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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

EVANGELHO DO DIA 01 DE JANEIRO SEXTA FEIRA

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!
Maria recebeu missão de Deus e acatou pra si, concebeu através de obra do Espírito Santo. A Anunciação foi feita a 25 de março, carregou em seu seio o Filho Unigênito de Deus. Deus se fez carne por meio de Maria, Ele é o ponto de união entre o céu e a Terra. Sem Marina, o evangelho seria apenas ideologia, mas é plenitude.  Contemplar esse mistério, significa exercer em nós a confiança na Misericórdia de Deus, aceitarmos seu auxílio, abandonarmos as vaidades e seguirmos a vida de Jesus, para sermos, enfim, conduzidos à Vida Eterna.  Santa Isabel, quando recebeu a visita de Maria já coberta pelo Espírito Santo, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lc1,42).O fruto no ventre de Maria é Jesus, quem aceita Jesus, aceita a boa árvore que é a Santíssima. Quem aceita um, aceita o outro. Jesus nasceu em Belém, nos últimos anos do reinado de Herodes, o Grande. O Anjo Gabriel aparece a Maria na cidade de Nazaré, virgem e noiva de José, e anuncia que ela viria a conceber do Espírito Santo e que daria ao seu filho o nome de Jesus. Dia 01/01 é também Dia Universal da Paz, ninguém poderia, mais do que Ela, ser símbolo da paz, amor e solidariedade.

01 janeiro 2016 - SOLENIDADE DE MARIA, SANTA MÃE DE DEUS.

Com grande sabedoria, São Gregório de Nazianzo afirmou que, quem não reconhece Maria como verdadeira Mãe de Deus, não crê na Divindade, é ateu. Prostrados aos vossos pés santíssimos, ó Maria, vos proclamamos como verdadeira Mãe de Deus e, de hoje em diante, vos escolhemos como nossa Mãe celestial! (S 32). São Jose Marello
EVANGELHO DO DIA
Lucas 2,16-21

"Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados. Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto.
E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado. Uma semana depois, quando chegou o dia de circuncidar o menino, puseram nele o nome de Jesus. Pois o anjo tinha dado esse nome ao menino antes de ele nascer.
"
Meditação:

O ano litúrgico tem início com o tempo do Advento, a partir de fins de novembro, em preparação do Natal, antecipando-se ao ano civil que é aberto, hoje, 1o de janeiro, oitava do Natal, com a comemoração de Maria, Mãe de Deus. O ano não podia começar melhor.
Sei que alguns irmãos evangélicos também lêem a Escuta da Palavra e Meditação e, de forma, alguma essas primeiras linhas são idólatras, mas de pleno reconhecimento àquela que nos ensinou através da fé silenciosa e meditada em seu coração.

A festa de Santa Maria, Mãe de Deus, está colocada no calendário litúrgico imediatamente depois do Natal. Desta forma não corremos o risco de isolar a Maria, diminuindo sua importante missão em relação a Cristo seu Filho e com a Igreja.

As celebrações natalinas têm sido a ocasião para contemplar a proximidade e a ternura de Deus que partilha nossa condição humana e nosso caminho no tempo.

Em meio a este mistério, Maria é como o paradigma da Humanidade que se abre ao dom de Deus, a encarnação do ideal dos pobres de Javé, o modelo do discípulo “que escuta a palavra de Deus e a põe em prática”. O novo ano se abre sob o sinal da bênção divina (Nm 6,22-27) e sob o olhar amoroso da mãe de Cristo, "...nascido de mulher..." (Gl 4,4-70).

O Evangelho de hoje, constitui a parte final da narração do nascimento de Jesus no capítulo 2o. de Lucas. Depois que receberam o anúncio do anjo, os pastores se dirigiram “às pressas” (verbo: speudô) a Belém (v.16), demonstrando assim sua docilidade aos caminhos de Deus, da mesma forma como Maria havia feito antes, dirigindo-se “com pressa” (substantivo spoudé) à casa de Isabel (Lc 1,39).

Tanto a Virgem como os pastores obedecem com urgência e prontidão ao projeto divino que se realiza “hoje”, e diante do qual não é admissível nenhum atraso ou descuido. É a atitude do cristão que vive aberto aos caminhos do Senhor e é dócil às suas inspirações.

O que foi anunciado pelo anjo corresponde exatamente à realidade dos fatos (vv.15-17): os pastores “encontraram Maria, José e o Menino reclinado no presépio” (v.17). Então aqueles que antes foram destinatários da boa notícia (Lc 2,10, verbo: euaggelizomai), se transformam agora em anunciadores da mesma, e começam “a contar o que o anjo lhes havia dito deste menino” (2,17).

E todos os que escutavam os pastores, ficavam admirados” (v. 18). O povo se admira (grego: thaumazein). É a reação normal de quem experimenta a ação de Deus, como Zacarias (Lc 1,21), Maria e José (Lc 2,23), os habitantes de Nazaré (4,22; cf. 9,43; 11,14.38; 20,26; 24,12.41).

Destaca-se, no entanto, a atitude de Maria: “Maria por sua parte conservava todas essas coisas e as meditava em seu coração” (v. 19).

O verbo grego traduzido como “conservar” é syntêreô, que quer dizer literalmente: “custodiar algo precioso”, “cuidar com esmero de algo valioso”.

O outro verbo traduzido como “meditar” é o verbo grego symballô, que quer dizer literalmente: “pôr duas coisas juntas”, “unir realidades que estão separadas”, “confrontar”. Supõe uma atividade mental e uma atitude do espírito que cria síntese, que tenta encontrar uma lógica em meio de coisas ou situações aparentemente sem nexo. O verbo grego está no tempo imperfeito, o que indica uma ação repetida, contínua.

Lucas, portanto, descreve Maria como alguém que vive à escuta do Mistério e que, com profunda atitude contemplativa, lê continuamente os acontecimentos para descobrir seu sentido mais profundo. Maria é, aqui, verdadeira intérprete, hermeneuta, dos fatos acontecidos.

O evangelista faz notar com isto que a Virgem não havia entendido tudo desde o início e que somente, pouco a pouco, com o transcorrer do tempo e atenta aos fatos, vai compreendendo a lógica intrínseca dos acontecimentos e seu sentido.

