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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Evangelho do dia 02 de fevereiro quinta feira

02 fevereiro - Apresentação do Senhor.
Aprendamos a nos desprender inteiramente de nós mesmos, de nossos gostos, de nossa vontade, de nosso ponto de vista. Em todas as nossas ações não visemos senão fazer a santa vontade de Deus do modo mais perfeito possível. (S 359).). São Jose Marello
Lucas 2,22-40

"Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: "Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor." Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
- Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois
eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel.

O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
- Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria.
Havia ali também uma profetisa chamada Ana, que era viúva e muito idosa. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Sete anos depois que ela havia casado, o seu marido morreu. Agora ela estava com oitenta e quatro anos de idade. Nunca saía do pátio do Templo e adorava a Deus dia e noite, jejuando e fazendo orações. Naquele momento ela chegou e começou a louvar a Deus e a falar a respeito do menino para todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Quando terminaram de fazer tudo o que a Lei do Senhor manda, José e Maria voltaram para a Galiléia, para a casa deles na cidade de Nazaré.
O menino crescia e ficava forte; tinha muita sabedoria e era abençoado por Deus.
"
 

Meditação:

Hoje, a Palavra de Deus nos convida a contemplar a vida familiar. Vivemos em um mundo em que todas as instituições estão sendo relativizadas. Também a família, como lugar da vida digna, passa por uma séria crise de identidade e de sentido.

No evangelho, vemos toda a família de Nazaré no cumprimento dos preceitos religiosos; mas o mais importante é ver a família unida, realizando o plano de Deus.

Ontem vimos o ancião Simeão bendizendo a Deus pela presença do Salvador. Hoje, no mesmo ato da apresentação, a família encontra-se com Ana, uma profetisa. Ela, assim como Simeão, envelheceu esperando ver a glória de Deus. Em Jesus ocorre algo especial: o menino é a vida nova, o cumprimento da promessa libertadora de Deus.

Ana é uma mulher excluída por ser mulher, por ser viúva e por ser anciã; como Simeão, perseverou muitos anos esperando o Salvador para conhecê-lo antes de morrer.

Ela sabe ler os sinais dos tempos, descobrindo a ação de Deus na história e na realidade cotidiana. Jesus é o Messias esperado e desejado por muitos que estão em condições de pobreza, para que surja uma nova ordem social.

Ana, cujo significado é "graça", que assim como Simeão personifica a espera do Senhor e a libertação de seu povo. A dupla formada por Simeão e Ana se relaciona com a formada por Zacarias e Isabel, os pais de João Batista; demonstrando o interesse de Lucas em destacar a importância do homem e da mulher no projeto de Deus.

O evangelho conclui dizendo que Jesus, o menino antes apresentado no Templo, de quem falavam o profeta Simeão e a profetisa Ana, que nos veio do pobre, do humilde, do simples, de quem não conta, "ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele".

Ele crescia integralmente no seio familiar; algo que vale a pena ressaltar hoje. Jesus configura seu ser no lar, com sua família, é ali onde aprende a amar, servir, trabalhar e lutar por justiça.
Assim como Jesus ia crescendo em sabedoria e graça de Deus, nós, como seus seguidores, também somos chamados a continuar nosso crescimento como cristãos autênticos.

Crescer em autenticidade cristã é viver plenamente em Cristo; e este viver se concretiza na aplicação de seu projeto de vida para que todos tenham vida em abundancia. Que nossa espiritualidade se fundamente no Espírito de Jesus e este nos inspire a cantar as maravilhas do Senhor, a exemplo de Maria.

Agora, já crescidos e encaminhados na fé, com nossos próprios passos e nossa própria palavra, apresentemo-nos a Deus, a cada dia, comprometendo-nos em dar um santo testemunho de vida e fé.

Sejamos sempre luz, cumpramos sempre a promessa de Deus, buscando o Amor. Viver com Deus, para Deus e por Deus. Sejamos espelho para que o próximo nos veja como sinais de Deus. E busquemos também esses sinais nas pessoas que nos cercam.
Por fim, que Deus nos dê o discernimento para entender as Suas promessas nas nossas vidas.

A palavra de Deus se fez carne para satisfazer a esperança de um povo oprimido por dimensões políticas, econômicas, culturais e religiosas.

Ao final do relato, termina a vigem que José e Maria fizeram em terras da Judéia, e regressam a Nazaré na Galiléia. É nesse último contexto, em um lugar simples, pobre e solitário, onde Jesus crescia e se fortalecia em sabedoria e onde o favor de Deus o acompanhava.

Oremos hoje por todas as famílias do mundo, para que sejam verdadeiras escolas de vida nas quais o amor, a escuta e a compreensão sejam as principais características.

Estou descobrindo a ação de Deus nos sinais dos tempos? Em que rostos estou reconhecendo a chegada de Jesus? Com que feitos concretos o estou recebendo e quais são meus compromissos reais para com os que esperam libertação de todo tipo de morte, de injustiça e desigualdade (não confundir isto com aberrações do tipo "casamento" entre pessoas do mesmo sexo)?
 
 Reflexão Apostólica: 

Como não admirar a Sagrada Família?! Portadores da graça, mas simples adoradores a servir e obedecer às leis. Num momento tão ímpar de suas vidas, se preocupavam primeiramente em cumprir, passo-a-passo as tradições de sua lei.

E hoje, temos o mesmo zelo? Nossos filhos vão a catequese, à crisma? E melhor que isso, os acompanho? O que adianta catequizar os filhos se não vou à missa, as reuniões periódicas, se não participo (…)?

Diz um ditado popular que o exemplo arrasta, sendo assim, pouco adianta o esmero dos mais talentosos catequistas em duas ou três horas semanais se o restante do tempo os pais não se empenham e regar a semente plantada. É uma dura e injusta luta: educar e ensinar duas horas e nas outras 22 horas deseducar. Não extingamos o Espírito Santo pela omissão.

O corre-corre nos fez um tanto omissos com a criação dos nossos filhos. Queremos o melhor para eles, mas esse melhor não podemos dar, pois trabalhamos o dia inteiro.

Tão cedo os colocamos na escola, para os ensinar o que é segundo a pedagogia, obrigação nossa. É um testemunho pessoal, pois apesar de escrever todo dia, quem ensinou o sinal da cruz para meu filho foi minha esposa.

Sim, graças a Deus, Ele sempre zela pelos nossos, mas isso não nos credencia a fugir de nossas responsabilidades. É tão fácil acender a lareira, mas é preciso ter uma motivação diária em buscar lenha para manter o fogo aceso.

É duro dizer isso, mas dá-se impressão que muitos pais acham que as obrigações pela fé pelos costumes e hábitos são dos professores e catequistas e não nossas.

Terrível é imaginar que a condição de eu ir a missa é que não me contrariem, não me cobrem, não me digam verdades. Que ao primeiro sinal de cobrança paro de ir, fico em casa, troco de religião…

O engraçado é que muitos que trocam de religião justificadas pelo excesso de regras e zelo da igreja acabam se rendendo a regras ainda mais severas em outras igrejas. Passam a não cortar os cabelos, saias cumpridas.

Graças a Deus nossa igreja não se rende a vontade das pessoas, pois se isso acontecesse imagino o que seria, pois temos a ingrata mania de escolher as regras e convicções que melhor nos agradam.

Descobri recentemente que durante o ofertório e comunhão não fazemos “filas” e sim procissões. Parece ser a mesma coisa, mais “procissão” denota de vontade própria, espontânea, que aguardará a espera, pois algo importante esta a frente, (…).

