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terça-feira, 30 de abril de 2024

Evangelho do dia 04 maio sábado 2024

 

04 maio - Dilatemos nosso coração e atiremo-nos com terna confiança nos braços de Maria! Ela não nos abandonará. (L 350). São Jose Marello

 EVANGELHO DO DIA

João 15,18-21

""Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como ama o que é seu; mas, porque não sois do mundo, e porque eu vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos odeia. Recordai-vos daquilo que eu vos disse: 'O servo não é maior do que o seu senhor'. Se me perseguiram, perseguirão a vós também. E se guardaram a minha palavra, guardarão também a vossa. Eles farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou."

 Meditação:

 O mundo simboliza aqui a injustiça institucionalizada, imposta pelas autoridades religiosas e políticas, em clara oposição aos planos de Deus em Jesus.

Ao sentimento de amor que mutuamente Jesus e seus discípulos vivenciavam, contrapõe-se o ódio que lhes tem o mundo.

A sorte dos discípulos, e posteriormente de todos os que crêem e seguem o Mestre, poderá ser a mesma de Jesus. O mundo os perseguirá porque crê que sem eles o projeto de Jesus desaparecerá. 

João deixa claro que o ódio do mundo aos cristãos não será um fenômeno passageiro; persistirá enquanto estes se mantiverem coerentes com os ensinamentos de Jesus e forem contrários aos que impuserem ao mundo seus interesses egoístas.

Numa série de quatro sentenças condicionais se repete que o ódio do mundo aos cristãos é basicamente uma rejeição ao próprio Jesus. O amor de Jesus fez que o verdadeiro cristão se parecesse tanto com Jesus, que o mundo não terá outra solução do que tratar aos dois por igual.

Devemos nos lembrar que quando o quarto evangelho recebeu sua forma definitiva, os cristãos estavam sendo expulsos das sinagogas pelos chefes do judaísmo e presos e mortos pelos romanos.

A partir dessa passagem, o evangelho de João muda o tom da linguagem. Até aqui vinha falando do amor como valor supremo da vida cristã. Agora Jesus falará do ódio e da perseguição de que seriam objeto seus seguidores.

Começa afirmando que o ódio do mundo a seus discípulos tem como causa o ódio do mesmo mundo para com ele. Esse mundo (o ambiente cultural, político, religioso, social...) o tinha rechaçado redondamente.

Como conseqüência lógica, rejeitaria também a seus seguidores. Não se pode pretender ser discípulo de Jesus se não se assume a rejeição e a perseguição.

O rechaço se baseia no desconhecimento a respeito do Pai de quem procede Jesus, e em cuja comunhão vivem os discípulos.

Seguir a Jesus, escutar sua Palavra, deixar-se amar por ele, abrir-se para que Deus habite no próprio coração, amar-se mutuamente, cumprir a vontade do Pai com suas exigências de justiça e respeito à dignidade de todos os seres humanos, tudo isso será a causa fundamental da perseguição.

O Evangelho de João realça a importância fundamental da união a Cristo, a fim da missão ser fecunda: O segredo da coragem e eficácia da missão do Apóstolo está na sua confiança inabalável na Palavra no Espírito Santo que o anima e capacita.

 O evangelizador não pode ignorar que terá de enfrentar muitas dificuldades e oposições.

Paulo fala-nos dos muitos sofrimentos que teve de passar para anunciar o Evangelho: Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, a fim de que se veja que o nosso poder extraordinário é de Deus e não nosso.

Em tudo somos atribulados, mas não esmagados. Somos confundidos, mas não desesperados. Somos perseguidos, mas não abandonados. Somos abatidos, mas não aniquilados (2Cor 4, 8-9; 11, 22-29).

Os discípulos de Jesus terão de enfrentar o ódio do mundo, tal como Ele o enfrentou. Esse ódio caracteriza o mundo, tal como o amor caracteriza a comunidade cristã.

 Os discípulos serão perseguidos pelo mundo, porque ele não suporta aqueles que se opõem aos seus princípios. Os que optaram por Cristo são considerados estranhos e inimigos pelo mundo. A sua vida é uma acusação permanente às obras perversas do mundo.

 É por isso que o homem de fé é odiado. O ódio do mundo manifesta-se na perseguição contra a comunidade dos discípulos de Cristo. Mas estes não devem desanimar na sua vida de fé e no cumprimento da missão de evangelizar.

 A perseguição e o sofrimento hão-de ser vividos em união com o Senhor. A sorte dos discípulos é idêntica à de Cristo: Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós.

O discípulo de Cristo sabe que, ao realizar a sua missão, encontra a resistência do mundo. O evangelizador sabe que apesar de estar no mundo ele não é do mundo, pois os seus critérios não são os do mundo, mas os do Evangelho.

 Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, me odiou a mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu. Mas, vós não vindes do mundo, pois fui eu que vos escolhi do meio do mundo…

 Como vemos Jesus, ao mesmo tempo em que prepara os discípulos para enfrentarem perseguições, dá-lhes a garantia de que sua missão será eficaz.

 As perseguições dos discípulos são as confirmações de que fazem parte dos discípulos de Jesus: Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa.

 Segundo Paulo, como cristãos devemos nos manter firmes, tendo os rins cingidos com a verdade e a couraça da justiça vestida.

 É interessante ver como Paulo faz de nós valorosos guerreiros. A nossa espada ou facão que devemos trazer na mão é a Palavra de Deus. Ela é eficaz e penetrante, pois chega ao mais fundo do espírito humano.

 O evangelho lembra-nos que o servo não é mais que o seu senhor. Não deves ficar assustado ou preocupado se ao teu lado, verificares indiferença e hostilidade. É sinal de que estamos fiel a Cristo perseguido e à sua palavra de cruz.

Não devemos entrar em crise se muitos não pensam como tu, se te atacam por todos os meios antigos e modernos. A fé é sempre algo fora de moda. Por isso, há-de ser procurada e vivida na oblatividade, que consiste no apelo à cruz, ao sacrifício, a saber, amar, à justiça paga com a própria pele.

No mundo contemporâneo, têm sido muitos os cristãos que sofreram e sofrem perseguição e o martírio por serem coerentes com o Evangelho de Jesus.

 Por isso, fortalecidos pela presença de Cristo, e dóceis ao seu Espírito, devemos empenhar-nos, como discípulos de Cristo, em denunciar o pecado, em trabalhar para que o mundo dos homens, o nosso mundo atual, com as suas forças, os seus dramas, se abra ao Reino de Deus.

 Busquemos as forças na Palavra de Deus e no Espírito Santo, pois eles são as forças que nos capacitam para desfazer as distorções dos corações retorcidos pelas mentiras do homem velho, ou seja, do pai da mentira.

 Reflexão Apostólica:

 Jesus primeiro nos aconselha o amor verdadeiro e fraterno para com os outros. Depois nos apresenta, agora, o tema do ódio do mundo. Esse mundo que está sob o domínio dos poderosos, ricos e opressores e, quando aparece alguém que denuncia toda essa injustiça, esse poderá ser odiado e perseguido. Após a criação, Deus viu que tudo era bom. Porém, esta criação foi submetida à opressão.

