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sexta-feira, 30 de abril de 2021

EVANGELHO DO DIA 01 DE MAIO DE 2021

 Leitura do santo Evangelho segundo São João 14,7-14

"Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto". Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras. "Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai. E o que pedirdes em meu nome, eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei."  

Meditação:

O diálogo de Jesus com os discípulos revela o contraste que há entre a imagem de Deus, recebida da oficialidade religiosa por estes homens e mulheres de seu tempo, e a que estão recebendo agora, por meio de Jesus. E fica o manifesto de que não é nada simples para eles estabelecerem com toda clareza de que lado se encontra a imagem genuína de Deus.

É que em todas as épocas da história humana e, especialmente no que concerne à dimensão religiosa, sucede sempre um fenômeno muito especial: enquanto Deus busca se revelar sempre de modo mais patente e claro, os “funcionários” da religião sempre encontraram a maneira de estabelecer barreiras e impedimentos que evitem essa aproximação direta e simples de Deus.

Pois bem, em Jesus se manifesta esse desejo terno de Deus caminhar ombro a ombro com seus filhos e filhas, de revestir-se de humanidade, sem temor de perder sua dignidade divina; mas é tão absolutamente humano que talvez por isso os discípulos não possam captar essa presença.

Senhor mostra-nos o Pai, e isso nos basta! Esta foi a preocupação de Filipe no Engelho de hoje e pode ser a de muitos diante de uma situação sem solução humanamente falando. Jesus, no quarto evangelho, fala freqüentemente da sua relação com o Pai, da sua união com Ele, pelo fato de ter sido enviado por Ele.

Ontem como hoje, os discípulos, agora representados por Filipe, queriam algo mais: uma visão direta do Pai. E então respondendo Jesus Se lhes revela: Eu estou no Pai e o Pai está em mim! Sua essência com o Pai é a mesma. Ele é o eterno Filho de Deus. Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.

Mas esse desejo estava em contradição com aquilo que já nos aparece no prólogo de João: A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigênito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer (Jo 1, 18). Mas os discípulos não souberam reconhecer na presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do Pai porque, para ver o Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que existe entre ambos.

Só pela fé se reconhece a mútua imanência entre o Jesus e o Pai. Por isso, a única coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiadamente esse dom. Jesus ao apelar para a fé, apóia os seus ensinamentos em duas razões: a sua autoridade pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das suas obras.

A obra de Jesus, inaugurada pela sua missão de revelador, é apenas um começo. Os discípulos hão-de continuar a sua missão de salvação, farão obras iguais e mesmo superiores às suas. Jesus quer mesmo dar coragem, aos seus e a todos os que hão-de acreditar n´Ele, para que se tornem participantes convictos e decididos na sua própria missão.

Jesus falou muito do Pai. Filipe entusiasmou-se e pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai. Mas o Senhor respondeu-lhe: Quem me vê, vê o Pai. Filipe queria ver o Pai, mas não conseguiu vê-lo em Jesus. Ao contemplar o Mestre ficou pela realidade externa, não conseguindo atingir o interior, a sua realidade íntima, com o olhar penetrante da fé. O verbo «ver», para João, indica duas ordens de realidades: a do sinal visível e o da glória do Verbo.

Eu estou no Pai e o Pai está em mim. Jesus é a revelação de amor, de um amor generoso que quer espalhar-se sem limites, que não tem ciúmes: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas.

Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.

Reflexão Apostólica: 

Como vimos, no Evangelho de hoje, Jesus enfatiza aos seus discípulos que já conhecem o Pai porque o tinham visto e conhecido a ele. Esta afirmação provoca a intervenção de Felipe: “mostra-nos o Pai”.

Sabemos que se trata de um recurso pedagógico empregado pelo autor do quarto evangelho para aprofundar um tema teológico dando-lhe a relevância necessária.

Jesus interpela a Felipe com o mesmo tema que em passagens anteriores veio trabalhando: ele e seu Pai são uma mesma realidade.

Entre eles existe uma comunhão tão íntima, tão profunda que aquele que vir a Jesus – o Filho – vê o Pai. Mas o assunto é ainda mais profundo: crer em Jesus é crer nas obras que ele realiza como provenientes do Pai.

Por sua vez, quem crê em Jesus é chamado a realizar suas mesmas obras, e inclusive maiores. De tal forma que a fé em Jesus não é uma simples adesão, mas implica um modo de agir segundo a ação do Pai revelado na pessoa de Jesus.

A comunhão íntima de Jesus com seu Pai não é compreensível para Tomé e Filipe. Não entendem que conhecendo Jesus conhecem o Pai.

O verbo “conhecer” não se refere à ação de ver e gravar uma imagem na memória, mas, sobretudo, ao desejo profundo de experimentar Jesus em nossa vida e de aderirmos sem desculpas a seu projeto de anunciar o reino de Deus. Em outras palavras, conhece a Deus e a Jesus quem faz a vontade do Pai.

Do mesmo modo que Filipe são muitos os que pensam que conhecem Jesus porque o visitam nos templos e lá rezam. Na prática, porém, não o conhecem realmente porque sua vida é dominada por atitudes egoístas, injustas ou violentas.

Poderíamos dizer que a fé e as obras nos permitem conhecer Jesus e o Pai, mas também são nossas obras que permitem que Jesus e o Pai nos conheçam. A fé e as obras são o eixo em torno do qual deve girar a vida cristã.

Quando rezarmos, devemos fazê-lo em nome de Jesus. Assim sentiremos a glória de Deus como um cinzel que, com nossa colaboração, vai esculpindo sem descanso um mundo com rosto alegre, fraterno e justo.

Temos nosso olhar do coração fixo nas ações de Jesus, para que realizemos as obras do Pai? Agimos em nome do Pai, ou pretendemos fazer nosso próprio capricho utilizando o nome de Deus?

Propósito:

Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.

Evangelho do dia 30 de abril 2021

 Evangelho: João 14, 1-6

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar? 3E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também. 4E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.» 5Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?» 6Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».

Na ceia, momento em que se vive a alegria do encontro e da partilha, Jesus lavou os pés de seus discípulos, deixando-lhes bem clara a sua prática de serviço amoroso, e não de poder e dominação.