Nossa fé e dos nossos filhos não pode ser encarada uma fila e sim uma procissão. Se temos pouco tempo, planejemos então novas estratégias. Apesar de toda vontade de Deus em se revelar a nós é preciso que Ele não precise mendigar pelo nosso amor, nosso interesse…

Como a Sagrada Família, temos algumas obrigações a serem cumpridas: “(…) E vós, pais, não provoqueis revolta nos vossos filhos; antes, educai-os com uma pedagogia inspirada no Senhor“. (Ef 6, 4)

Propósito:

Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, e torna-me proclamador da salvação presente na nossa história. Senhor Jesus Cristo, tu restaurastes a família humana, restabelecendo a primitiva unidade, vivendo com Maria, tua Mãe, e são José, o pai adotivo, durante 30 anos em Nazaré. Afaste das famílias do mundo os  males que as ameaçam. Ajude-me a promover em minha família, os sentimentos e os propósitos de união indissolúvel, amor generoso, fidelidade permanente, preservação dos valores morais e perseverança constante na tua graça.

Evangelho do dia 01 de fevereiro quarta feira

01 fevereiro Apaixonemo-nos pelos grandes modelos e comecemos a agir! (L 10) SÃO JOSE MARELLO
Marcos 6,1-6

"Jesus voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:
- De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.
Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.
"

Meditação:

No evangelho de Marcos, esta narrativa é a última em que Jesus, na sua própria terra, aparece no espaço simbólico da sinagoga, no sábado.

Os que ouviam Jesus "maravilhavam-se" com o que ele dizia, mas o rejeitaram. Jesus "espantava-se" com a incredulidade deles. "Não é ele o carpinteiro?...", diziam, com desprezo.

Mateus, posteriormente, para evitar a incidência do avilte a Jesus, escreverá: "... o filho do carpinteiro?". Lucas o omitirá e dirá simplesmente: "... o filho de José?".

O conteúdo teológico principal deste episódio é o rompimento de Jesus com as estruturas sociorreligiosas e de parentesco, características do judaísmo. Faltava-lhes a fé. Ele deixa de freqüentar as sinagogas e passa a percorrer os povoados da região.

Jesus retorna à sua terra, depois de longas caminhadas de missão, nas quais os pequenos, os últimos, os enfermos e endemoniados, as mulheres e as acrianças recuperam a dignidade que a sociedade lhes havia negado.

O evangelista nos leva de novo à Nazaré e nos convida a presenciar uma cena muito familiar. É sábado, e Jesus entra na sinagoga e começa a ensinar.

As pessoas ao escutá-lo se surpreendem e se escandalizam. Conhecem a Jesus: é o carpinteiro, sua família é conhecida por todos. E este homem de condição humilde se apresenta como Mestre. Mas não é um mestre qualquer, ensina coisas novas de Deus e atua em favor dos excluídos em seu nome.

Seguramente os vizinhos do povoado de Nazaré estavam já acostumados a uma fé rotineira que não transforma a vida, que não lhes exigia mudança radicais.

Jesus está propondo uma nova dinâmica de fé. O Deus de Jesus deseja mudanças reais e atua libertando e salvando na vida concreta das pessoas. Desta maneira Jesus compreende sua missão na linha dos profetas de Israel, que chamavam ao povo para voltar aos caminhos de Deus que eram a Justiça e a Igualdade. E recebe a mesma resposta: a recusa.

Ali onde não há abertura, fé, não pode acontecer o milagre do Reino. Somente alguns s enfermos, destinatários privilegiados da missão de Jesus, aceitaram sua mensagem e foram protagonistas da Boa Nova do Evangelho.

Nossa fé é uma fé de mudanças, e transformações, em favor da dignidade, da equidade e a vida plena para todos.
Reflexão Apostólica
Os conterrâneos de Jesus se escandalizaram; não querem admitir que alguém como eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que indiquem uma presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação: Deus feito homem, situado num contexto social.
Aqueles que viviam próximos a Jesus não queriam admitir que alguém tão simples como Ele pudesse ter tanta sabedoria. Por isso, todos se admiravam e duvidavam de que o poder de Deus estivesse com Ele e, não O reconheciam nem mesmo como profeta.
Com efeito, Jesus não pôde fazer milagres na sua terra e no meio da sua gente. Por ser uma pessoa humilde, filho de um carpinteiro e conhecido de todos Jesus não conseguia ser escutado nem tampouco ser levado a sério.
Ainda hoje, nós também damos pouco valor às pessoas que estão muito próximas de nós, principalmente àquelas que são humildes e simples.
Acostumamo-nos a conviver com elas e não percebemos que elas são instrumentos de Deus para o nosso crescimento e até para o nosso livramento.
Muitos milagres poderiam acontecer no nosso meio se déssemos atenção àqueles (as) que são instrumentos de Deus para nós.
Não entendemos o porquê que alguém, mesmo simples e humilde, possa ao mesmo tempo ser sábio aos olhos de Deus. Confundimos a sabedoria que vem de Deus com o conhecimento que o mundo dá.
Na maioria das vezes, valorizamos a quem é instruído, a quem tem profissão brilhante ou tem o dinheiro que compra tudo, o poder e a mente. No tempo de Jesus também não foi diferente.
Precisamos nós também perceber a quem nós estamos valorizando, o que nos prende a atenção e ao que nós estamos dando importância: às coisas simples do alto, ou às coisas complicadas de baixo.
Somos chamados (as), então a refletir: O que é simples nos incomoda ou atrai? Valorizamos as pessoas da nossa casa quando nos dão algum conselho? Na nossa casa também os profetas não são bem recebidos por nós? 
2º Meditação

Os estudiosos costumam dizer que a primeira parte do Evangelho de Marcos (que termina da “Confissão de Pedro”) se divide em varias partes menores; cada uma destas partes começa com um resumo – normalmente chamado “sumario” – da vida de Jesus; depois de cada uma delas vem uma referencia aos apóstolos. Nesse esquema, o evangelho de hoje é o fim da segunda das três pequenas partes que se caracterizam por um aumento progressivo no conflito que Jesus provoca ao encontrar-se com ele.
 O texto marca o ponto chave: Jesus – que é apresentado aqui como profeta – se encontra com a absoluta falta de fé dos seus amigos e parentes. O “fracasso” de Jesus vai se acentuando: na terceira parte já começa a pressentir a “derrota” do Senhor  antecipada na morte do Batista. É característica do Evangelho de Marcos apresentar a seus destinatários o aparente fracasso, a solidão, o escândalo da cruz de Jesus. Essa cruz é partilhada com todos os perseguidos por causa do seu nome, como o é a comunidade de Marcos.
 Em toda a segunda parte do Evangelho encontramos Jesus tratando – a sós com os seus – de revelar-lhes o sentido de um “Messias crucificado” que será plenamente descoberto pelo centurião – na ausência de qualquer sinal exterior que o justifique – como o “Filho de Deus”. Os habitantes de Nazaré não dão crédito a seus ouvidos: de onde lhe vem isso que ensina na sinagoga? “A este nós o conhecemos e também a seus parentes”. A sabedoria com a qual fala, os sinais do Reino que saem de sua vida, não parecem coerentes com o que eles conhecem. Aí está o problema: “com o que ele s conhecem”.
 É que a novidade de Deus sempre está mais além do conhecido, sempre mais além do aparentemente “sabido”; porém, não um mais além do “celestial”, mas um “mais além” do que esperávamos, porém “mais aqui” do que imaginávamos; não estamos longe da alegria de Jesus porque “Deus ocultou estas coisas aos sábios e prudentes e as revelou aos simples”, não estamos longe da incompreensão das parábolas: não por serem difíceis, mas precisamente ao contrário, por serem simples.