Os cristãos que dão testemunho de amor e criticam todo tipo e abuso são odiados por aqueles que estão no poder, que usufruem das estruturas injustas nas quais aquele que é honesto é considerado "trouxa" e "otário".
Ser do mundo é fazer o jogo dos poderosos opressores no sistema opressor que garante os privilégios, as riquezas e o poder de uma minoria, e o relativo bem-estar dos que a ela se submetem. Eles até acreditam que estão salvando suas vidas.
A nossa missão poderá encontrar resistência e adversidades da parte de alguns, mas, em contrapartida, terá acolhida e adesão de muitos, porque temos a proteção divina: "Eis que estarei convosco até o fim dos tempos."
Os tempos atuais não nos apresentam grandes perigos por dizer a verdade de Jesus. Se estivéssemos em tempos passados em que correríamos o risco de ser enquadrados como subversivos, poderíamos até estar preocupados.
Hoje, as tendências políticas são democráticas (???). Devemos estar atentos para outras realidades, como por exemplo, a libertinagem e "opção" sexual que invadiu a mente da juventude através dos meios de comunicação inclusive do governo, através de suas "cartilhas" e "kits" bastante liberais.
Não vamos pensar que seremos perseguidos. Sejamos firmes na fé, constantes na oração, e nos aproximemos cada dia mais de Deus através da freqüência à missa e a Eucaristia.
Vamos pedir a Deus que proteja, abençoe e converta  os nossos jovens para que não tenhamos uma Igreja de crianças e idosos.
Ainda bem que as crianças ao contrário dos jovens, estão presentes na catequese e na missa. Porque é essa a idade mais fértil para semearmos a palavra de Deus.

Propósito:

Pai, faze-me forte para enfrentar o ódio e a perseguição do mundo, sem abrir mão de minha fidelidade a ti e a teu Reino, a exemplo de Jesus.

 

Evangelho do dia 03 maio sexta feira 2024

 

03 maio – Espelhemo-nos constantemente em Maria, esforcemo-nos para imitar suas virtudes e, como quem contempla um lindo quadro fica arrebatado e encantado com ele e já não pode despregar dele os olhos, assim deve acontecer conosco ao contemplarmos Maria. (S 235 ). São Jose Marello

 

João 14,6-14

"Jesus respondeu:
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim. Agora que vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. E desde agora vocês o conhecem e o têm visto.
Filipe disse a Jesus:
- Senhor, mostre-nos o Pai, e assim não precisaremos de mais nada.
Jesus respondeu:
- Faz tanto tempo que estou com vocês, Filipe, e você ainda não me conhece? Quem me vê vê também o Pai. Por que é que você diz: "Mostre-nos o Pai"? Será que você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?
Então Jesus disse aos discípulos:
- O que eu digo a vocês não digo em meu próprio nome; o Pai, que está em mim, é quem faz o seu trabalho. Creiam no que lhes digo: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Se vocês não crêem por causa das minhas palavras, creiam pelo menos por causa das coisas que eu faço. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores do que estas, pois eu vou para o meu Pai. E tudo o que vocês pedirem em meu nome eu farei, a fim de que o Filho revele a natureza gloriosa do Pai. Eu farei qualquer coisa que vocês me pedirem em meu nome."

 

Meditação:

 

Jesus está no Pai e o Pai está em Jesus. Admirável presença do Deus de amor entre nós! Crer em Jesus é fazer as obras de amor do Pai e permanecer em Deus.
Jesus é CAMINHO para chegar ao Pai, que se transita pondo em prática a justiça, a paz, o amor fiel, a fraternidade universal, a solidariedade, a opção irrenunciável pelos mais pobres, debilitados e excluídos. É VERDADE, suporte do caminho, ferramenta para a liberdade. E é VIDA plena e abundante, dada gratuitamente, dinamismo que impulsa o compromisso com o Reino. 
 Jesus é nos introduzir integralmente na experiência de identificação com o Pai que nos comunica a vida plena. Essa vida é a verdade total que leva a humanidade à plena realização, itinerário vital que nos conduz à identificação com o projeto de Deus
Nos três evangelhos sinóticos encontramos os nomes de Filipe e Tiago na lista dos doze apóstolos. Filipe aparece apenas nesta lista, enquanto Tiago reaparecerá várias vezes nestes evangelhos.
O evangelho de João não usa a palavra "apóstolo", fala apenas em discípulo, e ele não consta na lista dos doze. Nas narrativas de João só aparecem sete discípulos, entre os quais Filipe. Tiago nunca é mencionado.
Nesta narrativa de hoje, o interlocutor de Jesus é Filipe. Jesus revela-se como o caminho para o Pai. Conhecer Jesus é conhecer o Pai. Filipe não o entende.
Poderíamos pensar em Filipe como protótipo do discípulo fascinado pela personalidade do mestre, mas lhe custa assumir seu projeto de Vida. “Crede ao menos por causa dessas obras”, disse-lhe Jesus. A práxis libertadora do Reino se apresenta como prova indiscutível de que o Pai anima e sustenta a busca e a luta por uma vida digna e feliz para todos seus filhos e filhas.
Graças aos apóstolos, nós recebemos a fé em Jesus, morto, porém ressuscitado. Os cristãos de todos os tempos devem sentir essa grave responsabilidade de transmitir fiel e alegremente a fé que herdamos através deles.
Não podemos seguir pregando um Jesus desencarnado, ou um Jesus lendário que nasceu, viveu e morreu “sob Pôncio Pilatos”; nosso anúncio e o testemunho que o respalda tem que ser igual ao de Jesus.
Com sua vida e seu ensinamento, Ele refletia o Pai e por isso confidenciou assim a Filipe: “Quem me vê, vê também o Pai”.

A geração de Jesus “acostumada” pela força à figura de um Deus distante e insensível à dor e às tragédias humanas, pode descobrir em cada palavra e em cada gesto de Jesus o rosto paterno/materno de Deus, sua proximidade, sua ternura e bondade.

O que esperamos nós, o que devemos agregar à nossa pregação para que o crente de hoje volte a sentir esse contato claro e direto com o Deus de Jesus? 

 

Reflexão Apostólica:

Sem polemizar, mas esse é um dos trechos do evangelho que nossos irmãos protestantes justificam sua forma peculiar de profetizar a fé e suas ações, ou seja, uma relação criada sem intermediários com Deus e é claro que não estamos aqui pra delinear linhas e laudas sobre o que é correto para essa ou aquela igreja, mas o fato que esse entender parcial, também tem levado muita gente a se afastar DA CASA DE DEUS.
Esse evangelho é denso na interpretação visto que precisa estar o mais próximo da íntegra e não somente em partes. Como assim?
Por exemplo, lemos apenas os versículos “sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim”, “Senhor, mostre-nos o Pai, e assim não precisaremos de mais nada”, “creiam pelo menos por causa das coisas que eu faço” e “quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores do que estas”. Eles em separado já representam a verdade, mas o texto na íntegra propõe o ensinamento.
Como Tiago e Felipe também fragmentamos o ensinamento, pois se isso não fosse verdade por que os discípulos deixaram Jesus sozinho a rezar? Por que o abandonaram? Por que se esconderam? Fragmentos de ensinamento. Em pedaços ouvimos apenas o que nos interessa. Isso é um traço humano.
Os versículos que separei justiçam, por si só, que Deus nos ouve, que esta atento a minha oração onde quer que eu esteja, que tudo Nele eu posso e que os milagres acontecerão, mas não queremos ouvir o ensinamento completo que exorta que preciso ter e manter a fé, mudar de atitude e comprometer-se com o próximo.
Reparem esse versículo em meio ao ensinamento: “(…) O PAI, QUE ESTÁ EM MIM, É QUEM FAZ O SEU TRABALHO”.
Jesus deixa bem claro que é o portador do sonho de Deus para nós, e que sua missão é ser canal da graça do Pai em meio aos irmãos.
Em muitos momentos, não somente nesse evangelho, fica evidente que, já que é interesse de Deus, nada o impediria, ou seja, qualquer dificuldade seria (e será) transposta mediante a vontade de Jesus (ou nossa) em prosseguir. Deus oferece as ferramentas, mas o filho, de vontade própria, precisava ter a ação concreta.
Ele diz “peça e receberá”, “não tenhas medo”, “venha”, mas precisa da ação concreta de cada um em acreditar e FAZER ACONTECER. Onde eu quero chegar?
Cada vez mais vemos as pessoas FRAGMENTAS sendo cristãs apenas a frente da TV. Participam de Missas, Novenas e Encontros “ao vivo” diretamente do conforto do seu sofá, da sua cadeira… Temos locais que esse conforto desmotivou as pessoas a ir à missa, estar com os irmãos, partilhar, emprestar seu talento, dom ou carisma.
Justificam a violência das cidades, a falta de estacionamento nas igrejas, não ter ar condicionado, a demora da homilia, “aquele padre chato”, “Deus ouve minha oração em casa”, (…) para preferirem ficar em casa.
Claro que o conforto é bom e que a tecnologia também nos aproximou de Deus, em especial nas formações, na reza do terço, nos momentos de oração matinal, mas veja quantos grupos e pastorais sucumbem de ajuda, pois não queremos sair de casa na hora da novela, “justificando” que já fiz meu compromisso cristão ao assistir a missa pela manhã pela TV?
Penso que as homilias e ensinamentos dados na TV deveriam estimular ou desafiar mais as pessoas a SER COMUNIDADE.
Enquanto Jesus sofria seu calvário, seus discípulos onde estavam? As coisas grandiosas que podemos fazer e que Jesus menciona estão relacionadas no contato com as pessoas, OU SEJA, bem além dos muros das nossas casas.
Os discípulos que hoje celebramos (que tomaram esse “pito” de Jesus hoje) se transformaram em grandes divulgadores da Boa Nova, fato este que os levou ao martírio. A ação concreta deles, em meio aos irmãos, trouxe o entendimento completo do ensinamento de Jesus
Para finalizar: O mundo de hoje, ao contrário de Jesus, nos leva para um caminho de morte. Veja o que está acontecendo com a nossa juventude.
Qual o caminho que os jovens seguem? O caminho da T.V.  e do cinema, do prazer sem limites, do prazer sem nenhuma conseqüência, o caminho da violência.
Você já reparou nos comerciais de Televisão?  Eles só mostram gente jovem e bonita. Nunca mostram um velhinho desdentado num comercial, num barco ...
Mostram sempre jovens. Uma loira ou uma morena muito bonita e um "cara saradão" fazendo coisas que com certeza, o jovem vai querer imitar... 
Você já reparou que muita gente imita os personagens do cinema e das novelas? É por aí, o jeito de falar, de gesticular.
São os jovens os que imitam com mais intensidade, a rebeldia, a falta de caridade, os anti valores ou desvalores, como por exemplo a ausência de religiosidade, o desrespeito para com os pais e os mais velhos, e outras coisas ruins.
É!...  pelo menos uma coisa nós podemos fazer por esta juventude que está sendo estimulada a trilhar caminhos outros, que não O CAMINHO DA VERDADE E DA VIDA. Podemos e devemos rezar por ela, por todos os jovens, diariamente.

 

Propósito: Revelar Deus no nosso dia a dia aos nossos filhos e ao mundo também. 
 

Evangelho do dia 02 maio quinta feira 2024

 

02 maio - Voltemos neste mês à escola de Maria, nossa Mestra piedosa e guia segura para o Céu. (S 232). São Jose Marello

 João 15,9-11

"Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa."

Meditação:

Fazendo uma revisão geral ao Evangelho de João, verificamos que demoradamente Jesus dialoga com os seus discípulos abrindo-lhes horizontes para melhor entenderem o mistério do Deus presente na história da humanidade.

Sua vinda entre nós e a máxima prova de amor por nós. Deus Pai mostrou o seu amor a Jesus comunicando-lhe a plenitude de seu Espírito a quando do Batismo no rio Jordão. Deus-amor desceu sobre Jesus como uma pomba a seu ninho, convertendo Jesus no ninho do Deus-amor.

 No trecho de hoje demonstra o seu amor aos discípulos da mesma maneira, comunicando-lhes o Espírito que está nele, esse rio de vida que fluirá do interior do cristão e que sacia a sede do coração humano. A fonte do amor é o amor entre o Pai e o Filho. É o amor apropriado ao Espírito Santo.

Permanecer no amor de Jesus é inserir-se nesta dinâmica de amor e vida entre o Pai e o Filho. Partindo de uma adesão pessoal, o permanecer no amor de Jesus significa uma inserção na comunidade de discípulos. É irradiar envolvendo a outros, ampliando a comunidade de amor e prolongando-a no tempo. Jesus permanece no amor do Pai e isso significa que ele observa e cumpre o que o Pai mandou. Não se trata de uma obediência cega como a de um inferior a um superior, mas de uma união amorosa de vontades.

 Portanto, a união, a permanência em Jesus – videira, no evangelho de ontem, é a garantia do nosso amor para com Ele. É preciso permanecer no seu amor, assim como Ele permanece no amor de seu Pai.

Jesus, como resposta permanente ao amor de seu Pai e que nos revelou, pede-nos que vivamos no âmbito do amor à Ele e na prática do amor ao próximo. Tal é a atmosfera gozosa em que se move o seguidor de Jesus. Assim como o meu Pai me ama, eu vos amo; permanecei no meu amor.

 Este amor deve traduzir-se em alegria, numa visão positiva da vida, em gozo, em taxativo não à desesperança, ao pessimismo, ao medo e ao temor. Não há realidade alguma que não possa ser mudada com amor e pelo amor. Lembremos sempre que o amor é o vínculo da perfeição. O amor que gera a vida proporciona a alegria.

Como cristãos, devemos viver alegre, porque a alegria é o resultado de uma vida vivida com amor, de uma vida que gera amor e vida. Esta foi a alegria de Jesus e ele deseja que também seja nossa.

Reflexão Apostólica:

O evangelho nos situa no significado da “alegria messiânica” experimentada por Jesus, ao comunicar o amor do Pai a todos e a cada um de seus discípulos. O segredo está em amar com o mesmo amor do Pai. A realidade deste amor para com os discípulos fundamenta-se em que tenham sido acolhidos no amor e devam permanecer no amor.

Ao serem escolhidos e acolhidos, Jesus lhes transmite o amor do Pai, o qual os invade e impulsiona a propagá-lo entre aqueles que acolherão posteriormente a mensagem do Evangelho.

 O amor se deve manifestar no “guardar” os mandamentos. Não basta o amor “teórico”; é necessário “cumprir” os preceitos divinos. Isto se converte numa motivação que levará os discípulos fiéis a ser “guardiães” do amor de Deus.

