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sábado, 31 de janeiro de 2015

Evangelho do dia 4º Domingo comum - 01 de fevereiro

EVANGELHO DO DIA 01 DE fevereiro –

01 Apaixonemo-nos pelos grandes modelos e comecemos a agir! (L 10) São Jose Marello
Jesus ensina com autoridade - Mc 1, 21-28
Entraram em Cafarnaum. No sábado, Jesus foi à sinagoga e pôs-se a ensinar. Todos ficaram admirados com seu ensinamento, pois ele os ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas. Entre eles na sinagoga estava um homem com um espírito impuro; ele gritava: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!”. Jesus o repreendeu: “Cala-te, sai dele!”. O espírito impuro sacudiu o homem com violência, deu um forte grito e saiu. Todos ficaram admirados e perguntavam uns aos outros: “Que é isto? Um ensinamento novo, e com autoridade: ele dá ordens até aos espíritos impuros, e eles lhe obedecem!”. E sua fama se espalhou rapidamente por toda a região da Galileia.
Meditação: 
No Evangelho de hoje, Jesus continua entrando nas sinagogas para ensinar aos sábados, só que agora já leva consigo os discípulos. E o acontecimento que chama atenção, hoje, é a presença de uma pessoa com um espírito mau, que vem perguntar a Jesus o que Ele quer. E o tal espírito reconhece Jesus como o Santo de Deus.

Jesus apenas ordena ao espírito mau que "cale-se e saia dele". O espírito sacode o homem e deixa-o. As pessoas ficam admiradas ao verem que além da autoridade ao ensinar, Jesus também tem autoridade sobre os espíritos maus.

A cena acontece no primeiro dia de atividade de Jesus segundo o evangelista Marcos. Depois de chamar os dois pares de irmãos, Simão e André, Tiago e João, Jesus entra na sinagoga e põe-se a ensinar.
Surpreende, em primeiro lugar, que o evangelista não diga o que ele estava ensinando e que, no lugar disto, fale que na sinagoga, “o lugar dos puros”, havia um homem possuído por um espírito imundo.

Jesus começou seu ministério no Norte. A sinagoga da cidade de Cafarnaum será o cenário de suas primeiras ações extraordinárias. Seu público ficará surpreso com aquele ensinamento novo, proclamado com autoridade e não como os letrados (os fariseus), que careciam de credibilidade.

A entrada de Jesus e de seu pequeno grupo de seguidores na sinagoga não foi, naquela ocasião, para lá prestar culto, mas sim porque lá estavam também pessoas pobres e simples, presas fáceis do ensinamento dos que dominavam a Lei, mas eram incoerentes na hora de cumpri-la.
Surge uma pergunta: “que fazia um homem endemoninhado na sinagoga?”. O lugar dos “puros” estava agora ocupado pela imundície do demônio. O mal tinha penetrado também nas instituições religiosas, como a sinagoga e seus mestres.

A ação de Jesus dirigia-se à libertação do ser humano; por isso a expulsão do demônio está ligada a sérias rupturas com as estruturas de poder que tendem a dividir.
A libertação, o resgate do ser humano passa por um mandamento sustentado no amor e na solidariedade; trata-se de aprender a distinguir as manifestações do mal, para expulsá-las da vida humana e empreender o caminho para a construção de um projeto livre de autoritarismos ilegítimos.
Reflexão Apostólica:
O milagre relatado nesta passagem do evangelho de Marcos é apresentado no contexto de um gênero literário, empregado em grande número de outros: descrição do estado do doente, autoridade soberana e poderosa de Jesus, eficácia iminente de sua Palavra ou de seu gesto e, finalmente, a reação da multidão.
Uma forma literária desse tipo tem como finalidade revelar o poder de Cristo. Na descrição dos milagres de Jesus, Marcos se contenta frequentemente com esse tipo de poder. Descreve-o, sobretudo, em oposição ao influxo exercido até então pelos demônios.
Para a mentalidade do tempo de Jesus, a humanidade estava submetida aos “espíritos impuros”, que seriam a causa das enfermidades e da morte. Mas Deus deveria pôr fim algum dia àquele império tirânico por meio de seu Enviado, o “Santo de Deus”.
Para Marcos, o milagre não é mais que a arma por excelência do enviado de Deus contra o poder dos “espíritos impuros”, aos quais ataca precisamente lá onde manifestam sua presença: a doença e a morte.
Ineressa-lhe revalorizar o poder com que Jesus se manifesta qual enviado de Deus. Parece que, ao menos em Marcos, esse poder é já o da Ressurreição.
O milagre não se compreende senão com referência ao mistério pascal, quer dizer, o da Ressurreição, que não é mais que a submissão da morte à vida: uma vida plena para todos.
Jesus falava com autoridade porque vivia o que pregava. A autoridade com que Jesus ensinava vinha da sua vivência, do seu testemunho. Jesus ensinava o que Ele vivia, e pregava conforme a vontade do Pai.
Assim sendo, as Suas Palavras e ações provocavam a admiração de todos que percebiam Nele algo diferente dos mestres da lei: “ ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!” Até os espíritos maus O temiam, pois sabiam que Ele era o Santo de Deus. Jesus veio nos tirar das garras dos espíritos maus que teimam em desafiar os homens, mas não podem com Deus.
As obras que Jesus realizava naquele tempo, também hoje Ele as realiza, e para isto, nós somos seus instrumentos. Em Nome de Jesus, nós também poderemos expulsar o mal e calar a boca dos impertinentes.
Jesus veio nos restituir a dignidade de filhos de Deus, irmãos Dele; Ele nos deu o Seu Espírito Santo que tem poder de fazer e desfazer; Por isso, então, nós também podemos usufruir da autoridade que Ele nos dá para realizar milagres e prodígios.
Porém, para que os ensinamentos que nós damos a alguém tenham credibilidade, eles devem ser acompanhados da nossa ação e do nosso testemunho fiel ao que pregamos.
Resta-nos, então, perceber que Jesus tinha autoridade porque não só ensinava, mas agia. A nossa autoridade nos vem do nosso testemunho, da nossa firmeza e convicção. 
Parece uma contradição, mas no lugar onde as Sagradas Escrituras são lidas, comentadas e estudadas, habita a imundície. E chama mais a atenção que, logo à entrada de Jesus na sinagoga, o homem com o espírito imundo começa a gritar em plural como se fosse porta-voz de todos os que ali estavam: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus” (v.24).