O “Seus sempre maior” desconcerta e isto leva a que falte a fé se não estamos abertos à gratuidade e à eterna novidade de Deus, à sua proximidade. Por isso, pela falta de fé, Jesus não pode fazer ali muitos milagres. Quem não descobre nele os sinais do Reino, não poderão crescer em sua fé e não descobrirão então, que Jesus é o enviado de Deus, o profeta que vem anunciar um Reino de Boas notícias. Isto é escândalo para quem não pode aceitar Jesus porque nenhum profeta é bem recebido em sua própria pátria.
 Talvez também a nós nos escandalize. Jesus é olhado com os olhos dos seus conterrâneos como uma pessoa a mais. Não souberam ver nele um profeta. Um profeta é alguém que fala em nome de Deus. Custa muito reconhecer em quem é visto como um de nós: é difícil reconhecer nele alguém que Deus escolheu e enviou. Custa pensar que estes tesmpo em que vivemos são tempos especiais e preparados por Deus (kairós) desde sempre. Porém, nesse momento específico, Deus escolheu um homem específico, para que pronuncie sua palavra de Boas Noticias para o povo, cansado e abatido por tantas noticias más.
 Não é fácil reconhecer a passagem de Deus pela nossa vida, especialmente quando essa passagem se reveste de roupagem comum, como um de nós. Às vezes gostaríamos que Deus se manifestasse de maneira espetacular, tipo “Hollywood”, porém o enviado de Deus, seu próprio Filho, participa de nossas mesas, caminha nossos passos e veste nossas roupas. É alguém que conhecemos, porém não o reconhecemos. Sua palavra é uma palavra que Deus pronuncia e com a qual Deus mesmo nos fala. Suas mãos de trabalhador comum são mãos que realizam sinais, porém com muita freqüência nossos olhos não estão preparados para ver nesses sinais a presença da passagem de Deus em nossa historia.
 Muitas vezes não conseguimos perceber a passagem de Deus em nossa historia, não conseguimos reconhecer nossos profetas. É sempre mais fácil esperar os casos extraordinários e espetaculares ou olhar alguém de fora. É muito mais “espetacular” olhar um testemunho em Cualcutá do que cem mil irmãos e irmãs pelas terras da América Latina que trabalham, se gastam e se desgastam trabalhando pela vida, ainda que lhes custe a vida.
É muito mais maravilhoso olhar os milagres anunciados pelos pregadores itinerantes e televisivos, que aceitar o sinal cotidiano da solidariedade e a fraternidade. É muito mais fácil esperar e escapara para uma manhã que talvez venha, do que ver a passagem de Deus em nosso tempo e semear a semente de vida e esperança no tepo e no espaço de nossa própria historia. Tudo isso será mais fácil, porém, não estaríamos deixando Jesus passar longe?

Reflexão Apostólica
Sempre é importante enaltecer e convidar-nos a eterna vigilância. Não somente a vigilância da oração, mas das coisas que saem da boca. Jesus um dia mencionava que pior são os males que saem da boca e não aqueles que entram. É um fato: quantos desistem de caminhar sucumbindo pela inveja e pela maldade dos que nos cercam?
Não sei bem se serve de conforto, mas notem a situação de Jesus no evangelho de hoje: Ele incomoda por fazer o bem. Seria mesmo por que ele fazia o bem ou por que fazia?
 Como vemos isso no nosso dia a dia! Quando menos percebemos, já falamos… É contra isso e tantas outras que devemos nos monitorar, pois sem perceber ela nos arrasta a uma série de outros problemas e complicações. Essa inveja, disfarçada de “ciúme” esta dentre as coisas que devem ser banidas do nosso coração está a inveja (CIC §2538).
 Vamos iniciar nossa reflexão de hoje desejando muita paz para você conterrânea e conterrâneo amigo. Conterrâneo... essa palavra é bastante utilizada no norte e nordeste do Brasil e tem o mesmo significado de concidadão, compatriota ou patrício. São pessoas nascidas na mesma terra, na mesma cidade.
No evangelho de hoje, Jesus aparece entre seus amigos de infância. Rodeado por pessoas, de todas as idades, que o conheciam desde pequeno. Muitos dos presentes devem ter freqüentado a mesma escola e partilhado, com Ele, dos mesmos brinquedos.
Sabendo de tudo isso, não conseguiam aceitar que um "conterrâneo", alguém nascido e criado ali, pudesse demonstrar tanta sabedoria e realizar milagres. É muito difícil de aceitar que as virtudes possam estar presentes nas pessoas humildes ou num simples carpinteiro da região.
Assim como eu, você também já deve ter comprado eletro-eletrônicos, eletrodomésticos, roupas, relógios, brinquedos e outras centenas de produtos importados, crente que eles nunca iriam quebrar. Infelizmente é assim que pensamos. O simples fato de serem importados traz a sensação de serem superiores em qualidade e resistência.
Parecem até mais bonitos e bem acabados que os nossos. Chega a ser desleal a concorrência quando comparamos esses produtos com os nacionais. Por mais que se queira disfarçar, existe um grande preconceito quanto aos produtos fabricados internamente em relação aos importados.
O mesmo acontece com as pessoas, profissões e entidades. Não vamos contestar os recursos técnicos e a capacidade de alguns profissionais, mas a verdade é que esperamos verdadeiros milagres dos médicos do exterior e, diante de uma simples dor de cabeça, não acreditamos no poder de cura do analgésico, só porque foi receitado pelo médico do Posto de Saúde.
Os mais abastados fretam avião, hospedam-se em hotéis luxuosos e pagam "fortunas" por uma consulta médica no exterior, enquanto em sua terra estão excelentes profissionais, muito conhecidos e afamados lá fora.
Mas, pelo visto, não é novidade esse modo de pensar e agir. Jesus também foi rejeitado, teve que exercer seu ministério longe da sua terra.
O evangelista diz que: "Ficaram escandalizados por causa dele". Seus amigos e vizinhos se escandalizaram com a sabedoria, com as palavras e com os milagres que estava fazendo um simples jovem, filho daquela terra.
Também não é novidade que o profeta não é bem aceito, pois suas palavras incomodam, machucam. Geralmente, não é bem vindo quem diz verdades, quem luta por igualdade e prega honestidade e amor. Generalizando: esse nós afastamos, ou dele nos afastamos.
Não quero parecer maldoso, mas quantas vezes recebemos como verdadeiro herói aquele mau caráter de colarinho branco, aquele "ficha suja" comprovado e confesso. Cheios de admiração enaltecemos aquele que lesa pessoas e o patrimônio público (vejam a "turminha" da Comissão de Ética do Senado e de certos integrandes da CPMI ). Batemos palmas quando os ouvimos falar. Não raro, até banda de música está presente na recepção.
Jesus fica admirado com a falta de fé que encontra ali e, diante da incompreensão do povo, deve ter dito para si próprio: “Só mesmo tentando nos povoados da redondeza, pois em lugar como este, não dá para fazer milagres!”
 Sejamos vigilantes para podermos admirar no irmão coisas que vem de Deus e denunciar a bandidagem que circula livremente entre nós.

