Seguidores

terça-feira, 30 de junho de 2015

Evangelho do dia 01 de julho quarta feira

01 Vós estareis no mundo, mas vossos olhos não o verão e, passando além das coisas desta terra, contemplarão o Paraíso que vos espera; e, embora tenham que ver o mundo, será através do Coração de Jesus e somente para implorar misericórdia para ele. (S 354).SÃO JOSE MARELLO
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 8,28-34

"Quando Jesus chegou à outra margem do lago, à região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois possessos, saindo dos túmulos. Eram tão violentos que ninguém podia passar por aquele caminho. Eles então gritaram: "Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" Ora, acerta distância deles estava pastando uma manada de muitos porcos. Os demônios suplicavam-lhe: "Se nos expulsas, manda-nos à manada de porcos". Ele disse: "Ide". Os demônios saíram, e foram para os porcos. E todos os porcos se precipitaram, pelo despenhadeiro, para dentro do mar, morrendo nas águas. Os que cuidavam dos porcos fugiram e foram à cidade contar tudo, também o que houve com os possessos. A cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. E logo que o viram, pediram-lhe que fosse embora da região.

1º Meditação: 

A Bíblia descreve pelo menos 39 milagres que Jesus realizou durante o Seu Ministério Público, e vários outros milagres com ele, são descritos, como seu nascimento, Transfiguração, Ressurreição e Ascensão.

Esta apresentação dá uma seqüência cronológica dos Milagres, tal como foi apresentado nos quatro Evangelhos. Cada evento inclui a referência adequada escritural. Além disso, a localização dos eventos é indicada, para melhor seguir as viagens do Senhor, enquanto Ele estava na Terra.

O evangelho de hoje acentua o poder de Jesus sobre o demônio. No nosso texto, o demônio ou o poder do mal é associado com três coisas: 1) Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida! 2) Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus! 3) Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza.

Mateus resume aqui uma narrativa de Marcos para inseri-la em sua coleção de dez milagres de Jesus. Em Marcos a narrativa tem um sentido missionário: um possesso que foi libertado passou a anunciar Jesus no território gentílico da Decápole.

A narrativa ainda mostra que Jesus, com sua prática libertadora, encontra resistência dos mais favorecidos, moradores da cidade, que pedem que se retire dali.
Na época de Jesus, muitas enfermidades internas eram interpretadas como possessões demoníacas. Por isso, para eles, o sinal mais evidente da chegada do Reino era a vitória sobre essas forças do mal que provocava muito sofrimento.
Esses demônios faziam o homem escravo e viver fora da realidade, como morar em cemitério, ser agressivo, quebrar grilhões e ferindo-se.
O endemoniado, sabe da origem, do poder e da ação de Jesus. Sabe e conhece os relatos das curas que Cristo realizava, por isso O pergunta: Filho de Deus, o que o senhor quer de nós? O senhor veio aqui para nos castigar antes do tempo? Se o senhor vai nos expulsar, nos mande entrar naqueles porcos!
Em duas palavras: Pois vão!, Jesus responde e suas palavras produzem efeito. O homem fica curado. Jesus ao curá-lo devolve o direito de convívio com a comunidade, realizando assim a chegada do Reino também para quem não acreditava. Assim, se entende que a salvação não é somente para um povo ou uma religião, é para todos.
Quanto aos prejuízos causados pela morte dos porcos devido a expulsão dos demônios, quero crer que foi por misericórdia para com os donos desses animais, que Jesus permitira lhes sobreviesse o prejuízo.
Eles se achavam absorvidos em coisas terrestres, e não se importavam com os grandes interesses da vida espiritual. Cristo desejava quebrar o encanto da indiferença egoísta, a fim de Lhe poderem aceitar a graça que redime e salva proporcionando-lhes a vida eterna.
E a atitude dos moradores ao expulsarem Jesus da sua região, foi uma recusa total da salvação trazida por Jesus. Oxalá, reconhecendo o poder de Jesus, o projeto de vida eterna agradeçamos a Deus a graça de gritarmos como aqueles endemoniados e peçamos a Deus a graça de acolhermos o projeto de Jesus. Pois ele é o projeto de vida eterna.
Reflexão Apostólica:

Mais uma vez, o evangelho nos prova que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus (os próprios demônios confessam isso).

Aqueles dois homens possessos de demônios foram libertados de seu sofrimento, por Jesus, porque Ele é o nosso libertador. 

Liberta-nos do pecado, de todas suas causas e de todas suas conseqüências. Só Jesus pode nos libertar dos demônios que no nosso dia a dia tentam-nos para poder nos arrastar para o pecado, para longe de Deus, e da vida eterna.

Essa libertação não acontece se nos afastarmos de Deus, ficando muito tempo sem rezar, e principalmente sem comungar.

Foi assim que aquele sacerdote sucumbiu-se com a pressão da legião de demônios que o arrastou como uma torrente poderosa para longe da Igreja, e de Deus.

Sendo jovem recém ordenado, foi designado para uma paróquia de uma cidade no Nordeste, onde as tentações são muitas e a solidão se avoluma principalmente à noite.

Apesar disso, aquele padre desempenhava seu sacerdócio com muita vontade, humildade e por que não dizer, com fé.

Celebrações, reuniões, encontros de jovens, elogios a sua pessoa, olhares, tentações, até que em um domingo à noite, final de um encontro de jovens, quando fechava a última porta da casa paroquial, ela estava lá, sentada, com o olhar fixo nele, ficou pasmado quase sem voz, mas afinal conseguiu perguntar o que ela estava fazendo ainda ali? Por que não foi para casa?...    

....Conclusão, hoje este padre, (porque sempre será padre) está casado com aquela tentação morena, e as missas viraram celebrações feitas por uma freira, e outras vezes por catequistas da paróquia.

Segundo informações, a situação é bastante desagradável, e maledicente para a própria Igreja. Aquele tímido padre, apesar de possuir um pequeno defeito físico, é de boa aparência.

Ele tinha que viajar de uma cidade a outra  principalmente no fim de semana para atender confissões, casamentos, batizados e celebrações. Com muitas atividades, suas orações pessoais foram substituídas por horas ou minutos de descansos.

Diante deste quadro de muita ação e pouca oração, o espírito que mesmo estando preparado pode cair por que a carne é fraca, imaginem um espírito despreparado mais carne fraca mais solidão mais grades tentações. Não deu outra. A Igreja perdeu mais um padre!   

O inimigo de Deus persegue os Seus filhos e o maior desejo dele é fazer com que a criatura rejeite o Seu Criador. Jesus veio nos salvar e nos libertar do mau.

O Mau é o demônio com toda a sua carga prepotente e violenta. Os espíritos maus que ainda hoje nos atormentam fazem de nós pessoas iradas, rebeldes, idólatras, materialistas, impacientes, murmuradoras, intolerantes, medrosas, arrogantes e às vezes tão violentas que podemos ser comparados (as) com verdadeiras “feras”.

Jesus nos liberta do mal para que nós possamos voltar para o caminho do bem. Veja o que aconteceu com aqueles porcos.

Para salvar os dois homens Jesus expulsou deles o demônio e o mandou para a manada de porcos que “atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas”.

Os homens, às vezes, até inadvertidamente deixam-se apossar pelas obras do maligno. No entanto, nós temos ciência de que Jesus já o derrotou quando venceu a morte que é a conseqüência do pecado.

