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sábado, 24 de setembro de 2022

EVANGELHO DO DIA 02 DE OUTUBRO 2022 - 27 º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


02 de outubro - SANTOS ANJOS DA GUARDA.

Cada hora que soa é um passo a menos que temos de dar. Coragem! O nosso bom anjo será o nosso guia. (L 42). São Jose Marello




Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.

 Naquele tempo, 5os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”

6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria.

7Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’

8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?’ 9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado?

10Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.

 Um estímulo diário para que Deus sempre se faça presente na nossa vida

 O evangelho que será a base das nossas conversas dessa semana é curto (Lc 17,5-10), contem apenas 5 versículos, mas neles cruzam vários temas: A fé, a salvação e a opção radical pelo “caminho do Reino de Deus”; e, desses temas, sobressai a necessidade de uma reflexão adulta e corajosa sobre a atitude correta que o ser humano deve assumir face às exigências que Jesus faz para, efetivamente, caminharmos ao Seu lado.

 Na verdade, neste inicio de semana, eu e você somos convidados a aderir, com coragem a esse projeto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao mundo. E, esse convite encontra-se patente nesta parte do Evangelho de Lucas.

 Essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino de Deus” no mundo; por isso que àqueles comprometidos com a construção deste “Reino” devem ter a consciência de que não agem por si próprios; eles são, apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza o Seu projeto no mundo; e, o pagamento por esse serviço é nada mais, nada menos do que a tão falada salvação. Na verdade, nos resta cumprir nosso seu papel com humildade e amor ao próximo; além de não ficarmos adstritos somente às nossas obrigações, como “servos que apenas fizeram o que deviam fazer” (Lc 17,10).

 E, isso me faz lembrar que durante os nossos encontros sempre venho falando que Deus nos desafia a um engajamento no Seu projeto restaurador do mundo. Hoje, porém, vou mudar um pouco o enfoque para afirmar que nós devemos desafiar Deus.

 Calma! Não precisa pensar que estou ficando maluco! Eu vou explicar melhor: Essa minha afirmação decorre de uma analise do Evangelho de Lucas, onde podemos concluir que Deus espera que possamos desafiá-lo. É isso mesmo, o “best” para Deus é que nós, Seus filhos possam provocar o Seu agir, sem limites, na vida daqueles que O temem; que possam gerar um estímulo diário para que Deus sempre se faça presente na nossa vida.

 E, para desafiarmos o Senhor devemos abrir para Ele o nosso coração; devemos nos aproximar do Seu poder, não deixando passar a chance de nos agarrarmos a Ele. Ou seja, devemos nos engajar, com responsabilidade e comprometimento na realização da Sua obra, que tem por objetivo maior transformar corações e restaurar vidas. E, tudo isso pode ser definido com uma só frase: Chegar mais perto de Deus.

 Até porque, quando alguém tem um encontro íntimo e pessoal com Jesus Cristo; quando olha para Ele face a face, esse encontro traz transformações irreversíveis, porque todas as circunstâncias e, principalmente, a sua essência são transformadas;

 Ou seja, a sua velha natureza fica para trás, passando a conhecer os efeitos do ser espiritual, em lugar de viver atado e limitado a pessoa que era. E, Jesus chama esse milagre de “novo nascimento”. Coisa que só o cristianismo tem; coisa que só quem é cristão pode entender; mas que não dá para explicar, é necessário viver plenamente essa experiência!

 Todos esses simbolismos nos conduzem a certeza de que não devemos medir esforços para que Jesus e Seus ensinamentos estejam bem presentes na nossa vida, não apenas como um extintor de incêndio que somente é lembrado nas horas de dificuldades; mas, como O elemento essencial que nos traz toda paz, harmonia e tranqüilidade que tanto almejamos. Por tudo isso, não há como negar que o mesmo Deus que nos propicia a “salvação” que é uma dádiva de Deus e que custou o Seu próprio esforço e que o ser humano recebe pela sua fé, também nos concede a possibilidade de santificação, ordenando que as nossas boas obras sejam uma conseqüência natural da Boa Nova que o Senhor anuncia e implanta na nossa vida, até “porque pela graça sois salvos, mediante a fé;

e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2,8-10).

 Viver tudo isso não é fácil e exige planejamento, trabalho, disciplina e amor, muito amor. Esse é o maior discipulado de Jesus, um discipulado verdadeiro que gera responsabilidades, busca comprometimento e que diz ao nosso coração que podemos mudar todos os dias do nosso futuro, basta querer; pois, “se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (Jo 13,17).

Ser um verdadeiro espelho do amor de Deus

 Ontem reli uma frase que me deixou pensativo, pois relata a necessidade que temos de dia após dia, buscar o estímulo diário para que Deus sempre se faça presente na nossa vida e que agora vou compartilhar com você: “Deus é, sobretudo, um artista. Ele inventou a girafa, o elefante, a formiga. Na verdade, Ele nunca procurou seguir um estilo, simplesmente foi fazendo tudo àquilo que tinha vontade de fazer” (Pablo Picasso).

 Porém, você pode perguntar qual a relação desta frase com o Evangelho de Lucas (Lc 17,5-10)? Na verdade, Picasso conseguiu definir algo que o Senhor nos diz constantemente: Deus age sem parâmetros; Deus atua sem conceitos pré-estabelecidos; Deus opera sem um “modus operandi” determinado. E, isso acontece porque Deus sempre age com e por amor.

 E, por Deus agir com e por amor, que o nosso dever é desafiar o Senhor. Mas, como fazer para desafiar Deus? A resposta é bem simples: Devemos depositar N’Ele a nossa fé, mesmo se tenhamos em mente que ela (a fé) é menor do que um grão de mostarda. Ao depositarmos a nossa fé em Deus vamos poder constatar que Jesus é o enviado de Deus e o único que pode curar as nossas chagas, principalmente as existenciais. Porém, esse desafiar, deve nos remeter a uma entrega ampla, geral e irrestrita da nossa vida, o que nos fará, imediatamente, sentir a magnitude do poder de Jesus que foi outorgado por Deus.