DEDUÇÕES DEFASADAS

Toda dedução tem como base aquilo que você vivenciou no passado. Todavia, o mundo mudou – e muito – desde que você formou as suas deduções, e talvez agora seja a hora de anula-las. Deduções podem lhe evitar desperdicio de tempo e muitos problemas, porém, existem ocasiões onde é muito melhor pensar, ponderar do que simplesmente deduzir. 
Se há algo que lhe frustra, existe uma boa possibilidade que apenas uma mudança nas suas deduções poderá reduzir significativamente a sua frustração. Todas as vezes que o sol se levanta, a vida traz a você um novo dia e novas possibilidades; permita que esse novo dia seja mais um lembrete sobre os valores que podem vir de uma nova e empolgante perspectiva. 
Algumas deduções podem lhe servir muito bem, porém, agora, neste momento, muitas das suas deduções em nada lhe ajudam. Seja aberto, honesto e corajoso consigo mesmo o suficiente afim de descartar as deduções defasadas porque assim você poderá encarar a vida com uma nova e vitoriosa determinação.

Evangelho do dia 31 de janeiro

31 janeiro - Por que fugir da luta, sabendo que é o nosso legado? Ou sofrer ou morrer, diziam os santos; e nós digamos, pelo menos: ou trabalhar ou morrer! (S 30). SÃO JOSE MARELLO
Marcos 5,21-43
Naquele tempo, Jesus atravessou de novo, numa barca, para outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” Jesus então o acompanhou. Numerosa multidão o seguia e comprimia. Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com hemorragia; tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais. Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?” Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.  Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando. Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” — que quer dizer: “Menina, levanta-te!” Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.
Meditação:
Marcos é sóbrio em todos seus discursos - rico nas narrativas - apresentando pormenores que torna o Evangelho muito movimentado e colorido. É o mais breve dos evangelistas - conta 673 versículos. Este texto nos mostra alguns ensinamentos interessantes. Coisas que podemos e devemos utilizar no nosso dia-a-dia. Estamos hoje diante de dois casos sobre os quais o poder de Deus na pessoa de Jesus se manifesta. Pois humanamente falando seria impossível, mas que pela fé em Jesus se tornam possíveis. Com duas narrativas de cura detalhadas e articuladas entre si, Marcos contrasta um chefe religioso do Judaísmo, Jairo, com uma mulher anônima.

Aqui se trata de um encontro com Cristo que é uma experiência pessoal, única e irrepetível que cada pessoa pode fazer. Um encontro que acontece na vida cotidiana, em um lugar, um momento, um dia, uma hora. Pessoas que o encontram e são transformadas por Jesus.

Hoje Marcos nos mostra duas histórias de fé. No caso da mulher hemorroíssa, ela TINHA CERTEZA que se tocasse na orla do manto de Jesus, ficaria curada. E assim foi!

No caso da menina de 12 anos, precisou da fé de seu pai, que insistiu e persistiu com Jesus, apesar das pessoas dizerem que não adiantava mais, pois ela já estava morta. Jesus chamou os discípulos de confiança, os pais da menina, pegou na mão da menina e pediu que ela se levantasse... e ela se levantou e se pôs a andar. Mais um milagre de fé.

Se Jesus não tivesse certeza que poderia fazer esse milagre, certamente não teria conseguido. Mas Jesus não teve dúvidas em momento algum, de que Ele era capaz de realizar aquele milagre. Podiam caçoar e zombar d'Ele à vontade... E é assim que devemos ser: firmes na fé!

A multidão que seguia Jesus o comprimia, mas somente quem se aproximou dele, quem o tocou, testemunhou a sua fé e recebeu a cura. Muitas vezes seguimos Jesus no meio da multidão, sem ter consciência do que queremos, do que precisamos, e tampouco conhecemos a realidade da nossa vida e das nossas necessidades.
Queremos tudo e não conseguimos nada. Jairo, o chefe da sinagoga, aproximou-se de Jesus, caiu a seus pés e foi determinado e firme quando disse ao Mestre: “minha filhinha está nas últimas, vem e põe as mãos sobre ela!” Jesus deu ouvidos ao pedido daquele pai que rogou pela filha com fé e acompanhou-o até a sua casa reanimando a menina que apenas dormia. “Não tenhas medo. Basta ter fé”, disse-lhe Jesus. Pedido de pai é importante para Deus!
O pai que tem fé tem autoridade pra pedir o que é bom para o seu filho, porque será atendido. Deus entregou os seus filhos e as suas filhas aos pais, portanto, eles têm prioridade diante de Deus nos seus pedidos.

No caminho Jesus foi tocado por uma mulher que se consumia há doze anos, perdendo sangue, isto é, perdendo vida. Devia ser uma mulher já cansada de lutar com os meios humanos, pois já havia gasto tudo o que possuía e não tinha mais nada.
Muitas vezes, quando nós não temos mais nada nem mais aonde correr é que nós buscamos Aquele que é tudo. Por isso, aquela mulher se aproximou de Jesus com muita fé e apenas tocou-Lhe o manto dirigindo-se a Ele com a força do seu pensamento.

Os nossos pensamentos são o começo para todo o processo que regula as nossas ações, por isso, a hemorragia parou imediatamente. Jesus precisa perceber que nós O buscamos e que O tocamos com os nossos pensamentos, com os nossos anseios. É muito importante que Ele alcance o nosso desejo sincero: Isto é ter fé!
A hemorroisa enfrentou a todos para tocar Jesus. Não se importou em expor a sua enfermidade que àquela época era considerada uma maldição. Jesus também conhece quando nós O procuramos de coração, quando não temos dúvidas em expor as nossas mazelas, quando passamos vexames porque todos estão descobrindo os nossos segredos, porque temos fé!” Que a Fé, portanto, seja o nosso maior motivo.

Você já tentou aproximar-se de Jesus com fé e tocar no seu manto com os seus pensamentos? Você tem vergonha de expor diante da multidão as suas mazelas quando você se aproxima de Jesus? Você tem fé que Jesus pode curar você dos vícios que você carrega?
Em todas as situações da nossa vida, temos que crer no poder de Jesus, é preciso crer que “tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13). É preciso acreditar no poder de Jesus em todas as circunstâncias e saber que mesmo se a situação te levar a morte como a filha de Jairo, para Jesus é apenas um sono, pois cremos no poder da ressurreição. E como Jesus disse ao cego: Seja feito conforme a tua fé.

Somos desafiados a viver diariamente a nossa fé em Cristo, somos provados nessa fé, e só são aprovados aqueles que fazem da fé um estilo de vida e não atitudes momentâneas de oração e louvor sem compromisso e sem fidelidade.

Deixemos de viver o Cristianismo superficial sem comprometimento de fé na e com a Pessoa de Jesus. A fé é aquela entendida como uma atitude radical, demanda uma crença além da razão e das circunstancias. Pois como nos diz a epístola aos Hebreus: “a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem” (Hb 11,1). A fé não é ver para crer, a fé é crer para vermos o impossível humanamente falando acontecerem em mim e em ti assim como na vida dos meus e teus familiares.

Como Jairo, olhemos para Jesus. Prostremo-nos diante de Jesus e supliquemos aos pés de Jesus. Pois no Nome de Jesus há poder. Tudo aquilo que eu e tu julgava impossível Ele já o realizou. Basta com fé gritar Jesus Filho de David tem compaixão de mim e dos meus, o milagre da cura, da libertação e… acontecerá hoje aqui e agora. Acredite e tenha fé no poder da oração, visto que, com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado!

As coisas andam complicadas? Parece que nada dá certo? Parece que na batalha da vida você sempre está perdendo? Os problemas são maiores que sua capacidade para resolvê-los? Faça como Jairo, prostre-se aos pés de Jesus e suplique que Ele chegue até a sua casa! O Senhor Jesus prontamente atendeu ao chamado do chefe da sinagoga e também vai atender ao seu chamado.