O inimigo sabe que já foi vencido por Jesus, mas mesmo assim continua explorando o ser humano. Os próprios endemoniados da história gritaram reconhecendo Jesus como Filho de Deus replicando: “o que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?

Se nós tivermos consciência de que Jesus já venceu a morte e que já nos deu a vida eterna, nós não cairemos nas malhas dos inimigos.

Jesus queria dar dignidade ao homem, porém o povo da cidade não entendia isso, porque estava preso aos seus interesses: os porcos lhe rendiam dinheiro.

Muitas vezes a libertação nos trará conseqüências de perdas, de despojamento e nós não queremos sacrificar os bens que possuímos em troca da salvação da nossa alma. Preferimos muitas vezes a prisão, a violência, para podermos ter uma vida mais próspera.

Em pesquisa recente divulgada pelo IBOPE, constatou-se que a empregabilidade deixou de ser a maior preocupação do brasileiro. Agora é a questão da violência. Cá entre nós, isso até que faz sentido: para que trabalhar e ser remunerado se posso não viver para gastar meu dinheiro ou mesmo pagar minhas contas?

Nos jornais, sejam eles televisivos ou impressos, violência. Nas ruas, violência. Na política, mais violência só que travestida com o manto da corrupção. Nas religiões, reduto cultural da moralidade, percebe-se um flerte com a violência.

O que preocupa qualquer observador bem intencionado é o arraigamento do mal. A extensão que ele tem tomado na sociedade e onde ele tem jogado seus tentáculos na cultura.

Será que, mesmo orando e clamando a Deus por paz e por uma intervenção divina no nosso “tecido social”, o mal poderá ser erradicado?

Será que o mal já não está tão arraigado no povo que, mesmo havendo uma manifestação do poder de Deus, as pessoas, por estarem tão acostumadas com esse mal, não o prefeririam? Em outras palavras: será que estamos preparados para o bem?

Essa pergunta pode doer e parecer retórica. Mas ela não o é. E o povo de gadara preferiu antes o mal (a que estavam acostumados) do que a Jesus com toda a sua majestade e poder. Na Bíblia há outros casos de gente que escolhera o mal (Sodoma; o jovem rico etc).

O que acontecera com os gadarenos para que naquele “choque do bem” eles preferirem o mal? O mal imperava em Gadara. E o maior sinal disso não era a presença dos endemoniados, mas sim a ausência dos valores do Reino de Deus. Como já dizia Santo Agostinho: “o mal existe como ausência do bem”. Na verdade, sempre que o bem se ausentar o mal se instalará.

Ser cristão é prezar pela verdade, é viver em amor, é manifestar o perdão. Depender de Deus é manifestar e ansiar pela justiça.

Quando nós transigimos com nossos valores ou mesmo quando nós omitimos a vivência e a experiência destes valores nós condenamos o povo a viver “gadarenamente”, isto é, à margem dos valores do Reino de Deus.

Você é uma pessoa fácil de ser influenciada e atraída para as coisas mundanas? Você será capaz de abdicar de alguma coisa ou de alguém muito importante, para se ver livre do pecado que o (a) prende? Você é uma pessoa que facilmente se enraivece? Você acha que precisa ser curado (a)?

Propósito:

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Pai, coloca-me bem junto de teu Filho Jesus, para que as forças do mal não prevaleçam contra mim nem me mantenham prisioneiro de seu poder opressor.

Meditação: 

Mateus reproduz aqui uma narrativa de milagre que Marcos já incluíra em seu evangelho, alguns anos antes. Embora mencione dois possessos, e não um, Mateus resume a narrativa de Marcos e a inclui no bloco de dez milagres, em seguida ao milagre da tempestade no mar acalmada. Com estes milagres, Mateus prepara o envio dos doze e o discurso missionário.

Enquanto em Marcos a narrativa destaca a dimensão amorosa e libertadora de Jesus em face dos vários sistemas opressores, tanto na área de influência judaica como em território gentílico, em Mateus o destaque é o grande poder de Jesus. O seu poder é sobre a natureza e sobre os demônios. Assim revestido de poder, Jesus é apresentado com os traços do messias esperado pelo judaísmo. Percebem-se, assim, as diferenças de enfoques sob os quais é visto Jesus: por um lado, Jesus libertador e amoroso, por outro lado, Jesus poderoso.

Esta narrativa da expulsão dos demônios é um dos milagres mais misteriosos dos evangelhos. Na época de Jesus, muitas enfermidades eram interpretadas como obras do maligno. O povo, que esperava o messias, acreditava que uma das virtudes do futuro messias deveria ser a capacidade de expulsar as forças do mal, que oprimiam o mundo.

A cura acontece em território pagão. Isto significa que a pregação do Evangelho, desde o começo, estava chegando a todos os povos. Jesus manifesta seu poder, em terra pagã, expulsando a Satanás. A cura em terra pagã significa que Deus quer que a liberdade e a justiça cheguem em todos os corações e em todas as noções. Jesus liberta a todos aqueles que precisam de libertação.

Outro aspecto do evangelho é: Jesus não encontra dificuldade em vencer os demônios, que acabam se precipitando ladeira abaixo e se afogam na água da morte. O mais difícil foi convencer os habitantes do lugar. O episódio acaba de forma dramática: Jesus é expulso do lugar pelos habitantes: as pessoas não reconheceram o seu Salvador.

Preferem o comodismo de uma vida pacata e sem problemas. O caminho para Deus está aberto, porque os demônios não conseguem colocar obstáculo; porém, há uma recusa das pessoas em comprometer-se com ele; antes  vêm nele um obstáculo aos seus projetos de vida.

Quantas vezes damos mais importância a costumes absurdos e não damos valor às pessoas, sobretudo se são necessitadas e excluídas. Em nossa vida cotidiana o peso dos costumes pode ser maior que a liberdade do evangelho. Que isto não aconteça conosco.
Reflexão Apostólica
Não nos enganemos, o mundo ainda se incomoda com a presença de Jesus. Talvez não por alguns serem cristãos, outros mulçumanos, outros hindus, (…), o que de fato incomoda é a mensagem que Ele deixou.

Na concepção daquele povo, Jesus não conhecia a situação dos dois rapazes, Esse pensamento entra em conflito quando ao chegar no local demonstra tamanha autoridade e segurança sobre o que acontecia.

É comum ver no nosso dia-a-dia pessoas atormentadas ou que sofrem de distúrbios mentais, como também é comum ver pessoas que ao beber ou drogar-se perdem a noção de coerência passando a ficar “aos berros” para que todos as ouçam. Quem nunca viu um bêbado contado ou partilhando a vida com alguém?

Tanto os distúrbios de sanidade como os de sobriedade (bebida e drogas) tendem a revelar uma face de verdade por mais que esteja oculta. Seria um breve momento de lucidez em meio à loucura? Quantas pessoas por influencia desses agentes ao invés da loucura acabam por revelar a verdade que ninguém quer ouvir?
Para aquele tempo, toda moléstia psiquiátrica era vista como ação de demônios ou espíritos. Essa também poderia ser vista assim, pois não temos dados concretos, no entanto é diferenciada pela presença de um diálogo que acontece entre o mal e Jesus. É preciso reparar que no meio de toda aquela confusão que viviam, há um momento de lucidez que se revela “(…) Filho de Deus, o que o senhor quer de nós? O senhor veio aqui para nos castigar antes do tempo?”.

