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domingo, 31 de julho de 2022

EVANGELHO DO DIA 07 DE AGOSTO 2022 - 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


7 Agosto - Exclamemos sempre harmoniosamente: “Fiat voluntas Dei in omnibus”: Seja feita a vontade de Deus em tudo e, por enquanto, meditemos sobre os fatos que vão acontecendo com a permissão divina. (L 234). São Jose Marello



Lucas 12,32-48

"Jesus continuou: 
- Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês. Vendam tudo o que vocês têm e dêem o dinheiro aos pobres. Arranjem bolsas que não se estragam e guardem as suas riquezas no céu, onde elas nunca se acabarão; porque lá os ladrões não podem roubá-las, e as traças não podem destruí-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês. 
E Jesus disse ainda: 
- Fiquem preparados para tudo: estejam com a roupa bem presa com o cinto e conservem as lamparinas acesas. Sejam como os empregados que esperam pelo patrão, que vai voltar da festa de casamento. Logo que ele bate na porta, os empregados vão abrir. Felizes aqueles empregados que o patrão encontra acordados e preparados! Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o próprio patrão se preparará para servi-los, mandará que se sentem à mesa e ele mesmo os servirá. Eles serão felizes se o patrão os encontrar alertas, mesmo que chegue à meia-noite ou até mais tarde. Lembrem disto: se o dono da casa soubesse a que hora o ladrão viria, não o deixaria arrombar a sua casa. Vocês, também, fiquem alertas, porque o Filho do Homem vai chegar quando não estiverem esperando. 
Então Pedro perguntou: 
- Senhor, essa parábola é só para nós ou é para todos? 
O Senhor respondeu: 
- Quem é, então, o empregado fiel e inteligente? É aquele que o patrão encarrega de tomar conta da casa e de dar comida na hora certa aos outros empregados. Feliz aquele empregado que estiver fazendo isso quando o patrão chegar! Eu afirmo a vocês que, de fato, o patrão vai colocá-lo como encarregado de toda a sua propriedade. Mas imaginem o que acontecerá se aquele empregado pensar que o seu patrão está demorando muito para voltar. E imaginem que esse empregado comece a bater nos outros empregados e empregadas e a comer e a beber até ficar bêbado. Então o patrão voltará no dia em que o empregado menos espera e na hora que ele não sabe. Aí o patrão mandará cortar o empregado em pedaços e o condenará a ir para o lugar aonde os desobedientes vão. 
- O empregado que sabe qual é a vontade do patrão, mas não se prepara e não faz o que ele quer, será castigado com muitas chicotadas. Mas o empregado que não sabe o que o patrão quer e faz alguma coisa que merece castigo, esse empregado será castigado com poucas chicotadas. Assim será pedido muito de quem recebe muito; e, daquele a quem muito é dado, muito mais será pedido.

Meditação

Na leitura do livro da Sabedoria (Sb 18,6-9) recordamos a primeira páscoa israelita na saída do Egito. Esta celebração pascal é uma interpretação da história da salvação e um chamado constante à vigilância e fidelidade ao Senhor Deus de Israel. Deve-se levar em conta que o livro da Sabedoria foi escrito em meados do século I antes de Cristo, provavelmente em Alexandria e era dirigido aos judeus da diáspora e os desterrados no Egito. 

Por sua parte, o autor da carta aos Hebreus (Hb 11,1-2.8-19) escreve aos cristãos de origem judaica que se sentem desanimados diante das perseguições. Quer ancorá-los fortemente na fé a exemplo de seus antepassados. O exemplo de um desses pais da fé israelita: Abraão, emigrante também, e submetido a todo tipo de dificuldades, mas crendo sempre na promessa do Senhor apesar da esterilidade de sua mulher Sara.

O conteúdo desta Carta é uma lição de fé para o cristão de hoje, peregrino sempre nos caminhos de Deus pois nos recorda que a fé é uma tradição, uma memória, e que todo povo bem nascido deve venerar a memória de seus antecessores, especialmente a de seus “mártires”, os “testemunhas” da fé. Hoje, é bom insistir na recordação dos mártires desta nova época da história, com um conceito atualizado e mais amplo de martírio.

No texto evangélico de hoje encontramos três parábolas de Lucas que têm uma perspectiva comum: a escatologia. Depois de tratar o tema da esmola, vem a narração da parábola dos dois servos esperando o seu senhor; se intercala a parábola da vinda repentina do ladrão, que é um novo convite à vigilância.

A pergunta de Pedro: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?”, dá ocasião à resposta de Jesus para esclarecer que se trata de um servo constituído de autoridade sobre os demais servidores do senhor.

Com o passar dos anos se criou uma alegoria sobre esta parábola na comunidade cristã tal como conta Lucas; originalmente foi dirigida aos escribas de Israel, guardiões do povo eleito que não podiam dormir nos momentos difíceis. A comunidade cristã aplicou a si mesma essa atitude de vigilância diante da vinda do Senhor. 

No Evangelho de hoje nos encontramos com o tema da “espera vigilante”. O Evangelho de Lucas exorta ao “pequeno rebanho” para que não tema e olhe para a frente.

Por isso, é necessário não se apegar às riquezas; é necessário livrar-se delas através da esmola e escolher o essencial, sabendo discernir quais são os valores, cuja validade “caduca”. Estes bens inesgotáveis aos quais é lícito, e inclusive justo, que o coração se apegue, pertencem ao campo do ver e não ao do ter, ao do amor que se dá e não ao da possessão egoísta. 

Seguem depois as três breves parábolas, cujo motivo dominante é a espera vigilante, dinâmica (os criados que esperam durante a noite pela vinda do amo; a irrupção inesperada do ladrão na casa para roubá-la; o administrador inteligente e diligente, sempre disposto a apresentar os livros em dia quando o amo o chamar para acertar as contas.

A vigilância, especialmente quando a noite parece que nunca vai terminar, se sustenta pela esperança e comporta: 

- Uma mentalidade de disponibilidade, abertura, de prontidão para se pôr a caminho (“Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas”);

- Uma consciência clara sobre os perigos que nos ameaçam. Basta um minuto de distração, de fraqueza e desânimo para que alguém se aproveite e nos roube os valores mais preciosos. Ou também, conforme o conteúdo da segunda parábola: se alguém se deixar seduzir, desviar, inclusive ocasionalmente, por outras perspectivas, corre o risco de faltar ao encontro decisivo com o Reino, que chega na hora em que menos se espera;

- Uma fidelidade constante e uma grande prudência, que não é outra coisa senão sensatez, que indica o comportamento do ser humano que sabe adotar uma postura mais adequada a cada circunstância. 

