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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

EVANGELHO DO DIA 1º DOMINGO DO ADVENTO - 29 DE NOVEMBRO

1º Domingo do Advento ANO C
SÃO LUCAS

29  novembro - Sejamos sempre humildes, mesmo nas boas obras, porque, às vezes, começamos um trabalho com reta intenção, mas lentamente se introduz um pouco de amor próprio, de vaidosa satisfação, e lá se vai a reta intenção. (S 231). São Jose marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,25-28.34-36
 "Disse Jesus a seus discípulos: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas.
Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas.
Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade.
Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.
Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso.
Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra.
Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem”.
" 
Meditação: 
 A exortação de Jesus à vigilância visava criar, no coração de seus discípulos, a atitude correta de quem deseja acolher o Senhor que vem.
 A incerteza da hora poderia ter como efeito desviá-los do caminho certo, levando-os a se afastarem, perigosamente, do Reino.

Vigiar significa por em prática as palavras de Jesus, especialmente o mandamento do amor. Significa enfrentar a tentação do egoísmo, que leva o discípulo a convencer-se da inutilidade de fazer o bem. Significa acreditar que vale a pena lutar para construir o Reino, a exemplo de Jesus, num mundo onde a injustiça e a maldade parecem falar mais alto.
 Significa estar sempre disposto a perdoar e a se reconciliar, revertendo a espiral da violência que assume proporções sempre maiores.
O Evangelho de hoje introduz-nos no novo tempo litúrgico: o tempo de Advento. O texto evangélico propõe um discurso apocalíptico, feito por Jesus aos seus discípulos, colocando-os diante de um tema problemático: o fim dos tempos.
 A linguagem apocalíptica não tem a função de assustar o crente avisando-o de uma iminente catástrofe, mas de despertar para algo de extraordinário, de novo, do qual não se está à espera. Apocalipse significa de fato “revelação”.
Introduzindo-nos nesta realidade, a Palavra de Deus, com tom firme e decidido, podemos mesmo dizer “escatológico”, convida-nos a considerar que o fim da nossa vida é alcançar Aquele que nos criou.
Na esperança deste encontro podemos confiar que Deus, tomando a iniciativa, é o primeiro a dar o passo para facilitar o encontro: cada vez que é Advento, o Filho do Homem vem ao nosso encontro.
O Advento é todo orientado para o Natal. Este tempo forte não tem razão de ser senão como período propício para nos abrirmos ao dom da Encarnação de Deus, e de dentro de nós sai o desejo expresso de toda a Igreja «Vem, Senhor, Jesus». ]
Assim como virá no fim dos tempos, o Emanuel, Deus- conosco, mais uma vez vem para encarnar no nosso hoje. Cada um deve preparar-se para a Sua vinda, acolher os sinais, encaminhar-se para um encontro que terá de viver dentro de si.

A passagem do Evangelho ajuda-nos a reconhecer que no nosso dia-a-dia podem estar hábitos e comportamentos pouco favoráveis ao encontro com Deus, que podem ser transformados em atitudes mais coerentes para O receber.
Devemos afinar a nossa escuta e abrir o nosso coração para procurar, entre o “ruído” das montras enfeitadas e iluminadas, da publicidade aliciante, do exagero dos embrulhos e fitinhas, a verdade do Natal, o dom de Jesus para nós.
Devemos reservar ao encontro com Deus um espaço importante do nosso viver, para estarmos preparados quando formos convidados a aproximarmos de Deus com a nossa humanidade.
 
Reflexão Apostólica:
A vigilância cristã é perseverante e se alimenta da esperança. A pessoa vigilante não se abate, ainda que a realidade seja desesperadora.
O discípulo do Reino sabe olhar para além da História e contemplá-la na perspectiva de Deus, segundo o ensinamento de Jesus.
A vigilância, portanto, faz com que ele não seja esmagado pelo peso da história humana. Pelo contrário, o permite descobrir nela uma lógica inacessível para quem não tem fé.

O discípulo esforça-se para não se deixar vencer pelo sono da infidelidade ao Senhor e ao Reino. Ser encontrado, assim, seria a sua ruína.

Vigiar é montar guarda. Vigiar é ficar em alerta esperando uma possível invasão do inimigo a nossa pessoa, nossa casa, na nossa propriedade etc.

Quem é o nosso inimigo principal? O demônio.  É Ele que vem não na calada da noite, mais nos nossos momentos de fraquezas para nos fazer cair em suas armadilhas. Por isso precisamos vigiar, ficar de olho para que não caiamos em tais laços preparados por ele.

Vigiar é fugir de toda e qualquer situação iminente de pecado.  Vigiar é não nos expor em risco de cair, confiando em nossas parcas forças.  No tempo de Jesus a mulher era discriminada assim como as crianças e os escravos. Mais no fundo, a mulher era evitada,  por medo de se cair na tentação de Possuí-la indevidamente.

Vigiar é por em prática os ensinamentos de Cristo: Amar a Deus e ao Próximo. Vigiar significa evitar as tentações, mais uma vez tendo de enfrentá-las, pedir na hora a força de Jesus e Maria para vencê-las. 

Vigiar é confiar na proteção de Deus. Pois nunca seremos tentados acima de nossas forças. Nós é que achamos o contrário. Que a tentação é grande demais.

A vigilância do cristão é muito importante porque a cada vez que vencemos uma tentação nos tornamos mais fortes para vencer a próxima.  A pessoa vigilante não se abate, mesmo que a tentação seja desesperadora.
 
Não devemos nos expor ao perigo das tentações.  Digamos que o Reitor do seminário levasse num sábado os seminaristas para se distrair, em uma casa noturna do centro da cidade.

Isso seria o cúmulo da imprudência e falta total de zelo pela espiritualidade daqueles futuros padres. Porque uma vez estando num ambiente desses, com certeza seriam estimulados, tentados ou mesmo convidados a pecar.  Graças a Deus, isso foi só um exemplo, pois como sabemos, nenhum diretor de seminário faria uma coisa dessas.

Vigiar sempre é fazer como um  motorista de ônibus em uma auto-estrada a 100 Km/h. Ele tem de olhar bem a sua frente para procurar enxergar adiante possíveis obstruções a tempo de desviar ou parar o seu veículo.

Nós precisamos prever, para nos precaver.  Pois a vigilância faz com que não sejamos  esmagados  pelo peso das tentações.

Vigiar é pensar sempre nas palavras do nosso querido Mestre.Eu preciso ser simples como a pomba, porém prudente como a serpente.

Prudente não só para com aqueles que não gostam das nossas denúncias, mais para com as possibilidades de nos afastar do caminho da casa do Pai. Para que quando chegar  o dia e a hora, possamos nos ... apresentar de pé diante do Filho do Homem.


Evangelho do dia 28 de novembro - sábado

28 novembro  - Quando formos elogiados, ponhamo-nos a sorrir e pensemos que Deus vê o interior.(S 198). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,34-36

""Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós, pois cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem"." 

1º Meditação:

As primeiras comunidades cristãs compartilhavam com outros grupos religiosos contemporâneos idéias apocalípticas.

Acreditavam que as guerras, perseguições e outras catástrofes eram sinais da proximidade do fim do mundo e da segunda vinda do Senhor.

