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domingo, 30 de setembro de 2012

EVANGELHO SEGUNDA FEIRA 01 OUTUBRO



Leituras do dia:
Jó 1,6-22
Sl 17(16)
ESCUTA DA PALAVRA - VER
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,46-50
 "Os discípulos começaram a conversar sobre qual deles era o mais importante. Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando. Então pegou uma criança e a pôs ao seu lado. Aí disse:
- Aquele que, por ser meu seguidor, receber esta criança estará recebendo a mim; e quem me receber estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que é o mais humilde entre vocês, esse é que é o mais importante.
Quem não é contra vocês é a favor de vocês.
João disse:
- Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo.
Então Jesus disse a João e aos outros discípulos:
- Não o proíbam, pois quem não é contra vocês é a favor de vocês." 
MEDITAÇÃO - JULGAR
(O que diz o texto para mim?)
 Meditação: 
 O relato de hoje está constituído por duas pequenas unidades que têm como tema o significado da “grandeza” no Reino de Deus.
Os discípulos discutiam sobre quem deles seria o maior. Nunca se acabaria a luta contra a ambição? Finalmente chegariam a entender de que se tratava este assunto do Reino? 
 Jesus sentou-se, como um mestre, chamou aos doze e tomando uma criança, colocou-a a seu lado e lhes disse: “O que recebe esta criança em meu nome, é a mim que recebe, e aquele que me recebe, recebe aquele que me enviou. O menor entre vocês é realmente o maior”.
A atitude de Jesus é um gesto verdadeiramente pedagógico: Jesus põe uma criança ante os discípulos e a declara protótipo da grandeza no Reino de Deus.
 A partir deste gesto, Lucas elabora uma corrente de sentenças impregnadas de matizes característicos de sua igreja. A criança não será um exemplo de inocência ou pureza; a criança é um ser frágil, sem poder, sem pretensões, sem autoridade; não tem nada que dizer na sociedade e deve limitar-se a obedecer às ordens que lhe dão os maiores, só pode “receber” com alegria o que se lhe oferece.

O chamado de Jesus a seus discípulos é que renunciem às pretensões sobre o Reino e aceitem com valentia o que se lhes oferece. Os discípulos devem mudar substancialmente seu conceito sobre a grandeza.
 O fazer-se como crianças não significa voltar a ser o que se foi, mas renunciar ao poder e optar pela humildade e o serviço aos demais, como única possibilidade de ser parte no Reino de Deus.
A segunda parte de nosso texto mostra a preocupação dos discípulos pelo prestígio e a posição elitista que se expressa em seu rechaço daquele que, mesmo não sendo do grupo dos doze, realiza ação de cura em nome de Jesus. A reação de Jesus é imediata: rechaça explicitamente esta atitude elitista e sectária do grupo.
 O erro que os discípulos cometeram foi pensar que o “desconhecido” que invocava o nome de Jesus lhes fazia competição. Jesus pensa de outra maneira e nos convida a que pensemos como Ele.
 Convida-nos a que sejamos abertos a outras pessoas, grupos e movimentos e trabalhemos por uma causa comum: o Reino de Deus.
 Nós, a comunidade dos seguidores de Jesus, devemos estar dispostos a tolerar e aceitar a TODOS os que trabalham para instaurar no mundo um novo projeto social.
 Reflexão Apostólica:
 A catequese de Jesus, às vezes, contradiz a compreensão do homem.

O que num determinado momento para um é grande, para o outro é pequeno, e Jesus complementa seu ensinamento justificando: quem não está contra o homem está a favor dele.

Só é possível compreender os ensinamentos do Filho de Deus mediante os olhos da fé e um coração aberto para acolher.
 Jesus e os discípulos caminhavam em direções opostas. Enquanto Jesus preanunciava seu destino de sofrimento e morte, os discípulos nutriam ideais de grandeza, preocupados em saber quem dentre eles seria o maior.

Descurando as exortações recebidas, anteviam um destino de glória e esplendor para si e para o Mestre. E procuravam organizar seu futuro a partir desta lógica mundana.
 Em outras palavras, eram incapazes de imaginar um projeto de vida fora de relações desiguais, próprias de uma sociedade de classes.