A vigilância cristã é inculcada constantemente por Cristo (Mc 14,38; Mt 25,13). A vida do cristão deve ser toda ela uma preparação para o encontro com o Senhor.

A morte, que provoca tanto medo naquele que não crê, para o cristão é uma meditação: marca o fim de uma prova, o nascimento para a vida imortal, o encontro com Cristo que o conduz à Casa do Pai.

Na nossa vida de cristão é indispensável a nossa comunhão constante com Deus e a fidelidade à missão que ele nos confiou. Isto deve ser vivido, mesmo com as dificuldades que surgem. Contudo, a tarefa exige empenho: requer perseverança, senso de responsabilidade, paciência, vigilância.

Reflexão Apostólica:

Este Evangelho de Lucas desenvolve-se em torno de três temas (parábolas): a primazia dos valores do Reino de Deus sobre os bens terrenos, a vigilância e o julgamento final com os castigos a serem infligidos. 

As três parábolas representam a condenação de um estilo cristão sonolento, distraído, apagado, cansado, com tudo feito, ao final do caminho.

As parábolas constituem um convite ao compromisso inteligente, ao serviço diligente, a uma abertura ao imprevisível, a inserir no quadro de uma ordem razoável o elemento surpresa, a deixar brotar de dentro de nossos medos e temores a flor da esperança. 

A mensagem conjunta das três leituras de hoje é um convite a todos os cristãos para que assumamos uma atitude de disponibilidade e prontidão, de acender nossas lâmpadas e estar preparados para empreender o caminho que nos leva à casa de Deus Pai.

É um convite à confiança, a ver a vida de um modo novo, que deve levar a relativizar tudo, menos a Deus. Devemos cuidar muito mais de nossas atitudes do que das seguranças e das coisas, “porque onde está o tesouro, ali estará também o coração”.

O cristianismo enfrenta na atualidade um grande desafio. É religião “oficial” em muitos países e seu poder e cobertura têm crescido até o limite... mas a casa se encontra abandonada.

Cada igreja trata de salvaguardar seu espaço e seu poder sem buscar um consenso que permita a todos crescer em fidelidade e serviço.

Que não chegue o Senhor e encontre seus servidores lutando para ocupar o cargo mais alto e para ter mais poder na casa!

Isso vale para todos nós: sacerdotes/pastores nas igrejas, pais na família, cidadãos no Estado...  

Propósito:

Espírito de prontidão, que eu esteja em contínuo alerta, à espera do Senhor que vem, libertando meu coração do apego exagerado aos bens deste mundo.

 


Evangelho do dia 06 de agosto sábado 2022 - Transfiguração do Senhor

 


06 agosto - TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR JESUS CRISTO.

Abracemo-nos em Cristo e, no momento de nos juntar a Ele na união mística da Eucaristia, transfiguremo-nos. (L 11). São Jose Marello



Evangelho de hoje (Lc 9,28b-36)

 Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E, quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo. Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!” Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

FATO DA VIDA: TRANSFIGURAÇÃO E DESFIGURAÇÃO

Leonardo Da Vince, que pintou o quadro da Santa Ceia no convento das Graças, em Milão, saiu à procura de um modelo para o rosto de Cristo. Encontrou um jovem que revelava no rosto sua paz interior. Correspondia exatamente ao sonho do artista. Passaram-se anos. Faltava encontrar alguém para modelo de Judas, o apóstolo traidor. Era necessário um rosto que retratasse a vilania e a perversidade. Finalmente, apareceu alguém de acordo com os requisitos do pintor. Era um homem preso pela polícia em um ambiente sórdido. Foi levado ao atelier. Ao ver a obra inacabada, a fisionomia feroz do criminoso se descontraiu. Rompeu em prantos. Anos atrás serviria ele mesmo de modelo para a figura de cristo e agora se prestava a retratar a baixeza de Judas Iscariotes.

A PALAVRA DE DEUS:

"Jesus subiu a uma montanha para rezar, levando com ele Pedro Tiago e João. E quando ele estava rezando, o rosto Dele ficou todo mudado. E a roupa ficou toda branca e brilhante. Nisso, dois homens apareceram e começaram a conversar com Ele. Eram Moisés e Elias cercados da glória celestial. A conversa era sobre a morte que Jesus ia ter, em Jerusalém. Pedro e os seus companheiros estavam caindo de sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. Quando esses já iam sumindo, Pedro disse a Jesus:" Mestre, como é bom a gente ficar aqui!  Vamos fazer 3 barracas: uma para o Senhor, outra para Moisés e outra para Elias, (ele nem sabia o que estava dizendo). Pedro ainda estava falando quando veio uma nuvem que cobriu todos eles. Como entraram na nuvem os discípulos ficaram com muito medo. Então ouviram uma voz que vinha da nuvem: "Este é o meu filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz". Quando a voz terminou, Jesus estava sozinho. Os discípulos guardaram segredo daquilo naqueles dias e não contaram para ninguém o que tinham visto.( LC 9,28b-36)".

EXPLICAÇÃO:

a)A CENA DA TRANSFIGURAÇÃO:

A cena evangélica da Transfiguração de Jesus no alto da montanha do Tabor, é celebrada duas vezes na liturgia: uma, no segundo domingo da quaresma e outra na festa de 6 de agosto. E é assim que nos encontramos de novo com essa luminosa página, em que Jesus oferece aos três discípulos prediletos - Pedro, Tiago e João uma espécie de amostra da glória futura. O cenário sugere o céu. A nuvem branca que envolve tudo é símbolo Bíblico da presença de Deus. A transformação que opera em Jesus dá um sinal da glória do corpo da ressurreição. Faz lembrar a visão do Filho do Homem do Apocalipse: vestido com uma túnica longa e cingido à altura do peito com um cinto de ouro. E os cabelos de Sua cabeça eram brancos, como lã branca, como neve; e seus olhos pareciam chamas de fogo (Ap 1,13ss). A voz do Pai Celeste se faz ouvir para proclamar o Filho, o eleito a quem deviam escutar ( Lc 9,35).E apareceram Moisés e Elias, como se fora a lei e os profetas a fazer guarda de honra do Evangelho. Conhecemos o texto que está nos três sinópticos, e sempre o lemos com novo prazer.


b) MOISÉS É A  LEI  E  ELIAS A SANTIDADE:

São Lucas é que menciona o fato de Moisés e Elias conversarem com Jesus a respeito de Sua Pátria que se ia consumar em Jerusalém. De Seu êxodo, como é a palavra que Ele usa, insinuando que Jesus repete a história de seu povo (Ele é o Moisés) e vai passar, podemos dizer, pelo deserto do sofrimento da Paixão, ao encontro da glorificação final. O fato é que a transfiguração está unida à Paixão em mais de um sentido. Estão unidas à paixão como uma espécie de revigoramento da fé dos discípulos, para que eles não se desencorajassem diante da humilhação da Paixão, mas acreditassem na promessa da Ressurreição. Por isso mesmo, Jesus, ao descer do monte, refere-se à ressurreição, ordenando-lhes: "Não conteis a ninguém esta visão, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos (17,9). E ainda noutro sentido a Transfiguração se relaciona com a Paixão no sentido que aquele momento de fulgurante alegria não devia desviar Jesus de sua missão de servo sofredor que Ele iria cumprir no Calvário. Nada de se fixarem ali no alto da montanha onde tudo estava tão agradável. A glória só viria depois da cruz. Lição também para nós. Deus nos dá de vez em quando momentos de céu nos quais gostaríamos de permanecer para sempre. Mas estamos ainda na terra. 

c) ESPERANÇA É UM EMPRÉSTIMO DA FELICIDADE:

Temos que cumprir nossa peregrinação, marcada pelo sofrimento. Devemos, no entanto, deixar que a esperança nos transfigure. A esperança é, como alguém já disse, um empréstimo de felicidade.  Da felicidade do céu. Como a luz da aurora anuncia o sol que vai nascer e tinge o céu de suave claridade, a alegria da esperança dá tons de aurora à nossa vida envolta ainda como está entre as sombras noturnas dos problemas e angústias da terra. Por isso mesmo, o verdadeiro cristão nunca se pode entregar à tristeza. Alegres na esperança é um dos pontos que São Paulo dá como receita para uma vida cristã vivida na fidelidade. (RM 12,12)  E convida os Tessalonicenses  a que não se deixem acabrunhar pelo pensamento da morte, como acontece com aqueles que não têm esperança (TS 4,13). E ainda ouvimos o Evangelho em que Jesus diz a seus discípulos: "Alegrai-vos porque os vossos nomes estão inscritos no céu". Notemos que essa esperança não se refere apenas ao ponto final de nossa chegada à casa da eternidade. Ela deve ir alimentando cada momento de nossa vida. Porque sabemos que Deus cuida de nós e nos vai assistindo com a graça da coragem e da sabedoria em todos os nossos passos. Passaremos por momentos de dor e de provação, mas o Pai do céu não nos abandona. Os santos são para nós sinais e modelos de esperança. A tristeza é má conselheira. Cultivar a alegria, essa que vem do mais profundo do ser em paz com Deus é fonte de coragem e de energia espiritual. Nosso lema poderia ser esse: "Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: Alegrai-vos!" ( 15 ).

UMA MENSAGEM PARA A VIDA:

Certa vez, pouco antes da sua transfiguração, Jesus reuniu os discípulos e lhes perguntou: "Quem dizem os homens que eu Sou?"(Mc 8,27; Mt 16,13; Lc 9,18). A partir desse momento, muda o rumo dos acontecimentos, e notam-se diferenças profundas na atividade de Jesus. Diminuem os milagres: Na primeira fase de sua atividade entre o povo, Jesus fazia muitos milagres. Na segunda fase, os milagres são quase uma exceção. Marcos só refere dois, contra as dezenas de milagres na fase anterior. Mateus, igualmente, conhece os mesmos dois milagres mais um (Mt 17,14-21;20,29-34;17,24-27). Lucas só conhece cinco milagres, isto é, os dois conhecidos por Marcos e Mateus e três outros só. Por que tantos milagres na primeira fase e tão poucos na segunda? Começa a alusão constante à Paixão: Na primeira fase só uma ou outra vez se fala da paixão como uma possibilidade futura. Agora, na segunda fase, a paixão é uma certeza, e dela se fala respectivamente. Jesus chega mesmo a fazer profecias da paixão (Mc 8,31-32;9,30-32;10,32-34). Muda a atitude para com o povo. Antes, a grande preocupação de Jesus era o povo. Agora, na segunda fase a grande preocupação dele são os discípulos e a sua instrução. Muitas vezes, está a sós com eles e os vai instruindo. Faz até uma viagem ao exterior, na terra de Tiro e Sidão, para estar a sós com os discípulos. Fala pela primeira vez em Igreja (Mt 16,18). Começa a falar da necessidade da cruz para os discípulos: Não só fala da sua própria paixão, mas igualmente da necessidade de a gente sofrer com ele. Insiste nas exigências duras para alguém poder ser o seu discípulo (Mt 16,24-28; Mc 8,34-38; Lc 9,23-27;14,27;17,33;12,9; Mc 10,28-31). Antes, na primeira fase, não havia insistência na necessidade de se sofrer com ele. A perspectiva das parábolas é diferente: Na primeira parte, Jesus usa muitas parábolas, para com elas ilustrar o mistério do reino, enquanto deve realizar-se no futuro, através da Paixão e da Morte. A oposição dos fariseus se torna clara. Na primeira fase, existia uma certa oposição velada contra Jesus por parte dos líderes do povo. Agora, na segunda parte, esta oposição se torna clara, aberta e irreversível. Essas são as diferenças que uma leitura atenta dos Evangelhos descobre entre a primeira e a segunda fase da atividade de Jesus.

PARA REFLETIR:

A NOSSA FAMÍLIA SE TRANSFIGURA QUANDO ELA ESTÁ REZANDO:

O Evangelho nos mostrou Jesus subindo a uma montanha para rezar. Ele gostava de rezar sozinho, no alto das montanhas. Às vezes passava lá a noite inteira rezando. Desta vez, Ele levou 3 apóstolos com ele. Isto já nos ensina alguma coisa sobre a família. Jesus está ensinando que a gente precisa rezar sozinho, de quarto fechado. Mas precisa também rezar junto com a nossa família. Quando Jesus estava rezando, o rosto dele ficou todo mudado. Ficou desfigurado. E a roupa dele ficou brilhando de branca. Quando a gente está rezando junto com a família, Jesus faz a família toda ficar transfigurada. Muita coisa muda dentro de nossa casa. A gente tem mais amor, mais coragem, mais alegria, mais paz. Vamos ver aqui algumas coisas que mudam e se transfiguram na família que reza unida:

AS CONVERSAS:

Nem sempre as conversas que saem dentro de nossa casa, são conversas boas. Muitas vezes, a gente fala mal dos outros ou fica rindo dos defeitos alheios. Quantos boatos são espalhados nessas conversinhas: O Evangelho falou que a conversa de Jesus, Moisés e Elias era sobre a morte de Jesus. Será que em nossas casas a gente costuma conversar sobre Jesus? Contar para as crianças as histórias da Bíblia Sagrada e da vida dos santos? Bons exemplos que a gente vê na comunidade. Há tanta coisa boa para conversar. É preciso começar em nossa casa a viver a fraternidade em nossas conversas.