Nosso ensinamento é o dos letrados, com o qual aquele homem se identificava; ensinamento que conduzia ao fanatismo, a afirmar a superioridade de Israel e o desprezo pelos demais povos.

O homem, possuído por este ensinamento, considera que Jesus é o consagrado de Deus, isto é, o messias com o qual todos os judeus sonhavam, aquele que restauraria a monarquia davídica para dominar e subjugar os povos pagãos. Mas Jesus não se identifica com esse messias.
Por isso expulsa o espírito imundo, libertando o homem daquela mentalidade alienadora, alimentada pelos letrados, que levava a dividir o mundo em bons e maus, opressores e oprimidos, dominadores e dominados; um mundo regido por Satanás, como hoje, para deixar todo mundo louco...
Os espíritos maus de hoje são a falta de respeito entre pais e filhos, a preguiça e acomodação, a falta de auto-estima que gera a carência e torna nossas crianças e adolescentes vulneráveis às más influências... E Jesus também tem autoridade sobre esses maus espíritos!
À medida que os ensinamentos de Jesus passam a fazer parte do cotidiano dos pais e dos filhos, os espíritos maus não encontram mais espaço, pois é o Espírito Santo quem conduz os pensamentos e os atos de todos e de cada um.

Propósito:
Senhor Jesus, afasta para longe de mim o mal que me impede de ser livre e de fazer-me servidor do Reino.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Evangelho sábado 31 de janeiro - São João Bosco

31 - Por que fugir da luta, sabendo que é o nosso legado? Ou sofrer ou morrer, diziam os santos; e nós digamos, pelo menos: ou trabalhar ou morrer! (S 30). São Jose Marello
Marcos 4,35-41
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Meditação
Após o período inicial de seu ministério pela Galileia, Jesus se volta também aos territórios gentílicos vizinhos. A expressão "Passemos para a outra margem" significa a nova meta do anúncio do Reino, na outra margem do mar galileu.

Na narrativa da travessia do mar, temos um "milagre da natureza", com a curiosa imposição de silêncio ao vento. Há o contraste entre a tranquilidade de Jesus e a angústia e perturbação dos discípulos diante do mar agitado.

Jesus dá andamento a sua proclamação, ao enfrentar serenamente os conflitos oriundos de seus adversários. Contudo, os discípulos estão atemorizados ante esse novo contexto criado por Jesus, em particular agora em que vão para missão em território exclusivamente gentio. Ele, provocativamente, questiona-os quanto a seu medo e falta de fé. Por sua vez, os discípulos questionam entre si a natureza da missão de Jesus.

A Bíblia nos ensina que é possível que sejamos atingidos por três tipos de “tempestades” em nossas vidas: (1) as “tempestades” que nós mesmos criamos (como aquelas que Sansão viveu por causa de seu envolvimento com Dalila e por não ter domínio próprio); (2) as “tempestades” que são causadas por Deus (como esta passagem do Evangelho de hoje); (3) as “tempestades” criadas por outras pessoas (como a que Paulo e Silas viveram quando foram levados ao cárcere).

Algumas histórias pagãs antigas mencionavam indivíduos poderosos capazes de subjugar as forças da natureza, estes eram considerados deuses. O Evangelho nos mostra que Jesus é Deus porque Ele tem poder e autoridade sobre todas as coisas incluindo as forças da natureza.

Jesus convidou seus discípulos a passarem para a outra margem do Mar da Galiléia. Após um dia cansativo, o Senhor precisa recompor suas forças; descansar; e Ele sabia bem que seus discípulos precisavam fazer isso também a fim de ter uma vida equilibrada.

Vamos para a outra margem!” Foi o convite do Senhor. Jesus olhou aqueles homens que haviam trabalhado duramente, sem descanso e os convida a se retirarem.

Imaginemos o quão estressante seria a vida de Jesus, se Ele não separasse tempo para descansar. Sem privacidade, sem uma casa sua, em seu ministério itinerante, dia após dia o Mestre ia de um lugar a outro, atendendo a todos aqueles que a Ele se achegavam com suas dores, seus problemas de quaisquer ordens.

Facilmente o Mestre teria se esgotado se Ele não soubesse QUANDO devia descansar. Não raro Ele ia ao deserto ou às montanhas refazer-se, por meio da oração, conectando-se ao Pai.

Jesus sabia que o descanso NÃO era algo opcional, por isso Ele sobreviveu ao stress bem como à ansiedade e ao pânico que tantas vezes poderiam ter assolado Sua vida e seu ministério.

Enquanto Jesus dormia tranqüilo, levantou-se grande temporal de vento; o que era bastante comum na região do Mar da Galiléia, o qual era considerado muito perigoso.

Embora fossem homens experientes no lidar com o mar, os discípulos encheram-se de pavor e de ansiedade, pois nunca tinham estado com o barco à deriva, longe da costa. Estavam certos da morte, do naufrágio que os abateria por causa daquela tempestade. Então acordaram a Jesus, porque as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já começava a encher-se de água.

A verdade é que ninguém gosta de tempestades. E nós, que somos cristãos, apesar de sermos advertidos de que seremos provados, muitas vezes enfrentamos grandes problemas ao nos depararmos com as “tempestades” da vida, com nossas dificuldades.

Como permanecer calmos, manter a coragem e a confiança em Deus, não importando as circunstâncias, quando estou em crise em meu casamento, meu trabalho ou com alguém na própria igreja? Como não sucumbir, se forças para além das minhas teimam em me ameaçar?

Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Assim perguntaram os discípulos. Assim perguntamos tantas vezes a Deus. “Senhor, não te importas comigo? Com meu casamento, com minha saúde, com minha vida espiritual, com minhas finanças?”, “Senhor, eu vou perecer!” gritamos assustados e ansiosos pelo “socorro divino”! (Sl 121,1-2)

Os discípulos viviam com Jesus, viam seus feitos todos os dias e ainda assim se angustiaram. É, amados irmãos, a incredulidade é a mãe do pânico e faz parte de nossa natureza humana, principalmente se esta não estiver submetida continuamente a Deus.