Como vimos, o Evangelho de hoje narra a realização de dois grandes milagres: a cura da mulher que tinha uma hemorragia há 12 anos, e a "reanimação" de uma menina de 12 anos que havia sido dada como morta. Além da repetição desses 12 anos nas duas histórias, existe outro fato em comum: a fé das pessoas envolvidas.

Então, tenhamos objetivos e metas para alcançar na vida, e saibamos que só iremos alcançá-las se nos comportarmos hoje como se já soubéssemos que é apenas uma questão de tempo e paciência, somado ao nosso esforço e a bênção de Deus, para conseguir alcançar o que desejamos. Deus faz a parte d'Ele, mas não irá fazer a nossa parte!
Reflexão Apostólica: 
Vivemos num mundo maldito pelo pecado e mais cedo ou mais tarde, teremos que encarar a morte. Não somente no leito de um hospital, mas talvez na porta da fábrica onde seu nome aparece na lista dos demitidos, ou nas palavras do esposo dizendo que o amor acabou, ou na traição do melhor amigo ou na porta da universidade onde seu nome não aparece na lista dos aprovados no vestibular.
Como deveria você reagir diante da morte? Resignar-se? Essa é uma possibilidade. Aceitá-la naturalmente? Repetir pra você mesmo que enquanto você estiver neste mundo a perda será inevitável e que, finalmente, tudo acaba no cemitério? Acostumar-se?
Por que, apesar de você conhecer a Jesus e, ter a esperança da ressurreição, parece desesperar-se diante da morte de um ser querido?
Olhemos para a narrativa de hoje e pensemos um pouco. Com quem nos identificamos melhor? Com a mulher que vai perdendo a vida lentamente ou com o pai que vê a filha querida morrendo e não sabe mais o que fazer para salvá-la? Talvez nos identifiquemos melhor com a filha que vê todos os seus sonhos de juventude se estraçalhando pela proximidade da morte. Quem sabe, com os discípulos que estão ali sem entender nada, ou com a multidão? Quem somos nós nessa história?
Graças a Deus que no cenário daquela história de confusão, tristeza e dor, existe outro personagem que é Jesus. Ele sempre aparece nos piores momentos do ser humano, pronto para auxiliá-lo.
Olhe neste momento para Ele. Ouça a Sua voz dizendo: "Levanta-te!" Suponho que neste momento Ele pode entrar aí em sua casa e dizer: "Levanta-te!" Sua voz é enérgica. É uma ordem cheia de vida: "Levanta-te!"
Naquele dia, havia muita morte envolvendo as pessoas. Havia tanta morte como hoje. Seu casamento está morrendo? E sua empresa, está morrendo? Seu filho, está morrendo? E você mesmo, será que está caindo aos pedaços por dentro?
Jesus é o Deus da vida. No relato bíblico de hoje você não tem que esperar que chegue a primavera para que a vida triunfe e a morte seja derrotada. "Levanta-te!" - diz Jesus - e aí, onde você estiver, experimentará a vitória sobre a dor, a morte e o desespero.
Existem pessoas com a vida destruída. Pessoas que já tentaram todos os caminhos e nada deu resultado. Cada dia que passa, sentem que se afundam na areia movediça da vida. De repente estende-se para eles o braço poderoso de Jesus tentando ajudá-los, mas não o aceitam. Estão cheios de preconceitos e temores e não conseguem libertar-se deles para segurar a mão auxiliadora do Mestre.
Esse foi o caso do próprio Jairo. Ele era chefe da sinagoga, um homem inteligente, culto e bem preparado. Como poderia ele juntar-se com gente simples que seguia a Jesus naqueles tempos?
Quem formava aquela multidão que seguia a Jesus? Prostitutas, ladrões, leprosos, quer dizer, os desprezados da sociedade, os rejeitados, homens e mulheres sem esperança. Como Ele, o rico e poderoso Jairo poderia descer de seu pedestal para juntar-se àquele povo? Mas a vida é ingrata. E dentro de sua ingratidão e aparente incoerência, ela é também uma grande mestra. Ensina-nos com lições que, de outro modo nunca aprenderíamos. Foi assim com Jairo. Sua filhinha estava doente e a ciência médica daqueles tempos não tinha o remédio para o mal que levava para a morte aquela jovenzinha preciosa.
Aonde ir então? Cada braçada que Jairo dava para sair daquela areia movediça o afundava mais no seu mundo de temores, dúvidas e preconceitos. Alias, sempre houve pessoas que olhavam para Jesus com preconceito. "Pode algo bom sair de Nazaré?" "Não é este o filho do carpinteiro?" "Se és o filho de Deus, salva-te e salva-nos" Você vê? Mentes arrasadas pelo preconceito, precisam desesperadamente de Jesus, mas tem medo de buscá-Lo publicamente.
Jairo está agora diante da morte da querida filha. E aí, sem saber o que fazer, nem onde mais ir, lembrou-se de Jesus e correu pedindo ajuda.
Esse Jesus que ajudou Jairo está hoje perto de você, embora não consiga vê-Lo, está aí, com os braços abertos, pronto a recebê-lo, esta aí ao seu lado com sua oferta de salvação gratuita. Você não precisa pagar nada. Tudo que precisa fazer é abrir o coração.
Existe no coração humano o sentimento inconsciente de que tem que fazer algo ou pagar alguma coisa para conseguir algum benefício. Se alguém nos oferece algo de graça, imediatamente pensamos que aquilo não deve valer muita coisa ou se valer, então, alguém está tentando nos enganar.
Vivemos num mundo onde se paga por tudo. Você "tem que fazer por merecer", dizemos. Mas, o relato bíblico, de hoje nos mostra uma verdade espiritual que precisamos entender para sermos cristãos felizes. Nesta história ninguém faz nada, exceto chorar diante da morte. Ninguém paga nenhum preço. Esta não é a história acerca do que nós, seres humanos, fazemos, mas acerca do que Jesus é capaz de fazer.
Um dos grandes problemas que às vezes temos, é que se apodera de nós o pensamento de que milagres acontecem com os outros, nunca conosco. Mas permita-me perguntar-lhe: Quando foi a última vez que você passou a noite inteira lutando com Jesus? Lembra-se de Jacó? Era já madrugada e o sol começava a despontar, quando o anjo pediu: "Deixe-me ir, pois já amanhece o dia", e Jacó agarrou o anjo e clamou: "Não te deixarei, senão me abençoares."
Quando foi a última vez que você ajoelhou-se e disse a Deus: "Senhor, não me levantarei, se não me der aquele emprego ou, se não trouxer meu esposo de volta"? Então, como você pode afirmar que os milagres só acontecem com as outras pessoas? Por favor, não se acomode em meio do sofrimento, aprenda a depender do Pai com fé, aprenda a aproximar-se de Jesus e tocar Suas vestes.
Você nasceu para a vida. Não permita que a morte tenha domínio sobre você. Clame em seu coração, chore se quiser e logo depois, abra seu coração a Jesus enquanto os Arautos do Rei cantam o que disse o apóstolo Paulo: "Eu não sou mais eu, Cristo vive em mim".
Propósito:
Senhor, a cada passo estamos diante da violência, diante da morte de um ser querido, diante da morte espiritual de um filho, diante da morte de nosso casamento, de nossa empresa. Quantos sonhos destruídos, quantos planos que acabaram no lixo. Mas neste momento queremos clamar pelo milagre da ressurreição. Foste capaz de ressuscitar a filha de Jairo; não será capaz de ressuscitar-nos hoje? Não será capaz de ressuscitar nossos sonhos e planos? Responde Pai! Em nome e pelos méritos de Jesus. Oh Pai querido! Obrigado porque naquela história que conta a ressurreição da filha de Jairo, a cura da mulher com hemorragia, nós podemos encontrar a Tua maravilhosa resposta para o drama que, muitas vezes, enfrentamos nesta vida.
APONTANDO O CAMINHO
Você não desenvolve coragem ao se sentir diariamente feliz com os seus relacionamentos. Você desenvolve coragem ao sobreviver tempos dificeis entre duras e desafiadoras adversidades. 
Aquilo que parece ser um obstáculo em seu caminho, na realidade não é um obstáculo em seu caminho. Na realidade o aparente obstáculo está apenas está apontando o caminho. Aquilo que parece estar lhe amarrando, sendo um impedimento, na realidade isso não está lhe amarrando e nem lhe causando nenhum impedimento. Essas circunstâncias - na realidade - estão apenas construindo em você uma nova determinação de seguir em frente. 
Não ouse se desesperar quando as coisas se tornam dificeis e complicadas. Regozije-se no fato de que a razão pela qual você está encontrando grandes obstáculos e resistência é porque você está ganhando terreno, você está avançando. Celebre! 
Sinta a sua determinação à medida que ela cresce mais forte ainda porque – pela graça de Deus – você tem chances muito fortes de alcançar aquilo que você está buscando. Não desista!