Por esse motivo, muitos viviam perturbados e assustados. Entretanto, essa espera não se concretizava.

A espera foi se alongando e a atenção e os costumes relaxando. O perigo de se deixar levar por outros atrativos que a vida oferece era freqüente.

No texto de hoje, Lucas põe na boca de Jesus palavras dirigidas à comunidade para reavivar a vigilância e a oração constante frente a esta expectativa

Lucas encerra o "discurso escatológico" de Jesus sobre a ruína do Templo e de Jerusalém com as exortações à vigilância e à oração contínua.

São duas atitudes fundamentais na vivência no Reino de Deus, na comunidade e na missão. "Cuidado", pois muitas são as seduções procurando afastar o discípulo do caminho no seguimento de Jesus.

O evangelista insiste que os cristãos se mantenham em atitude de espera, sem viver em pânico.

Talvez não estejamos vivendo o ambiente que os primeiros cristãos viveram, mas o certo é que o mundo de hoje oferece uma multidão de alternativas que podem nos levar ao ocultamento do sentido da vida cristã.

Em nossos dias é um grande desafio manter sempre a atitude de abertura em relação ao futuro que Deus deseja para nós.

O mercado, que gera lucros fabulosos para os donos do poder a partir da exploração dos oprimidos, seduz e ilude as pessoas prometendo-lhes enriquecimento e oferecendo-lhes sofisticados produtos para o consumo.

O empenho em usufruir da sociedade de mercado escraviza, torna o coração pesado e individualista, devido a preocupação com o gozo e o sucesso pessoal. Portanto, "cuidado... vigiai e orai a todo momento".

Vigiar é cuidar de preservar sua liberdade e estar atento às necessidades dos pobres e dos oprimidos, procurando libertá-los das estruturas e dos mecanismos de dominação que os exploram.

A oração contínua é a oração do coração, a oração do compromisso, a oração em comunidade. A oração é estar em presença de Deus, identificando-se com sua vontade e buscando luzes e forças para a realizar.

Assim encerra-se hoje o ano litúrgico. Com o início do Advento, outro ano se segue, envolvendo, dia a dia, nossos corações no seguimento de Jesus.

1º Reflexão Apostólica:

O Senhor nos faz um alerta para que não nos envolvamos com coisas desse mundo, sempre tem algo no mundo que é como uma onda que sempre vem e tenta envolver os cristãos.

Ondas como o carnaval, política, jogo de futebol, natal etc. Isso tudo nos tenta a desviar da verdade que é a palavra do Senhor e de Sua presença.
Tomai cuidado”, são palavras de Jesus para nós nos dias de hoje. Nós sabemos o quanto o nosso coração se envolve com as coisas “boas” desta vida!
A gula, a embriaguez e as preocupações da vida, representam aqui tudo o que nos desvia do caminho que nos leva ao encontro do Senhor que vem. Sabemos que estas obras nos tornam insensíveis diante das coisas de Deus.
Muitas vezes estamos tão “ocupados” com os nossos sucessos ou fracassos, com as ações que nos deleitam e dão prazer, que esquecemos de que isso tudo nos traz apenas uma felicidade transitória e de que o essencial para a nossa vida não muda. Apenas evolui, prospera e concretiza-se.
O essencial é o amor de Deus que é plantado em nós como uma semente que cresce e torna-se uma grande árvore.
Quando nos entregamos somente aos prazeres e afazeres do mundo o nosso coração fica insensível e o amor de Deus em nós é sufocado.
O comer, o beber, o trabalhar, o divertir-se, o comprar, o gozar a vida são até certo ponto coisas lícitas. Porém são armadilhas para nós quando nos deixamos aprisionar por elas.
De repente, as coisas acontecem e nós perdemos o rumo, deixamos a graça de Deus passar e nos sentimos arruinados (as).
Jesus veio nos ensinar: “ficai atentos e orai a todo momento!”. A oração é o meio mais eficaz para que tenhamos força para escapar dessas coisas e fiquemos de pé, livres diante de Deus.
Como tem sido o seu comer e o seu beber? Eles são armadilhas para você? O que pode estar o (a) aprisionando hoje com a vida que você leva? Você é uma pessoa livre de você mesmo (a)?
2º Meditação: 

Estamos chegando ao final do longo discurso apocalíptico e também ao fim do ano litúrgico. Jesus apresenta um último conselho, convidando-os à vigilância (Lc 21,34-35) e à oração (Lc 21,36).

A demora da vinda do Senhor pode ter como efeito, no coração do discípulo, uma espécie de torpor espiritual, que o leva a viver sem esperança no futuro, e sem criatividade no presente. Jesus quis manter viva, no discípulo, a chama da esperança, de forma a impedi-lo de enveredar-se pelo caminho da busca desenfreada de prazeres mundanos e de limitar-se a preocupações mesquinhas centradas em coisas irrelevantes.

Vigilância e oração seriam a forma de manter viva a esperança. A vigilância confronta continuamente o discípulo com as realidades escatológicas, não permitindo que ele ceda à tentação de acomodar-se e levar uma vida medíocre. Essa vigilância apresenta-lhe as exigências atuais do Reino como pré-condição para ser acolhido no Reino definitivo, e o move a viver conformando sua vida com elas.

A oração, por sua vez, faz o discípulo viver em comunhão com o Senhor que vem. Ou seja, já no presente, o discípulo orante experimenta a comunhão que, no futuro, se plenificará. Este íntimo relacionamento com o Senhor reflete-se na vigilância. O discípulo orante tudo fará para ser fiel ao Senhor e ao seu Reino. A oração leva-o a ter uma atenção redobrada, para não perder de vista o Senhor que vem. Leva-o, também, a antecipar as alegrias do Reino.

Jesus pede vigilância para não deixarmo-nos surpreender pelos eventos. Como vivo este conselho de Jesus? O último conselho de Jesus, no final deste ano litúrgico é este: Vigiai e rezai a cada momento. Como vivo este conselho de Jesus na minha vida?

2º Reflexão Apostólica:

“Tomai cuidado”, são palavras de Jesus para nós nos dias de hoje. Nós sabemos o quanto o nosso coração se envolve com as coisas “boas” desta vida!

A gula, a embriaguez e as preocupações da vida, representam aqui tudo o que nos desvia do caminho que nos leva ao encontro do Senhor que vem. Sabemos que estas obras nos tornam insensíveis diante das coisas de Deus.

Muitas vezes estamos tão “ocupados” com os nossos sucessos ou fracassos, com as ações que nos deleitam e dão prazer, que esquecemos de que isso tudo nos traz apenas uma felicidade transitória e de que o essencial para a nossa vida não muda, apenas evolui, prospera e concretiza-se. O essencial é o amor de Deus que é plantado em nós como uma semente que cresce e torna-se uma grande árvore.

Quando nos entregamos somente aos prazeres e afazeres do mundo o nosso coração fica insensível e o amor de Deus em nós é sufocado.

O comer, o beber, o trabalhar, o divertir-se, o comprar, o gozar a vida são até certo ponto coisas lícitas, porém são armadilhas para nós quando nos deixamos aprisionar por elas.