Jesus levanta-se, chama a atenção de seus discípulos. Chama-os à razão! “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”, Ele afirma convictamente.

De fato, com Jesus em nosso barco, é preciso que dominemos nossas emoções, nossos temores. A Bíblia nos adverte que nossas emoções são enganosas. (Pv 23,7)

Jesus, então, repreende os ventos e o mar e faz-se GRANDE bonança. Não somente bonança, amados! Porém GRANDE bonança. O que aprendemos com isto? Aprendemos que o Senhor Jesus é Deus! É o Senhor da criação! Ter poder sobre as forças da natureza era para os judeus uma evidência da Divindade. Somente Deus poderia dominar as forças naturais. Todavia sua visão espiritual estava vedada. 

E, ao clamarem por socorro, os discípulos demonstravam que ainda não conheciam o Senhor! Eles ainda não sabiam QUEM Jesus era! Porque o mero conhecimento de Deus é insuficiente para vencermos em tempos difíceis. É necessário passar do limite! É necessário que o conheçamos não apenas de ouvir falar, como bem disse Jó, mas de experimentarmos seu amor real, sua misericórdia que nos resgata sempre!

Será que sabemos QUEM Ele é? Será que quando as adversidades nos assolam, dormimos tranqüilamente, repousando em Deus, crendo que, com Ele em nosso barco, nada poderá nos abater ? Ou será que temos perguntado “Mestre, não te importa que morramos?”, incrédulos ainda do grande poder que o Senhor tem para acalmar TODAS as tempestades, sejam elas terríveis como forem?

Quando o Senhor se levanta, a tempestade cessa, a agitação pára, os ventos se acalmam, porque Ele é Deus! E então experimentamos GRANDE bonança.

Tendo Jesus ordenado que o mar e que os ventos se acalmassem, aqueles homens maravilhados perguntavam-se entre si: “Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?”
Vejamos que a preposição ATÉ em nossa língua é usada para dar a idéia de inclusão. Implicitamente, eles diziam “Ele pode fazer tudo, INCLUSIVE ordenar ao mar e aos ventos que se acalmem!” 
Para que Deus Pai permitiu aquela tempestade? A fim de dar a conhecer aos discípulos QUEM era Jesus.
Vejamos, o que significam, então, para Jesus, os meus problemas, os seus problemas? Sabemos QUEM Ele é? Temos confiado completamente nossa vida a Ele?
Jesus é o amado filho de Deus, que morreu por nós, a fim de nos dar vida em abundância! Ele está aqui hoje e deseja entrar no barco da sua e da minha vida para mudar completamente a nossa sorte!

Você crê nisso? Receba hoje a Ele e você verá que, mesmo em meio às muitas lutas e às tempestades da vida, com Jesus no barco, tempestade alguma nos abaterá!
 Reflexão Apostólica:
Às vezes Jesus também nos chama a ir com Ele para a “outra margem” e nós temos que sair da tranqüilidade da nossa vida e enfrentar a tempestade. Nesses momentos nós até achamos que “procuramos sarnas para nos coçar”, como diz o ditado.

O seguimento de Jesus implica em que saiamos da comodidade da nossa “vidinha” para entrar na Sua barca que na maioria das vezes enfrenta o mar bravo onde a ventania lança ondas fortes e tenta nos afogar. Mesmo sabendo que Jesus está conosco, nós deduzimos que Ele dorme e nos deixa entregue à nossa sorte.

A nossa falta de fé em Jesus que está presente na nossa vida é a causa do medo que nós sentimos nos nossos momentos difíceis. Como o próprio Jesus falou, “Ainda não temos fé”, ou melhor, ainda não nos apossamos deste dom precioso.

Por isso, acordamos Jesus e reclamamos a sua assistência com revolta: “e tu não te importas?” Entretanto, o homem novo, cheio de fé tem confiança em que Jesus está perto, no barco da sua vida e embora que às vezes pareça estar “dormindo”, nunca o abandonará. O medo, embora faça parte da nossa humanidade, não deve, porém, dominar nossa nova criatura.

A fé é como uma ponte que se move debaixo dos nossos pés quando atravessamos as dificuldades com Jesus 

De que você tem medo? Você confia que Jesus está perto de você? Você também costuma argüir a Deus porque as coisas não são diferentes? Você suporta o sofrimento confiando no poder e no Amor de Deus? Qual é a sua reação diante dos seus fracassos? Você já entrou na barca com Jesus?

O Reino de Deus exige seguidores com uma fé profunda e resistente. Ela deve superar todo temor. É o convite que o texto do Evangelho de hoje nos faz. Jesus está dormindo, enquanto os discípulos sentem medo do vento, que é impetuoso.

Os discípulos correm para acordar Jesus: é uma memória da ressurreição e de seu senhorio. É por isso que Jesus fala com o vento como se fosse uma pessoa e o faz com autoridade. Diante de sua Palavra o vento não tem outra saída a não ser obedecer.

No relato, o vento é sinal do maligno e outra vez se demonstra que os espíritos do mal reconhecem o senhorio de Jesus e o obedecem. No Reino, Jesus está ao lado dos que aderem à sua proposta. Não há o que temer! Deus dá a garantia de que seu amor não abandona nunca o crente.

O que o crente deve fazer é convencer-se da companhia sincera de Jesus na história. Deus mesmo caminha e avança com o povo até levá-lo ao porto seguro. Compreendamos algo extremamente importante: Deus não falha!

