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terça-feira, 30 de abril de 2013

eVANGELHO QUARTA FEIRA 01 DE MAIO SÃO JOSÉ OPÉRARIO



Mateus 13,54-58

"Quando Jesus acabou de contar essas parábolas, saiu dali e voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa.
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.
"
MEDITAÇÃO - JULGAR
(O que o texto me diz?)

Meditação: 

Os conterrâneos de Jesus O tinham visto partir como filho de carpinteiro, e agora O reencontram como Mestre, rodeado de discípulos.

É uma novidade que interpretam somente como vantagem social. Isso os impede de acolherem a Palavra de Deus e a explicação das Escrituras e a Sua revelação como o Ungido de Deus.

Vista a posição de Jesus neste prisma cria neles a impressão de que Jesus partiria acabando por deixá-los outra vez na sua pobreza.

É que no tempo de Jesus o judaísmo tinha suas esperanças na vinda de um messias que restauraria o antigo império de Davi, glorioso, segundo dizia a tradição.
 Estas esperanças tinham suas raízes na teologia de poder elaborada na corte dos descendentes de Davi. Visavam recuperar seu poder e seus privilégios.
 Na realidade, a realeza, consolidada, por Davi distorceu o ideal de igualdade e partilha característico da tradição de Moisés.

O projeto de Deus não é o de consolidar as estruturas de realeza e poder. O projeto de Deus é resgatar e promover a vida entre os pobres e excluídos, criando laços pessoais e sociais de fraternidade e partilha.

Este projeto nasce no meio do povo. Nasce em uma insignificante cidade da Galiléia, na casa de um simples carpinteiro, José. Este projeto nasce com a proclamação de seu filho Jesus de Nazaré.

Jesus reconhecidamente tem sabedoria e energia de comunicação. Mas sua origem humilde choca as pessoas submetidas à ideologia de poder do judaísmo.
 Rejeitado por aqueles seduzidos pelo poder, Jesus encontra acolhida entre os pobres e pequeninos que lutam para se verem livres da humilhação, da escravidão, das injustiças sociais, das drogas, da prostituição, da luxuria, da criminalidade, da violência e de todo tipo de pecado. Mas isso, não se faz sem trabalho.

É preciso passar pela escola da humildade, da simplicidade, da força de vontade. E a melhor escolinha é aquela de José, na insignificante cidade de Nazaré.
 Somos convidados a olhar para José, homem justo, que tirava de seu trabalho na carpintaria o sustento honesto de sua vida.
 Lançando nosso olhar para os nossos dias notamos uma grande distância dos homens entre si. Por causa do avanço da ciência e da técnica.

A técnica traz seus benefícios, mas às vezes não só substitui o trabalhador, mas até o escraviza ou pior ainda o neutraliza.

Para o mundo digital, quem não se desenvolve no manejo da ciência e da técnico é excluído. A pessoa passa para segundo plano porque as relações que marcam o mundo do mercado do trabalho são as da produção, do aumento do lucro, e não a vida e a dignidade da pessoa.
Na última parte do texto de hoje , Jesus nos dá um puxão de orelha. Porque muitas vezes fechamos os nossos ouvidos para acolher o conselho, a advertência e o ensino daqueles que não nossos parentes, familiares, vizinhos ou conhecidos.

Por outro, encoraja-nos a não desistirmos na nossa missão de anunciar o reino de Deus seja a que custo for. Jesus nos ensina que a tarefa é dura, sobretudo quando se trata de evangelizar a partir de dentro de casa.

Para Jesus também não foi fácil ser profeta na sua casa, na sua família. As pessoas duvidavam dele, não queriam acreditar no Seu poder e por isso mesmo Ele não fez ali muitos milagres.

Jesus é Aquele irmão que Deus nosso Pai nos enviou para nos mostrar o caminho que nos leva para o Céu. E então, precisamos estar atentos para acolher as pessoas que dentro da nossa casa nos abrem os olhos e são instrumentos de Deus para nossa conversão. Ouvidos atentos e coração aberto, porque o Senhor fala por meio de quem nós nunca nem esperávamos que falasse.