Jesus tentava fazê-los compreender ser possível viver de uma maneira nova, dentro e fora da comunidade. Dentro da comunidade, as relações interpessoais seriam regidas pelo princípio da igualdade e do serviço. Prestígio, poder e autoridade nenhuma importância teriam.

Com os de fora da comunidade, o Reino exigia ser tolerante e respeitoso, superando toda tentação de sectarismo e de fanatismo.

Os velhos esquemas deveriam ser invertidos, ou melhor, substituídos pela novidade do Reino. Grandes seriam os menores da comunidade. Os desprezados, como as crianças, tornar-se-iam objeto de atenção.

O Messias glorioso deveria ser encontrado nas pessoas marginalizadas, pois a grandeza do Reino é bem diferente daquela que os discípulos imaginavam.

A narrativa final onde João afirma terem proibido outros grupos de agir em nome de Jesus revela ainda a mentalidade segregacionista do seu grupo. É a mentalidade da autoridade que coíbe a liberdade do Espírito. Jesus remove esta mentalidade, acolhendo todo o bem que é feito em seu nome.

Para que possamos compreender o messianismo de Jesus nós precisamos mudar a idéia que o mundo nos ensina a respeito do poder. Com simplicidade e firmeza Jesus tirou as dúvidas dos seus discípulos, mostrando mais uma vez que o que pensa o mundo não é o que pensa Deus.

Jesus veio nos esclarecer que no reino dos céus, tem poder aquele (a) que presta serviço por amor. Enquanto nós estivermos buscando o poder que domina e reprime, nós não poderemos construir o reino de Deus.

No reino de Deus é grande quem com humildade se dispõe a imitar Jesus que veio ao mundo para entregar-se e servir por amor.

Para nos tornarmos grandes, nós temos que nos fazer pequenos e humildes, dependentes do poder amoroso de Deus. Precisamos nos tornar como crianças, pois elas não se envergonham de reconhecer a sua incapacidade e limitação e se põem completamente abandonadas com confiança nos braços do pai ou da mãe, porque sabem que com eles terão amparo e segurança.

Tem importância no reino dos céus todos os que estão prestando serviço no anúncio do Evangelho de Jesus, mesmo que não façam parte de um mesmo círculo, de uma mesma religião, pois a salvação de Jesus é universal.

Você é uma pessoa dependente de Deus ou auto-suficiente? O que você entende de “ser como criança”? – Você sabe ceder para outra pessoa algo que, por direito, seria seu, somente para agradar a Deus? Você acha que todos têm condição de falar em Nome de Jesus?
 Todos os cristãos são convidados para um esvaziamento de si mesmo, um kenosis que não significa humilhar-se, mas abrir-se, porque, ao esvaziar-se, o homem abre um espaço dentro de si, a fim de que Deus complete com as virtudes do amor, da fé e da esperança; e é neste momento que de pequeno ele torna-se grande aos olhos do Pai, porque esvaziar-se é crescer com Deus.

Ao ser humilhado por alguém, que a mágoa não caia no coração, mas no vazio, para que seja transformada em caridade; e numa situação inversa, que o orgulho e a vaidade caiam neste mesmo vazio, porque de nada importa para o Pai sermos glorificados na terra, mesmo porque somos o que somos pela vontade d’Ele.