 Propósito:
Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Evangelho do dia 30 de janeiro sexta feira

30 - O espírito humano, como os fluídos, se coloca sempre no nível dos objetos que o rodeiam. (L 5). São Jose Marello
Marcos 4,26-34
Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão:
“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.
28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.
30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
Meditação:  
A semente que germina e cresce por si mesma exprime a ação de Deus que comunica amor e vida a todos, suplantando os poderosos deste mundo que semeiam a fome e a morte. A segunda parábola, da inexpressiva semente que se transforma em uma árvore acolhedora dos pássaros, exprime que a fé dos discípulos, desprezível diante do mundo, pode gerar o mundo novo de fraternidade e paz. A prática e o ensino de Jesus são caminho e luz.
Marcos mostra Jesus como Mestre do Reino ensinando às multidões desde a barca de Pedro (4,1). Seu ensino é na base de parábolas ou exemplos. A parábola é uma narração que sob o aspecto de uma comparação, está destinada a ilustrar o sentido de um ensino religioso.
Quando todos os detalhes têm um sentido e significado real, a parábola se taransforma em alegoria. Como em Jo 10,1-16, no caso do bom pastor. No A T as parábolas são escassas, um exemplo é 2 Sm 12, 1-4 em que Natã dá a conhecer seu crime a Davi.
Porém no NT Jesus usa frequentemente as parábolas especialmente como parte de seu ensino do Reino dos Céus, para iluminar certos aspectos do mesmo. No dia de hoje temos duas pequenas parábolas, a primeira própria  de Marcos e a segunda compartida por Mateus (13, 21+) e Lucas (13, 18).
Na parábola da semente, Jesus indica que o Reino tem uma força intrínseca que independe dos trabalhadores. Na segunda que o Reino, minúsculo nos tempo de Jesus, expandir-se-á de modo a se estender pelo mundo inteiro. Vejamos versículo por versículo as palavras de Jesus.
 E dizia: assim é o Reino do Deus, como se um homem lançasse a semente sobre a terra (26). Que significa Reino de Deus? No AT Jahvé, o Deus de Israel, era o verdadeiro rei e seu reino abrangia todo o Universo.
Os juízes eram praticamente os seus representantes. Por isso, o seu profeta Samuel, último juiz, escutou estas palavras: Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, porque não querem mais que eu reine sobre eles (I Sam 8, 7).
A partir de Davi o reino de Deus tem como representante um rei humano, mas a experiência terminou em fracasso, e o reino de Deus acabou por ser um reino futuro escatológico como final dos tempos e transcendente, como sendo Deus mesmo o que seria ou escolheria o novo rei.
Esse reino está chegando e tem seu representante na pessoa de Jesus e dos apóstolos. Nada tem de material ou geográfico, e é formado pelos que aceitam Jesus como Senhor, caminho, verdade e vida.
Por isso dirá Jesus que o reino está dentro de vocês. A Igreja fundada por Jesus é a parte visível desse reino, que não é como os do mundo, mas tem sua base em servir e não em ser servido (Lc 22, 27).
O oposto do amor, que é serviço no reino é o amor ao dinheiro ( Mt 6, 24), de modo que podemos afirmar que o dinheiro é o verdadeiro deus deste mundo.
A primeira comparação que revela como atua o Reino é esta parábola de Jesus, facilmente entendida como tipo, e que finalmente veremos como protótipo nas observações.
E durma e se levante noite e dia; e a semente germine e cresça de um modo que ele não tem conhecido. É importante unir este versículo ao anterior para obter o sentido completo da parábola.
O agricultor faz sua vida independente e a semente nasce e cresce sem ter nada que ver com o agricultor fora o fato de ser semeada por ele no início.
Deste modo Paulo pode afirmar: Eu plantei, Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer. Aquele que planta nada é; aquele que rega nada é; mas importa somente Deus, que dá o crescimento (1 Cor 3, 6-7). Assim, a continuação dirá Jesus: Pois por si mesma a terra frutifica primeiramente a erva, depois a espiga, depois o trigo pleno na espiga .
Quando porém, tiver aparecido o fruto, rapidamente ele envia a foice porque tem aparecido a ceifa. Não há nada a comentar a não ser que o trabalho do agricultor. Vemos como se reduz a semear e ceifar. A terra e a semente fazem o resto.
E dizia: a que compararíamos o Reino do Deus , ou em que parábola o assemelharíamos? Parece que Jesus medita antes de afirmar ou escolhe uma comparação apropriada.
Seu estilo é de chamar a atenção dos ouvintes, um simples recurso oratório que indica por outra parte uma memória viva dos ouvintes e não uma posterior reconstrução. É possível que estas palavras formem parte do método de ensino de Jesus.
Como com a semente da mostarda, a qual quando sendo semeada na  terra é a menor de todas as sementes sobre a terra. A mostarda é uma planta da família da couve ou repolho, de grandes folhas, flores amarelas e pequenas sementes, que tem duas espécies principais: branca e preta. A branca chega até atingir 1,2 m de altura e a preta pode chegar até 3m e 4 m de altura. A negra é comum nas margens do lago de Tiberíades e seu tronco se torna lenhoso. Por isso os árabes falam de árvores de mostarda. Esta variedade so cresce ao longo do lago e nas margens do Jordão. Os pintassilgos, gulosos de suas sementes chegam em bandos para pousar nos seus galhos e comer os grãos. As sementes não são as menores entre as conhecidas, mas parece que eram modelo, na época, de coisas insignificantes.
A mais comum é a branca não tão ardente como a preta, precisamente por sua maior facilidade em recolher os frutos. E quando está semeada surge e se torna maior do que todas as hortaliças e produz galhos grandes de modo que podem, sob sua sombra, as aves do céu habitar . Temos visto como chegam até 3 ou 4 m de altura, suficientes para aninhar os pássaros em seus galhos.
E com muitas parábolas semelhantes falava a eles a palavra do modo que podiam ouvir . Temos aqui uma discriminação feita sem saber a razão de por que foi escolhida por Jesus.
Os discípulos tinham ocasião de saber o significado verdadeiro das comparações, por vezes não muito claras para o ouvinte geral. O caso mais evidente é o do semeador e os diversos terrenos em que a semente cai.
O público em geral podia ficar com a idéia de que a semente da palavra era recebida de formas mui diversas pelos ouvintes, mas a razão destas diferenças só era explicada aos que, interessados, perguntaram junto aos doze pela explicação da mesma (Mc 4, 13-20).
O encontro com a palavra é um dom de Deus, mas a resposta à mesma depende da vontade e do interesse de cada um. A explicação correspondente sempre a receberá quem esteja interessado em saber a verdade.
Na primeira destas parábolas do dia de hoje temos a exposição de como o Reino se expande com uma força que não depende dos homens mas do próprio Deus. Poderíamos dizer que descreve a força interna do Reino.
Na segunda parábola encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria espetacular desde um pequeno grupo insignificante como é a semente da mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete, até uma árvore que nada tem a invejar os carrascos da Palestina.
Uma certeza é evidente: o Reino é uma realidade que não se pode ignorar. Em que consiste? Jesus não revela sua essência, mas devido ao nome estamos inclinados a afirmar que o Reino como nova instituição é uma irrupção da presença de Deus na História humana, que seria uma revolução e uma conquista, não violenta mas interior do homem, e que deveria mudar a religião em primeiro lugar e as relações sociais em segundo termo.
Numa época em que revoluções externas e lutas pelo poder estavam unidas a uma teocracia religiosa era perigoso anunciar a natureza verdadeira do Reino. Daí que só as externas qualidades do Reino tenham sido descritas e de modo a não levantar reações violentas. O reino sofrerá violências mas não será o violentador (Mt 11, 12).
Se quisermos apurar as coisas, poderíamos atribuir ao Reino uma universalidade que não tinha a Antiga aliança. Mas isto é esticar as coisas além do estado natural das coisas e da narração de hoje no evangelho de Marcos.
Reflexão Apostólica:
As duas parábolas do evangelho de hoje são estímulo e fortalecimento da esperança nas comunidades. O lavrador aplica-se com esforço à semeadura e ao cultivo de sua plantação. Porém, a vida que se desenvolve a partir da semente é obra de Deus. E uma insignificante semente já tem certa grandiosidade, revelada com o tempo.
Os sistemas opressores defendem o progresso que os beneficia, mas sacrifica o povo e a natureza. Contudo, estas parábolas das sementes revelam o projeto do Reino de Deus de resgatar a vida sobre a terra.
Tal projeto parece frágil diante dos poderes deste mundo. Todavia, seu desabrochar e crescimento, como obras de Deus, não serão tolhidos por ninguém. O Reino de Deus é o banquete da celebração da vida plena para todos, a qual se vai manifestando até atingir a plenitude.
As religiões querem se sentir com todo poder e auto-suficientes, crendo que a tarefa da salvação está nelas e, pior ainda, afirmam que fora delas não há salvação. Mas Deus age com outros parâmetros. O que nos recorda a parábola de hoje é que as plantas crescem pela força da terra e não pelo poder do semeador. Esta grande comparação é aplicada por Jesus ao Reino.