Esta promessa de permanecer no amor não somente será motivo de alegria, mas deverá impulsionar os discípulos à prática do amor fraterno. É uma experiência que dará sentido ao amor unitário entre o Pai, o Filho e os seguidores de Jesus.

Permanecer no amor de Jesus é viver na alegria do tempo pascal, na contínua presença de Jesus no meio de seu povo.

 O tema central desta passagem é, sem duvida nenhuma, o amor. Jesus declara que o amor que recebe do Pai é o mesmo amor que ele comunica a seus discípulos.

Permanecer unido a Jesus como os galhos ao tronco é permanecer em seu amor.

Cumprir seus mandamentos é transformar sua Palavra em Vida.

Jesus é a Palavra viva do Pai. Sua estrita vinculação com o Pai tem a ver necessariamente com a Palavra anunciada e testemunhada por ele mesmo. O amor entre o Pai, Jesus e os discípulos se deve traduzir também no amor entre eles. Nisto está baseada a verdadeira felicidade: em ser capaz de amar intensamente, até a entrega radical.

 O amor verdadeiro consiste em estar disposto a entregar a vida pelos que se ama. Jesus ensinou-o com seu próprio testemunho: e deu a Vida não somente por seus discípulos, mas por toda a humanidade. Em sua entrega tão assombrosamente generosa encontra a humanidade um caminho e uma oferta de salvação.

Você conhece pessoas em seu ambiente que tenham dado a vida por amor aos demais? Que ensinamentos lhe deixa essa enorme generosidade? Em que medida você está disposto(a) a dar a vida pelos outros?

Propósito:

Pai, completa a alegria que o Espírito Santo faz brotar em mim, pois estou disposto a permanecer unido a ti e a teu Filho, e a ser fiel aos teus mandamentos, apesar das adversidades.

 

evangelho do dia 01 maio quarta feira 2024

 

Festa de São José Trabalhador.

1º de maio - As atividades intelectuais e aquelas manuais sejam equilibradas como dois meios que conduzem ao único fim: o serviço de Deus na imitação de São José. (L 207).

 


Mateus 13,54-58 1 mai 2024

Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.

MEDITAÇÃO

Não é ele o filho do carpinteiro? (Mt 13, 55)

Jesus estava na sinagoga de sua terra, Nazaré. A sua pregação não foi bem acolhida. Murmuravam, estranhando a sabedoria que ele demonstrava e a fama dos seus milagres. Não lhe deram valor. Jesus disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!”

Isso que Jesus falou "nenhum profeta é bem recebido em sua pátria" foi uma afirmação, uma reclamação ou uma lamentação? Seus conterrâneos de Nazaré não quiseram lhe dar crédito. Ele estava explicando que as palavras do livro santo estavam se cumprindo naquela ocasião, em sua missão. Começaram a murmurar, achando que Jesus estava indo longe demais. Todos o conheciam, era o filho do carpinteiro. Seus parentes eram todos conhecidos naquela vila de Nazaré. De onde lhe viria tanta sabedoria? E chegaram a expulsá-lo da sinagoga e da Vila. A acolhida fria, desconfiada e violenta dos seus conterrâneos dava razão ao ditado "nenhum profeta é bem recebido em sua pátria". Foi uma lamentação o que Jesus disse, não foi uma afirmação. Não é que tem que ser assim. Infelizmente, é assim que acontece.

"Santo de casa não faz milagres" é o ditado que ainda corre o mundo. Mas isto não quer dizer que seja uma coisa correta. Por que é que nós não damos valor à prata da casa? Por que vemos com desconfiança alguém que nós conhecemos que ascendeu na vida, que se tornou um profissional renomado ou assumiu uma posição de liderança em nossa vizinhança? Na verdade, quando desqualificamos alguém do nosso grupo, estamos desqualificando a nós mesmos. Não acredito no outro porque não acredito em mim. Aquele discípulo de Jesus, Natanael, quando ouviu falar de Jesus fez um comentário preconceituoso que representava boa parte da opinião corrente: "Por acaso de Nazaré pode sair alguma coisa boa?". Olha o preconceito! Será que os conterrâneos de Jesus tinham introjetado esse preconceito contra eles mesmos? Ou será que trancaram o coração por pura inveja? Ou quem sabe agiram como nós continuamos agindo porque não nos valorizamos, não damos valor ao que é da terra, considerando que o melhor é sempre o de fora, o do outro grupo, o da outra rua. Com certeza, foi tudo isso junto e muito mais.

 Sobre São José, o Papa Francisco escreveu naquela carta Patris Corde, de 2020: "Um aspeto que carateriza São José – e tem sido evidenciado desde os dias da primeira encíclica social, a Rerum novarum de Leão XIII – é a sua relação com o trabalho. São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho." Ser filho de José, carpinteiro da Vila de Nazaré, só poderia ser motivo de honra e de orgulho para Jesus. 

 Jesus, pregando na Sinagoga de Nazaré, sentiu fortemente o descrédito dos seus conterrâneos, dos seus amigos de infância, dos seus parentes. Refletiu que isso repetia a história deles mesmos: a desvalorização das pessoas de sua convivência, movidos, quem sabe, pelo preconceito, pela inveja ou pela alienação de seu próprio valor. Nessa lógica humana, mesquinha, alienada, Jesus para ser o salvador enviado por Deus devia ter chegado de fora, com toda pompa e poder, quem sabe arrodeado por um exército luminoso de anjos, sei lá... Que viesse de fora, de outro país, ou pelo menos de Jerusalém, da capital ou fosse membro das elites de Israel. Mas essa não foi a lógica de Deus e não foi assim que Jesus realizou sua missão. São João foi claro: "O verbo se fez carne". Ele abaixou-se, assumiu a nossa fraqueza. Encarnou-se na periferia do mundo, identificou-se com os humildes e nos resgatou desde lá de baixo. Essa é a lógica de Deus. É nessa lógica que podemos reconhecer Jesus e crescer em direção à plenitude. Acreditar em nós mesmos. Valorizar as possibilidades de nossa própria condição. Apostar que santo de casa é que faz milagre.


Não é ele o filho do carpinteiro? (Mt 13, 55)

Senhor Jesus,
na sinagoga de Nazaré, vê-se claramente como o preconceito produz exclusão e violência. Os teus conterrâneos de Nazaré te expulsaram da cidade. E alguns mais exaltados queriam te empurrar no precipício. Verdade, o preconceito produz violência. Ao desclassificar uma pessoa (por razão de cor, de religião, de opção sexual, de classe social,...), deixamos de reconhecer a sua dignidade e ela torna-se alvo fácil do ódio, da discriminação, da violência física. Fortalece, Senhor, com a força do teu Santo Espírito, o nosso caminho de conversão para agirmos sempre com verdadeiro acolhimento das pessoas, com grande respeito à sua dignidade e à sua liberdade. Teu pai aqui na terra era um carpinteiro, um trabalhador. Tinhas orgulho dele, quando as pessoas te reconheciam como ‘filho do carpinteiro’. Abençoa, Senhor, todo o povo trabalhador que hoje celebra o seu dia. Conforta com a tua bênção os desempregados, tão numerosos e os aposentados também. Sustenta-nos, com o teu Espírito, no caminho da fraternidade e da justiça. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Rezar o terço é meditar o evangelho: é rezar a vida de Jesus, ao lado de Maria.  O desafio deste mês é rezar o terço todo dia. O dia de começar é hoje, primeiro de maio, abertura do mês mariano. Você topa o desafio?