A criança é o maior exemplo de como os homens e as mulheres devem ser: puros e com o coração aberto, sem restrições, maldades, malícias e julgamentos. Ela se entrega confiante nos braços do Pai que a conduz, e Ele é para ela o seu escudo e a sua proteção.
 Mães e pais devem ser o norte de uma casa. A idade, maturidade e vivencia os torna uma enciclopédia que deverá ser lida e consultada pelos filhos, mas você pai e mãe, por acaso sabe usar os recursos da sua televisão nova sem pedir ajuda a eles?
 Muitos pais e mães têm facebooks que os próprios filhos fizeram, isso já não é um bom exemplo que meu poder pode ter limitações em virtude da minha falta de conhecimento?
 Uma pessoa que se perpetua num posto, cargo ou coordenação não pode ser surpreendida a qualquer momento por alguém bem melhor que ela? Se essa função é para Deus por que não ceder o lugar para que a obra cresça? A função que exerço na comunidade engrandece a quem?
 Uma musica antiga dizia em seu refrão; “a quem você quer servir?” (eu e minha casa serviremos aos Senhor)
 Estejamos abertos as mudanças. Sejamos desapegados a cargos. Nos apeguemos a Deus e ao seu projeto.
 Seja como uma pequena criança nas mãos de Deus. Só assim poderá ser verdadeiramente grande e forte diante dos homens e do mundo.
ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)
 Oração: Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu semelhante, de modo especial, os mais necessitados, pois nisto consiste minha verdadeira grandeza de discípulo.
REGRA VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)
 Propósito: Estar aberto às mudanças. Ser desapegado a cargos e apegado a Deus e ao seu Projeto.   
RETIRO - CONTEMPLAÇÃO
(Para onde Deus quer me conduzir?)
 - Mergulhar no mistério de Deus.
- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).
- Saborear Deus. Repousar em Deus.
- Ver a realidade com os olhos de Deus.

sábado, 29 de setembro de 2012

EVANGELHO DOMINGO 30 SETEMBRO



 Leituras do dia:
Nm 11,25-29
Tg 5,1-6
Sl 19B(18B)
ESCUTA DA PALAVRA - VER
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 9,38-43.45.47-48
 "João disse:
- Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo.
Jesus respondeu:
- Não o proíbam, pois não há ninguém que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem der um copo de água a vocês, porque vocês são de Cristo, com toda a certeza receberá a sua recompensa.
Jesus continuou:
- Quanto a estes pequeninos que crêem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço. Se uma das suas mãos faz com que você peque, corte-a fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna com uma só mão do que ter as duas e ir para o inferno, onde o fogo nunca se apaga. Se um dos seus pés faz com que você peque, corte-o fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna aleijado do que ter os dois pés e ser jogado no inferno.Se um dos seus olhos faz com que você peque, arranque-o! Pois é melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só do que ter os dois e ser jogado no inferno. Ali os vermes que devoram não morrem, e o fogo nunca se apaga.
MEDITAÇÃO - JULGAR
(O que diz o texto para mim?)

Meditação: 
 No texto de Marcos, com caráter catequético, temos uma fala de Jesus estimulando a acolhida a todos aqueles que vêm em seu nome.
 As sentenças sobre a queda dos pequenos são orientações para prevenir escândalos dentro da própria comunidade de discípulos. As alusões às quedas pela mão ou pelo olho são simbólicas, com variado sentido. Podem indicar más ações e aspirações de poder e prestígio.
 Os anúncios finais de condenação não condizem com a índole misericordiosa e compassiva de Jesus, indicando tratar-se de adaptações tardias das comunidades de origem do judaísmo, pois refletem o deus do Primeiro Testamento que é o "Terror de Isaac" (Gn 31,42), que castiga e condena.
 A queda dos pequenos muitas vezes é provocada pelos ricos, que vivem luxuosamente, entregues à boa vida, condenando o justo e o assassinando.
 Pela variedade de temas neste texto, pode-se supor que se trata de uma compilação do evangelista Marcos, talvez a partir de exortações catequéticas veiculadas pelas tradições das comunidades primitivas.
 O evangelho de Marcos apresenta para este domingo uma situação, vivida pelos discípulos de Jesus. Há pouco tinham aprendido de Jesus a lição sobre quem seria o maior (Mc 9,33-37), produz-se um incidente que tem a ver com a idéia de exclusividade dos membros do grupo seguidor de Jesus. João conta a Jesus que haviam impedido a um homem de expulsar demônios em seu nome porque não era membro do grupo (v. 38).

Não há uma pergunta, como fazer em casos semelhantes; que posição assumir, etc. A resposta de Jesus é sabia: “ninguém faz um milagre em meu nome e depois fala mal de mim” (v. 39) e “o que não está contra nós, está a nosso favor”.

