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domingo, 31 de julho de 2022

EVANGELHO DO DIA 07 DE AGOSTO 2022 - 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


7 Agosto - Exclamemos sempre harmoniosamente: “Fiat voluntas Dei in omnibus”: Seja feita a vontade de Deus em tudo e, por enquanto, meditemos sobre os fatos que vão acontecendo com a permissão divina. (L 234). São Jose Marello



Lucas 12,32-48

"Jesus continuou: 
- Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês. Vendam tudo o que vocês têm e dêem o dinheiro aos pobres. Arranjem bolsas que não se estragam e guardem as suas riquezas no céu, onde elas nunca se acabarão; porque lá os ladrões não podem roubá-las, e as traças não podem destruí-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês. 
E Jesus disse ainda: 
- Fiquem preparados para tudo: estejam com a roupa bem presa com o cinto e conservem as lamparinas acesas. Sejam como os empregados que esperam pelo patrão, que vai voltar da festa de casamento. Logo que ele bate na porta, os empregados vão abrir. Felizes aqueles empregados que o patrão encontra acordados e preparados! Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o próprio patrão se preparará para servi-los, mandará que se sentem à mesa e ele mesmo os servirá. Eles serão felizes se o patrão os encontrar alertas, mesmo que chegue à meia-noite ou até mais tarde. Lembrem disto: se o dono da casa soubesse a que hora o ladrão viria, não o deixaria arrombar a sua casa. Vocês, também, fiquem alertas, porque o Filho do Homem vai chegar quando não estiverem esperando. 
Então Pedro perguntou: 
- Senhor, essa parábola é só para nós ou é para todos? 
O Senhor respondeu: 
- Quem é, então, o empregado fiel e inteligente? É aquele que o patrão encarrega de tomar conta da casa e de dar comida na hora certa aos outros empregados. Feliz aquele empregado que estiver fazendo isso quando o patrão chegar! Eu afirmo a vocês que, de fato, o patrão vai colocá-lo como encarregado de toda a sua propriedade. Mas imaginem o que acontecerá se aquele empregado pensar que o seu patrão está demorando muito para voltar. E imaginem que esse empregado comece a bater nos outros empregados e empregadas e a comer e a beber até ficar bêbado. Então o patrão voltará no dia em que o empregado menos espera e na hora que ele não sabe. Aí o patrão mandará cortar o empregado em pedaços e o condenará a ir para o lugar aonde os desobedientes vão. 
- O empregado que sabe qual é a vontade do patrão, mas não se prepara e não faz o que ele quer, será castigado com muitas chicotadas. Mas o empregado que não sabe o que o patrão quer e faz alguma coisa que merece castigo, esse empregado será castigado com poucas chicotadas. Assim será pedido muito de quem recebe muito; e, daquele a quem muito é dado, muito mais será pedido.

Meditação

Na leitura do livro da Sabedoria (Sb 18,6-9) recordamos a primeira páscoa israelita na saída do Egito. Esta celebração pascal é uma interpretação da história da salvação e um chamado constante à vigilância e fidelidade ao Senhor Deus de Israel. Deve-se levar em conta que o livro da Sabedoria foi escrito em meados do século I antes de Cristo, provavelmente em Alexandria e era dirigido aos judeus da diáspora e os desterrados no Egito. 

Por sua parte, o autor da carta aos Hebreus (Hb 11,1-2.8-19) escreve aos cristãos de origem judaica que se sentem desanimados diante das perseguições. Quer ancorá-los fortemente na fé a exemplo de seus antepassados. O exemplo de um desses pais da fé israelita: Abraão, emigrante também, e submetido a todo tipo de dificuldades, mas crendo sempre na promessa do Senhor apesar da esterilidade de sua mulher Sara.

O conteúdo desta Carta é uma lição de fé para o cristão de hoje, peregrino sempre nos caminhos de Deus pois nos recorda que a fé é uma tradição, uma memória, e que todo povo bem nascido deve venerar a memória de seus antecessores, especialmente a de seus “mártires”, os “testemunhas” da fé. Hoje, é bom insistir na recordação dos mártires desta nova época da história, com um conceito atualizado e mais amplo de martírio.

No texto evangélico de hoje encontramos três parábolas de Lucas que têm uma perspectiva comum: a escatologia. Depois de tratar o tema da esmola, vem a narração da parábola dos dois servos esperando o seu senhor; se intercala a parábola da vinda repentina do ladrão, que é um novo convite à vigilância.

A pergunta de Pedro: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?”, dá ocasião à resposta de Jesus para esclarecer que se trata de um servo constituído de autoridade sobre os demais servidores do senhor.

Com o passar dos anos se criou uma alegoria sobre esta parábola na comunidade cristã tal como conta Lucas; originalmente foi dirigida aos escribas de Israel, guardiões do povo eleito que não podiam dormir nos momentos difíceis. A comunidade cristã aplicou a si mesma essa atitude de vigilância diante da vinda do Senhor. 

No Evangelho de hoje nos encontramos com o tema da “espera vigilante”. O Evangelho de Lucas exorta ao “pequeno rebanho” para que não tema e olhe para a frente.

Por isso, é necessário não se apegar às riquezas; é necessário livrar-se delas através da esmola e escolher o essencial, sabendo discernir quais são os valores, cuja validade “caduca”. Estes bens inesgotáveis aos quais é lícito, e inclusive justo, que o coração se apegue, pertencem ao campo do ver e não ao do ter, ao do amor que se dá e não ao da possessão egoísta. 

Seguem depois as três breves parábolas, cujo motivo dominante é a espera vigilante, dinâmica (os criados que esperam durante a noite pela vinda do amo; a irrupção inesperada do ladrão na casa para roubá-la; o administrador inteligente e diligente, sempre disposto a apresentar os livros em dia quando o amo o chamar para acertar as contas.

A vigilância, especialmente quando a noite parece que nunca vai terminar, se sustenta pela esperança e comporta: 

- Uma mentalidade de disponibilidade, abertura, de prontidão para se pôr a caminho (“Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas”);

- Uma consciência clara sobre os perigos que nos ameaçam. Basta um minuto de distração, de fraqueza e desânimo para que alguém se aproveite e nos roube os valores mais preciosos. Ou também, conforme o conteúdo da segunda parábola: se alguém se deixar seduzir, desviar, inclusive ocasionalmente, por outras perspectivas, corre o risco de faltar ao encontro decisivo com o Reino, que chega na hora em que menos se espera;

- Uma fidelidade constante e uma grande prudência, que não é outra coisa senão sensatez, que indica o comportamento do ser humano que sabe adotar uma postura mais adequada a cada circunstância. 

A vigilância cristã é inculcada constantemente por Cristo (Mc 14,38; Mt 25,13). A vida do cristão deve ser toda ela uma preparação para o encontro com o Senhor.

A morte, que provoca tanto medo naquele que não crê, para o cristão é uma meditação: marca o fim de uma prova, o nascimento para a vida imortal, o encontro com Cristo que o conduz à Casa do Pai.

Na nossa vida de cristão é indispensável a nossa comunhão constante com Deus e a fidelidade à missão que ele nos confiou. Isto deve ser vivido, mesmo com as dificuldades que surgem. Contudo, a tarefa exige empenho: requer perseverança, senso de responsabilidade, paciência, vigilância.

Reflexão Apostólica:

Este Evangelho de Lucas desenvolve-se em torno de três temas (parábolas): a primazia dos valores do Reino de Deus sobre os bens terrenos, a vigilância e o julgamento final com os castigos a serem infligidos. 

As três parábolas representam a condenação de um estilo cristão sonolento, distraído, apagado, cansado, com tudo feito, ao final do caminho.

As parábolas constituem um convite ao compromisso inteligente, ao serviço diligente, a uma abertura ao imprevisível, a inserir no quadro de uma ordem razoável o elemento surpresa, a deixar brotar de dentro de nossos medos e temores a flor da esperança. 

A mensagem conjunta das três leituras de hoje é um convite a todos os cristãos para que assumamos uma atitude de disponibilidade e prontidão, de acender nossas lâmpadas e estar preparados para empreender o caminho que nos leva à casa de Deus Pai.

É um convite à confiança, a ver a vida de um modo novo, que deve levar a relativizar tudo, menos a Deus. Devemos cuidar muito mais de nossas atitudes do que das seguranças e das coisas, “porque onde está o tesouro, ali estará também o coração”.

O cristianismo enfrenta na atualidade um grande desafio. É religião “oficial” em muitos países e seu poder e cobertura têm crescido até o limite... mas a casa se encontra abandonada.

Cada igreja trata de salvaguardar seu espaço e seu poder sem buscar um consenso que permita a todos crescer em fidelidade e serviço.

Que não chegue o Senhor e encontre seus servidores lutando para ocupar o cargo mais alto e para ter mais poder na casa!

Isso vale para todos nós: sacerdotes/pastores nas igrejas, pais na família, cidadãos no Estado...  

Propósito:

Espírito de prontidão, que eu esteja em contínuo alerta, à espera do Senhor que vem, libertando meu coração do apego exagerado aos bens deste mundo.

 


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