 Muitas vezes Deus nos manda Seus emissários que nos aconselham com palavras de sabedoria que Ele próprio sugeriu para nós. Porém, por ser essa pessoa, simplesmente alguém que é muito conhecido nosso, nós desprezamos as recomendações de Deus.
 Nesse caso, os milagres também não acontecem na nossa vida, e muitos problemas nunca serão solucionados por causa da nossa impertinência.

Abertos ao convite da conversão, do arrependimento e da acolhida ao Reino dos Céu, sejamos corajosos no anúncio do Evangelho a começar pelos nossos.

Reflexão Apostólica
Talvez essa seja uma das grandes verdades a serem superadas por nós: Será que Deus está falando através do meu irmão, mas eu insisto em por barreiras para escutar? O quanto consigo perceber que a dificuldade de ver ou ouvir está em mim e não naquele que me aconselha? O quanto estamos abertos para ouvir um conselho?

Uma verdade é certa, ainda temos profunda dificuldade em reconhecer nossos próprios erros e talvez seja essa a dificuldade ou barreira mais colocada, porém a menos vista para se ouvir. Em contrapartida, temos uma habilidade tremenda de procurar um culpado, uma “conspiração”, uma segunda intenção na fala das pessoas.

“A fome e a vontade de comer” num mesmo momento: Não querer ouvir associado aos pré-julgamentos que fazemos daquele que nos exorta.

Além dos fatos já narrados, Jesus era oriundo de uma cidade, uma região, um povo simples…; num tempo onde o povo se acostumou (ou foi obrigado a se acostumar) a ver a verdade vir apenas dos sábios e doutores da lei que advinham de uma classe social acima, de um povo nobre, estudado, (…). Jesus rompia assim mais um paradigma sócio-cultural.
Onde estão os profetas? Por que se calaram? Calaram-se ou, como antes, não são ouvidos?

Partindo desse ponto…

Chamo muita atenção daqueles que se encantam ao ver ou ouvir falar da oração em línguas. Um gesto ou dom muito comum nos grupos da renovação carismática, mas que precisaria ser olhado sob outra ótica. A oração em línguas mais que uma manifestação é TALVEZ a comprovação de muita gente naquele lugar esta sem fé e que precisa “ver para crer”. Precisamos mais de profecias do que línguas, mas pra isso precisamos ter fé.

(…) Assim, AS LÍNGUAS SÃO SINAL, não para os fiéis, mas PARA OS INFIÉIS; enquanto as PROFECIAS SÃO UM SINAL, não para os infiéis, MAS PARA OS FIÉIS. Se, pois, numa assembléia da igreja inteira todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos? Se, porém, todos profetizarem, e entrar ali um infiel ou um homem simples, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração tornam-se manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente entre vós“. (I Co 14,22-25)

A condição nunca foi o estudo, o posto, a idade e sim fé. Se milagres não acontecem, um dos motivos é a nossa falta de fé. Repito, onde estão os profetas?

Estão na RCC, nas Legionárias, nos Vicentinos, no Cursilho, no ECC, nas ENS, nas CNSE, no Eureka, na PJ, em meio aos catequistas, espalhados por todas as pastorais e também fora delas (…), mas por que não falam?.

Quando disse “fora delas” é porque devidamente acredito que Deus ainda suscita profetas onde mais precisa deles e onde ainda existe um fio de esperança nas pessoas.

Vejo profetas em meio a uma reivindicação social, nos que trabalham como voluntários em causas nobres e humanitárias. Vejo profetas lendo essa mensagem e levantando seu clamor a Deus. Vejo ainda esperança no matrimonio, nas famílias, nos jovens;;; Vejo Deus colocando profetas aonde se precisa.

Historicamente, os grandes estudiosos dividiram os profetas do Antigo Testamento em maiores e menores em virtude de sua atuação e compromisso popular, mas o que na verdade o que os diferenciava era a missão que Deus lhes confiou.

Reparemos Jesus, conhecido pelos estudiosos como o maior de todos os profetas, que nada fez de errado, foi condenado sem ao menos ser ouvido.