Quer dizer, o Reino é obra de Deus. Para conseguir entender esta grande lição que sai da alma de Jesus, primeiro temos que perceber que Deus, ao assumir a dimensão humana, não tem medo de impulsionar, desde esta dimensão, sua grande obra de divinização da humanidade. O evangelho deixa claro que, é Deus e não os instrumentos de nenhuma instituição, quem torna possível que o Reino cresça.

Da pequenez, Deus faz que uma realidade tão majestosa como o Reino aconteça. O Reino é a simplicidade, a humildade, o resgate do irmão, a inclusão dos que são diferentes, a dignificação do pobre. Por isso o Evangelho o expressa com o símbolo do grão de mostarda. A Igreja será cada vez mais parecida ao Reino se nos voltarmos às pequenas comunidades, sementes de uma nova maneira de ser Igreja e de ser cristão.

O reino de Deus é como uma semente que é lançada no nosso coração por meio da mensagem que Jesus Cristo veio nos trazer. Quando nós acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós o processo de germinação e fecundação do reino de Deus, uma vida nova que iremos oferecer ao mundo.
É Deus quem no nosso próprio coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem nós mesmos percebamos. A cada dia, mais e mais nós vamos ficando plenos do Espírito Santo, que opera em nós e, por isso, os nossos valores vão mudando, as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações vão se afeiçoando aos ensinamentos de Jesus.
Isto significa que o reino de Deus cresce dentro de nós de mansinho, silenciosamente, de tal maneira que um dia nós estamos tão cheios de alegria, paz e felicidade que não dá mais para conter, por isso, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. É o momento da colheita!
O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia.
Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu.
Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar nós teremos como conseqüência, uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade.
Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente.
A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos. 
Você tem notado o crescimento do reino de Deus em você? Quais as mudanças que aconteceram em você? Você se sente mais feliz, hoje do que antes? Você já está sendo árvore que dá sombra? Você se sente amado (a) por Deus?
Propósito:

Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Evangelho do dia 29 de janeiro - quinta feira

29 Temos que sofrer muitas contradições na carne e no espírito. Mas esta é a nossa missão: carregar generosamente a cruz seguindo as pegadas do Mestre. Ele certamente nos dará a força necessária para que possamos chegar, sem desvios, à grande meta do Paraíso. (L 52). São Jose Marello
Marcos 4,21-25
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. 24Jesus dizia ainda: “Pres­tai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”. 
Meditação:  
O povo de Israel também teve essa vocação de iluminar o mundo inteiro, mas os interesses mesquinhos e o fanatismo fizeram com que se extinguisse a chama da humanidade nova, em torno do Deus libertador e humanizador. Por isso Jesus assume o compromisso de convidar seus discípulos e discípulas a tomar a chama que Israel não manteve acesa e reiniciar um processo novo de iluminação de toda a humanidade.

Nessa linha evangélica, a tarefa de todo cristão é fazer com que a luz de Cristo que emana, que inclui, que redime, que humaniza, que valoriza e respeita toda diferença, que faz possível a justiça, os direitos dos povos e salvaguarda a criação, chegue a todos os rincões do mundo e se possa conseguir a grande civilização do amor. Esta é uma grande responsabilidade que todo crente em Jesus tem ante a história. Ser luz!

A pessoa que recebeu a Palavra de Deus de bom grado em seu coração há de frutificar grandemente, de maneira que todos possam ver os seus frutos. Daí a parábola da candeia, que revela a posição que ocupará no reino espiritual aquele que se deixou transformar completamente pela semente da Palavra.
Marcos apresenta alguns ditos de Jesus que são encontrados, dispersos, em Mateus e Lucas. O dito a respeito da lâmpada sobre o candelabro é encontrado no evangelho de Mateus, introduzido pela proclamação: “Vós sois a luz do mundo!” no início do Sermão da Montanha.

