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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

EVANGELHO SEXTA FEIRA 01 DE FEVEREIRO



Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 4,26-34


"Jesus disse:
- O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, ela brota e cresce, sem ele saber como isso acontece. É a própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita.
Jesus continuou:
- Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar para isso? Ele é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce muito até ficar a maior de todas as plantas. E os seus ramos são tão grandes, que os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas.
Assim, usando muitas parábolas como estas, Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos."

Meditação:

Jesus é atacado pelos judeus: se de fato for o Messias, que mostre os sinais precursores do reino! Jesus lhes responde que não há sinais extraordinários. Deus deixa crescer a semente lentamente, mas é necessário esperar; não há continuidade absoluta entre esse trabalhoso parto do reino de Deus e sua manifestação em plenitude.
Que aqueles que colaboram na instauração do reino não percam sua confiança em Deus. Ele começou, e após o silêncio, virá o cumprimento de sua obra. Que se espere com paciência; sem querer adiantar-se a ele. E aqueles que não quiserem crer no reino a não ser no momento de sua manifestação, estejam muito atentos: esse reino está já perto deles em Jesus, e será preciso reconhecê-lo agindo na pobreza dos meios e na lentidão do crescimento.
A parábola do grão de mostarda alimenta a confiança em Deus ao sublinhar o contraste entre os humildes começos do reino e a magnitude da tarefa. Com esta parábola Jesus quis, seguramente, responder à objeção daqueles que se opunham à pequenez dos meios empregados por ele para a glória do reino esperado.
É a partir da pequenez que Deus se manifesta plenamente. A partir do que não conta para os poderes deste mundo. A partir da insignificância, é que Deus acontece com mais força. Na obscuridade da vida é quando maior se pode ver a luz”, diria santa Teresa de Jesus.
Hoje o evangelho nos convida a sentar-nos como discípulas e discípulos aos pés do mestre Jesus. Ele com sua simplicidade e profunda sabedoria nos explicará em parábolas o sentido daquele Reino com o qual nos quer comprometer.
As parábolas, mais que histórias ou exemplos didáticos, são símbolos com os quais Jesus deseja questionar nossos esquemas mentais e convidar-nos a renovar nossas formas de pensar e ver a vida.
Jesus compara o Reino com um agricultor que semeia a semente na terra. Enquanto ele dorme e se levante, de dia e de noite a semente cresce sem que ele saiba como.
Este homem sabe que o crescimento da semente não lhe corresponde, nem as flores, nem o tempo que se leva a maturação do fruto. Mas nem por isto ele renuncia a sua tarefa. É a terra que guarda o segredo do processo, ela dá desde a sabedoria de sua entranha: a erva, a espiga, o crescimento.
O semeador escuta e se submete ao ritmo da terra e ela por sua vez lhe bendiz com fruto abundante. Imagem desconcertante num mundo modernizado que submeteu a terra ao ritmo da exploração e o mercado, e nega aos filhos da terra o alimento que dela emana gratuitamente.
O Reino, igualmente como a terra não é propriedade de ninguém, mas sim um dom gratuito de Deus para ser cuidado e partilhado entre seus filhos e filhas.
Reflexão Apostólica: 

Jesus nunca nos disse expressamente o que era o reinado de Deus, em que consistia. Não nos deu uma definição do mesmo. Ele no-lo mostrou em seus gestos e em suas parábolas, como nas duas parábolas de Marcos que lemos hoje.

Quando queremos começar uma empresa, de qualquer tipo que seja, fazemos grandes projetos, ajuntamos os recursos necessários, pagamos algo de propaganda nos meios de comunicação e no dia da inauguração fazemos aquele barulho!
Com o inicio do reino de Deus não foi assim. Ele cresce em segredo, como a semente na terra, Deus mesmo o faz crescer e desenvolver-se, o faz dar frutos surpreendentes de amor e solidariedade, de justiça e de paz, de perdão e de acolhida.
Os cristãos têm experimentado e desfrutado essas ricas colheitas do Reino e devemos estar dispostos a partilhá-las com todos, pois não são o fruto de nossas fadigas, mas presente de Deus.

A semente de mostarda, da qual fala Jesus, é quase microscópica, tem o aspecto de um ponto em uma folha de papel. Assim são as origens do Reino de Deus, diz Jesus: pequeníssimos, modestos; mas crescem em todo mundo até chegar a convocar todos os seres humanos, que poderão vir aproveitar-se da deliciosa sombra de seus ramos.

Nestes tempos de eficácia, rendimento e produção, de planificação a curto e longo prazos, de prospectiva, avaliação de lucros, relação custo-benefício, e tantos outros índices para mediar as ações e as empresas humanas, parece desconcertante a “economia” do Reino de Deus: um só grão de abundante colheita, a mais pequena das sementes, chega a ser um arbusto frondoso. 
Deus atua com paternal solicitude, com desperdício maternal de amor e de carícias. É a boa notícia que devemos anunciar a nossos irmãos e irmãs.
Na nossa vida, existem duas situações bem concretas: ou somos refúgio, abrigo, acolhimento, sombra na vidas das pessoas, levando Deus, ou, infelizmente, somos espinhos que só ferem, machucam, trazem mal-estar na vida dos outros.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

EVANGELHO QUINTA FEIRA 31 JANEIRO


Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105).

