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quinta-feira, 30 de junho de 2016

EVANGELHO DO DIA 3 DE JULHO DOMINGO - SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS

03 JULHO DOMINGO - Cristo ressuscitou, Cristo vive, Cristo reina, Cristo está no meio da sua Igreja, terrível e formidável. Ele disse uma grande palavra: "Confidite: Ego vici mundum” Tende confiança, eu venci o mundo. Lutemos e confiemos! (L 39). São Jose Marello
SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 16,13-19

"Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: "Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?" Eles responderam: "Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas". "E vós", retomou Jesus, "quem dizeis que eu sou?" Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus então declarou: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus". " 

Meditação:
 

O texto de hoje pertence a uma seção maior, que provavelmente se prolonga até o v. 28. É dentro desse contexto que Pedro recebe a revelação de que Jesus é o Messias.

Contudo, o que Pedro vê em Jesus não é fruto de especulação, pois Jesus é o Messias plenamente humano, a ponto de enfrentar a morte. Pedro, pedra sobre a qual Jesus edificará a sua Igreja, torna-se pedra de tropeço (Satanás), porque não pensa as coisas de Deus; ao contrário, está agarrado à mentalidade da sociedade estabelecida, que espera um Messias glorioso e poderoso e, por isso mesmo, rejeitará Jesus, levando-o à morte (vv. 21-23).

Esta narrativa da "confissão de Pedro" se completa e encontra seu sentido pleno com a narrativa seguinte sobre o primeiro "anúncio da paixão", com o diálogo conflitivo entre Jesus e Pedro.

Estas narrativas são encontradas nos três evangelhos sinóticos, Marcos, Mateus, e Lucas, porém com destaques próprios em cada um destes evangelistas.

Marcos, que é o primeiro dos evangelhos canônicos a ser escrito, situa a passagem narrada no momento em que Jesus encerra seu ministério entre os gentios da Galiléia e das regiões vizinhas, iniciando o caminho para Jerusalém, em ambiente de exclusividade judaica, onde se dará o confronto final com os chefes de Israel.

Marcos se preocupa em mostrar que Jesus rejeita o título messiânico, indicativo de ambição e poder, afirmando-se como o simples e humilde humano, cheio do amor de Deus e comunicador deste amor que dura para sempre.

Um sinal de seu despojamento é a sua vulnerabilidade à morte programada pelos chefes do Templo e das sinagogas. Lucas, por sua vez, despreocupa-se com a situação temporal e geográfica do episódio narrado, colocando-o em um momento de oração de Jesus, e conclui sua narrativa, como Marcos, registrando a rejeição sumária de Jesus ao título messiânico.

No texto de Mateus, acima, encontramos duas de suas características dominantes. Mateus acentua a dimensão messiânica de Jesus e já apresenta sinais da instituição eclesial nascente.

Mateus escreve na década de 80, quando os discípulos de Jesus oriundos do judaísmo estavam sendo expulsos das sinagogas que até então freqüentavam. Mateus pretende convencer estes discípulos de que em Jesus se realizavam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel. Daí o acentuado caráter messiânico atribuído a Jesus por Mateus.

Os cristãos, afastados das sinagogas, começam a estruturar-se em uma instituição religiosa própria, na qual a figura de referência é Pedro, já martirizado em Roma.

Ele foi um discípulo de Jesus de grandes contrastes, de altas e baixas, de grandes acertos e grandes mancadas. Mas, uma coisa que temos que admirar em Pedro – apesar das suas falhas e tropeços, ele sempre continuou crescendo, amadurecendo e progredindo. Tudo isso se deu em sua vida porque ele continuava com Jesus.

Na ocasião em que Jesus perguntou aos discípulos quem “os outros” diziam que ele era, Mateus registra que pelo menos alguns deles falaram. “Eles responderam” diz Mateus. Ou seja, pelo menos dois ou três ou mais comentaram.

O que se percebe pelos comentários dos discípulos é que havia uma certa confusão a respeito da pessoa de Jesus. O povo estava dividido. Uns diziam uma coisa, outros outra.

A situação naquela época é parecida com o mundo de hoje. Há quem diga que Jesus era um grande homem, até um profeta.

Outros grupos dizem que ele era um espírito elevado, no último estágio de desenvolvimento. Outros afirmam que ele nada mais era que um ser humano comum, só que super-dotado de inteligência e carisma.

Quando Jesus pergunta aos discípulos quem eles diziam que Jesus era, logo Pedro se destaca com a resposta. Note que a pergunta foi dirigida ao grupo “E vocês”? Jesus pergunta. Mas, Pedro responde logo, como se fosse por todos. A resposta de Pedro, talvez precipitada, contudo é certeira – “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

Vemos em Pedro uma disposição de adiantar-se, e confessar uma verdade que não está nem um pouco de acordo com a opinião popular, e até em choque com a posição oficial dos líderes religiosos da época.

Que ousadia e coragem. Que convicção e fé Pedro tinha. Quem não queria ousadia e fé assim? Quem não queria ficar no lugar de Pedro e ouvir as palavras de elogio e confirmação do Mestre? Mas, logo em seguida, vemos Pedro mais uma vez falando, só que desta vez para sua própria vergonha.

“Desde aquele momento Jesus começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia.

Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Nunca, Senhor! Isso nunca te acontecerá!’ Jesus virou-se e disse a Pedro: ‘Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens’.” (Mt 16,21-23)

Num momento Pedro podia confessar a Jesus como o enviado de Deus, e logo em seguida mostrar que nada entendia da sua missão como Messias.

Ao insistir que Jesus não podia ir à cruz, Pedro negava aquilo que fazia de Jesus o Cristo. Se Jesus tivesse seguido o entendimento de Pedro, não só Pedro, mas, toda a raça humana teria sido perdida.

Que falta de entendimento! Que ignorância dos propósitos de Deus! Aquele, cuja fé foi chamado uma Pedra para edificar a igreja, foi taxado de pedra de tropeço.

O discípulo mais simples hoje entende o que Pedro quis discutir com o próprio Jesus. Como é que isso podia suceder? Como é que um homem de uma fé tão forte e firme podia ao mesmo tempo não compreender a missão do Messias e o plano de Deus para a salvação?

O fato é que qualquer discípulo é capaz de não entender algum aspecto da vontade de Deus. O próprio Pedro mais tarde escreveu que há ensinamentos na Bíblia difíceis de entender (2Pd 3,16).

Quem pode afirmar que entende tudo que a Bíblia ensina? Vemos em Pedro que até um discípulo bem chegado a Jesus era capaz de confundir as coisas. E nós hoje?

O importante a apreender desta história é que precisamos da fé que Pedro tinha. Mas, ninguém é discípulo por compreender tudo, e sim por confiar unicamente e completamente em Jesus.

Com a repreensão de Jesus, Pedro, sem dúvida deve ter ficado constrangido, envergonhado e humilhado. Mas, ele não deixou de seguir Jesus.