Evangelho do dia 30 de janeiro

30 janeiro - O espírito humano, como os fluídos, se coloca sempre no nível dos objetos que o rodeiam. (L 5). SÃO JOSE MARELLO
Marcos 5,1-20
Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro. 3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. 5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!” 8Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada — mais ou menos uns dois mil porcos — atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído por Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20E o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. 
Meditação:
No Evangelho de hoje, vemos  um claro contraste entre a obra do demônio e a de Deus. O que nos faz lembrar das palavras de Jesus registradas em João 10,10 "o ladrão não vem senão para matar, roubar e destruir; mas eu vim para que vocês tenham vida e a tenham com abundância".

O Diabo é esperto para cativar e ludibriar as pessoas, apresentando uma série de atrativos que têm, por objetivo último, o de matar, roubar e destruir. Tudo o que ele oferece termina em inferno. O Gadareno não nasceu endemoniado. Ele foi uma pessoa como outra qualquer. Ele até mesmo tinha mulheres e filhos (v. 19).

A Bíblia adverte: "Não deis lugar ao Diabo" (Ef 4,27). As pessoas podem se afundar no pecado até ao ponto de se verem totalmente dominadas pelo mal. Eis aí o retrato mais grotesco do que os demônios pretendem fazer com os seres humanos. Dominado e derrotado pelo mal, aquele gadareno não habitava mais em casa, mas em um cemitério (v. 3), e era impelido pelos demônios para a solidão do deserto (Lc 8,29).

Tornou-se um ser anti-social e violento (v. 4), vivendo inquieto e ansioso, andando de um lado para o outro numa angústia sem tréguas (v. 5). Ele passou a não apreciar e nem a valorizar mais a própria vida. Perdeu o pudor e, sem nenhum respeito próprio, andava sem roupas (Lc 8,27). Com um espírito autodestrutivo, feria-se a com pedras (v. 5).

Este é um quadro chocante, mas devemos saber que o adversário tem estratégias diferentes para atingir pessoas diferentes. Geralmente ele é mais sutil.

Quantos não ficam surpresos consigo mesmos ao serem tomados pelo ódio, rancor, chegando mesmo a agirem com assustadora violência? Quantos não estão também estressados e angustiados sem conseguir descansar direito? Quantos não estão perdendo o pudor. Por exemplo, o que acontece em certos bailes funk.

Onde foi parar a dignidade humana? E quantos não estão também experimentando uma grande solidão? Mesmo em meio a multidão, sentem-se como um Robson Crusoé. Não tem amigos em quem possam confiar. Feridos e traumatizados, desenvolveram verdadeiras couraças que servem de barreiras para o desenvolvimento de saudáveis relacionamentos interpessoais. Estão, de fato, sem perceber, sendo impelidos para o deserto.

Mas a boa notícia é de que há esperança, mesmo para alguém tão arruinado como era o caso do endemoniado gadareno. Jesus o libertou! De modo que, agora, ele podia ser visto assentado tranquilamente na comunhão de Jesus e de seus discípulos (v. 15). Sinal de que estava apto a voltar ao convívio social. E não se encontrava mais nu, pois estava agora vestido (v. 15)!

Recobrou sua honra e dignidade! E já não mais gritava e agia como um louco, pois havia recuperado o bom senso (v. 15). Além destas três coisas maravilhosas, outra é que ele agora encontrou razão e motivação para viver (Mc 5,18).

Queria seguir o Mestre! Desejava tornar-se um missionário! Pretendia ir para terras distantes, mas Jesus orienta-o a primeiramente retornar para sua família. Pois missões começa em casa (v. 19 e At 1,8)!

Jesus promove a restauração do lar! Ao mesmo tempo, Jesus está deixando um missionário em Decápolis (v.20)! Uma testemunha do seu poder libertador! Sinal de sua compaixão até mesmo por aqueles que se mostram hostis a ele.

Como o processo de libertação daquele homem implicou no sacrifício de dois mil porcos (v.13), o povo dali acabou expulsando a Jesus da região (v. 17), pois possuíam um sistema de valores onde porcos valem mais que os humanos. Jesus representava uma ameaça aos porcos daquele povo.

Vemos aí que não só aquele individuo, mas também o próprio povo também estava dominado por distintas legiões, como a daqueles porcos que representam seu egoísmo materialista, e eram também dominados literalmente por uma legião do Exército Romano que ocupava a cidade. Aquele povo há séculos vinha sendo dominado e oprimido por uma sucessão de nações estrangeiras.

Por fim, entendemos que aquele povo também era dominado por demônios de toda espécie que buscavam afastar as pessoas da vida abundante e impedir o seu progresso em direção a Deus.

E quanto a nós? Existe algo que impede nossa caminhada cristã, que atrapalha nossos relacionamentos, que nos perturba e oprime ou que nos domina e escraviza? Existe algo que amamos mais do que a Deus? Onde está o nosso tesouro? “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6,19-21). “Não podeis servir a dois senhores” (Mt 6,24). É tão triste constatar que “a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas” (Jo 3,20). Mas Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1Jo 3,8) e quer conceder a você uma vida abundante e significativa (Jo 10,10). Entregue-se sem reservas ao Senhor da Vida!
 
Reflexão Apostólica:
 
Com a leitura de hoje ocorre algo particular. Uma ação que para muitos é negativa e vai contra os interesses e a dignidade do Rei Davi é a maldição que um homem lança contra ele, porém ele mesmo a interpreta como a vontade de Deus e deixa o homem passar; enquanto que no evangelho, a ação de Jesus a favor do endemoniado, libertando-o e enviando os demônios à manada de porcos, é interpretada como um mal pelos gerasenos e pedem a Jesus que se retire de seu território.

O fundo das duas situações há como que um elemento comum: a dignidade das pessoas. No caso do Antigo Testamento, a situação não se resolve, mas no caso do Novo Testamento a dignidade é restituída.