Maria recorda tudo o que aconteceu em sua vida da parte de Deus e vai descobrindo os caminhos do Senhor e sua vontade pondo em relação uns fatos com outros. Esta atitude profundamente contemplativa se realiza “no coração”, sede do discernimento, do exercício intelectual, e, sobretudo da fé aberta aos desígnios de Deus. O texto conclui com a glorificação e louvor dos pastores que puderam experimentar o que Deus lhes anunciou (v. 20).

A figura de Maria, intérprete dos fatos históricos e contemplativa diante das ações de Deus, é modelo para todo crente, chamado a descobrir o mistério e a presença do Deus da vida no cotidiano e no ordinário de cada dia.

Maria, a mãe de Jesus, é mestra de vida interior, de oração e de escuta da Palavra. Ela acolheu a palavra de Deus em sua vida, deixou-a ressoar dentro de si, desde a primeira palavra do anjo até as últimas palavras de Jesus na cruz. Maria soube encontrar momentos de silêncio para adorar e meditar.


Por que Deus escolheu aquela pobre mulher de Nazaré, para concretizar seu plano de amor em relação à humanidade? Nem mesmo Maria deve ter sabido dar uma resposta definitiva a esta questão. Por isso, ela guardava, no coração, todas as palavras dos pastores, tentando discernir o sentido e as exigências da presença de Deus em sua vida.

O filho de Maria é o Filho de Deus! Este menino, nascido no ventre de Maria, é participante da vida divina e eterna, comunicada aos homens e mulheres.

A presença de Jesus entre nós significa a presença da Paz no mundo. "O senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz" (Nm 4,4-7). A Paz de Jesus é concedida a todos os povos e raças, sem exclusões, privilégios, ou eleições.

É a paz interior que nos liberta da imagem de um deus opressor e acusador, animando-nos a tomar iniciativas na prática do amor e da justiça.

É a paz exterior, a paz nos relacionamentos humanos, abolindo a ansiedade da riqueza e do poder e estabelecendo novos comportamentos de convívio, na misericórdia, na fraternidade, na solidariedade e na partilha.

É a Paz da qual se excluem aqueles que, movidos pela ambição e pelo amor ao dinheiro, fazem a guerra, tornando-se loucos.

Um ano novo é um convite a nos tornarmos homens e mulheres novos pela nossa adesão ao projeto de Deus de restaurar e santificar a vida, instaurando a paz na terra, a ser tecida no dia a dia, ao longo dos dias.

Reflexão Apostólica:
 

Ano novo, vida nova! É o que grita o povo pelas ruas, praças e varandas. A alegria no novo ano que surge faz esquecer as dificuldades e penúrias do ano que termina.

A esperança inflama os corações e todos têm a sensação de que neste novo ano tudo será possível. É um novo tempo, um tempo especial que, entretanto, tem já a marca da decadência e do esquecimento.

A meditação nos convida a refletir precisamente sobre o tempo. Mas não sobre o tempo que marca o diário declive de nossa existência, mas sobre o tempo que nos abre as portas para o encontro com Deus.

O tempo não é, como costumamos pensar, um amontoado de datas num calendário, mas um presente, uma oferta da parte de Deus para a humanidade: um tempo de graça.

O Deus da vida sai constantemente ao nosso encontro e nos oferece a oportunidade de ver o mundo com novos olhos, com os olhos de quem sabe que, ao final, a justiça vencerá.

Entretanto, essa vitória não está indefinidamente proposta, como às vezes nos resignamos a crer. É uma vitória que irrompeu da mão de um ser humano, enviado de Deus: Jesus de Nazaré. Ele encarna a possibilidade da plena realização humana. 

Jesus leva ao máximo nossas possibilidades existenciais: primeiramente apontando nossas deficiências, mas, ao mesmo tempo, nos acompanhando no caminho que nos abre a porta do Reino de Deus.

Em Jesus, somos  livres para abrir nossa existência à graça divina. Nisto consiste o novo tempo: Jesus de Nazaré acaba com nossas limitações e nos dá a dignidade necessária para caminhar de cabeça erguida em busca de um novo tempo para a humanidade. Ele inaugura o tempo em que Deus realiza suas promessas entre aqueles que aceitam que a vida é algo mais que uma interminável batalha pela sobrevivência.

Assim nasceu uma grande esperança que não se extingue com o fim de nossa existência, mas se renova e floresce para cada geração que tenta converter nossa história de violência e morte numa história de graça e redenção.

Uma esperança que nasce na experiência cotidiana, cozida no fogo da paciência e temperada com o amor de cada dia. Uma esperança que é nossa e nos ilumina a cada dia, de modo que a discreta alegria que alimenta nossos corações no início de um novo ano, contém já o germe de uma alegria imensa pela irrupção de um novo tempo.

A festa do Ano Novo é uma boa oportunidade para celebrar com grande júbilo a esperança, mas também para avaliar conscientemente a experiência do ano anterior, de modo que a felicidade de um dia não provenha somente do costumeiro alvoroço das festas de fim de ano, mas de uma sábia disposição perante o ano que chega.

Cada novo dia se nos abre como um ramalhete de possibilidades no qual podemos escolher com sabedoria os caminhos que nos conduzem para uma plena realização humana no serviço aos nossos irmãos.

A festa deve nos ajudar a cultivar uma atitude sóbria e esperançosa perante as novidades que cada época da vida nos oferece.

Esse ano ainda teremos carnaval, quaresma, semana santa, páscoa, XI Encontro Internacional das ENS, eleições, (…); alegrias, tristezas, esperanças, mudanças, conversões, decepções… Nem um dia é igual ao seguinte e por isso, devemos começar o ano, rezando ave-marias.

Por favor, não confundamos devoção com sincretismo! Esse dia de paz e oração não deveria ser trocado por “pulinhos” em tantas ondas; por preocupações assoberbadas com lingeries rosa, vermelha, branca (sei lá). O católico tem seu jeito próprio de agradecer a Deus pelo ano que começa, esteja ele na praia ou na Igreja.
É, portanto, imprescindível o respeito a diversidade cultural e religiosa, mas como diz o refrão daquele funk carioca “cada um no seu quadrado” quanto aos seus ritos e costumes.