 

domingo, 28 de abril de 2024

Evangelho do dia 30 abril terça feira 2024

 

30 abril - Vale mais um pensamento de caridade que se desenvolve no coração do nosso Cottolengo do que mil projetos filantrópicos que se procura promover à custa de milhões espremidos das veias do povo. (L 76). São Jose Marello

 

João 14,27-31a

"Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou. Não se perturbe, nem se atemorize o vosso coração. Ouvistes o que eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós'. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais. Já não falarei mais convosco, pois vem o chefe deste mundo. Ele não pode nada contra mim. Mas é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai mandou."

Meditação:

Na Sagrada Escritura encontramos que a saudação com desejos de paz era muito corrente, tanto para quem chegava como para quem tinha de partir. Não acontece a mesma coisa com a saudação de paz ou com a despedida de Jesus, que é especial e eficaz.

 A paz que promete Jesus a seus discípulos com respeito ao mundo não significa a ausência de conflitos, tentações ou maldade no mundo. Tampouco se refere a uma paz virtual, carregada de esboços e de boas intenções.

A Paz que Jesus oferece a todos os seus discípulos tem de ser entendida como um dom de Deus e uma tarefa de todos os dias; uma paz que se constrói, destruindo com amor os ódios, egoísmos e violências.

Na linguagem do evangelista João, palavras como “Paz”, “Verdade”, “Luz”, “Vida” e “Alegria” são termos simbólicos que refletem diversas facetas do amor de Deus trazido por Jesus para a humanidade.

 Continuamos diante da última Ceia Jesus com os seus discípulos. O mestre sabendo que estava próxima a hora de sair deste mundo, não queria partir sem dar sossego, calma, segurança, tranqüilidade, amparo, conforto, prosperidade, vitória em fim garantia de vida plena. Então se levanta e pronuncia as benditas palavras: Deixo-vos a paz. A minha paz eu vos dou; não – vo-la dou segundo critérios do mundo!

Nesta expressão vemos a clara declaração da Personalidade de Jesus. Ele é, por natureza, comunicador de paz. Sem dúvida, não estamos às voltas com uma espécie de paz intimista e sentimental. A paz de Jesus é muito mais do que isto!

A paz é um dom de Jesus para seus discípulos, em vista do testemunho que são chamados a dar. Ela visa à ação. Por isso, não pode reduzir-se ao nível do sentimento.

A paz de Jesus tem como efeito banir do coração dos discípulos todo e qualquer resquício de perturbação ou de temor que leva ao imobilismo. Possuindo o dom da paz, eles deveriam manter-se imperturbáveis, sem se deixar intimidar diante das dificuldades.

 Assim pensada, a paz de Jesus consiste numa força divina que não deixa que os discípulos rompam a comunhão com o Mestre. É Jesus mesmo, presente na vida dos discípulos, sustentando-lhes a caminhada, sempre dispostos a seguir adiante com alegria, rumo à casa do Pai, apesar das adversidades que deverão enfrentar.

A paz do mundo é bem outra coisa. Encontra-se na fuga e na alienação dos problemas da vida. Leva o discípulo a cruzar os braços, numa confiança ingênua em Deus do qual tudo espera, sem exigir colaboração. Neste sentido ela é uma paz que conduz à morte!

O discípulo sensato rejeita a paz oferecida pelo mundo para acolher aquela que Jesus oferece.

A paz de Jesus é a paz que é fruto da prática libertadora, fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz do reencontrar a vida na união de vontade com o Pai.

Reflexão Apostólica:

 A paz é um dom de Deus. A paz bíblica, shalom (em hebraico) ou eirene (em grego) não designa somente a ausência de conflito; o conceito bíblico de paz envolve bem-estar, plenitude e abundância para todos.

A paz está intimamente relacionada com a harmonia nas relações interpessoais, comunitárias e entre os povos. Também estabelece uma relação de harmonia com Deus.

Alcançar a paz significa assim uma plena comunhão consigo mesmo, com os demais, com a natureza e com Deus. Por isso a paz começa no coração de cada pessoa e está limitada a impregnar todos os níveis de relação que possam estabelecer os seres humanos.

 A partida de Jesus será ocasião de crise e conflitos para seus discípulos. Por isso o Mestre lhes promete o Espírito Santo, que lhes transmitirá luz, amor, fortaleza, segurança para continuar a missão iniciada pelo próprio Jesus, e, por certo, será fonte da verdadeira paz.

Hoje as notícias sobre injustiças, violência, destruição e morte estão cada dia em primeiro plano em todos os meios de comunicação.

Esta realidade se converte num desafio para as aqueles que cremos que o Espírito Santo continua agindo através dos fiéis para impregnar o mundo com essa paz verdadeira tão invocada pelo Senhor para os seus.

E nós, somos promotores da paz no meio em que vivemos e exercemos nossas tarefas. De que modo o fazemos? Que iniciativas poderíamos promover para enfrentar situações de violência, ódios ou discórdias que por acaso vivamos em nossa realidade?

Propósito:

Jesus Príncipe da Paz, dai-nos a constância na fé e na esperança para que jamais duvidemos das vossas promessas. Que tomemos posse da vossa Paz. Paz que nos tranqüiliza a alma e nos faz mais do que vencedores porque tu estás conosco e em nós.

 

Evangelho do dia 29 abril segunda feira 2024

 


29 abril - O mundo sofre por falta de fé, de esperança e de caridade. (L 25). São José marello

 


João 14,21-26

"Quem acolhe e cumpre os meus mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. Judas (não o Iscariotes) perguntou-lhe: "Senhor, como se explica que tu te manifestarás a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe: "Se alguém me ama, cumpre a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não cumpre as minhas palavras. E a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou. Eu vos tenho dito estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito."  

Meditação:

 João é o evangelista que nos introduz na contemplação da Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. É uma contemplação que nos move interiormente à ação no cumprimento dos mandamentos de Jesus.

Os mandamentos de Jesus se realizam em toda a prática a favor dos homens e mulheres, promovendo a vida. O amor consiste em assumir estes mandamentos.

O amor de Jesus consiste em receber e cumprir os mandamentos. Ao longo do Evangelho, insistiu-se em que o amor é o supremo “mandamento” de Jesus.

Quem ama o Filho é também amado pelo Pai. É estabelecido um círculo de comunhão amorosa entre o crente, Jesus e o Pai. Talvez seja este o fundamento da fé. Crer é amar Jesus e amar o Pai. Certamente que a conseqüência lógica é o amor aos irmãos.

À pergunta de Judas Tadeu sobre sua manifestação ao mundo, a resposta de Jesus é uma reafirmação do anterior: sua manifestação se realiza através da morada do Pau e do Filho no interior do crente.

 No texto aparecem elementos que se entrecruzam; a Palavra de Jesus é a Palavra do Pai; o amor de Jesus é o amor do Pai; escutar e viver a Palavra de Jesus é abrir-se à plenitude do amor. O Espírito Santo é quem confirma e ilumina a Palavra do Filho. Em última instância, a experiência de Deus se radica na morada da comunidade trinitária, Pai, Filho e Espírito Santo, no coração do discípulo.

"Em que consiste o novo mandamento"? Não precisamos responder. Até porque, Jesus já respondeu por você: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama.