 Até porque, a grande missão que Deus concedeu a Jesus e este último a cada um de nós foi a de anunciar e apregoar o infinito amor de Deus a todas as criaturas; demonstrando que é Deus, pelas razões que só Ele conhece e através de Sua bondade e amor, que nos concede a força necessária para continuarmos fortes na fé e robustos em nosso trabalho para transformar o mundo em um lugar melhor.

 Por essa razão, para que a proposta do Senhor se torne uma palpável realidade, no mundo e na nossa vida, não só com as palavras, mas, principalmente, com as ações, devemos fazer que a nossa existência seja uma superfície polida com a incrível capacidade para refletir tudo que Jesus fez, faz e fará na nossa vida; ou seja, Jesus, através do relato de Lucas, nos diz que devemos ser um verdadeiro espelho do amor de Deus.

 Em resumo: Foi porque Deus amou a humanidade enviou o seu Filho único ao mundo com uma nova proposta de salvação; essa oferta nunca foi retirada e nunca vai ser; essa oferta continua aberta e à espera de uma resposta nossa. E, diante da oferta de Deus, cada um de nós pode escolher a vida eterna, ou optar por auto-excluir deste projeto de salvação. A decisão é individual e devemos arcar com o ônus ou o bônus de cada uma das nossas escolhas.

 Ou seja, o amor de Deus se traduz em uma oferta de vida plena e definitiva. É uma oferta gratuita, incondicional, absoluta, válida para sempre e que não discrimina ninguém. A sua proposta é muita clara e não deixa espaços para dúvidas: “Vinde após Mim e farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17).

 E, assim teremos a nítida, clara e incontestável certeza de que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28); pois, “os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua oração. O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades, em glória!” (I Pe 3,12).

 Procurar viver todos os dias o ato de desafiar Deus

 Diante da necessidade de ser um verdadeiro espelho do amor de Deus, desde ontem venho recebendo comentários bem pertinentes sobre a afirmação que “Deus é, sobretudo, um artista. Ele inventou a girafa, o elefante, a formiga. Na verdade, Ele nunca procurou seguir um estilo – simplesmente foi fazendo tudo àquilo que tinha vontade de fazer” (Pablo Picasso).

 E diante desses comentários quero dizer a você que existem maneiras certas e erradas de reagir às determinações de Deus! Essa minha afirmação pode até parecer arrogante; essa minha afirmação levar você a concluir que eu tenho condições de criar um juízo de valor sobre como reagir às determinações de Deus. Mas, quero afirmar, em alto e bom som, que não é por ai!

 Na verdade, observando tudo àquilo que o Senhor diz claramente, nessa parte do Evangelho de Lucas (Lc 17,5-10) que contem apenas 6 versículos, vejo, até com certa facilidade, que Deus, através de Jesus, está aguardando uma ação nossa em desafiá-LO para que Ele faça deste mundo um lugar muito melhor de se ver e de se viver;

 E, porque afirmo isso? Porque diante daquilo que Jesus nos ensina, tenho a certeza que Ele espera que estejamos disponíveis ao Seu dispor para que Ele realize em nossa vida um trabalho restaurador; assim, devemos nos ligar unicamente ao Filho do Deus Vivo, que pode transformar lágrimas em sorrisos; tristezas em alegria.

 Até porque, o ato de desafiar Deus passa por uma dedicação ampla, plena e irrestrita ao árduo trabalho de modificar mundo, começando por hoje. E, para modificar o mundo, devemos ir além das obrigações; pois, só assim poderemos entender que este desafio só acontece através da nossa entrega incondicional, entrega essa que faz Jesus agir, livremente, na nossa vida;

 Você pode até pensar que estou sendo repetitivo; mas, observando esse texto de Lucas, não há como negar que as exigências que Jesus coloca àqueles mais íntimos, fazem-me ter a certeza de que existem maneiras certas e erradas de reagir às determinações de Deus. E, sem querer ser dono da verdade, a forma certa é aquela que traz paz ao coração.

 Ou seja, devemos fomentar uma relação mais íntima com o Senhor, ir além da nossa obrigação; uma relação que nos proporcione achegar a ponto de apalpá-LO. E, para isso é necessário estar cada vez mais próximos D'Ele.

 Até porque, para se deleitar nas bênçãos de Deus e ter uma fé consistente, é imperioso olhar sempre para frente e sentir o poder do nosso Deus, que transforma vidas e restaura corações. Ou seja, devemos amar como Ele nos amou; fazer mais do que nos pedidos;

 E, isso é necessário porque Jesus vive, e Sua vitória é a garantia de que os sonhos brotados do coração e da fé são as sementes de “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1-3); é exatamente essa atitude que o Senhor espera de cada um de nós, hoje, século XXI, que tenhamos a irrefutável certeza que, independente das nossas obrigações, Deus sempre nos diz: “Levanta e segue em frente sem temor!” (Mt 17,1).

 Essa afirmação nos leva a certeza que, independente das condições, devemos estar dispostos a clamar ao Senhor, na certeza de que “pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre” (Mt 7,7-8).

 E isso só acontece porque “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28); pois, “os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua oração. O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades, em glória!” (I Pe 3,12).

 Procurar ter consciência do infinito amor de Deus

 Não sei se você percebeu, mas desde a semana passada venho terminando as nossas conversas afirmando que porque “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28); pois, “os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua oração. O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades, em glória!” (I Pe 3,12).

 E, estou fazendo isso porque é necessário, é imperioso, é urgente reforçar isso para que você, especificamente você, possa entender de uma vez por todas a mensagem contida nesses cinco versículos do Evangelho de Lucas (Lc 17,5-10): “Eu estou perto de você, que me invoca, que me invoca lealmente. Abraço-lhe com minha ternura” (Sl 145,18)

 Isto que dizer que Deus está bem perto de cada um de nós! E, por isso, temos o dever de buscá-LO e aceitar o Seu convite para participar do Seu trabalho no mundo, nos engajando como trabalhadores na Sua peleja.