EVANGELHO (Marcos 4,21-25)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 4 21 Jesus dizia à multidão: "Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?
22 Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça".
24 Ele prosseguiu: "Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
25 Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
Sobre as oferendas
Recebei, ó Deus, as oferendas desta santa assembléia na comemoração dos vossos santos e concedei que, pela participação na eucaristia, sejamos um sinal da vossa caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Se não vos converterdes e não vos tornardes semelhantes às crianças, diz o Senhor, não entrareis no reino do céu (Mt 18,3).
Depois da comunhão
Deus todo-poderoso, esta santa creia nos sustente para que, a exemplo dos vossos santos, tenhamos no coração e demonstremos em obras o amor pelo próximo e a luz da verdade. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JOÃO BOSCO)
João Melquior Bosco, nasceu no dia 16 de agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d'Asti, no norte da Itália, perto de Turim. Órfão de pai aos dois de idade, cresceu cercado do carinho da mãe, Margarida, e amparo dos irmãos. Recebeu uma sólida formação humana e religiosa, mas a instrução básica ficou prejudicada, pois a família precisava de sua ajuda na lida do campo.
Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João queria reagir, mas a Senhora lhe disse: "Não com pancadas e sim com amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo compreenderás". Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e orientado pela família, entrou no seminário salesiano de Chieri, daquela diocese.
Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate, ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841. Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Este "produto da era da industrialização", se tornou a matéria prima de sua Obra e vida.
Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo de religioso: o coadjutor salesiano.
Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países. Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o povo mais simples.
Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o de "Sistema Preventivo de Formação". Não esqueceu do seu sonho de menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um sorriso sereno: "Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez".
Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado "modelo por excelência" para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e ricos; escreveu: "Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas" e se fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Cristianismo não tem Segredo...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Antes do Concílio ecumênico Vaticano II o sacerdote celebrava a missa de costas para o povo e havia sobre o vaso sagrado e a patena, uma espécie de véu que ocultava o mistério da Eucaristia, sei disso porque era acólito e o véu tinha que ser colocado de tal modo que nada ficasse aparecendo. Eu mesmo, que estava ali junto ao altar, muitas vezes me perguntava que segredo a sete chaves era aquele feito pela imposição das mãos, por aqueles eternos "cochichos" do sacerdote em uma língua estranha...Imagine o povo...
O Cristianismo, ao lado do Islamismo e Judaísmo, prima por ser a Religião da Revelação, Deus tira o véu e se mostra como é em seu Filho Jesus Cristo. Não há na Igreja nenhum segredo guardado sobre essa revelação. A Igreja é sinal do Reino de Deus e este é mistério justamente porque a sua força e a sua ação não dependem do Homem, que é apenas colaborador. O fato de ser a Igreja uma Instituição Milenar, desafia a compreensão humana.
Mas se por um lado o Reino que a Igreja anuncia é mistério, por outro ele se torna acessível pela Fé, porque no coração de todos os que crêem já está presente, embora ainda não tenha chegado em sua plenitude, que um dia há de vir quando o Senhor voltar.
O anúncio desse Reino não pode ficar fechado entre quatro paredes mais deve se tornar conhecido de todos, "Ide e anunciai a todas as nações...." , foi a ordem de Jesus para os seus discípulos. No princípio da Igreja o Cristianismo era uma seita trancada dentro do judaísmo, quem o arrancou de lá e o levou aos pagãos e gentios foi o apóstolo Paulo, celebrado no dia de ontem.
Por ser só perceptível aos olhos da Fé, muitas vezes nos desanimamos diante de certos acontecimentos, parece que a força do mal está em todo lugar e até dentro de nossas comunidades cristãs, e o mundo caminha para pior. É exatamente nessa situação que o cristão deve perseverar na sua Fé, comprometendo-se cada vez mais com o Reino. Os pecados do irmão e os nossos próprios pecados, devem ser superados pela experiência profunda do amor de Deus em nossa vida.
Deste modo, há no mais íntimo dos que crêem, uma força superior a qualquer outra, que nos impulsiona a caminhar, a construir, a sonhar e a perseverar, na espera desse algo que está á nossa frente. Essa Força é o Reino de Deus...
2. Jesus, Luz do mundo, não pode ficar escondido
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Nosso texto se apresenta como duas pequenas unidades literárias: vv. 21-23 e 24-25, e se refere à parábola precedente. Em Jo 5,35 nós lemos: "João foi a lâmpada que se acende e brilha". A luz é símbolo tanto do profeta como de sua palavra luminosa.
Jesus é a "luz dos homens" (Jo 1,15ss), a "luz do mundo" (Jo 8,12), assim como os discípulos (Mt 5,14-16).
A luz simboliza a pessoa e a sua doutrina. Se admitirmos que Jesus faz referência a si mesmo, podemos compreender que o que ele é não pode ficar escondido, mas se revela nos seus gestos e palavras. Em tudo o que Jesus faz se manifesta o Reino de Deus.
A segunda unidade começa com um alerta: os ouvintes devem prestar bem atenção ao que ouvem. É um convite a uma compreensão profunda (das parábolas) para não fazer um juízo equivocado. O que é dado por Deus é para produzir frutos.
Oração
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.
3. EXORTAÇÃO À BENEVOLÊNCIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A sentença de Jesus – "Com a mesma medida com que vocês medirem, também vocês serão medidos" – é uma exortação à benevolência no trato mútuo, mormente com os ouvintes da pregação evangélica. Uma atitude inconsiderada, neste campo, pode ter conseqüências graves para a dinâmica do Reino. É preciso estar atento!
A exortação do Mestre fazia-se necessária já que os discípulos corriam o risco de se tornar intransigentes, a ponto de fazer distinção entre quem podia e quem não podia ouvir a Palavra, excluindo esta segunda categoria. Podiam ceder à tentação de se tornarem senhores do Reino, colocando-se como referência para os demais, esquecendo-se de Deus. A isto se chama de soberba, cujo sintoma mais perverso consiste em excluir o próprio Deus da vida humana. Quem começou bem, pode acabar muito mal.
Jesus alerta o ministro da Palavra sobre o futuro confronto com o Senhor do Reino. O agente da constatação "vocês serão medidos" é o Pai. Ele é quem julgará como cada ministro exerceu a missão que lhe foi confiada. Receberá um tratamento severo por parte de Deus aquele que tiver sido intransigente e arrogante com os ouvintes da Palavra.
Pelo contrário, quem soube ser benevolente e se transformou num instrumento efetivo para a Palavra de Deus chegar às pessoas, será acolhido, com muito amor, pelo Pai.
Oração
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