E o que pedir para hoje? “(…) O Senhor disse a Moisés: ‘Dize a Aarão e seus filhos o seguinte: eis como abençoares os filhos de Israel: O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! E assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei’.” (Números 6, 22-27)

Propósito: Em que coisas concretas você poderia se comprometer neste ano para me converter em instrumento de “bênção” para outras pessoas?

- Fazer um retiro pessoal (ou ao menos um tempo), com um exame de sua vida do ano que passou.
- Participar em alguma celebração penitencial comunitária, pedir perdão de meus pecados e reconciliar-me com Deus e com os irmãos.
- Fazer um plano de vida ao começar este ano (“ano novo, vida nova”).
- Continuar vivendo com o espírito do natal nos diversos ambientes: família,  Equipe, trabalho, lugar de compromisso...


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

EVANGELHO DO DIA 31 DEZEMBRO 2015 QUINTA FEIRA

31 - Desejo a todos vocês uma coroa resplandecente de pérolas preciosas, trabalhadas aqui na terra no crisol do sofrimento e da provação. E faço votos que ninguém falte ao encontro feliz onde todos nos encontraremos aos pés do Altíssimo para cantar o hino de louvor eterno e de eterna gratidão. (S 359). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João 1,1-18

"No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas. A luz brilha na escuridão, e a escuridão não conseguiu apagá-la. 
Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas. 
A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles. 
A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai. 
João disse o seguinte a respeito de Jesus: 
- Este é aquele de quem eu disse: "Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia." 
Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos. A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus." 

Meditação:

Pouco a pouco, a comunidade cristã foi compreendendo a verdadeira identidade de Jesus. Até então, na história da salvação, ninguém havia se apresentado como Messias Filho de Deus. 

A encarnação do Verbo, em Jesus, é a semente do mundo novo possível. Como a luz que inunda as trevas, as comunidades vivas da Igreja, solidárias com todos que têm fome e sede de justiça entre todos os povos do mundo, já se empenham em construir um projeto mundial de libertação, promoção da vida e conquista da paz verdadeira. 

Na 1a. leitura (1Jo 2,18-21), são João nos diz algo muito sério: “
este é o momento final”. Não porque o mundo vai acabar, mas porque Jesus Cristo inaugurou com seu nascimento, sua vida e sua morte, e especialmente com sua ressurreição, a etapa definitiva da história humana, quando Deus a fará chegar à sua plenitude segundo nos comprometamos com sua Palavra: para nossa plena felicidade e realização se a acolhemos e vivemos, ou para nossa perdição se nos rebelamos contra ela, como nos propõem tantos anticristos que hoje pululam pelo mundo.

São os anticristos da cobiça que fazem com que a imensa maioria dos seres humanos viva ainda na miséria, enquanto uns poucos acumulam e esbanjam. Os anticristos fazem da guerra e da violência um lucrativo negócio, convertem o mundo num mercado onde tudo, até as coisas mais nobres, têm um preço em dinheiro.

O apóstolo nos previne contra eles, assegurando-nos que nada devemos temer, pois possuímos a verdadeira e única riqueza: o Espírito Santo de Deus com o qual fomos ungidos no dia de nosso batismo. 

Estas horas finais do ano civil nos levam a pensar em nossa responsabilidade de cristãos, para seguir anunciando ao mundo o Evangelho, testemunhando-o com nossa vida solidária, sem deixar-nos levar por essa espécie de loucura que atinge a tantos, simplesmente porque mudam os números do calendário: eles não caem na conta de que a vida nos foi dada não para esbanjá-la no egoísmo, mas para frutificá-la no amor.

Dessa forma, a passagem do tempo não tem para nós nenhum significado negativo; é simplesmente o caminho que nos conduz à plenitude de Deus, à felicidade de estar todos juntos reunidos na casa do Pai. 

Hoje, meditamos o começo do evangelho de João, o chamado “prólogo”. Com palavras solenes e bonitas nos diz que a Palavra de Deus, seu verbo, seu “
logos”, acampou em nosso mundo para iluminá-lo com sua poderosa luz. A Palavra divina se fez carne humana em Jesus Cristo, pondo em nossa história um princípio de esperança.

Nós, os cristãos, sabemos que nem a morte, nem a velhice, nem a dor, nem a enfermidade, nem a guerra, nem a fome, nem qualquer mal que possamos padecer poderá nos afastar do amor de Deus. Nossa "sorte" está assegurada se recebemos a Cristo em nossa vida, em nosso lar, em nosso coração.

Somos nós, os cristãos, os responsáveis de fazer com que esta mensagem tão alegre se faça realidade no mundo. Que estas palavras deixem de ser meras palavras para se tornar realidades de convivência fraterna, de paz e de serviço, especialmente a favor dos pequenos, dos pobres e dos humildes.

O tempo que passa e que contamos por anos segundo o ritmo da terra ao redor do sol, é nossa oportunidade de tornar Deus presente neste mundo, como fez Jesus Cristo ao nascer e viver no meio de nós.

É certo que “a Deus ninguém jamais viu”, mas Jesus no-lo deu a conhecer e nós, os cristãos, devemos dá-lo a conhecer ao mundo, não tanto com palavras, mas com atitudes e compromissos que correspondam à nossa fé. 

Na verdade, os reis de Israel eram considerados filhos de Deus. Entretanto, jamais alguém havia manifestado tal proximidade com Deus, no falar e no agir, como acontecia com Jesus.
 

Ninguém havia chamado Deus de Pai, servindo-se de um termo familiar, Abba, usado pelas crianças para se referirem a seus genitores. Ninguém se apresentara com o poder de perdoar pecados, restituir a vida aos mortos e enfermos, libertar as pessoas da opressão do demônio. Ninguém, como Jesus, mostrava-se livre diante da Lei e das tradições religiosas.
 

Na raiz da ação de Jesus, estava sua condição divina. Esta conferia-lhe a liberdade para não se submeter ao legalismo religioso da época, muitas vezes incapaz de levar as pessoas a uma real experiência de Deus; levava-o a desbaratar as forças do anti-Reino, por cuja ação os indivíduos se tornavam cativos do mal e do pecado; dava-lhe um coração misericordioso, como o de Deus, para amar os pecadores e abrir-lhes os caminhos da salvação; tornava-o sensível e solícito aos sofrimentos da humanidade.
 