Assim, não engano, seremos nós em nossas casas, nossas famílias, no nosso trabalho, em nossa comunidade (…), mas como o mestre o fez, mesmo recenseados, não deixemos de falar, de ter fé, de profetizar a vida. A alguns Deus chamou para grandes obras sociais e a outros a pequenos reparos em suas (nossas) famílias.

A história um dia nos classificará como maiores ou menores, mas Deus nos oferece sempre a MAIOR missão que podemos suportar, sendo assim, a cada vitória uma nova missão na medida em que suportamos.

Quanto a não ser ouvido, demonstremos com a vida, não tem como não verem. Jesus assim o fez e por até os céticos reconhecem que Ele foi realmente grande.
ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Pai, livra-me da tentação de querer enquadrar-te em meus mesquinhos esquemas. Que eu saiba reconhecer e respeitar o teu modo de agir.

REGRA DE VIDA e MISSÃO - AGIR
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Qual compromisso me leva?)

Propósito: Ver além das aparências e reconhecer a presença de Deus nas coisas e pessoas mais simples do meu dia.

  RETIRO - CONTEMPLAÇÃO
(Para onde Deus quer me conduzir?)

- Mergulhar no mistério de Deus
- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).
- Saborear Deus. Repousar em Deus.
- Ver a realidade com os olhos de Deus.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Evangelho terça feira 30 abril



João 14,27-31a
"Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou. Não se perturbe, nem se atemorize o vosso coração. Ouvistes o que eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós'. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais. Já não falarei mais convosco, pois vem o chefe deste mundo. Ele não pode nada contra mim. Mas é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai mandou." "  
Meditação: 
Na Sagrada Escritura encontramos que a saudação com desejos de paz era muito corrente, tanto para quem chegava como para quem tinha de partir. Não acontece a mesma coisa com a saudação de paz ou com a despedida de Jesus, que é especial e eficaz.
A paz que promete Jesus a seus discípulos com respeito ao mundo não significa a ausência de conflitos, tentações ou maldade no mundo. Tampouco se refere a uma paz virtual, carregada de esboços e de boas intenções.
A Paz que Jesus oferece a todos os seus discípulos tem de ser entendida como um dom de Deus e uma tarefa de todos os dias; uma paz que se constrói, destruindo com amor os ódios, egoísmos e violências.
Na linguagem do evangelista João, palavras como “Paz”, “Verdade”, “Luz”, “Vida” e “Alegria” são termos simbólicos que refletem diversas facetas do amor de Deus trazido por Jesus para a humanidade.
Continuamos diante da última Ceia Jesus com os seus discípulos. O mestre sabendo que estava próxima a hora de sair deste mundo, não queria partir sem dar sossego, calma, segurança, tranqüilidade, amparo, conforto, prosperidade, vitória em fim garantia de vida plena. Então se levanta e pronuncia as benditas palavras: Deixo-vos a paz. A minha paz eu vos dou; não – vo-la dou segundo critérios do mundo!
Nesta expressão vemos a clara declaração da Personalidade de Jesus. Ele é, por natureza, comunicador de paz. Sem dúvida, não estamos às voltas com uma espécie de paz intimista e sentimental. A paz de Jesus é muito mais do que isto!
A paz é um dom de Jesus para seus discípulos, em vista do testemunho que são chamados a dar. Ela visa à ação. Por isso, não pode reduzir-se ao nível do sentimento.
A paz de Jesus tem como efeito banir do coração dos discípulos todo e qualquer resquício de perturbação ou de temor que leva ao imobilismo. Possuindo o dom da paz, eles deveriam manter-se imperturbáveis, sem se deixar intimidar diante das dificuldades.
Assim pensada, a paz de Jesus consiste numa força divina que não deixa que os discípulos rompam a comunhão com o Mestre. É Jesus mesmo, presente na vida dos discípulos, sustentando-lhes a caminhada, sempre dispostos a seguir adiante com alegria, rumo à casa do Pai, apesar das adversidades que deverão enfrentar.
A paz do mundo é bem outra coisa. Encontra-se na fuga e na alienação dos problemas da vida. Leva o discípulo a cruzar os braços, numa confiança ingênua em Deus do qual tudo espera, sem exigir colaboração. Neste sentido ela é uma paz que conduz à morte!
O discípulo sensato rejeita a paz oferecida pelo mundo para acolher aquela que Jesus oferece.
A paz de Jesus é a paz que é fruto da prática libertadora, fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz do reencontrar a vida na união de vontade com o Pai.
Reflexão Apostólica:  
A paz é um dom de Deus. A paz bíblica, shalom (em hebraico) ou eirene (em grego) não designa somente a ausência de conflito; o conceito bíblico de paz envolve bem-estar, plenitude e abundância para todos.
A paz está intimamente relacionada com a harmonia nas relações interpessoais, comunitárias e entre os povos. Também estabelece uma relação de harmonia com Deus.
Alcançar a paz significa assim uma plena comunhão consigo mesmo, com os demais, com a natureza e com Deus. Por isso a paz começa no coração de cada pessoa e está limitada a impregnar todos os níveis de relação que possam estabelecer os seres humanos.
A partida de Jesus será ocasião de crise e conflitos para seus discípulos. Por isso o Mestre lhes promete o Espírito Santo, que lhes transmitirá luz, amor, fortaleza, segurança para continuar a missão iniciada pelo próprio Jesus, e, por certo, será fonte da verdadeira paz.
Hoje as notícias sobre injustiças, violência, destruição e morte estão cada dia em primeiro plano em todos os meios de comunicação.
Esta realidade se converte num desafio para as aqueles que cremos que o Espírito Santo continua agindo através dos fiéis para impregnar o mundo com essa paz verdadeira tão invocada pelo Senhor para os seus.
E nós, somos promotores da paz no meio em que vivemos e exercemos nossas tarefas. De que modo o fazemos? Que iniciativas poderíamos promover para enfrentar situações de violência, ódios ou discórdias que por acaso vivamos em nossa realidade?
Propósito:
Jesus Príncipe da Paz, dai-nos a constância na fé e na esperança para que jamais duvidemos das vossas promessas. Que tomemos posse da vossa Paz. Paz que nos tranqüiliza a alma e nos faz mais do que vencedores porque tu estás conosco e em nós.