EVANGELHO QUARTA FEIRA 30 JANEIRO


Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.
Evangelho (Marcos 4,1-20)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 4 1 Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3 "Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem".
9 E dizia: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!"
10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11 Ele disse-lhes: "A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado".
13 E acrescentou: "Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
Sobre as oferendas
Ó Deus, acolhei com bondade as oferendas que vos apresentamos para que sejam santificadas e nos tragam a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! (Sl 33,6)
Depois da comunhão
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que, tendo recebido a graça de uma nova vida, sempre nos gloriemos dos vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Porque as sementes frutificam ou não
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Em um primeiro momento poderíamos pensar que “Aqueles que recebem a semente em terra boa, somos todos nós cristãos, que a ouvimos e a celebramos em nossas comunidades” e que todos os outros tipos de solo são anúncios feitos em ambiente fora da Igreja. Ao incorramos nesse grave erro!
Jesus está falando exatamente do nosso coração, que comporta todos esses tipos de solos impróprios para fazer a semente da Palavra brotar e se desenvolver. Certamente pensamos que há pessoas que no seu coração só tem terra boa, que acolhe a Palavra e frutifica, e que há outras que tem no coração solos sempre impróprios para acolher a Palavra. Esse também é um grave erro.
O que a explicação dessa Parábola nos convida, é a olharmos unicamente para nós pois é do nosso coração que ela está falando. Não pensemos que Deus fala somente em nossas comunidades, quando a Palavra é proclamada e depois o Ministro da Palavra, seja ele Padre, Diácono ou Leigo, a explica para nós. Claro que a celebração da Palavra em nossas comunidades é um encontro privilegiado com a Palavra de Deus, celebrada solenemente. Mas Deus não tem apenas um canal para se comunicar com as pessoas.
No dia a dia, Ele nos fala através de outras pessoas, que nem sempre são da nossa igreja, ele nos fala através dos acontecimentos mais banais do nosso dia a dia e é, exatamente nesses momentos que o nosso coração deve acolher a Palavra para que ela frutifique. Conduzindo o nosso veículo estamos no dia a dia sujeitos a Lei do Trânsito, que nos obriga a ter um relacionamento gentil e cortez com os demais condutores e os pedestres. O condutor Cristão não se move na sua relação com os outros, regido por essa lei, mas sim porque é alguém comprometido com a Vida e por isso a sua conduta no trânsito é sempre pautada por essa Verdade.
Eis aí a Palavra de Deus caindo em terra boa e frutificando, quando isso ocorre na prática. A Esposa e Mãe de Família, ou o Esposo e Pai de Família, que rege suas relações familiares pelos  valores do evangelho, defendendo a Vida e a Dignidade das Pessoas, dando aos filhos uma formação cristã, é alguém que acolheu a Palavra na terra boa do seu coração e que está frutificando.
Enfim, dependendo da circunstância e do momento, as nossas atitudes testemunham que tipo de solo temos no coração. Temos que admitir que inúmeras vezes na semana, nosso coração esteve com terra seca, pedregosa, cheia de espinhos, a Palavra veio mas não encontrou  acolhida em nós, e nem disposição para vivê-la.
2. Deus faz distinção de pessoas?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
O texto pode ser dividido, fundamentalmente, em duas partes, a parábola (vv. 1-9) e a explicação da parábola (vv. 10-20).
Parece-nos razoável pensar, ainda que não tenhamos acesso ao contexto originário, que a parábola tenha sido contada para responder a uma dificuldade: Deus faz distinção de pessoas? Por que a Palavra de Deus produz frutos em uns e em outros não? Pela parábola, Deus concede sua Palavra a todos indistintamente.
A profundidade da acolhida é que permitirá à Palavra de Deus produzir em nós os seus frutos. A explicação é posterior à parábola e dispensa comentários.
Oração
Pai, que o programa de ação missionária de Jesus inspire o meu desejo de estar a serviço dos mais pobres, sendo para eles portador de alegria e esperança.
3. TAREFA IMPORTANTE
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A parábola do semeador é uma metáfora da missão de proclamar a palavra de Deus. Tarefa importante, tanto na vida de Jesus quanto na vida dos discípulos do Reino. A parábola é tecida com elementos iluminadores do ministério da palavra.
Ao pregador compete proclamar a palavra sem fazer uma seleção prévia de seus ouvintes. Cada ser humano, quem quer que seja, tem o direito de receber em seu coração esta semente divina.
Por outro lado, o pregador não deve se iludir com a expectativa de ver seu esforço cem por cento bem sucedido. Antes, deve considerar-se recompensado mesmo com o bom êxito de uma pequena parte de sua missão. O confronto com o insucesso jamais deverá levá-lo a omitir-se, ou deixá-lo abatido. Isto é normal na dinâmica da evangelização.
O pregador deve estar consciente de que exerce sua missão num mundo hostil à Palavra de Deus. Os bens deste mundo, as paixões, as limitações pessoais e também as perseguições podem levar a perder anos de esforço missionário.
Sobretudo deve ter claro que o senhor do Reino é Deus. Só ele sabe em que coração a Palavra frutificou; sabe avaliar a proporção dos frutos, como também definir onde a semeadura fracassou. Basta que o ministro cumpra sua missão de proclamar a Palavra, com todo empenho. Tudo o mais, fica por conta de Deus.
Oração
Pai, que eu jamais me canse de proclamar a tua Palavra, mesmo com o risco de ver meu esforço fracassar. Que eu esteja bem consciente de que o Reino te pertence.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

EVANGELHO TERÇA FEIRA 29 JANEIRO


VERDADE (VER)
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 3,31-35

"
Em seguida a mãe e os irmãos de Jesus chegaram; eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Muita gente estava sentada em volta dele, e algumas pessoas lhe disseram:
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora, procurando o senhor.
Jesus perguntou:
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?
Aí olhou para as pessoas que estavam sentadas em volta dele e disse:
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
"

Meditação:

Hoje, Marcos nos fala de novo da família de Jesus. Faz uns dias que o procuravam porque diziam que estava louco. Agora ficaram do lado de fora e lhe mandaram chamar. Mas imediatamente ele nos diz que tinha muita gente sentada ao redor de Jesus. Quem é aquele que impede a sua família a chegar até ele?

O Evangelho nos apresenta duas formas de se relacionar com Jesus: Alguns, estão fora: não entram, não se sentam, não se fazem seus discípulos nem seus amigos. Nem sequer falam com ele diretamente. O outro grupo, encontra-se lá dentro da casa, em redor de Jesus, próximo dele em atitude de discipulado. A casa, aqui é o lugar da intimidade na qual se constrói novos vínculos interpessoais e comunitários.

Esta narrativa de Marcos tem um alcance cultural no âmbito do sistema religioso do judaísmo. Ele não visa questionar as relações afetivas dentro da família, mas provocar uma mudança de paradigma.

Muitas pessoas, não católicas,  vivem dizendo que Nossa Senhora teve outros filhos além de Jesus Cristo, pois a Bíblia refere-se aos “irmãos de Jesus”.

O monge beneditino Dom Estevão Bettencourt, com todo o seu conhecimento de exegese das Sagradas Escrituras, esclarece: São sete os textos do Novo Testamento que mencionam irmãos de Jesus: Mc 6,3; Mc 3,31-35; Jo 2,12; Jo 7,2-10; At 1,14;Gl 1,19; 1Cor 9,5. Chamavam-se, conforme Mc 6,3: Simão, Tiago, José e Judas.

O aramaico, que os judeus falavam no tempo de Jesus e que os evangelistas supõem, era uma língua pobre em vocábulos.

A palavra aramaica e hebraica “irmão” podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos, ou até parentes mais distantes.

No Antigo Testamento, 20 passagens atestam esse significado amplo de “irmão”, como por exemplo: Gn 13,8 (”Abraão disse a seu sobrinho Lot, filho do seu irmão: ‘Somos irmãos’…”), Gn 29, 12-15; Gn 31, 23; 2Rs 10,13; Jz 9,3; 1Sm 20,29. E ainda pode-se conferir em 1Cor 23,21-23; 1Cor 15,5; 2Cor36,10; Mt 27,56 (”Estavam ali [no Calvário], a observar de longe…, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”).

Essa Maria, mãe de Tiago e de José, não é a esposa de são José, mas de Cléofas, conforme Jo 19,25. Era também a irmã de Maria, mãe de Jesus, como se lê em Jo 19,25: “Estavam junto à cruz de Jesus, a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Magdala.

Pois bem, os nomes de Cléofas e Alfeu designam em grego a mesma pessoa, pois são formas gregas do nome aramaico Claphai.

O mais antigo historiador da Igreja, Hegesipo, conta-nos que Cléofas ou Alfeu era irmão de são José. Daí se depreende que Cléofas e Maria de Cléofas tiveram como filhos Tiago, José, Judas e Simão, os quais, portanto, eram primos de Jesus. 

O fato de aparecerem acompanhando Maria, embora não fossem seus filhos mas sobrinhos, explica-se porque no judaísmo a mulher não costumava apresentar-se desacompanhada de alguém do sexo masculino. Ora, julga-se que são José tenha falecido antes do início da vida pública de Jesus, e quando este saiu de casa, Maria passou a contar com a companhia dos sobrinhos.

O termo “primogênito” não quer dizer que Maria tenha tido outros filhos depois do primeiro, Jesus. Primogênito pode dizer simplesmente “o bem amado”, pois o primogênito é certamente aquele filho, no qual, durante certo tempo, se concentra todo amor dos pais. Além disso, os hebreus o julgavam alvo de especial amor da parte de Deus, pois devia ser consagrado a Ele desde os seus primeiros dias.
A final quem são os irmãos de Jesus? Ser irmão de Jesus passa por uma unidade com a Sua Pessoa. Passa por uma evidente numa opção de vida, numa instauração de uma família, como também na vida; viver a vida com adesão ao projeto de Deus e na construção de um mundo novo que rompa com as barreiras carnais e nos abre a laços espirituais.
Portanto, as palavras de Jesus questionando quem é sua mãe e quem são seus irmãos têm o sentido de revelar que o dom de Deus, nele presente, não se restringe a laços consangüíneos privilegiados. Jesus substitui estes laços estabelecidos na tradição pelos laços do amor verdadeiro e sem fronteiras, que vão muito além dos limites de família ou raça.

A verdadeira família é aquela constituída por pessoas que, fazendo a vontade de Deus, tornam-se discípulas de Jesus. A família consangüínea, pelo amadurecimento do amor, abre-se e solidariza-se com os mais excluídos e empobrecidos.
Disso tudo, podemos concluir que Maria Santíssima só teve mesmo o seu Divino Filho, Jesus Cristo. Podemos e devemos chamá-la com o nome de Sempre Virgem Maria.

Está é a razão da nossa fé a qual nos orgulhamos de professar para podermos vivê-la e transmiti-la com firmeza aos outros de geração em geração.

Reflexão Apostólica
Somos convidados, pelo evangelho de hoje, a descobrir a verdadeira família à qual nós pertencemos: a família dos filhos e filhas de Deus, que procura conhecer e por em prática a vontade do Pai e participar do seu projeto de construção do mundo novo, da civilização do amor, sinal do Reino definitivo.

Participar dessa verdadeira família não significa negar a nossa família terrena, nem os nossos relacionamentos sociais e afetivos, mas subordinar essas duas realidades à realidade maior, que é a família dos filhos e filhas de Deus, fazendo, assim, com que haja uma verdadeira hierarquia de valores na nossa vida, que subordina o temporal ao eterno.

Não é a reivindicação de privilégios raciais transmitidos pela família que importa, mas sim o compromisso com Jesus no cumprimento da vontade de Deus.

Jesus não rejeita sua família como tal, mas sim que re-avalia e resgata os mais profundos e essenciais laços de união entre as pessoas.

A família, a comunidade são realidades que se constroem dia a dia e que mais além de laços de consangüinidade hão de estar unidas pelos laços da fidelidade ao projeto de Deus e da sincera busca de sua vontade.

Somos chamados a entrar na casa, a compartilhar a mesa, a sentar-nos ao redor de Jesus para sermos famílias e comunidades fundadas em sua Palavra e sinais vivos de sua ação

Jesus sabe o que é essencial para a vida e convida aqueles que o buscam a procurar esta essência por meio da escuta da palavra de Deus e do discernimento de sua vontade.

Seguir Jesus significa aprender a obedecer a Deus. E obedecer a Deus significa deixar de lado muitos aprendizados adquiridos ao longo da vida. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

EVANGELHO SEGUNDA FEIRA 28 JANEIRO


Marcos 3,22-30
Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebul, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios.
23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa.
28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso, porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”.
Meditação:
No Evangelho do dia 22 vimos que os familiares de Jesus tentaram detê-lo, porque pensavam que estava fora de si, que estava louco. Agora são os letrados que o caluniam e o difamam. Afirmam que seu poder salvífico e libertador não vem de Deus, mas de Satanás. Dizem isto porque já não podem dizer que desconhecem os milagres de Jesus e vêem as multidões que o buscam.

Suas ações escaparam do seu controle e isso preocupa as autoridades de Jerusalém. Jesus defende sua missão e o faz através de comparações, que tem como finalidade deixar claro três coisas: que nele o reino de Deus se faz presente; que ele possui a força do Espírito de Deus e por isso é capaz de destruir o reino de Satanás;  e que os letrados pertencem a Satanás. São eles os blasfemos, pois não reconhecem que em Jesus atua o Espírito Santo.

Os letrados, por não se abrirem ao dinamismo do Espírito e por negarem sua ação plena em Jesus se auto-excluem da salvação que Deus lhes oferece. A salvação chega às nossas vidas quando abrimos fiel e docilmente nossa mente e coração à vontade de Deus.

Conforme a popularidade de Jesus crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para explicar seus maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que ele expulsava demônios pelo poder do próprio Satanás. Paralelo ao texto de hoje estão Mateus 12,22-32 e Lucas 11,14-23. E com apenas três argumentos Jesus responde e faz uma advertência:

1. Como é que Satanás pode expulsar a si mesmo?
2. Se eu expulso demônios por Satanás, por quem os expulsam os vossos filhos?
3. Para roubar a casa de um homem forte, tem-se primeiro que amarrá-lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de modo que eu possa cumprir minha missão de resgatar àqueles que Satanás mantém cativos.

Sua advertência foi: “Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.” (Mc 3,28-30).

Depois de Seus debates com os fariseus, e outros inimigos, sobre como guardar o sábado, eis que surge nova questão: de onde vinha o poder de Cristo para expulsar demônios?

Não podendo negar Seus muitos e poderosos milagres, os líderes judaicos tentaram vinculá-los a Belzebu – ou seja, a Satanás. Interiormente, sentiam que esses milagres eram resultado da manifestação divina, mas após terem acusado e perseguido Jesus, ficava difícil admitir a origem divina da obra feita por Ele. O orgulho, ou seja, a falta de humildade, levou tais líderes a essa situação.
O argumento de Cristo permaneceu sem resposta: Como Seus milagres poderiam provir de Satanás, se os destruíam a obra dele? (saúde em vez de doença, libertação de demônios em vez de escravidão a eles).

Há aqui uma lição para todos: o orgulho pode obliterar a visão espiritual a ponto de alguém “ao mal chamar bem, e ao bem chamar mal” (Is 5,20). Quando uma pessoa chega a esse ponto, corre o risco de pecar ou “blasfemar contra o Espírito Santo” e “não ter perdão para sempre” (Mc 3,29). Por quê?

O fato é que todo pecado pode ser perdoado, desde que seja confessado (IJo 1,9). Mas, se alguém chegar ao ponto de achar que o mal é o bem (de que a falsa acusação deles quanto aos milagres de Cristo era correta), então nunca haverão de se arrepender disto, e por conseguinte, não obterão o perdão.

Estarão cometendo o “pecado imperdoável”, pois nunca foi confessado para ser perdoado. Poderíamos dizer, então, que “pecado imperdoável” é pecado não confessado e deixado, como esses dos líderes judaicos.

Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles percebem que Jesus, com seu anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.
O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.

Na Encíclica «Dominum et vivificantem», § 46 de João Paulo II encontramos  razões do porque é imperdoável  o pecado contra o Espírito Santo.
Porque é que a «blasfémia» contra o Espírito Santo é imperdoável? Em que sentido se deve entender esta «blasfémia»? S. Tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados».

Segundo uma tal exegese, a «blasfémia» não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da Cruz.
Se o homem rejeita o deixar-se «convencer quanto ao pecado», que provém do Espírito Santo e tem carácter salvífico, ele rejeita contemporaneamente a «vinda» do Consolador: aquela «vinda» que se efectuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas».Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados.
Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue permanece nas «obras mortas», no pecado. E a «blasfémia contra o Espírito Santo» consiste exactamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se.

Isto equivale a uma recusa radical de ir até às fontes da Redenção; estas, porém, permanecem «sempre» abertas na economia da salvação, na qual se realiza a missão do Espírito Santo. Este tem o poder infinito de haurir destas fontes: «receberá do que é meu», disse Jesus.
Deste modo, Ele completa nas almas humanas a obra da Redenção, operada por Cristo, distribuindo os seus frutos.
Ora a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção.
O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida.
É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou e abrir-se às fontes divinas da purificação das consciências e da remissão dos pecados.
De uma maneira muito resumida, é próprio dos poderosos acusarem e difamarem todo aquele que é considerado como uma ameaça a seu poder, acusando-o agitador, perturbador da ordem, terrorista ou, em um enfoque religioso, possesso do demônio. Na Inquisição, tal coisa aconteceu com freqüência.

Rejeitar o amor de Jesus é rejeitar o próprio Espírito Santo, que é a comunicação da Vida e do Amor de Deus.

 
Reflexão Apostólica:

Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo.

Eles percebem que Jesus, com seu anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.

O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus.

Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.

O evangelho de Marcos nos diz que: Em Jesus está presente o Espírito Santo, que o leva à missão de libertar e desalienar os homens. Por isso ele é acusado de estar “possuído por um espírito mau”. Tal acusação é pecado sem perdão. Para os acusados, o bem é mal, e o mal é bem. Eles, na verdade, estão comprometidos e tiram proveito do mal; por isso, não reconhecem e não aceitam Jesus.

Quantas vezes vemos pessoas cheias do Espírito Santo que lutam pela justiça e são tão criticados e até mesmo assassinados(Írmã Dórati), pois sempre encontraremos corrupção na sociedade, cujo valores morais, éticos e cristãos estão invertidos.

Nós lutamos contra nós mesmos (as) quando negamos o poder do Espírito Santo e não reconhecemos Nele o motivador da nossa vida. Aqueles homens, naquele tempo, confundiam Jesus com um espírito mau. E eram os próprios mestres da Lei quem os ensinava assim. Os mestres da Lei não queriam se curvar diante de Jesus e, por isso, negavam a ação do próprio Espírito de Deus. Este é um pecado imperdoável!

Precisamos estar muito atentos aos ensinamentos dos homens, aos que eles pregam, para que não se enfraqueça em nós a manifestação do Espírito Santo de Deus.
Você acredita que o Espírito Santo tem poder na sua vida? Quem é o Espírito Santo para você?

Como vimos, a ação e o ensinamento de Jesus acabaram provocando um juízo e o desmascaramento da má forma de agir dos líderes de seu tempo. A vida transparente de Jesus e a coerência entre sua palavra e sua vida acabaram revelando a hipocrisia daqueles que tinham responsabilidade espiritual no meio do povo.

Os escribas que procediam do centro do poder, de Jerusalém, se encontram com Jesus e nele descobrem a vivencia de um ministério libertador. Aos escribas, que se dão conta de que Jesus anunciava um Deus diferente daquele anunciado pelo centro do poder, desde o templo de Jerusalém, e também diferente daquele anunciado pela classe sacerdotal institucionalizada, e ao descobrir que seu comportamento era diferente do comportamento deles e dos outros líderes religiosos, não lhes sobravam outra alternativa senão enfrentar a Jesus, mediante a calúnia. Atreveram-se a caluniar Jesus acusando-o de que ele agia pelo poder de Belzebu.

A autoridade judaica não sabia como manchar o ministério de Jesus no anúncio da Boa Nova. Frente à fama que Jesus foi ganhando no meio do povo, dos excluídos, dos descontentes com o sistema, não encontraram outro meio para desmerecer sua obra, senão através da demonização, forma típica da religião judaica para excluir socialmente a qualquer indivíduo.
O que os escribas pretendiam era minguar a força que Jesus foi ganhando através de sua práxis libertadora e propagar por todos os meios (neste caso a calúnia) que tudo o que ele fazia, fazia pela força do maligno, o inimigo de Deus.
Jesus, apesar da mentira e do complô armado pelos escribas, continua com seu ministério no meio do povo. Mas Jesus vai bem mais longe. Além de instaurar o Reino ali onde a vida se encontrava ameaçada, ele faz um juízo forte contra os líderes religiosos de seu tempo.

Ao longo de sua vida e no diálogo fácil com os homens e mulheres, Jesus descobre que eles (os líderes religiosos) que tinham a responsabilidade de ir mostrando ao povo o caminho por onde avançar ao longo da história falsificaram o caminho e encheram de mentira e de engano o seguimento de seu Pai Deus.
Frente a esta situação de engano e de mentira Jesus profere uma sentença: "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno".
Esta sentença de Jesus estava sendo dirigida aos líderes de seu tempo, para quem as obras de Deus eram consideradas do demônio e as obras injustas das estruturas e a teologia falseada do templo eram consideradas obras de Deus.
Para nós, este relato evangélico tem muita atualidade, como todo o Evangelho. Nós, muitas vezes, consideramos o mal como se fosse o bem e o bem como se fosse o mal.

Peçamos a Deus que nos dê a capacidade de discernir para saber escolher o caminho correto e para poder comprometer-nos como indivíduos e como Igreja no projeto libertador do Reino, mesmo que nos caluniem, nos persigam e ameacem a nossa vida. O Reino vale a pena, essa é a grande lição que nos deixou Jesus.

EVANGELHO DOMINGO 27 JANEIRO


Domingo, 27 de janeiro de 2013
Dia da Santa Ângela Mérici

“Quem teme ser vencido, tem certeza da derrota.” (Napoleão Bonaparte)

EVANGELHO DE HOJE
Lc 1,1-4.4,14,21

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— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
1Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, 2como nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra.
3Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti, excelentíssimo Teófilo. 4Deste modo, poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste.
Naquele tempo, 4,14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza.
15Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam.
16E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura.
17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


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MEDITANDO O EVANGELHO

Padre Queiroz

Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura.
Este Evangelho tem duas partes:
1) Início do Evangelho de Lucas, em que ele declara a sua intenção.
2) Jesus, citando o profeta Isaías, expõe o programa da sua missão libertadora. Essa missão é de salvação integral, voltada prefencialmente para os excluídos da sociedade: pobres, cativos, cegos e oprimidos.
Par nós, como Igreja, continuarmos essa missão de Jesus a nós confiada, temos de denunciar qualquer opressão e exploração da pessoa humana. Denunciar e colaborar na libertação, como fazia Jesus. Temos de praticar e promover a justiça, combatendo as forças da morte presentes no mundo.
Contudo, não podemos julgar que o Reino de Deus se limita à libertação temporal, pois seu conteúdo fundamental é a salvação e a graça de Deus. Só a graça nos traz a completa libertação.
O primeiro passo é a nossa conversão para a justiça e o amor aos irmãos. Só se entende a libertação se ela partir de dentro de nós. Esse é o nosso desafio. Os pobres só se libertam quando nós nos tornamos pobres, evitando todo paternalismo. O paternalismo é justamente o rico ajudando o pobre e continuando no seu mundo de rico.
A reconstrução da figura original do homem, restabelecida e apresentada a nós na pessoa de Jesus Cristo, exige transforma “Cristo em minha vida e a minha vida em Cristo”. Pensar como Jesus pensou, falar como Jesus falou, amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu.
É magnífico o trabalho dos artistas que restauram imagens, pinturas e afrescos que foram danificados. Cada um de nós é chamado a ser esse artista em nós mesmos e nos nossos irmãos. É a imagem de Deus, vocação original do homem, que é restaurada.
“Vós sois o corpo de Cristo” (1Cor 12). O amor mútuo, que nos leva à mútua colaboração, cada um com o seu dom, faz da Comunidade cristã o corpo vivo de Cristo presente ali no bairro. “Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. Este é o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1Jo 4,20-21).
Os primeiros cristãos procuraram por em prática essa denúncia de Jesus às injustiças da sociedade. Por isso muitos foram condenados à morte. Apesar disso, a Igreja não desiste de continuar essa missão de Jesus.
No programa, Jesus mistura o vertical e o horizontal, a dedicação ao corpo e a dedicação à alma. Ele não as separa, pois o próprio Criador não separou, criando-nos corpo, alma e espírito misturados. Quem ama verdadeiramente a Deus, ama também o seu próximo, privilegiando os excluídos. E esse amor inclui também a proteção à natureza, evidentemente.
Neste Evangelho, Jesus fala que veio proclamar o “ano da graça do Senhor”. Essa expressão é sinônima de “ano sabático”. O Povo de Deus do Antigo Testamento celebrava, a cada sete anos, o ano sabático, que não era nada mais que o descanso semanal do sábado ampliado para um ano todo. “Durante seis anos semearás a terra e recolherás os seus frutos. No sétimo ano, porém, deixarás de cultivar a terra, para que se alimentem os pobres, e os animais selvagens comam o resto” (Ex 23,10-11).
O “ano da graça do Senhor”, em Isaías (Is 61,1-2), está expresso como “ano do agrado do Senhor”. Portanto, é viver bem com Deus, obedecendo os seus mandamentos e fazendo a sua vontade. O livro do Deuteronômio determina que no ano sabático todas as terras deviam voltar às tribos originais, conforme foi dividido quando o povo chegou à Terra Santa. Também as dívidas deviam ser perdoadas e os escravos libertados.
Quando Jesus falou que veio proclamar o ano da graça do Senhor, ele quis dizer que, de agora para frente, todos os anos são sabáticos. O ano da graça do Senhor é um ano sabático permanente, não só para todos os anos, mas para todos os dias do ano. Esta é a lei do novo Povo de Deus, a Igreja.
Esse permanente ano da graça do Senhor, custou a morte de Jesus, como oferta total dele por nós. Amar não é dar coisas ao próximo, mas buscar a sua felicidade, mesmo que para isso precisemos sacrificar a nossa vida. “Ninguém tem maior amor do que aquele dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).
O amor só é verdadeiro se inclui, desde o começo, uma doação da vida. O amor, ou é total, ou não é amor. Amor parcial não existe, é apenas caricatura de amor ou egoísmo com o nome de amor. Quando vemos um mendigo na rua e lhe damos um trocado, ou apenas um sorriso, não lhe estamos dando apenas um trocado ou um sorriso, mas a nossa vida toda a ele, se necessário for.
O Evangelho mostra também o protagonismo do Espírito Santo na vida, obra e missão de Jesus. É o Espírito que intervém desde o seu nascimento e batismo. Nós também fomos ungidos pelo Espírito Santo no Batismo e na Crisma, a fim de atuar como Cristo atuou, vencendo o mal do mundo e sendo mensageiro da Boa Nova.
Havia, certa vez, um homem que admirava muito a criação de Deus, mas vivia encabulado com uma coisa: Por que nunca chegamos até o horizonte? A gente olha, ele está a um km de nós. Se caminhamos até lá, ele já foi para frente e está a mais um km de dós. Não entendo, dizia ele. E nas suas orações sempre pedia uma explicação para Deus.
Um dia, Deus apareceu para ele em sonho e lhe disse: “É para que você esteja sempre caminhando! O horizonte faz você ir para frente, por isso que você nunca o atinge”.
A continuidade da missão de Jesus na libertação tanto de nós mesmos como dos nossos irmãos, é como o horizonte. É um trabalho contínuo que só concluiremos no final da nossa vida, quando nos encontrarmos com Deus.
Maria Santíssima, a discípula fiel do Senhor, viveu de forma plena esse programa do seu Filho. Que ela nos ajude a vivê-lo também.
Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura.
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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

EVANGELHO SABADO 26 JANEIRO



VERDADE (VER)
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,1-9

"
Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse:
- A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa, façam primeiro esta saudação: "Que a paz esteja nesta casa!" Se um homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para outra.
- Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: "O Reino de Deus chegou até vocês."
"
CAMINHO (JULGAR)
(O que o texto diz para mim, hoje?)

Meditação:

No ministério de Jesus a fase da ampliação da missão inicia-se com o envio dos Doze, registrada nos três sinóticos. Lucas é o único a mencionar, também, um envio dos "setenta e dois", em território gentílico, na Samaria, por ocasião da caminhada de Jesus e seus discípulos em direção a Jerusalém. Caracteriza-se, assim, a dimensão universal da missão.

Em Lucas 9,1-6 encontramos o envio dos doze apóstolos. Mas, estes, apesar de formarem o núcleo da jovem Igreja, não foram mandados como precursores de Jesus, já que não tinham ainda identificado como Messias aquele que os enviara como se pode ver em no versículo 20 do mesmo capítulo.

Agora, Lucas narra que Jesus envia um novo grupo: o dos setenta e dois discípulos; estes, sim, são enviados “na frente” de Jesus. Sua missão específica é: Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: O Reino de Deus chegou até vocês. Portanto, são enviados como precursores, como preparadores da chegada do reino de Deus que eles anunciam na pessoa de Jesus.

Lucas nos apresenta 72 discípulos enviados. Este número é simbólico e indica a universalidade da missão. Todo o povo de Deus está chamado a se lançar na missão de anunciar a Boa do Reino. Esta missão, não é uma tarefa somente do papa, de bispos, sacerdotes e diáconos. Mas sim, uma obra de todos os batizados. Portanto, a missão é universal desde a sua origem e compreende todos.

As instruções para os dois grupos de missionários são praticamente as mesmas. O texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados pelos menos dois também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do encorajamento que um pode dar ao outro no caso de desânimo diante das dificuldades.

Em seguida, Jesus, depois de ter falado em semente e em arado, fala agora de colheita. Esta é imensa, mas os trabalhadores disponíveis são poucos. E a situação é a mesma, ontem e hoje. É um trabalho gigantesco, e nunca haverá trabalhadores suficientes; só o Pai pode chamá-los e enviá-los, por isso, é necessário rezar a Ele, pedindo que chame mais pessoas. É justamente por causa da extensão da missão que Jesus chama mais este grupo de ajudantes, e, mesmo assim, são poucos diante da imensidão da missão que ele tem pela frente e da qual nos torna participantes.