A ação de Jesus se mostra incômoda, pois causou o bem para alguém, mas prejudica os interesses de outros. Ocorre-nos que devemos fechar as portas à salvação que se dá ao outro. Preferimos ficar como estamos, afastando-nos do que nos incomoda, que nos faz mudar, que nos propõe salvar. Será que temos medo da luz e da liberdade? É tão alto o preço que pagamos pela salvação a ponto de preferirmos ficar como estamos?

Jesus veio ao mundo para salvar o homem do pecado e da morte eterna. No entanto, o homem muitas vezes continua refém e escravo das artimanhas do espírito do mal.

Assim como aquele endemoninhado que vivia no “meio dos túmulos” muitos de nós ainda nos deixamos escravizar e insistimos em viver a cultura da morte. Não reconhecemos a Deus como nosso Pai e provedor persistimos em lutar com armas que, ao invés de nos libertar são como algemas e correntes que nos prendem à mesma situação durante muito tempo da nossa vida.

Porém, o Pai não quer que se perca nenhum filho Seu, por isso, ainda hoje Jesus Cristo vem a nós a fim de nos libertar dos “espíritos maus” que nos perseguem. Jesus expulsou para longe os carcereiros que atormentavam aquele homem da região dos gerasenos e recomendou-lhe que fosse para casa, para junto dos seus.

Assim também Ele quer fazer conosco. Somos curados e libertados para amar e cultivar relacionamentos saudáveis a partir da nossa casa, na nossa família. Ele nos tira do meio dos sepulcros e nos conduz a uma vida de paz e harmonia conosco e com o próximo, bastando para isso que nos rendamos ao Seu poder amoroso. 

O evangelho nos oferece uma faceta interessante: quem foi tocado pela liberdade que Jesus oferece está disposto a assumir seu estilo de vida, o "endemoniado curado" queria ir com Jesus. No entanto, é aconselhado a ficar com os seus e aí proclame a Boa Nova do Reino, as maravilhas realizadas pela misericórdia de Deus.

Você ainda continua lutando com as armas que o mundo lhe impõe ou já se rendeu ao poder do Deus que liberta o homem do pecado? Quais são os “espíritos maus” que insistem em prender você no meio dos sepulcros? Você já voltou para casa ou continua habitando no cemitério?
Propósito:
Pai, faze-me anunciador da compaixão que tens por mim, a qual se manifesta na libertação de meu egoísmo e na abertura do meu coração para o serviço ao meu semelhante.
MELHOR LUGAR PARA RECOMEÇAR
O que fazer agora? Qualquer coisa. Alguma coisa. Tropeçou e caiu? Comece tudo novamente; tente algo novo. Se esperarmos até que venhamos nos sentir seguros diante das incertezas, então…pode ser que seja muito tarde.

Onde é o melhor lugar para começar quando você está determinado a fazer um significativo e real aprimoramento na sua vida? O melhor lugar para dar inicio a uma nova página em sua vida é exatamente ai onde você está. De onde você se encontra agora, há um caminho que pode lhe levar exatamente para onde você deseja estar. Não desperdice o seu precioso tempo e energia apenas “desejando” por um momento mais favorável. Em vez disso, faça uso desse ponto de largada que você tem diante de si e siga em frente! 
Em vez de ficar lamuriando sobre o que você não tem e sobre o que gostaria de ter, use a criatividade e imaginação que Deus lhe deu, para que assim você possa se tornar mais eficiente e muito mais produtivo com o que você já tem. Invista a sua energia na criação de novos valores no presente e liberte-se – o mais rapidamente que puder - do danoso ressentimento do passado. 
Aí onde você está é o melhor lugar para recomeçar, porque este é o lugar que você pode começar agora. A partir deste ponto, deste marco, você pode iniciar a sua trajetória para qualquer lugar. Portanto, levante a cabeça, olhe para cima e lembre-se: há toda uma nova história para ser escrita com empolgantes capítulos a serem revelados.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

EVANGELHO DO DIA 29 DE JANEIRO - 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM

29 janeiro Temos que sofrer muitas contradições na carne e no espírito. Mas esta é a nossa missão: carregar generosamente a cruz seguindo as pegadas do Mestre. Ele certamente nos dará a força necessária para que possamos chegar, sem desvios, à grande meta do Paraíso. (L 52). São Jose Marello
Mateus 5,1-12

Naquele tempo, 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:
3”Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.

Meditação:
 
O chamado Sermão da Montanha, faz parte do discurso inaugural do ministério público de Jesus, que se estende entre os capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus. O de hoje o primeiro dos cinco discursos que o evangelista distribui estrategicamente no seu livro.
No texto destacamos dois elementos fundamentais: primeiro está o lugar de onde Jesus fala e o conteúdo do discurso. Depois de pregar nas sinagogas da Galileia, acompanhado de uma grande multidão, Jesus subiu ao monte para rezar, escolhe os doze apóstolos e depois chega a um lugar plano e sentando, os seus discípulos e toda a multidão se aproxima d’Ele e então, Ele tomando a palavra e começa ensinar. Bem - aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus…

A intenção evidente do evangelista é apresentar-nos um discurso completo. Há, portanto aqui uma unidade retórica, sendo este termo entendido não só como uso de figuras de estilo, mas, sobretudo como forma de usar as palavras e construir o discurso visando cumprir um determinado objetivo, que neste caso é proclamar de um modo novo o Evangelho do Reino.

Não há aqui espaço para uma interpretação detalhada do texto. Utilizaremos como marco hermenêutico a novidade que este sermão nos traz, advertindo desde já que de maneira nenhuma se trata de ruptura com o Antigo Testamento, mas sim do seu pleno cumprimento em Jesus Cristo. De fato, Ele declara: Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. Levar à perfeição é o mesmo que dar pleno cumprimento, realizar plenamente.

À semelhança de Moisés, que sobe ao monte Sinai para receber as tábuas da Lei que há - de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex 19, 3. 20; 24, 15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens, chamados à vocação universal de serem discípulos de Cristo, pela escuta e vivência da sua Palavra: Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu; 7, 24: Ou ainda: Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha). Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha) como o Moisés maior, que estende a Aliança a todos os povos. Assim podemos ver o Sermão da Montanha como «a nova Torah trazida por Jesus».

Devemos insistir, porém que não se trata aqui de abandonar a Torah dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica, enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir nada do que Moisés tinha deixado, Cristo, com a sua ação, o supera e leva à perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro profeta.

O que Mateus nos apresenta no texto de hoje não tenho nem se quer uma sombra de dúvidas de que seja o anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da nova aliança em Cristo, assim como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas da esmola, da oração e do jejum.

A atitude dos filhos do Reino traduz-se numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça, antes de tudo.

Como não se pode dizer que se ama a Deus se não se ama os irmãos, não falta aqui à referência a uma nova relação com o próximo. Finalmente, o epílogo do sermão faz uma recapitulação e um apelo veemente à não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática, de forma consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível, ver como em Jesus Cristo se cumpre a promessa de Deus ao povo de Israel em Dt 18, 15 O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar e a Moisés em Dt 18, 18 Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos; porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar. Como acontece noutras passagens dos Evangelhos, também aqui Jesus Cristo anuncia o Reino dos céus.

Esta é uma forma semítica de dizer “Reino de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado de Deus sobre todas as suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo Homem, criado à sua imagem e semelhança.
O Sermão da Montanha é então para nós um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática em todos os dias, pois ele compreende o ANÚNCIO DE NOVO CÉU E DA NOVA TERRA onde haveremos de morar.