Será que cremos em Deus e em seu poder mais que a crença que o próprio mal tem NEle? Os espíritos retirados dos dois homens conheciam a natureza divina de Jesus. Esse fato por si só já colocaria a prova a teoria dos céticos.
A mensagem de Jesus ainda incomoda os descrentes, pois temem a mudança de pensamento e ter que enfrentar o que não podem entender, o que não conseguem ver. A maior dificuldade de um cético é reconhecer que não tem explicação racional para algo ou uma resposta “a altura” de um questionamento. Como é difícil desmentir um bêbado!??
Consegue imaginar se Jesus voltasse seu olhar, embebido do Espírito Santo, para aqueles que pediram que fosse embora e começasse a revelar a verdade em suas vidas? Estamos preparados para que Jesus também mude as nossas vidas? Quantas vezes ao sermos visitados também pedimos que parta?

O mundo tem medo dessa mensagem, pois em alguns momentos são análogos a água e óleo. Parecem que não vão existir juntos.

Acredito que o maior dos descrentes tenha feito um dia a opção de trocar a fé pela razão. Se então, não acredita totalmente, por que teme ouvir? Por que evita ver? Qual é o problema de se colocar um crucifixo numa repartição pública? Por que a educação religiosa precisou ser retirada da grade escolar?

Deixo aqui um ponto de interrogação. Como diria padre Zezinho: o mundo ainda tem medo de Jesus.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Evangelho do dia 30 de junho - SANTOS PROTOMÁRTIRES DA IGREJA DE ROMA



30 - Solene tumulação dos despojos mortais de São José Marello no Santuário da Casa-Mãe em Asti. (1923).
Atualmente não temos senão um tênue reflexo da fé e da caridade apostólica. São Paulo! Oh! a grande figura típica do Cristianismo! (L 11).São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 8,23-27

"Então Jesus entrou no barco, e seus discípulos o seguiram. Nisso, veio uma grande tempestade sobre o mar, a ponto de o barco ser coberto pelas ondas. Jesus, porém, dormia. Eles foram acordá-lo. "Senhor", diziam, "salva-nos, estamos perecendo!" - "Por que tanto medo, homens de pouca fé?", respondeu ele. Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. As pessoas ficaram admiradas e diziam: "Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?"" 

Meditação: 

Mateus resume a narrativa de Marcos paralela a esta. Assim ele faz também com as demais narrativas de milagres da coleção de dez milagres reunidos nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, preocupado em destacar o caráter messiânico atribuído a Jesus.

Nos evangelhos temos seis narrativas semelhantes envolvendo dificuldades dos discípulos na travessia do mar. Três delas, esta de Mateus e as paralelas em Marcos e Lucas, durante uma travessia de barco para o território gentílico.

O trecho de hoje está escrito precisamente para demonstrar que a transcendência e independência de Jesus, manifestada com suas palavras e seu proceder diante das leis e costumes tradicionais e perante as leis físicas da natureza, revelam seu domínio absoluto sobre as crenças  e seu senhorio total como de criador e não de criatura sobre os acontecimentos, de modo que a nossa resposta de hoje não pode ser outra que a dos que estavam no barco: Que homem é este que manda até no vento e nas ondas?

Ora vejamos: Jesus sobe a uma barca e diz aos apóstolos que vão à outra margem. Esgotado pelo cansaço, dorme na popa. Enquanto isso, se levanta uma grande tempestade que inunda a barca. Assustados, os apóstolos acordam Jesus, gritando-lhe: Mestre, não te importas que pereçamos? Após levantar-se, Jesus ordena ao mar que se acalme: Cala, emudece. O vento se acalmou e sobreveio uma grande bonança. Depois, disse-lhe: Por que estais com tanto medo? Ainda não tendes fé?

Deus cuida de nós, Ele se importa com nossa vida, e de que maneira! Nos momentos mais difíceis da nossa vida representados pela turbulência do mar agitado Ele está conosco e muitas vezes nos carrega no colo.

Olhando para traz vemos somente duas pegadas e julgamos que ele nos abandonou nos atirou a batata quente nas mãos e ficamos desesperados.

A resposta de Jesus será sempre a mesma. Eu estava, estou e estarei contigo em tudo. Porque te amo mais do que a mim mesmo. Renunciei a minha divindade e vim aqui na terra. Deixei-me crucificar e por ti morri para te provar o quanto te amo. Não duvide mais homem, mulher de pouca fé! Tenha confiança em Deus e crede em Mim também. Eu aclamo as tempestades da tua vida. Confia em mim todas as tuas preocupações.

Portanto, a confiança em Deus: esta é a mensagem do Evangelho. Naquele dia o que salvou os discípulos do naufrágio foi o fato de levar Jesus na barca, antes de começar a travessia.

Esta é também para nós a melhor garantia contra as tempestades da vida. Levar Jesus conosco. O meio para levar Jesus na barca da própria vida e da própria família é a fé, a oração e a observância dos mandamentos.

Reflexão Apostólica:

Aquela tempestade deve ter sido aterrorizante. Mateus a descreveu com uma palavra peculiar, a palavra grega "seismos", que normalmente se usava para um terremoto. Mateus só usou esta palavra em outras duas ocasiões na vida de Jesus, na hora da sua morte na cruz (27,54) e na ressurreição (28,2).

Doze homens que pessoalmente viram Jesus curar leprosos, paralíticos e diversos outros doentes, ainda ficaram apavorados pela fúria daquelas ondas. Como ficou a fé deles? Ruiu! Jesus admoestou os discípulos pela sua falta de fé. Mesmo assim, ele parou o vento e as ondas.

Se alguém lhe disser que Deus não lhe ajudou ou não lhe curou porque sua fé é pequena demais, mande aquele pessoa voltar a escutar este relato de Mateus.

É um estímulo à fé na eficácia da palavra de Jesus, diante do mar agitado de uma sociedade elitista que serve ao dinheiro e gera a exclusão e o sofrimento. A confiança e a fidelidade à Palavra de Deus nos movem à prática transformadora desta sociedade.

A tempestade que passa pela sua vida pode ter deixado um ente querido na cadeia, na UTI ou até no cemitério. Pode cheirar de álcool ou se chamar de divórcio ou câncer.

Seja qual for, pode parecer que engoliu a sua fé. Mas, se você tiver ao menos o suficiente para chamar o nome de Jesus, ele escutará.

O poder de Jesus não é medido pelo tamanho da nossa fé, mas, pelo amor, sem limites que ele tem por nós. O mesmo amor que o levou a salvar doze homens apavorados em alto mar o levará a lhe socorrer, seja qual for o tamanho do seu sofrimento, sua dor ou sua angústia. Chame Jesus. Confie nEle.

Quanta fé é necessário? Basta o suficiente para chamar o nome dEle. Faça isso. Não há nenhuma tempestade que Jesus não pode comandar e ele sempre está tão perto que pode ouvir a sua voz.

Quem sabe se na passagem da tempestade você não descobre uma fé muito maior do que aquela que você podia antes imaginar?