 O Evangelho de hoje nos apresenta o início de uma seção que os eruditos chamam de “discursos de despedida”. Estes discursos (três ao todo) devemos lê-los à luz de toda a obra de Jesus, sua vida e seu ministério. No capítulo treze encontramos uma cena que sintetiza o que até o momento foi o ministério de Jesus. Durante a última ceia, ele a assumiu com o gesto do lava-pés o ponto máximo e a razão de ser de sua missão: o serviço aos outros que terá seu ponto culminante na cruz.

 Toda a história da salvação poderia se definir como a atitude de um Pai que busca servir os seus filhos pondo-lhes todos os meios possíveis de acesso a Ele. No momento em que Jesus assume também esta atitude de serviço, põe como último e definitivo elemento toda a obra de seu Pai.

 Se o discípulo está em sintonia com esta onda, não há porque ter medo. Os discursos de despedida nos deixam entrever a atitude de decepção dos discípulos. Em termos humanos Jesus está consciente de que seus amigos mais íntimos lamentarão a sua ausência física, mas suas palavras carregadas de consolo são um chamado a se colocar acima deste sentimento humano normal. O verdadeiro discípulo deve chegar a interiorizar de tal maneira a doutrina e a obra de Jesus até que chegue a se sentir sempre imerso em sua companhia, realizando cada uma das palavras de seu mestre. Em tal sentido a presença atual de Jesus se manifesta agora como o caminho para ser andado em companhia dos outros; verdade que deve ser mantida em meio a tantas meias verdades, e vida que desmascara as situações de morte que surgem em cada instante de nossa existência.

 O texto de João deve ser compreendido no contexto do discurso de despedida pronunciado por Jesus, dirigido a seus discípulos: Jesus os prepara para o futuro imediato, ou seja, para a sua cruz e sua ressurreição. Ao mesmo tempo, ele os prepara ao futuro supremo, quando vier para os levar com ele na glória. Vendo que o anúncio de sua próxima partida os mergulhou na confusão, Jesus os chama a terem uma fé mais firme em Deus e nele mesmo. Em seguida, ele lhes revela a grandeza de Deus, cuja "casa", embora seja única, contém moradas para todos aqueles que crêem. Jesus completa esta revelação lhes assegurando que voltará em pessoa para os conduzir a sua casa. O exemplo que Jesus lhes dá no decorrer do seu jantar de despedida mostrou aos discípulos que sua vida deveria vivida no amor, a serviço uns dos outros e do mundo.

 Jesus acaba de fundar sua comunidade dando a ela por estatuto o encargo encarecido do amor. Agora vai explicar a ela qual sua relação com o Pai e com ela, que ficará estabelecida quando ele se for. Os seus serão membros da família do Pai, e este estará entre eles como entre seus filhos. Mas essa presença não será estática, em um templo, senão dinâmica, acompanhando-os em seu êxodo, em sua saída de si mesmo até dar a vida, se fosse necessário por amor aos demais. O caminho é Jesus; a meta é o Pai.

 Eles, não obstante, ficam inquietos. Por isso Jesus os convida a não perder a calma praticando seu estilo de vida. Desse modo poderão ser filhos de Deus. Eles, os que o seguem, serão integrados na família do Pai; Jesus vai preparar-lhes o caminho. Tal será o fruto de seu caminho, que é sua morte, pela qual comunicará o Espírito. Jesus voltará para acolher aos seus; ou seja, através da união com ele, produzida pelo Espírito, seus discípulos entram no lugar do Pai. A frase onde estou eu assinala a esfera de Deus, na qual Jesus estava desde o princípio pela comunicação plena do Espírito a ele. Os demais homens a alcançarão graças ao novo nascimento. A partir daí crescerão, recorrendo, pela prática do amor, um caminho de semelhança com o Pai. Esse é o êxodo que os distanciam  do mundo injusto. Quando chegarem ao dom total de si, ficará realizado neles todo o projeto divino. Como no caso de Jesus, o caminho até o Pai é a prática do amor. Tomé, sem dúvida, estava disposto a morrer com Jesus (cf. 11,16), pensa que o caminho termina na morte; para ele, está não é um caminho, senão um fim. Daí que não saiba aonde vai Jesus nem compreenda aonde eles têm que ir.

 Jesus responde a ele: ele é o único caminho, porque só sua vida e sua morte mostram à pessoa humana o itinerário que o leva a realizar-se, a plenitude da vida. O caminho supõe uma meta, e esta é o Pai; a verdade implica um conteúdo e pode comunicá-la. Por ser a vida plena é a verdade total, que expressa a plena realidade do ser humano e de Deus.

 Desde o ponto de vista do discípulo, Jesus é a vida porque dele a recebe pelo novo nascimento; esta nova vida experimentada e consciente é a verdade que ele percebe sobre si mesmo e sobre Deus, que manifesta seu amor; o caminho, que é a assimilação progressiva a Jesus, dá um caráter dinâmico de crescimento a sua vida e verdade. Desde o princípio, a vida se revela no discípulo como verdade, mas, à medida que progride nela, vai descobrindo-a cada vez mais.

 Com sua palavra e com seu testemunho, Jesus é pois "o caminho, a verdade e a vida". O caminho ficou expresso no mandamento de Jesus; a verdade, no “barro” que pôs nos olhos do cego; a vida é o Espírito que comunica. Permanecendo n'Ele se tem a vida plena, em comunhão com o Pai, no Amor.

 O destino da caminhada de Jesus voltar para o Pai. Jesus fez o trajeto para nós o seguirmos. Nosso destino é estar com o Pai assim como Jesus está. Ele nos chama para tomarmos nossa cruz, passarmos pela morte de nós mesmos, e caminharmos na direção do Pai. Nosso destino é estar onde Jesus está.

 Não raras as vezes, fazemos do nosso cristianismo um fim em si mesmo. O tornamos uma religião que serve aos nossos interesses. É preciso redescobrir o destino, o alvo principal das nossas vidas. Ir para o Pai exige: Caminho, Verdade e Vida. O Pai não está distante; sua presença é imediata uma vez que o ser humano nasceu do Espírito. A aproximação ao Pai que cada um há de efetuar é o da semelhança, da realização em si mesmo do ser de filho, seguindo as pegadas de Jesus.

 A vida do cristão neste mundo consiste numa peregrinação cuja meta é Deus Pai. Somos todos “peregrinos do absoluto”. Mas esse caminho passa necessariamente por Jesus, que hoje se nos apresenta como Caminho, Verdade e Vida. Ele já está à direita do Pai, e é para lá que ele constantemente nos chama.