Na tarefa de construção do reino ninguém tem exclusividade. Talvez os discípulos não tinham claro ou não recordavam que sua pertença ao grupo de Jesus foi um dom de pura gratuidade; ninguém deles apresentou diante de Jesus uma relação de méritos para ser elogiado; foi Jesus quem se apresentou a eles, interpôs-se no caminho de cada um e os chamou, mesmo sabendo que não eram os melhores nem os mais representativos da sociedade.

Nesse sentido, outros ainda continuam sendo chamados. Em cada homem e em cada mulher, Deus semeou as sementes do bem; como e quando essas sementes começam a germinar e dar frutos, isso é decisão de cada um.

Às vezes nos parecemos com João e o resto dos discípulos, reagimos com quem, sem pertencer à instituição, faz obras melhores que as nossas. E sai imediatamente a frase: “mas esse ou essa pertence a tal ou qual religião, ou de tal ou qual grupo...”. Muitas vezes os nossos interesses mesquinhos, critérios de autoridade e de exclusividade, rejeitados por Jesus (Mc 9,39), se sobrepõem à vocação universal de fazer o bem e à prática do amor.

O diálogo de Jesus com seus discípulos reflete a situação da comunidade para a qual Marcos escreve seu evangelho. Uma comunidade muito consciente do que eram as exclusões, porém ao mesmo tempo correndo o risco de ser exclusivista, com a aparência de coisa boa: “ser ou não ser dos nossos”. “ser ou não ser do caminho”, “estar ou não estar no processo...” e, enfim, outros argumentos que pretensamente tentar justificar a desculpa de defender a “pureza” da fé ou do “credo” ou da “ordem” ou, enfim, de “defender os direitos” de Deus.

Pois bem, quando se cai no extremos de “defender” a Deus, ou os “direitos” de Deus, o que se pretende é minimizar a Deus, colocá-lo no ridículo ante o mundo e a conseqüência mais imediata, a que previu Jesus e que talvez já estava presente na comunidade primitiva: o escândalo para com os pequenos. Jesus se preocupa com os “pequenos”, não somente os menores de idade, mas os que apenas começam a intuir a dinâmica do reino com a subseqüente imagem de Deus que ele propõe.

Através dos séculos, os perigos da comunidade primitiva se convertem em fatos reais: quantos crentes promotores do bem, da justiça e da paz foram excluídos ou silenciados somente porque “não eram dos nossos”, quantos Josués e Joões “defenderam” uma pretensa exclusividade que certamente ninguém possui, mas que serve apenas para escandalizar cada vez mais a muitos fazendo-os crer que Deus é tão pequeno a ponto de ser reduzido aos estreitos limites de um grupo ou de uma instituição, ainda que seus adeptos sejam contados aos milhares.

Se conseguimos tomar consciência de que Deus é maior que um grupo ou uma instituição e que em nenhum momento nossa vocação é a de defender supostos direitos de Deus, mas simplesmente servir, colocar-se a serviço da construção do Reino, a partir das múltiplas possibilidades que isso implica, dada a insondável riqueza do mesmo espírito, então jamais podemos pensar se este ou aquele é ou não é “dos nossos”, mas ... como cooperar mais e melhor com aquele ou aquela que tão bem estão lutando por construir aqui o reino!
 Reflexão Apostólica:

"João disse: - Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo."

Esse homem que expulsava demônios em nome de Jesus não pertencia ao grupo dos 12 e, portanto, segundo eles, não poderia fazer aquilo.  Uma demonstração de ciúmes por parte de Pedro de do grupo seguidor direto do Mestre. Aquele exorcismo, feito por um desconhecido, para os apóstolos estava mais parecendo com uma forma de concorrência.
 Os discípulos se sentiram enciumados como acontece às vezes nas comunidades, quando vem alguém de fora e quer se entrosar, partilhar, participar, e nem sempre a acolhida é do tipo daquela feita por Jesus. Os discípulos talvez se julgassem detentores exclusivos da missa de expulsar demônios, não admitindo a participação de outros.

Já vi esse filme antes. Infelizmente, no meio de nós que pregamos a inclusão, que denunciamos a exclusão, que incentivamos  a acolhida, sem o perceber, podemos ter ciúmes de algum cristão ou cristã talentosa que aparece,  assim do nada em nossa comunidade, e se destaca de forma impressionante.