O que devemos fazer é fazer um exame de consciência para ver se realmente é assim que temos vivido. O modo como guardamos os Seus mandamentos será a prova de fogo. Pois: E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele.

 O requisito fundamental para que vejamos em nós a manifestação da glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo passa por amar a Deus sobre todas as coisas, ou seja, fazendo o estudo da Palavra, guardando os domingos e festas de guarda; e por último, amar as pessoas como a nós mesmo.

Ser cristão é viver o amor de Cristo e trabalhar para construir um mundo melhor.

Somos pessoas, e por isso nos relacionamos uns com os outros. Este relacionamento acontece ou é feito de várias maneiras numa convivência diária.

Conviver é viver com os outros, como amigos, isto é, demonstrando amizade sincera, isto é, desejando e fazendo para os outros exatamente aquilo que desejamos para nós, tratando os demais como nós gostaríamos de ser tratados também por eles.

Mas isso, só é possível na comunhão de amor com Jesus, que está unido com Deus-Pai e o Espírito Santo na eternidade. Ele nos convida a nos unirmos com Ele e neste propósito, como discípulos devemos contar com a presença do Espírito Santo, que é a luz de seus passos.

Antes, Jesus afirmara que iria ao Pai para preparar uma morada para os discípulos. Agora, fica esclarecido que esta morada não é em outro lugar distante, no céu, mas no próprio discípulo que guarda sua palavra. Segue nova afirmação da união com o Pai: a sua palavra é a palavra do Pai.

A habitação divina nos discípulos completa-se com o envio do Defensor, o Espírito Santo. Sua missão é revelar a presença de Jesus nas comunidades, iluminar suas palavras e fortalecer a fé dos discípulos.

Só tendo o Espírito Santo em nós conseguiremos cumprir o mandamento do amor. E a medida desse amor é o próprio Jesus: A pessoa que não me ama não obedece à minha mensagem. É preciso que amemos a Deus sobre todas as coisas e amemos ao próximo como a nós mesmos.

Reflexão Apostólica:

Jesus se manifesta e é encontrado no amor. Neste amor se tem a presença de Jesus em união com o Pai. A afirmação de Jesus de que se alguém o ama e cumpre sua palavra, ele e o Pai virão e farão nesse a sua morada, significa a participação na vida divina e eterna já neste mundo, na comunhão do amor de Deus.

A maior prova do amor à Jesus passa pela obediência, não cega mas sim iluminada pela fé nas palavras e obras do Mestre. Jesus inspira e fundamenta nossas ações e nosso modo de viver. Seu exemplo de amor e de misericórdia nos arrasta para a contemplação da beleza da vida e a certeza da vida eternidade em Deus.

Observar e obedecer suas palavras é seguir o caminho, ao longo do qual se dá o encontro com o Pai na vivência da partilha, da fraternidade e da solidariedade com os excluídos e oprimidos da nossa sociedade.

 No seu amor nos tornamos sacramentos da vida, sinais visíveis de sua presença entre nós. Ai brota nossa responsabilidade cristã: manifestá-lo ao e no mundo!

Muitas vezes nos ocupamos com coisas inúteis! Deixando de lado o fundamental. Não percamos tempo em coisas que não são essenciais para nossa vida, deixando-nos conduzir por aquelas que nos aproximam dele e sobretudo da Palavra.

Pela palavra todos nós somos orientados para participamos da vida do Único e verdadeiro Deus, O de Jesus Cristo, para que abraçando o dom da fé consigamos descobrir quer a nossa origem quer o nosso destino, a nossa pátria definitiva.

O encontro, a comunhão com a vida divina e eterna são o conteúdo da Palavra que com intensidade e fervor Jesus anunciou ou Apóstolos, discípulos e continua dirigindo à nós.

Depois de tudo o que Jesus fez e falou, já não há motivos de dúvidas nem de desespero. Até porque a santidade do nosso viver ainda na terra é garantida pela força vivificadora do Espírito Santo.

 A missão do Espírito Santo é recordar tudo o que Jesus disse, fez e ensinou. Ele nos revela a presença real de Jesus entre nós, iluminando sua Palavra e fortalece a nossa fé enquanto entre dores, dificuldades, tristeza, traições vemos como que entre sombras e, mas também entre alegrias, vitórias e triunfos, vislumbramos com toda a certeza enquanto, caminhamos a manifestação gloriosa de Deus, nosso Pai.

Cabe a nós sermos obedientes à Palavra feita Carne! Deixe a luz do Céu entrar no seu coração. Abramos bem as portas de nossas almas, dos nossos espíritos para que transfigurados pela Palavra fiquemos cheios de esperança de ver chegar a hora de vencer, triunfar sobre tudo e todos em nome e no poder de Jesus.

Um cristão comum afirma com facilidade que crê em Jesus e o ama; o difícil é aplicar na vida diária a fé que afirma professar. O amor a Jesus tem que ser notado em tudo o que dizemos e fazemos.

Para consegui-lo, o evangelho dá duas pistas importantes: adesão a Jesus e cumprimento dos mandamentos. A resposta à inquietação de Judas Tadeu por que o Senhor não estaria se manifestando ao mundo, não significa repudiar o mundo como tal, mas ao falso mundo, dominado pelas autoridades judaicas e romanas; um mundo que despreza o reino de Deus.

 A manifestação do Jesus-Messias se dará, não com exércitos nem palácios imperiais, mas com sinais que toquem a consciência de cada pessoa.

Se conseguirmos que em nossa consciência se cultive o amor de Jesus, crescerá nossa motivação para melhorar nosso ambiente familiar e social; e sentiremos que Jesus vem em cada obra boa que façamos.

A ausência física do Mestre preocupa os discípulos. Mas não há que se preocupar: o Espírito Santo está conosco; ele nos ensina, recorda-nos e nos torna atual a palavra de Deus. Recordemos que Deus continua falando hoje de muitas maneiras, em diversos tempos e lugares, e a diversos povos e culturas.

Propósito:

Pai, desperta em mim o desejo e a disposição de amar Jesus e de pôr em prática as palavras dele. Assim, estarei seguro de ser amado por ti e de viver em comunhão contigo.

 

domingo, 21 de abril de 2024

EVANGELHO DO DIA 28 ABRIL 2024 - 5º DOMINGO DE PÁSCOA

 

28 abril - O catecismo é o livro por excelência. Bem vulgar seria quem o quisesse taxar de vulgaridade. Este livro revela com eficácia admirável toda a utitlidade da religião e faz de um garoto de dez anos um pensador profundo, que possui todos os grandes princípios da verdadeira filosofia e está à altura de discorrer a qualquer momento sobre a essência e os atributos de Deus, falando sem confusão da Unidade e da Trindade, da geração e da procedência das Pessoas Divinas, que conhece a gênese do mundo, a queda do homem, a vinda do Restaurador, a necessidade da graça e os meios que a difundem, o sacramento da reconciliação e a comunhão da oração. Sem dúvida alguma, nenhum filósofo poderá encarar um menino cristão na exposição exata das grandes verdades que constituem o patrimônio da nossa religião. (L 25). São José Marello


João 15,1-8

""Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.""  