 Na caminhada conjunta para a unidade, nós, como seres humanos, às vezes perdemos de vista o objetivo e ficamos inseguros com relação ao caminho. Jesus responde a isto nos lembrando que Ele é o caminho, e que nós só poderemos atingir o fim caminhando unidos junto com Ele.

 Pode haver um maior número de razões para se elevarem mãos cansadas e se fortalecerem os espíritos fracos? Que Deus nos abençoe e que conheçamos e vivamos a beleza que é a esperança em Cristo.

 As dificuldades, preocupações, medos, inseguranças e obstáculos existem. Mas, você também existe, sendo o único responsável e capaz de derrotar estas adversidades, com a graça de Deus. Lute sempre, nunca desanime, pois o seu objetivo não deve ser a terra, mas sim o "Céu". A nossa ida para o céu é tão certa que Cristo prepara-nos um lugar. A beleza dessa verdade é que um dia estaremos onde Ele está agora pois Ele prometeu vir outra vez para nós estarmos junto d'Ele e "assim estaremos sempre com o Senhor".

 Nessa caminhada rumo ao Pai somos freqüentemente afligidos por todos os lados, mas é Jesus quem nos diz: “não se perturbe o vosso coração”. Se estamos decididos a segui-lo no Caminho, ninguém nos arrebatará da sua mão.

 Vê-se, pelo exposto, que a tomada de consciência segundo a doutrina cristã esclarece ao homem quem ele é, de onde vem, qual é o seu papel na Terra, qual é a sua diretriz de vida e para onde vai após a morte.

 Oração: Pai, nosso coração anseia por estar em comunhão convosco, em vossa casa, lugar que Jesus preparou para nós. Que nós perseveremos sempre no caminho que nos leva a Vós. Guardai, ó Deus, no vosso constante amo, aqueles que salvastes, para que, redimidos pela paixão do vosso Filho, nos alegremos por sua ressurreição. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Evangelho do dia 29 de abril de 2021

 João 13,16-20

"Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. Já que sabeis disso, sereis bem-aventurados se o puserdes em prática. Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: 'Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar'. Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou"."  

Meditação: 

Esta passagem se situa no contexto do lava-pés, na véspera do sacrifício supremo do Senhor. É fora de dúvida que esse gesto, apresentado somente pelo evangelho de João, tem um profundo significado no contexto da Paixão, Morte e Ressurreição do Salvador.

O serviço generoso aos irmãos não torna superior quem o pratica. Tampouco quem realiza a missão encomendada é superior a quem a encomendou.

Jesus quer deixar claro que sua entrega por amor a todos os seus é a máxima expressão do serviço salvador. Certamente não se pode separar a Paixão de Jesus de seu ministério. Além disso, a Paixão é o ato culminante de sua missão.

Este gesto foi interpretado como uma quebra de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma, num sistema de precedências e privilégios.


Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que “o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou”. Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.

 

Diante da resistência em acreditar nas suas palavras Ele reagem e diz: “Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.” Mais uma vez Jesus insiste na prática dos seus ensinamentos. Faz-nos um puxão de orelha.

 

É preciso não somente crer, mais sim crer e praticar. Senão podemos nos tornar um novo Judas que acabou praticando ao contrário, ou seja, traindo o próprio Filho de Deus. “Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar.”

 

Somos nós que comemos o pão com Cristo, que comemos o pão que é o Cristo vivo, que proclamamos sua palavra a outros, e depois levantamos contra Ele o nosso calcanhar? Não! Isso não pode acontecer!

 

Vamos rezar mais, se preciso jejuar, para que não cedamos às seduções do maligno que não cessa de tentar nos arrastar para longe Deus. Nós somos os mais visados por ele porque somos da linha de frente, somos missionários, somos escolhidos.

 

Por isso nos constituiu em sal da terra. Isto exige de nós muito cuidado para não perdermos o nosso sabor. Para não perdermos a nossa essência que é o de acolher, viver todos os seus ensinamentos.

 

Por outro lado, Ele nos escolheu e envia para anunciar a sua palavra. Pois nos assegura: “Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.”

 

Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão.

 

Se for possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura.

 

Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.

 

Nesta ordem de idéias, o gesto de humildade de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E, como ele, todos devemos agir, pois também somos servos. Portanto, o gesto de Jesus só é incompreensível para quem não pensa como Deus.

 

Reflexão Apostólica:

O evangelho de hoje é precedido pelo relato do “lava-pés”. Com aquele gesto Jesus não somente dá testemunho de serviço, mas insiste com seus discípulos para assumirem com generosidade o verdadeiro significado de servir aos destinatários de sua mensagem e com eles vivenciarem a partilha. Jesus continua seu ensinamento a partir de um típico provérbio da época: Não é o servo mais que seu senhor, nem o enviado mais do que aquele que o enviou.

A mensagem é clara: quem segue a Jesus não se pode deixar levar pela vaidade, julgando-se superior aos outros. Pelo contrário, deve ser o servidor pronto e humilde. Bem sabemos que é fácil ler tais ensinamentos, mas o difícil é praticá-los.

O que fazer para que o serviço, a humildade, a generosidade, a ternura, vençam o orgulho, a prepotência, o egoísmo, a humilhação, a traição...? Jesus chama felizes ou bem-aventurados aqueles que conseguem vencer, e judas aos que são derrotados.

O texto termina com uma expressão (v.20) que assegura a continuidade de um projeto, colocado por Deus nas mãos de Jesus e que este agora nos põe nas mãos. Estamos dispostos a continuá-lo?

Agora é o momento dos discípulos: assim como quem recebe o Filho recebe o Pai, por sua vez quem recebe seus enviados, recebe o Filho. Profunda comunhão entre Pai, Filho e discípulos! Que alento imensamente consolador para nossa missão evangelizadora!

Propósito:

Pai, inculca no meu coração a certeza de que só tu és Senhor, e que entre os seres humanos deve reinar igualdade e solidariedade, sem opressão.

