Seguidores

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Evangelho do dia 10 de junho sexta feira

10 junho - Invoquemos sempre o Espírito Santo em cada ação nossa! Invoquemo-lo para que Ele seja a nossa alegria, o nosso sustentáculo e o nosso guia seguro para o Céu. (S 347). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 5,27-32

"- Vocês ouviram o que foi dito: "Não cometa adultério." Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la já cometeu adultério no seu coração. Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, arranque-o e jogue-o fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ser atirado no inferno. Se a sua mão direita faz com que você peque, corte-a e jogue-a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno. - Foi dito também: "Quem mandar a sua esposa embora deverá dar a ela um documento de divórcio." Mas eu lhes digo: todo homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em caso de adultério, será culpado de fazer com que ela se torne adúltera, se ela casar de novo. E o homem que casar com ela também cometerá adultério."

Meditação: 

Muitas vezes alguns textos evangélicos foram mal interpretados, por não estarem situados no contexto social e cultural em que foram escritos. E este é o caso do texto de hoje. Jesus diz que não só comete adultério quem se apossa da mulher do outro, mas comete adultério quem cobiça a mulher do próximo. No Antigo Testamento a mulher era considerada propriedade do marido, de modo que unir-se a uma mulher casada equivalia não tanto a um ato de desonestidade, um pecado contra a pureza, como se dizia antes, mas a um verdadeiro roubo, uma injustiça flagrante. Nisto consiste o verdadeiro adultério, que não é outra coisa senão o desejo de se unir com a mulher do próximo. Assim, o décimo mandamento da lei de Deus diz: “Não cobiçarás os bens de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu asno, nem nada que seja dele. Fica claro que a mulher era considerada propriedade do homem, talvez a propriedade mais apreciada, acima dos escravos, dos animais ou outros pertences. A moral cristã, escrita por sacerdotes e religiosos, todos homens, viram neste mandamento do Antigo Testamento uma cópia do sexto mandamento, quando na realidade o é do sétimo: “não roubarás”. Desejar a mulher do próximo não é simplesmente sentir uma atração por ela, mas dar passos no sentido de apossar-se dela. Um roubo com todas as letras.

No segundo texto, Jesus não fala do divórcio como o entendemos hoje, mas do repúdio, ou seja, daquela instituição judaica, estabelecida a partir de Moisés, não por vontade divina, mas pela teimosia humana, segundo a qual o homem, e não a mulher, podia despedir a sua esposa em determinadas circunstâncias. O que Jesus não aceita, segundo este texto, não é o divórcio – conceito inexistente dentro da cultura judaica -, mas o repúdio como ferramenta de submissão da mulher por parte do homem, pois Deus quer o homem ou a mulher com direitos iguais dentro do matrimônio .
 Jesus segue corrigindo ou abolindo pontos da antiga Lei e da interpretação que faziam dela os fariseus e letrados. Ontem dizia: não bastar não matar; temos que impedir que se comece no coração do ser humano o processo que conduz à morte-eliminação do outro: tratar com brutalidade ao outro, insultá-lo, chamá-lo renegado... O evangelho de hoje vai na mesma linha. A Lei antiga proibia a ação externa, o adultério; mas essa ação externa começa por dentro com o desejo de cometer a injustiça de tirar do próximo sua mulher. Tirando o desejo, se tira a conseqüência deste. O olho simboliza o desejo; a mão, a ação; ambos tem que ser eliminados. Deixar-se levar pelo olho ou pela mão conduz à morte. 

A fratura, no entanto, se produz às vezes nas relações matrimoniais. Que fazer neste caso? No caso da mulher ser despedida pelo marido, a lei manda que este lhe dê uma carta de repúdio para aquela, para que fique livre do vínculo que a unia ao seu marido anterior e possa casar-se novamente, não ficando deste modo condenada à mendicância. A mulher era a parte frágil da instituição matrimonial, pois, no tempo de Jesus, só o marido poderia despedir a mulher, esta não podia despedir o marido. E Jesus a protege: em primeiro lugar, para despedí-la, tem que arranjar bem os papéis de modo que fique livre; em segundo lugar, deve restringir ao máximo os abusos possíveis dos maridos – que podiam despedir segundo a doutrina de Shammai às mulheres por qualquer motivo. Somente está permitido fazê-lo em caso de união ilegal ou matrimônio nulo.
 