Este é o ponto mais importante da história, a fé dele em Jesus era muito maior que a fé dele no seu próprio conhecimento, sabedoria ou entendimento das Escrituras.

A fé de Pedro estava depositada totalmente em Jesus. Entendendo ou não o presente ou o futuro, compreendendo ou não as próprias Escrituras, Pedro sabia que o mais importante era confiar em Jesus e continuar com Ele.

Pouco tempo depois, Jesus demonstrou o quão grande é a fé de um discípulo. Apesar da falha de Pedro e da repreensão dura que Jesus lhe deu, seis dias depois Jesus o chamou para um dos momentos mais marcantes da sua vida aqui na terra.

"Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele." (Mt 17,1-3)

Naquela ocasião, se lemos um pouco adiante, Pedro cometeu outro gafe ao sugerir que fossem feitas tendas para Jesus, Moisés e Elias. 

O importante da lição é visto logo no início. O discípulo que se viu como pedra de tropeço uma semana antes, agora se viu ao lado de Jesus num dos momentos mais extraordinários da sua vida aqui na terra – e a convite pessoal do Mestre.   

Jesus se importa com o nosso entendimento, com a nossa compreensão da vontade de Deus. E, como discípulos verdadeiros, devemos sempre buscar conhecer e obedecer cada vez mais a Palavra de Deus. 

O mais importante, o mais crucial em tudo é algo que o próprio Deus nos dá – fé em Jesus. Creia em Jesus, confie em Jesus e continue com Jesus até o fim. Disso aí, você nunca vai se arrepender.

Embora no Novo Testamento se perceba conflitos entre Pedro e Paulo (Gl 2,11-14), a liturgia os reúne em uma só festa. Pedro é lembrado pelo seu testemunho corajoso diante da perseguição e Paulo, por seu empenho missionário em territórios da diáspora judaica

A Igreja celebra Pedro e Paulo no mesmo dia porque trabalharam na unidade da fé e na diversidade de modalidades. Sua força apostólica está na fé em Jesus. Pedro e Paulo não se diferem pelo apego à tradição ou inovação, mas pelo campo. Ambos têm a tradição que preserva e a inovação que assume caminhos novos. Ambos vivem da fé.

Unidos pelo martírio recebem igual veneração. Sofrem por causa do Evangelho. Herodes prende Pedro e Paulo está preso em Roma com a consciência de ter combatido o bom combate e guardado e fé. Ambos sabem que o Senhor esteve sempre com eles.

O ensinamento desta festa é a abertura à tradição e o acolhimento da novidade para ser fiel. Eles são colunas da Igreja, mas também dão rumos. Há tendência de voltar à tradição pela tradição ou ir à novidade pela novidade.

Como Pe. Vitor Coelho dizia: "A Igreja não é de bronze, pois enferruja. É uma árvore que cresce porque tem ramos novos e permanece porque tem tronco.".

Celebrando S. Pedro e S. Paulo nós celebramos a ação de Deus em Jesus para implantar o seu Reino no mundo. Ele usou duas luvas de briga: uma grosseira, Pedro, e outra mais caprichada, Paulo. Por que essa diferença?

Os dois implantaram a Igreja de Deus em dois mundos diferentes, mundo judeu e mundo pagão. Missão diferente, mas o mesmo fim. Diferente é o modo de compreender a fé. Isso enriquece.

O judaísmo tende ao ritualismo; o paganismo tende a um modo mais livre de vida. A Igreja se enriquece com esses dois modos de entender.

Eles se fundam na fé. Pedro e Paulo vivem Jesus. Mesmo passando na boca do leão, foram salvos e preservados. Deram a vida por Jesus. Eles falavam grosso e tinham o que dizer sobre Deus. Eu e você, o que temos feito no que toca a nossa fé em Deus?

A fé professada por Pedro se dá em um momento crucial da vida de Jesus, e O anima a seguir rumo à Paixão. Pedro recebe uma bem-aventurança: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus”. Tem o dom de ser pedra de alicerce sobre a qual Jesus constrói a Igreja e lhe dá o poder de ligar e desligar (Mt 16,17-19).

Paulo reconhece a ação do Espírito: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).
Deram a vida pela Igreja e por Cristo.

Rezamos no prefácio: “Unidos pela coroa do martírio, recebem igual veneração”. Eles têm consciência durante sua vida de que a perseguição que sofrem é por causa do Evangelho.

Herodes desencadeou a perseguição sobre a Igreja; Matou Tiago e prendeu Pedro para apresentá-lo ao povo e ser morto. Ele foi libertado da prisão por um anjo (At 12,1-11).

Paulo tem consciência do fim: “Já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida” (2Tm 4,8).

Os dois têm a experiência de que são protegidos pelo Senhor: “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças” (v. 17); Pedro reconhece: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (v.11).

O ensinamento desta festa à Igreja é a abertura à tradição e ao acolhimento da novidade para ser fiel. A Igreja tem que se voltar sempre para o dinamismo destes dois homens que deram a vida pelo evangelho. Eles nos ensinam.

Não podemos ficar na superficialidade e celebrar sem refletir o que os fez grandes. Eles não só são colunas da fé, mas também dão rumos para seu futuro.

Vivemos tempos nos quais há tendências de voltar à tradição pela tradição e à novidade pela novidade. Mas devemos partir da fé que professamos em cada celebração.

Reflexão Apostólica:

O reconhecimento de Jesus não é fruto de especulação ou de teorias sobre ele, e sim de vivência do seu projeto (prática da justiça).

É com pessoas que o confessam, como Pedro, que nasce a comunidade (v. 18a). Essa confissão é forte como a rocha. No entanto, não é fácil confessar.

Jesus mostra que a comunidade cresce e adquire corpo em meio aos conflitos (as portas do inferno ou “o poder da morte”), nos quais forças hostis procuram derrubar o projeto de Deus.

Assim como nós, Jesus teve a necessidade de saber quem era Ele para as pessoas, e, principalmente, para aqueles que com Ele conviviam.

Ter conhecimento de quem somos nós para o outro e principalmente para aquelas pessoas que nos cercam é muito importante para a nossa realização pessoal.

Cada um de nós tem uma missão muito especial aos olhos de Deus. Somos Seus instrumentos na concretização do Seu Plano de Salvação.

Simão foi aquele que, inspirado pelo Espírito Santo, apontou a verdadeira identidade de Jesus. Foi então que Jesus o conscientizou da sua missão aqui na terra, dando-lhe poder e autoridade para ser chefe da Igreja fundada por Jesus Cristo.

“Tu és Pedro”, no nome, a missão. Você também diante de Deus tem um nome que designa uma missão muito especial. O que poderá significar? Pergunte ao Espírito Santo!

“Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus.” Quanta responsabilidade está embutida nesta afirmação! Precisamos estar atentos ao que ligamos, mas também ao que não ligamos, àquilo ou àqueles que afastamos de nós, que recusamos e até desprezamos na nossa vida.