EVANGELHO DO DIA 28 DE ABRIL 2021

 Evangelho do dia 

João 12,44-50

"Jesus exclamou: "Quem crê em mim, não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. Quem me vê, vê aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouve as minhas palavras e não as observa, não sou eu que o julgo, porque vim não para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Quem me rejeita e não acolhe as minhas palavras já tem quem o julgue: a palavra que eu falei o julgará no último dia. Porque eu não falei por conta própria, mas o Pai que me enviou, ele é quem me ordenou o que devo dizer e falar. E eu sei: o que ele ordena é vida eterna. Portanto, o que eu falo, eu o falo de acordo com o que o Pai me disse"."  

Meditação: 

 João, ao longo de seu evangelho, retoma os temas fundamentais do anúncio de Jesus dando-lhes formas novas e variadas. É como uma sinfonia desenvolvida em torno de um tema melódico básico, reapresentando-o sob várias formas, com harmonias variadas, fazendo com que desabroche toda sua beleza e graça. O tema principal é o dom da vida eterna, que é a vontade do Pai.

Estamos diante de uma verdade inegável. Pela última vez Jesus visita a Jerusalém e fala publicamente, por ocasião da festa da Páscoa dos judeus. Aclamado rei pelo povo quando entra na cidade, alto e em bom som começa o seu discurso de identificação com o Pai do Céu. Exortando-o a que permaneça unido à ele escutando, acolhendo a sua palavra assim como ele e o Pai são um. Eu e o Pai somos um.

A partir desta expressão concluímos que entre Jesus e o Pai que O enviou há tal comunhão de vida, palavra e juízos, ouvir e ser julgado por um é ver, ouvir e ser julgado pelo outro.

Retomando o que João disse no prólogo, acolhe-lo é acolher  a luz que vem de Deus. Pois Ele é a luz do mundo, e quem crer nele não permanece nas trevas, mas terá a luz da vida. É ter vida que vem do próprio Deus. Crer em Jesus é crer em Deus Pai. Ele só fala o que o Pai lhe mandou e ordenou que dissesse ou fizesse: Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e anunciar .

Nas palavras de Jesus: As palavras que eu tenho dito serão o juiz dessa pessoa no último dia, nos hão de julgar. O julgamento não será feito por Jesus, mas sim pela própria acolhida ou rejeição de suas palavras.

Aproximemo-nos acolhamos e sejamos dóceis a elas saiba que a participação ou não na vida eterna é opção minha e sua. Deus conta com a minha e sua adesão na fé e com o nosso dom de amor a serviço da vida, a qual, assumida em Deus, é eterna.

Quanto mais entramos em comunhão de vida, palavra e critérios com Jesus e o seu Reino, mais compreenderemos a expressão: Ver Jesus é ver o Pai e preparados estaremos para a nossa união indivisível com Cristo no Pai e no Espírito Santo.

Reflexão Apostólica: 

O conhecimento da Palavra de Deus nos abre o entendimento para que possamos perceber o caminho da salvação. Se não a ouvimos, se não a praticamos se a ela não damos fé, estamos ignorando a Jesus, Aquele que veio nos salvar do pecado e da morte. Por isso, a Palavra nos julgará no último dia.

A Palavra de Deus não é simples relato histórico, nem conto de fada ela é real e é vida na nossa vida. Jesus veio ao mundo como Luz para nos revelar o conhecimento do Pai e nos tirar das trevas da ignorância.

Podemos acolher a Sua Palavra ou simplesmente a rejeitar, a opção é de cada um. No entanto, sofreremos as conseqüências da nossa escolha.

Precisamos estar muito atentos (as), nós que meditamos todos os dias na Palavra de Deus! A nossa responsabilidade é maior do que a de quem não conhece as mensagens de Jesus.

Portanto, quem conhece a Palavra e não a pratica está rejeitando a Jesus, porque Ele é a Palavra de Deus que veio ao mundo nos ensinar o caminho da vida. 

Você tem levado a sério o Evangelho? Ele tem sido bússola para o seu caminhar? As suas ações, os seus gestos, os seus pensamentos têm demonstrado isso?

Propósito:

Pai, como discípulo da luz, quero deixar-me sempre guiar por teu Filho. Só, assim, as ciladas do demônio não prevalecerão sobre mim. Vem em meu auxílio!

quinta-feira, 22 de abril de 2021

EVANGELHO DO DIA 25 DE ABRIL 2021

 Tema do 4º Domingo da Páscoa

O 4º Domingo da Páscoa é considerado o "Domingo do Bom Pastor", pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como "Bom Pastor". É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe, hoje, à nossa reflexão.
O Evangelho apresenta Cristo como "o Pastor modelo", que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar n'Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para "escutar" as propostas que Ele faz e segui-l'O no caminho do amor e da entrega.
A primeira leitura afirma que Jesus é o único Salvador, já que "não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos" (neste "Domingo do Bom Pastor" dizer que Jesus é o "único salvador" equivale a dizer que Ele é o único pastor que nos conduz em direcção à vida verdadeira). Lucas avisa-nos para não nos deixarmos iludir por outras figuras, por outros caminhos, por outras sugestões que nos apresentam propostas falsas de salvação.
Na segunda leitura, o autor da primeira Carta de João convida-nos a contemplar o amor de Deus pelo homem. É porque nos ama com um "amor admirável" que Deus está apostado em levar-nos a superar a nossa condição de debilidade e de fragilidade. O objectivo de Deus é integrar-nos na sua família e tornar-nos "semelhantes" a Ele.

João 10,11-18

""Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O assalariado, que não é pastor e a quem as ovelhas não pertencem, vê o lobo chegar e foge; e o lobo as ataca e as dispersa. Por ser apenas um assalariado, ele não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida. E assim, eu a recebo de novo. Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade. Eu tenho poder de dá-la, como tenho poder de recebê-la de novo. Tal é o encargo que recebi do meu Pai"."  

Meditação

Depois de Jesus ter proclamado que Ele é a porta por onde passam as ovelhas, agora vemo-lO afirmar: “Eu sou o bom pastor”. Enquanto o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas, o mercenário não!

Ele somente trabalha por dinheiro; ele não é pastor, e por outra, as ovelhas não são dele. Por isso, quando vê um lobo chegar, deixa as ovelhas entregues à sua sorte e desaparece fugindo. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. O mercenário foge porque não busca senão o salário, a recompensa do seu trabalho. E por isso, não lhe importa que aparecendo o lobo as ovelhas sejam atacadas e devoradas.

É uma advertência contra aqueles que, na comunidade, assumem posições de liderança por interesses pessoais, por vaidade ou por desejo de poder.