Assim, o testemunho dos discípulos deve ser uma luz para o mundo. No ensinamento de Jesus, não há nenhuma falsidade oculta, como na doutrina dos fariseus, nem ensinamento reservado a grupos elitizados, como no gnosticismo.

“E disse-lhes: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O candelabro era a lâmpada dos tempos de Jesus. Na parábola, a candeia significa a luz de Deus que brilha através de alguém que realmente teve uma experiência pessoal com Jesus. Sua vida vai manifestar um brilho especial como que dizendo ao mundo que se achou o caminho da paz, da alegria, da fé, que as pessoas tanto procuram.

O papel da Palavra de Deus no coração do homem é justamente este, o de tirar o homem das trevas do ódio e da amargura, e coloca-lo na luz do amor de Deus.

Uma vez que o indivíduo teve essa experiência e vai crescendo mais e mais no conhecimento de Deus, a luz de Cristo no seu interior vai brilhar cada vez mais intensamente a fim de se manifestar aos homens que ainda vivem nas trevas (Jo 1,4-5; I Jo 1,5-7)

“E disse-lhes: Vem porventura o candelabro para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O texto diz que a lamparina não vem para ser deixada num lugar qualquer da casa, mas sim no velador que sempre era posicionado em lugares altos de onde podia iluminar toda a casa.

Jesus está dizendo que aquele que teve uma experiência genuína com Deus e que está crescendo em maturidade através da semente plantada em seu coração, certamente será posicionado em lugares cada vez mais estratégicos no reino espiritual de maneira que possa abençoar as pessoas de forma mais eficaz.

Quem nos posiciona em lugares altos é o Senhor nosso Deus. Ele conhece o nosso coração e sabe se de fato temos frutificado e sido abençoadores de outras vidas. Aquele que é fiel no pouco sobre o muito será colocado (Mt 25,23).

“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4,22). Jesus disse que nada está encoberto senão para vir à luz.

Ele está querendo dizer que assim como uma semente plantada na terra permanece oculta por um certo tempo, vindo depois à luz, da mesma forma, toda semente divina plantada no coração do homem, tende a manifestar-se no seu devido tempo, revelando sua espécie.

Aquele que tem recebido pela fé a Palavra de Deus em seu coração, mais cedo ou mais tarde, terá a alegria de ver esta Palavra manifestada aos homens, pelas novas atitudes e obras praticadas. A luz de Deus deixará de estar no oculto do coração, para ser algo notório a todos os homens (Gl 5,22-23)
“Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” - Marcos 4,23. Os versículos seguintes aos mencionados acima mostram que, para que a luz venha a de fato manifestar-se, é necessário que o homem, canal da luz, seja um bom ouvinte da Palavra. Os versículos 23 e 24 dizem: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Também lhes disse: Atendei ao que ouvis”.

Os ouvidos precisam atentar a toda palavra que sai da boca de Deus, porque destas viverá o homem (Dt 8,3 b). O solo que frutificou na parábola do semeador foi aquele que, antes de tudo, ouviu a Palavra e a recebeu, e só então pôde dar o fruto esperado. Antes da frutificação vem o receber, e antes do receber vem o ouvir.

A pergunta que queremos deixar aqui é sobre como temos ouvido a Palavra. Não o ouvir com os ouvidos naturais, mas com os ouvidos do coração. Porque toda frutificação depende de ouvidos sensíveis e receptivos ao que Deus está falando.

 “E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis.” (Mc 4,24-25)

Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe não condena, mas pratica a misericórdia. Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância.

A sentença final pode ser um provérbio popular da Antigüidade, que interpreta as relações socioeconômicas daquelas sociedades, no mundo grego-romano e oriental.

O rico acumula cada vez mais riquezas, à custa dos pobres, cada vez mais empobrecidos. Com certo constrangimento, seria aplicado na perspectiva da fé. Quem tem a fé vai se fortalecendo cada vez mais, enquanto aquele que não a tem, vai se debilitando.
Com que intensidade nós queremos ver a manifestação do brilho de Deus em nossas vidas? Qual o posicionamento no reino espiritual que esperamos da parte de Deus? 

Todas estas questões dependem de como nos debruçamos de coração ao que estamos a ouvir da parte de Deus. A medida de unção, revelação e autoridade espiritual dependem de uma atitude cada vez mais positiva em relação à Palavra de Deus a nós ministrada. Se a desprezarmos ela não terá proveito para nós; mas se a valorizarmos, Deus nos acrescentará mais e mais de tudo o que ela oferece (Jr 29,13; 33,3).

Que toda transformação do nosso coração, operada por Deus e por Sua Palavra, possa resultar na iluminação de milhares de pessoas.
Reflexão Apostólica:

A luz é o símbolo mais apropriado para falar da finalidade do anúncio da Boa Nova e do que deve ser a comunidade cristã no mundo. A Boa Nova é como uma lâmpada que deve ser posta em um lugar apropriado para que toda a “casa” (a criação, a comunidade) fique iluminada e possa ver com clareza o mistério de Deus revelado em Jesus e possa perceber suficientemente os perigos, as ausências de luz.

É necessário anunciar a Boa Nova da salvação a toda humanidade, para que seja escutada e vivida, celebrada e compartilhada. Ela não pode ser ocultada, pois ela revela o destino final da pessoa: viver plena e dignamente. Quem é partícipe dessa Boa Nova deve adquirir o compromisso de vivê-la e comunicá-la; do contrário, essa luz, igual à semente em terreno pedregoso, se desvanecerá e morrerá.

Em Marcos não encontramos longas falas de Jesus como, por exemplo, nos evangelhos de Mateus e, principalmente, de João. Contudo, Marcos reúne (Mc 4,1-34) uma coletânea de parábolas e sentenças em formato de um discurso de Jesus, articuladas entre si e inseridas no contexto de formação dos discípulos, na perspectiva de esclarecimentos sobre o Reino e a missão. A lâmpada vem para iluminar, não para ficar escondida: a palavra vem para ser divulgada e testemunhada.