De repente, as coisas acontecem e nós perdemos o rumo, deixamos a graça de Deus passar e nos sentimos arruinados (as). Jesus veio nos ensinar: “ficai atentos e orai a todo momento”! A oração é o meio mais eficaz para que tenhamos força para escapar delas e fiquemos de pé, livres diante de Deus.

Propósito:

Que o Senhor nos dê Sabedoria e que possamos, a cada  dia, nos envolver mais e mais com as coisas preciosas de Cristo. Essa é a função de nós cristãos pregar o Evangelho do Reino em todo mundo. Assim, apressaremos a sua volta. Pai, ajuda-me a estar em permanente vigilância e oração, preparando-me para o encontro com teu Filho Jesus e ser acolhido por ele.


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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

EVANGELHO DO DIA 27 DE NOVEMBRO SEXTA FEIRA

27 de novembro - Humildade em tudo, até em virar os olhos e em mexer as mãos. (S 198).. São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,29-33

"E Jesus contou-lhes uma parábola: "Olhai a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, basta olhá-las para saber que o verão está perto. Vós, do mesmo modo, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade vos digo: esta geração não passará antes que tudo aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão." 

Meditação:

Assim como o profeta confia nas palavras de Deus, o cristão alimenta sua esperança nas palavras de Jesus. Tudo que Ele prometeu será cumprido dentro do desenrolar do processo histórico.

Este Evangelho nos recorda uma vez mais que nosso Deus é o Deus da história. Através dela vamos descobrindo que Ele caminha com a humanidade.

Temos neste texto uma curta parábola cheia de conteúdo. As árvores que brotam indicam a proximidade do verão. Os brotos e as flores do verão prenunciam o outono, tempo de frutos e colheita.

A expressão "Vós, do mesmo modo... ficai sabendo..." indica a incompreensão dos discípulos, com sua visão messiânico - judaica-escatológica, a ser superada.

Neste texto, Jesus enfatiza a atenção que se precisa ter na hora de discernir os sinais dos tempos e a esperança fundada nas palavras de Jesus. Com a parábola, Jesus convida os discípulos, que observam os fenômenos da natureza, a interpretar os acontecimentos do mundo.

Com o surgimento do broto das árvores frutíferas se espera o advento do verão, assim também, a atenta observação dos sinais dos tempos faz conhecer a proximidade do Reino de Deus.

Esta é uma tarefa importante da comunidade cristã: a de descobrir sinais de vida que surgem desde as situações de morte aparente, para poder anunciar a chegada desse tempo de plenitude.

Hoje, Jesus nos exorta a ficarmos atentos (as) aos fatos e acontecimentos que ocorrem no mundo e ao nosso redor, para que possamos esperar com perseverança a Sua segunda vinda, cheio de glória e de poder a fim de instaurar definitivamente o Seu reino no meio de nós.

O mundo será renovado e o reino de Deus definitivamente será estabelecido quando Jesus voltar.

O Reino de Deus já está acontecendo. É a sedução do bem, da vida, da comunhão com Deus, da solidariedade, da fraternidade, da partilha, da alegria. E as palavras de Jesus são anunciadas como convite a participar do banquete da Vida.

O exemplo da figueira nos alerta também para que não fiquemos alienados (as) e sim, atentos aos sinais da chegada do reino de Deus, em nós.

Ele
é construído sutilmente dentro de nós, no nosso dia a dia, na nossa caminhada com Jesus apesar de quase não o percebermos.

Podemos desde já, abranger os seus sinais da mesma forma que nós percebemos os sinais dos tempos e do clima.

Há certos sinais que são visíveis para nós aqui na terra: ventania, nuvens carregadas de chuvas, calor forte etc, etc. Assim também há os sinais de que o reino dos céus está próximo.

Estes sinais se manifestam dentro do nosso interior e nós sentimos as suas manifestações na medida em que temos um coração grato, alegre, em paz, cultivamos amor aos irmãos, desejo de santidade, misericórdia, perdão.

Quando você percebê-los em si mesmo, saiba que o reino de Deus está próximo, isto é, Jesus está em você, agindo e atuando. O céu e a terra visíveis, um dia passarão, mas as palavras de Deus nunca irão passar.

Como o reino de Deus pode acontecer dentro do coração do homem? Quais são os sinais de que o reino de Deus está perto de você? Você sabe diagnosticar o que se passa dentro do seu coração? Quais os sentimentos que mais fazem vida em você?

Reflexão Apostólica:

Sofremos, lutamos, levantamos e resolvemos continuar, Jesus à nossa frente a nos pedir que ergamos a cabeça que logo seriamos agraciados com a vitória, a conquista.

Quem após uma grande turbulência ou adversidade não saiu melhor, mais forte, pronto a superar novos desafios?

O sofrimento trás sim transtornos a nossa vida e daqueles que nos cercam, mas esse duro aprendizado acaba quebrando a dormência de nossa vida. Entendamos, como dormência, um processo de “casulo” que toda semente tem, umas mais outras menos.

Uma semente ao cair no solo não germina de imediato, ela esta dormente. Algumas precisam apenas do contato com os nutrientes do solo e um pouco de água para despertar, outras, porém precisam de muito calor.

Algumas sementes do nosso cerrado só brotam depois que são queimadas, ou seja, aqueles incêndios que vemos acabam gerando vida após o sofrimento.

Entenda-se, nesse exemplo, que a natureza, que existe bem antes de qualquer um de nós de certa forma ela consegue ver no sofrimento a própria vida.

Somos suscetíveis a dias bons e dias não tão bons, mas um dia teremos que crescer e ver as folhas brotar (nossos dons, carismas, talentos) e saber que chegou a hora – É verão.

O Espírito Santo se revela na primavera, nas flores, na graça, na paz, na alegria (…). Ele nos torna graciosos aos olhos de todos.

Quem passa por nós sabe que algo mudou. Chega o verão e é hora de revelar o quanto você melhorou, cresceu, mudou… É quase Advento, e o que você (nós) fez? O que mudou? Em um dia, ou seja, 24 horas, podemos ter as quatro estações.

Podemos amanhecer cabisbaixos num possível outono; empolgar numa primavera de sorrisos no trabalho; mostrar a tarde todo nosso talento de verão e no fim do expediente voltar à realidade, num triste inverno, sozinhos num quarto quase depressivos (as) esperando um novo dia amanhecer.

Podemos, também, amanhecer sorrindo de orelha a orelha (primavera), trabalhar pensando no intervalo do almoço (outono); passar a tarde reclamando da vida, da falta de oportunidades, de chances (inverno); e a noite, reunidos com a família para o jantar (verão).

Durante esses dias, fases, intervalos de 2011, (…) em que estação do ano passamos mais tempo?

Domingo, o Advento inicia no clamor pelo perdão de nossas faltas, e finda no quarto domingo nos renovando a esperança.

O Advento, no coração de quem crê, é o fogo que precisávamos para quebrar a dormência do nosso agir.

É a oportunidade de voltar a nascer depois de um erro, de uma tragédia, uma perca. É um tempo propício para refletirmos o que fizemos e como fizemos.

Nossa Igreja se iniciou no sacrifício pascal de Jesus e continua ano após ano trazendo mensagens de um novo recomeço, de ressurreição, de vida.