 Ou seja, não devemos nos perder em meio às ocupações, pré-ocupações e depressões do cotidiano, tendo em vista que a solidão pode e deve ser renegada a um segundo plano, em decorrência da Presença de Deus em nós; uma presença que é ressaltada pelo Seu amor.

 Deus nos diz que caso tenhamos nos distanciado de D'Ele por qualquer motivo, não tenhamos medo. Devemos nos voltar para Ele retornando, sinceramente, o nosso coração para Deus.

 Não necessitamos nos preocupar, pois o nosso bom e terno Deus não é um guarda de trânsito, que fica com um apito e um talonário de multa nos imputando penalidades por esse ou aquele procedimento.

 Porém, mesmo sabendo que Deus não nos julga, como nós muitas vezes julgamos aqueles que estão ao nosso lado, devemos ter em mente que a capacidade divina de continuar tolerando, perdoando, contornando, corrigindo, exortando não significa dizer que Deus é bobo. Deus age exatamente como qualquer um de nós que é pai (ou mãe - para ser politicamente correto), que perdoa os filhos, mas que coloca limites e, principalmente, um pai amoroso que impõe punições por amor.

 Muitas vezes não compreendemos os acontecimentos e julgamos que até mesmo que Deus está sendo mais benevolente com quem está do nosso lado do que conosco. Por isso Jesus afirma: “Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: ‘Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer’” (Lc 19,10).

 Essas palavras demonstram que devemos ter consciência do infinito amor de Deus, não podemos nos julgar mais merecedores da Sua Graça do que aquele que está ao nosso lado. Até porque, a Graça vem de Deus e cabe a Ele o controle e a sua destinação.

 Pois, como não sabemos dos sofrimentos e angústias que passam aqueles que estão ao nosso lado e, também, não temos consciência do sentimento de incapacidade que tais pessoas nutrem por não conseguirem driblar os problemas. Além de por não ter uma visão da realidade como um todo, acabamos julgando por aquilo que vemos, e não levamos em conta o que Deus nos diz textualmente: “não julgueis pela aparência.” (Jo 7,24).

 Devemos lembrar que Cristo “faz cair a chuva tanto sobre maus como sobre os bons e faz chover sobre os justos e sobre os injustos” (Mt 5,45). Isso porque Ele é um Deus de amor, que espera que possamos nos voltar para Ele, reconhecendo a nossa fragilidade e capacidade de ser muito condescendente quando julgamos a nós mesmos e extremamente rígidos quando julgamos o outro.

 Assim, devemos procurar em Deus os fundamentos de uma nova medida de justiça: a Misericórdia. Buscando sempre acolher àqueles que estão dispostos a abrir o seu coração para Deus e se engajar, com o seu talento, no maravilhoso projeto de Deus que tem por objetivo maior transformar corações e restaurar vidas.

 Vivendo plenamente a certeza, dia após dia, que devemos “esquecer das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante” (Fl 3,13) até porque “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28); pois, “os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua oração. O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades, em glória!” (I Pe 3,12).

Procurar ter consciência do infinito amor de Deus - II

 Neste dia dessa semana, como aconteceu desde a última segunda-feira, vou falar mais sobre a analogia feita por Jesus sobre o grão de mostarda; na verdade essa comparação trata, utilizando a licença poética, da capacidade extraordinária de crescimento da Palavra de Deus no estabelecimento do Reino proposto pelo Senhor.

 Não resta dúvida, pelo menos para mim, que é necessário, para ter uma vida plena, estarmos plantados na casa do SENHOR; depois desta conscientização, você pode perguntar: E o grão de mostarda? Na verdade, essa comparação decorre que embora a semente de mostarda seja minúscula, ela cresce até se tornar um arbusto frondoso.

 Ou seja, Jesus quer que possamos lembrar (ou relembrar) o quão é importante começar com ações pequenas e singelas na edificação do Reino de Deus; pois, através da ação do Espírito Santo de Deus elas certamente gerarão frutos grandes, para não dizer, enormes.

 Isso porque o nosso dever de deixar de pensar só em nós, no nosso horário, nos nossos interesses, nos nossos compromissos e começamos a nos interessar pelos outros, preocupando com eles, sofrendo e nos alegrando com o próximo, tirando uma parcela do nosso tempo para por em prática os projetos de Deus para o mundo; o nosso dever é sair do campo da obrigação e agir no campo do amor.

 No entanto, para agir no campo do amor é de suma importância acreditar efetivamente na nossa própria capacidade, que aliada ao suporte que é dado por Deus, para que possamos atingir os objetivos propostos. Muitos serão aqueles que, pelas mais variadas razões, colocarão obstáculos em nossa caminhada.

 Esse convite direto de Jesus (que eu prefiro entender como uma verdadeira intimação!) para a construção da vida sobre o alicerce firme dos Seus preceitos, deve nos fazer ver o quanto Deus se preocupa comigo e com você; Ele quer emendar o que fomos conduzir o que somos e, o mais importante, reger o que seremos.

 Mas, para que isso aconteça devemos fomentar a nossa fé; pois só quando a Palavra de Deus está no centro da nossa vida, ela nos concede forma aos nossos pensamentos, sentimentos e ações; caminhamos com segurança, ao encontro da realização plena e definitiva da sua felicidade.

 Por todos esses motivos, para aumentar a nossa fé, vamos, diariamente, precisar de oração, estudo e ação, para chegarmos ao equilibro necessário entre o mundo da forma que é (representado pelo jornal do dia) e da forma que deveria ser (representado pela Bíblia). Na verdade, o desafio que Jesus lança diariamente é o de anunciar a Boa Nova em forma de testemunho de vida, para que o nosso dia a dia se transforme em um exemplo vivo de dignidade, baseado numa relação fraterna e solidária com àqueles que nos cercam. Pois, “os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua oração. O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades, em glória!” (I Pe 3,12) e “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).