Na hora das dificuldades omitem-se diante da comunidade. O conhecer as ovelhas, e ser conhecido por elas, é uma qualidade fundamental do pastor.

O conhecer, no relacionamento humano, está intimamente ligado ao amor e leva à acolhida, à solidariedade, à comunhão. Ao dar sua vida por suas ovelhas o pastor está comunicando vida a elas.

Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas. Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor.

Jesus é quem comunica a vida plena. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos os homens e mulheres que vivem no mundo. Como bom pastor, Jesus conhece suas ovelhas e elas o conhecem.

E por nos conhecer nos compreende e perdoa os nossos deslizes e quedas. Trata as nossas feridas e nos reveste de dignidade de filhos.

O conhecimento dele é fruto do convívio e do diálogo com Deus seu Pai e que gera o amor. Para Jesus não existe massa humana amorfa. Jesus mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama a cada um pelo nome e a cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é de mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai.

O Pai me ama porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer!

Foi esta a missão que Jesus recebeu do Pai: como pastor, dar sua vida divina pelas ovelhas de todos os redis. Confirmar a todos os povos a vida plena e eterna, sem privilegiados, sem exclusões, sem fronteiras.

Reflexão Apostólica: 

Jesus não é somente a porta do aprisco, mas também o pastor, e não um pastor qualquer, como há tantos, que a duras penas exercem seu labor por não ter o que fazer. Ele é o Modelo do Bom Pastor! Ele sabe do que necessita cada ovelha, sabe em que condição se encontra cada uma; conhece as ovelhas pelo nome, chama-as e elas o seguem sem temor nem desconfiança.

 Ele mesmo nos diz isto e nos ensina que “o bom pastor dá a vida por suas ovelhas”. Aqui na terra nós todos também somos chamados a pastorear as ovelhas do rebanho do Senhor.

A nós, homens e mulheres, pais, mães, educadores, religiosos, governantes e todos os que estamos à frente de algum empreendimento e que conduzimos os filhos de Deus, Ele nos confiou a missão de zelar pelo Seu rebanho.

Precisamos, então, trabalhar para que isto aconteça, porque essa é a vontade do Pai e ter em mente que o bom pastor não abandona as ovelhas que lhe são entregues.

Na nossa vida, nas mais diversas situações nós temos alguém que o Senhor nos confia para pastorear. Temos que estar vigilantes e intuir se elas realmente estão reconhecendo a nossa voz de pastor e se estamos dando a nossa vida por elas.

Dar a vida é dispensar cuidado, zelo, atenção, amor, para exortar, direcionar, mas principalmente dar testemunho de vida.

Esta é, portanto, uma reflexão que nós precisamos fazer! Nós, porém, somos apenas os representantes e auxiliares do Pastor Maior.

Quando nos propomos a pastorear o rebanho do aprisco de Jesus nós precisamos ter um espírito de unidade com ovelhas de outros rebanhos. O próprio Jesus nos diz que vai chegar a hora em que haverá um só rebanho e um só pastor.

A Igreja de Jesus Cristo é uma só e mesmo que os Seus membros estejam temporariamente afastados, nós sabemos que um dia, todos nós viveremos a Unidade do Espírito Santo.

Diante das Palavras de Jesus só precisamos fazer alguns questionamentos: Se eu quero ser pastor, quero dirigir as “minhas” ovelhas, Jesus me adverte: “O bom pastor dá a vida por suas ovelhas!” E agora?

Como posso dar a vida pelas minhas ovelhas? Quando o lobo chegar o que eu farei? Para ser pastor Jesus me diz que preciso conhecer a voz das minhas ovelhas, e eu que não conheço nem a minha própria voz? A que conclusão eu chego? Sou realmente um pastor, (a)? Como estão as minhas ovelhas? O que preciso fazer? Peço ajuda ao Bom Pastor?

Propósito:

 

Pai, que eu saiba entregar-me com toda confiança nas mãos de teu Filho - o Bom Pastor -, pois só assim estarei seguro de estar trilhando o caminho para ti

 

Evangelho do dia 24 de abril 2021

 Leitura do santo Evangelho segundo São João 6,60-69

"Muitos seguidores de Jesus ouviram isso e reclamaram: - O que ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos?
Não disseram nada a Jesus, mas ele sabia que eles estavam resmungando contra ele. Por isso perguntou: - Vocês querem me abandonar por causa disso? E o que aconteceria se vocês vissem o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, mas mesmo assim alguns de vocês não crêem.
Jesus disse isso porque já sabia desde o começo quem eram os que não iam crer nele e sabia também quem ia traí-lo. Jesus continuou: - Foi por esse motivo que eu disse a vocês que só pode vir a mim a pessoa que for trazida pelo Pai.
Por causa disso muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. Então ele perguntou aos doze discípulos: - Será que vocês também querem ir embora?
Simão Pedro respondeu: - Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou.
"

 Meditação

 Ao longo do capítulo 6 de João que vimos meditando, os ensinamentos de Jesus – em especial a necessidade de comer sua carne e beber seu sangue – provocou escândalo entre os “judeus”, incapazes de compreender o sentido profundo das palavras do Mestre. Sua resposta é a murmuração e o desprezo. João completa hoje o quadro das reações com as dos discípulos e as dos Doze.

Os discípulos reclamam que esses ensinamentos são muito duros, e se perguntam quem poderá escutá-los. Ainda não entendem que escutar Jesus requer um despojamento total dos preconceitos e prejulgamentos, a fim de se encherem com a força de suas palavras e assim decidir-se a aceitá-lo e a segui-lo.

A terceira categoria de ouvintes concorda com os “Doze”. Aqui não são eles os primeiros a falar; é Jesus que os interroga diretamente. Em vista das deserções no grupo anterior, Jesus lhes pergunta: "Vocês querem me abandonar por causa disso?" 

Para Ele, está claro que não há seguimento da sua proposta se não houver liberdade; uma livre aceitação de sua pessoa e de suas palavras.

O relato de ontem afirmava que é necessário nos identificarmos e nos unirmos a Cristo por meio da fé, para ter vida eterna. O texto de hoje nos apresenta um publico atento, que rechaça se vincular a Jesus, pois não compreende sua palavras, especialmente quando se refere ao comer seu corpo e beber seu sangue.