A lâmpada é a palavra que revela e desmascara a ideologia e as práticas escusas dos dirigentes de Jerusalém e das sinagogas. Ouvir é acolher a Palavra e pô-la em prática. Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe, não condena, mas pratica a misericórdia.

Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância. A alusão ao "ter" e "não ter" é um dito realista da sociedade injusta que exclui cada vez mais os pobres. Com certo constrangimento, aplica-se à disposição de acolhida a Palavra (a este "será dado"), questionando o Judaísmo que se fechou (a este "será tirado").

O evangelho de hoje expressa que a melhor maneira de manter acesa a lâmpada da Boa Nova, da presença salvifica de Deus no meio da comunidade, é através de uma entrega sem medida aos demais; deve-se imitar Deus que se entrega por inteiro, oferecer-se todo para salvar as pessoas da escuridão.

As nossas ações devem ser produtos dos nossos pensamentos e também dos nossos sentimentos. Nesta leitura Jesus nos exorta para que elas sejam como lâmpadas acesas colocadas em lugar alto a fim de que todas as pessoas que as vejam sejam iluminadas, isto é, tenham conhecimento. Portanto, as nossas ações devem revelar o que nós cultivamos dentro de nós mesmos (as).

Se, cultivamos em nós bons pensamentos e regamos os nossos bons sentimentos nós poderemos também realizar boas obras as quais são como lâmpadas acesas que podem ser vistas por todas as pessoas.

Quando nós falseamos, quando nós blefamos e escondemos as nossas reais intenções nós também somos capazes de praticar ações duvidosas que por mais que aparentem bondade, são, no entanto, arapucas que nós armamos para que outros caiam.

Aí, nós revelamos, apenas escuridão. Jesus continua nos advertindo em relação às nossas ações e, agora também, quanto aos nossos julgamentos quando diz: “com a mesma medida com que medirdes também vós sereis medidos”.

Muitas vezes nós usamos critérios muito exigentes para com os nossos irmãos e irmãs e não nos apercebemos de que com o mesmo rigor nós também seremos julgados (as), e… por nós mesmos (as)!

A medida, então, é a que nós usamos, isto é, a nossa medida. Existe um ditado popular que expressa muito bem o que o Senhor nos fala: “quem disto usa, disto cuida”.

Portanto, que nós tenhamos cuidado de purificar os nossos pensamentos e sentimentos a fim de que possamos atuar com sinceridade e com transparência irradiando ao mundo a Luz que vem do Senhor. E que as nossas ações e os nossos julgamentos para com os nossos irmãos (ãs) sejam feitos com uma medida ajustada à nossa própria fraqueza, portanto, cheios de misericórdia e compaixão. 

Você é uma pessoa transparente e sincera? As suas ações acompanham os seus sentimentos e pensamentos ou você consegue camuflá-las? Você é muito rigoroso (a) com os erros das pessoas? E com os seus? Você é uma pessoa que se impacienta por qualquer coisa? Qual é a sua medida?

Propósito:

Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Evangelho do dia 28 de janeiro - Santo Tomas de Aquino

28 - Um sacerdote, segundo o espírito de Jesus Cristo, deve estar munido de grande doutrina e esta doutrina deve comunicá-la aos povos. (L 25). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 4,1-20
Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galiléia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes:  ‘Escutai! O semeador saiu a semear.  Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram.  Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda,  mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou.  Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um’.  E Jesus dizia: ‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça’.  Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas.  Jesus lhes disse: ‘A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas,  para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados’. E lhes disse: ‘Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas?  O semeador semeia a Palavra.  Os que estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada.  Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria,  mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra;  mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto.  Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um’.

Meditação:

Apresentam-se aqui ao leitor três problemas: o significado da parábola tal qual saiu dos lábios de Jesus; a importância que Marcos lhe atribui ao incluí-la neste lugar de seu evangelho e a explicação que lhe deu a Igreja primitiva.

A parábola se interessa antes de tudo pela sorte da semente caída em quatro terrenos diferentes. As cenas estão dispostas de maneira progressiva e otimista, para desembocar num rendimento extraordinário da semente.
A colheita, imagem dos últimos tempos, é tradicional em Israel; a novidade radica na insistência em torno à laboriosa sementeira que serve de preparação.

A explicação adquire assim um sentido alegórico: cada cena da parábola representa concretamente um tipo de conversão: não é já tanto a semente que conta, mas a forma como é acolhida. Jesus era otimista a respeito do sentido de sua missão; a Igreja primitiva parece um pouco mais tensa e preocupada. A nossa deve considerar quanta semente morre desperdiçada.
Quantas vezes em nossa vida de cristãos escutamos a parábola do semeador e sua explicação alegórica, posta pelos primeiros cristãos na boca de Jesus?

Até sabemos de memória: “saiu o semeador a semear...”. Mas não se trata somente de conhecê-la e apreciá-la como uma bela peça literária de nossos evangelhos. Trata-se de que sejamos, no fundo de nosso coração, e com todas nossas forças e possibilidades, terra boa e fecunda, onde a Palavra de Deus germine e cresça até dar frutos abundantes de vida, perdão, generosidade, acolhida, empenho transformador, a favor de nossos irmãos e irmãs. 

Não podemos permitir que a Palavra de Cristo semeada em nossos corações seja arrebatada pelos pássaros, os demônios do desinteresse, as ambições, o aproveitamento dos demais, a dureza de coração frente à dor dos mais pobres, o orgulho de nos crermos superiores, de querer mandar e de nos sobrepormos a todos.
Devemos limpar a erva daninha de nosso coração, de nosso espírito, de todos esses pedregulhos da inconstância que não permitem que a Palavra lance raízes profundas. Quantas promessas fazemos! Quantos propósitos que não cumprimos! E o que dizer dos espinhos que sufocam em nós a Palavra libertadora que vem até nós? Neste tempo de consumismo, de prazeres completamente superficiais e passageiros, como desperdiçamos aquilo que faria falta a tantos para poder sobreviver. 