 

 

Evangelho do dia 01 de outubro sábado 2022

 


01 outubro - Reze, reze muito. Estes dias são de recolhimento: preparemo-nos em silêncio, esperando o sinal de Deus. (L 25). São Jose Marello



Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,17-24

 "Os setenta e dois voltaram muito alegres e disseram a Jesus:
- Até os demônios nos obedeciam quando, pelo poder do nome do senhor, nós mandávamos que saíssem das pessoas!
Jesus respondeu:
- De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio. Escutem! Eu dei a vocês poder para pisar cobras e escorpiões e para, sem sofrer nenhum mal, vencer a força do inimigo. Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu.
Naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse:
- Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso.
- O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.
Então Jesus virou-se para os discípulos e disse só para eles:
- Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo! Eu afirmo a vocês que muitos profetas e reis gostariam de ter visto o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ter ouvido o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.
"
  

Meditação: 

 Jesus no Evangelho abre os olhos dos Seus discípulos para que entendessem que a verdadeira alegria consiste em fazer a vontade de Deus.

 Eles se contentavam e se rejubilavam apenas porque os demônios lhes obedeciam quando falavam em Seu nome. Jesus mostrou-lhes que alegria muito maior é aquela que acontece no céu, quando atendemos ao chamado de Deus para falar em Seu Nome.

Para nós, hoje, também é uma glória saber que os nossos nomes estão escritos no céu, porque nos dedicamos a evangelizar pregando a boa nova por onde andamos.

 Como batizados (as), somos enviados (as) por Jesus a pregar o Evangelho a toda criatura, em todo o mundo. Porém, o nosso serviço só dará frutos se também nos sentirmos pequeninos, necessitados da graça de Deus.

Assim como exultou no Espírito Santo diante dos Seus discípulos, Jesus também o faz hoje, porque o Pai nos revela as coisas do Seu coração. Só os humildes e pequeninos podem “entender” os mistérios do céu.

Só quem conhece o Pai é o Filho e aquele (a) a quem o Filho o quiser revelar, por isso, entreguem-nos às sugestões do Espírito Santo a fim de podermos conhecer o Pai.

 Somos felizes porque os nossos olhos vêem mais além das aparências e podemos, na reflexão da Palavra de Deus, descobrir os Seus mistérios, os Seus planos para nós e para a humanidade, por nosso intermédio.

 Ver e ouvir o que o Senhor tem para nos revelar: são essas as ações a que somos chamados (as) no tempo atual da nossa vida.

Não percamos tempo: o Senhor tem muito a nos mostrar e também, a nos falar.

Você é uma pessoa atenta aos mistérios de Deus? Quando você medita sobre a Palavra de Deus se limita ao que está escrito, ou percebe nas entrelinhas uma mensagem para a sua vida? Você confia em que o seu nome também está escrito no céu? Você tem falado em nome de Deus?

 Reflexão Apostólica:

 O Evangelho de hoje pode ser dividido em três momentos. No primeiro momento, os 72 discípulos enviados retornam a Jesus, contando com grande alegria que até os demônios os obedeceram. Ao que Jesus diz que eles deveriam se alegrar ainda mais por já terem seus nomes escritos no céu. No segundo momento, Jesus faz uma oração de agradecimento ao Pai, por revelar essas maravilhas aos pequeninos, e esconder dos sábios e inteligentes. E no terceiro momento, Jesus volta a se dirigir aos discípulos, para falar da felicidade que eles deveriam sentir, por terem a oportunidade de viverem aqueles dias na presença do Filho do Homem, e poderem vê-lo e ouvi-lo...
 
Durante este mês de outubro iremos refletir bastante sobre a missão e os missionários. Ontem Jesus ficou bravo com as cidades que não acolheram bem os seus enviados, mas hoje vemos a alegria dos discípulos e de Jesus, que chega a render louvores ao Pai por algo inesperado!

O esperado seria que Jesus quisesse que todos, sem exceção, pudessem entender "essas coisas", mas Jesus agradece porque apenas aos pequeninos o Pai quis revelar...

É isso mesmo! Os sábios e inteligentes não alcançam esse entendimento, mas os pequeninos, sim! Que entendimento é esse?

A FÉ! Que, por sinal, é algo que dispensa explicações... e talvez por isso os sábios e inteligentes não consigam alcançar...

Talvez, se muitos desses sábios e inteligentes tivessem a chance de presenciar, ver e ouvir as maravilhas realizadas por Jesus, eles também teriam acreditado...

Jesus conclui com essas palavras: "Muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir."

Como seria maravilhoso se tivéssemos a chance de ver e ouvir Jesus, nem que fosse por alguns segundos... Quem sabe um dia...

Propósito: Contemplar a ação de Deus e, na sua presença, agradecer por revelar-se aos pequenos. 

Evangelho do dia 30 de setembro sexta feira 2022

 


30 setembro - Tudo sempre para a maior glória de Deus Nosso Senhor. (L 18). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,13-16

 "Jesus continuou:

- Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam se assentado no chão, vestidos com roupa feita de pano grosseiro, e teriam jogado cinzas na cabeça. No Dia do Juízo, Deus terá mais pena de Tiro e de Sidom do que de vocês, Corazim e Betsaida! E você, cidade de Cafarnaum, acha que vai subir até o céu? Pois será jogada no mundo dos mortos!
Então disse aos discípulos:
- Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou.
"
  

Meditação:

 No Evangelho de hoje, Jesus conclui o discurso em que Ele deu as recomendações aos 72 discípulos que iriam preparar a Sua chegada nas cidades que Ele pretendia visitar.

A irritação que Jesus demonstra hoje é com as cidades que não acolheram bem os discípulos de Jesus. Corazim e Betsaida eram cidades em que viviam judeus, ou seja, o povo a quem Jesus deu a prioridade de receber a Boa Nova em primeiro lugar. 