Esta expressão é importante para assimilar a verdadeira intenção do discurso  de Jesus na sinagoga de Cafarnaun, já que não quer dizer que os seguidores tenham que praticar o canibalismo para conseguir a vida eterna e a participação plena nas promessas de Deus, mas que quem se sente atraído pela proposta de Jesus deve crer que tanto a carne da Encarnação como a carne da Eucaristia estão cheias do Espírito de Deus; quer dizer, que o pão da Vida é o oferecimento de um dom espiritual, mas não carnal, que é fonte de vida para a humanidade.

Somente os discípulos, por meio de Pedro, assumem a oferta, pois acreditaram nas palavras do Mestre e entenderam que a carne de Jesus está cheia do Espírito. portanto, a fé é necessária para reconhecer que em Jesus encontramos o alimento que fortalece nossa vida e nossa fé em Deus.

O mesmo vale para nós: não seguimos a Jesus para conseguir uma certa liberdade; seguimo-lo porque primeiramente nos sentimos livres; do contrário, nosso seguimento seria alienante.

João acentua para sua comunidade como se deve aceitar realmente a Jesus: acolhendo livremente seus ensinamentos e pondo-se a serviço de sua Palavra; porque somente Ele tem para seus discípulos palavras de vida eterna.

E nós, hoje? E nossa prática do seguimento? Estamos realmente convencidos de nossa confissão de fé e do porquê de nos decidirmos a ser discípulos de Cristo?

Reflexão Apostólica

Nós nos escandalizamos com os mistérios de Deus porque a nossa fé é muito pequena e não compreendemos que as palavras de Jesus são espírito e verdade.

Jesus nos dá um ensinamento de como não racionalizar as coisas sobrenaturais e é firme diante dos questionamentos dos judeus e até dos próprios discípulos sobre as “palavras duras de comer o seu corpo e beber o seu sangue.”

As palavras de Jesus provocam resistência e desistência até entre os discípulos. Muitos conservam a idéia de um Messias Rei, e não querem seguir Jesus até à morte, entendida por eles como fracasso. Eles não assumem a fé por medo de se comprometerem. Os Doze apóstolos, porém, aceitam a proposta de Jesus e o reconhecem como Messias, dando-lhes sua adesão e aceitando suas exigências.

Em nossos dias a Palavra de Jesus tem uma resposta negativa: a incredulidade porque é palavra difícil, e exige uma submissão prática da vida não só no modo de pensar mas também no modo de atuar.

Pode ter uma resposta positiva como a dada por Pedro: é a fé. Mas uma fé, não no homem sábio, brilhante, mas na testemunha que conta o que viveu no seio de Deus. A sua palavra está corroborada por obras admiráveis.

Se nestas não acreditamos, desaparece o Filho de Deus e só fica o homem Jesus, admirável em palavras e condutas, mas puramente humano de quem podemos tomar as palavras que nos convêm e descartar as palavras difíceis que atrapalham o nosso ideal ou a nossa maneira de vida. Jamais será vida para nós.

No Evangelho, Jesus no ensina uma verdade que o mundo de hoje não quer saber: "O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, mas mesmo assim alguns de vocês não crêem."

Aqui Jesus está falando do  dualismo corpo e alma. Os prazeres da carne podem prejudicar seriamente a paz do nosso espírito, ou o futuro da nossa alma. 

Jovens. Não vão com tanta sede ao pote. Vivam as  suas vidas não somente para satisfazer os reclamos do corpo, mais pensem que o que vai perdurar eternamente não é a carne, mais sim a alma.

Para confirmar isso, é só olhar em um idoso, que você vai perceber logo  que o corpo vai se indo aos poucos até o último minuto final.

Hoje, você está com todo o seu  vigor físico. Amanhã será como aquele que já está indo embora aos poucos. Portanto, sabemos que não é nada fácil, mais procure viver sempre na presença de Deus.

 Para finalizar, todo esse diálogo de Jesus com seus discípulos nos leva a refletir a enorme importância de um dia termos sido escolhidos por meio do Pai para seguir Jesus e acreditar em suas palavras.

 A partir do seu chamado você passou a ter na Palavra de Deus as respostas e a direção para sua vida e é por essa razão que fazemos a Escuta da Palavra e Meditação da liturgia diária, porque acreditamos que na Palavra de Deus está o alimento para o nosso espírito e o sentido para a nossa vida.

 Quantas vezes tentamos alimentar o nosso espírito com as coisas do mundo, vendo no dinheiro, na posição social, no cargo ocupado e nos bens adquirido um meio de melhorar a vida?

 Eu pergunto: quantas vezes tudo isso realmente foi sensação de vida plena para você? Nunca, não é verdade? E sabe por quê? Porque tudo isso alimenta apenas a tua carne, o teu ego, a tua vaidade, o teu orgulho, porém apenas o amor de Deus encontrado em suas palavras é que alimenta o teu espírito e te dão vida e vida em abundância.

 Que através do Evangelho você possa valorizar as coisas que não passam na sua vida e buscar viver alimentado pelo espírito de Deus, pois só assim você conseguirá encontrar a felicidade plena e o caminho para a vida eterna!

 Não faça como Judas que acompanhou Jesus todo o tempo, ouviu suas palavras, mas não as escutou; viu Jesus tantas vezes de pertinho, mas não o enxergou; pôde se alimentar de suas palavras, mas não aproveitou; soube da eternidade que o aguardava, mas a desperdiçou; teve a chance de ser perdoado, mas a rejeitou. Enfim, Judas desperdiçou a eternidade junto do Pai, não cometa o mesmo erro!

Propósito: Viver alimentado pelo espírito de Deus... 

 

Evangelho do dia 23 de abril 2021

 João 6,52-59

"Os judeus discutiam entre si: "Como é que ele pode dar a sua carne a comer?" Jesus disse: "Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai, assim aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram - e no entanto morreram. Quem se alimenta com este pão viverá para sempre". Jesus falou estas coisas ensinando na sinagoga, em Cafarnaúm."  

Meditação:

O diálogo de Jesus com os judeus acerca do pão da vida vai ganhando um tom cada vez mais intenso; quando ele lhes fala do pão de vida eterna eles pedem: “Senhor, dai-nos sempre desse pão”; ao contrário, Jesus vai explicitando do que se trata, e pouco a pouco seus ouvintes vão vendo com mais clareza o que Jesus lhes oferece.