Se ainda vivemos (ou estamos vivendo) outonos e invernos, em nossa relação comigo mesmo e com os que nos cercam, temos então a mania de estender o sofrimento da cruz e deixar “passar batida” a esperança.

Quem crê e vigia não precisa temer os evangelhos desse semana ou tecer, como tantos cientistas, em calcular o quando e como o mundo viria a acabar.

Às vezes levamos 20, 30, 50 ,70 anos pra entender que o verão já chegou, e que esse fim de mundo acontece toda vez que resolvemos dar um 180° em nossas vidas.

Aquele que era torto na vida e resolve hoje endireitar, um mundo velho acaba e um novo recomeça. Um mundo novo que nasce da mudança de atitude de uma única pessoa.

De coração aberto, abra sua vida, sua casa, sua família ao Advento: “(…) Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo“. (Ap 2, 30)

Propósito:

Pai, reforça a sinceridade de minha fé nas palavras de teu Filho Jesus, pois nele o teu Reino se faz presente na nossa história, realizando, assim, tua promessa de salvação.

EVANGELHO DO DIA 26 DE NOVEMBRO QUINTA FEIRA

BEM AVETURADO TIAGO ALBERIONE
26 de novembro - Humilhar-se é um grande remédio contra as tentações. (S 198). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,20-28

"- Quando vocês virem a cidade de Jerusalém cercada por exércitos, fiquem sabendo que logo ela será destruída. Então, os que estiverem na região da Judéia, que fujam para os montes. Quem estiver na cidade, que saia logo. E quem estiver no campo, que não entre na cidade. Porque aqueles dias serão os "Dias do Castigo", e neles acontecerá tudo o que as Escrituras Sagradas dizem. Ai das mulheres grávidas e das mães que ainda estiverem amamentando naqueles dias! Porque virá sobre a terra uma grande aflição, e cairá sobre esta gente um terrível castigo de Deus. Muitos serão mortos à espada, e outros serão levados como prisioneiros para todos os países do mundo. E os não-judeus conquistarão Jerusalém, até que termine o tempo de eles fazerem isso.
E Jesus continuou:
- Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.
"  

1º Meditação:

Lucas escreve seu evangelho na década de oitenta, cerca de dez anos após Jerusalém ter sido destruída e seu texto inspira-se no fato já acontecido.

Historicamente, a cidade de Jerusalém caiu e o Templo foi destruído pelas tropas do general romano Tito,  na guerra do ano 70.

O evangelista parte deste fato impactante, reinterpreta-o como um momento determinado por Deus na história da salvação.

É um momento que marca o fim de uma época e o começo de outra: entre a queda de Jerusalém e a chegada da Parusia, Lucas introduz a época da missão.

Desta maneira, exorta os cristãos a não perder o contato com a realidade histórica enquanto esperam a segunda vinda do Salvador.

Com acontecimentos e símbolos cósmicos, Lucas destaca a importância da chegada do Filho do Homem. Os cristãos devem aguardar este momento em atitude de expectativa gozosa.

Como em outros tempos, também hoje vivemos em um ambiente impregnado de idéias que provém de correntes catastróficas.

A situação fragilizada do meio ambiente, de guerras, de novas doenças, etc., tudo isso pode transmitir desespero e pessimismo em relação a um futuro próximo.

Mais do terror em vista do fim, o texto nos convida a uma atitude de otimismo e esperança, além de trabalhar com dedicação e empenho pelo estabelecimento do Reino entre nós.

A vinda do Filho do Homem é a libertação e o restabelecimento do humano e da vida, no que se manifesta a glória de Deus.

Estamos chegando ao tempo do Advento, tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos conscientes das nossas ações e atentos (as) ao que podem significar as coisas que acontecem ao nosso redor.

Jesus nos adverte dos fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas antes da Sua vinda gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no mundo.

A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar desses prognósticos, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus vêm nos edificar e nos ajudam a manter a esperança na nossa libertação.

O mundo à nossa volta se angustia e sofre, realmente, como a mulher nas dores do parto, no entanto, isto é prenúncio de libertação.

Jesus mesmo nos esclarece quando diz: “Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.”.

Jesus já veio como homem e chegou para nós por meio do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado para a nossa Salvação.

Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos esses fatos já estão acontecendo. Porém, nas vésperas de mais um Natal nós podemos assumir o nosso posto de guardiões da fé sem temor, na certeza de que o tempo da libertação se aproxima e deixando que o Natal de Jesus aconteça primeiro no nosso coração.

1º Reflexão Apostólica:

Ontem enfatizávamos o LEVANTAR e CONTINUAR e hoje, após uma mensagem tão direta sobre o futuro do povo de Jerusalém, Ele diz para eles e para nós “(…) FIQUEM FIRMES E DE CABEÇA ERGUIDA, POIS LOGO VOCÊS SERÃO SALVOS”. Além de nós, quem hoje precisaria ouvir essa mensagem?

Refletíamos essa semana do medo do futuro, da nossa facilidade em conjugar na prática verbos no futuro e no gerúndio e do nosso empenho pessoal (ou a falta dele).

Hoje, às portas do Advento, momento propício para reconciliação, a escuta e principalmente da auto-reflexão, Jesus nos chama como missionários a buscar a ovelha perdida, a procurar aquele que se perdeu, aquele (a) que se esqueceu que é amado (a)… Quem é a primeira pessoa nesse perfil que vem a nosso pensamento?

Talvez venha em nosso pensamento pessoas doentes então VISITE; talvez uma pessoa que passa por uma dificuldade, então ENCORAJE-A, PROPONHA. Se no seu pensamento veio uma pessoa muito querida que passou por uma perda ou se perdeu, ACOLHA-A, ACONSELHE-A, MOVA-SE.

Por trás de passagens tão apocalípticas Jesus apresenta uma mensagem que denota sempre um recomeço.

Esse novo START é dado a partir de uma atitude, uma fagulha, uma faísca dentro de cada um de nós.

Nossa vida tende à INÉRCIA se não ficarmos a monitorando. Se fosse de nossa própria vontade, ao chegar cansados do trabalho, tomaríamos um banho e relaxaríamos (até dormiríamos) no sofá. Porém, algo nos inquieta, um coração pulsa; um pensamento caridoso nos “incomoda”.

Essa fagulha gerada pelo Espírito Santo nos levanta e nos lança ao desconhecido, longe da nossa zona de conforto, no entanto mais próximo daqueles que realmente precisam.

Como explicar o empenho de um casal no interior de Sergipe que tem cerca de 30 filhos adotivos? Como entender a olhos humanos o gesto de João Paulo II ao ir à prisão e perdoar aquele que desejou sua morte mesmo ainda sentindo as dores do tiro que levou? Como dizer “não” a alguém que procura nosso ombro pra chorar? Como negar um conselho?

O Advento que se aproxima é também um momento propício para oração. Pela oração conseguimos remover ou transpor problemas do tamanho de montanhas.

Através dela, nos tornamos íntimos com o projeto do Pai e revestidos dessa proximidade divina não conseguimos mais fechar os olhos; nossos ouvidos começam a captar a verdadeira direção e nosso pensamento não se afastará. Talvez seja isso que deveríamos fazer todos os dias, não somente durante os problemas.