Nestas ações humanas de Jesus, resplandecia sua glória de Filho de Deus.
Reflexão Apostólica: 

Hoje acaba um ano e é preciso agradecer a Deus pela vida que segue sendo possível, apesar das múltiplas adversidades. Que seja a benção de Deus a que culmine hoje e sempre em nosso ser, nossas famílias e comunidades. Feito o balanço de fim de ano, sejamos capazes de ver a mão de Deus em nossa história.

No evangelho de João, encontramos hoje uma clara referência à origem de Jesus, a origem de tudo quanto existe. A palavra criadora de Deus, a que existiu sempre, é a fonte inesgotável da vida, dele tudo provém. Deus quer uma humanidade fundada no projeto de amor, de justiça e de solidariedade.

Hoje confirma-se o fracasso das estruturas capitalistas que pareciam ter a fórmula para o progresso humano. Esse modelo de interesses obscuros fracassou, mas não a esperança dos pobres; por isso, a nova humanidade deve orientar sua esperança para Jesus e seu projeto de justiça, de igualdade, de amor e de perdão.

É o último dia do ano, quando muitos se entregam a frenéticas festas sem sentido, entorpecendo-se de ruídos, luzes fátuas e vãs celebrações.

Nós proclamamos serenamente que Deus é Senhor da história, que nos criou para repartir conosco a felicidade e desfrutar seu amor perfeito, e que nos sentimos comprometidos a seguir dando testemunho dele ante os seres humanos, todos os dias que Ele nos quiser dar, ao longo deste novo ano cujo amanhecer nos é dado ver.

Aspiremos que o mundo conheça dias de paz e de prosperidade compartida para todos. Isso esperamos, isso pedimos humildemente ao Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e isso queremos oferecer ao mundo com nossa vida comprometida.

Propósito:
Pai, em teu Filho Jesus tu te fazes presente no meio de nós. Que eu saiba reconhecer-te e acolher-te na fragilidade humana do Verbo encarnado. Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.

Queridas irmãs e queridos irmãos usuários do EVANGELHO DO DIA.

Paz e Bem!

No limiar do novo ano, em que brilha a luz da aurora de um mundo novo: a luz da vida divina, que se comunica a homens e mulheres no amor e na misericórdia e que dissipa as trevas dos poderosos, desejamos, a todos vocês, um feliz Ano Novo, pleno das bênçãos do Senhor.
 

Que a Palavra de Deus continue sendo o alimento diário de nossa espiritualidade pessoal, conjugal, familiar e comunitária e o presente amoroso que todos os dias lhes oferecemos por meio deste serviço.
 

FELIZ 2016 para vocês e para todos aqueles que, por seu intermédio, também são destinatários deste importante Meio de Aperfeiçoamento.

EVANGELHO DO DIA 30 DEZEMBRO QUARTA FEIRA

30 dezembro - Associemos ao abundante, precioso e real derramamento de sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo o pobre derramamento místico do nosso sangue que jorra do coração nas horas de sofrimento; e este, que é pobre, insignificante e miserável, se tornará rico, abundante e precioso aos olhos de Deus. (S 230). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 2,36-40

Naquele tempo, 36havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido.
37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações.
38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele. 
Meditação: 

Jesus, o menino antes apresentado no Templo, de quem falavam o profeta Simeão e a profetisa Ana, que nos veio do pobre, do humilde, do simples, de quem não conta, "ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele". Assim como Jesus ia crescendo em sabedoria e graça de Deus, nós, como seus seguidores, também somos chamados a continuar nosso crescimento como cristãos autênticos. 

Crescer em autenticidade cristã é viver plenamente em Cristo; e este viver se concretiza na aplicação de seu projeto de vida para que todos tenham vida em abundancia. Que nossa espiritualidade se fundamente no Espírito de Jesus e este nos inspire a cantar as maravilhas do Senhor, a exemplo de Maria.

De idade já avançada e tendo cumprido a sua função de esposa e, quem sabe, de mãe, Ana esperava com confiança o Salvador que fora prometido por Deus nas escrituras: “Não saia do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações”.

Pela sua persistência e confiança na Palavra de Deus Ana foi agraciada e reconheceu em Jesus o Filho de Deus. Por isso, ela não se cansava de falar a todos sobre o menino com palavras de esperança e louvor a Deus.
 

Se nós também permanecermos firmes no “templo”, isto é, na oração, no serviço a Deus, na adoração, com a nossa mente e o nosso coração voltados para as revelações do céu, com certeza, nós enxergaremos a chegada de Jesus como uma criança pequeninha que vem de mansinho e nos torna pessoas serenas, amáveis e de palavras que expressam a nossa alegria interior.
 

Jesus Cristo que nasce no nosso coração vem como criança mas também cresce em nós em sabedoria e graça na medida em que nós perseveramos no Seu conhecimento na Sua intimidade. Desse modo, a perseverança da profetiza Ana é para nós um exemplo a ser seguido, mesmo que já tenhamos esperado muito e nada ainda tenha acontecido.
 

Você também tem esperado a libertação do seu coração? O que ainda o (a) tem deixado preso (a) ao mundo? Você freqüenta o “templo” com assiduidade? Você é perseverante nas coisas de Deus ou desiste com facilidade?

Nossa perseverança normalmente dura até a primeira sede de Deus. Como posso me afastar do poço nesse mundo tão deserto? Ninguém é tolo de enfrentar o deserto sem levar consigo um cantil ou reservatório de água. Como, portanto suportar as dificuldades da vida sem levar Deus conosco?
Lucas relaciona o Templo de Jerusalém com Jesus, logo no início de seu nascimento. Porém o menino será um sinal de contradição. No fim do ministério de Jesus serão as autoridades do Templo que articularão a sua morte.

Após a profecia de Simeão, na apresentação do menino Jesus no Templo, Lucas menciona uma profetisa, Ana. Ele a descreve detalhadamente. Contudo a fala de Ana é sumária, louva a Deus e fala do menino, sem maiores esclarecimentos.