Como andam seus relacionamentos? Como está se dedicando aos que estão mais próximos? Quão forte tem sido o elo que une você a eles? Dá às pessoas o seu devido valor?

Jesus deu a Pedro as chaves dos céus e deu-lhe também uma ordem: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. Com estas palavras, Ele passou para Pedro a responsabilidade da missão e do compromisso de ser seu discípulo, assim como a cada um de nós que foi chamado a segui-Lo também.

 O que podemos ligar aqui e que também pode ser ligado aos céus? Você sabia que tudo o que você fizer na terra, terá também repercussão no céu? O rancor? O ressentimento? O ódio? A vingança? Esses sentimentos pertencem aos céus?

Dê a você mesmo (a) um nome que designe uma virtude, uma qualidade, ou uma maneira de ser. Pense nisso e viva com mais amor! Esse, sim, é o sentimento que você pode ligar aos céus! Ame mais, sorria mais, abrace mais, viva mais!

Que cada um de nós saiba, como Pedro, professar a sua fé no Cristo Filho do Deus vivo, nada e alguém poderá prevalecer sobre nós.

Propósito:


Pai, consolida minha fé, a exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo que, em meio às provações, souberam dar, com o seus martírios, testemunho consumado de adesão a Jesus.

Evangelho do dia 02 de julho sábado

02  julho Vós estareis no mundo, porém vossos ouvidos não prestarão atenção às vozes e às conversas do mundo, às blasfêmias e às impiedades dos homens, mas já ouvirão os cantos dos anjos que vos chamam a si; mesmo que ouçam essas vozes, será apenas para vos oferecer como vítimas de reparação ao amor desprezado de Jesus. (S 354). SÃO JOSE MARELLO
Mateus 9,14-17

"Naquele tempo, os discípulos de João, dirigindo-se a Jesus, perguntaram: "Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?" Jesus respondeu: Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão. Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam."


Meditação

João Batista, cujo ministério tinha por finalidade preparar o povo para a chegada do Messias, tinha discípulos que ainda haviam ficado com ele durante o princípio do ministério do Senhor Jesus.

Eles observavam os discípulos do Messias, alguns dos quais também haviam sido de João, e vieram perguntar porque eles não jejuavam como os de João e os fariseus faziam? Era uma crítica, pois o ritual do jejum representava muito para eles.
Para compreendermos melhor o que se passou naquela ocasião, devemos lembrar que João Batista fora ainda um profeta do Velho Testamento, e ele e os seus discípulos ainda estavam presos à lei de Moisés, com seus preceitos e rituais. Ele apresentara o Messias, e foi Este que deu início a uma nova era, ou dispensação, introduzindo o Novo Testamento entre Deus e a humanidade com a propiciação feita com o Seu sangue.

O curto ministério do Messias aqui na terra foi um intervalo durante o qual Ele anunciou o início do Seu reino e preparou os Seus discípulos para a nova dispensação.
Os “filhos das bodas” mencionados na resposta são uma expressão idiomática da época significando os convidados a um casamento. O jejum entre os judeus era um ato de abnegação devido a tristeza e contrição. Assim como os convidados não podem demonstrar tristeza na presença de um noivo no seu casamento, também não era próprio para os discípulos demonstrarem tristeza enquanto o seu Salvador estivesse junto com eles.

Mas haveria ocasião para jejum quando Ele voltasse para o céu, completada a obra de redenção que viera fazer, quando então estaria fisicamente ausente dos seus discípulos.
Não existe um mandamento para jejuar como havia no Velho Testamento. O jejum é encontrado junto com a oração na igreja primitiva, em ocasiões em que a direção de Deus era pedida para a tomada de grandes decisões. Também, nas versões mais antigas, aparece com a oração em 1 Coríntios 4:5. É um ato de abnegação diante de Deus, aprovado aqui pelo Senhor Jesus.
Em seguida o Senhor usa duas ilustrações para mostrar a mudança da dispensação do Velho Testamento para a do Novo Testamento, e para ensinar que os seus princípios não devem ser misturados: Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco.

Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem os odres nem o vinho
A utilidade do Velho Testamento, com a lei de Moisés, estava no fim, e o Senhor Jesus não veio para lhe dar continuidade mediante alguns remendos pois estes só podiam piorar a sua situação. O Velho Testamento não podia conter o Evangelho da salvação unicamente mediante a fé na obra redentora de Cristo.

O Senhor Jesus veio para introduzir uma veste totalmente nova, um vinho completamente novo, para substituir de uma só vez o que existia naquela época. O apóstolo João abrevia isso assim “a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”.

Pelo jejum devemos proclamar que temos fome de Deus e significar que só encontramos sentido para nós na verdadeira liberdade face a tudo que é terreno e material. O nosso coração só encontra felicidade quando repousa em Deus.

Reflexão Apostólica
No Evangelho notamos que o destaque maior é  o jejum. Jesus é questionado por discípulos de João Batista: "Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?".  Isso nos leva a refletir sobre a importância do jejum para a nossa espiritualidade. Principalmente para aqueles que encontram muita dificuldade em se manter puros por causa da idade, e das tentações em sua volta. 

Nós também temos todo direito de nos regalar de vez em quando com um bom prato de nossa preferência, porque ninguém é de ferro. Por outro lado, não podemos esquecer a importância do jejum enquanto temos saúde para isso, e estamos nessa caminhada cheia de tropeços e perigos a cada passo.

O jejum  é uma negação de nós mesmos.  É dizer não ao nosso corpo quando ele quer o sim. Fazendo isso, nós teremos mais força para dizer NÃO, quando naquele momento de tentação, o nosso corpo reclama a satisfação do prazer.

Adestrada e treinada, essa fera aparentemente indomável que é a nossa carne, vai obedecer à voz de comando da nossa alma, e com a ajuda de Deus se acalmará, exatamente naquele momento de perigo maior para a manutenção da nossa santidade, e aproximação maior com Deus, para que possamos aproximar as pessoas também de Deus através do nosso sacerdócio.

Vós sois o sal da terá, e o sal não pode estar estragado senão não vai salgar coisa alguma. Mas um jejum não terá tanta força para a nossa santificação se ele não for acompanhado de oração, na qual estaremos não só oferecendo aquele sacrifício a Deus Pai, pelo perdão dos nossos pecados, como também pela conquista das graças que almejamos receber.

Experimente assim que poder, fazer um jejum acompanhado de oração. Você não precisa falar para ninguém que está jejuando, nem ficar com cara de moribundo para que todos tenham pena de você, como faziam os líderes judaicos que Jesus criticou. Comece fazendo meio jejum.

Uma vez por mês você vai almoçar bem tarde, lá pelas quatro ou cinco horas da tarde. Ou, futuramente, ficar sem almoçar, ou se agüentar, sem almoço e sem janta, só com o café da manhã.
  