Evangelho segunda feira 29 abril



João 14,21-26
"Quem acolhe e cumpre os meus mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. Judas (não o Iscariotes) perguntou-lhe: "Senhor, como se explica que tu te manifestarás a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe: "Se alguém me ama, cumpre a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não cumpre as minhas palavras. E a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou. Eu vos tenho dito estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito."  
Meditação: 
 João é o evangelista que nos introduz na contemplação da Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. É uma contemplação que nos move interiormente à ação no cumprimento dos mandamentos de Jesus.
Os mandamentos de Jesus se realizam em toda a prática a favor dos homens e mulheres, promovendo a vida. O amor consiste em assumir estes mandamentos.
O amor de Jesus consiste em receber e cumprir os mandamentos. Ao longo do Evangelho, insistiu-se em que o amor é o supremo “mandamento” de Jesus.
Quem ama o Filho é também amado pelo Pai. É estabelecido um círculo de comunhão amorosa entre o crente, Jesus e o Pai. Talvez seja este o fundamento da fé. Crer é amar Jesus e amar o Pai. Certamente que a conseqüência lógica é o amor aos irmãos.
À pergunta de Judas Tadeu sobre sua manifestação ao mundo, a resposta de Jesus é uma reafirmação do anterior: sua manifestação se realiza através da morada do Pau e do Filho no interior do crente.
No texto aparecem elementos que se entrecruzam; a Palavra de Jesus é a Palavra do Pai; o amor de Jesus é o amor do Pai; escutar e viver a Palavra de Jesus é abrir-se à plenitude do amor. O Espírito Santo é quem confirma e ilumina a Palavra do Filho. Em última instância, a experiência de Deus se radica na morada da comunidade trinitária, Pai, Filho e Espírito Santo, no coração do discípulo.
"Em que consiste o novo mandamento"? Não precisamos responder. Até porque, Jesus já respondeu por você: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama.
O que devemos fazer é fazer um exame de consciência para ver se realmente é assim que temos vivido. O modo como guardamos os Seus mandamentos será a prova de fogo. Pois: E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele.
O requisito fundamental para que vejamos em nós a manifestação da glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo passa por amar a Deus sobre todas as coisas, ou seja, fazendo o estudo da Palavra, guardando os domingos e festas de guarda; e por último, amar as pessoas como a nós mesmo.
Ser cristão é viver o amor de Cristo e trabalhar para construir um mundo melhor.
Somos pessoas, e por isso nos relacionamos uns com os outros. Este relacionamento acontece ou é feito de várias maneiras numa convivência diária.
Conviver é viver com os outros, como amigos, isto é, demonstrando amizade sincera, isto é, desejando e fazendo para os outros exatamente aquilo que desejamos para nós, tratando os demais como nós gostaríamos de ser tratados também por eles.
Mas isso, só é possível na comunhão de amor com Jesus, que está unido com Deus-Pai e o Espírito Santo na eternidade. Ele nos convida a nos unirmos com Ele e neste propósito, como discípulos devemos contar com a presença do Espírito Santo, que é a luz de seus passos.
Antes, Jesus afirmara que iria ao Pai para preparar uma morada para os discípulos. Agora, fica esclarecido que esta morada não é em outro lugar distante, no céu, mas no próprio discípulo que guarda sua palavra. Segue nova afirmação da união com o Pai: a sua palavra é a palavra do Pai.
A habitação divina nos discípulos completa-se com o envio do Defensor, o Espírito Santo. Sua missão é revelar a presença de Jesus nas comunidades, iluminar suas palavras e fortalecer a fé dos discípulos.
Só tendo o Espírito Santo em nós conseguiremos cumprir o mandamento do amor. E a medida desse amor é o próprio Jesus: A pessoa que não me ama não obedece à minha mensagem. É preciso que amemos a Deus sobre todas as coisas e amemos ao próximo como a nós mesmos.