Meu Senhor e meu Deus, eu creio. Mas aumenta a minha pouca fé!
Propósito:
Pai Santo e Poderoso, o Senhor tem nos socorrido tantas vezes, como é que ainda podemos duvidar? Ouça o pedido dos seus servos, atenda ao seu clamor e conceda a cada um a certeza de que o Ressuscitado está pessoalmente tratando do seu sofrimento. E, assim, dê provas de que a sua fé é sólida.

domingo, 28 de junho de 2015

Evangelho do dia 29 segunda feira



29 Restauremos os lindos tempos da antiguidade, quando o sacerdócio se mostrava venerando aos povos pela vivíssima fé e pela caridade profunda! (L 11).  São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 8,18-22

"Vendo uma grande multidão ao seu redor, Jesus deu ordem de passar para a outra margem do lago. Nisso, um escriba aproximou-se e disse: "Mestre, eu te seguirei aonde fores". Jesus lhe respondeu: "As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça". Um outro dos discípulos disse a Jesus: "Senhor, permite-me que primeiro eu vá enterrar meu pai". Mas Jesus lhe respondeu: "Segue-me, e deixa que os mortos enterrem os seus mortos". " 

Meditação:
 

O tema desta passagem é o seguimento de Jesus, que Mateus insere em sua coletânea de dez milagres. O evangelista elabora sua narrativa a partir da mesma fonte (Q) que Lucas. Neste, os seguidores de Jesus seriam samaritanos, pois o episódio ocorre na Samaria.

Nesta fala, a figura do pai simboliza as tradições familiares que se perpetuam a fim de manter privilégios religiosos, sociais e econômicos, os quais favorecem as regalias e o enriquecimento de minorias e a subserviência de maiorias excluídas e oprimidas. Jesus propõe a ruptura com estas tradições.

Atualizando este texto, estamos diante de dois fatos importantíssimos como Cristãos chamados a seguir as pegadas do Mestre: tu vens e segue-me. A opção de seguir Jesus não é uma iniciativa pessoal. É ele que chama e consagra para a missão.

Primeiro um escriba que se aproxima, afirmando sua determinação de seguimento incondicional de Jesus: Mestre estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for.

A resposta de Jesus é uma advertência para uma tomada de posição consciente quanto à opção pelo seu seguimento. Apela pelo abandono total de si mesmo e renúncia aos bens materiais: as raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.

Quem realmente quer seguir Jesus deve abandonar e renunciar tudo e confiando-se somente nas mãos providentes de Deus. Jesus a firmar o Filho do Homem, Jesus, que não tem onde repousar a cabeça. Quer-nos ensinar e levar a aderir ao abandono total nas mãos do Pai.

O segundo, é o caso de um dos discípulos que quer ganhar tempo e pede que Jesus permita enterrar o pai: Senhor deixe-me primeiro ir enterrar meu pai.

Pai, aqui, não se aplica no sentido biológico. Mas na permanência das tradições Judaicas dos seus antepassados, presos à Lei, que ao em vez de salvar e libertar o homem mata e escraviza. 

É estar preso às nossas idéias egoísticas, no orgulho, na vaidade, na preguiça, no individualismo, na nossa tibieza, em fim nas inúmeras desculpas que nós damos no nosso dia-a-dia para não nos consagrarmos ao ministério do Senhor como discípulos e missionários d’Ele.

Do mesmo modo que Jesus insistiu com aquele jovem assim insiste comigo e contigo e diz: deixe que os mortos sepultem os seus mortos e tu vens e segue-me.

O chamado de Jesus não está no futuro. Mas sim no presente. O tempo é hoje e a hora é agora! Deixe que os espiritualmente mortos cuidem dos seus próprios mortos.

Há pessoas que vivem esperando as coisas se ajeitaram para depois servirem a Deus. Eu e tu meu irmão minha irmã não temos nem o poder, nem o dever tão pouco o direito de dizer não. Portanto, levanta-te e segue Jesus. Ele é o teu Deus e o teu Senhor.

Paremos de dar desculpas furadas. Saibamos que, quando obedecemos a um chamado de Deus, Ele é poderoso para suprir nossas necessidades e nos orientar em toda espécie de dificuldades relacionadas ao Seu chamado para nossas vidas.

Rompamos, pois, com todas as barreiras que vedam os nossos olhos para não enxergar o projeto de Deus para nós. Entendamos que o seguir Jesus significa uma ruptura pura e simples com as antigas tradições mortas que não favorecem a vida e aderir ao amor vivificante do Pai, do Filho e do Espírito Santo

Reflexão Apostólica:

O seguimento de Jesus traz consigo uma série de implicações e exige de todos nós muito mais do que o entusiasmo ou a boa vontade.

Exige disposição de deixar muita coisa para trás, inclusive o conforto, os costumes, a cultura e até mesmo os grandes valores que norteiam a nossa vida.

Seguir Jesus significa ter a disposição de sempre ir em frente, sempre ir além, sempre buscar o novo para que a boa nova aconteça, é uma vida marcada sempre por novos desafios, é sempre atravessar o lago e buscar a outra margem do lago onde novas pessoas esperam para serem evangelizadas. Seguir Jesus significa colocar a obra evangelizadora acima de tudo.

A outra margem é o inverso do que nós estamos acostumados a viver; é o desalojamento, desestruturação, situação de ruptura com os hábitos e os costumes.

Do mesmo modo que Jesus insistiu com aquele jovem assim insiste conosco e diz: deixe que os mortos sepultem os seus mortos e tu vens e segue-me.

O chamado de Jesus não está no futuro. Mas sim no presente. O tempo é hoje e a hora é agora! Deixemos que os espiritualmente mortos cuidem dos seus próprios mortos.

Quem quiser segui-Lo terá que passar pelas dificuldades próprias da mentalidade evangélica. Não adianta somente querer seguir a Jesus com palavras e bons propósitos sem medir as conseqüências do que nós estamos pretendendo.

O seguimento de Cristo nos tira das nossas raízes e nos desestrutura, por isso, nós somos obrigados (as) a renunciar à nossa existência pacata, medíocre e acomodada.

O discípulo que pediu a Jesus para primeiro sepultar o pai era alguém como nós que esperamos um tempo propício para nos desprender dos nossos apegos, dos nossos projetos. Para nós também Jesus diz, hoje: “segue-me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos”.

Jesus nos chama para uma vida nova conformada aos Seus ensinamentos. Seguir Jesus é viver conforme o Seu Evangelho, é viver o amor, é praticar o perdão, é não fazer questão por coisas que não têm valor diante de Deus.

Por isso, não podemos nos acomodar esperando novas oportunidades. É tempo de amar e construir aqui na terra o reino dos céus, para que não sejamos também chamados de “mortos”.
Quem deseja tornar-se discípulo, deve confrontar-se com as exigências postas pelo próprio Mestre. Só tem sentido fazer-se discípulo se for para assemelhar-se a ele.
Você também se propõe a seguir a Jesus aonde quer que Ele vá? Qual a sua maior dificuldade para viver o Evangelho? Você é uma pessoa muito apegada às pessoas da sua família e aos seus bens? Você acha que tem que renunciar a alguma coisa para seguir Jesus?

Jesus fala que para segui-lo é necessário ser uma pessoa despojada de si mesma, sem reservas, sem apegos às coisas desse mundo, sem ser meio lá meio cá. 

É o caso dos nossos sacerdotes, que morrem para si mesmo e se entregam  para continuar a missão de Jesus. Para isso é preciso ter coragem!  Não é coisa muito fácil. O sacerdote olha do lado e vê as pessoas integradas  mal ou bem com suas famílias. E ele, na solidão.

Nós, os membros da comunidade paroquial, temos que dar todo apoio possível ao sacerdote, convidando-o para almoçar em nossa casa, ficando mais tempo em sua companhia, dando todo o carinho fraterno que ele merece e precisa para não se lembrar que é um celibatário.

Porque o problema é parecido com o seguinte exemplo: A Televisão, no seu noticiário, anunciou que a partir do meio dia vamos ficar sem água por cinco dias.

O que acontece na nossa mente? Ficamos com sede  na hora. Só de pensar que não terá água, além da sede, começamos a nos sentir sujos, até com coceiras pelo corpo com vontade de tomar aquele banho. É o que acontece com o seminarista.

Só de saber que não poderá se casar, ele sente mais vontade de construir uma família. Outros jovens solteiros da sua idade, nem estão pensando no assunto.

É igual a pessoa que mora em frente ao mar. Fica dias, até meses sem ir à praia. Ela pensa. A praia está aí mesmo, quando eu quiser, eu vou. Hoje não. Deixa para outro dia.

Assim, os dias vão se passando, e aquela pessoa nem se preocupa com a praia. Ao contrário, uma pessoa que mora longe do mar, fica pensando o verão inteiro como seria bom morar perto da praia para  tomar banho de mar todos os dias! Quando tem a oportunidade de ir ao mar, aproveita tanto como se fosse morrer amanhã.

Isso é parecido com o problema do celibato. Se ele não fosse obrigatório, os seminaristas e padres não teriam nenhuma complicação com relação à solidão.

Alguém pode estar pensando que o problema da solidão é superado com a graça de Deus, e da Virgem Maria. Claro, que é, mas, não se esqueçamos das tentações do mundo atual que nos cercam por todos os lados. Na rua, na internet, no cinema, na televisão, até quando olhamos para fora pela janela do nosso quarto.  

Propósito:
Pai, confronta-me, cada dia, com as exigências do discipulado, e reforça minha disposição para enfrentá-las com a tua graça.

Meditação: 

A itinerância de Jesus e o grupo de discípulos que tinha a seu redor despertavam, no coração de muitos, o desejo de agregar-se a eles.

Havia, porém, o perigo de faltar-lhes ponderação suficiente para avaliar as duras condições do discipulado. As duas cenas evangélicas sublinham o quanto é necessário refletir, antes de aderir a Jesus.

Diante da multidão Jesus chamou aqueles que o seguiam para a outra margem do lago. É assim o chamado de Jesus para nós.
A outra margem é o inverso do que nós estamos acostumados a viver; é o desalojamento, desestruturação, situação de ruptura com os hábitos e os costumes.
O mestre da Lei era alguém ainda não comprometido com Jesus. Por isso, corria o risco de ser apressado e superficial em sua decisão.
O mestre da lei era famoso, importante, estruturado e mesmo assim ousou dizer que seguiria Jesus aonde quer que Ele fosse. Jesus nos chama, mas não nos engana.

Foi-lhe pedido maior ponderação, já que as duras exigências do seguimento supunham uma têmpera forte e uma grande capacidade de suportar as carências e incômodos do dia-a-dia. Assim, se evitaria que o seguidor de Jesus debandasse diante das durezas do discipulado.

O outro, designado como discípulo, era alguém que já havia aderido a Jesus. Todavia, estava longe de compreender as implicações de sua escolha, entre elas, a relativização dos laços familiares. O Mestre pediu-lhe que fosse mais decidido na opção feita. O seguimento comportava uma total entrega de si, por toda a vida, ao serviço do Reino. Dúvidas, apegos, compromissos paralelos deveriam ser deixados para trás.

Quem quiser segui-Lo terá que passar pelas dificuldades próprias da mentalidade evangélica. Não adianta somente querer seguir a Jesus com palavras e bons propósitos sem medir as conseqüências do que nós estamos pretendendo.

O seguimento de Cristo nos tira das nossas raízes e nos desestrutura, por isso, nós somos obrigados (as) a renunciar à nossa existência pacata, medíocre e acomodada.
Quem deseja tornar-se discípulo, deve confrontar-se com as exigências postas pelo próprio Mestre. Só tem sentido fazer-se discípulo se for para assemelhar-se a ele.

O discípulo que pediu a Jesus para primeiro sepultar o pai era alguém como nós que esperamos um tempo propício para nos desprender dos nossos apegos, dos nossos projetos.

Para nós também Jesus diz, hoje: “segue-me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos”. Jesus nos chama para uma vida nova conformada aos Seus ensinamentos. Seguir Jesus é viver conforme o Seu Evangelho, é viver o amor, é praticar o perdão, é não fazer questão por coisas que não têm valor diante de Deus.

Por isso, não podemos nos acomodar esperando novas oportunidades. É tempo de amar e construir aqui na terra o reino dos céus, para que não sejamos também chamados de “mortos”.

Você também se propõe a seguir a Jesus aonde quer que Ele vá? Qual a sua maior dificuldade para viver o Evangelho?- Você é uma pessoa muito apegada às pessoas da sua família e aos seus bens? Você acha que tem que renunciar a alguma coisa para seguir Jesus?

Reflexão Apostólica
(…) Jesus respondeu: – As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar

Talvez essa frase tenha gerado um tremendo impacto naquele homem que interpelava Jesus pelo caminho. Era como Jesus dissesse a ele “QUER ME SEGUIR? EU SÓ TENHO DESSE MUNDO O QUE VÊS!”. O outro faz um pedido comum a nós. Ele dizia, na nossa forma de vivenciar a realidade, “ME DEIXAEU RESOLVER MINHA VIDA AÍ EU VOLTO”. Jesus apresenta alternativa. Era como se o Senhor dissesse: ”POR QUE SE PREOCUPA COM QUE JÁ PASSOU E VEM PARA A VIDA?”.

Em outro momento da pregação de Jesus ele diz aos que o seguem que carreguem sua cruz e o sigam e que o fardo é leve. Não mentiu para ninguém. Não disse que não havia fardo, não afirmou que teríamos todos os bens da terra com apregoam os irmãos da teologia da prosperidade…

Ser leve não quer dizer fácil. A leveza surgia e surge da fé, pois até as montanhas se atirariam no mar se nossa fé superasse em tamanho o grão de mostarda. Jesus apresenta ao homem da narrativa de hoje e também a nós, o que lhe interessa do mundo: AS PESSOAS

A cada um Deus apresenta uma missão específica, mas todos têm um mesmo chamado. Nem todos terão a missão de ser pai ou mãe; tão pouco seremos missionários, padres, irmãs, ministros, catequistas, (…) se não for a nossa vocação, mas o chamado único é VIVER.

Para alguns viver é fugir do mundo, viver a clausura, a solidão; outros vivem cercados de gente, catequizando, conversando, se relacionando e precisamos aprender a respeitar esse convite. Bobo é aquele que acredita que Deus não sabe por onde andam suas ovelhas e como vivem o convite que Ele os fez.

Quando Jesus sugere, aos nossos olhos, que o que mais tem de precioso esta ao seu redor, me faz ter uma grande reflexão: INDEPENDENTEMENTE DA SUA MISSÃO, QUAL É A IMPORTANCIA QUE DOU AO QUE ESTA AO MEU REDOR?

Quando decido voltar para o que já morreu, declaro a Deus o que de fato meu coração e meu pensamento acreditam ser o mais importante: EU!!

Pedro, em um dado momento, declara: Pra onde iremos se Tu tens palavra de vida eterna. Muitos poderiam dizer que então o correto é ficar o dia inteiro na igreja. Claro que não! Voltaríamos a estaca zero. Confinados só pensamos em nós. Reparemos pelos que pagam por seus crimes nos presídios, será que alguém lá tem tempo de pensar na dor do vizinho de cela?