 Este texto, praticamente com as mesmas palavras, está também no evangelho de Mateus. Lucas inseriu-o no fim das orientações para a missão dos setenta e dois discípulos, na Samaria.

Temos aqui um contundente texto de imprecação. É um estilo característico do Antigo Testamento, sendo também encontrado na literatura grega.

 Existe uma profunda ligação dessa passagem com algo que ocorreu com Jonas e os Ninivitas (Jn 3,4-10). Deus, em muitas narrativas do antigo testamento, é apenas mencionado pela dureza da sua justiça aos que preferem o mal; no novo testamento, Jesus esforça-se em apresentar o Deus amoroso e compassivo. O Evangelho de hoje reafirma a presença soberana do Deus justo.

O evangelho de Lucas narra três “ais” de Jesus contra três cidades da Galiléia: Betsaida, Corozaim e Cafarnaum. Jesus constatou que nos lugares onde caberia esperar uma pronta aceitação de sua mensagem, foi onde encontrou maior resistência e dureza de coração; pelo contrário, donde não se esperava nada encontrou maior abertura e aceitação.

 Àquelas três cidades opõe a atitude de Tiro e de Sidônia. Lucas ignora a contraposição que faz Mateus de Cafarnaum com Sodoma (Mt 11, 23).

É a constatação que faz Lucas do efeito produzido pelo Evangelho dentro e fora do povo de Jesus. Lucas está consciente da universalidade da mensagem de Jesus, mas não deixa de fazer notar a obstinação do povo judeu aos desígnios de Deus.

 Nesse mesmo sentido, nossas atitudes não estão muito distantes de se parecerem com as de Betsaida, Corozaim e Cafarnaum.

 Cremos que já sabemos tudo, que não há nada de novo que nos possa tornar melhores, e disso decorre que existem ao nosso redor tantas pessoas, tantas coisas, tantas situações que permanentemente nos estão chamando à mudança, à retificação de nosso modo de ver, sentir, pensar, e nós nem nos damos conta disso.

E o que acontece no plano pastoral também acontece no institucional. Não podemos deixar de reconhecer que pertencemos a instituições que na maior parte do tempo estão fechadas à ação sempre nova do Espírito; fechamento que se traduz no apego a posições tomadas para guardar o status quo, posições dogmáticas que empobrecem cada vez mais as possibilidades de enriquecimento da mensagem, quase com desprezo pelo novo, como se houvesse autoridade para deter as novas ações do Espírito.

 Há quem se creia possuidor de uma dada verdade, fora da qual ninguém tem nada que dizer, nem acrescentar, contribuir proporcionar.

Essa foi a realidade que Jesus enfrentou e constatou também o primeiro grupo de discípulos e discípulas; Paulo a experimentou em sua própria carne e é a mesma situação que vivemos ainda hoje entre nós.

 Seremos premiados por ter guardado zelosamente algumas verdades de que o tempo e a realidade cotidiana vão exigindo reformulações, adaptações na linha da fidelidade ao Espírito? Muito provavelmente não, talvez sejamos julgados, isso sim, por não nos termos aventurado a deixar agir mais o Espírito.

 Jesus declara a íntima relação entre ele e seu Pai que o enviou. Não é possível admitir que Deus seja grande, maravilhoso, misericordioso, e tudo o mais que queiramos, e deixar de lado a proposta de Jesus.

 Rechaçar, com a sutileza que o fazemos, qualquer aspecto do Evangelho é rejeitar Jesus, e rejeitar a ele é repelir o Pai que o enviou.

 Talvez seja difícil escutar entre nós uma rejeição verbal contra Jesus, mas o que de fato vemos com toda a clareza é a repulsa prática, o deixar de lado por mil justificativas os aspectos mais comprometedores e de maior exigência do Evangelho.

 Infelizmente, nós passamos a vida teorizando, inventando planos e projetos de evangelização que muitas vezes ficam somente em mera teoria; não é esta uma das muitas maneiras de deixar escapar o próprio Evangelho e por onde se vai Jesus, ou por outras palavras, um modo de rejeitá-lo?

Como vimos. Jesus dá o veredicto negativo de toda uma cidade pelo mau acolhimento que alguns deram aos seus discípulos. Talvez houvessem, naquelas cidades, pessoas que acolheriam bem os discípulos...

 Pela falta de hospitalidade e acolhimento de alguns, todos pagaram! Jesus sabia que a brutalidade e arrogância dos maus gritam mais alto que a boa vontade e acolhimento dos bons... como aconteceu em Jerusalém, durante a Sexta-Feira Santa.

 A mensagem de hoje vai para os formadores de opinião pública! Vocês têm um grande poder e uma enorme responsabilidade nas mãos! Usem da sua influência para tornar as pessoas melhores: mais acolhedoras, mais educadas, mais hospitaleiras... mais humanas!...

 Quando os discípulos de Jesus chegarem na nossa cidade, que eles encontrem boa acolhida, para que não entremos todos na lista onde está Corazim, Betsaida, Cafarnaum...

 Reflexão Apostólica:

 Quando acontecem as fatalidades do dia-a-dia clamamos ardentemente pela justiça divina, mas quando somos nós os grandes opressores, pedimos a Sua misericórdia.

 Deus nunca, nem no novo e nem no antigo testamento deixou de olhar com justiça sendo assim compreensível a idéia que realmente precisamos TAMBÉM mudar.

 Às vezes pensamos: Será que somente rezar é suficiente? Trazer essa reflexão é importante, pois nos trás de volta ao compromisso que temos com a minha própria salvação e com a dos que me cercam sendo assim, inconcebível a idéia de salvação sem a cruz.

O mais engraçado é que todos sabem o que é certo e o que é errado, mas por que então não fazemos somente o correto?