Domingo, acenda a primeira vela em sua casa. Se puder decore sua sala, sua porta, (…)

2º Meditação: 

 “(…) A libertação verdadeira da pessoa humana é fruto de dois elementos importantes: o primeiro é o seu compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus e com a comunidade à qual pertence, de modo que a sua vida passa a ser uma constante luta histórica de transformação da realidade tendo como critério os valores do Evangelho; o segundo é a confiança inabalável da presença atuante de Deus na sua vida e na história dos homens como o grande parceiro que está ao lado dos que assumem a luta por um mundo novo. Somente a união entre esses dois elementos pode garantir um processo histórico verdadeiramente libertador”. (CNBB)

No evangelho de hoje continua o Discurso Apocalíptico que traz mais dois sinais, o 7° e o 8°, que deverão ocorrer antes da chegada do fim dos tempos ou melhor antes da chegada do fim deste mundo para dar lugar ao novo mundo, ao “novo céu e à nova Terra” (Is 65,17).
 O sétimo sinal é a destruição de Jerusalém e o oitavo é o abalo da antiga criação.
Jerusalém era para eles a Cidade Eterna. Agora ela estava destruída! Como explicar este fato? Será que Deus não deu conta do recado?
 Difícil para nós imaginar o trauma e a crise de fé que a destruição de Jerusalém causou nas comunidades tantos dos judeus como dos cristãos.
 Aqui cabe uma breve observação sobre a composição dos Evangelhos de Lucas e de Marcos. Lucas escreve no ano 85. Ele usou o evangelho de Marcos para compor a sua narrativa sobre Jesus.
 Marcos escrevia no ano 70, o mesmo ano em que Jerusalém estava sendo cercada e destruída pelos exércitos romanos.

Por isso, Marcos escreveu dando uma dica ao leitor: “Quando virdes a abominação da desolação instalada onde não devia estar - (aqui ele abre um parêntesis e diz) “que o leitor entenda!” (fecha parêntesis) - então, os que estiverem na Judéia devem fugir para as montanhas”. (Mc 13,14).
 Quando Lucas menciona a destruição de Jerusalém, já fazia mais de quinze anos que Jerusalém estava em ruínas. Por isso, ele omitiu o parêntesis de Marcos.
 Lucas diz: "Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. ".
 Ao ouvirem Jesus anunciar a perseguição (6° sinal) e a destruição de Jerusalém (7° sinal), os leitores das comunidades perseguidas do tempo de Lucas concluíam: “Este é o nosso hoje! Estamos no 6° e no 7° sinal!”

No fim, após ter ouvido falar de todos estes sinais que já tinham acontecido, ficava esta pergunta: “O projeto de Deus avançou muito e as etapas previstas por Jesus já se realizaram. Estamos agora na sexta e na sétima etapa. Quantas etapas ou sinais será que ainda faltam até que chegue o fim? Será que falta muito?”
 A resposta vem agora no 8° sinal: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas.”. O 8° sinal é diferente dos outros sinais.
 Os sinais no céu e na terra são uma amostra de que está chegando, ao mesmo tempo, o fim do velho mundo, da antiga criação, e o início da chegada do novo céu e da nova terra.
 Quando a casca do ovo começa a rachar é sinal de que o novo está aparecendo. É a chegada do Mundo Novo que está provocando a desintegração do mundo antigo. Conclusão: falta muito pouco! O Reino de Deus já está chegando. Dá para agüentar!

“Então eles verão o Filho do Homem vindo sobre uma nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.”
 Neste anúncio, Jesus descreve a chegada do Reino com imagens tiradas da profecia de Daniel (Dn 7,1-14). Daniel diz que, depois das desgraças causadas pelos reinos deste mundo, virá o Reino de Deus.

Os reinos deste mundo, todos eles, tinham figura de animal: leão, urso, pantera e besta-fera (Dn 7,3-7). São reinos animalescos, desumanizam a vida, como acontece com o reino neo-liberal até hoje!
 O Reino de Deus, porém, aparece com o aspecto de Filho de Homem, isto é, com aspecto humano de gente (Dn 7,13). É um reino humano. Construir este reino que humaniza, é a tarefa do povo das comunidades.
 É a nova história que devemos realizar e que deve reunir gente dos quatro cantos do mundo. O título Filho do Homem é o nome que Jesus gostava de usar.
 Só nos quatro evangelhos o nome aparece mais de 80 (oitenta) vezes! Toda dor que suportamos desde agora, toda luta em favor da vida, toda perseguição por causa da justiça, tudo é dor de parto, semente do Reino que vai chegar no 8° sinal.

2º  Reflexão Apostólica:

 Hoje, ao ler este santo Evangelho, como não ver o reflexo do momento presente, cada vez mais cheio de ameaças e mais tingido de sangue? A segunda vinda do Senhor tem sido representada, inúmeras vezes, pelas mais aterrorizadoras imagens, como parece ser neste Evangelho; sempre sob o signo do medo.
 Ontem enfatizávamos o LEVANTAR e CONTINUAR e hoje, após uma mensagem tão direta sobre o futuro do povo de Jerusalém, Ele diz para eles e para nós “(…) FIQUEM FIRMES E DE CABEÇA ERGUIDA, POIS LOGO VOCÊS SERÃO SALVOS”. Além de mim e de você quem hoje precisaria ouvir essa mensagem?

Sempre enfatizo a dificuldade que temos de se encarar o futuro sem medo, da nossa facilidade em conjugar na prática verbos no futuro e no gerúndio, pois sempre “serei” ou “tentando”, e do nosso empenho (ou falta dele) pessoal em fazer render as moedas. Hoje, às portas do Advento, momento propício para reconciliação, escuta e principalmente da auto-reflexão, o que penso em fazer?.

Talvez nessa auto-reflexão venha a nosso pensamento desastres naturais, situações difíceis ou até mesmo pessoas que nos prejudicaram, mas o que deve nortear a nossa auto-análise é o quanto me preocupei por coisas PASSADAS OU FUTURAS e esqueci do PRESENTE. O futuro depende das atitudes que tomo hoje e não ao contrário. Muita gente espera o fim, pois parece que ele de fato chegou a vida delas.

Reparemos que por trás dessas últimas passagens tão apocalípticas, Jesus apresenta uma mensagem que denota sempre um recomeço. Esse novo START é dado a partir de uma atitude, uma fagulha, uma faísca dentro de cada um de nós. Nossa vida tende a INÉRCIA se não ficarmos a monitorando e nos mexendo.

Repare que se fosse de nossa própria vontade, ao chegar cansados do trabalho, tomaríamos um banho e relaxaríamos (até dormiríamos) no sofá. Mas algo nos inquieta, no move, que pode ser um coração que pulsa; um pensamento caridoso, um gesto fraterno… É essa fagulha gerada pelo Espírito Santo que nos lança ao desconhecido, longe da nossa zona de conforto, mas ainda mais próximo de Deus e daqueles que mais precisam.

Portanto, o mundo não acabou, por que desistir? Como Fabio de Melo canta “há sempre motivos pra recomeçar”.