A CARIDADE:

Vamos começar em casa a viver mais a caridade com os irmãos necessitados. Foi o que fez São Pedro. São Pedro, em vez de pensar em si, pensou só nos outros. Ele queria fazer 3 barracas para os outros. Assim também, a família caridosa não se descuida de praticar a caridade com os necessitados. E isto transfigura a família toda aos olhos de Deus.

O SOFRIMENTO:

Toda família passa momentos de sofrimentos e aflições. A oração faz a gente não ficar com medo, quando chegar essa nuvem de dificuldades. Assim como a nuvem, isso passa. E o céu vai ficar mais bonito, mais azul, depois da chuva da aflição.

OS PROBLEMAS:

Há problemas na família, que deixam os membros sem saber o que fazer. Por exemplo, formação dos filhos, crises da adolescência e juventude. A família que reza, sempre sabe escutar a voz do Espírito de Deus, indicando os caminhos que ele deve seguir. Jesus é o Filho de Deus, o nosso Mestre. Vamos escutar a voz Dele!

O AMBIENTE:

Quando a família está reunida, conversando, cantando, rindo, brincando, a gente vive momentos felizes na nossa vida. A oração atrai a bênção de Deus para dentro de nossa casa afastando as desavenças, as brigas e os xingos. Tudo em nossa casa é paz e alegria. A gente, então, sente o mesmo que São Pedro sentiu no Tabor. E a gente exclama: Senhor, como é bom ficar aqui em casa! Comecemos então em nossa casa a rezar em família. E teremos a satisfação de sentir que toda a nossa família está mudada, transfigurada.

Evangelho do dia 05 de agosto sexta feira 2022

 


05 agosto - Acima de tudo considera sempre que tu estás fazendo a vontade de Deus, alinhando a proa da tua embarcação para onde aponta o capitão do leme. (L 83). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 16,24-28


 "Então Jesus disse aos discípulos: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? Ou que poderá alguém dar em troca da própria vida? Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. Em verdade, vos digo: alguns dos que estão aqui não provarão a morte sem antes terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino". "  

Meditação: 

 O caminho da formação do seguidor de Jesus lança suas raízes na natureza dinâmica da pessoa e no convite pessoal de Jesus Cristo, que chama os seus pelo nome e estes O seguem porque lhe conhecem a voz. O Senhor despertava as aspirações profundas de seus discípulos e os atraía a Si, maravilhados.

O Documento de Aparecida no nº 277 diz que “o seguimento é fruto de uma fascinação que responde ao desejo de realização humana, ao desejo de vida plena. O discípulo é alguém apaixonado por Cristo, a quem reconhece como Mestre que o conduz em acompanha.

 As leituras da liturgia de hoje, primeira sexta feira de agosto, nos colocam diante da ternura de Deus que quer ser próximo do povo, o êxtase diante das maravilhadas operadas pelo Senhor e as libertadoras e amorosas exigências do Evangelho.

 Os cinco versículos do evangelho de hoje são a continuidade das palavras de Jesus a Pedro que meditamos ontem. Neles, podemos perceber que Jesus simplifica tudo que devemos fazer para estar ao lado dele e conhecer o reino dos céus.

Jesus, desta vez, não utiliza parábolas, mas nos conduz a muita reflexão sobre o que foi dito! A sua primeira exortação foi: "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga".

O que seria para nós, nos dias de hoje, renunciar a nós mesmos? A nossa rotina, o nosso cotidiano, muitas vezes está repleto de atitudes humanas, erros comuns ao mundo em que vivemos, mas que aos olhos de Deus são pecados que o desagradam.

Por isto, Jesus não quer que morramos, ao renunciar nossas vidas, mas que vivamos neste mundo sem pertencer a este mundo. Jesus quer que nossa vida, nossas atitudes reflitam o amor de Deus, e transcendam aos olhos humanos, ou seja, Ele quer que pertençamos unicamente a Deus.

No segundo trecho da passagem de hoje, Jesus nos exorta à persistência; pois uma vez renunciada a nossa vida humana/mundana, não poderemos/devemos mais resgatá-la.

Jesus não esconde nem abranda as exigências do discipulado. Não permitiu que Pedro tomasse a dianteira e o colocou no seu devido lugar:
“Atrás de mim!” O evangelho de hoje explicita estas exigências para todos nós;

Jesus tira as conclusões que valem até hoje: "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga
”.

Naquele tempo, a cruz era a pena de morte que o império romano impunha aos marginais e bandidos. Tomar a cruz e carregá-la atrás de Jesus era o mesmo que aceitar ser marginalizado pelo sistema injusto que legitimava a injustiça.

A Cruz não é fatalismo, nem é exigência do Pai. A Cruz é a conseqüência do compromisso livremente assumido por Jesus de revelar a Boa Nova de que Deus é Pai e que, portanto, todos e todas devem ser aceitos e tratados como irmãos e irmãs.

Por causa deste anúncio revolucionário, Jesus foi perseguido e não teve medo de dar a sua vida. Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão (Jo 15,13).

O testemunho de Paulo na carta aos Gálatas mostra o alcance concreto de tudo isto:
“Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo”. (Gl 6,14)

Ele termina aludindo às cicatrizes das torturas que sofreu:
“De agora em diante ninguém mais me moleste, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gal 6,17).

Os versículos 25-26 explicitam valores humanos universais que confirmam a experiência de muitos, cristãos e não cristãos. Salvar a vida, perder a vida, encontrar a vida.

A experiência de muitos ensina o seguinte: Quem vive atrás de bens e de riqueza, nunca fica saciado.

Quem se doa aos outros esquecendo-se a si mesmo, sente uma grande felicidade. É a experiência das mães que se doam, e de tanta gente que não pensa em si, mas nos outros.

Muitos fazem e vivem assim quase por instinto, como algo que vem do fundo da alma. Outros fazem assim, porque tiveram uma experiência dolorosa de frustração que os levou a mudar de atitude.

 Jesus tem razão em dizer: Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. Importante é o motivo: “por causa de mim”, ou como diz em outro lugar: “por causa do Evangelho” (Mc 8,35).

Ele termina: “Com efeito, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que um homem pode dar em troca da sua vida?