Reflexão Apostólica:

As bem-aventuranças são o anúncio da felicidade, porque proclamam a liberdade, e não o conformismo ou a alienação. Elas anuciam a vinda do Reino através da palavra e ação de Jesus.

Estas tornam presente no mundo a justiça do próprio Deus. Justiça para aqueles que são inúteis ou incômodos para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime.

Os que buscam a justiça do Reino são os “pobres em espírito”. Sufocados no seu anseio pelos valores que a sociedade injusta rejeita, esses pobres estão profundamente convictos de que eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores podem vigorar, surgindo assim uma nova sociedade.
O Evangelho deste domingo nos traz o Sermão da Montanha. Falar dele em poucas palavras é uma missão bem difícil para mim, já que eu olho para ele e vejo uma grande lição em cada versículo.
Sempre que o Sermão da Montanha é mostrado nos filmes, Jesus está andando pelo meio da multidão e falando bem alto. Quando lemos no Evangelho, descobrimos que não foi bem assim, como nos filmes.

Na verdade, Jesus olhou para a multidão, subiu o monte em silêncio, e sentou. Os discípulos se aproximaram e sentaram perto dEle. Foi então que Jesus abriu a boca e começou a ensinar-lhes. Então se os discípulos estavam perto, não tinha pra que falar alto! Foi uma "aula particular" para os discípulos, e que deve ter sido bem mais extensa do que as poucas linhas que ficaram registradas no livro de Mateus.

O Sermão da Monatanha é um dos sermões mais famosos e lembrados de Jesus. Aqui nos detemos em sua introdução, mais conhecida como as “Bem-aventuranças”, pois o sermão é muito mais longo, pois vai até 7, 29, onde acontece a conclusão dizendo que as pessoas ficam assombradas com a sua doutrina “porque ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. Por que pode causar assombro esse ensinamento de Jesus? Vejamos de perto as bem aventuranças e tentemos dar uma resposta.

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus." Quem são os "pobres de Espírito"? E por que é deles o Reino dos Céus? Se alguém nos perguntasse "de quem é o Reino dos Céus?", responderíamos: "dos pobres de espírito"? Com certeza, não? Para entender o que está escondido nesse versículo... Pobre em espírito é aquele que tem o espírito vazio de si próprio, a ponto de reconhecer sua pequenez e pedir humildemente que Deus ocupe esse vazio do seu espírito. Não importa se a pessoa é rica ou pobre de dinheiro, pois não é impossível para o pobre ser arrogante, nem para o rico ser humilde. O Reino dos Céus é destas pessoas porque são estas que se permitem ser preenchidas, no seu vazio, pelo próprio Deus. São estas pessoas que espalham as sementes do Reino dos Céus em forma de Amor.

"Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados."
Lembramos aqui que só se aflige quem se importa, quem se preocupa. Com que/quem você se importa? Quem está aflito de verdade, chora. Como Jesus chorou no Getsêmani. Você já chorou de arrependimento pelos seus erros? Pelas dificuldades que você teve (ou está tendo) que enfrentar? Elas foram ou estão sendo necessárias, acreditemos. Se Deus as permitiu, existe uma razão. Você pode até não entender hoje, mas confie em Deus: depois de uma grande aflição, sempre vem uma grande recompensa.

"Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra." O verdadeiro manso é aquele que, mesmo tendo a possibilidade e a escolha de aniquilar aqueles que se opõem a ele, escolhe a paciência. No entanto, o verdadeiro manso não é passivo e indiferente ao que é errado, mas defende a Verdade mesmo que isso lhe custe a vida. Nesse mundo cruel em que vivemos, o normal é que os mansos sejam "engolidos" pelos violentos. Mas na lógica de Jesus, quem vai "herdar a terra", ou seja, quem vai permanecer ao final de tudo, são os mansos. Por quê? Porque os violentos matam-se uns aos outros.

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados." Aqui está implícito algo interessante: que neste mundo a justiça é falha. Mas todos nós já ouvimos a expressão: "a justiça divina tarda, mas não falha". Alguém lhe caluniou? Alguém lhe trapaceou? Alguém lhe condenou e castigou injustamente? Não se preocupe: mais cedo ou mais tarde, essa pessoa terá de acertar as contas com Deus. E, sem sombra de dúvidas, irá colher o que plantou.
A que “bem-aventuranças” se opõem estas bem-aventuranças? Por que essa insistência de Jesus em afirmar as bem-aventuranças? Diante das bem aventuranças (ou do “êxito”) que a sociedade injusta e insolidária oferece, Jesus proclama oito veze onde se encontra e quais as bem-aventuranças do reino de Deus. A verdadeira felicidade se encontra em uma sociedade justa, misericordiosa, pacífica.

A sociedade injusta oferece felicidade no egoísmo, no êxito pessoal, no acúmulo. O reino de Deus oferece felicidade no amor, na sinceridade, na simplicidade. A sociedade injusta, às custas da infelicidade da maioria, cria a felicidade da minoria. A proposta de Jesus no sermão da montanha é a de eliminar toda opressão e toda injustiça procurando a felicidade e a vida em abundancia para todos.

A mesma lógica proposta por Mateus é a lembrada por Paulo (1Co 1,26-31) à comunidade de Corinto. A força de Deus se concretiza em pessoas que não são forte nem sábias na consideração da opinião comum, porém que sabem concretizar a presença de Cristo, força e sabedoria de Deus para que ele “se sinta orgulhoso no Senhor”.

A mensagem que nós podemos tirar deste Evangelho já tão conhecido de todos, é que o conceito de felicidade que o mundo prega é completamente diferente da felicidade que Deus planejou para a nossa vida.
Ser pobre, aflito, manso, faminto, misericordioso, puro de coração, promotor da paz, perseguido, insultado, na concepção humana é, na realidade, uma infelicidade.

Porém, se nos aprofundarmos na sabedoria de Deus, o Espírito nos convencerá de que tudo isso é inerente à nossa condição humana, porém quando nos reconhecemos completamente dependentes da misericórdia do nosso Pai, então, todas essas dificuldades transformam-se em ocasiões para que experimentemos o Seu Amor infinito, e aí então, seremos realmente felizes.

A nossa felicidade aqui na terra está condicionada à nossa experiência pessoal com o Amor de Deus. Nesse caso, todas as ocasiões em que somos mais provados são justamente os momentos em que mais nós temos a amostra da ação de Deus na nossa vida.
Você já experimentou alguma vez a felicidade dessa maneira? Para você o que significa ser feliz? Você já foi perseguido (a) por causa do reino de Deus?
 
Propósito:

Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
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O BEM PREVALECE
Na mais densa treva, o amor se torna mais magnificente do que nunca. Na mais profunda tristeza, a esperança tem a força e vitalidade de tudo – praticamente – criar. Quando o mundo conspira contra você, toda ação positiva que você tomar, poderá trazer-lhe resultados miraculosos. Quando a carga está intoleravelmente pesada, o espírito pode voar para infinitas alturas. 
Quando tudo está perdido, não existe limite para o que se pode ganhar. Quanto mais confuso, agitado e ruidoso o mundo se torna, mais poder você pode encontrar no silêncio e na solitude. Quando os dias são cheios de intolerância, agressividade e egoísmo é que ações nobres e altruístas encontram um campo fértil para a prática do amor e da entrega. 
Num mundo corrompido e dominado pelo medo é quando a verdade ganha uma clareza singular. Em tempos de grande descontentamento é que as possibilidades da real e genuína alegria crescem ainda mais. Num nível mais profundo, a bondade sempre prevalece porque a verdade – pela sua própria natureza – jamais poderá ser negada.