Como explicar o empenho de um casal no interior de Sergipe (vi no Luciano Huck certa vez) que tem cerca de 30 filhos adotivos? Como entender a olhos humanos o gesto de João Paulo II ao ir à prisão e perdoar aquele que desejou sua morte mesmo ainda sentindo as dores do tiro que levou? Como dizer “não” a alguém que procura nosso ombro pra chorar? Como negar um conselho? Um prato de comida? Um sorriso?

O advento que se aproxima é um momento propício para oração. Através dela conseguimos remover ou transpor problemas do tamanho de montanhas. Por meio dela nos tornamos íntimos do projeto do Pai e só assim, não conseguiremos mais fechar os olhos e ouvidos… Passamos a captar a direção divina, pois nosso pensamento não se afasta tão facilmente. Talvez seja isso que deveríamos fazer, não somente durante os grandes problemas, mas sim, rotineiramente.

Propósito:
Pai, faze-se adequar meu existir à novidade que me é oferecida por Jesus, como dom teu à humanidade, de modo que eu possa usufruir dos benefícios de tua salvação.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

EVANGELHO DO DIA 25 DE NOVEMBRO QUARTA FEIRA

SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA

25 de novembro - Sede humildes de coração, submetei sempre o vosso ponto de vista ao dos outros, pedi conselho em tudo, não confieis nunca em vós mesmos, mas em todas as vossas dúvidas, recorrei aos vossos superiores, os quais são iluminados por Deus para vos aconselhar e vos orientar. (S 358). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,12-19

 "Disse Jesus aos seus discípulos: “Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”

1º Meditação: 

 Lucas tem, ao escrever o evangelho e os Atos, um fio condutor que permeia as duas obras: trata-se da nova história que Jesus inaugurou com os pobres e oprimidos e que continua na práxis dos primeiros cristãos.
A nova história não passa pelos poderosos deste mundo, que perseguem Jesus e seus discípulos. O evangelista apresenta o fim desse sistema e a caminhada resistente dos que aderiram a Jesus para construir com ele história e sociedade novas.

Esses versículos foram chamados de “discurso escatológico”. O autor escreve em estilo apocalíptico, forma privilegiada, naquele tempo, para suscitar ânimo e resistência nos momentos em que os conflitos se tornam mais agudos.

Já vimos no versículos 5 -11 o fim do sistema injusto e o discernimento em tempos de tribulações. Quando Lucas escreveu o evangelho, Jerusalém e o Templo já haviam sido destruídos pelos romanos.

Aquele sistema opressor – instalado no Templo e sustentado pelo Sinédrio, que levou Jesus à morte e perseguiu os primeiros cristãos – havia acabado. É próprio da linguagem apocalíptica tomar fatos passados e mostrá-los como ainda não acontecidos, com a finalidade de animar a resistência dos que são perseguidos diante de novos conflitos.

Disso nasce uma constatação: a comunidade cristã que, a exemplo do Mestre, pôs o centro de atenção nos pobres e oprimidos, sobrevive àquela catástrofe que se abateu sobre o suporte da sociedade injusta, ou seja, sobrevive à destruição do Templo e de Jerusalém. Assim, a perspectiva futura fica aberta: cedo ou tarde todos os sistemas iníquos virão abaixo. Resta saber até quando continuará a sucessão desses sistemas.

Os ouvintes do Mestre querem saber quando os sistemas de morte vão deixar de existir e qual vai ser o sinal de que essas coisas estão para acontecer. Mas Jesus não veio satisfazer a curiosidade das pessoas. Ao que ele responde com um convite ao discernimento: “Cuidado para não enganarem a vocês, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ – e ainda: ‘O tempo chegou!’ Não sigam essa gente!”

O discernimento supõe posicionamento diante das catástrofes descritas nos: em primeiro lugar, elas não são o fim do mundo; em segundo lugar, expressam o desejo latente nos povos por liberdade e vida: “Um povo lutará contra outro povo, um país atacará outro país”.

Além disso, essa afirmação de Jesus quer mostrar que os sistemas baseados na força e na intimidação acabarão se destruindo mutuamente. Em terceiro lugar, fazem nascer a esperança numa sociedade fraterna e justa.

De fato, na linguagem apocalíptica, os abalos cósmicos – terremotos etc – não são anúncio de catástrofes naturais. Pelo contrário, são indicações de que algo totalmente novo está sendo gestado na história, e esse novo não tardará em se manifestar.

Agora Ele fala da resistência inteligente desmonta os sistemas de morte. “Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; serão entregues aos tribunais dos judeus e postos na prisão; serão levados diante de reis e governadores por causa do meu nome”.

A resistência inteligente dos discípulos de Jesus tem poder de desmontar os sistemas que geram opressão e morte. Escrevendo o evangelho, Lucas tem presente o que já aconteceu com as primeiras comunidades: os discípulos diante do Sinédrio, a morte de Estevão e Tiago, a resistência de Paulo etc. Esses acontecimentos, apesar de terem custado a vida de alguns, apontam para a nova sociedade que vai tomando corpo: “Assim vocês poderão reafirmar a sua fé”.

A resistência dos cristãos há que ser inteligente e cheia de esperança, pois Jesus está com eles, dando-lhes uma linguagem à qual nenhum inimigo poderá resistir ou rebater. Isso faz lembrar a criatividade de nossos movimentos populares, que geram uma sociedade alternativa com seu modo de ser e de agir.

Há que ser, também, uma resistência solidária na comunidade dos que têm fé, a nova família de Jesus (cf. 8,21), pois os cristãos correm o risco de ser entregues pelos familiares. É, ainda, uma resistência realista, consciente de que “todos vão odiá-los e matar alguns de vocês”. Há que ser, finalmente, uma resistência esperançosa, pois é permanecendo firmes que iremos ganhar a vida .

 1º Reflexão Apostólica:

 Todo bom cristão sabe que muitos dos santos que conhecemos sofreram o martírio ao fim da caminhada; sabemos também que alguns foram crucificados, decapitados, mutilados, queimados, (…) Muita coisa mudou mas algumas ainda parecem ser ainda as mesmas…

Quem por ventura, mesmo andando corretamente, não se sentiu alvo da maldade e da inveja dos que se acham reis desse mundo? Quantos de nós já se perguntou o porquê de tantos olhares invejosos, discordâncias sem motivo, brigas sem razão, disse-me-disse, intrigas, partidarismos ao nosso redor? Quantas vezes nos sentimos atacados sem saber o motivo? Quantas pontas ou pedaços de flechas ainda existem em nosso coração nos fazendo remoer dores do passado?

Apesar de tudo algo precisa ficar no ressoando no nosso pensamento: a vontade irrevogável de LEVANTAR e CONTINUAR!

Sou fã da série Rocky Balboa, mas não pela violência das cenas, mas pelo que é dito nas entrelinhas da vida daquele personagem que aprendeu apanhando da vida. O protagonista, em seu sexto filme, diz ao seu filho em uma cena, uma frase que cai bem para essa reflexão: “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto agüenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha”

Todos aqueles que não desistem de LEVANTAR e CONTINUAR podem até ser premiados com cabelos brancos, com o sofrimento estampado no rosto cansado e abatido, mas ninguém que tem fé se abate ao sofrimento; ninguém que persevera na esperança fica sem o conforto; ninguém que respondeu com sabedoria a maior das perseguições deixou de ser valorizado por Deus.