A igreja é nada sem as pessoas e tão pouco somos algo sem o nosso criador, mas Ele não habita somente na igreja, pois Ele esta nas pessoas. Se só O encontro na igreja é porque não estamos vivendo a semana como se fosse o domingo como sugeriu Santo Inácio de Antioquia. Se no meu trabalho, na minha escola, no lazer não levo Deus, como posso dizer: “(…) Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for!”.

Espelhemos-nos nos bons irmãos mulçumanos que vivem, trabalham, se relacionam, mas que na hora certa, param TUDO que estão fazendo e se voltam para sua fé. Sim, admirar o que é bonito é muito válido. Todos sabem e reconheceram os portadores da fé, sejam eles mulçumanos, judeus ou cristãos.

Não confundamos conforto com vaidade! Seguir Jesus significa uma ruptura pura e simples com as antigas tradições mortas, que não favorecem a vida, e a adesão ao amor vivificante do Pai. Se morremos para o que é velho, ao ressurgir a cada dia, busquemos o que realmente vale a pena.


Propósito: Assumir, conscientemente, o compromisso de seguimento do Senhor.   

sexta-feira, 26 de junho de 2015

EVANGELHO DO DIA 28 DE JUNHO - DOMINGO - SÃO PEDRO E SÃO PAULO



São Pedro e São Paulo Apóstolos
28 - A Igreja possui ainda recursos tais que são capazes de fazer tremer os seus inimigos. (L 18). SÃO JOSE MARELLO
Mateus 16,13-19

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

Meditação:

A profissão de fé de Pedro com o elogio de Jesus é própria de Mateus. Pedro professa a fé cristológica-messiânica, herdada da tradição davídica do rei poderoso.

No evangelho de Marcos, Jesus descarta este messianismo. Mateus a valoriza diante da sua comunidade de discípulos oriundos do judaísmo. Há também um destaque para a Igreja, o qual sugere que o texto tenha uma redação tardia, quando a instituição eclesial já surgia e se consolidava. Mas a narrativa adquire uma contradição no texto que a segue (Mt 16,20-23), com o qual se articula.

Quando Jesus mostra-se humano e frágil, ameaçado pelas perseguições, pelo sofrimento e morte em Jerusalém, Pedro o rejeita. Jesus lhe dirige uma tripla censura: satanás, pedra de tropeço e não pedra da Igreja, e ter em mente as coisas dos homens não as de Deus. Curiosamente, a tradição marcada pela concepção de uma igreja imperial procura ocultar esta contradição.

Já nas proximidades do final do ministério de Jesus na Galiléia, é obvio que sua fama se havia estendido por toda a região; contudo, fica em Jesus uma dúvida: o povo, as multidões que o tinham visto e ouvido, teriam compreendido quem ele era na verdade? Onde estariam? Que teria sido feito deles? A que se estariam dedicando tantas pessoas que o tinham escutado? Em que teriam influído sobre cada uma delas a mensagem proclamada e os sinais realizados? E os Doze? O que respondem?

Eles estavam voltando de uma missão. Necessariamente deveriam ter ouvido as diferentes opiniões e pareceres do povo. E, se não havia unanimidade de opinião, ao menos os mais próximos, os mais íntimos de Jesus deveriam ter feito já uma idéia exata sobre o que era seu Mestre. Pedro responde por todos. Para eles, Jesus era o Messias de Deus, o Ungido.

A pergunta é também feita a nós. Após 21 séculos de história de Jesus e do cristianismo, freqüentemente o mundo dos fiéis ainda confunde sua figura, mensagem e obra.

E nós, cristãos comprometidos, que nos intitulamos seguidores próximos de Jesus, temos a seu respeito uma imagem mais clara do que aquela feita pelo mundo, pela sociedade, e até pela nossa Igreja?

O Evangelho de hoje pertence a uma seção maior, que provavelmente se prolonga até o v. 28. É dentro desse contexto que Pedro recebe a revelação de que Jesus é o Messias.

Contudo, o que Pedro vê em Jesus não é fruto de especulação, pois Jesus é o Messias plenamente humano, a ponto de enfrentar a morte. Pedro, pedra sobre a qual Jesus edificará a sua Igreja, torna-se pedra de tropeço (Satanás), porque não pensa as coisas de Deus; ao contrário, está agarrado à mentalidade da sociedade estabelecida, que espera um Messias glorioso e poderoso e, por isso mesmo, rejeitará Jesus, levando-o à morte (vv. 21-23).

A seguir, Jesus mostra as conseqüências para quem reconhece que ele é o Messias (vv. 24-28). Em síntese, o reconhecimento de Jesus-Messias conduz ao testemunho e à cruz.

O processo de Pedro é um processo de conversão que o leva a identificar sua vida com a do Mestre. O grande desafio é este: deixar de querer um Messias feito à nossa imagem e semelhança para nos tornarmos discípulos à imagem e semelhança de Jesus, Messias-servo (veja I leitura).

Jesus e os discípulos estão no território de Cesaréia de Filipe, região habitada por pagãos. Ela recorda o início da atividade de Jesus e seu objetivo primeiro (4,12-17). Jesus leva seus discípulos para longe de Jerusalém, o centro do poder político, econômico e ideológico.

Cesaréia de Filipe é uma espécie de “periferia” e terra que espera um anúncio qualificado acerca de quem é Jesus. É a partir dessa realidade, longe da influên-cia ideológica do centro, que os discípulos são estimulados a dar uma resposta plena sobre quem é Jesus. Grave pergunta: será que nós poderemos dizer plenamente quem é Jesus se estivermos comprometidos com os centros de poder?

O episódio tem dois momentos. No primeiro, Jesus pergunta aos discípulos o que as pessoas dizem a respeito dele (v. 13). A resposta revela a diversidade de opiniões, todas insuficientes para responder à pergunta: “Quem é Jesus?” Ele é visto como simples precursor dos tempos messiânicos.

Percebe-se que circula na sociedade uma imagem distorcida de Jesus, exatamente por causa de sua humanidade. Ele se apresenta como “Filho do Homem”, título que o situa no chão da vida de todos os mortais: ele é carne e osso como qualquer de nós.

Justamente por isso é que começam as distorções: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias, ou algum dos profetas” (v. 14). De acordo com essas opiniões – certamente importantes –, Jesus não ultrapassa a barreira do velho, pois está simplesmente inserido na tradição profética.

No segundo momento, Jesus interpela diretamente os discípulos que haviam visto sua luta para implantar a justiça do Reino: “Para vocês, quem sou eu?” (v. 15).

A resposta de Pedro mostra quem é Jesus: o Messias (Cristo), o Filho do Deus vivo (v. 16). Essa resposta é um dos pontos altos do Evangelho de Mateus, cuja preocupação é apresentar Jesus como o Emanuel (= Deus conosco) e o Salvador (Jesus = Deus salva; 1,25).

Jesus é a realização das expectativas messiânicas, o portador da justiça que cria sociedade e história novas. Ele supera, portanto, a barreira do velho e introduz a novidade.

Reconhecer Jesus desse modo é ser bem-aventurado, porque assim o cristão mergulha no projeto de Deus realizado em Jesus (v. 17). Ninguém chega a entender “quem é Jesus” a não ser mediante o compromisso com suas propostas (a justiça do Reino), que são as mesmas do Pai.