Por que isso? Por que isso acontece? Porque somos humanos, ridículos e limitados que só usamos 10% da nossa cabeça animal e uns 45% da nossa vocação religiosa, no nosso dia-a-dia.

A atitude do mestre diante da explicação de João, foi como sempre: serena, tranqüila, firme, justa e de extrema tolerância em relação ao exorcista anônimo que usou o seu nome para fazer o bem.

Jesus não está vendo aquele ocorrido pelo lado da concorrência, mais sim, pelo lado da confluência do bem, muito embora  aquele referido indivíduo não tenha sido catequizado ou recrutado por Ele. Por isso Jesus desaprova a proibição que lhe fora imposta pelos seus discípulos. Porque se alguém de fato, foi capaz de realizar um milagre, invocando o nome de Jesus, é porque esse alguém está em sintonia com Jesus.

Se Jesus hoje aparecesse de repente em uma de nossas comunidades, certamente iria fazer um inflamável discurso corrigindo muitas coisinhas indevidas para não dizer erradas que andam acontecendo no nosso convívio.
 Uma delas é o modo fechado com que nossas comunidades operam, dificultando o ingresso de novos cristãos de boa vontade que querem partilhar seus talentos dados por Deus para o crescimento da Igreja e para o bem do reino de Deus.

Não vamos perder a oportunidade de acolher, alimentar e dispor tudo o que possuímos para contribuir com os sacerdotes, pois além de ser a nossa obrigação, teremos a nossa recompensa, que é garantida e prometida por Cristo no evangelho de hoje.

Jesus nos adverte para que não escandalizemos os pequenos, ou seja, as crianças. "Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar!"

Não se desespere! Se você já fez isso, sem querer ou mesmo intencionalmente praticou algum ato imoral, por exemplo, na presença de uma criança, é só se arrepender sinceramente, prometer que nunca mais vai fazer isso, e procurar um sacerdote para fazer uma boa confissão. Não se esqueça que nem tudo está perdido em sua vida. Deus é Pai, Deus nos perdoa,

"Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível"

Que dureza! Jesus mais uma vez joga pesado. Já pensou? Quantos de nós que estariam andando por aí agora sem mãos? Sem olhos? 

Quais os pecados que cometemos com as mãos? Pegar as coisas alheias, bater nos irmãos, se auto-acariciar buscando o prazer de forma egoísta, para não dizer, masturbar-se, fazer gestos que ofendem maltratam os outros, que mais?

Jesus exagerou em sua explicação, para nos mostrar três coisas básicas e muito importantes para a nossa salvação:

Primeiro, o tamanho da gravidade do pecado para o futuro da nossa alma. Pois na verdade é melhor ter uma mão só, do que ter as duas e ir para o inferno;

Segundo, aqui Cristo nos deixa bem claro que mesmo que sejamos cristãos praticantes, daqueles que comunga quase que diariamente, mesmo que sejamos evangelizadores, até mesmo sacerdotes, não merecemos a salvação eterna, por que por mais que nos esforcemos, nunca seremos perfeitos sem nenhum defeitinho. Portanto, é bom que continuemos a nos esforçar em busca da aproximação da perfeição, mais a NOSSA SALVAÇÃO ACONTECERÁ PELA GRAÇA DE DEUS e não, necessariamente,  pelo nosso merecimento.

Terceiro. O inferno existe moleque!  É Jesus quem está dizendo. Aí. Se liga na parada! Digo, se liga na palavra:  "...melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres lançado à geena do fogo inextinguível"

Está aí, a afirmação de Jesus Cristo, para rebater aqueles que se desculpam dizendo: Que nada! O inferno não existe! Inferno é isso aqui mesmo. Aqui se faz, aqui se paga!