 Neste quinto domingo da páscoa, iniciamos a leitura do capítulo 15 do Quarto Evangelho, a qual será continuada no próximo domingo, o sexto do tempo pascal. O trecho proposto para hoje, especificamente, é Jo 15,1-8. Se trata de um texto rico e profundo, de alto valor para a vida das comunidades cristãs, principalmente quando passam por momentos de crise, com tendências ao desânimo na vivência da fé e dos valores do Evangelho, sobretudo do amor.

Embora esteja inserido no longo discurso de despedida de Jesus na última ceia, é muito provável que esse capítulo, juntamente com o seguinte (c. 16), não tivesse a atual localização na primeira redação do Evangelho, mas estivesse inserido em outra seção, uma vez que o capítulo anterior terminou com a seguinte ordem de Jesus: “Levanta-vos, saiamos daqui” (Jo 14,31b). É improvável que, após esse comando, Jesus tenha continuado o discurso.

Considerando a preciosidade do ensinamento, a comunidade julgou que esse deveria fazer parte do “Testamento de Jesus” (Jo 13 – 17) e, por isso o transportou para o contexto da última ceia. Ora, o que chamamos de “Testamento de Jesus”, iniciado com o gesto inconfundível do lava-pés, é o coração do Quarto Evangelho, a sua parte mais preciosa e essencial para a comunidade manter-se fiel no discipulado ao longo da história. É, portanto, nessa perspectiva que devemos ler o Evangelho de hoje: como um ensinamento imprescindível, constituinte do próprio ser da comunidade cristã e, por conseguinte, da sua identidade. Como estar unido a alguém que não se pode ver, como o Ressuscitado? Esse era um questionamento constante nas comunidades cristãs das origens, principalmente nos momentos de perseguição. O evangelista ensina que se permanece unidos produzindo frutos, ou seja, vivendo o amor em plenitude.

O texto de hoje é marcado pela auto apresentação de Jesus a partir da imagem da videira: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor” (v. 1). Com a afirmação “Eu sou” (em grego: VEgw, eivmi – egô eimi), Jesus confirma sua identidade divina; no Quarto Evangelho essa afirmação é repetida diversas vezes, o que se explica pelas seguintes razões: dos quatro, é o Evangelho segundo João o que apresenta mais rupturas de Jesus com o judaísmo e suas tradições; a repetição constante da afirmação “Eu sou” funciona como garantia e confirmação de que, não obstante as rupturas, a divindade de Jesus é a do mesmo Deus que outrora se revelou a Moisés como “Eu sou” (cf. Ex 3,1-15). Portanto, a ação libertadora e salvífica de Jesus é a mesma do único Deus que liberta sempre, Iahweh.

A videira, juntamente com a oliveira e a figueira, está entre as plantas clássicas da tradição bíblica para representar a relação de Deus com seu povo, embora leve vantagem em relação às demais, por gerar a matéria prima do vinho, símbolo da alegria, da felicidade e do amor. Tanto os profetas quanto a tradição sapiencial fizeram uso dessa imagem, referindo-se a Israel como destinatário do amor de Deus (cf. Is 5,1-7; Jer 2,21; Ez 15,1-6; 17; 19,10-14; Sl 80), embora no Antigo Testamento prevalecesse mais a figura coletiva da vinha, a plantação de videiras, do que a figura individual da videira, como Jesus aplica a si.

É importante observar que Jesus não se apresenta simplesmente como videira, mas como “a videira verdadeira” (em grego: h` a;mpeloj h` avlhqinh. – hé ampelos hé aletinê); com isso ele afirma que existem outras videiras não verdadeiras e, por isso, a comunidade pode se enganar. É necessário, portanto, que a comunidade de discípulos e discípulas esteja atenta. É importante também perceber o papel do Pai: ele é o agricultor da videira verdadeira. Ora, esse Pai que assume a função de agricultor, é o mesmo que assumiu a de Pastor, como refletimos no domingo passado. Decepcionado porque os pastores tinham apascentado a si mesmos, deixando perecer o rebanho (Ez 34), o Pai enviou Jesus como pastor bom e belo, ao contrário dos mercenários; assim também os agricultores não cuidaram da vinha como deveriam, e o resultado foi “uvas azedas” (cf. Is 5,1-7). Por isso, o Pai assume pessoalmente a função de cuidar da videira verdadeira, o seu Filho Jesus e, nele, fazer frutificar um novo povo. A imagem da videira era usada também para representar a Lei, o que ajuda também a compreender a ênfase do adjetivo “verdadeira”, ou seja, Jesus contrapõe suas palavras e gestos às prescrições da Lei de Moisés.

O Pai, como agricultor, tem um papel inconfundível: “Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta, e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda” (v. 2). A última palavra é sempre do Pai. A comunidade joanina passava por diversas crises, e uma dessas era a tendência ao puritanismo e à hierarquização. Essas palavras de Jesus são colocadas como respostas a essas tendências: ninguém pode ocupar o lugar do Pai. A comunidade não é lugar de julgamentos e acusações. É o Pai que, como agricultor único, a seu tempo, corta e poda os ramos conforme a capacidade e disponibilidade de produzir frutos em cada um. E todos, frutíferos ou não, necessitam da ação do Pai.

Se a comunidade está atenta às palavras de Jesus, ela está limpa e, portanto, não necessita de nenhum rito de purificação: “Vós estais limpos por causa da palavra que eu vos falei” (v. 3). Muitos na comunidade joanina insistiam em querer conciliar o ensinamento de Jesus com o conjunto de ritos judaicos, principalmente os de purificação. Isso não é mais necessário. O que purifica é a adesão à Palavra, e isso é atestado pelos frutos produzidos, ou seja, a prática do amor.

A necessidade da permanência em Jesus é vital para a os discípulos e a comunidade: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim” (v. 4). Ora, se durante a experiência terrena de convivência com Jesus, vendo seus sinais e ouvindo suas palavras, os discípulos ainda se “separaram” (traição de Judas e negação de Pedro), após a ressurreição essa permanência se tornava ainda mais difícil, por isso o evangelista recorda essas palavras e ressalta sua importância para a comunidade.

A alegoria atinge seu ápice aqui: “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (v. 5). Destacado da planta, nenhum ramo pode frutificar. Se a característica dos discípulos e discípulas é produzir frutos, isso só se faz estando unidos à planta. E para que os frutos sejam bons é necessário que a planta à qual devem estar unidos seja verdadeira. É por isso que, sem ele, a comunidade nada pode. São os frutos que atestam se uma comunidade está unida ou não a Jesus. Esses frutos, por sinal, são o cumprimento do mandamento do amor: “Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,35). Não há outro critério que ateste a união a Jesus que não seja o amor.

É claro que terá consequências para quem não permanecer com ele, ou seja, para quem não produzir frutos ou, em outras palavras, para quem não viver o seu amor: “Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados” (v. 6). Aqui não está a descrição de um castigo, mas o retrato de uma vida sem sentido; de fato, não tem sentido a vida de quem não ama. A falta de amor faz perecer a existência de qualquer pessoa. Quem ama, consciente ou não, está unido a Cristo; da mesma forma, quem não ama está separado, mesmo que tenha vínculos religiosos e participe de ritos e sacramentos.

A permanência do discípulo em Jesus, semelhante à do ramo à videira, garante a sintonia entre ambos, a ponto de a vontade de um ser confirmada pelo outro: “Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado” (v. 7). Não se trata de uma confiança mágica, mas de uma afinidade de sentimentos. O discípulo e discípula que ama, vive com Jesus uma relação de tamanha transparência, semelhante àquela entre Jesus e o Pai: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).

