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terça-feira, 16 de abril de 2024

Evangelho do dia 19 abril sexta feira 2024

 

19 abril - Não temos por acaso um meio magnífico para nos unirmos em colóquio mediante a oração mútua, que fazemos como bons colegas de ministério, quando vamos em audiência com o Rei da Glória imortal? (L 34). São Jose Marello

 


João 6,52-59

"Os judeus discutiam entre si: "Como é que ele pode dar a sua carne a comer?" Jesus disse: "Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai, assim aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram - e, no entanto, morreram. Quem se alimenta com este pão viverá para sempre". Jesus falou estas coisas ensinando na sinagoga, em Cafarnaúm."

No evangelho de João tem-se, com freqüência, diálogos entre Jesus e distintas personagens ou grupos em que cada um se situa um nível diferente. O evangelho de hoje (João 6,52-59) é um bom exemplo. Os judeus — termo que designa a oposição de Jesus neste evangelho — entendem as palavras de Jesus ao pé da letra, mas Jesus fala em sentido figurado. E, deste modo, não pode haver entendimento entre ambos. 

O ensinamento de Jesus quanto a comer sua carne e beber seu sangue foi de difícil entendimento, tanto para seus discípulos quanto para seus adversários. O perigo principal consistiu em tomar as suas palavras em sentido puramente material, numa evidente deturpação do seu real significado. Os símbolos da carne e do sangue servem para referir-nos à a totalidade do ser humano, à vida, a esta vida de onde se deve atuar, de onde o discípulo está chamado a responder com suas atitudes e compromisso aos desafios e aos inimigos do plano de Deus. Receber o corpo e o sangue do Senhor significa entrar em comunhão com tudo quanto ele é - sua humanidade e sua divindade - de forma que todo o ser do discípulo se deixe tomar por Ele.

 Os judeus não entendem o que Jesus quer dizer quando lhes fala dar-lhes a comer de sua carne. Ficando desorientados. Enquanto lhes falava do pão podiam compreender que se apresentava como um mestre de sabedoria que alimenta o povo. Porém agora identifica esse pão como a mesma realidade humana, com sua carne e não como uma doutrina. Comer sua carne é uma expressão que não compreendem, ainda que a imagem seja clara: significa segundo Jesus, que é igual quando comemos, os alimentos se tornam carne da nossa carne, o discípulo deve assemelhar-se a ele e aceitar e fazer próprio o amor expressado por Jesus em sua vida (carne) e em sua morte (sangue). Isto significa na realidade a comunhão eucarística: um compromisso da comunidade para assemelhar-se a vida de Jesus (carne) e para estar disposto até entregar a vida como Jesus entregou a dele (sangue).

 Os verbos comer e beber apontam para a experiência de assimilação de Jesus - sua pessoa e seu projeto de vida - por parte dos discípulos. Assim como o alimento e a bebida, ao serem ingeridos, passam a fazer parte do corpo físico de quem os consumiu, o mesmo deve acontecer com quem adere a Jesus. Toda a existência do discípulo tende a ficar permeada pelo Senhor, com o qual entrou em comunhão.

 E se no Êxodo a carne do cordeiro foi o alimento prévio a saída da escravidão e o sangue com que marcaram os batentes das portas dos israelitas serviu de sinal ao exterminador para que entrasse em suas casas, agora o sangue de Jesus não só liberta da morte, como também da à vida definitiva.

 Porém, falar "desta vida", não nos pode deixar na pura imanência, no meramente tangível e temporal. Os que escutavam a Jesus não podiam transpassar as barreiras do material e por isso sentiram que se tratava de uma estranha doutrina. Jamais haviam ouvido dizer que era necessário "devorar" o Mestre para dar continuidade à sua obra. O convite é, então, "saciar-se" de Jesus para poder projetar um Jesus que transforma e que impulsiona a transformar as estruturas pessoais e sociais em novo ambiente, com nova vida.

 A profunda identidade entre Jesus e o Pai é, por assim dizer, o sacramento da íntima união do discípulo com seu Mestre. Se nós, como servidores da Palavra, mantivéssemos isto claro, possivelmente nosso ministério teria mais credibilidade. As coisas se complicam quando acreditamos que somos os donos da mensagem, ou quando desapercebidamente nos convertemos em anunciadores de nós mesmos.

 Depois de falar do seu ensinamento, Jesus passa a falar da eucaristia como fonte de vida em nós. Palavra e sacramento, portanto, não se separam. A própria estrutura da santa missa segue esse ordenamento, o que equivale a dizer que ninguém deve se aproximar do corpo e do sangue de Cristo sem antes meditar e principalmente viver a palavra de Cristo.

 Acostumadas a celebrar a Eucaristia, as comunidades cristãs interpretavam as palavras do Mestre num contexto de fé, entendendo-as no sentido espiritual de comunhão com Jesus, simbolizado no pão e no vinho consagrados. Suas palavras e sua presença alimentam as comunidades ao longo da história. Aquele que acolhe Jesus na fé e identifica-se com ele, assumindo o serviço na comunidade e solidarizando-se com próximo necessitado na sociedade, viverá para sempre.

 A Eucaristia sempre foi algo surpreendente para as pessoas não cristãs. A maneira como falamos dela é chocante para muitos. Se dizemos que comungamos o corpo de Jesus, pode-se pensar que somos antropófagos. Se afirmamos que é um pedaço de pão, pode-se pensar que somos loucos. Não somos antropófagos nem loucos. Existe aí um mistério difícil de explicar. As palavras deixam sempre a desejar. Elas escondem um profundo sentido de comunhão com Jesus, que faz com que nos sintamos unidos a ele e unidos entre nós, que nos faz experimentar sua vitalidade e sua força para seguir o Evangelho. Isso é a Eucaristia!

 Graças à Eucaristia, a vida cristã pode desenvolver-se num clima de alegria expressiva. A participação à Eucaristia tende a renovar o impulso que anima os cristãos, faz com que a religião não se torne um peso insuportável de obrigações, que nos torna resignados ou nos neguemos a carregar este peso, mas uma expressão de vida e regozijo profundo. A Comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo, outra coisa não faz que mudar-nos naquilo que com fé assimilamos.

 “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. São palavras que devemos trazer gravadas com letras douradas no nosso coração. Ter Cristo em si é ter a vida em plenitude. Quem quiser ter essa vida, capacite-se então para receber o corpo e o sangue de Cristo. Para isso, é indispensável romper com o pecado, em todas as suas manifestações. É assim que o discípulo se alimenta em sua caminhada de encontro com o Pai. E assim alimentado, jamais desfalecerá pelo caminho.

 Oração: Pai, que o corpo e o sangue de teu Filho Jesus sejam alimento para a nossa caminhada em busca de ti, de maneira que não venhamos a desfalecer pelo caminho.

 

2º comentário:

O diálogo de Jesus com os judeus acerca do pão da vida vai ganhando um tom cada vez mais intenso; quando ele lhes fala do pão de vida eterna eles pedem: “Senhor, dai-nos sempre desse pão”; ao contrário, Jesus vai explicitando do que se trata, e pouco a pouco seus ouvintes vão vendo com mais clareza o que Jesus lhes oferece.

O evangelista incute na comunidade a necessidade de escutar Jesus, com mente e coração dispostos, aceitar sua mensagem e a se deixar transformar por ele. Comer e beber o corpo e o sangue de Jesus é aceitar sua humanidade, mas ao mesmo tempo é aceitar que nessa humanidade completa, está se manifestando a presença de Deus; quer dizer, que Jesus encarna em sua dimensão humana a vontade e o querer de Deus.
Não é possível aceitar em Jesus somente uma dimensão, pois Ele não é divisível; temos que aceitá-lo em sua integridade, “comê-lo” completamente, para poder também ser capazes de transparecer no mundo o plano salvífico de Deus, à maneira de Jesus.

Comer a carne e beber o sangue de Jesus é alimentar-se Dele na Sua Palavra, na Eucaristia, na oração, na adoração vivendo a vida que Deus nos preparou.

Assim sendo, nós vamos nos transfigurando e aos poucos nos tornamos parecidos (as) com Jesus. Jesus vai tomando conta do nosso ser a partir do nosso interior, por isso, vamos sendo ressuscitados pela Sua presença viva no nosso coração.

Não há mais morte, não há mais sombra, não há mais dúvida. Quem se alimenta de Jesus sente a transformação dos seus pensamentos, sentimentos e ações e percebe a cada dia que algo novo acontece dentro de si.

As coisas materiais não têm mais tanto sentido, pois o nosso organismo espiritual já sustenta a nossa humanidade. A carne e o sangue de Jesus são o alimento que vem do céu para nos conduzir ao céu. É o sustento da nossa alma!

Por mais que materialmente nos alimentemos bem, se não comungarmos da Palavra e da Eucaristia, seremos sempre pessoas fracas, confusas, desestruturadas para o combate da vida.

Se comungarmos o Corpo e o Sangue de Cristo, ficaremos semelhantes a Ele. Nós somos aquilo que comemos, e se nos alimentamos do Corpo e do Sangue de Cristo, nós ficaremos semelhantes a Ele porque Ele vem habitar em nós.

Pela Eucaristia nós passamos a pertencer a Nosso Senhor e Ele passa a viver em nós. Para termos esta santa intimidade precisamos nos alimentar literalmente do Corpo e do Sangue de Jesus. “A minha carne é verdadeiramente uma comida. O meu sangue verdadeiramente uma bebida”. Ele jamais diz: “a minha carne e o meu sangue são simbolicamente uma comida e bebida”.

Passamos a pertencer a Nosso Senhor e Ele torna-se o dono da nossa vida e nos ressuscitará no momento preciso. “Por meio da Eucaristia Jesus continua presente entre nós. Como discípulos ele nos conduz ao Pai e nos garante a vida eterna e feliz ao seu lado”. 

Você tem se alimentado com o Corpo de Jesus? Você tem a Bíblia como o próprio Jesus, O Verbo Encarnado? Quando você adora a Jesus Sacramentado, você tem consciência de que ali está o Corpo e o Sangue de Jesus? Qual é o efeito que este pensamento provoca em você? Experimente adorá-lo assim! Perceba a diferença.

Reflexão Apostólica:

O que mais chama atenção no Evangelho de hoje é a insistência de Jesus em dizer que Ele é o Pão da Vida. Nos 6 versículos em que Jesus falou, Ele insiste em dizer que é o Pão da Vida, quem comer viverá eternamente, e quem não comer não terá vida.

Os judeus que ouviram essas palavras ficaram escandalizados, pois entenderam como se Jesus estivesse incentivando o canibalismo dele próprio.

 

Em momento algum dos Evangelhos, nós vimos Pedro ou qualquer outro dos discípulos tentarem dar uma mordida em Jesus. E quando eu me refiro a Pedro, especificamente, é porque ele foi o discípulo que sempre tomou as iniciativas (p. ex. na passagem da transfiguração de Jesus, ou no Lava-pés).

Tal idéia de tentar comer a carne de Jesus Homem foi, até para os discípulos, algo que era difícil de entender. Como conceber a idéia de comer os músculos, o coração, o fígado de um ser humano?

Esta passagem de hoje esconde uma beleza por trás de sua dureza... De fato, Jesus disse: "porque minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida." Quem vai duvidar das palavras de Jesus? Você?

No entanto é aqui que se encontra a beleza do nosso Sacramento da Eucaristia: Jesus transforma PÃO E VINHO (alimento) nele próprio, para que possamos TÊ-LO DENTRO DE NÓS.

Essa é uma das grandes diferenças entre o Cristianismo e as outras religiões: o nosso Deus vem até nós, se faz humano, se faz pequeno, se entrega COMPLETAMENTE a nós, para que possamos tê-lo dentro de nós, e assim possamos também SER PARTE DELE.

Quando comungamos na missa, o Pão da Vida é rapidamente digerido pelo nosso sistema digestivo, e rapidamente todas as nossas células passam a ter um pouquinho desse alimento.

Assim, podemos dizer que Jesus está dentro de nós, dos pés a cabeça. E se todos os nossos irmãos, que também estão comungando, estão com Jesus dos pés a cabeça, então todos nós estamos fazendo parte de um corpo único: o de Jesus.

Isso é que é COMUM UNIÃO.

Agora imagine fazer parte de um corpo único com todas as pessoas ao redor do mundo que também estão comungando... Viu como Jesus é grande? E olhe que Ele começou do tamanho de um pequeno pedaço de pão...

Ter Jesus dentro de si implica em algo bem sério: se fazer Jesus! Ou seja, agir conforme Jesus agiria em cada situação. E essa é uma grande responsabilidade de quem quer estar em comunhão com Jesus.

Ter Jesus dentro de si, portanto, é muito mais do que receber a Hóstia Consagrada na missa... Ter Jesus dentro de si é receber a Comunhão na missa e dar o verdadeiro sentido a ela, através dos seus atos, palavras e pensamentos.

Propósito:

Pai, que o corpo e o sangue de teu Filho Jesus sejam alimento para a minha caminhada em busca de ti, de maneira que eu não venha a desfalecer pelo caminho.

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