Esta última frase evoca o salmo onde se diz que ninguém é capaz de pagar o preço do resgate da vida:
“O homem não pode comprar seu próprio resgate, nem pagar a Deus o preço de si mesmo. É tão caro o resgate da vida, que nunca bastará para ele viver perpetuamente, sem nunca ver a cova”. (Sl 49,8-10).

Os dois últimos versículos se referem à esperança do povo com relação à vinda do Filho do Homem no fim dos tempos como juiz da humanidade, como é apresentado na visão do profeta Daniel (Dn 7,13-14).

O primeiro versículo diz:
“O Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a própria conduta” (Mt 16,27).

Nesta frase se fala da justiça do Juiz. Cada um vai receber conforme a sua própria conduta.

O segundo versículos diz:
“Alguns daqueles que estão aqui, não morrerão sem terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino”. (Mt 16,28).

Esta frase é um aviso para ajudar a perceber a vinda de Jesus como Juiz nos fatos da vida.

Alguns achavam que Jesus viria logo (1Ts 4,15-18). Jesus, de fato, veio e já estava presente nas pessoas, sobretudo nos pobres. Mas eles não o percebiam. Jesus mesmo tinha dito:
“Aquela vez que você ajudou o pobre, o doente, o sem casa, o preso, o peregrino, era eu!” (Mt 25,34-45).

 Reflexão Apostólica:

 Jesus começa mais uma seção de catequese. Hoje Ele nos ensina que não existe o verdadeiro discipulado senão aquele que passe pela cruz.

Assim como ele renunciou a sua divindade assumindo a nossa carne pecadora e posteriormente abraçando a cruz até ao fim assim também todo e qualquer discípulo. Se alguém quer ser meu discípulo, renuncie-se a si mesmo. Tome a sua cruz todos os dias e siga-Me.

Segui-lo no seu caminho de amor e de entrega da vida. A reação dos discípulos ante este discurso é de desânimo e frustração; questionam se vale a pena seguir um mestre que nada mais tem para oferecer do que a morte na cruz.

Jesus melhor do que ninguém sabe que depois da cruz vem a glorificação, faz-lhes uma grande contraproposta. É melhor perder agora para ganhar mais tarde. Aliás, como diz o ditado "quem ri por último, ri melhor".

 O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Ficai sabendo que depois, do sofrimento, da tristeza, da calunia, das perseguições e da cruz vós vereis: o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez. É um projeto de transfiguração gloriosa de Jesus.

A cena constitui uma palavra de ânimo para os discípulos, pois nela se manifesta a glória de Jesus e se atesta que Ele é – apesar da cruz que se aproxima – o Filho amado de Deus.

Os discípulos recebem, assim, o testemunho de que o projeto que Jesus apresenta é um projeto que vem de Deus. E por isso a advertência do Mestre: Aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por minha causa salvá-la-á.

 Não basta ser cristão. É preciso reconhecer Deus em nossas vidas e em nossa realidade, para que possamos viver sua verdade presente no meio de nós. Jesus não nos ilude: Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Sua cruz é vida doada e partilhada para nossa redenção.

 Jesus identificou-se com o “humano”, agraciado por Deus com um destino de glória e felicidade eterna. Agora Jesus dirige um convite a todos. O tema é o seguimento de Jesus, a meta é a “vida”.

Jesus é muito claro no Seu anúncio: não adianta nenhum de nós tentarmos “salvar” a nossa vida. Todo esforço será em vão! Jesus é a Salvação e se querermos segui-Lo teremos que admitir a nossa parte nos encargos, nas responsabilidades, nas dificuldades.

Isto é tomar a cruz!

 Às vezes nós queremos “escapar” das dificuldades e procuramos o caminho mais fácil e que exija de nós menos esforço, por isso, nós conduzimos a nossa vida pela porta larga da perdição e da ruína da alma.

 Temos de ter consciência de que a nossa existência é breve, o tempo é curto e nós só vivemos uma só vez. Se começamos a querer cortar pedacinhos da nossa cruz, pode ser que para atravessarmos o vale da sombra da morte, nos falte a ponte que nos levará para a felicidade eterna!

 Renunciar a si mesmo é abdicar da própria vontade, dos planos e desejos humanos e assumir a vontade de Deus abraçando a senda de sofrimento e de glória que o próprio Jesus trilhou. Pensemos nisto! 

 Será que você tem tentado salvar a sua vida, deixando por menos algum encargo ou atribuição que só compete a você? Você tem consciência de que está vivendo a sua vida de acordo com aquilo que Deus espera de você? Você acredita que Deus pode realizar o que para você tem sido impossível?

 Nós, muitas vezes, entregamos nossas dificuldades, nossos maiores erros nas mãos de Deus e, minutos ou dias depois, pegamos de volta como se tudo aquilo ainda nos pertencesse. Mas e aí, como fica nossa vida se estivermos sempre resgatando o que há de ruim em nós?

Jesus é bem claro: "Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la". O verdadeiro tesouro, a verdadeira vida e salvação, só encontraremos seguindo Jesus e renunciando a nós mesmos.

"De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida?"

Muitas pessoas, hoje em dia, pensam que ao ganhar o mundo (ou seja, ganhar todo prestígio, reconhecimento, riqueza, bens pessoais, "amigos", entre outras coisas que o dinheiro traz), serão felizes...

Entretanto "de nada vale ao homem ganhar o mundo inteiro e vir a perder a vida eterna". Aqueles que tudo têm de material aqui na terra, nem sempre encontram a verdadeira felicidade, os verdadeiros amigos que são realmente um tesouro, o verdadeiro sentido da vida.

Por isto, passado algum tempo de encanto com toda riqueza, estas pessoas percebem que nada têm, que perderam toda sua vida juntando o que não valia a pena, o que não era bom.

Quantas pessoas nós conhecemos que tem tudo e ao mesmo tempo nada têm?  Muitas vezes me acho mais rica que muitas pessoas que andam em carros luxuosos e moram em mansões (sozinhas com os empregados).

Para estas pessoas que encontram o verdadeiro sentido da vida, "o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá, a cada um, de acordo com a sua conduta". 

Poderemos, então, estar diante do Pai recebendo dEle tudo que, em nossas vidas, entregamos confiantes e esperançosos; sem nos envergonharmos de nossa vida, apesar das faltas e erros pelo caminho, pois saberemos que tentamos acertar, caminhando junto com Jesus e renunciando a nós mesmos.

Jesus em recompensa nos diz: "Em verdade vos digo: Alguns daqueles que estão aqui não morrerão antes de verem o Filho do Homem vindo com seu Reino". Porque não é necessário morrer para ver o Filho do Homem e seu reino.

 Que abismo de profundidade no tema do seguimento de Cristo! Ele chama e exige entrega irrestrita, corajosa, sem meias medidas!

O discípulo se sente fascinado. Não há outra palavra que exprima melhor o sentimento daquele que foi sendo tocado pelo Senhor.

Consciente de conservar sua liberdade, aquele que é chamado caminha para uma luz que quase irresistivelmente o chama. O Mestre exige abandono do mundo dos pequenos interesses, do ganho, do lucro, das vantagens, das satisfações menores.

Há que renunciar. Uma força estranha age no coração do discípulo exigindo tal renúncia. Haverá momentos em que a cruz aparecerá na vida daquele que segue Jesus.

Sem ela o discípulo não prova o seguimento do Mestre. Há um corajoso deixar. Francisco de Assis, no começou de sua vida de seguimento de Jesus, lembra que o Altíssimo o levou ao mundo dos leprosos que lhe causavam literalmente enjôo.

Ele abraça os seres decrépitos e deixa o mundo, começando uma vida esplendorosa de seguimento de Cristo, que ele designará de vida de penitência, de deixar o mundo, isto é, o espírito das coisas pequenas, de baixo
….

De que serve ter bens, aplausos, riqueza, prestígio se o coração do homem se distanciar das exigências do mundo novo?

De que serve uma família bem instalada, com bens e filhos doutores e mestres, de gente que corre, mas esqueceu de colocar os passos nos passos de Jesus?

Há os que perdem tudo, para tudo ganharem. São os santos, são os heróis do Evangelho. Seja você um deles e terá tudo em abundância!

 Propósito:

 Pai, dá-me a pobreza e a coragem necessárias para ser seguidor de teu Filho Jesus e realizar obras que merecerão a recompensa divina. Senhor Jesus, ajuda-me não só a acompanhar-te com nobres pensamentos, mas a caminhar pelo teu caminho com o coração, mais ainda com os passos concretos da nossa vida quotidiana. Liberta-me do medo da cruz, do medo diante da troça dos outros, do medo que a minha vida possa escapar-me se não aproveitar tudo o que ela me oferece. Ajuda-me a desmascarar as tentações que me prometem a vida, mas cujas conseqüências me deixam, no fim, sem objetivo e desiludido. Ajuda-me a não me fazer senhor da minha vida, mas a dá-la._.__

        

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A alegria é fruto de uma vida de oração, comunhão com Deus, treinamento e conquista pessoal.
No entanto, é uma virtude que precisa ser conquistada, exercitada, aprendida, até que se firme como uma parte de sua personalidade.
Se semear somente ideias positivas, vai colher os frutos da sabedoria e da alegria.
Isso é semelhante ao que ocorre com as crianças, receptivas a ver o mundo como um presente magnífico dado por Deus.

É preciso ter no coração uma alegria semelhante à das crianças: pura e verdadeira.

 

 

 


 

 

 

EVANGELHO DO DIA 04 DE AGOSTO QUINTA FEIRA 2022

 


04 agosto - Concedamos sempre a vitória a Deus, mesmo quando isso repugna ao nosso amor próprio. E, se nem sempre podemos sentir nisso aquela doçura e aquela paz que o sacrifício cumprido traz consigo, supra a isto a fé e, voltando o nosso olhar para o Céu, exclamemos: Paraíso! Paraíso! (S 234). São Jose Marello


Mateus 16, 13-23

O PEDRO E A PEDRA

Naquele tempo: Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: 'Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?' Eles responderam: 'Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas.' Então Jesus lhes perguntou: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' Simão Pedro respondeu: 'Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.' Respondendo, Jesus lhe disse: 'Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus.' Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias. Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que devia ir à Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: 'Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!' Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: 'Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!'  

Reflexão – “A tentação de Pedro”

O mesmo Pedro a quem Jesus entregara as chaves do reino dos céus e a Sua Igreja, com o poder de tudo ligar e desligar na terra e no céu, foi depois mandado para longe de Jesus, como satanás. Primeiramente, diante da indagação de Jesus e inspirado pelo Espírito Santo, Pedro proclamou com a boca o que o Pai lhe revelara: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” e foi considerado “feliz” e a ele Jesus entregou a Sua Igreja. 

Depois, diante do que Jesus prognosticava em relação ao sofrimento que deveria passar, a sua humanidade falou mais alto e Pedro caiu na tentação, com pensamentos do mundo, por isso, foi repelido por Jesus. Somos também como Pedro! Na medida em que nos deixamos invadir pelo sopro do Espírito Santo, nós conseguimos também falar em Nome de Deus, profetizar e edificar o reino dos céus aqui na terra.

Quando damos abertura à nossa humanidade, facilmente somos sugestionados pela nossa fraqueza e os nossos pontos de vista seguem a mentalidade que o mundo prega. Jesus conhece de que somos feitos. As nossas atitudes, às vezes, são motivadas pelo Espírito Santo, em outras vezes, são baseadas na nossa própria humanidade e saímos da sintonia com Deus e o Seu Espírito. Precisamos estar atentos e fazer o discernimento de quem é que, realmente, nos inspira para que sejamos discípulos convictos, segundo o coração do Mestre.

Fomos escolhidos para edificar o reino dos céus aqui na terra e a nossa proclamação sobre a pessoa de Jesus é muito importante para que a nossa missão tenha êxito. – Você tem convicção do que prega e o que faz? -   Procure recordar algum acontecimento em que você foi duvidoso e pergunte ao Espírito Santo como agir agora que tem consciência disto. - Quem é Jesus para você? - Você já percebeu que tudo quanto você fizer na terra terá repercussão no céu?

Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16, 18)

 Jesus elogiou Pedro. Colocou-o como pedra de alicerce na construção de sua Igreja. E deu-lhe as chaves do Reino de Deus.  Tudo porque Pedro, em nome dos discípulos, inspirado por Deus, disse que Jesus era o Messias, o Filho do Deus vivo.

 Eles estavam fora do território de Israel. E foi aí Jesus teve uma conversa muita séria com eles. Começou perguntando o que o povo estava dizendo sobre ele, isto é, quem afinal as pessoas achavam que ele era. Aí chegou à pergunta principal: E vocês, o que dizem que eu sou? Claro, dessa compreensão dependeria o futuro do seu ministério. Será que a liderança do seu grande grupo de discípulos já estava entendendo quem era ele, qual era a sua missão?

 Se não entendessem isso, qual seria o futuro do seu trabalho missionário sob os seus cuidados? Pedro respondeu em nome do grupo. E respondeu com toda sinceridade: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Boa resposta. Ótima resposta. Claro, aquilo era fruto da revelação de Deus. Só o Pai sabe quem é o Filho e aquele a quem ele o quiser revelar. Jesus elogiou Simão Pedro: foi o Pai que te disse isso. Feliz és tu!