Ana é uma mulher excluída por ser mulher, por ser viúva e por ser anciã; como Simeão, perseverou muitos anos esperando o Salvador para conhecê-lo antes de morrer. Ela sabe ler os sinais dos tempos, descobrindo a ação de Deus na história e na realidade cotidiana. Jesus é o Messias esperado e desejado por muitos que estão em condições de pobreza, para que surja uma nova ordem social.
 

A profetisa Ana completa a plêiade dos justos envolvidos nos eventos em torno do nascimento do Messias Jesus. De Zacarias e Isabel afirmou-se que eram “justos diante de Deus e caminhavam irrepreensíveis em todos os mandamentos e ordens do Senhor”.

Isabel, “cheia do Espírito Santo”, proclamou as glórias da mãe do Salvador. João Batista, “desde o ventre materno”, esteve cheio do Espírito Santo, destinado a ser “profeta do Altíssimo”, cujos caminhos haveria de preparar.

Maria reconheceu-se “humilde serva do Senhor”, disposta a cumprir em tudo a sua santa palavra. Fala-se pouco de José, sendo sublinhada somente sua prontidão em cumprir as leis civis (vai com Maria até Belém para alistar-se no recenseamento), bem como, as leis religiosas (no prazo previsto, vai com sua esposa e seu filho ao templo de Jerusalém realizar os ritos da purificação).

Ontem vimos o ancião Simeão bendizendo a Deus pela presença do Salvador. Hoje, no mesmo ato da apresentação, é outra pessoa, muito anciã, Ana, cujo significado é "graça", que assim como Simeão personifica a espera do Senhor e a libertação de seu povo.

Simeão é apresentado como um homem “justo e piedoso”, que esperava a realização das promessas divinas feitas a Israel. O Espírito revelou-lhe que não haveria de morrer “sem ver o Cristo do Senhor”. O mesmo Espírito conduziu-o ao templo para o encontro com o Messias. 
Ana, por sua vez, é apresentada como uma mulher fiel e temente a Deus. A maior parte de sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor, no templo, com jejuns e orações. Sua piedade foi recompensada com a graça de reconhecer no menino Jesus a realização das esperanças de Israel

A dupla formada por Simeão e Ana se relaciona com a formada por Zacarias e Isabel, os pais de João Batista; demonstrando o interesse de Lucas em destacar a importância do homem e da mulher no projeto de Deus.
  
Ele precisa estar no nosso trabalho, na escola, em casa. Esses locais precisam aos poucos se tornar oásis e não desertos. O que faz um local de adversidades se tornarem pouco a pouco um lugar melhor é a água que carrego no cantil.

Ana, Izabel e Maria tinham algo em comum, eram mães de Samuel, João Batista e Jesus Cristo, todas amavam a Deus a serviam dia e noite, são mulheres que ficarão na história pela capacidade de doação e serviço ao reino.

Hoje temos muitas mulheres assim como essas heroínas, mas temos também as que se distanciaram desse projeto, quando não tem paciência na espera, entram em depressão, se divociam de seus maridos, abandonam seus filhos a própria sorte.

É preciso portanto estarmos vigilantes em oração contínua, para sermos capazes de transformar o mundo a partir de nosso testemunho.
É a fé persistente de Ana; é bater contra a rocha e ver brotar água aos olhos dos mais descrentes; é ver esperança no filho drogado; é depositar nas mãos de Deus o futuro incerto; é ver a reconstrução e a vida quando a chuva derruba a casa; é ver a luta de quem insiste em levantar mesmo que a vida não lhe ofereça condições; é ver Jesus andando sobre as águas e acalmando o mar…

Os cristãos, recorda o Concílio Vaticano II, atentos aos sinais dos tempos, devem promover «ativamente o bem do matrimônio e da família, quer pelo testemunho da sua vida pessoal, quer pela ação harmônica com todos os homens de boa vontade» (Gaudium et spes, 52). É necessário proclamar com alegria e com coragem o Evangelho da família.

Reflexão Apostólica:

oferecemos-lhes também a melhor educação cultural possível. No entanto, muitas vezes nos descuidamos do essencial: iniciá-los nos preceitos dos nossos antepassados, oferecer-lhes um suporte espiritual para superarem das dificuldades próprias de suas fases da vida, prepará-los para enfrentar os problemas que surgem com sabedoria. Em uma palavra, podemos resumir a educação oferecida aos nossos filhos assim: damos tudo a eles, menos o essencial.
José e Maria se preocuparam com isso em relação a Jesus. Deram-lhe a tradição herdada dos antigos, procuraram fazê-lo amar a Deus e ao Templo e, sobretudo, ficaram conhecendo mais sobre a pessoa de seu Filho. Dois testemunhos foram importantes para isso. De Simeão, eles ficaram sabendo que Jesus era o salvador esperado por Israel e de Ana descobriram que Jesus traria a libertação para Jerusalém.

Maria teve que suportar até o fim, guardando em seu coração, as palavras dolorosas de Simeão: uma espada de dor lhe transpassou a alma quando teve que se colocar debaixo da cruz do Filho que tanto amou. Mas, ao mesmo tempo, ela compreendeu também o significado de tudo: a partir daquele momento, findava uma época – Simeão lhe havia dito que Jesus seria causa de queda para muitos em Israel – e começava outra – o próprio Simeão lhe havia sugerido que Ele seria a causa do re-erguimento de muitos.
Em Jesus termina uma etapa da história da salvação. Antes Deus falava através de emissários, chamados profetas. Com Ele, o próprio Deus visitou o seu povo e o libertou, e começou a falar diretamente aos seus filhos. Em Jesus, a humanidade – e não mais só Israel – se tornou herdeira universal das promessas de Deus.
Na família de Nazaré havia uma preocupação: passar para o seu Filho a herança dos antepassados. Essa herança era a sabedoria de Deus que fortalece sempre os seus escolhidos. Por ter aceitado se educar na tradição de seus pais, Jesus não deixou de ser judeu nem divino. Pelo contrário, a força e a graça de Deus estiveram sempre com Ele, mas se manifestaram no momento apropriado, conforme Simeão e Ana profetizaram.