Propósito: Usar o bom senso e o discernimento em todas as ações.  


Evangelho do dia 01 de julho sexta feira

01 julho Vós estareis no mundo, mas vossos olhos não o verão e, passando além das coisas desta terra, contemplarão o Paraíso que vos espera; e, embora tenham que ver o mundo, será através do Coração de Jesus e somente para implorar misericórdia para ele. (S 354). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus  9,9-13
 "Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse:
- Venha comigo.
Mateus se levantou e foi com ele. Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos:
- Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?
Jesus ouviu a pergunta e respondeu:
- Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: "Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais." Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons.
"
 

Meditação:

O Evangelho de hoje nos fala sobre a vocação de Mateus, ou seja, sobre Jesus que o chama para ser seu discípulo. Precisamos perceber que Jesus chama um pecador público. Isto era algo de extraordinário. Mas, o que significa esta expressão “pecador público“? Significa que alguém era considerado publicamente pecador, pois todos conheciam a sua conduta de pecado.
Os capítulos depois do Sermão da Montanha, ou seja, os capítulos 8 e 9, narram a atividade de Jesus. Diríamos assim que se trata do programa de vida que proclamou no Sermão da Montanha como felicidade e paz para o povo é o que ele realiza com suas atitudes e obras.
Dessa maneira, Mateus apresenta a atividade messiânica de Jesus no seio de seu povo. No meio desta atividade está situado o texto que a Igreja nos oferece para refletir neste dia. Cabe-nos perguntar por que o evangelista situa o chamado de Levi neste momento de sua narrativa.
Talvez a resposta esteja no último versículo que hoje lemos: Aprendam, pois, o que significa: ‘"Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais." Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons, ou seja, o evangelista acha necessário esclarecer que o centro da missão do Messias é buscar o que estava perdido, curar os doentes, libertar os cativos, proclamar o ano de graça de misericórdia do Senhor! (Lc 4, 18-19).
O que é certo é que no chamamento de Mateus o que interessa mesmo é perceber QUEM ele chama… Que Mestre estranho este, o de Nazaré, que começou por escolher discípulos entre pescadores iletrados da Galiléia quase pagã, e agora se vira até para os malditos, os impuros…
Depois disso testemunha-nos o próprio Mateus que houve festança lá em casa dele, sentados à mesa com Jesus comendo e bebendo ele e os seus amigos, aquela “laia” de gente…
E, terceiro ato desta peça, aparecem também os fariseus do costume… Chamavam-se a si próprios “fariseus”, que significa em hebraico “separados”, porque era assim que construíam o caminho da santidade e da perfeição piedosa que o deus deles lhes propunha… E chamavam-lhe o “Deus de Israel”, sem sequer se darem conta da história do seu próprio povo, cheia de infidelidades e impurezas, fugas e idolatrias com as quais o Deus de Israel sempre teve que lidar sem Se enojar ou separar deles…
Mas pronto, às vezes esquecem-se estas coisas que parece que só são evidentes para os sábios e para os profetas.

Não podiam aproximar-se da laia de Mateus… Ficariam eles próprios impuros e precisariam de realizar depois os seus rituais de purificação. Não podiam de maneira nenhuma entrar em casa de um maldito! Seria chamar sobre si a maldição… Mas também não podiam deixar de “picar” o novo e estranho Rabbi de Nazaré que se comportava como Profeta e que alguns começavam a dizer ser o Messias das esperanças judaicas…
Então, diz o evangelista, foram ter com os discípulos de Jesus e perguntaram-lhes: “Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?"
E isto toca-me muito… Mas onde raio estavam os discípulos de Jesus para os fariseus poderem falar com eles?!
Não estavam na festa! Não eram só os fariseus a terem dificuldade em entender as escolhas de Jesus… os seus próprios discípulos ainda ficavam à porta! No início dos relatos evangélicos isso é claro. A dinâmica do Reino de Deus a acontecer diante dos seus olhos provocava neles um desconforto e uma incompreensão que só compreende bem quem já a sentiu na pele.
A novidade do Reino de Deus a acontecer parecia enigmática quando Jesus o propunha na forma de algumas parábolas… parecia uma utopia exigente demais, às vezes, quando Jesus o propunha em forma de ensinamento, como quando proclamou as Bem-Aventuranças… parecia uma força interior inexplicável quando Jesus o testemunhava nos seus encontros libertadores com as pessoas… mas o Reino de Deus parecia um escândalo quando Jesus o proclamava presente pela convivialidade com os impuros, pelo perdão aos pecadores públicos, pela amizade com os malditos.
Por isso é que os fariseus foram ter com eles… porque sabiam que eles eram discípulos daquele Mestre, mas viam que não estavam lá dentro com ele…
Vamos dar um salto de dois mil anos… Hoje… Jesus… quanta espécie de “malditos” há por aí… quantos “impuros” ainda segundo as leis, lógicas e preconceitos dos “puros”… quantos “pecadores públicos” no contexto de um povo que ainda tem presenças farisaicas muito fortes…
Mateus e a sua “laia” continuam aí… Jesus, tenho a certeza absoluta que também! E que continua a sentar-se à mesa com eles depois de os visitar nas suas próprias bancas quotidianas… Os fariseus, ui ui… que também ainda por aí andam… e os discípulos de Jesus… esses também… e parece-me que, na maior parte das vezes, ainda no mesmo sítio. Somos dele, mas não estamos com ele…
Vamos mas é voltar lá para trás, para o relato de há dois mil anos porque sempre é mais “confortável”… Jesus sabia bem os discípulos que tinha… Amava-os assim e confiava neles.

Por isso estava sempre atento, e o que encontramos muitas vezes na primeira etapa dos evangelhos é que os fariseus vão fazer perguntas venenosas aos discípulos de Jesus, e ele NUNCA os deixa responder.

Ele bem sabia que não estavam preparados… Que as perguntas dos fariseus andavam a bailar também dentro deles, com a única diferença de que era sem veneno…
Jesus deu-se conta do “burburinho” e pôs-se do lado dos seus. Quem eram os seus? Os que estavam consigo à mesa e os discípulos… Defendeu os dois grupos: “Não são os sãos que precisam de médico, mas os doentes! Eu não vim para chamar os piedosos, mas os pecadores”…
Jesus respondeu-lhes de maneira a que eles entendessem, pelo menos os que tivessem Coração capaz disso. Por isso é que usa palavras claramente deles, não suas, como a palavra “pecadores”.

Jesus não gostava desta palavra. NUNCA a usa nos evangelhos a não ser para responder aos fariseus quando o “picam” com estas coisas dos “pecadores”, como eles lhes chamavam… Jesus responde-lhes numa linguagem que eles entendam, responde-lhes com as suas próprias palavras… Mas não a encontras na boca de Jesus em nenhum outro contexto!
Interessante, não é?...