 O evangelista incute na comunidade a necessidade de escutar Jesus, com mente e coração dispostos, aceitar sua mensagem e a se deixar transformar por ele. Comer e beber o corpo e o sangue de Jesus é aceitar sua humanidade, mas ao mesmo tempo é aceitar que nessa humanidade completa, está se manifestando a presença de Deus; quer dizer, que Jesus encarna em sua dimensão humana a vontade e o querer de Deus.

Não é possível aceitar em Jesus somente uma dimensão, pois Ele não é divisível; temos que aceitá-lo em sua integridade, “comê-lo” completamente, para poder também ser capazes de transparecer no mundo o plano salvífico de Deus, à maneira de Jesus.

 Comer a carne e beber o sangue de Jesus é alimentar-se Dele na Sua Palavra, na Eucaristia, na oração, na adoração vivendo a vida que Deus nos preparou.

 Assim sendo, nós vamos nos transfigurando e aos poucos nos tornamos parecidos (as) com Jesus. Jesus vai tomando conta do nosso ser a partir do nosso interior, por isso, vamos sendo ressuscitados pela Sua presença viva no nosso coração.

 Não há mais morte, não há mais sombra, não há mais dúvida. Quem se alimenta de Jesus sente a transformação dos seus pensamentos, sentimentos e ações e percebe a cada dia que algo novo acontece dentro de si.

 As coisas materiais não têm mais tanto sentido, pois o nosso organismo espiritual já sustenta a nossa humanidade. A carne e o sangue de Jesus são o alimento que vem do céu para nos conduzir ao céu. É o sustento da nossa alma!

 Por mais que materialmente nos alimentemos bem, se não comungarmos da Palavra e da Eucaristia, seremos sempre pessoas fracas, confusas, desestruturadas para o combate da vida.

 Se comungarmos o Corpo e o Sangue de Cristo, ficaremos semelhantes a Ele. Nós somos aquilo que comemos, e se nos alimentamos do Corpo e do Sangue de Cristo, nós ficaremos semelhantes a Ele porque Ele vem habitar em nós.

 Pela Eucaristia nós passamos a pertencer a Nosso Senhor e Ele passa a viver em nós. Para termos esta santa intimidade precisamos nos alimentar literalmente do Corpo e do Sangue de Jesus. “A minha carne é verdadeiramente uma comida. O meu sangue verdadeiramente uma bebida”. Ele jamais diz: “a minha carne e o meu sangue são simbolicamente uma comida e bebida”.

 Passamos a pertencer a Nosso Senhor e Ele torna-se o dono da nossa vida e nos ressuscitará no momento preciso. “Por meio da Eucaristia Jesus continua presente entre nós. Como discípulos ele nos conduz ao Pai e nos garante a vida eterna e feliz ao seu lado”. 

 Você tem se alimentado com o Corpo de Jesus? Você tem a Bíblia como o próprio Jesus, O Verbo Encarnado? Quando você adora a Jesus Sacramentado, você tem consciência de que ali está o Corpo e o Sangue de Jesus? Qual é o efeito que este pensamento provoca em você? Experimente adorá-lo assim! Perceba a diferença.

Reflexão Apostólica:

O que mais chama atenção no Evangelho de hoje é a insistência de Jesus em dizer que Ele é o Pão da Vida. Nos 6 versículos em que Jesus falou, Ele insiste em dizer que é o Pão da Vida, quem comer viverá eternamente, e quem não comer não terá vida.

 Os judeus que ouviram essas palavras ficaram escandalizados, pois entenderam como se Jesus estivesse incentivando o canibalismo dEle próprio.

 Em momento algum dos Evangelhos, nós vimos Pedro ou qualquer outro dos discípulos tentarem dar uma mordida em Jesus. E quando eu me refiro a Pedro, especificamente, é porque ele foi o discípulo que sempre tomou as iniciativas (p. ex. na passagem da transfiguração de Jesus, ou no Lava-pés).

 Tal idéia de tentar comer a carne de Jesus Homem foi, até para os discípulos, algo que era difícil de entender. Como conceber a idéia de comer os músculos, o coração, o fígado de um ser humano?

 Esta passagem de hoje esconde uma beleza por trás de sua dureza... De fato, Jesus disse: "porque minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida." Quem vai duvidar das palavras de Jesus? Você?

 No entanto é aqui que se encontra a beleza do nosso Sacramento da Eucaristia: Jesus transforma PÃO E VINHO (alimento) nEle próprio, para que possamos TÊ-LO DENTRO DE NÓS.

 Essa é uma das grandes diferenças entre o Cristianismo e as outras religiões: o nosso Deus vem até nós, se faz humano, se faz pequeno, se entrega COMPLETAMENTE a nós, para que possamos tê-lo dentro de nós, e assim possamos também SER PARTE DELE.

 Quando comungamos na missa, o Pão da Vida é rapidamente digerido pelo nosso sistema digestivo, e rapidamente todas as nossas células passam a ter um pouquinho desse alimento.

 Assim, podemos dizer que Jesus está dentro de nós, dos pés a cabeça. E se todos os nossos irmãos, que também estão comungando, estão com Jesus dos pés a cabeça, então todos nós estamos fazendo parte de um corpo único: o de Jesus.

Isso é que é COMUM UNIÃO.

 Agora imagine fazer parte de um corpo único com todas as pessoas ao redor do mundo que também estão comungando... Viu como Jesus é grande? E olhe que Ele começou do tamanho de um pequeno pedaço de pão...

 Ter Jesus dentro de si implica em algo bem sério: se fazer Jesus! Ou seja, agir conforme Jesus agiria em cada situação. E essa é uma grande responsabilidade de quem quer estar em comunhão com Jesus.

 Ter Jesus dentro de si, portanto, é muito mais do que receber a Hóstia Consagrada na missa... Ter Jesus dentro de si é receber a Comunhão na missa e dar o verdadeiro sentido a ela, através dos seus atos, palavras e pensamentos.

 Propósito:

 Pai, que o corpo e o sangue de teu Filho Jesus sejam alimento para a minha caminhada em busca de ti, de maneira que eu não venha a desfalecer pelo caminho.

Evangelho do dia 22 de abril 2021

 João 6,44-51

"Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: 'Todos serão discípulos de Deus'. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e o aprendeu vem a mim. Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo"."  