Nas famílias cristãs de hoje, preocupadas com tantas coisas acessórias, mas não essenciais, precisamos também passar para os nossos filhos a herança dos nossos antepassados. Ela não é algo ultrapassado.
Ao contrário, pode enriquecer as experiências do presente, ensinando-nos a praticar a sabedoria. Mas, sobretudo, precisamos deixar espaço para que a graça de Deus possa agir nos corações dos nossos filhos.

Assim, evitaremos a violência gratuita que grassa entre os nossos jovens, os tantos suicídios prematuros e o grande descompromisso com a vida presente em nossa sociedade.
Não desistamos! Jesus vem hoje nos visitar! Peçamos hoje que Ele nos faça crescer forte, em sabedoria e sob as bênçãos de Deus.
Que a Sagrada Família seja um exemplo para as famílias de hoje que buscam renovar seus esforços no sentido de evitar o divórcio, a dissolução do amor construído através do matrimônio, e que Deus envie profetas como Simeão e Ana para mostrar ao mundo que Deus continua nos salvando – Jesus é o Deus que salva – e nos libertando – Jesus é o Deus que liberta de todas as opressões, principalmente as espirituais e psicológicas que levam à depressão e à vivência de uma vida sem sentido. E que os nossos jovens possam ter a certeza de que a graça de Deus está sempre com eles.

Propósito:

Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Evangelho do dia 29 de dezembro terça feira

OITAVA DO NATAL
29 - O menino Jesus segura em suas mãozinhas muitas pequeninas cruzes que deseja distribuir aos seus adoradores mais queridos; aceitemos também nós a nossa parcela. Essas cruzes, colocadas ao lado da sua, não são mais cruzes, porque Jesus as torna doces e suaves com o seu amor inefável. (S 217). São Jose Marello
Lucas 2,22-35

"Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: "Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor." Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
- Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois
eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos:

uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel.
O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
- Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria.
"
 

Meditação:

Estes são os dias de Natal, a celebração do nascimento de Jesus que se deu a mais de 2000 anos atrás. A Igreja é consciente de que não basta celebrar: cantar, alegrar-se, comemorar um acontecimento importante para nossa vida; sobretudo quando a celebração foi seqüestrada pelos comerciantes de tida espécie que fazem seu “Dezembro” às custas de nossa ingenuidade.

Quantos gastos inúteis nestes dias! Quantas frustrações por não poder gastar na proporção das incitações publicitárias!

Hoje a primeira leitura, tirada da 1a carta de João (1Jo 2,3-11), nos propõe uma forma alternativa, verdadeiramente cristã, de celebrar o fausto acontecimento do nascimento de Jesus: propõe que celebremos amando nossos irmãos como Jesus nos ensinou; guardando seus mandamentos que se reduzem a um único: o do amor. Permanecendo nele, vivendo nele, vivendo como Ele viveu.

Esta é a maneira de celebrar o Natal que a Igreja nos propõe, longe da vaidade, do esbanjamento e da inconsciência propostos nestes dias pelo comércio agressivo e pela propaganda ostensiva.

Há muitas luzes em nossas celebrações natalinas: as do presépio, as da árvore de Natal, as luzes com que enfeitamos nossas casas.

Também as cidades se engalanam nestes dias com luzes permanentes e luzes fugazes: os fogos de artifício, as luzes das vitrinas das lojas e dos avisos publicitários.

Entretanto, nenhuma dessas luzes vale a pena, são meras antecipações das trevas, se não tivermos em nós a luz de Deus, de sua verdade. São João nos diz que essa luz é a do amor aos irmãos.

Certamente ele pensa num amor eficaz, não puramente sentimental; no amor que perdoa, acolhe, ajuda, consola, protege, se solidariza com os necessitados... Não viver assim, no amor, é viver nas trevas, estar cegos, não saber para onde vai a nossa vida.

Os hinos de Isabel, Zacarias, Ana e Simeão se misturaram com o cântico de Maria para elogiar a obra de Deus que consiste no despedida dos poderosos e a exaltação dos humildes, designo que Jesus realizará com sua contraditória missão. Com efeito, a Pessoa, palavra e obra de Jesus, foi motivo de longa controvérsia e divisão. Ele pôs em evidência as verdadeiras intenções de muitos corações.

Suas ações profética desmascarou os interesses dos opressores e os mecanismos com os que manipulavam o povo. Anunciou a esperança definitiva para todos aqueles que não tinham a menor oportunidade. Mostrou com sua vida o verdadeiro rosto de Deus que estava cativo pelas instituições legalistas.
Maria, mãe e discípula, o acompanhou nesse processo. Muitas vezes com dor e algumas outras vezes sem poder compreender toda envergadura de suas ações. Todavia, fiel e firme, o seguiu até o último momento e depois participou da comunidade cristã que deu origem a evangelização do mundo gentio.

Maria nos mostra como o seguimento de Jesus tem uma altíssima dose de exigência e, inclusive, de dor. Pois, como mãe do Senhor, ela recorreu ao mesmo processo que seguiram outras discípulas e que lhes custou lágrimas e total abnegação

Precisamente na leitura do evangelho de Lucas que escutamos hoje, Simeão exclama cheio de alegria: “Meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

Cristo é a luz do mundo, por sua palavra de fraternidade e de reconciliação, não só para Israel, o povo ao qual pertenceu por suas origens humanas, mas para todos os povos da terra, como diz o velho Simeão.

Simeão se dirigiu igualmente a Maria. É a última profecia sobre Jesus feita no Templo mesmo de Jerusalém, mas ela interessa também a Maria, pois Jesus vai ser causa de contradição, queda para uns e elevação para muitos. O testemunho do Messias operará como um peneira que purifica o interior do seu povo. Isto fará com que Ele seja sinal de contradição e objeto de resistência, e inclusive de perseguição (v. 34).

No versículo final deste texto Maria fica dentro das implicações deste anúncio. No mais íntimo da sua alma uma espada atravessará de lado a lado por causa das perspectivas messiânicas. Maria faz parte do povo de Israel. A fé é um processo que pode ser doloroso. O sofrimento na vida da mãe de Jesus será outra maneira de compartilhar a tarefa do Messias

A narrativa de Lucas se desenvolve sobre o pano de fundo do cumprimento do preceito legal da purificação. A Lei é mencionada cinco vezes. Como contraste, o centro da narrativa é o menino como sinal de contradição.