Reflexão Apostólica:  
Jesus se manifesta e é encontrado no amor. Neste amor se tem a presença de Jesus em união com o Pai. A afirmação de Jesus de que se alguém o ama e cumpre sua palavra, ele e o Pai virão e farão nesse a sua morada, significa a participação na vida divina e eterna já neste mundo, na comunhão do amor de Deus.
A maior prova do amor à Jesus passa pela obediência, não cega mas sim iluminada pela fé nas palavras e obras do Mestre. Jesus inspira e fundamenta nossas ações e nosso modo de viver. Seu exemplo de amor e de misericórdia nos arrasta para a contemplação da beleza da vida e a certeza da vida eternidade em Deus.
Observar e obedecer suas palavras é seguir o caminho, ao longo do qual se dá o encontro com o Pai na vivência da partilha, da fraternidade e da solidariedade com os excluídos e oprimidos da nossa sociedade.
No seu amor nos tornamos sacramentos da vida, sinais visíveis de sua presença entre nós. Ai brota nossa responsabilidade cristã: manifestá-lo ao e no mundo!
Muitas vezes nos ocupamos com coisas inúteis! Deixando de lado o fundamental. Não percamos tempo em coisas que não são essenciais para nossa vida, deixando-nos conduzir por aquelas que nos aproximam dele e sobretudo da Palavra.
Pela palavra todos nós somos orientados para participamos da vida do Único e verdadeiro Deus, O de Jesus Cristo, para que abraçando o dom da fé consigamos descobrir quer a nossa origem quer o nosso destino, a nossa pátria definitiva.
O encontro, a comunhão com a vida divina e eterna são o conteúdo da Palavra que com intensidade e fervor Jesus anunciou ou Apóstolos, discípulos e continua dirigindo à nós.
Depois de tudo o que Jesus fez e falou, já não há motivos de dúvidas nem de desespero. Até porque a santidade do nosso viver ainda na terra é garantida pela força vivificadora do Espírito Santo.
A missão do Espírito Santo é recordar tudo o que Jesus disse, fez e ensinou. Ele nos revela a presença real de Jesus entre nós, iluminando sua Palavra e fortalece a nossa fé enquanto entre dores, dificuldades, tristeza, traições vemos como que entre sombras e, mas também entre alegrias, vitórias e triunfos, vislumbramos com toda a certeza enquanto, caminhamos a manifestação gloriosa de Deus, nosso Pai.
Cabe a nós sermos obedientes à Palavra feita Carne! Deixe a luz do Céu entrar no seu coração. Abramos bem as portas de nossas almas, dos nossos espíritos para que transfigurados pela Palavra fiquemos cheios de esperança de ver chegar a hora de vencer, triunfar sobre tudo e todos em nome e no poder de Jesus.
Um cristão comum afirma com facilidade que crê em Jesus e o ama; o difícil é aplicar na vida diária a fé que afirma professar. O amor a Jesus tem que ser notado em tudo o que dizemos e fazemos.
Para consegui-lo, o evangelho dá duas pistas importantes: adesão a Jesus e cumprimento dos mandamentos. A resposta à inquietação de Judas Tadeu por que o Senhor não estaria se manifestando ao mundo, não significa repudiar o mundo como tal, mas ao falso mundo, dominado pelas autoridades judaicas e romanas; um mundo que despreza o reino de Deus.
A manifestação do Jesus-Messias se dará, não com exércitos nem palácios imperiais, mas com sinais que toquem a consciência de cada pessoa.
Se conseguirmos que em nossa consciência se cultive o amor de Jesus, crescerá nossa motivação para melhorar nosso ambiente familiar e social; e sentiremos que Jesus vem em cada obra boa que façamos.
A ausência física do Mestre preocupa os discípulos. Mas não há que se preocupar: o Espírito Santo está conosco; ele nos ensina, recorda-nos e nos torna atual a palavra de Deus. Recordemos que Deus continua falando hoje de muitas maneiras, em diversos tempos e lugares, e a diversos povos e culturas.
Propósito:
Pai, desperta em mim o desejo e a disposição de amar Jesus e de pôr em prática as palavras dele. Assim, estarei seguro de ser amado por ti e de viver em comunhão contigo.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