Jesus radicaliza até a interioridade a fidelidade matrimonial, apelando ao amor verdadeiro e leal. O adultério começa com o olhar de desejo, e o mal deve ser cortado pela raiz.
 
 A exceção citada no v. 32 pode referir-se ao caso de união ilegítima, por causa do grau de parentesco que trazia impedimento matrimonial segundo a lei (Lv 18, 6-18; At 15,29).
 Atenção, porém: este texto não fala do divórcio tal e como o entendemos na atualidade, mas da lei do repúdio em uma sociedade na qual o matrimônio se instrumentalizava como elemento de dominação do homem sobre a mulher, pois só este podia iniciar o processo de separação; em nenhum caso ela. Jesus, com esta resposta vai contra a profunda desigualdade entre homem e mulher. Homem e mulher, nascidos iguais, devem ser tratados igualmente pela lei.
 Reflexão Apostólica:
 Jesus não poupa palavras para deixar bem claro qual deva ser a atitude do discípulo ante o tema do adultério, muito ligado ao duplo mandamento do amor.
No tempo de Jesus, e como herança de longa tradição não somente israelita, mas de todo o Oriente Médio, a mulher ocupava um lugar muito desprezível na sociedade; e era tão desrespeitada, que se tornava apenas uma propriedade a mais, junto com o boi, o asno, acrescentada ao patrimônio do homem. Seu papel familiar era definido em função da submissão ao marido e o cuidado dos filhos, e estava muito longe de chegar a ocupar lugares importantes na sociedade. Sua posição era tão baixa, que o marido tinha o direito de divorciar-se dela por meio de uma carta apenas, e por qualquer motivo.

Com Jesus, o adultério veio a ser não uma questão meramente formal, mas vivencial; e não seria mais a mulher a única destinatária de semelhante carga, mas o homem também passaria a participar dela ativamente. Jesus chama seus discípulos a viver em coerência com o mandamento do amor, e exige fidelidade e respeito pela pessoa do outro. 

A Palavra de Deus é o próprio Jesus! Nela nós encontramos o mapa para alcançarmos a santidade. Jesus nos adverte: não somos adúlteros só quando agimos, mas também quando “desejamos”, quando “imaginamos”, quando contemplamos e cultivamos o mal dentro do nosso coração.
O mal pode nos escravizar mesmo que não pratiquemos ações más, dependendo da nossa maneira de encarar e de ver as pessoas e as coisas. O arrancar o olho e a mão, a que Jesus se refere, significa cortar pela raiz os pensamentos, os sentimentos e as ações que nos são agradáveis mas que nos desvirtuam do caminho de Deus.

Os nossos julgamentos pelas aparências, os sentimentos de ódio e rancor que guardamos dentro do coração, as manifestações interiores de orgulho e de inveja que ruminamos quando ambicionamos as riquezas do mundo, são ocasiões de pecado. Por isso, Jesus, nos manda jogar fora.
No casamento, homem e a mulher firmam aliança com Deus que é para sempre e se propõem a cooperar para a construção de um mundo mais justo e feliz. A infidelidade gera infelicidade, a aliança rompida gera vidas quebradas, amor violado gera traição a Deus, por isso Jesus chama a nossa atenção para que tenhamos consciência do compromisso que assumimos com Ele.
Qual é a visão que você tem das pessoas e dos acontecimentos do mundo? Você se importa muito com a vida alheia? Você cultiva sentimentos de inveja e de cobiça? Os filmes que você vê pela TV alimentam em você o pecado? Você tem tentado se afastar das ocasiões de pecado? O que você entende da recomendação de Jesus sobre o matrimônio? Você acha que os tempos mudaram e que isto já era e que hoje é diferente?

Propósito:

Pai, tu exiges respeito mútuo entre homens e mulheres. Não permitas jamais que a cupidez e a malícia do mundo tomem conta do meu coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário