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terça-feira, 31 de março de 2015

Evangelho do dia 01 de abril quarta feira Semana Santa



01 - Trabalhemos todos da maneira e com a intensidade que Deus quer; Ele sabe muito bem coordenar as nossas fadigas para os seus desígnios. (L 22).SÃO JOSE MARELLO
Mateus 26,14-25

"Então um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi falar com os chefes dos sacerdotes. Ele disse: - Quanto vocês me pagam para eu lhes entregar Jesus? E eles lhe pagaram trinta moedas de prata. E daí em diante Judas ficou procurando uma oportunidade para entregar Jesus. No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, os discípulos chegaram perto de Jesus e perguntaram: - Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor? Ele respondeu:- Vão até a cidade, procurem certo homem e digam: "O Mestre manda dizer: A minha hora chegou. Os meus discípulos e eu vamos comemorar a Páscoa na sua casa." Os discípulos fizeram como Jesus havia mandado e prepararam o jantar da Páscoa. Quando anoiteceu, Jesus e os doze discípulos sentaram para comer. Durante o jantar Jesus disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair. Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar: - O senhor não está achando que sou eu; está?Jesus respondeu:
- Quem vai me trair é aquele que come no mesmo prato que eu. Pois o Filho do Homem vai morrer da maneira como dizem as Escrituras Sagradas; mas ai daquele que está traindo o Filho do Homem! Seria melhor para ele nunca ter nascido! Então Judas, o traidor, perguntou:- Mestre, o senhor não está achando que sou eu; está? Jesus respondeu: - Quem está dizendo isso é você mesmo.
"

Meditação

O tom dramático e doloroso das narrativas dos últimos dias de Jesus, em Jerusalém, marca as celebrações da Semana Santa.

A tradição da Paixão, elaborada na ótica da religião sacrifical do AT, apresenta o sofrimento como caminho necessário para a salvação.

Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi a plena manifestação do amor que liberta, removendo o sofrimento e promovendo a vida.

Em conseqüência foi perseguido até a morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias que cooptam pessoas como Judas.

Ontem o evangelho falava da traição de Jesus e da negação de Pedro. Hoje temos o tema da traição de Judas na versão de Mateus.

A Palavra de Deus nos convida hoje a aprofundar a temática da traição de Judas. Os Doze estão à mesa, simbolismo de um novo projeto de humanidade a partir da comunhão do pão e do vinho. Quando Jesus anuncia que um vai traí-lo, todos dizem: “Serei eu, Senhor?”, reconhecendo Jesus como Senhor de suas vidas. 
  
Judas, ao contrário, pergunta: “Mestre, o senhor não está achando que sou eu; está?” Judas segue a mesma mentalidade dos que não entenderam o projeto messiânico de Jesus, que não é do poder, mas sim do Servo Sofredor que o torna Senhor, Filho de Deus. Em todo grupo humano sempre há alguém que tem preço; alguém que se vende e trai.

Na narração da paixão de Jesus, o evangelho de Mateus acentua muito o fracasso dos discípulos. Apesar de terem convivido três anos com Jesus, nenhum deles defende Jesus. Judas o trai, Pedro o nega, os outros fogem.

Mateus narra tudo isto não para criticar ou para condenar, nem para desanimar os leitores, mas para destacar que a acolhida e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos!

Esta maneira de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para a Comunidade do tempo de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos desanimaram e tinham abandonado a comunidade e se perguntavam: "Será possível voltar?

Deus nos acolherá e perdoará?" Mateus responde sugerindo que nós podemos quebrar a relação dom Jesus, mas Jesus nunca rompe seu amor para conosco.

Seu amor é maior da nossa infidelidade. Esta é a mensagem importante que captamos no evangelho durante a Semana Santa.

Judas tomou a decisão após Jesus não ter aceito a crítica dos discípulos contra a mulher que desperdiçou um perfume muito caso só para ungir Jesus (Mt 26,6-13).

Foi procurar os sacerdotes e perguntou: "O que me dareis se vos entregar Jesus?" Combinaram, então, trinta moedas de prata. Mateus cita as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12).

Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas faz lembrar a venda de José por parte dos irmãos, decidia com os compradores por vinte moedas (Gn 37,28). Lembra também o preço de trinta moedas a ser pagas pelo ferimento de um escravo (Ex 21,32).

Jesus chegava da Galileia. Não tinha casa em Jerusalém. Passava as noites no Jardim das Oliveiras (Jo 8,1). Nos dias de festa da páscoa a população de Jerusalém triplicava por causa do grande número de peregrinos que chegavam de todas as partes.

Para Jesus não era fácil encontrar uma grande sala onde celebrar a páscoa junto com peregrinos vindos da Galileia, como ele.

Manda seus discípulos encontrar uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece mais informações e deixa que a imaginação complete o que falta nas informações.

Era uma pessoa conhecida de Jesus? Um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos soube completar esta informação, com pouca credibilidade.

Jesus sabe que será traído. Apesar de Judas fizesse tudo às escondidas, Jesus sabia. Mas, apesar disso, quer confraternizar com o grupo dos amigos a que Judas pertence.

Quando estavam reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor "aquele que comigo põe a mão no prato". Esta maneira de anunciar a traição torna ainda mais claro o contraste.

Para os judeus, comunhão ao redor da mesa, molhar junto o pão no mesmo prato, era a maior expressão de intimidade e confiança. Mateus sugere que, apesar da traição, realiza por alguém muito íntimo, Jesus é maior da traição!

O que impressiona em Mateus é maneira como descreve os fatos. Entre a traição e a negação insere a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, depois (Mt 25,30-35).

Assim, ele destaca para todos nós a incrível gratuidade de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. O amor dele não depende daquilo que os outros fazem a ele.

Até entre os eleitos por Jesus isso aconteceu. Ai Judas, “seria melhor que não tivesse nascido”! Teria sido mais útil não ter feito o caminho de Jesus se fosse terminar dessa maneira tão dolorosa e vergonhosamente triste.

Quanto nós temos de Judas em nossas vidas? Quantas vezes traímos o Senhor pela nossa falta de amor radical e de serviço generoso?

Nesta Semana Santa é importante que tenhamos algum tempo para tomar consciência da incrível gratuidade do amor de Deus por nós.

Reflexão Apostólica: 

Acredito muito na simbologia e na magia de fé que existe nessa semana, por isso, nesses anos que faço a reflexão diária do Evangelho, não me atrevo, por respeito, a acrescentar qualquer tipo de interpretação, pois a mensagem por si se explica.

Certa vez ouvi uma fábula, que pode ser contada a adultos e crianças:

“(…) Deus havia encarregado um dos seus anjos mais próximos de cuidar do seu rebanho de estrelas. Cada uma da sua cor e cada cor representava um dom de Deus.

Certa vez as estrelas pediram para o anjo que as deixasse vir a Terra e conhecer as maravilhas do criador. O anjo não vendo problema as autorizou sob a condição que após uma hora estivesse de volta. E assim aconteceu.

Uma hora mais tarde uma a uma voltavam ao céu. O anjo foi conferi-las. Não podia faltar nenhuma. Notou que uma delas não voltou – a estrela verde.

Procurando no glossário celeste, descobriu que a ESPERANÇA não voltou para o céu e, desde aquele dia, no rebanho dos dons de Deus, faltaria a Esperança, pois como Deus tudo sabe, não tem esperança.

Deus preocupado com o destino da humanidade enviou o anjo para trazer de volta a esperança que insistia em ficar na terra.

Ao descer a terra o anjo encontrou a esperança sentada numa pedra a chorar. Dizia que estava inconsolável, pois viu o AMOR morrer numa CRUZ traído pela AMIZADE e pela falta de FÉ. O Anjo olhou nos olhos daquela pequena estrela e disse: Não se preocupe! O AMOR nunca morrerá.

Sem perceber, as lágrimas da ESPERANÇA caíram na terra. O anjo a pegou pela mão e disse: Vamos! Não tenha medo!

Do céu o anjo via admirado que pontos verdes apareciam na terra. A suprema entrega do AMOR na cruz fez brotar a ESPERANÇA."

O AMOR sempre teve ESPERANÇA na AMIZADE se convertesse e não o levasse para Cruz.

Não creio que Judas era “predestinado” a ser o traidor de Cristo. Creio que Deus revelava dia-a-dia o que Jesus deveria saber, prova é que Ele em certo momento diz não saber o dia da sua volta Gloriosa. Não é difícil de acreditar que isso só foi revelado pelo Pai a Jesus apenas na Santa Ceia.

O anjo levou a ESPERANÇA de volta para Deus. O AMOR devolveu a DEUS a esperança na conversão da criatura.

É um fato: A AMIZADE selou com um beijo a traição ao AMOR. Durante três dias a ESPERANÇA permaneceu inconsolável e escondida por uma pedra, mas ao raiar do dia, um anjo revelou que o AMOR NUNCA MORRERIA.

(…) Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo. E eis que houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. Resplandecia como relâmpago e suas vestes eram brancas como a neve. Vendo isto, os guardas pensaram que morreriam de pavor. Mas o anjo disse às mulheres: NÃO TEMAIS! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. NÃO ESTÁ AQUI: RESSUSCITOU COMO DISSE. Vinde e vede o lugar em que ele repousou”. (Mt 28,1-6)

Propósito: Pedir perdão a Jesus, por todas as traições que hoje Ele sofre no mundo, quando as pessoas se deixam vender

segunda-feira, 30 de março de 2015

Evangelho do dia 31 de março terça feira



31- Que São José cubra com o seu manto paterno os seus filhos devotos. (L 272). SÃO JOSE MARELLO
João 13,21-33.36-38

"Depois de dizer isso, Jesus ficou muito aflito e declarou abertamente aos discípulos: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair. Então eles olharam uns para os outros, sem saber de quem ele estava falando. Ao lado de Jesus estava sentado um deles, a quem Jesus amava. Simão Pedro fez um sinal para ele e disse: - Pergunte de quem o Mestre está falando. Então aquele discípulo chegou mais perto de Jesus e perguntou:- Senhor, quem é ele? - É aquele a quem vou dar um pedaço de pão passado no molho! - respondeu Jesus. Em seguida pegou um pedaço de pão, passou no molho e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. E assim que Judas recebeu o pão, Satanás entrou nele. Então Jesus disse a Judas: - O que você vai fazer faça logo! Nenhum dos que estavam à mesa entendeu por que Jesus disse isso. Como era Judas que tomava conta da bolsa do dinheiro, alguns pensaram que Jesus tinha mandado que ele comprasse alguma coisa para a festa ou desse alguma ajuda aos pobres. Judas recebeu o pão e saiu logo. E era noite. Quando Judas saiu, Jesus disse: - Agora a natureza divina do Filho do Homem é revelada, e por meio dele é revelada também a natureza gloriosa de Deus.E, se por meio dele a natureza gloriosa de Deus for revelada, então Deus revelará em si mesmo a natureza divina do Filho do Homem. E Deus fará isso agora mesmo. Meus filhos, não vou ficar com vocês por muito tempo. Vocês vão me procurar, mas eu digo agora o que já disse aos líderes judeus: vocês não podem ir para onde eu vou. Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros. Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos. Simão Pedro perguntou a Jesus: - Senhor, para onde é que o senhor vai? Jesus respondeu: - Você não pode ir agora para onde eu vou. Um dia você poderá me seguir! Pedro tornou a perguntar: - Senhor, por que eu não posso segui-lo agora? Eu estou pronto para morrer pelo senhor!
- Está mesmo? - perguntou Jesus. - Pois eu afirmo a você que isto é verdade: antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.
"

Meditação
Estamos no terceiro dia da Semana Santa. Os textos do Evangelho destes dias nos colocam diante de fatos terríveis que levarão à captura e à condenação de Jesus.

Os textos não nos apresentam só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também as traições e as negações dos discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus por parte das autoridades e contribuíram a aumentar mais ainda o sofrimento de Jesus.

Na última Ceia, com seus apóstolos, logo antes de ser entregue aos inimigos, Jesus senta-se à mesa lado a lado com o traidor.

Ao contrário do que pintaram muitos artistas, ao longo da História, inclusive na célebre tela de Leonardo da Vinci, não é Pedro que está junto a Jesus. É Judas Iscariotes.

O Evangelho de João apresenta um longo discurso de Jesus, após ter lavado os pés dos discípulos  (Jo 13,2-11) e ter falado da obrigação que temos de nos lavar os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comove profundamente. E não deve causar maravilha.

Ele estava realizando aquele gesto de serviço e de dom total de si, enquanto a seu lado um dos discípulos estava tramando como traí-lo naquela mesma noite.

É um do círculo íntimo de Jesus que fará a traição fatal. Uma cena chocante e tão real, que não poderia ser fruto da imaginação.

Jesus expressa sua emoção dizendo: "Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará!" Não diz: "Judas me trairá", mas "um de vós". É algum de seu grupo de amizade que o trairá.

O anúncio de Jesus sobre a traição iminente desconcerta seus discípulos. Eles ficam assustados. Não esperavam esta declaração, isto é que um deles teria sido o traidor.

Pedro faz um sinal a João, o discípulo a quem Jesus ama, para pedir a Jesus quem dos doze teria cometido a traição. Sinal este que não se conheciam bem, não conseguiam entender quem pudesse ser o traidor. Sinal que a amizade entre eles não tinha chegado à mesma transparência de Jesus em relação a eles ( Jo 15,15). João inclina-se perto de Jesus e lhe pergunta: "Quem é?"

Jesus diz: é aquele para quem vou molhar um pedaço de pão e vou lhe dar. Em sinal de amizade, acena com um gesto acolhedor, pega um pedaço de pão, o molha e o dá a Judas. 

Era um gesto comum e normal que os participantes numa refeição costumavam fazer. E Jesus disse a Judas: "O que tens a fazer, executa-o depressa!"

Judas guardava a bolsa comum. Era o responsável para comprar as coisas e dar a esmola aos pobres. Por isso, ninguém intuiu nada de especial no gesto e nas palavras de Jesus.

O amor de Jesus é um amor que não julga, que não conhece limites, que se estende ao inimigo mortal, que não força ninguém, que desiste da possibilidade de rechaço.

Para quem está com Ele não há inimigos a serem delatados. O Seu propósito não é denunciar o traidor nem o delatar diante de seus companheiros, mas oferecer a última oportunidade de se arrepender. É em vão. A tentativa de Jesus fracassa.  

Nesta descrição do anúncio da traição encontra-se o eco do salmo em que o salmista se lamenta do amigo que o traiu: "Até mesmo o meu amigo, em que confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair" (Sl 41,10; Sl 55,13-15).

Judas toma consciência que Jesus estava a par de tudo ( Jo 13,18). Mas, apesar de sabê-lo, não volta atrás e mantém sua decisão de trair o Mestre.

É este o momento em que se dá a separação entre Judas e Jesus. Jesus manifesta seu total respeito pela liberdade humana, ao preço de sua própria vida. João afirma que satanás entrou nele. Judas se levanta e sai. Posiciona-se do lado do adversário (satanás). João comenta: "Era noite". Era escuridão.

É como se a história tivesse esperado este momento de separação entre luz e trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entram em Judas quando ele decide de executar o que estava tramando.

Naquele momento se fez luz em Jesus que declara: "Agora foi glorificado o Filho do homem, e Deus foi glorificado nele".

Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo!" Tudo o que acontecer por diante é por contagem regressiva.

As grandes decisões já foram tomadas seja por parte de Jesus (Jo 12,27-28) e agora por parte de Jesus. Os eventos se precipitam.

Jesus o anuncia: "Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo como eu disse também aos judeus: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'". Falta pouco para a passagem, para a Páscoa.

Junto com a traição de Judas, o evangelho fala também da negação de Pedro. São os dois fatos que mais contribuem para a dor de Jesus. Pedro afirma que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: "Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo, o galo não cantará ante que me tenhas negado três vezes".

Marcos escreveu: "Antes que o galo cante duas vezes, tu me terás negado três vezes" (Mc 14,30). Todos sabem que o galo canta rapidamente. Quando pela manhã o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos cantam juntos. Pedro é mais rápido em sua negação que o galo a cantar!

Judas, o amigo, se torna traidor. Pedro, o amigo, nega Jesus. E eu? Fico no lugar de Jesus e penso: como enfrentar a negação e a traição, o desprezo e a exclusão?

Reflexão Apostólica: 

No Evangelho de hoje, não necessitamos de muitos esclarecimentos. A própria leitura já nos apresenta a VERDADE.

A traição anunciada nas Palavras do próprio Jesus e também através dos Profetas para a nossa glória. O Pai tudo faz com perfeição, embora não saibamos como Ele decide. Ele é Deus!

Pelas palavras do evangelista nós percebemos que Jesus “ficou profundamente comovido” quando testemunhou que um deles O trairia.

Mesmo sabendo que iria ser traído por Judas e que Pedro o negaria Jesus prosseguia na sua missão e não desanimava diante da perspectiva de que seria abandonado pelos Seus servos. Afinal, fora para aquele momento que Ele viera ao mundo e Nele o Pai seria glorificado.

Trazendo esta reflexão para a nossa vida pessoal, nos parece, que dentro do contexto das ações humanas sempre haverá alguém que terá a função de trair e, por isso, nós precisamos nos manter atentos (as), até quando servimos a Deus, para que a nossa fraqueza não nos imponha o papel de traidores (as).

Nós também temos dificuldades de entender os sinais de Deus e, por isso mesmo, muitas vezes, nós olhamos para as “evidências” e julgamos os outros, sem nos apercebermos de que também nós somos capazes de trair a Deus.

Nunca achamos que podemos ser nós, os responsáveis pelas coisas que não dão certo, todavia, o Senhor que conhece os nossos corações, sabe, de antemão, quando o havemos de trair, de negar, mas também tem ciência de quanto nós O podemos glorificar quando cumprimos com a nossa missão.

Está nas Palavras que também seremos provados, assim como Pedro foi. Hora nós agimos como Pedro, hora nós somos como Judas.

Sigamos Jesus até o fim e seremos salvos, mesmo nas maiores provações, pois assim diz o Filho de Deus. Os JUDAS de hoje, continuam matando a Jesus, trocando a Ele pelo dinheiro, pela ciência e pelo reconhecimento dos homens.

Há vidas entregues livremente para que seja possível o Reino. Fruto desta entrega é o dom do Espírito de Deus que dá ao ser humano a capacidade de amar sem limites, fazendo-o plenamente humano, ao estilo de Jesus.

Você sabia que trai a Deus quando não está vivendo segundo a Sua vontade? Você sabe que negar a Deus é não dar testemunho dos dons e das graças de Deus na sua vida? Você acha que o Senhor conhece o seu coração? Nós nos abrimos incondicionalmente ao amor sem limites?

Peçamos ao Senhor a graça de sermos como João, o discípulo amado, que se recostava no peito de Jesus e a quem o Mestre confidenciava os Seus segredos a fim de que não estejamos entre os infiéis.

Propósito: Acolher Jesus na pessoa dos irmãos. Deixar de ser como Pedro: distante e sem compromisso

domingo, 29 de março de 2015

Evangelho do dia 30 de março SEMANA SANTA



30 - Se São José não concedesse graças, não seria mais São José. (S 173). São Jose Marello
João 12,1-11

"Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi ao povoado de Betânia, onde morava Lázaro, a quem ele tinha ressuscitado. Prepararam ali um jantar para Jesus. Marta ajudava a servir, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então Maria pegou um frasco cheio de um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela derramou o perfume nos pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e toda a casa ficou perfumada. Mas Judas Iscariotes, o discípulo que ia trair Jesus, disse: - Este perfume vale mais de trezentas moedas de prata. Por que não foi vendido, e o dinheiro, dado aos pobres? Judas disse isso, não porque tivesse pena dos pobres, mas porque era ladrão. Ele tomava conta da bolsa de dinheiro e costumava tirar do que punham nela. Então Jesus respondeu: - Deixe Maria em paz! Que ela guarde isso para o dia do meu sepultamento. Os pobres estarão sempre com vocês, mas eu não estarei sempre com vocês. Muitas pessoas ficaram sabendo que Jesus estava em Betânia. Então foram até lá não só por causa dele, mas também para ver Lázaro, o homem que Jesus tinha ressuscitado. Então os chefes dos sacerdotes resolveram matar Lázaro também; pois, por causa dele, muitos judeus estavam abandonando os seus líderes e crendo em Jesus."

Meditação

Na iminência de sua morte em Jerusalém, seis dias depois, também com a ceia da vida, Jesus celebra com os discípulos o cumprimento fiel de seu ministério.

Betânia quer dizer “casa do oprimido”. Trata-se da comunidade de Jesus reunida depois da ressurreição de Lázaro. A comunidade celebra no serviço (Marta), mostrando o amor a Jesus (Maria) e compartilhando a mesa (Lázaro), a vida que Jesus lhes comunicou.

Os membros da comunidade demonstram sua identificação com Ele, o que os leva a se entregarem, também eles, para dar vida aos demais.

Judas não compreende nem o serviço, nem o amor, nem o compartilhar. Há dois projetos opostos: o de Judas que com seu afã de apropriação, cria pobreza e sob o pretexto da solidariedade, utiliza os pobres em proveito próprio. E há o projeto de Jesus, para quem a solução para a pobreza está na doação total de si aos demais.

Não é a fria beneficência que liberta, mas a calorosa reação pessoal, que dá aos oprimidos dignidade e igualdade integrando-os à comunidade fraterna.

 Entramos na Semana Santa, a semana da páscoa de Jesus, de sua passagem deste mundo ao Pai (Jo 13,1). A liturgia de hoje coloca diante de nós o início do capítulo 12 do evangelho de João, que tem a tarefa de fazer a ligação entre o Livro dos Sinais (cc 1-11) e o Livro da Glorificação (cc.13-21).

No final do "Livro dos Sinais" aparecem com clareza a tensão entre Jesus e as autoridades religiosas da época (Jo 10,19-21.39) e o perigo que corria Jesus.

Várias vezes tinham tentado matá-lo (Jo 10,31; 11,8.53; 12,10). Tanto é verdade que Jesus viu-se obrigado a levar uma vida clandestina, porque podia ser preso a qualquer momento (Jo 10,40; 11,54).

Estamos na Semana Santa. Oportunidade única para perguntarmos sinceramente: como eu pessoalmente vivo e como vive em nossa comunidade o serviço, o amor e a caridade?

Ontem, Domingo de Ramos, demos início, como Igreja, à Semana Santa. Esta é a semana mais importante de todo o ano litúrgico.

Dia-a-dia a liturgia nos convidará a viver com mais intensidade os últimos momentos da vida de nosso mestre Jesus, antes de sua gloriosa ressurreição, através da qual Ele inaugura um novo modo de presença entre nós, seus súditos.

Ontem, Jesus entrou em Jerusalém, aclamado pelo mesmo povo que irá gritar  o "crucifica-o!" na sexta-feira próxima! Ao longo desta semana as leituras nos conduzirão a entender melhor porque Jesus foi tão firme e fiel até o fim.

A primeira leitura, do livro do profeta Isaías, trará o que chamam os estudiosos bíblicos de CÂNTICOS DO SERVO. São 4 cânticos que, se atualizados em Jesus, nos fazem compreender com mais profundidade sua missão.

Os salmos serão sempre de apelo ao PAI, como que buscando forças para não fraquejar diante dos eminentes desafios do sofrimento e da morte.

E as leituras do Evangelho, traçarão os últimos momentos de Jesus.

Portanto, com a liturgia, somos convidados pela Igreja a estarmos mais próximos de Jesus, a não o abandonarmos como farão quase todos os seus queridos, a mostrarmos a Ele que pode contar conosco.

A presença d'Ele é muito mais importante que qualquer bem, dinheiro ou posição social que este possa nos dar.

Por isso, a começar de hoje, possamos gastar todo o "perfume" do nosso tempo para aproveitarmos a presença do Mestre!

Meditemos: Maria foi mal interpretada por Judas. Você já foi mal interpretado (a) alguma vez? O que nos ensina o gesto de Maria? O que nos diz a reação de Judas?

