de ser mais SANTO do que DEUS e menos SANTO do que devia ser.

O que você acha que mudou no coração do homem? Você é daqueles (as) que acham que certos valores já eram? Qual é o conceito que você tem da Lei de Deus? Como você acha que Deus o (a) considera: menor ou maior no reino dos céus?

Reflexão Apostólica: 

O povo, por longo período de anos, não teve a preocupação de documentar ou guardar sua história em manuscritos ou outra forma concreta de arquivo ao não ser o que era passado de boca a boca, de pai para filho.

Apenas após a passagem de Josias e Esdras, ouve uma preocupação em se compilar as tradições judaicas, mas mesmo tendo sua história e normas guardadas no que chamaram de TORAH, a tradição cultural continuava sendo passada de pessoa a pessoa.

Muitas leis eram locais ou de interpretação conforme a localidade, realidade e situação do povo, é o que popularmente chamamos de “cada caso tem um caso”. Por vezes, as leis eram mais culturais do que escritas por Deus.

Jesus aparece e mostra que a lei continua correta, mas propõe que haja um NORTE na sua interpretação, para que ela não fosse tendenciosa e usada de forma a oprimir, ao invés de libertar e corrigir o seu povo. “(…) Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com eles, MAS PARA
DAR O SEU SENTIDO COMPLETO”.

Esse sentido completo esta na presença de Jesus no meio deles. Se buscarmos a passagem que diz que a fé sem obras é morta, Deus nos ensina e demonstra através da vinda de Jesus que Ele é um Deus que vai além dos ensinamentos ou das tábuas da lei, Ele é presente e sua presença é que torna completa a lei, os dias de tua vida.

A presença de Deus é que torna nossa evangelização forte e ungida; Sua presença é que dará sucesso a nossas obras inclusive em nossas pastorais.

Não conseguirei tocar o coração de alguém com palavras lindas se não forem inspiradas por Deus e ai que esta o grande diferencial do cristão e aquele que decora a passagem.

Deus não habita no coração demagogo e prepotente e tão pouco naquele que usa da palavra para promoção pessoal e receber “tapinhas nas costas”.

Deus fica ofuscado quando tentamos “aparecer” mais que sua presença ou quando fazemos a superprodução esquecendo-se da humildade que ainda encanta…

Baseando-se nesse meu breve argumento, será que é correto usar Deus nos discursos políticos ou na justificação dos nossos erros?

Quantas pessoas conhecemos cuja cristandade não vai além do belo discurso?

Uma ação, uma mensagem, uma palavra se não tem a essência de Deus, não convence, não exorta, não corrige, não alimenta… Qualquer ação cristã precisa ter sentido completo.

Se vamos trabalhar pra Deus, que seja mergulhando de cabeça; se vamos falar em Seu nome, que seja de toda alma, de todo coração e com todas as nossas forças.

Nosso Deus é muito próximo. Tudo o que fazemos em Seu nome e por Ele, será abençoado.