Reflexão Apostólica:

Jesus chamou para ser dos seus um tal de Mateus, cobrador de impostos, o que na altura significava ser pecador público, considerado maldito e impuro.

Eram traidores do seu povo, pois cobravam os impostos para os colonizadores romanos… Além disso, naqueles tempos parece que abundava essa antiga arte de “meter ao bolso”, coisas próprias dos antigos, claro, que hoje isto não acontece, não senhor…

O Evangelho de hoje nos diz que Jesus viu primeiro. Referindo-se a Mateus, é vê-lo na sua situação cotidiana: Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos.
O olhar de Jesus é capaz de ir além do que um simples olhar enxerga de um judeu cobrador de impostos. Ele reconhece em Mateus um filho muito querido de Deus, e isso é o que Ele comunica primeiro para o cobrador de impostos. Seu olhar sobre Mateus está carregado da ternura e misericórdia de Deus Pai-Mãe, que cura as feridas e perdoa os pecados, amando-o incondicionalmente.
Jesus continua e diz para ele: “Segue-me!”. Abre-se diante de Mateus a possibilidade de um caminho novo, impensável até esse momento. É convidado a deixar de ser uma engrenagem do império opressor, para passar a ser íntimo colaborador na construção de um reino de liberdade, justiça e solidariedade.
Deixemos que Jesus passe e nos olhe no nosso dia-a-dia e, como Mateus, tenhamos a coragem de acolher esse olhar e a proposta que dele brota.
Sem dúvida, nossa vida passará a ser diferente e poderemos também ser parte deste círculo aberto, inclusivo e integrador de amigos e amigas de Jesus que continuam lutando pela sua mesma paixão: o ser humano e a casa em que ele habita!
Propósito:
Senhor Jesus, faze-me trilhar o caminho da solidariedade, para que eu me aproxime daqueles aos quais deve ser levada a salvação.
 Meditação: 
 O Evangelho de hoje nos fala sobre a vocação de Mateus, ou seja, sobre Jesus que o chama para ser seu discípulo. Precisamos perceber que Jesus chama um pecador público. Isto era algo de extraordinário. Mas, o que significa esta expressão “pecador público“? Significa que alguém era considerado publicamente pecador, pois todos conheciam a sua conduta de pecado.

O chamado de Mateus é feito no estilo tradicional da vocação profética. Uma breve exortação imperativa ao seguimento é seguida de uma adesão imediata.

Na realidade, o processo de conversão decorre de um certo tempo de relacionamento com Jesus. O simples levantar-se e seguir indica uma mudança na vida daquele coletor de impostos.
Os capítulos depois do Sermão da Montanha, ou seja, os capítulos 8 e 9, narram a atividade de Jesus. Diríamos assim que se trata do programa de vida que proclamou no Sermão da Montanha como felicidade e paz para o povo é o que ele realiza com suas atitudes e obras.
Mateus apresenta a atividade messiânica de Jesus no seio de seu povo. No meio desta atividade está situado o texto que a Igreja nos oferece para refletir neste dia. Cabe-nos perguntar por que o evangelista situa o chamado de Levi neste momento de sua narrativa.

Talvez a resposta esteja no último versículo que hoje lemos: Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos e sim pecadores, ou seja, o evangelista acha necessário esclarecer que o centro da missão do Messias é buscar o que estava perdido, curar os doentes, libertar os cativos, proclamar o ano de graça de misericórdia do Senhor! (Lc 4, 18-19).

Este é o reino que Jesus vem inaugurar e comunicar com sua vida, morte e ressurreição. E para ser partícipes e, mais ainda, colaboradores na expansão deste reino, todos(as), sem exceção, são convidados de uma maneira ternamente pessoal, rompendo qualquer norma ou preconceito que deixe alguém fora do âmbito deste reino.

Se olharmos agora para Levi, cobrador de impostos, é, sem dúvida, uma das pessoas que na época de Jesus sofriam a exclusão.
 Não eram queridos pelo povo por causa de seu trabalho ganancioso. Eram considerados impuros por parte das autoridades religiosas judaicas, e para o império romano não eram mais que um dos últimos degraus na escada da opressão que exerciam sobre o povo.  Por essa razão, é escandaloso para os judeus e também para os discípulos de Jesus, que ele chame Mateus para ser seu seguidor! E, como se isso não bastasse, vai à sua casa e se senta à sua mesa.

Se considerarmos a casa como símbolo da história da pessoa, e partilharmos sua mesa assim como a sua intimidade, podemos entender que o evangelista está mostrando que Jesus, quando chama Mateus, o faz dentro de sua própria história com suas luzes e sombras.
 A resposta que Jesus dá aos fariseus revela seu conhecimento da vida de Mateus, que o faz “merecedor” de uma atenção privilegiada por parte dele: As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes.

Esta maneira de olhar que Jesus tem é, por assim dizê-lo, revolucionária porque está carregada de compaixão e misericórdia. Por isso, não julga nem condena o cobrador de impostos, antes é capaz, sendo conhecedor de sua fraqueza e também de seus erros, de convidá-lo para uma vida diferente que brota da amizade com Ele.

E aqui podemos nos lembrar das palavras do Evangelho de João, quando Jesus fala da amizade: ”eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que o ouvi de meu Pai” (Jo15,15b).

O Evangelho de hoje nos diz que Jesus viu primeiro. Referindo-se a Mateus, é vê-lo na sua situação cotidiana: Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos. Mas o olhar de Jesus é capaz de ir além do que um simples olhar enxerga de um judeu cobrador de impostos. Ele reconhece em Mateus um filho muito querido de Deus, e isso é o que Ele comunica primeiro para o cobrador de impostos. Seu olhar sobre Mateus está carregado da ternura e misericórdia de Deus Pai-Mãe, que cura as feridas e perdoa os pecados, amando-o incondicionalmente.

Jesus continua e diz para ele: “Segue-me!”. Abre-se diante de Mateus a possibilidade de um caminho novo, impensável até esse momento. É convidado a deixar de ser uma engrenagem do império opressor, para passar a ser íntimo colaborador na construção de um reino de liberdade, justiça e solidariedade.

Deixemos que Jesus passe e nos olhe no nosso dia-a-dia e, como Mateus, tenhamos a coragem de acolher esse olhar e a proposta que dele brota.
 Sem dúvida, nossa vida passará a ser diferente e poderemos também ser parte deste círculo aberto, inclusivo e integrador de amigos e amigas de Jesus que continuam lutando pela sua mesma paixão: o ser humano e a casa em que ele habita!
 Reflexão Apostólica:
 Mateus é para nós o exemplo que pessoas podem mudar sua história se tiverem oportunidade, fé e vontade.

Ele não tinha doenças, não há relatos de dívidas, ou problemas familiares, tinha uma vida financeira compatível com a função de arrecadador de impostos, (…); se não tinha problemas por que ele seguiu Jesus se uma boa parcela das pessoas ainda o procura por interesse? O que teria acontecido para se encantar ao ponto de escrever e relatar tudo o que viu e ouviu daquele homem de Nazaré?