Reflexão Apostólica: 

Antes de tudo reflita essa frase. Pode até parecer um grande jargão, mas O MUNDO AO NOSSO REDOR MUDA QUANDO RESOLVEMOS, DE FATO, MUDAR TAMBÉM.

Voltando… Esse evangelho nos apresenta diversas possibilidades de reflexão entre elas: ATITUDE, DEDICAÇÃO e o  VALOR REAL e APARENTE das coisas.
 ATITUDE: “Então Maria pegou um frasco cheio de um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela derramou o perfume nos pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos

Quando realizamos ou desempenhamos uma função seja ela no trabalho, em casa, na igreja, (…) temos que ter a idéia se isso vale a pena, pois se tivermos a convicção que isso tem um grande valor teremos mais motivação para dar o máximo para que este se concretize.

Ninguém joga um jogo (nem palitinho) pensando e perder. Quem entra num jogo sem vontade de dar o seu máximo, não conseguirá motivar ninguém a jogar com você novamente. Nossas pastorais carecem de gente de atitude e motivada.

Note que a vontade de Maria era agradar seu ilustre hóspede, por isso não mediu esforços para que isso acontecesse. Não estou falando do valor do frasco de perfume, mas na atitude de ter oferecido o seu melhor para agradar. E nós? Ofertamos o nosso melhor no que fazemos?

DEDICAÇÃO: “E toda a casa ficou perfumada”.

Quando de fato nos entregamos a algo de todo coração, não há como, o que esta a nosso redor também não se “contaminar”.

Fazer algo com prazer e focado nas pessoas nos gratifica ao ponto de vermos a graça de Deus pairando sobre o que estamos fazendo.

Isso não se estende somente à Igreja, a um Grupo, a uma Equipe, a uma Comunidade. Esse gesto intenso de amor tem grandes frutos nos ambientes de trabalho e de convívio social.

VALOR REAL e VALOR APARENTE: “Este perfume vale mais de trezentas moedas de prata. Por que não foi vendido, e o dinheiro, dado aos pobres?

Boa parte das grandes idéias e ações não sai do papel ou no primeiro ano de aplicação por falta de convencimento pessoal ou de fé em si mesmo.

Pergunte-se: O que faz ou esta fazendo atualmente lhe agrada? Consegue ver os frutos do seu trabalho nascer? Esta convencido que não esta sozinho ou que o pensamento ou idéia não é só seu? Consegue manter um projeto, ideal ou sonho sozinho? Todo esforço já empenhado valeu a pena?

Conheço pessoas que tem a sensação que carregam seus Grupos, suas Equipes, suas Comunidades nas costas. E assim também são no trabalho, em casa, na rua, (…). O que procuram? Refletem sobre isso?

O zelo pode também esconder a necessidade que temos de valorização. Ninguém conseguirá, sem conhecer bem sobre o assunto, apresentar o devido valor a algo ou a alguém.

Para um simples leigo, um quadro de Van Gogh não deixará de ser uma tela qualquer ou um emaranhado de tintas, mas aos olhos de que de fato nos conhece, sabe o que fazemos e como estamos fazendo.

Maria, do evangelho de hoje, soube, através da simplicidade, a quem deveria agradar. Não podemos esperar de quem não conhece ou ama, o devido valor pelas coisas que fazemos.

Não fazemos e nem podemos fazer algo apenas por A ou B, pois a essência do nosso trabalho deve perfumar a casa toda onde todos habitam.

Um canto, o arranjo de uma música, como o Magnificat, não pode agradar apenas a mim, "meu" Movimento, "minha" Pastoral.

Minhas decisões não podem ser tão individualistas que neguem a entrada dos irmãos. A idéia pode ser minha, mas a obra é de Deus e por Ele que nos empenhamos: “(…) Pois toda casa tem seu construtor, mas o construtor de todas as coisas é Deus. Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo e testemunha das palavras de Deus. Cristo, porém, o foi como Filho à frente de sua própria casa. E sua casa somos nós, contanto que permaneçamos firmes, até o fim, professando intrepidamente a nossa fé e ufanos da esperança que nos pertence”. (Hb 3,3-6)

O que faço vale muito! Derrame-se por completo!

Propósito: Ter o comportamento de Maria, de humilhação, obediência e sujeição a Cristo.