 Passamos boa parte de o nosso tempo a justificar, para nós mesmos e para os outros, os atos e gestos (erros) que  desde o começo sabíamos que não era para serem feitos.

Sabemos que é errado, mas não conseguimos deixar de fazer “(…) Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo.”.

Iniciamos amanhã o mês missionário  e com ele a reflexão que precisamos antes de tudo começar pela conversão daquele (a) que vemos no espelho todos os dias. Talvez se conseguirmos convertê-lo (a) ou pelo menos fazê-lo (a) cair menos vezes, conseguiremos ter um mundo melhor.

Precisamos muito que isso aconteça, pois Deus é Justo e também será justo com nossa luta em buscarmos sermos alguém melhor do que já somos hoje.

 Uma possível conclusão: Se sei o que é errado e tenho convicção disso devo começar minha caminhada de dentro pra fora. Sendo assim

  Propósito:

Pai, move-me à conversão e à penitência diante do testemunho de Jesus, de modo que eu não incorra em castigo por minha incapacidade de reconhecer o apelo da salvação.

Evangelho do dia 29 de setembro quinta feira 2022

 

29 setembro - Quanto mais alguém trabalha sem pendor natural e guiado tão somente pela fé tanto melhor consegue enganar o demônio. (L 87). São Jose Marello

 


João 1,47-51

 "Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele:

- Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
Então Natanael perguntou a Jesus:
- De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
- Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira.
Então Natanael exclamou:
- Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
Jesus respondeu:
- Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
"
  

Meditação:

 Os encontros pessoais de Jesus com pessoas particulares, como o caso de Natanael, chamam a atenção por vários motivos e, portanto, ajudam-nos a reforçar a idéia central que Jesus desenvolve: a formação de seus discípulos para o Reino.

 A presença de Natanael diante Jesus traz como resultado um grande elogio por parte do Mestre: "Ai está um israelita de verdade, sem falsidade".

João apresenta esta passagem evangélica em forma de diálogo direto. Jesus fala para Natanael e para todos os que vieram ouvi-lo.

 A confiança de Jesus no discípulo e a profissão de fé do discípulo em Jesus são como duas faces da mesma moeda. Jesus propõe este novo dinamismo antes de ingressar na cidade onde dará a vida

 Natanael é um homem bom, crente, sincero, mas reflete, em sua atitude todos, os preconceitos de sua época. Como tantos de seus contemporâneos, considera que nada de bom poderia vir da periferia, de Nazaré.

 Isto é assim porque Natanael é um personagem representativo das pessoas pragmáticas, que consideram ingenuamente que tudo que é bom provém dos centros do poder, da riqueza e do prestigio. Mas o certo é que em toda a história da humanidade, as mudanças vêm de baixo, da periferia.

 Natanael não espera um humilde profeta camponês, como Jesus parecia a seus contemporâneos, espera sim um herói rodeado de todas as garantias políticas, econômicas e acadêmicas que asseguraria o êxito de sua gestão.

 Jesus derruba todas as pretensões de Natanael ao demonstrar que, mesmo tendo intenção sincera, seu olhar está orientado para o lugar equivocado. A "figueira" representa todos os personagens que com fé sincera se entregam ao senhor, mas cujo pessimismo impede de ver a esperança de Deus que germina na periferia e na pobreza

Aí temos um alerta de Jesus, mais que confessar sua fé em Cristo, ele, Natanael, seria testemunha de algo muito maior, ele veria a conseqüência de Jesus ser o que Natanael havia confessado :Filho de Deus e Rei de Israel.

Muito mais pela manifestação da glória de Deus do que pela mera "adivinhação" de onde Jesus o conhecera.

Jesus quis ensinar ao apóstolo que o destino do Filho de Deus , do Messias, era ser glorificado pelo Pai, no céu aberto e não no Reino de Israel, meramente humano.

Jesus interpela Natanael que se admirara do fato de ter Ele falado coisas sobre a sua vida e que o conhecesse sem nunca tê-lo visto antes.

Jesus deu a entender a ele que o fato de o conhecer era o mínimo diante do que iria acontecer na sua vida se ele aceitasse o chamado para ser Seu discípulo, e disse: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." 
 
Os "anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem" é uma alusão ao sonho de Jacó (Gn 28,12). Agora exprime a presença de Deus entre os humanos, na pessoa de Jesus.

 Os anjos, como emissários ou representantes de Deus, integram as tradições persas e mesopotâmicas que foram assimiladas no Antigo Testamento. São, ainda hoje, fonte de devoções no cristianismo e em religiões exotéricas.

Jesus abriu o céu para nós, e hoje, a cada momento em que nos recolhemos para orar, o céu se abre e os anjos do Senhor nos auxiliam levando as nossas preces que chegam a Deus como um perfume de aroma agradável.

Se, de coração contrito, fizermos a experiência, nós perceberemos que durante os nossos momentos de louvor e oração, o céu do nosso coração se abre e nele se fazem presente os anjos que nos trazem a paz de Jesus, o Filho de Deus. Jesus veio revelar ao mundo o amor do Pai e a sua presença no meio de nós.

A cada um que Ele chamou deu provas do Seu poder e da Sua sabedoria. E prometeu coisas maiores do que as que Ele fazia.

As suas promessas são também para nós, hoje. Ele nos chamou para viver o reino dos céus, aqui, e promete a manifestação da Sua glória em cada momento, de acordo com a Fé que tenhamos na Sua palavra.

Reflexão Apostólica:

 No dia 24 de agosto já refletimos sobre esta passagem bíblica, aliás, naquele dia a leitura ia do versículo 45 ao 51. Portanto, a reflexão de hoje será uma continuação da que começamos naquela ocasião

Neste texto, o verbo "ver" foi citado 5 vezes! Mas nem sempre o "ver" daqui é sinônimo de "olhar". Jesus viu Natanael chegar e disse que ali vinha um "verdadeiro israelita, um homem realmente sincero".