Jesus faz o envio: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. É a imagem clássica da fraqueza diante da violência. A missão é uma obra difícil e perigosa. Aqueles que ele enviou devem cumprir fielmente o seu trabalho, mas não devem exigir demasiado de si mesmos nem entrar em pânico diante da grandeza da missão. Devem, sim, ter consciência que não será uma tarefa fácil e que nem sempre serão recebidos de braços abertos. Devem fazer sua parte com competência e perseverança, pois, em último caso, a responsabilidade é de Deus, e Ele não vai deixar cair em ruínas a sua messe, mandando trabalhadores necessários para isto.

A mensagem a ser levada é o dom da paz, no sentido mais completo, para as pessoas e às famílias, e, sobretudo, a mensagem de que é “o Reino de Deus está próximo de vós”. O reino de Deus é antes de tudo uma pessoa: Jesus. Quem o acolhe encontra a vida, a alegria, a missão de anunciá-lo.

O gesto de bater, sacudir a poeira dos pés, era um gesto simbólico dos israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país, depois de terem estado em terra pagã, não queriam ter nada em comum com o modo de vida dos pagãos. Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os discípulos transferem toda responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do evangelho. E a paz oferecida não se perde, mas volta a quem oferece.

O estilo da missão de Jesus e dos discípulos é o oposto daquele dos poderosos que o mundo de hoje idolatra. Não se baseia sobre a vontade de dominar, a arrogância ou a ambição, mas sobre a proposta humilde.

Os enviados não devem levar nada de material, mas devem contar com a providência divina e com a hospitalidade fortemente praticada naquela época; eles devem ser respeitosos, atentos aos mais fracos; devem curar os doentes; devem fazê-lo gratuitamente sem buscar outras recompensas.

O Evangelho de Jesus é uma mensagem de vida verdadeira para quem confia somente em Deus. A fé e a missão começam no coração e devem terminar nos lábios e nas ações.

Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã de anunciar o Reino de Deus que está presente entre nós.

Reflexão Apostólica
O texto reflete um empenho missionário no tempo das comunidades de Lucas, como uma campanha vocacional, em busca de "trabalhadores para a colheita".

Jesus, neste trecho do evangelho de Lucas, nos ensina que é preciso muito cuidado, muita fé e preparo, treinamento e conhecimento dos seus ensinamentos e, muita vivência, para difundirmos o seu Reino. Assim é, que depois de falar muito com os seus discípulos; de conviver no dia-a-dia deles, falando, ensinando e esclarecendo o por quê de cada coisa, vê chegada a hora de uma propagação maciça da sua palavra, agora através dos seus seguidores. Escolheu 72 para saírem em Missão, levando a todos tudo o que viram e ouviram d’Ele. Foi um momento único para aqueles homens, que há alguns tempos atrás nada conheciam a respeito do que  iriam levar : “o anúncio da Palavra de Deus, sobre o seu Reino aqui na Terra.”

Hoje, ainda, vivemos esses momentos, quando nos dispomos a aceitar uma convocação de tamanha envergadura, proposta pelo Senhor Jesus, que nos escolhe, nos capacita e nos inspira, através do Espírito Santo , a que vivamos os seus ensinamentos na vida e, por livre escolha e, por questão de preferência, decidamos a arregaçar as mangas neste mundo massificado,  atribulado, cheio das coisas inventadas pelos homens; muitas maravilhosas mas, também, muitas que desencaminham as pessoas dos caminhos de Jesus e, passam a viver de maneira pagã e sem limites. Sem coerências para consigo próprios e, muito menos, com aqueles que procuram caminhar para uma vida de felicidade verdadeira, aquela que um dia, nos levará de volta a casa do Pai, conforme as suas promessas.

Por isso é necessário que todos os que vivem pelas palavras de Jesus, sigam com firmeza, com a fé verdadeira que realiza prodígios, através do Espírito Santo que Ele nos deixou, como defensor e advogado dos que procuram vivenciar os seus ensinamentos.

Urge, que todos os que crêem  tenham a coragem necessária para viver e pregar os evangelhos com seus exemplos, com a sua vida, a todos  e em todos os lugares em que estiverem, como Jesus disse aos discípulos naquele dia do Envio: “Ide por toda a parte e preguem o que vos tenho ensinado a todas as pessoas; aquelas que crerem e forem batizadas estarão salvas. Curem os enfermos e levem a paz aos que a quiserem e, digam-lhes que o Reino de Deus está próximo”.

O mundo está cheio de muitas coisas que afastam as pessoas de Deus. O dinheiro, o consumismo irrefreado, a ganância, a inveja, a ânsia do poder e do Ter, passaram a ser consideradas as principais, numa total inversão de valores, trocando a ordem dos ensinamentos e dos Planos de Deus para nós.

Por isso, a felicidade parece tão ausente na vida de muita gente que, usando a liberdade que Deus lhes deu, destruindo a própria vida; sentem consumir-se em meio ao tempo, sem coragem de optar pelo Grande Amor de Deus, tão apegados vivem às coisas materiais.

A felicidade para ser sentida e vivida, ela tem que ser cultivada e adubada com a vida em Deus, que é infinito e, que verdadeiramente ama as suas criaturas.


VIDA (CELEBRAR)
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Deus, nosso Pai, quisestes que a nossa vida fosse plena de sentido e de força, por isso nos fizestes para a comunhão profunda convosco e com nossos irmãos. Por meio de atos concretos de serviço ao próximo, nossa comunhão convosco se intensifique e nossa alegria interior se plenifique. Nada sobreponha à amizade, à concórdia, à lealdade e ao bem de todos. Pela carinhosa compreensão, superemos erros, preconceitos de raças, de culturas, de credos políticos e religiosos. A retidão nos faça unos na multiplicidade, autênticos nas diferenças e livres de coração para o acolhimento de nossos semelhantes. Não caçoemos das falhas nem dos fardos alheios. Tenhamos consciência das enfermidades do egoísmo e orgulho e do peso da fragilidade que verga a condição humana. Busque-mos o perdão das ofensas, a conversão do erro, sinal sensível da vossa presença libertadora e recriadora. Ajudai-nos a crer que no encontro fraterno nos encontramos convosco, Deus vivo e verdadeiro, Deus de amor eterno.

VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

Propósito: Que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de viver e pregar o evangelho com exemplos e testemunhos de vida, a todos  e em todos os lugares em que estiver.