Como acabamos de ver, o Evangelho de hoje é muito rico em ensinamentos que o Mestre nos dá para que não sejamos merecedores um dia daquele fogo que não se apaga. Porque Jesus não nos condena. Somos nós que nos condenamos.
ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)
 Oração: Ó Deus, pai-mãe que te manifestas em todas as coisas, abre nossos corações e nossas mentes para compreender melhor o que desde sempre nos comunicas, inclusive por aqueles que te conhecem por outros caminhos e outras linguagens; arranca de nós toda tentação de exclusivismo e mantém-nos dispostos a ajudar na construção coletiva do teu Reino. Isto te pedimos, inspirados em Jesus, transparência tua.

REGRA VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)
 Propósito: Fazer uma lista das coisas da vida que seria necessário “cortar” para não afastar-se do caminho do Senhor.
        
 RETIRO - CONTEMPLAÇÃO
(Para onde Deus quer me conduzir?)

- Mergulhar no mistério de Deus.
- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).
- Saborear Deus. Repousar em Deus.
- Ver a realidade com os olhos de Deus.


EVANGELHO SABADO 29 SETEMBRO



Leituras do dia:
Dn 7,9-10.13-14 ou Ap 12,7-12a
Sl 138(137)
ESCUTA DA PALAVRA - VER
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São João 1,47-51
 "Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele:
- Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
Então Natanael perguntou a Jesus:
- De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
- Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira.
Então Natanael exclamou:
- Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
Jesus respondeu:
- Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." 
MEDITAÇÃO - JULGAR
(O que diz o texto para mim?)
 Meditação: 
 O diálogo entre Jesus e Natanael se dá na ocasião em que Jesus convida seus primeiros discípulos, junto a João Batista.

Jesus, Filho do Deus de amor, é a presença e comunicação de Deus aos homens e mulheres, na terra e em todos os tempos.

O evangelista João nos apresenta um Jesus conhecedor de tudo e de todos. Que não precisa que alguém lhe conte e mostre quem são as pessoas com que Ele se relaciona. Deus conhece todas as ações humanas, e Ele é o justo Juiz, e seu Reno não terá fim.

O mal um dia será vencido e não mais estará presente entre os homens. Mas isto somente vai acontecer quando vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

Somos convidados já a nos alegrarmos: por isso, alegra-te ó céu, e todos os que viveis nele. O convite é extensivo aos coros celestes, serafins, arcanjos e anjos. É Cristo quem nos chama para estar junto dele e participar de sua obra redentor.


Filipe não tinha guardado para si a grande alegria de ter tido a dita de encontrar o Messias anunciado pelos Profetas, mas comunicara-a a seu amigo Natanael, que se mostrou incrédulo em face da procedência humilde de Jesus, filho dum carpinteiro de Nazaré, quando o Messias devia ser descendente de David e procedente de Belém. Filipe não se desmoraliza com as razoáveis objeções do amigo e também não confia nas explicações que o seu próprio engenho poderia excogitar; opta por convidar o amigo a aproximar-se pessoalmente de Jesus: “vem e verás” (v. 46).

Passemos agora para o nome Natanael. Biblicamente ele é de origem semítico que significa dom de Deus. Foi um dos Doze Apóstolos (Jo 21, 2).
 É bem provável tenha sido Bartolomeu, o qual teria dois nomes, sendo este último um nome patronímico (filho de Tolmay), como o patronímico de Simão Pedro, Baryona (filho de Jonas). Esta identificação é deduzida dos diversos catálogos dos Apóstolos que nos deixaram os Sinópticos, onde Bartolomeu sempre se segue a Filipe, aquele Apóstolo que levou Natanael a Jesus .

"
Eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira". Natanael sentiu que o olhar de Jesus penetrava os mais profundos recônditos da sua alma, pois algo de significativo devia ter passado no seu coração naquela hora e naquele local exceto a que Jesus se referia, e que só Deus podia conhecer.

Natanael é um israelita fiel à tradição da Lei, e parece não ter idéia da ruptura de João Batista com as instituições do judaísmo. A fala de Jesus a Natanael, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi, remete ao profeta Zacarias: Naqueles dias convidar-vos-ei, uns aos outros, debaixo da figueira. (Zc 3,10). Corresponda ou não, verdade é que, Natanael vê-se descoberto e então respondendo professa a sua fé em Jesus: Mestre, Tu é o Filho de Deus, Rei de Israel. Tanto uma palavra quanto outra fazem parte dos títulos messiânicos procedentes do Salmo 2. A intencionalidade do Evangelho revela-se ao apresentar, desde a primeira hora, confissões explícitas de fé em Jesus.