Lucas é o único evangelista que nos apresenta esta solene cena da apresentação de Jesus recém nascido, no templo de Jerusalém.

Aparentemente seus pais o levaram ali para cumprir as minuciosas prescrições da lei mosaica: a purificação da mãe, depois do parto, e o pagamento do resgate pelo nascimento de seu filho primogênito, pois os primogênitos pertenciam a Deus segundo a lei, e deviam ser resgatados com a oferta de certos animais.

O Espírito de Deus tinha outros planos: apenas atravessando os portais do templo saiu ao encontro dos pais de Jesus um ancião que, pela maneira como é descrito, representa os profetas e os justos do Antigo Testamento que durante tantos séculos esperaram o cumprimento das promessas divinas.

Simeão bendiz a Deus que cumpriu sua Palavra, enviou o seu Messias, o salvador do mundo. Agora pode morrer em paz. Simeão bendiz também os pais do menino, mas movido pelo Espírito anuncia-lhes algo do destino doloroso que lhes espera, ao menino e sua mãe: um será sinal de contradição, como uma bandeira que disputam exércitos inimigos; a mãe sentirá que uma espada vai lhe transpassar a alma.

Contemplando esta cena caímos na conta de que o Natal não é uma brincadeira infantil, uma mera ocasião para fazer feriado.

O menino a quem dedicamos canções de ninar para que durma placidamente, se transformará num homem, abandonará sua casa, sua família, seu trabalho, para assumir seu destino, sua vocação.

Proclamará aos quatro ventos sua mensagem: o Evangelho, a boa notícia do amor de Deus pelos pobres, pelos pequenos, pelos pecadores. Será condenado pelos poderosos do mundo a uma morte vergonhosa.

Com Ele, estamos comprometidos a ser discípulos, a segui-lo, carregando sua cruz. Na firme esperança de que Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, também nos dará, aos que lhe formos fiéis, a vida eterna.

Assim, pomos, à luz das leituras deste dia, uma nota de seriedade a estas celebrações que podem passar, até para nós cristãos, em meio à inconsciência e a vaidade.

Peçamos a Deus que nos dê clareza para ver as manifestações da libertação que vem de Deus; que estejamos dispostos a seguir o projeto de Jesus até as últimas conseqüências; que recriemos permanentemente o sentido de nosso batismo pelo qual somos discípulos e missionários.

Reflexão Apostólica: 

Os evangelhos diários geralmente seguem uma sequência de acontecimentos cronológicos e quando por ventura mudam, podem significar um dia especifico, festivo ou crucial da história de Jesus. Hoje, lembramos a apresentação do Senhor.

Repare o encanto no louvor feito por Simeão: “(…) Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação”.

Gostaria de trazer na lembrança um comentário e o exemplo dado num dos evangelhos que refletimos: um jovem que pedia que fosse acorrentado pelos próprios pais para não mais usar drogas e o homem que era atormentado por vários demônios. Jesus atravessa o mar da Galileia ao encontro de seu sofrimento. Ele já o conhece e o tinha convicção do quanto lutava; sabia das vezes que precisou se acorrentar para evitar que acontecesse.

Jesus, no caso do evangelho que trata do possesso, se apresenta como Senhor sobre tudo que assolava aquele que nem correntes o prendiam e o liberta.

Hoje, neste evangelho, nos braços de Maria, Deus apresenta Jesus a um servo fiel e também o liberta das dúvidas que o acorrentavam.

Quantos travam batalhas ha muitos anos para que aconteça a libertação de suas famílias, dos medos, dos preceitos… A paciência e a fé do servo foram vistas por Deus e no momento mais oportuno, foi contemplada.
A psicologia define que temos três esferas ou estruturas psíquicas – o Id, o ego e o superego. A grosso modo, o ID é nosso estado mais inconsciente, é o que representa nossas vontades de realização imediata. O superego é apresentado pelos nossos valores pessoais, crenças… Ele nos apresenta a razão. O Ego, que avalia nosso querer mediante o que o superego o subsidia tomando assim a decisão.

Quanto mais tempo pensamos, mais usamos a razão, os valores, … Respostas imediatas geralmente têm mais influencia do ID.

Quando compro um carro, sem pensar como pagá-lo; quando respondo a uma ofensa com outra ainda maior, quando leio ou escuto algo, já procurando os erros para rebater (…)
Por que estou apresentando esse conteúdo? Deus apresenta Jesus em nossas vidas quando Ele acha que chegou o momento.

Esses dias mencionei uma citação do padre Joãozinho sobre a idéia que o Paulo que escreveu a primeira carta de Coríntios é bem diferente daquele que escreveu a segunda. Ele escreve a derradeira carta bem mais sofrido e amadurecido pelas vitórias e derrotas e de forma humilde.
Sim! Muitos de nós como o apóstolo, precisamos cair do cavalo para termos a primeira apresentação do Senhor.

Quebrar a cara, tropeçar, cair, as vezes nos trazem ao real que não posso viver refém do ID de nossas vontades que as vezes são intempestivas.

Jesus não abandonou Paulo após o episodio de Damasco, espera seu servo amadurecer pelo caminho para novamente se apresentar a ele e confirmar sua missão.

O evangelho não fala por quantos anos Simeão esperou por essa apresentação, mas deixa claro, que possivelmente como nós, a “trancos e barrancos” tentamos nos manter fieis e esperar.

Sim, é duro ir para um lado e ver entes queridos preferirem ir para outro, mas o Deus que é fiel ouvirá nossos clamores e Jesus também atravessará qualquer mar para nos libertar.
Não sejamos reféns do ID e nem inertes justificados pelo superego. Tenhamos fé!


domingo, 27 de dezembro de 2015

Evangelho do dia 28 de dezembro segunda feira

SANTOS INOCENTES
28 dezembro - Peçamos aos Santos Inocentes para que nos alcancem a graça de padecer aquele martírio lento, de cada dia, que nos causa o amor próprio ferido. (S 196). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 2,13-18

 "Depois que os visitantes foram embora, um anjo do Senhor apareceu num sonho a José e disse: 
- Levante-se, pegue a criança e a sua mãe e fuja para o Egito. Fiquem lá até eu avisar, pois Herodes está procurando a criança para matá-la. 
Então José se levantou no meio da noite, pegou a criança e a sua mãe e fugiu para o Egito. E eles ficaram lá até a morte de Herodes. Isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito por meio do profeta: "Eu chamei o meu filho, que estava na terra do Egito." 
Quando Herodes viu que os visitantes do Oriente o haviam enganado, ficou com muita raiva e mandou matar, em Belém e nas suas vizinhanças, todos os meninos de menos de dois anos. Ele fez isso de acordo com a informação que havia recebido sobre o tempo em que a estrela havia aparecido. Assim se cumpriu o que o profeta Jeremias tinha dito: "Ouviu-se um som em Ramá, o som de um choro amargo. Era Raquel chorando pelos seus filhos; ela não quis ser consolada, pois todos estavam mortos."