 O que Pedro disse resume a fé de todos os que encontraram Jesus e acolheram sua Palavra. Ele é o enviado de Deus, o prometido a Israel, o Messias. Mais: Esse enviado, o Messias, é o Filho do Deus vivo, o maravilhoso Deus que se revelou ao povo de Israel e fez aliança com ele. É uma confissão da divindade de Jesus, ele é Deus com o seu Pai. Como Jesus ficou satisfeito com essa resposta! É nessa fé que ele pode construir a comunidade que vai dar continuidade ao seu ministério nesse mundo. Ele irá se ausentar, mas o trabalho terá continuidade.

 “Sobre esta Pedra, construirei a minha Igreja”. A fé confessada por Pedro, em nome da comunidade, é a pedra sobre a qual Jesus edificará a Igreja. Jesus tinha feito a pergunta ao grupo dos discípulos. Pedro respondeu em nome do grupo. Por um lado, esta Pedra é também pessoa de Pedro, o discípulo que confessou a fé em Jesus-Messias-filho de Deus, em nome da comunidade. Mas também, esta Pedra é a Comunidade que Pedro representa, comunidade apostólica que professa a fé que ele proclamou.

 E qual é a fé dessa comunidade, qual é a fé de Pedro? Isto é, o que essa comunidade, com as Escrituras e a sua história nas mãos, proclama sobre Jesus? O que nós cremos está, de certa forma, resumido no credo. Uma de suas fórmulas, o chamado credo de Nicéia-Constantinopla, nos faz rezar assim a nossa fé em Jesus Cristo:

 Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim.

Reflexão

 Nos alicerces de nossa vida cristã, está essa confissão de fé: cremos em Jesus, o filho do Deus vivo, enviado pelo Pai para nossa salvação. Jesus edificou a sua Igreja sobre o rochedo dessa fé confessada por Pedro (Catecismo da Igreja Católica 424). Não somos apenas pessoas religiosas. Cremos em Jesus, e o seguimos como discípulos e discípulas.

 É assim que as Escrituras Sagradas são tão reverenciadas em nossas assembleias litúrgicas: elas nos transmitem o conhecimento sobre Jesus Cristo Salvador. É assim que é tão importante que façamos diariamente a meditação da Palavra do Senhor, a chamada lectio divina. Tudo isso nos ajuda a colocar Cristo no centro de nossa vida. Ele é o nosso pastor, nosso guia. Ele é o Messias, o Filho do Deus vivo.

 Neste último domingo de agosto, celebramos, com carinho, os ministérios e serviços leigos nas comunidades, particularmente o da catequese. Na catequese, é Cristo, Verbo Encarnado e Filho de Deus, que é ensinado (Catecismo da Igreja Católica 427). A catequese é o precioso serviço do aprofundamento da fé. E todos precisamos de catequese: da criança ao idoso. A catequese nos faz conhecer melhor Jesus Cristo, a quem amamos e seguimos e nos ajuda a viver segundo essa fé.  

 Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16, 18)

 


 

Evangelho do dia 03 de agosto quarta feira 2022

 


03 agosto - Conformidade total com a vontade de Deus: eis o grande meio para progredir no caminho da perfeição; mas, por sua vez, esse meio torna-se o fim (em) com relação aos meios que devemos utilizar para obtê-la. (L 52).  São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 15,21-28

 "Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e Sidônia. Uma mulher cananéia, vinda daquela região, pôs-se a gritar: "Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim: minha filha é cruelmente atormentada por um demônio!" Ele não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: "Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós". Ele tomou a palavra: "Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel". Mas a mulher veio prostrar-se diante de Jesus e começou a implorar: "Senhor, socorre-me!" Ele lhe disse: "Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos". Ela insistiu: "É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!" Diante disso, Jesus respondeu: "Mulher, grande é tua fé! Como queres, te seja feito!" E a partir daquela hora, sua filha ficou curada. "  


Meditação:

 Qual não seria a surpresa de Jesus ao encontrar nessa mulher, sozinha e com uma filha enferma, uma fé que contrastava com a incredulidade de seus conterrâneos. Como Elias no inicio de usa missão, Jesus compreende que ainda que a missão comece em casa, não pode excluir aqueles autênticos crentes no Deus da Solidariedade, da Justiça e do Direito.

 Por esta razão, sua palavra abandona o pedantismo do discurso nacionalista e acolhe a universal comunhão dos seguidores do Deus da Vida. Paulo, na mesma linha, abandona os esforços inúteis por abrir Israel à esperança profética, aceita a proposta dos crentes de outras nações que estão dispostos a formar novas comunidades abertas, ecumênicas e solidarias.

Depois de Jesus ter andado a espalhar pela Galiléia junto dos seus a chegada do Reino dos Céus, ele decide-se a ir para terra estrangeira, para a região de Tiro e Sidon que fica ao norte da Galiléia, no atual Líbano, uma terra estrangeira onde a maior parte das pessoas eram não-judias, ao contrário da Galiléia, onde quase todos eram judeus. Uma delas era esta mulher que foi ter com Jesus.

 Esta mulher, sem nome, o evangelista Marcos chama-a de Síro - Fenícia, Mateus diz que ela é cananéia. Os dois títulos têm o mesmo significado: é uma mulher estrangeira. Ela tinha uma filha endemoniada.

  A mãe não sabia mais o que fazer para livrar a pobre coitada daquele sofrimento. O demônio não deixava a menina em paz em nenhum momento.

 A mãe da menina aproveitou que Jesus estava por ali, chegou e gritou: “Jesus tenha pena de mim! Minha filha está horrivelmente dominada por um demônio!” Ela conhecia Jesus de nome e sabia que Ele era muito bom e tinha poder para mandar embora os demônios.

 A princípio, Jesus não falou nada nem fez nada. Também não parou de andar para dar atenção à mulher. Mas ela foi atrás dele gritando: “Jesus, tenha pena de mim!”

 Os amigos de Jesus entenderam o sofrimento daquela mãe e pediram para que o Senhor a mandasse embora. Jesus não mandou a mulher embora, mas fingiu que não iria atender o seu pedido. Para provar a fé daquela mulher, Ele disse que curava gente de seu país, e não gente de outro país.

 A mulher movida de uma fé que ultrapassa a dos discípulos grita a Jesus: “Tem compaixão de mim, Senhor, filho de Davi! Minha filha tem uma doença maligna”. Jesus não responde. Os discípulos, incomodados, dizem-lhe: “Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós”.