Por outra parte, não nos propusemos a seguir a Jesus, ser seus discípulos e discípulas, indo atrás d’Ele, semeando a Palavra e proclamando-a aos quatro ventos, levando-a a tantos que ainda não a escutaram porque não há quem a proclame? Não nos propusemos a preparar o terreno onde cresça a Palavra, lutando pela liberdade, a justiça, o direito, a dignidade de nossos irmãos e irmãs? São milhões e milhões que não escutavam a Palavra porque o Diabo da cobiça, do mercado global, da riqueza acumulada em poucas mãos, os converteu em terra de passagem, caminhos que todo mundo pisa, em campos de pedra, fome, ignorância, enfermidade e morte.

A parábola do semeador deve ser entendida na dinâmica através da qual o evangelista Marcos vem apresentando o ministério de Jesus. Seu ministério esteve repleto de problemas e de dificuldades.
Primeiramente foi a prisão de João, depois a acusação de blasfêmia, a seguir o complô dos herodianos para matá-lo, posteriormente a estigmatização demoníaca que dele fizeram os escribas espias de Jerusalém; finalmente, a incompreensão de sua mãe e de seus irmãos. Jesus se encontrava ameaçado por todos os lados.
Todos, de uma ou de outra forma, queriam se intrometer com Jesus e com sua obra. O povo simples queria receber dele algum tipo de favor, os governantes queriam prendê-lo, sua família queria amarrá-lo. Frente a uma realidade tão hostil, Jesus devia tomar as precauções necessárias para poder continuar com a empresa do Reinado de Deus.

Jesus utiliza as parábolas para que nem todos pudessem entender sua mensagem e assim poder cuidar-se dos ataques de tantos que queriam vê-lo definitivamente acabado.
A parábola do semeador é uma impressionante confissão do coração dolorido de Jesus. Querer instaurar o Reinado de Deus no próprio coração e na sociedade era um caminho doloroso, cheio de fracassos. Deveria semear muito e fracassar muito, para poder colher alguma coisa.
Era difícil perseverar e manter-se de pé num trabalho onde a condição normal era ter que perder, uma e outra vez, a fim de conseguir alguma coisa. O lavrador descrito por Jesus na parábola tinha seu olhar voltado para o objetivo da boa colheita, com a qual media o seu trabalho. O olhar voltado para a qualidade desta colheita, lhe permitia sobreviver moralmente perante o ruidoso fracasso do resto.

Aqui se confrontavam duas mentalidades: a que apoiava e buscava o quantitativo, sinal de poder, e a que apoiava e valorizava o qualitativo, que ordinariamente carece de poder. Este será sempre o desafio do anúncio da Boa Nova, desafio pelo qual Jesus passou e é o desafio pelo qual deve passar a Igreja.

Será que estamos buscando com nosso trabalho apostólico meros resultados quantitativos, ou antes, estamos trabalhando para que o povo acompanhado por nós consiga dar passos qualitativos e empreender processos coerentes na vida do Reino?

Reflexão Apostólica

O evangelho de Marcos, nos diz que apesar dos obstáculos, o semeador realiza seu trabalho, confiando na colheita que vai ter. Jesus também> apesar de todas as reações, obstáculos e incompreensões, sua missão chegará ao fim e será bem sucedida.
As parábolas são histórias que ajudam a ler e compreender toda a missão de Jesus. Mas é preciso “estar dentro”, isto é, seguir a Jesus, para perceber que o Reino de Deus está se aproximando através de sua ação. Os que não seguem a Jesus ficam “por fora”, e nada podem compreender.

A explicação da parábola focaliza os vários terrenos, mostrando o efeito que a missão de Jesus(contada pela palavra do evangelho)tem sobre os ouvintes ou leitores. Cada pessoa vê e entende a partir do lugar que ocupa na sociedade e das dificuldades que encontra para se comprometer com Jesus e para continuar a ação dele.

Jesus apresenta etapas que podem ser benéficas ou maléficas para uma boa semeadura. Um bom conhecedor do assunto demonstrará que quando uma semente cai no caminho sem uma estrutura esta sujeito a qualquer animal, como o passarinho, galinha.
Quando a semente cai em solo rochoso, o passarinho não tem como comer, a semente chega a brotar, mas entre as rochas tem pouca terra, não dando sustentação para continua a crescer e com o tempo morre. Mas quando cai em terra profunda, fértil a semente dente a seguir o seu curso natural.

O que podemos aprende com esta maravilhosa mensagem no contexto familiar. É o amor. Ou plantamos amor ou plantamos espinhos. A semente é o amor e terra é o coração. Quando a sua semente é rude, mesmo que tenha uma terra boa, ela dará uma planta sem frutos, mato, uma planta sem utilidade para comer e alimentar-se. Mas quando a semente é o amor e esta terra que já está machucada pela dureza da vida, pela escassez da água e da terra farta, levará um tempo para se descobrir o lugar adequado para este plantio.

Demonstra que a família precisa ser tratada com cuidado e zelo. Sabendo escolher as palavras certas nas horas certa ou erradas. Tratarmos uns aos outros no amor de Cristo e com paciência quando o outro não entende a sua mensagem. Não pagar o mal com o mal, mas pagar o mal com o bem. A tolerância e a paciência em esperar o fruto maduro é uma atitude que devemos buscar ter no estilo de vida. Se Jesus tem misericórdia de nós, porque não emita-lo tendo misericórdia daqueles que são rudes, impacientes, ignorantes, drogados, viciados, pecadores e, principalmente, os pequeninos e os jovens (que vivem dizendo que sabem tudo).

O papel da família é buscar a universalidade e a unidade. Compreender que podemos ter o direito, como seres pecadores e humanos, “vacilar”, como dizem os jovens. E o meio para alcançar os frutos gostosos e maduros, que vão produzir trinta, sessenta e cem por um, é começar a mudar as nossas atitudes e repensar o nosso caráter de cidadãos do reino de Deus. Com certeza com uma mudança em Cristo poderemos ampliar esta semeadura para a nossa parentela, vizinhança, colegas de trabalho. Contagiar o mundo com o amor de Cristo que brilha em cada um de nós.

Propósito:
Senhor, que a medida do meu amor seja amar sem medida. Como Tu!