O evangelista não narra qual foi a conduta dos outros que participaram do jantar, se converteram não sabemos, se permaneceram do mesmo jeito também não se sabe, mas uma coisa é concreta: Todos naquela mesa tiveram a mesma chance, tiveram o mesmo acolhimento, a mesma atenção, (…) Acredito que aquele jantar mudou, de alguma forma, a vida deles.
 Quem por ventura já ficou cara a cara com Jesus e não foi tocado. Quantos que um dia de desespero, angústia, aflição, ao ver a porta de uma igreja aberta teve vontade de entrar e nunca mais quis sair?

Assim também fomos ou ainda seremos rendidos, encantados…

Jesus se aproxima de Mateus não com a intenção de convencê-lo ou impor algo. Jesus talvez tenha realmente mudado a história de vida de Mateus quando entrou em sua casa, partilhou da sua mesa, do que comia, conheceu seus amigos, sua realidade; quando conflitou quem de fato era o Homem Mateus e não aquilo que falavam dele.

 Talvez convenceremos mais quando conseguirmos entrar na vida daqueles que convivemos. Quanta gente precisa de uma visita e não necessariamente em suas casas e sim em suas vidas?

Visitar é também ouvir, aconselhar, sugerir, apoiar, ser cúmplice…

Sim! CÚMPLICES!! Deus às vezes nos põe no caminho de pessoas com a função de reanimá-las. Se cada um que foi convidado por Jesus a ceiar desse banquete fosse inquieto a ação do Espírito Santo, conseguiríamos chegar a lugares ainda mais distantes e o som das palavras de Deus, poderiam ajudá-los a continuar corajosamente a enfrentar as dificuldades, aos abatimentos, a solidão, (…).

Perante o que a vida, o trabalho e as oportunidades ofereciam a Mateus, e em contra partida ao “pouco” que lhe foi oferecido (um simples convite), chegamos a conclusão que o que Jesus ofereceu a ele era realmente o que ele mais queria. O próprio Mateus deixa claro isso ao citar no seu próprio evangelho, algo que Jesus falou e o tocou. Mateus assim escreveu:

A todos e com todos Jesus senta à mesa, mas a mudança só acontece com aquele que se dispõe também a ir além de somente ouvir palavras de conforto. Diz um palestrante renomado sobre motivação que ninguém é motivado se não se motivar também. Mateus ouviu, pôs a mesa do seu raciocínio o que tinha e o que viria a ter e fez uma opção. Um exemplo prático: Continuar a beber ou a fumar vale a pena em meio ao que isso pode nos causar? Adianta ir ao grupo de oração ou a missa pedir uma cura se não estou disposto a ajudar no milagre é meio irracional.

Quanto a ser agente da mudança, sim! Seja cúmplice do resgate! Se tiver dentro de sua compreensão, ajude a quem precisa sem olhar para trás. Ouvir e aconselhar normalmente poupam vidas! Para alguns pode ser perca de tempo, mas para quem se importa é ganhar a vida.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Evangelho do dia 30 de junho quinta feira

30 - Solene tumulação dos despojos mortais de São José Marello no Santuário da Casa-Mãe em Asti. (1923).

Atualmente não temos senão um tênue reflexo da fé e da caridade apostólica. São Paulo! Oh! a grande figura típica do Cristianismo! (L 11). São Jose Marello 
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 9,1-8

"Jesus passou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. Apresentaram-lhe, então, um paralítico, deitado numa maca. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: "Coragem, filho, teus pecados estão perdoados!" Então alguns escribas pensaram: "Esse homem está blasfemando". Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? Que é mais fácil, dizer: 'Os teus pecados são perdoados', ou: 'Levanta-te e anda'? Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, - disse então ao paralítico - levanta-te, pega a tua maca e vai para casa". O paralítico levantou-se e foi para casa. Vendo isso, a multidão ficou cheia de temor e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos seres humanos." 

Meditação: 

Mateus, preocupado em reunir dez milagres de Jesus, nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, resume esta narrativa da cura do paralítico, bem mais detalhada em Marcos e, embora a sua preocupação seja o caráter messiânico da cura milagrosa, o núcleo da narrativa é o perdão dos pecados.
A cura do paralítico nos é contada também pelos evangelistas Marcos (2,1-12) e Lucas (5,17-26). Marcos apresenta a história do paralítico com mais particularidades. Nos diz que os portadores do leito sobre o qual jazia o paralítico, não podendo apresentar o doente a Jesus por causa da multidão.
São todos particulares que não pertencem à historia em si, mas ao modo de apresentá-la. Na sua versão, Mateus estiliza a cena reduzindo-a ao essencial, omitindo todos os particulares.
A chave para descobrir a intenção de Mateus está nas palavras de Jesus: Vendo a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados.
O pecado, no Primeiro Testamento, era qualquer desobediência aos mais de seiscentos preceitos da Lei, impondo restrições minuciosas às práticas comuns do dia a dia.

O povo trabalhador, oprimido e empobrecido, por suas próprias atividades de sobrevivência não tinha condições de observar estes preceitos todos. Assim era considerado pecador.

As doenças e defeitos físicos eram consideradas como castigo pelo pecado. Jesus vem remover a culpa imputada pela Lei, retirando a acusação de pecado do paralítico e libertando-o de sua paralisia.
Neste texto, Mateus quer afirmar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados. A cura do paralítico comprova esse poder.
Além de ter o poder de perdoar os pecados, Jesus demonstra que tem um poder mais forte, que é aquele de penetrar os pensamentos dos escribas, sem que alguém lhe contasse, e disse-lhes: Por que pensais mal em vossos corações?

Por sua vez, Jesus, possui um conhecimento sobre-humano, sobrenatural, doado-lhe pelo Espírito Santo. Em outros momentos Jesus dirá: Vocês vêem as aparências. Eu vejo o coração. Este conhecimento sobrenatural de Jesus demonstra que Ele tem também uma dignidade única e que justifica o seu poder também único, aquele de perdoar os pecados.
Quando Jesus quer demonstrar que tem o poder sobre o pecado, o paralítico passa em segundo plano, como se não interessasse mais o paralítico curado, e sim para que saibais que o Filho do homem tem o poder de perdoar os pecados.
A razão da cura do paralítico que ouviu as palavras de Jesus levanta-te… toma a maca e volta para tua casa, é demonstrar a saúde eterna; o perdão dos pecados é mais importante do que a saúde do corpo.

Mateus, além de demonstrar o poder de Jesus, quer realçar a fé daquela multidão que se aproximou de Jesus, atraída a Ele justamente por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as dificuldades. Fé que é confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço do ser humano.
Por fim, Mateus, depois de nos contar a cura e o perdão dos pecados do paralítico, nos fala daquela multidão que, diante deste milagre de Jesus, ficou com medo, glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.