Meditação: 

 O Plano de Deus para a humanidade se cumpre apesar dos percalços e entraves que o Seu inimigo tenta colocar para desarticula-lo.
Assim sendo, nós percebemos que até o Filho de Deus foi vítima da articulação de satanás que agiu por meio de Herodes.
A onisciência e a onipotência de Deus superam as armadilhas do mal, pois Ele envia os Seus mensageiros para advertir àqueles que fazem a Sua vontade. Por isso, o anjo do Senhor apareceu a José e mandou que ele pegasse o menino e sua mãe para fugir da fúria do rei.
José obedeceu e partiu para o Egito onde permaneceu até a morte de Herodes. Mesmo assim as crianças de Belém sofreram as consequências da cólera do rei o qual mandou matar as que tinham de dois anos para baixo.
Assim também acontece nos nossos dias. O demônio continua tramando e montando armadilhas para que os filhos de Deus caiam e se submetam às suas investidas, tentando-os e flagelando-os com o pecado. Somente aqueles (as) que estão em sintonia com Deus, que obedecem à Sua Palavra e crêem verdadeiramente em Jesus conseguem se livrar das garras do inimigo.
Por isso, hoje, vemos tantos jovens com a vida destroçada, tantas famílias em desarmonia, guerra, fome, miséria.
O pecado devasta o mundo e se não tivermos firmados nos ensinamentos evangélicos, nós iremos sucumbir com ele.
Hoje também os inocentes pagam o preço da insanidade dos “reis” que procuram vítimas para suas frustrações.
Nunca poderemos esmorecer, pois o anjo do Senhor está perto e na hora precisa, também ele nos dirá: “Levanta-te e vai para o Egito”.
O Egito é lugar de penúria, de solidão, mas é também lugar de purificação, onde nós nos encontramos conosco mesmos e com Deus, e depois, retornamos para encontrar os irmãos.
Você tem sabido escutar a voz do Senhor que o (a) chama ao deserto? Você tem sofrido as conseqüências do pecado? Você acredita que o inimigo de Deus está atento para atraí-lo? Você tem buscado refúgio na Palavra de Deus e na oração?

 Reflexão Apostólica:

 Mais um novo ano se aproxima e com ele uma nova oportunidade de reescrever uma nova história, mas por onde poderia começar? Dizem que uma boa dissertação começa com um bom título e uma nova história de vida começa com a reflexão dos erros e acertos da última escrita…
Hoje, partindo desse evangelho, qual seria a reflexão de erros e acertos que deveriam ser levados em consideração antes de começar escrever os planos e projetos do ano que esta chegando? Se eu pudesse sugerir: QUANTAS VEZES DEIXEI DE OUVIR OS SUSSURROS DE DEUS A ME ORIENTAR E ME PROTEGER DO MAL?
José mais uma vez se mostra diferente dos homens e mulheres da nossa geração, pois ele ouve o conselho de Deus a lhe propor uma mudança… É engraçado um fato: no novo testamento há cinco vezes a menção de Deus avisando sobre algo (a sexta vez é a mulher de Pilatos), e dessas cinco vezes, quatro dizem respeito a José…
Vi num programa de Regina Casé a seguinte colocação: ninguém no novo testamento desistiu do que pensava, do que planeja como José. Ele nunca teve medo de seguir o que Deus sugeria
A mudança sugerida hoje a José foi residencial. Precisaria deixar o pouco que tinha e conhecia para morar numa região afastada, no entanto protegida do mal que Herodes havia planejado.
A história de Jesus teve uma continuidade porque seus pais não argumentaram com Deus a necessidade da mudança, pois era preciso mudar.
Mudar, não necessariamente, é sempre sair de um lugar para morar em outro, pois a mudança pode ser também de atitude, de pensamento ou até mesmo no romper de paradigmas.
A mudança pode de fato iniciar a partir do momento que começo a ouvir os sinais de Deus que é emitido por aqueles que me querem bem.
Quantas pessoas precisam reescrever suas vidas pelo fato de não querem admitir que o conselho que foi dado no passado não foi atendido ou levado a sério?
Um fato: demoramos demais para responder as sugestões de Deus…
Quantas pessoas hoje estão lendo isso preocupadas se terão um emprego no ano que vem? Quantos não sabem como pagarão suas contas por não ter tido prudência na hora de gastar? Quantos se endividam para fingir ter um padrão de vida, mas não tem como honrar suas dívidas? Será que é isso que preciso reescrever em 2013?
Quem está vivendo assim, Deus convida a mudar também!

É tão difícil, após um longo tempo vivendo os mesmos erros, sair dessa posição que se tornou confortável; duro também começar ou recomeçar ouvir as pessoas após tantas decepções, “nãos” e traições, mas quem hoje convive comigo talvez não tenha nada haver ou culpa como aquelas que me fizeram mal no passado, portanto, por que condená-las com meu “pé atrás”?
Mudar requer esforço e comprometimento e não somente um “eu quero”, se fosse assim não teríamos tantas recaídas por causa das drogas… Mudar requer ouvir, sentir, amadurecer…
Preciso de um emprego? Cadê o currículo? Já imprimiu?
Quero pagar minhas contas? Pra que mais esse cartão de crédito?!
Quer um salário mais justo a sua formação? Mova-se!
Às vezes parece que queremos que Deus mude o mundo ao nosso redor para que eu não tenha que sair do lugar!

Peçamos a família de Nazaré a devida ajuda para entender os sinais de Deus e se for necessário os dispor rapidamente a mudar.