 Em seguida é que vem uma parte interessante... Natanael pergunta: "De onde o senhor me conhece?" E a resposta de Jesus é, no mínimo, intrigante. Preste atenção: "Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira." Jesus respondeu a pergunta de Natanael? Aparentemente, não. Mas a resposta de Jesus, para Natanael, foi tão perfeita, que na mesma hora ele reconheceu "Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!". A pergunta que não quer calar: O QUE NATANAEL ESTAVA FAZENDO EMBAIXO DESSA FIGUEIRA?

A psicologia diz que todos nós, na maioria das vezes quando estamos diante de alguém, representamos. E isso acontece até com os bebês.

Quando percebemos que estamos sendo observados, não agimos da mesma forma que quando não estamos sendo observados e é no momento em que não estamos sendo observados que nós realmente deixamos vir à tona o nosso íntimo... aquilo que está no nosso CORAÇÃO e que somente nós conhecemos. E você só pode dizer que conhece uma pessoa, de verdade, se você conhecer o CORAÇÃO dela.

Nós nunca saberemos exatamente o que Natanael estava fazendo embaixo daquela figueira. Naquele momento, Natanael não imaginava que estava sendo observado. Mas Jesus observou atentamente e tirou uma conclusão desta sua observação: "Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.". Jesus era DISCRETO, não disse o que Natanael estava fazendo naquele seu momento pessoal.

Sócrates dizia: "Conhece-te a ti mesmo." Quer saber quem você é? Observe que direção seus pensamentos tomam, quando você está completamente sozinho...

 Não se preocupe, ainda não inventaram um jeito de ver seus pensamentos. É quando você se despreocupa de passar qualquer imagem, que você mostra realmente o que tem no seu coração.

 Quem consegue captar esses momentos (como Jesus captou o de Natanael) tem um dom especial: conhecer o íntimo de uma pessoa, às vezes até melhor do que a própria pessoa.

Não gostou do caminho que os seus pensamentos seguem quando você deixa eles voarem por eles mesmos? Eles vão para o pecado, para a depressão, para lugar nenhum?...

 Não se preocupe, isso tem uma solução. O nosso inconsciente é burro. Não consegue diferenciar o entre o certo e o errado. Nós temos que alimentá-lo, conscientemente, com coisas boas.

 Escute uma música bonita, leia algo prazeroso, converse com alguém alegre, viaje, aprenda algo novo, assista um bom filme...

 O seu inconsciente vai ficar repetindo isso ao seu coração... e quando Jesus te ver no teu quarto, sozinho, e disser que te viu, você saberá que Ele te conhece, verdadeiramente.

 Você já pensou que Jesus, neste momento, lhe vê e conhece tudo sobre você? O que você acha que poderá estar escondendo dele? Você imagina a presença dos anjos quando você ora? Faça dos anjos seus intercessores e perceba como a sua oração terá um sentido mais pleno. 

 Propósito:

Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.

 ORAÇÃO DOS ARCANJOS

Arcanjo Gabriel, Portador das boas novas, das mudanças, da sabedoria e da inteligência.

Arcanjo da Anunciação, trazei a Palavra de Deus e que Ela permaneça em meu pensar e agir.

Fazei com que eu também seja um mensageiro, dos preceitos do Senhor por palavras de bondade e solidariedade.

 Arcanjo da Anunciação, vinde em meu auxílio.

 Arcanjo Rafael, Guardião da saúde e da cura. Peço que vossos raios curativos desçam sobre mim, dando-me saúde e cura dos males do corpo e da alma.

Guardai meu corpo e minha mente, livrando-me de todas as doenças.

 Que vosso raio curativo esteja em meu lar, meus filhos e familiares e no trabalho que executo com as pessoas com quem convivo diariamente.

Arcanjo Rafael, transformai a minha alma e o meu ser, para que eu possa sempre refletir a vossa Luz.

Arcanjo Rafael, curai nossas enfermidades.

Arcanjo Miguel, Príncipe Guardião e Guerreiro defendei-me com vossa espada e protegei-me com vosso escudo. Não permita que o mal me atinja.

 Protegei-me contra assaltos, roubos, acidentes, contra quaisquer atos de violência.

Livrai-me de pessoas negativas e invejosas.

 Levante o vosso escudo de proteção em meu lar e sobre minha família, parentes e amigos.

Guardai meu trabalho, meus negócios e meus bens.

 Arcanjo Miguel, trazei a paz e a libertação.

Arcanjo Miguel, defendei-me no combate.

 

Evangelho do dia 28 de setembro quarta feira 2022

 


28 setembro Sede extraordinários nas coisas ordinárias. (M 9/94/17; cfr. S 268). São Jose Marello



Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,57-62

 "Quando Jesus e os discípulos iam pelo caminho, um homem disse a Jesus:

- Eu estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar onde o senhor for.
Então Jesus disse:
- As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.
Aí ele disse para outro homem:
- Venha comigo.
Mas ele respondeu:
- Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.
Jesus disse:
- Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
Outro homem disse:
- Eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família.
Jesus respondeu:
- Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.
"  

Meditação:

 Em Mateus, na passagem paralela a esta, Jesus e os discípulos preparavam-se para atravessar o mar em direção a Gadara.

A caminhada que Jesus aqui inicia com os discípulos é mais teológica do que geográfica. Lucas não tem a pretensão de nos descrever os lugares por onde Jesus vai passar até chegar a Jerusalém.

 Seu objetivo é apresentar um itinerário espiritual, ao longo do qual Jesus vai mostrando aos discípulos os valores do Reino e os vai presenteando com a plenitude da revelação de Deus.

 É o caminho que terá o seu fim na Paixão Morte e Ressurreição do Mestre. Portanto, trata-se do caminho no qual se vai irromper a salvação definitiva. Como discípulos, somos exortados a seguir este caminho, para nos identificarmos plenamente com Jesus.

 Este caminho é penoso e exigente. Alias como se costuma dizer: a rapadura é mole, mas não é mole não!