EVANGELHO DOMINGO 28 ABRL



João 13,21-33.36-38

"
Depois de dizer isso, Jesus ficou muito aflito e declarou abertamente aos discípulos: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair. Então eles olharam uns para os outros, sem saber de quem ele estava falando. Ao lado de Jesus estava sentado um deles, a quem Jesus amava. Simão Pedro fez um sinal para ele e disse: - Pergunte de quem o Mestre está falando. Então aquele discípulo chegou mais perto de Jesus e perguntou:- Senhor, quem é ele? - É aquele a quem vou dar um pedaço de pão passado no molho! - respondeu Jesus. Em seguida pegou um pedaço de pão, passou no molho e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. E assim que Judas recebeu o pão, Satanás entrou nele. Então Jesus disse a Judas: - O que você vai fazer faça logo! Nenhum dos que estavam à mesa entendeu por que Jesus disse isso. Como era Judas que tomava conta da bolsa do dinheiro, alguns pensaram que Jesus tinha mandado que ele comprasse alguma coisa para a festa ou desse alguma ajuda aos pobres. Judas recebeu o pão e saiu logo. E era noite. Quando Judas saiu, Jesus disse: - Agora a natureza divina do Filho do Homem é revelada, e por meio dele é revelada também a natureza gloriosa de Deus.E, se por meio dele a natureza gloriosa de Deus for revelada, então Deus revelará em si mesmo a natureza divina do Filho do Homem. E Deus fará isso agora mesmo. Meus filhos, não vou ficar com vocês por muito tempo. Vocês vão me procurar, mas eu digo agora o que já disse aos líderes judeus: vocês não podem ir para onde eu vou. Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros. Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos. Simão Pedro perguntou a Jesus: - Senhor, para onde é que o senhor vai? Jesus respondeu: - Você não pode ir agora para onde eu vou. Um dia você poderá me seguir! Pedro tornou a perguntar: - Senhor, por que eu não posso segui-lo agora? Eu estou pronto para morrer pelo senhor!
- Está mesmo? - perguntou Jesus. - Pois eu afirmo a você que isto é verdade: antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.
"
CAMINHO (JULGAR)
(O que o texto diz para mim, hoje?)