O poder de Jesus de perdoar os pecados foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando ao ressuscitar dos mortos e aparecendo-lhes, disse-lhes: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (João 20, 21-23).

Antes Pedro, à pergunta de Jesus: “No dizer do povo, quem é o Filho do homem?” E aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. E Jesus disse a Pedro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus (Mt 16,13-19).
Portanto, a Igreja de Cristo e na Igreja os homens escolhidos por Cristo, têm a missão de administrar o sacramento do perdão.
Não são eles que perdoam. É Cristo que o faz na pessoa do Sacerdote. Este poder de perdoar os pecados é inseparável da pessoa de Cristo e da Sua Igreja, Uma, Santa Católica e Apostólica.

Reflexão Apostólica:

"Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? Que é mais fácil, dizer: 'Os teus pecados são perdoados', ou: 'Levanta-te e anda'?."
Ao curar o paralítico com essas palavras Jesus nos revela que o pecado nos paralisa, aprisiona e nos tira a liberdade interior.
Assim Jesus foi direto à raiz da paralisia humana, o pecado, que tolhe a vida da pessoa, impedindo-a de caminhar por si mesma.
Quantas vezes nós nos sentimos presos (as), acorrentados (as), aos sentimentos de ódio, de medo, revolta, ressentimento, idéia de vingança, precisando de alguém que nos ajude!
O pecado é tudo que nos afasta da fonte do Amor de Deus. O pecado é o desamor, é a falta da graça de Deus e, somente quando em nós essa graça é restituída, nós nos sentiremos verdadeiramente livres.
Vamos aqui nos deter em três pontos de reflexão deste evangelho: Jesus demonstra o seu poder de cura, o poder de estar vendo os nossos pensamentos, e a repreensão aos fariseus por terem feito um julgamento. ""Como pode este homem falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?" (Mc 2,7).  

Essa é uma atitude típica de quem está com ciúmes, com inveja de outra pessoa de igual categoria, ou do seu nível, por ela estar fazendo uma coisa que nós gostaríamos de estar fazendo em seu lugar, como às vezes acontece na própria paróquia.

Eu entro na igreja e lá no altar está um conhecido fazendo a leitura. Ou, quando participo de um Encontro e vejo alguém fazendo uma palestra. Qual é a minha atitude? Ei! Por que eu não estou lá? Por que eu não posso fazer leitura/palestra também? Quem ele pensa que é para fazer leitura/palestra? 

Infelizmente existem ciúmes e inveja até nos lugares mais santos, porque somos pessoas pecadoras. E isso, às vezes, atrapalha, emperra o bom andamento das pastorais, e da evangelização.

Quanto a Jesus ver ou ouvir os nossos pensamentos, precisamos tomar mais cuidado, pois estamos pecando direto por pensamentos. E até consideramos serem santos pensamentos, como, naquele dia em que pensamos ser mais santos que aquela pessoa. Isso não é o cúmulo do absurdo?  Pois é, acontece. 

Um exemplo: Uma pessoa santa, talentosa, de muita fé, e conhecimento da doutrina da Igreja, enfrenta muitas dificuldades para se engajar em uma determinada comunidade, simplesmente por inveja ou ciúmes dos que fazem parte do centro de decisões, ou da coordenação.

Parece até repetição de algo escrito em reflexões anteriores. Porém, certas coisas muito importantes da nossa vida devem ser repetidas, refletidas para serem eliminadas ou corrigidas.

A cura do paralítico nos traz como exemplo a solidariedade dos amigos que o apresentaram a Jesus. Algumas vezes nós podemos ser o paralítico, outras vezes nós somos um dos amigos do paralítico quando nós ajudamos alguém a encontrar Jesus.
O Senhor quer tirar de nós a mentalidade de sempre querer receber e nada oferecer. Ele nos cura, mas nos manda também levantar e tomar a nossa cama , isto é a nossa vida e dar testemunho na nossa casa colocando-nos à disposição da edificação do Seu reino na nossa casa. Ele não nos quer acomodados na mesmice, mas ousados e cheios de fé.
O texto diz que o Mestre viu a fé daquele homem. Só é possível ver a fé de alguém, quando manifestada nas suas ações.

As providências tomadas pelo paralítico para estar na presença de Jesus devem ter sido formidáveis, pois chamou-lhe a atenção.
Esta confiança ilimitada explica a iniciativa do Mestre: declarar-lhe, imediatamente, perdoados os pecados e, assim, reconciliá-lo com Deus.
Segundo se acreditava na época, as doenças eram conseqüência dos pecados. O perdão era, por conseguinte, o primeiro passo para a cura, por cortar o mal pela raiz. Só, então, teria sentido propiciar ao paralítico a cura física.
A ação taumatúrgica de Jesus recriava o ser humano a partir de seu interior, atingindo os níveis mais profundos, ali onde se processa a comunhão entre a criatura e o Criador.
A restauração dos laços rompidos entre ambos permitia ao ser humano refazer-se, até chegar aos níveis exteriores. A cura acontece de dentro para fora. Quando o exterior é curado, é porque o interior já deve ter sido totalmente refeito.

A cura do paralítico foi possível por causa de sua confiança inabalável em Jesus. Esta é a fé que se exige de quem pretende ser curado por ele. Mas, a partir de dentro!
Você alguma vez se sentiu também paralisado (a) pelo pecado? Você já sentiu inveja de alguém? Você já recebeu ajuda de alguém que levou você para receber o perdão de Deus? Você tem ajudado às pessoas que estão doentes, paralisados (as) pela vida? Você é uma pessoa acomodada nos mesmo vícios, nos mesmos pecados? Você tem dado testemunho de Jesus na sua casa?

Propósito:
Pai, que minha fé ilimitada em teu Filho Jesus seja penhor de perdão e cura. Que o poder de Jesus me cure a partir do meu interior.

Mateus 9,1-8Meditação: 

O temor em nossos dias é de transgredir costumes estabelecidos na sociedade. Com freqüência damos mais valor às doutrinas do que às pessoas. Jesus desafia essa mentalidade. Para ele a pessoa está em primeiro lugar, em especial em se tratando de alguém que sofre. Jesus, mesmo correndo o risco de ser taxado de blasfemo, não teme libertar da culpa um homem cujos temores o paralisam a ponto de impedir-lhe o movimento.

Porém, a blasfêmia maior em nossos dias é não usar a força transformadora da própria religião a favor do bem-estar da pessoa que sofre. Jesus desafia seus adversários e assume uma atitude eficaz de compaixão, amor e solidariedade como caminho para alcançar a liberdade humana. Em nossa época as maiores blasfêmias já não contradizem certas doutrinas religiosas.