Quedas e desânimos serão inevitáveis, mas a cada fraquejada devemos voltar ainda mais convicto do que queremos para nós. De certa forma os sofrimentos, as angustias, nos tornam mais fortes e preparados. O aprendizado de CONTINUAR ANDANDO gera em nós O DESTEMOR. Mas quando não conseguimos superar as adversidades, seja pela fraqueza ou pela falta das forças, entramos num processo que nos levarão, paulatinamente sempre a fugir, a reclusão, ao pânico, e patologicamente a depressão.

Costumo dizer que Jesus sempre quer nos ver de pé, pois é através de nossos olhos que Ele vê a nossa sinceridade, a nossa força, nossa gana. Pedras SEMPRE existirão no meio do caminho como diria Carlos Drummond de Andrade, mas as pedras escondem um prêmio para quem teve coragem de levantar após cada dificuldade enfrentada.

Não tenhamos medo das perseguições.

2º Meditação:

 Lucas escreve seu evangelho na década de oitenta, cerca de dez anos após Jerusalém ter sido destruída pelas tropas do general romano Tito, e seu texto inspira-se no fato já acontecido.

Em seqüência ao discurso sobre a destruição do Templo, Lucas narra a fala de Jesus sobre as perseguições que os discípulos sofrerão.

Estes versículos falam da perseguição que os discípulos certamente sofreriam. O termo "entregar", que se refere às aflições de uma Igreja perseguida, mantém uma estreita relação com a paixão de Jesus.

O sofrimento experimentado pela comunidade cristã se converterá em ocasião para testemunho, em meio às situações limites onde sequer há tempo para elaborar ou preparar discursos.

É o próprio Jesus quem guiará os discípulos em seu testemunho, para que a Igreja seja fiel até o final.

A mesma exortação em meio à crueldade do Império Romano pode ser aplicada à missão que Jesus encomendou aos seus sucessores.

A Palavra convida a confiar no Senhor, que permitirá a seus discípulos enfrentar as situações difíceis, com a certeza de que Ele sempre está presente e que nunca abandona os seus.
Em conclusão, temos a narrativa apocalíptica da vinda do Filho do Homem. Os sinais no sol, na lua e nas estrelas e as potências celestes abaladas são símbolos assustadores da queda dos poderes opressores.
 A vinda do Filho do Homem é a libertação e o restabelecimento do humano e da vida, no que se manifesta a glória de Deus.

2º Reflexão Apostólica:

 Essa reflexão não justifica nossa cabeça-dura em não ouvir quando Deus diz PARE! Às vezes temos a mania de continuar mesmo sabendo que é equivocado nosso pensamento.
 Todo bom cristão sabe que muitos dos santos que conhecemos sofreram o martírio ao fim da caminhada; sabemos também que alguns foram crucificados, decapitados, mutilados, queimados, (…) mas poucos simbolizam a nossa realidade humana e persistente como são Sebastião.
Como são Sebastião, por muitas vezes, mesmo andando corretamente, somos alvos das flechadas do percurso.
 Quantos de nós já se perguntou o porquê de tantos olhares invejosos, discordâncias sem motivo, brigas sem razão, disse-me-disse, intrigas, partidarismos ao nosso redor? Quantas vezes nos sentimos flechados sem saber o motivo? Quantas pontas de flechas ainda existem em nosso coração nos fazendo remoer dores do passado? Quantas vezes pensei em desistir em virtude das perseguições?
 Sebastião era atrevido. Mesmo sendo encontrado quase morto tinha um objetivo em mente: LEVANTAR e CONTINUAR!
 As flechas não mais importavam, o passado precisava ser cicatrizado juntamente com as feridas. LEVANTAR e CONTINUAR era agora mais que uma meta, passou a ser uma filosofia. Parar para imaginar novas flechadas poderiam o fazer desistir, pois supor o que poderia acontecer geraria, através das expectativas surgidas, o medo.
 Todos aqueles que não desistem de LEVANTAR e CONTINUAR podem até ser premiados com cabelos brancos, com o sofrimento estampado no rosto cansado e abatido, mas ninguém que tem fé se abate ao sofrimento; ninguém que persevera na esperança fica sem o conforto; ninguém que respondeu com amor a maior das perseguições deixou de ser valorizado por Deus.

Sebastião voltou e ainda mais convicto. De certa forma as flechas, os sofrimentos, as angustias (…) , nos tornam mais fortes e preparados.

O aprendizado das flechadas deve gerar em nos algo novo, renovado, reavivado. Quando não conseguimos superar as adversidades entramos nos processos de fuga, reclusão, pânico, depressivos. São processos despertados por aquele medo que falávamos no inicio.
São exemplos de fortaleza todos aqueles que resolvem em meio à dificuldade a continuar lutando, mas seria ilusão não continuar a estória de são Sebastião.

Ele voltou e foi atacado e morto a pedradas. Não posso esconder que nossa sina em comunidade PODERÁ ser assim também: Mal escapamos das flechadas e já estamos levando pedradas ou como a sabedoria popular diz “sai do fogo para pular na frigideira”, mas como Sebastião, Paulo, Pedro, Tiago, sempre levantaram e continuaram.
 Jesus sempre quer nos ver de pé, pois é em pé que através de nossos olhos que Ele vê a nossa sinceridade, a nossa força, nossa gana.
Pedras SEMPRE existirão no meio do caminho como diria Carlos Drummond de Andrade, mas as pedras escondem um prêmio para quem teve coragem de levantar após as flechadas.

 Não tenhamos medo!

 Propósito:

Pai, dá-me uma fé profunda que me possibilite perseverar nos momentos de dificuldade, sem abrir mão da tarefa que recebi: levar adiante o projeto de Jesus.

Evangelho do dia 24 de novembro terça feira

SANTO ANDRE DUNG - LAC E COMPANHEIROS
24 - Quem não sabe submeter seu ponto de vista e deixar-se guiar, muitas vezes errará e cairá miseravelmente; e, por causa da teimosia em não se reconhecer culpado, o demônio não permitirá que se arrependa e, de abismo em abismo, o levará à perdição. (S358). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,5-11

"Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
- Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.
Aí eles perguntaram:
- Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
- Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: "Eu sou o Messias" ou "Já chegou o tempo". Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
- Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.
"
 

Meditação:

Este texto de Lucas pertence ao chamado "apocalipse sinótico" e tem seus paralelos com Mc 13 e Mt 24. É formado por um entrelaçamento de tradições cristãs e da apocalíptica judaica que refletiam o ambiente e a situação da primeira guerra dos romanos contra os judeus (66-70 d.C.).

O Evangelho de hoje faz referência ao Templo, que era uma construção imponente. Representava a união do povo judeu com sua fé monoteísta. Jesus não compartilha da admiração e entusiasmo que seus discípulos sentiam por essa obra arquitetônica e afirma que ela seria destruída.