Lucas apresenta – através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos – algumas das condições para percorrer, com Jesus, esse caminho que leva a Jerusalém, isto é, que leva ao acontecer pleno da salvação.

O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material: As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.

 O segundo diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância, impedem uma resposta imediata e radical ao Reino: Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.

O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se de tudo, para fazer do Reino a sua prioridade fundamental: nada – nem a própria família – deve adiar e demorar o compromisso com o Reino: Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.

 Não podemos ver estas exigências como normativas: noutras circunstâncias, Ele mandou cuidar dos pais ( Mt 15,3-9); e os discípulos – nomeadamente Pedro – fizeram-se acompanhar das esposas durante as viagens missionárias ( 1 Cor 9,5)

 … O que estes ensinamentos pretendem dizer é que o discípulo é convidado a eliminar da sua vida tudo aquilo que possa ser um obstáculo no seu testemunho quotidiano do Reino.

 Por isso, a nós discípulos de Jesus é proposto que o sigamos no caminho de Jerusalém. Pois é por ele que chegaremos à salvação, à vida plena.

 Trata-se de um caminho que implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de nós próprios, com o amor até às últimas conseqüências.

 Graças a Deus que nós temos um Pai paciente, compreensivo e amoroso, que compreende os nossos medos, lutas e fraquezas. 

 Ele está sempre pronto a estender-nos a mão, a perdoar e a aceitar-nos na Sua Igreja. Não porque nós mereçamos ou estejamos aptos, mas porque Ele é AMOR.

Quando vacilarmos, choremos e arrependamo-nos dos nossos pecados, orando : - "ajuda, Senhor, a minha falta de fé" (Mc 9:24).

No entanto, e sabendo nós da compreensão e amor do nosso Mestre e Senhor, temos que olhar firmemente para a Obra, segurar firmemente a rabiça do arado e  integrar-nos no trabalho de Deus.

 Não podemos desculpar toda a sorte de cobardia de certos cristãos formais, pois a vitória só nos advém por segurarmos firmemente o arado e olhar para Jesus, Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12,2).

 Não voltar para trás  para a corrida dos covardes, dos medrosos e dos derrotados, dos medíocres, antes mesmo da partida.

Jesus é exigente: quem está com a mão no arado não deve olhar para trás, mas seguir em frente em resposta ao chamado para a missão.

Reflexão Apostólica:

Quantas vezes nos pegamos dizendo: “Senhor serei fiel, atendei meu pedido” ou “vamos rezar para que Deus possa abençoar nosso encontro”? Repare que nessa segunda frase existe uma verdade e um medo. Verdade: Precisamos que Deus a nos ungir, que abençoe o local, a situação, que vá a nossa frente (…); mas revela um medo implícito. Dá para entender?

 Se realmente temos fé falaríamos: “esse encontro (reunião, grupo, família) é Dele e por Ele será abençoado”. De forma alguma estaríamos mandando em Deus, mas declarando a autoridade Dele sobre a situação.

 Talvez seja o sentimento (ou a falta dele) de “grau de parentesco” que nos impeça de acreditar. Somos seus filhos e como filhos Ele nos concede a autoridade de expulsar o mal, mas se não creio nisso, não consigo acreditar; não consigo ter fé.

 A fé é a primeira condição para as coisas acontecerem, mas o tempo é segunda. A fé precisa resistir ao tempo, mas a modernidade tem interferido em nossa vocação de esperar.

 Aprendemos aos poucos a querer tudo para hoje, mais tardar, amanhã; aprendemos aos poucos a por condições para servir, para ajudar, para se entregar

 Existem pessoas que tem a boa vontade em servir mais ainda carregam seus mortos. Pecados, erros e faltas do passado, que já foram mortos, ainda são carregados.

 Isso é tão nítido nas pessoas que mesmo conhecendo a Deus ainda são amargas, ranzinzas, briguentas, fofoqueiras e às vezes colocam esses “cadáveres” como condição de continuar o serviço: “Amo a Deus, mas vocês tem que gostar do jeito que eu sou”. Coisa nenhuma! Ninguém merece receber nossas pedradas por não termos ainda conseguido amadurecer na fé.

A vida é um bem comum a todos, o caminho também. Ele é repleto de flores e pedras, mas o nosso livre arbítrio é que decide o que levaremos por esse caminho. As flores e as pedras ficam no caminho, pois fazem parte do caminho de nossa aprendizagem, mas só a levamos conosco se quisermos.

 Irmãos difíceis carregam sacolas cheias de pedras, de passados, de medos, de preceitos, de paradigmas (…) e todas as vezes que são chamados a seguir uma vida melhor, não conseguem abandonar o peso que acostumou a carregar durante anos, até mesmo décadas. Sacolas ou mochilas cheias de pedras me fazem lembrar que Jesus um dia disse:

(…) Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento” (Mt 10, 9-10).

 Talvez, para exercermos melhor nosso ministério de serviço e em nossas funções no trabalho, na escola, na família, (…) seja imprescindível que não carreguemos o passado nas costas. É preciso dar um basta naqueles que dizem que o passado é nossa cruz e que precisamos carregá-lo.

 O passado não é nossa cruz, pois como Cristo, ela (cruz) também nos libertou. A cruz que realmente carregamos são as escolhas e promessas que fazemos hoje e serão difíceis de se cumprir se além do peso da cruz tenhamos que carregar as pedras.

 Anunciaremos o reino de Deus em nossa vida e na dos que nos cercam quando:

 Tomamos conhecimento que somos filhos e não escravos;

Abandonamos as pedras e mesmo nos tropeços conseguirmos ver as flores;
Acreditamos, como padre Fábio de Melo canta:
Que Deus me ama e não estou só, que Deus cuida de mimAcreditemos! Deus acabou de curar algo dentro de nós hoje!

Quando formos decidir algo em nossas vidas e na vida dos nossos, sejamos convictos (as), custe o que custar.

Propósito:

Pai, torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.