Blasfêmia hoje é questionar as práticas que nossa cultura secular consagra. É mal visto questionar o consumismo que paralisa a maior parte das pessoas a ponto de levá-las ao sedentarismo, à obesidade e ao conformismo. Da mesma forma, tornou-se inquestionável a exploração a que são submetidas nações inteiras com o objetivo de baixar custos de produção.

No bloco de dez milagres coletados por Mateus, nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, temos, hoje, a narrativa de cura de um paralítico. Mateus resume a narrativa de Marcos, rica em pitorescos detalhes.

No texto se percebe que o essencial é o perdão dos pecados, sendo a cura apenas o seu sinal. As elites religiosas das sinagogas e do Templo humilhavam e mantinham o povo submisso, imputando-lhes o caráter de "pecador" por não observarem as centenas de preceitos da Lei. A própria doença era considerada como fruto do pecado.
O tema central não é o milagre enquanto tal (a cura do paralitico), mas o perdão dos pecados. Vivemos em um mundo onde o ódio, o rancor, a vingança para com o outro faz parte da vida das pessoas. Custa-nos perdoar quem nos ofendeu ou nos tenha maltratado física e/ou moralmente. Por isso Jesus propõe outro modelo, outra forma, outro sistema de valores.

O perdão e a misericórdia são importantes na vida do cristão. Nessa passagem evangélica, Jesus tem misericórdia do paralitico e o cura. A cura, porém, não é só no aspecto físico, mas também espiritual, pelo perdão dos pecados, apresentando-o limpo diante de Deus e diante dos homens. A fé do paralitico e daqueles que o conduziam, anima Jesus a realizar a cura.

Jesus se admira da segurança dos que conduziam a paralítico. É o oposto dos letrados, que não crêem nas palavras de Jesus e o acusam de blasfemo. Este é o pecado maior dos letrados: não reconhecer a ação libertadora de Deus em Jesus, em meio da desgraça, exclusão e marginalização em que tantas pessoas vivem.
A libertação do pecado só poderia ser feita no Templo, mediante ofertas, em nome de Deus. Agora, o homem paralítico, considerado pecador, está libertado por Jesus, pode mover-se e ter iniciativas. Em Jesus, Deus dá aos humanos o poder de libertar-se dos pecados, e no amor e na prática da justiça, transformar o mundo.
Mateus, além de demonstrar o poder de Jesus, quer realçar a fé daquela multidão que se aproximou de Jesus, atraída a Ele justamente por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as dificuldades. Fé que é confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço do ser humano.

Por fim, Mateus, depois de nos contar a cura e o perdão dos pecados do paralítico, nos fala daquela multidão que, diante deste milagre de Jesus, ficou com medo, glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.

O poder de Jesus de perdoar os pecados foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando ao ressuscitar dos mortos e aparecendo-lhes, disse-lhes: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 21-23).
Antes Pedro, à pergunta de Jesus: “No dizer do povo, quem é o Filho do homem?” E aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. E Jesus disse a Pedro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus (Mt 16,13-19).

Portanto, a Igreja de Cristo e na Igreja os homens escolhidos por Cristo, têm a missão de administrar o sacramento do perdão. Não são eles que perdoam. Mas é Cristo que o faz na pessoa do Sacerdote. Este poder de perdoar os pecados é inseparável da pessoa de Cristo e da Sua Igreja, Uma, Santa Católica e Apostólica.

Reflexão Apostólica
(…) Onde é mais fácil que vejamos a ação de Deus na nossa vida, quando Deus realiza uma cura ou nos concede alguma graça pela qual suplicamos ou fizemos promessas ou quando ele perdoa os nossos pecados? É claro que ao lermos este texto, afirmamos que é quando ele perdoa nossos pecados, mas a gente não vê as pessoas celebrarem ações de graças quando são perdoadas e sempre vemos celebrações em ação de graças por curas, conquistas e coisas do gênero. Isto tudo nos mostra que intelectualmente sabemos as coisas certas, mas existencialmente vivemos subordinados aos valores do mundo, de modo que somos pessoas divididas entre o que falamos e o que de fato acreditamos. O Evangelho de hoje é para todos nós um convite: precisamos de fato enxergar mais além para valorizarmos mais os verdadeiros dons que Deus nos concede”. (CNBB)
Sinto que estou me repetindo em algo que já escrevi em reflexões anteriores. Mas acredito que certas coisas muito importantes da nossa vida devem ser repetidas, refletidas para serem eliminadas ou corrigidas.

O pecado tem tamanha influencia em nossas vidas que Jesus se empenhava ao máximo a libertar as pessoas, especialmente as mais simples, desse grande mal, no entanto ainda existem fariseus mais preocupados com os erros do que os acertos.

A quem compete curar e libertar? Realmente existe um grupo de pessoas eleitas por Deus a serem melhores que outras? O que leva alguém a deixar de anunciar a verdade e a paz para pregar uma grande mentira e a guerra? Fazendo uma grande analogia a esse fato pergunto: do que adianta ser um preso confesso e arrependido do seu crime, mas ainda esta preso ao crime que cometeu? Do que adianta o arrependimento se não ter um bom comportamento?

Nos questionamentos acima, vivemos a difícil situação de falarmos algo, no entanto vivendo outra. Em ambos os casos ainda falta algo

O que mais incomodava aos mestres da lei narrado no evangelho de hoje era o fato de Jesus propor-se a libertar ou mudar a realidade do paralitico. O homem poderia até continuar a claudicar (mancar), mas não seria mais refém do pecado. Como questionei acima, de que adianta a cura se não houver uma mudança de comportamento real?

É importante frisar que a dedicação de Jesus estava e ainda esta na remissão do pecado e não na doença, na fatalidade, no problema e sim na mudança do ponto de vista sobre sua própria vida. Um homem deitado e prostrado tem uma visão bem diferente daquele que se encontra de pé ou daquele que esta acima de um monte…

Muitos irmãos, inclusive nós, precisam apenas de uma oportunidade de levantar. Eles precisam é da mudança de realidade. Ao oferecer uma nova chance, Jesus renovava a vida de quem o encontra. Não posso então me alimentar da hipocrisia e acreditar que NÓS, paralíticos, deixaremos de MANCAR ou errar, mas ao sermos apresentados a nova realidade, dificilmente voltaremos a deitar no leito.

Jesus diz “(…) Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa”. Apesar de ainda mancarmos, nunca mais seremos os mesmos. Ao voltarmos para casa, para nossa realidade, nossas vidas, ainda teremos a cama (o leito, o pecado) a nos rondar. A grande proposta de Jesus foi em dizer LEVANTE e coube aos fariseus em olhar apenas a cama.

A atitude de Jesus, mesmo sendo questionada, se foca no perdão e não na cura. “(…) Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho PODER NA TERRA PARA PERDOAR pecados”. A cura passa a ser conseqüência da vontade de mudar.

Esqueçamos a doença, ajudemos aos irmãos a levantar.

Propósito: Valorizar mais os verdadeiros dons que Deus nos concede.