O reconhecimento de Jesus não é fruto de especulação ou de teorias sobre ele, e sim de vivência do seu projeto (prática da justiça). É com pessoas que o confessam, como Pedro, que nasce a comunidade (v. 18a).

Essa confissão é forte como a rocha. No entanto, não é fácil confessar. Jesus mostra que a comunidade cresce e adquire corpo em meio aos conflitos (as portas do inferno ou “o poder da morte”), nos quais forças hostis procuram derrubar o projeto de Deus.

Jesus confia grande responsabilidade de liderança a quem o confessa por Messias. Qual é a função dessa liderança? Em primeiro lugar, conservar, em meio aos conflitos decorrentes da prática da justiça, a firme convicção de que o projeto de Deus vai triunfar (o poder da morte – a injustiça – não vai vencer).

A primeira função do líder é, pois, manter de pé a esperança da comunidade em torno da justiça que inaugura o Reino. E isso, evidentemente, não se faz só com palavras.

Em segundo lugar, mediante o contínuo processo de conversão-confissão, testemunhar que a salvação e a vida provêm de Deus. O aspecto da conversão está bem demonstrado nos vv. 21-23, em que Jesus mostra como realiza seu messianismo, por meio do sofrimento, da rejeição e da morte, ou seja, enfrentando o centro do poder que mantém a injustiça causadora da morte do povo; e Pedro, antes pedra de edificação, torna-se Satanás, pois propõe um messianismo alternativo, já rejeitado por Jesus no episódio das tentações (cf. 4,1-11, especialmente os vv. 5-6).

A conversão de Pedro (e dos cristãos) consiste na conversão ao Cristo que sofre, é rejeitado e morre por causa de sua luta pela justiça do Reino. Confessar é aderir a ele, com todas as conseqüências que o testemunho acarreta.

Simão Pedro – e com ele a maioria das pessoas – gostaria que Jesus fosse do jeito que ele quer. O Mestre não é do jeito que nós imaginamos. Mais ainda, pelo fato de ser o Mestre, quer que nós sejamos do jeito que ele é.

Jesus realiza o projeto de Deus (é o Messias) num contexto de conflitos e violência, passando pela morte e vencendo-a. Seu messianismo é uma luta constante em favor da justiça do Reino e contra as injustiças que promovem a morte. E o cristianismo, o que é? É o prolongamento da ação de Cristo que promove a justiça e a torna possível.

O poder de Jesus é um poder que comunica vida. Sua prática o demonstra. Seu nome o comprova. Ora, ele quer como seus colaboradores aqueles que estão dispostos a confessá-lo, pois com base nesse testemunho é que nasce a comunidade de Cristo (“construirei a minha Igreja”). Jesus faz suas testemunhas participarem do seu poder de vida (“darei as chaves do reino do céu”).

Os projetos de morte têm poder, mas é um poder relativo. A comunidade de testemunhas do Cristo, por seu lado, também possui poder, que é o mesmo do Cristo. Quando o testemunho cristão é pleno, é o próprio Jesus quem age na comunidade, permitindo-lhe ligar e desligar.

Contudo, a comunidade não é proprietária do poder de Jesus. É ele quem construirá e dará do que é seu. A comunidade administra esse poder mediante o testemunho que ela vive e anuncia. Assim agindo, demonstra quem é a favor e quem é contra Jesus.

O texto fala de Pedro e de sua liderança na comunidade. Qual é a função dessa liderança? É ser o ponto de união da comunidade que Cristo edificou com sua vida, morte e ressurreição. É organizá-la para que seja a continuadora do projeto de Deus. É ser alguém que – à luz da prática do Mestre – leva a comunidade ao discernimento e à aceitação daquilo que promove a vida e à rejeição de tudo o que patrocina e provoca a morte.

Reflexão Apostólica:

O centro do relato de hoje é a confissão de Pedro, afirmação de uma experiência pessoal. Jesus dirige a seus discípulos uma dupla pergunta que tem como objetivo fazê-los tomar uma posição sobre sua pessoa. A primeira pergunta diz respeito ao que as pessoas pensam do Mestre. Isto é respondido sem dificuldade.

Entretanto, à segunda pergunta os discípulos não podem responder com os mesmos critérios. Eles devem responder segundo sua própria experiência, segundo sua convicção pessoal. Não se trata de uma simples opinião, mas uma verdadeira resposta que expresse sua opção de vida.

Por isso a confissão de Pedro é importante, pois é uma confissão fruto de uma revelação divina, quer dizer, de um processo de fé, de uma abertura à ação de Deus através da Palavra anunciada pelo Mestre.

Esta abertura à ação divina de Deus (fé absoluta), representada na figura de Pedro, é a base fundamental, é a pedra angular, o ponto de apoio da comunidade de cristãos.

“E vós quem dizeis que eu sou?” Assim como nós, Jesus teve a necessidade de saber quem era Ele para as pessoas, e, principalmente, para aqueles que com Ele conviviam.

Ter conhecimento de quem somos nós para o outro e principalmente para aquelas pessoas que nos cercam é muito importante para a nossa realização pessoal.

Cada um de nós tem uma missão muito especial aos olhos de Deus. Somos Seus instrumentos na concretização do Seu Plano de Salvação. Simão foi aquele que, inspirado pelo Espírito Santo, apontou a verdadeira identidade de Jesus. Foi então que Jesus o conscientizou da sua missão aqui na terra, dando-lhe poder e autoridade para ser chefe da Igreja fundada por Jesus Cristo. “Tu és Pedro”, no nome, a missão.

Você também diante de Deus tem um nome que designa uma missão muito especial. O que poderá significar? Pergunte ao Espírito Santo! Você sabia que tudo o que você fizer na terra, terá também repercussão no céu?

O verdadeiro discípulo deve ter clareza sobre a identidade de seu mestre. Pedro respondeu sem vacilar, em nome dos companheiros, mas Jesus sabia que, embora sua resposta fosse correta e Pedro merecesse felicitações por suas palavras, contudo não tinha bem claro em que consistia o messianismo do Mestre.

Por isso, a primeira coisa que Jesus faz é pedir a todos que não digam a ninguém que ele é o Messias (Mateus 16, 20). Porque Pedro e os outros discípulos achavam que o Messias teria de manifestar-se com as características extraordinárias que a tradição judaica lhe tinha vindo atribuindo com o passar dos anos.

Isso pode ser comprovado pela reação que Pedro teve imediatamente após o anúncio feito por Jesus a respeito de sua paixão e sofrimentos futuros em Jerusalém nas mãos das autoridades judaicas (Mt 16, 21-22).

O cristão que segue Jesus quer individualmente, quer na comunidade terá de responder com freqüência à mesma pergunta de Jesus: Quem vocês pensam que eu sou?

Movimentos e grupos, ao longo do tempo, tiveram e continuam a ter diferentes aproximações da experiência do Jesus histórico, das mais espiritualistas até as de um materialismo absoluto. Tais extremos podem desumanizar Jesus, ao reduzi-lo a um modelo unicamente espiritual e desencarnado, ou ao lhe aplicar características aparentemente mais humanas, mas que não transcendem nem ajudam a transcender aos homens e às mulheres de hoje.

Propósito:
Senhor Jesus, cria no meu coração o mesmo amor por ti e por tua Igreja, que puseste no coração de Pedro e de Paulo, para que eu possa sempre dizer: Creio na Igreja católica, una santa e pecadora, fundada por Jesus Cristo para a nossa salvação. Quero sempre ser fiel à minha Igreja. Quero servi-la, defendê-la, e respeitá-la, nunca fomentar a discórdia entre os seus membros aos quais eu faço parte e pretendo assim continuar até o fim de minha vida.


Meditação: 

Os três evangelhos sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, narram esta controvertida passagem da "confissão de Pedro", cada um deles imprimindo suas interpretações teológicas pessoais a suas narrativas.

Nos evangelhos de Marcos e Lucas, a resposta de Pedro à pergunta de Jesus sobre sua identidade é breve: "Tu és o Cristo (messias)", e merece a repreensão de Jesus. Pedro e os demais discípulos acreditavam que Jesus seria o messias político esperado, que daria ao povo judeu a glória e o poder sobre as demais nações, como um novo Davi, conforme a imagem elaborada pela tradição do Primeiro Testamento. Jesus censura Pedro por esta compreensão e procura demovê-la da mente dos discípulos.

Mateus modifica a narrativa original de Marcos e também adotada por Lucas. Ele dá um novo sentido à resposta de Pedro, à qual acrescenta a proclamação "Filho de Deus vivo".

Com a visão teológica de Mateus ficam estabelecidas duas identidades para Jesus: uma, é "o filho do homem", o simples Jesus de Nazaré, inserido na humanidade, na sua humildade, e presente entre ela até o fim dos tempos, porém, dignificando-o e divinizando-o; a outra é o "cristo" ou "messias" (cristo do grego, messias do hebraico, significando "ungido"), que é o Jesus ressuscitado, manifestado em glória nos céus, acima dos poderes celestiais, de onde virá para o julgamento final.

Hoje a igreja celebra o dia de São Pedro e São Paulo e o centro do relato de hoje é a confissão de Pedro, afirmação de uma experiência pessoal.

Embora no Segundo Testamento se perceba conflitos entre Pedro e Paulo (Gl 2,11-14), a liturgia os reúne em uma só festa. Pedro é lembrado pelo seu testemunho corajoso diante da perseguição (primeira leitura) e Paulo, por seu empenho missionário em territórios da diáspora judaica.

Já nas proximidades do final do ministério de Jesus na Galiléia, é obvio que sua fama se havia estendido por toda a região; contudo, fica em Jesus uma dúvida: o povo, as multidões que o tinham visto e ouvido, teriam compreendido quem ele era na verdade?

Onde estariam? Que teria sido feito deles? A que se estariam dedicando tantas pessoas que o tinham escutado? Em que teriam influído sobre cada uma delas a mensagem proclamada e os sinais realizados?
E os Doze? O que respondem? Eles estavam voltando de uma missão. Necessariamente deveriam ter ouvido as diferentes opiniões e pareceres do povo. E, se não havia unanimidade de opinião, ao menos os mais próximos, os mais íntimos de Jesus deveriam ter feito já uma idéia exata sobre o que era seu Mestre.

Jesus dirige a seus discípulos uma dupla pergunta que tem como objetivo fazê-los tomar uma posição sobre sua pessoa. A primeira pergunta diz respeito ao que as pessoas pensam do Mestre. Isto é respondido sem dificuldade.

Entretanto, à segunda pergunta os discípulos não podem responder com os mesmos critérios. Eles devem responder segundo sua própria experiência, segundo sua convicção pessoal. Não se trata de uma simples opinião, mas uma verdadeira resposta que expresse sua opção de vida. Pedro responde por todos. Para eles, Jesus era o Messias de Deus, o Ungido.

Por isso a confissão de Pedro é importante, pois é uma confissão fruto de uma revelação divina, quer dizer, de um processo de fé, de uma abertura à ação de Deus através da Palavra anunciada pelo Mestre.

Esta abertura à ação divina de Deus (fé absoluta), representada na figura de Pedro, é a base fundamental, é a pedra angular, o ponto de apoio da comunidade de cristãos.

A pergunta é também feita a nós. Após 21 séculos de história de Jesus e do cristianismo, freqüentemente o mundo dos fiéis ainda confunde sua figura, mensagem e obra.

E nós, cristãos comprometidos, que nos intitulamos seguidores próximos de Jesus, temos a seu respeito uma imagem mais clara do que aquela feita pelo mundo, pela sociedade, e até pela nossa Igreja?

Reflexão Apostólica
Começamos nossa reflexão com a pergunta feita por Jesus aos seus: “(…) E vocês? Quem vocês dizem que eu sou”?

Quem é Jesus para mim? O que ele representa? O quanto do seu ensinamento e mensagem é usado em meu dia-a-dia em minhas decisões e ações?

Sobre esse homem turrão e difícil Jesus edifica o futuro da sua mensagem e daqueles que o conheceriam no futuro. Sobre ele e sobre suas limitações foi edificado um projeto/; Cuidar do rebanho que careciam de pastor. Jesus delega a esse homem cheio de falhas a missão de resgatar aos que fugiram ou andam perdidos.

Quantos de nós também temos tantas falhas e mesmo assim Jesus nos impetra projetos e sonhos? Quantas pessoas são colocadas em nossa vida para que zelemos sem mesmo sabermos tomar conta das nossas próprias vidas? Quantas comunidades, pastorais e movimentos são conduzidos por pessoas tão simples, limitadas e geniosas, quando naturalmente esperávamos que houvessem inteligentes, capacitados e doces?

Deus ainda suscita PEDROS em meio ao povo. Pessoas que com ajuda de Deus “levam comunidades nas costas”; que cantam, tocam, coordenam, discutem, programam e ainda tem tempo pra família e não faltar a missa de domingo. Pessoas que talvez não tenha formação acadêmica, mas foram outorgados por Deus com o cajado do pastor…

Não duvidem que após tamanha confiança tenha batido aquele “friozinho na barriga” desse homem tão calejado e vivido e tanto que isso é verdade que após a morte do seu mestre, ele e os outros se escondem até a vinda do paráclito consolador em pentecostes. A missão de Pedro inicia quando ele responde, mas se reafirma quando após cada deslize, medo ou fraqueza, repleto do Espírito Santo, resolve continuar.

Talvez a missão de levar a Boa Nova não tenha sido tão árdua como a de pastorear o rebanho; talvez continuar guardando a fé não tenha sido tão dura quanto a missão de manter a esperança acessa,

Ele não foi chamado a desbravar o mundo como Paulo e sim ser um ponto de referencia, um pilar, um farol, um alicerce para todos que estavam levando a mensagem e aqueles que davam seus primeiros passos nesse mar de tranqüilidade chamado Jesus, Após pentecostes Pedro chama pra si a responsabilidade que lhe foi confiada, errando e acertando manteve-se de pé até o fim de sua vida.

Somos chamados a também pastorear e como Pedro, e como Ele também nos é outorgado a missão de libertar os cativos, curar os doentes, anunciar o evangelho a toda criatura… Sim, é outorgado sobre todos nós, mesmo sendo turrões, teimosos, repletos de falhas.

A exemplo desse homem, somos a cada dia questionados sobre quem é Jesus para nós, e o que respondemos? O que será que nossa voz sussurra e que nossa vida e ações gritam?

Pegando um pequeno gancho do evangelho que refletimos no dia 19/6: “Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam que Deus lhes dê alguma recompensa? Até os cobradores de impostos amam as pessoas que os amam! Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que estão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos, assim como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu." (Mt 5,43-48)