 A mulher, porém, jogou-se aos pés de Jesus: “Senhor, ajuda-me!”. Jesus insiste em não querer envolver-se no caso de uma estrangeira: “Não está certo tirar o pão dos filhos, para jogá-lo aos cachorrinhos”. Ela, porém, apesar de reconhecer que não tem esse direito insiste na sua humilde “súplica”: “É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos”. Então, Jesus respondeu: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres”. E, a partir daquela hora, a filha da cananéia ficou curada.

A mulher cananéia é um modelo de súplica humilde, como o centurião de Cafarnaum (Mt 8,5-13), e perseverante, como o cego Bartimeu (Mc 10,46-52).

 O centro do episódio é Jesus. Ele aparece livre, sereno, firme. No mesmo capítulo 15 de Mateus, Jesus se distancia das tradições dos escribas e fariseus.

 No episódio da cananéia, ele é pressionado pelos próprios discípulos para que despeça a mulher importuna. Mas Jesus se deixa vencer pela súplica de uma mãe angustiada.

 Não são os gritos da cananéia que o comovem, mas a perseverança da sua fé. Por ser pagã, ela não teria direito, mas a sua filha foi curada por pura graça. Jesus realiza um gesto soberano e profético, que anuncia o acesso dos pagãos (chamados de “cães”, pelos judeus) à salvação.

 A insistência e ousadia da mulher cananéia, fez com que Jesus atendesse seu pedido e com isso provou para todos que em Deus não há diferença entre cultura, cor, raça, credo ou região.

 Uma grande lição para levarmos para nossas vidas é que precisamos ter uma fé teimosa, insistente, chata, daquelas que chega a incomodar, que não desanima nunca, que não se frustra. Pois assim, quando Deus provar a nossa fé, conseguiremos manter-nos firmes e fiéis.

 A perseverança da fé dessa mulher deve nortear também a nossa. Insistamos que Jesus vai atender. A promessa é mesmo dele: Batei, e a porta se vos abrirá, buscai e achareis. Exercitemos nossa fé na oração, na reflexão da palavra e no testemunho de nossa vida.

 Reflexão Apostólica:

 Jesus, escreve Mateus, da região da Galiléia “retirou-se” para a região de Tiro e Sidônia (atual Líbano), antigas cidades fenícias, com importantes portos comerciais, ricas e pujantes, mas também marcadas por egoísmos e injustiças sobretudo contra os pobres.

Por causa disso os profetas do Antigo Testamento pronunciaram vários oráculos de condenação contra essas cidades. Jesus vai para esta região e logo aparece uma mulher “Cananéia”. É uma pagã. Certamente ouviu falar bem de Jesus e não quer perder a ocasião para conseguir um sinal prodigioso em favor de sua filha. Chegando diante dele, pede ajuda para a filha “atormentada por um demônio”.

Apesar da atitude de indisponibilidade de Jesus, ela não desiste em gritar por ajuda. Sua insistência provoca a intervenção dos discípulos. Analogamente ao episódio da multiplicação dos pães, eles queriam que Jesus a mandasse embora: “Atende-a e manda-a embora”, lhe sugerem. Mas Jesus responde afirmando que sua missão se limita a Israel.

 Aquela mulher não se dá por vencida, e pede pela segunda vez com palavras essenciais, mas fortes côo o drama da filia: “Senhor, socorre-me!”. E Jesus responde com uma inusitada dureza: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos!”. Com o apelido “cachorrinhos”, na tradição bíblica, retomada pelos textos judaicos, se aludia aos adversários, aos pecadores e aos povos pagãos idólatras.

 Mas a mulher aproveita a deixa que Jesus lhe dá e diz (assim poderíamos traduzir a frase): “Mas é lógico, Senhor! De fato até os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” Também os cachorros, os excluídos, ficam satisfeitos com as migalhas que lhe são jogadas.

 Esta mulher pagã enfrenta Jesus de igual para igual. Poderíamos dizer que sua confiança naquele profeta é maior que a própria resistência do mesmo profeta. E por isso Jesus responde, por fim, com uma expressão inusitada nos evangelhos: esta é “grande fé”, não “pouca fé”. O mesmo elogio Jesus o fez ao centurião, e ambos eram pagãos.

Mais uma vez o Evangelho nos propõe a essencialidade da confiança em Deus que liberta da angústia de confiar só em si mesmos e nos homens.

 A fé desta mulher convence Jesus a realizar a cura. Escreve o evangelista: «Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada». Diante de uma fé como esta nem Deus pode resistir!

Diante das dificuldades, muitas vezes ouvimos dos outros para termos fé! Sou alguém de “pouca” ou de “grande fé”? Por causa de nossa proximidade com Deus podemos cair na ilusão de que Deus só ao nosso pedido vai nos atender. A mulher fenícia, não desanima, enfrenta Jesus. Tenho esta mesma persistência em confiar sem desanimar em Deus?

Em nosso tempo continuamos sem romper com tantos mecanismos que marginalizam e excluem a tantos e autênticos crentes no Deus da Vida, unicamente porque são diferentes de nós por sua nacionalidade, classe social, estado civil ou preferência afetiva.

 Esperamos que alguma boa mulher nos dê a catequese da misericórdia e da solidariedade.

Pelo que se refere à ação "missionária" dos cristãos, bem sabemos que a letra do texto do evangelho de hoje bem poderia induzir-nos a erro, pois a missão não pode estar centrada em nenhuma classe restritiva de ovelhas, nem as de Israel, nem as do cristianismo, nem muito menos as "católicas".

A missão rompeu as fronteiras e somente reconhece como objetivo o reinado do Deus da vida e da Justiça. A missão já não pode ser chauvinista.

 Só se pode entender a missão senão como "Missão para o Reino", pela Utopia do Reinado do Deus da Vida, que é sempre um Deus inapagavelmente plural em suas manifestações, em suas revelações, em seus caminhos.

 Propósito:

Senhor, que eu seja mais sensível ao sofrimento dos pobres desta terra, do que aos “direitos adquiridos” dos sábios e entendidos! Que nas horas em que tu pareces não responder à minha súplica, eu persevere, confiando na tua misericórdia. Pai, purifica meu coração de toda discriminação e de todo preconceito, de modo que eu possa levar os benefícios do Reino a todos os que de mim precisarem.

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 Em seus ensinamentos, Jesus disse que todos devem se amar e “amar ao próximo como a eles mesmos” (cf Mt 22,39).
Com essas palavras, ele transmitiu o princípio fundamental: antes de amar alguém, é importante amar a si mesmo.
Se houver dúvidas sobre esse aspecto, significa falta de valorização pessoal.
É preciso trabalhar a auto - aceitação; somente assim será possível investir em algo construtivo.