Meditação:

Continuamos a nossa meditação de um texto que foi cortado em pedacinhos. Talvez a intenção seja que nos fixemos bem em cada versículo. Os de hoje estão centrados no Pai de Jesus, que ele chamava carinhosamente de “Papai”. Como queria Jesus que conhecêssemos seu Pai, que soubéssemos que ao segui-lo estávamos sendo atraídos pelo Pai. Profetas, homens e mulheres, transformados em grito, testemunhas do projeto de Deus, anunciaram desde o passado que “todos serão discípulos de Deus”. Quer dizer, todos escutarão sua voz e aprenderão e lhe darão atenção.

Jesus reafirma que ele é o pão da vida. Se os antepassados que comeram o maná no deserto morreram, agora quem come deste novo pão da vida plena participará da ressurreição. Aqui a ressurreição não se entende com na mentalidade dos fariseus, um prêmio pelo estrito cumprimento a lei. Com Jesus a vida em abundância é fruto da configuração com ele e com seu projeto histórico.

Participar do projeto de Jesus é assimilar os valores de sua mensagem, as razões de sua luta, a obediência incondicional ao projeto salvador de Deus, os riscos que se corre como consequência de um compromisso radical. Não se pode ir atrás de Jesus somente por conveniência ou simples tradição; essa é a característica de uma fé desencarnada, distante de toda opção autenticamente cristã.

Hoje, quando a vida no mundo se vê ameaçada e se levantam estruturas injustas que a maioria das vezes se baseiam na mentira e na morte dos pobres, é necessário optar abertamente e com radicalidade pela causa de Jesus: O reino de Deus, em que os seres humanos, especialmente os pobres, tenham vida em abundância.

O que acontece pois por mais que escutemos não aprendemos nada? Deus deve ser “acreditado e praticado”. Talvez por isso nossas celebrações religiosas não nos alimentam para a vida do reino. Escutamos e dizemos crer, mas não “praticamos Deus”. Somo como o filho daquela parábola que diz que ia, mas não foi.
 
Ponhamos nas mãos do Senhor tantos milhões de seres humanos que vivem em condições de miséria extrema, e os que morrem de fome diante da indiferença do mundo. Eles são o motivo no horizonte para optar pelo compromisso cristão em favor da vida, a justiça e a paz.

Peçamos ao Senhor que nos faça voltar a ele; que sejamos atraídos pelo Pai, como pequenas partículas de ferro atraídas pelo poderoso imã de seu amor, pela fascinação que brota de seu amor sem medida: a mesma experiência vivida por Jesus.

Reflexão Apostólica:

A Palavra pregada por Jesus deve ser recebida, acolhida, comida e ruminada pois ela é Palavra de vida eterna. Assim, a humanidade alimentada pela Palavra viva que é Jesus, com a alegria e a fé nascida do alimento que Deus lhe deu reconhece que Ele é o pão da vida, que lhe conduz à comunhão com o Pai e por isso lhe dá a vida divina. Por sua vez com alegria e entusiasmo deve comprometer-se com ela e anunciá-la aos seus irmãos fazendo com ela uma única realidade.

 Pois assim como Jesus e o Pai são um só, assim também a humanidade deve ser uma só com Ele. Este foi, é deverá ser sempre o conteúdo da mensagem de Jesus. É fundamental que nós cristãos lutemos pela unidade e não pela desunião.

Para nós o ditado segundo o qual, “cada um por si Deus por todos”, não tem lugar. Mesmo entre os aqueles que não se conhecem ou são de outras confissões religiosas.

 Quando você se encontra com os que não são católicos qual tem sido o teu comportamento? De que tem falado ou discutido? 

 Muitas vezes nós nos julgamos os melhores e os sabedores de tudo. Mas nos esquecemos que o nosso Deus também é o Deus daqueles que julgamos ruins.

Hoje Jesus volta a nos ensinar. Mostra-nos que Ele e o Pai estão unidos pelo mesmo amor. A mesma união com o Pai deve acontecer com os discípulos que estão unidos a Jesus. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai.

 Viver em comunhão com Deus e entre nós deve ser nosso desejo e nossa missão de cristãos. Fomos feitos para a comunhão de irmãos, jamais para a divisão e separação. Portanto se você estiver vivendo isso, hoje mesmo levante-se vai ter com a pessoa com quem você não fala, com quem você brigou ou discutiu. Vai pedir perdão e reconcilie-se com ela.

 Este é o pão do qual Jesus redundantemente quer que comamos: Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne.

Estamos diante da continuação do longo discurso sobre o pão, pronunciado após a partilha dos pães com a multidão, na montanha.

 Um dos aspectos que Jesus vem salientando é que a iniciativa da salvação vem do Pai. Ninguém se faz discípulo de Jesus se não for designado por Deus seu Pai. E todo aquele escuta a sua palavra e procura fazer a vontade daquele que o enviou é introduzido na vida que nunca mais terá fim. Visto que: aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá.

Nos nossos dias alimentar-se de Jesus é ter vida é contemplá-lo e seguir seus passos. No serviço, na fraternidade e na solidariedade social, na busca da justiça e da paz, entra-se em comunhão de vida eterna com Jesus.

Deixemo-nos tocar pelo convite que Jesus. Vinde convidados do meu Pai, a mesa está posta vinde. Participemos plena, consciente e ativamente; comamos e bebamos o corpo e o sangue de Jesus.

 Esta mesa é a mesa da compreensão, do diálogo, do perdão, da reconciliação. Ninguém deve se aproximar dela se não perdoar de todo o coração a seu irmão, irmã, marido, esposa, esposo, filhos, colegas amigos e até os seus inimigos.

 "O que ele (a) me fez foi muito duro e dolorido. Sinto as feridas até agora." Busquemos em primeiro lugar o Reino dos céu e a sua justiça e o resto nos será dado por acréscimo! É Jesus quem está dizendo isso para nós.

 Corramos atrás daquilo que chamamos de prejuízo. Deus é maior, Ele pode tudo! Alias o verdadeiro cristão não deve ser inimigos e a ninguém deve ter dívida senão a dívida do amor!

 Propósito:

 Espírito de docilidade ao Pai reforça minha disposição para acolher os ensinamentos divinos e colocar-me, resolutamente, na busca do Ressuscitado.