Meditação: 
Estamos no terceiro dia da Semana Santa. Os textos do Evangelho destes dias nos colocam diante de fatos terríveis que levarão à captura e à condenação de Jesus.

Os textos não nos apresentam só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também as traições e as negações dos discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus por parte das autoridades e contribuíram a aumentar mais ainda o sofrimento de Jesus.

Na última Ceia, com seus apóstolos, logo antes de ser entregue aos inimigos, Jesus senta-se à mesa lado a lado com o traidor.

Ao contrário do que pintaram muitos artistas, ao longo da História, inclusive na célebre tela de Leonardo da Vinci, não é Pedro que está junto a Jesus. É Judas Iscariotes.


O Evangelho de João apresenta um longo discurso de Jesus, após ter lavado os pés dos discípulos  (Jo 13,2-11) e ter falado da obrigação que temos de nos lavar os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comove profundamente. E não deve causar maravilha.

Ele estava realizando aquele gesto de serviço e de dom total de si, enquanto a seu lado um dos discípulos estava tramando como traí-lo naquela mesma noite.

É um do círculo íntimo de Jesus que fará a traição fatal. Uma cena chocante e tão real, que não poderia ser fruto da imaginação.

Jesus expressa sua emoção dizendo: "Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará!" Não diz: "Judas me trairá", mas "um de vós". É algum de seu grupo de amizade que o trairá.

O anúncio de Jesus sobre a traição iminente desconcerta seus discípulos. Eles ficam assustados. Não esperavam esta declaração, isto é que um deles teria sido o traidor.

Pedro faz um sinal a João, o discípulo a quem Jesus ama, para pedir a Jesus quem dos doze teria cometido a traição. Sinal este que não se conheciam bem, não conseguiam entender quem pudesse ser o traidor. Sinal que a amizade entre eles não tinha chegado à mesma transparência de Jesus em relação a eles ( Jo 15,15). João inclina-se perto de Jesus e lhe pergunta: "Quem é?"

Jesus diz: é aquele para quem vou molhar um pedaço de pão e vou lhe dar. Em sinal de amizade, acena com um gesto acolhedor, pega um pedaço de pão, o molha e o dá a Judas. 

Era um gesto comum e normal que os participantes numa refeição costumavam fazer. E Jesus disse a Judas: "O que tens a fazer, executa-o depressa!"

Judas guardava a bolsa comum. Era o responsável para comprar as coisas e dar a esmola aos pobres. Por isso, ninguém intuiu nada de especial no gesto e nas palavras de Jesus.

O amor de Jesus é um amor que não julga, que não conhece limites, que se estende ao inimigo mortal, que não força ninguém, que desiste da possibilidade de rechaço.

Para quem está com Ele não há inimigos a serem delatados. O Seu propósito não é denunciar o traidor nem o delatar diante de seus companheiros, mas oferecer a última oportunidade de se arrepender. É em vão. A tentativa de Jesus fracassa.  

Nesta descrição do anúncio da traição encontra-se o eco do salmo em que o salmista se lamenta do amigo que o traiu: "Até mesmo o meu amigo, em que confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair" (Sl 41,10; Sl 55,13-15).

Judas toma consciência que Jesus estava a par de tudo ( Jo 13,18). Mas, apesar de sabê-lo, não volta atrás e mantém sua decisão de trair o Mestre.

É este o momento em que se dá a separação entre Judas e Jesus. Jesus manifesta seu total respeito pela liberdade humana, ao preço de sua própria vida. João afirma que satanás entrou nele. Judas se levanta e sai. Posiciona-se do lado do adversário (satanás). João comenta: "Era noite". Era escuridão.

É como se a história tivesse esperado este momento de separação entre luz e trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entram em Judas quando ele decide de executar o que estava tramando.