A verdadeira glória a Deus não se dá por meio de ritos ou hinos, mas simplesmente pelos frutos de amor: “Nisto meu Pai é glorificado: que deis fruto e vos tornais meus discípulos” (v. 8). Não se torna discípulo para dar frutos, mas é dando frutos que se torna discípulo. Aqui o evangelista recorda à sua comunidade e às nossas, que o discipulado é algo dinâmico, não é um status; ninguém nasce discípulo, mas se torna discípulo à medida em que vai conduzindo a sua existência pelo amor, ou seja, produzindo frutos. Quanto mais pessoas se tornam discípulos ou discípulas, o amor de Jesus se espalha pelo mundo e, nisso, o Pai é glorificado.

Que possamos unirmo-nos cada vez mais a Jesus, videira verdadeira, deixando-nos podar pelo Pai, para que, produzindo frutos de amor, cheguemos realmente à condição de discípulos e discípulas de Jesus Cristo.

 


Evangelho do dia 27 abril sábado 2024

 

27 abril - É preciso voltar ao catecismo, o livro por excelência, que contém uma verdade, um conselho, um ensinamento para todos: aos reis ensina a arte de governar e ao povo delineia os princípios de igualdade e de liberdade; ao poder legislativo fornece os critérios da legislação; orienta o funcionário na administração dos bens públicos; aponta aos magistrados os caminhos da justiça; revela ao operário a honestidade no trabalho; garante ao rico seus direitos de propriedade e ao pobre assegura o pão cotidiano da caridade. (L 25). São José marello

 

João 14,7-14

"Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto". Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras. "Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai. E o que pedirdes em meu nome, eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei."  

Meditação:

O diálogo de Jesus com os discípulos revela o contraste que há entre a imagem de Deus, recebida da oficialidade religiosa por estes homens e mulheres de seu tempo, e a que estão recebendo agora, por meio de Jesus. E fica o manifesto de que não é nada simples para eles estabelecerem com toda clareza de que lado se encontra a imagem genuína de Deus.
É que em todas as épocas da história humana e, especialmente no que concerne à dimensão religiosa, sucede sempre um fenômeno muito especial: enquanto Deus busca se revelar sempre de modo mais patente e claro, os “funcionários” da religião sempre encontraram a maneira de estabelecer barreiras e impedimentos que evitem essa aproximação direta e simples de Deus.

Pois bem, em Jesus se manifesta esse desejo terno de Deus caminhar ombro a ombro com seus filhos e filhas, de revestir-se de humanidade, sem temor de perder sua dignidade divina; mas é tão absolutamente humano que talvez por isso os discípulos não possam captar essa presença.

Senhor mostra-nos o Pai, e isso nos basta! Esta foi a preocupação de Filipe no Engelho de hoje e pode ser a de muitos diante de uma situação sem solução humanamente falando. Jesus, no quarto evangelho, fala freqüentemente da sua relação com o Pai, da sua união com Ele, pelo fato de ter sido enviado por Ele.

 Ontem como hoje, os discípulos, agora representados por Filipe, queriam algo mais: uma visão direta do Pai. E então respondendo Jesus Se lhes revela: Eu estou no Pai e o Pai está em mim! Sua essência com o Pai é a mesma. Ele é o eterno Filho de Deus. Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.

Mas esse desejo estava em contradição com aquilo que já nos aparece no prólogo de João: A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigênito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer (Jo 1, 18). Mas os discípulos não souberam reconhecer na presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do Pai porque, para ver o Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que existe entre ambos.

Só pela fé se reconhece a mútua imanência entre o Jesus e o Pai. Por isso, a única coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiadamente esse dom. Jesus ao apelar para a fé, apóia os seus ensinamentos em duas razões: a sua autoridade pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das suas obras.

A obra de Jesus, inaugurada pela sua missão de revelador, é apenas um começo. Os discípulos hão-de continuar a sua missão de salvação, farão obras iguais e mesmo superiores às suas. Jesus quer mesmo dar coragem, aos seus e a todos os que hão-de acreditar n´Ele, para que se tornem participantes convictos e decididos na sua própria missão.

 Jesus falou muito do Pai. Filipe entusiasmou-se e pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai. Mas o Senhor respondeu-lhe: Quem me vê, vê o Pai. Filipe queria ver o Pai, mas não conseguiu vê-lo em Jesus. Ao contemplar o Mestre ficou pela realidade externa, não conseguindo atingir o interior, a sua realidade íntima, com o olhar penetrante da fé. O verbo «ver», para João, indica duas ordens de realidades: a do sinal visível e o da glória do Verbo.

Eu estou no Pai e o Pai está em mim. Jesus é a revelação de amor, de um amor generoso que quer espalhar-se sem limites, que não tem ciúmes: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas.

Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.

Reflexão Apostólica: 

Como vimos, no Evangelho de hoje, Jesus enfatiza aos seus discípulos que já conhecem o Pai porque o tinham visto e conhecido a ele. Esta afirmação provoca a intervenção de Felipe: “mostra-nos o Pai”.

Sabemos que se trata de um recurso pedagógico empregado pelo autor do quarto evangelho para aprofundar um tema teológico dando-lhe a relevância necessária.

Jesus interpela a Felipe com o mesmo tema que em passagens anteriores veio trabalhando: ele e seu Pai são uma mesma realidade.

Entre eles existe uma comunhão tão íntima, tão profunda que aquele que vir a Jesus – o Filho – vê o Pai. Mas o assunto é ainda mais profundo: crer em Jesus é crer nas obras que ele realiza como provenientes do Pai.

Por sua vez, quem crê em Jesus é chamado a realizar suas mesmas obras, e inclusive maiores. De tal forma que a fé em Jesus não é uma simples adesão, mas implica um modo de agir segundo a ação do Pai revelado na pessoa de Jesus.

 A comunhão íntima de Jesus com seu Pai não é compreensível para Tomé e Filipe. Não entendem que conhecendo Jesus conhecem o Pai.

O verbo “conhecer” não se refere à ação de ver e gravar uma imagem na memória, mas, sobretudo, ao desejo profundo de experimentar Jesus em nossa vida e de aderirmos sem desculpas a seu projeto de anunciar o reino de Deus. Em outras palavras, conhece a Deus e a Jesus quem faz a vontade do Pai.

Do mesmo modo que Filipe são muitos os que pensam que conhecem Jesus porque o visitam nos templos e lá rezam. Na prática, porém, não o conhecem realmente porque sua vida é dominada por atitudes egoístas, injustas ou violentas.

Poderíamos dizer que a fé e as obras nos permitem conhecer Jesus e o Pai, mas também são nossas obras que permitem que Jesus e o Pai nos conheçam. A fé e as obras são o eixo em torno do qual deve girar a vida cristã.

Quando rezarmos, devemos fazê-lo em nome de Jesus. Assim sentiremos a glória de Deus como um cinzel que, com nossa colaboração, vai esculpindo sem descanso um mundo com rosto alegre, fraterno e justo.

Temos nosso olhar do coração fixo nas ações de Jesus, para que realizemos as obras do Pai? Agimos em nome do Pai, ou pretendemos fazer nosso próprio capricho utilizando o nome de Deus?

Propósito:

Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.