E com a expressão: Então vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem, esconde e ao mesmo tempo revela duma forma muito clara e expressiva de que Jesus é o Mediador entre o Céu e a terra, ficando assim os Céus abertos para a humanidade. Ele é a porta pela qual os homens têm acesso ao Pai. É a escada de Jacob, pela qual subiam e desciam os Anjos na visão de Jacob (Gn 28,12).

Portanto assim como Natanael, reconhece em Jesus o caminho a verdade e a vida proclamemos bem alta, Senhor, tu és o Filho do Homem, o Rei de Israel, para que no final possamos ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre Ele e com Ele reinemos eternamente. 
 Reflexão Apostólica:
 Primeiro ponto: Quem era Natanael? Nada mais que Bartolomeu, aquele que viria a ser um dos discípulos de Jesus. Sua lembrança é comemorada dia 24 de agosto. Então, por que esse evangelho esta sendo visto hoje? Não é pelo dia, mas pela promessa feita por Jesus: "Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".

Segundo ponto: Temos ainda muita dificuldade em acreditar no que ainda não vimos. Ou será que vimos, mas não reconhecemos?

Hoje a igreja celebra o dia dos “mensageiros dos decretos divinos” ou Arcanjos. Celebramos Miguel (Ninguém é como Deus), Rafael (Deus te cura) e Gabriel (Deus é meu protetor). Será que concebemos nos dias de hoje “repletos” de bruxinhos, vampiros bonzinhos (risos), a idéia de anjos ao nosso redor? Concebemos a idéia de seres iluminados e alados a nos guardar por intermédio da vontade divina?

Esse fato chega a ser intrigante… Até pouco tempo atrás a concepção de anjos ou foi por muitos esquecida, em especial pelos jovens, ou banalizada pelos exotéricos. Era anjo da sorte, da prosperidade, da saúde (e não era o Rafael não)…
 Vimos aos poucos o comércio, a mídia, os oportunistas transformar o “agente sob as ordens de Deus” em um empregado dos nossos desejos. Talvez essa “popularização” tenha surtido o efeito contrário e ter colaborado para que  tenhamos a dificuldade de imaginá-los no cotidiano de nossas ações. Eles estão presentes, mas sensíveis aos olhos e sentimentos dos mais simples e abertos ao projeto e ao amor de Deus.

Essa sensibilidade provavelmente advenha do reconhecimento (ou fé) que Deus nos ama e cuida de nós.

Podemos notar esse pelas coisas que inexplicavelmente acontecem em nossas vidas e daqueles que nos cercam. Prefiro chamar essa teia de coincidências de cumprimento irrestrito da aliança.
 Rafael andava ao lado de Tobias, mas ele não o via assim, talvez essa seja a manifestação mais comum dos arcanjos, pois uma das suas funções seja orientar aqueles que mais precisam de ajuda e mesmo assim passar despercebido.
 Talvez outros “anjos”, no entanto sem asas, estejam nos acompanhando e não os notamos. Provavelmente não tenham o glamour dos arcanjos, mas é certo que sempre estão presentes quando mais precisamos.  São pais, mães, irmãos, namorados (as), amigos (as), (…); de certa forma, são anjos orientados pelos anjos de Deus.

São Miguel, São Rafael, São Gabriel rogai por nós e defendei-nos do combate!

Zelemos por nossos anjos! Rezemos por aqueles que nos rodeiam, principalmente os da minha casa, do meu trabalho, da minha rua…


ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)
 Oração: Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão. Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador. Se a ti me confiou a piedade Divina, Sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém.

REGRA VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)
 Propósito: Tornar a vida conforme o Projeto de Jesus.   
 
RETIRO - CONTEMPLAÇÃO
(Para onde Deus quer me conduzir?)
 - Mergulhar no mistério de Deus.
- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).
- Saborear Deus. Repousar em Deus.
- Ver a realidade com os olhos de Deus.