Naquele momento se fez luz em Jesus que declara: "Agora foi glorificado o Filho do homem, e Deus foi glorificado nele".

Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo!" Tudo o que acontecer por diante é por contagem regressiva.

As grandes decisões já foram tomadas seja por parte de Jesus (Jo 12,27-28) e agora por parte de Jesus. Os eventos se precipitam.

Jesus o anuncia: "Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo como eu disse também aos judeus: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'". Falta pouco para a passagem, para a Páscoa.

Junto com a traição de Judas, o evangelho fala também da negação de Pedro. São os dois fatos que mais contribuem para a dor de Jesus. Pedro afirma que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: "Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo, o galo não cantará ante que me tenhas negado três vezes".

Marcos escreveu: "Antes que o galo cante duas vezes, tu me terás negado três vezes" (Mc 14,30). Todos sabem que o galo canta rapidamente. Quando pela manhã o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos cantam juntos. Pedro é mais rápido em sua negação que o galo a cantar!

Judas, o amigo, se torna traidor. Pedro, o amigo, nega Jesus. E eu? Fico no lugar de Jesus e penso: como enfrentar a negação e a traição, o desprezo e a exclusão?
Reflexão Apostólica

No Evangelho de hoje, não necessitamos de muitos esclarecimentos. A própria leitura já nos apresenta a VERDADE.

A traição anunciada nas Palavras do próprio Jesus e também através dos Profetas para a nossa glória. O Pai tudo faz com perfeição, embora não saibamos como Ele decide. Ele é Deus!

Pelas palavras do evangelista nós percebemos que Jesus “ficou profundamente comovido” quando testemunhou que um deles O trairia.

Mesmo sabendo que iria ser traído por Judas e que Pedro o negaria Jesus prosseguia na sua missão e não desanimava diante da perspectiva de que seria abandonado pelos Seus servos. Afinal, fora para aquele momento que Ele viera ao mundo e Nele o Pai seria glorificado.

Trazendo esta reflexão para a nossa vida pessoal, nos parece, que dentro do contexto das ações humanas sempre haverá alguém que terá a função de trair e, por isso, nós precisamos nos manter atentos (as), até quando servimos a Deus, para que a nossa fraqueza não nos imponha o papel de traidores (as).

Nós também temos dificuldades de entender os sinais de Deus e, por isso mesmo, muitas vezes, nós olhamos para as “evidências” e julgamos os outros, sem nos apercebermos de que também nós somos capazes de trair a Deus.

Nunca achamos que podemos ser nós, os responsáveis pelas coisas que não dão certo, todavia, o Senhor que conhece os nossos corações, sabe, de antemão, quando o havemos de trair, de negar, mas também tem ciência de quanto nós O podemos glorificar quando cumprimos com a nossa missão.

Está nas Palavras que também seremos provados, assim como Pedro foi. Hora nós agimos como Pedro, hora nós somos como Judas.

Sigamos Jesus até o fim e seremos salvos, mesmo nas maiores provações, pois assim diz o Filho de Deus. Os JUDAS de hoje, continuam matando a Jesus, trocando a Ele pelo dinheiro, pela ciência e pelo reconhecimento dos homens.

Há vidas entregues livremente para que seja possível o Reino. Fruto desta entrega é o dom do Espírito de Deus que dá ao ser humano a capacidade de amar sem limites, fazendo-o plenamente humano, ao estilo de Jesus.

Você sabia que trai a Deus quando não está vivendo segundo a Sua vontade? Você sabe que negar a Deus é não dar testemunho dos dons e das graças de Deus na sua vida? Você acha que o Senhor conhece o seu coração? Nós nos abrimos incondicionalmente ao amor sem limites?

Peçamos ao Senhor a graça de sermos como João, o discípulo amado, que se recostava no peito de Jesus e a quem o Mestre confidenciava os Seus segredos a fim de que não estejamos entre os infiéis.
VIDA (CELEBRAR)
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a Ele.

VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

Propósito: Acolher Jesus na pessoa dos irmãos. Deixar de ser como Pedro: distante e sem compromisso