Em meio ao barulho do povo no templo, alguns admiram a magnificência da construção. O templo, reconstruído depois do exílio, parece que foi realmente modesto se comparado com o primeiro, construído por Salomão. Contudo, para a época de Jesus, aquele modesto templo do pós-exílio era outra coisa totalmente diferente.

Herodes o Grande, com mania de grandeza por natureza, buscando reconciliar-se com os judeus, havia-se encarregado de remodelá-lo, com ampliações e com soluções que ainda surpreendem a engenharia moderna. Isto para entender por que os visitantes se maravilhavam tanto com aquela obra. Exceto a magnificência do edifício e a pompa da obra como tal, sabemos que o templo significava tudo para Israel, não somente por sua convicção de que era o lugar da Presença, lugar onde habitava o Nome de Deus ou sua Glória (Ez 43,4), mas porque, como estrutura institucional, determinava todos os destinos políticos, econômicos, sociais e religiosos da nação.

Consideremos só o religioso: o templo como habitação do Nome (os israelitas não se atreviam a personificar a Deus nem muito menos a dar-lhe um nome específico, por isso utilizavam invocações para se referir a ele: o Nome, a Glória, a Presença, Shekiná) do lugar específico do Santo dos Santos se irradiava sua santidade para os demais lugares do templo: primeiramente para o que estava mais perto do lugar da Santidade: o altar, em seguida as casas e o pátio dos sacerdotes de Israel, depois as casas e os pátios dos levitas, pátio dos israelitas legalmente puros, pátio dos impuros, pátio das israelitas e das crianças, pátio dos estrangeiros, palácios próximos, o resto da cidade, o país e o mundo; de modo que a santidade se deduzia pela proximidade ou distância do lugar da Santidade divina.

Nessa medida, o templo era a réplica em miniatura da sociedade israelita estratificada por razões sociais, econômicas e contraditoriamente, por razões religiosas (puros e impuros, abençoados e malditos).

Aqueles que observam a maravilha arquitetônica não estão em condições de pôr em questão tudo o que há por trás daquela estrutura de pedra; unicamente Jesus, que como já vimos se orienta por outros critérios, com outros parâmetros, é capaz de questionar e até se atreve a predizer sua destruição: o da ruína material pôde tê-lo dito pela simples constatação histórica porque já havia ocorrido em 587, mas também porque era um fato que os detentores do poder procuravam arruinar as construções religiosas dos súditos para submetê-los com maior crueza.

Destruindo os templos, saqueando-os e, especialmente, retirando deles as estátuas das divindades e demais símbolos religiosos, os invasores davam por submetidos também os deuses dos povos conquistados, e estes tinham a obrigação de submeter-se à religião do conquistador.

O templo de Jerusalém tinha sido saqueado pelos babilônios, pelos gregos, e faltavam os romanos, mas não tardariam.

Contudo, a realidade da destruição de templo Lucas já a devia conhecer e aproveita aquela imagem para pô-la na boca de Jesus como profecia e como introdução a seu discurso escatológico que se abre precisamente aqui a propósito das palavras de uns aterrorizados fiéis diante daquela fortíssima construção.

Não é necessário, portanto, insistir se Jesus predisse a destruição de Jerusalém e seu templo em termos literais.

O mais importante é que com a clareza de uma consciência totalmente liberta e desprovida da alienação religiosa, própria de seu tempo, Jesus manifesta sua mais profunda convicção e fé na queda de todo o sistema montado ao redor do templo como estrutura geradora de injustiça institucional.

Não seria algo pacífico nem fácil, com a mesma violência e injustiça com que se tinha levantado tudo aquilo, seria derrubado também. Não porque Deus interviesse para que as coisas se dêem assim, senão como uma espécie de lei da vida. "

Reflexão Apostólica:

Este texto é um conjunto de advertências que Jesus dirige à Igreja, chamada a perseverar na fé e enviada para anunciar a Boa Nova em meio aos acontecimentos históricos e naturais e seus correspondentes perigos.

Iniciando com a admiração de algumas pessoas diante da beleza do Templo, Lucas apresenta o "discurso "escatológico" sobre a destruição de Jerusalém (cap. 21).

Todo poder tem como arma a ostentação, desde as pirâmides dos faraós até as torres da atual capital econômica do Império.

A ostentação do Templo levava as pessoas a admirarem, se curvarem e se submeterem. Porém, toda ostentação terá seu fim, pedra por pedra, torre por torre.

A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além de sua associação a um fato histórico acontecido, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus.

A mensagem anima a comunidade de cristãos a sustentar sua esperança e não diminuir sua atenção em vista dos acontecimentos ou dos sofrimentos que possam advir. Ao contrário, o fim não vai chegar de repente, a missão da Igreja deve continuar.

Em alguns momentos a fala de Jesus nos refrata ao futuro onde existe um amanhã cheio de incertezas e preocupações.

Quantos tantos estudiosos, cientistas, filósofos já se atreveram a dizer até a data do apocalipse? Quantos não já vislumbraram e até se flagelaram pelo medo do amanhã?

Como posso temer o amanhã se ainda vivo o presente? Temer o futuro é de certa forma, se dizer incapaz de mudar o nosso próprio presente.

Trabalhamos demais com os verbos no futuro e no gerúndio que nos dão a noção que somos apenas passageiros e não pilotos de nossas vidas.

“Não vou sair, pois esta chovendo”! O gerúndio dá a impressão ou é a justificativa que precisávamos para dizer que não posso fazer nada! “Se não estivesse chovendo eu ia”!

“Calma! Eu estou mudando, devagar, mas eu estou tentando”! Por que não dizemos “vou mudar” ou “vou tentar”? Temos medo do futuro!
Todos têm medos, limites, restrições (…), mas não podemos tê-los ao ponto de ficar “passageiro” da vida.

Padre Fábio de Melo respondeu a um questionamento sobre esse assunto assim: “(…) Todo ser humano que tem boa consciência do limite é um ser humano que está num processo de aperfeiçoamento. Eu sei que tenho limites, mas eu os respeito; não tenho medo deles. Então, a partir disso, estabeleço metas de superação e, quando consigo isso, o limite deixa de me condicionar. Eu continuo limitado, mas não estou condicionado a ele (limite), porque eu consegui uma possibilidade boa de lidar com as coisas que me limitam”.
Quando trabalhamos com os verbos no futuro acabamos jogando a “culpa” ou a “responsabilidade” para Deus. São comuns as expressões “Deus que quis assim” ou “Foi a vontade de Deus”!

De certa forma, em alguns casos, essa frases servem bem, mas na maioria das vezes elas nos ajudam a esconder a nossa falta de atitude, de vontade, de empenho sobre alguma coisa que sabíamos que viria a dar errado, mas não tivemos coragem de dizer, fazer, agir (…) no presente. Precisamos não temer.

O Advento se aproxima e ao esperar o nascimento de Jesus façamos um gesto concreto no presente pelo futuro: Façamos projetos, de preferência, por escrito, pois, boa parte do que falamos ou prometemos acaba indo para o gerúndio ou para o futuro, mas quando escrevemos firmamos um compromisso no presente.

Deus anda conosco e sempre andará. Atitudes mudadas no presente podem nos garantir um futuro melhor. Não nos exilemos. (…) Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação”. (2Tm 1, 7)

Propósito:

Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança.