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domingo, 23 de fevereiro de 2020



São José em nossa vida espiritual e apostólica
01 MARÇO Vamos parar um pouco para podermos ouvir a voz de São José: estamos no seu
lindo mês. (L 208). SÃO JOSE MARELLO
Mateus 4,1-11

Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser posto à prova pelo diabo. Ele jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!" Ele respondeu: "Está escrito: 'Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus'". Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: 'Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'". Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: 'Não porás à prova o Senhor teu Deus'!" O diabo o levou ainda para uma montanha muito alta. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua riqueza, e lhe disse: "Eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar". Jesus lhe disse: "Vai embora, Satanás, pois está escrito: 'Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto'". Por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo.

Meditação: 

No Evangelho de hoje, vemos que Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto e lá passou 40 dias em jejum. Quando Satanás percebeu que o homem Jesus encontrava-se muito debilitado, afinal estava há 40 dias ser comer e sem beber, ele que sabia perfeitamente a Sagrada Escritura, achegou-se a Jesus e o tentou através da fome dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão (Mt 4,3,4).

Jesus, embora enfraquecido, sabia que Sua força estava no Senhor e respondeu: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca Deus. Jesus poderia transformar pedras no que quisesse, afinal é o Filho do Deus Todo-Poderoso e n’Ele está todo o poder e autoridade, mas, se assim o fizesse, estaria cedendo à tentação de Satanás.
Vendo que a primeira armadilha não tinha dado certo, levou-o ao alto do templo, em Jerusalém, e tentou-o, desta vez usando a própria Palavra de Deus, dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra. Muito astuto não é mesmo? Usar o Pai para tentar o Filho. Mas Jesus foi ainda mais esperto e respondeu: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, Teu Deus.

Como satanás, além de um derrotado, ainda é insistente, levou Jesus ao monte mais alto e de lá lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória deles e disse: Tudo isso te darei se prostrado me adorares. E Jesus disse-lhe: Vai-te satanás, porque está escrito: Ao Senhor adorarás e só a Ele servirás. Então satanás se retirou e os anjos do Senhor O serviram.

Podemos até pensar: por que satanás ofereceu a Jesus o poder e a glória dos reinos do mundo se todo poder e toda glória pertencem ao Senhor? Em Lucas 4,5, quando fala sobre a tentação de Jesus, Satanás diz que tudo na terra foi entregue a ele. Quando? Quando o homem pecou, quando no Jardim do Éden Adão e Eva desobedeceram a Deus e permitiram que a serpente do pecado os enganasse. Satanás se tornou o príncipe deste mundo (Jo 12,31; 16,11). Mas nós não! Embora vivamos neste mundo não somos do mundo veja o que diz Jesus à Seu Pai: “Eles não são do mundo como também eu não sou” (Jo 17,16).

Conclusão: O que podemos aprender com isso?

1. Todos nós somos tentados. Diariamente as tentações batem à nossa porta: preguiça, desobediência aos pais e líderes, mentira, palavrões, inveja, orgulho, fofoca, namoro, sexualidade, roubo, drogasetc.
2. Temos a arma para vencer a tentação: a Palavra de Deus. Foi com ela que Jesus venceu a Satanás. Lembre-se: ela é mais poderosa que qualquer espada de dois gumes (Hb 4,12).

3. Quando vencemos, enchemos o coração do Pai de alegria e envergonhamos ao diabo, pois quando vencemos, em nós é cumprida a Palavra do Senhor de que em tudo somos mais do que vencedores.

A privação da posse, do poder e do prazer deste mundo não se compara com a Glória que havemos de possuir quando tudo se consumar em todos ( Rm 8,18-25).

Reflexão Apostólica:

A narrativa de Mateus é bem clara: depois de ser batizado Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio. Cheio do Espírito Santo, porém, Jesus venceu todas as investidas de satanás que, usando a própria Escritura tentou convencê-Lo a cair na suas artimanhas.

Como Deus, Jesus não precisaria ter sido batizado nem tampouco ser levado ao deserto para ser importunado por satanás. Porém, como homem, Ele se submeteu a tudo quanto nós também estamos sujeitos, para nos mostrar que nós podemos ser tentados, mas necessariamente, não precisamos cair nas sugestões do inimigo.

Jesus enfrentou e venceu as tentações do “prazer, do ter e do poder” , justamente as três fraquezas que nós, trazemos em nós e que é fruto do pecado original. O príncipe do mundo é satanás, por isso, ele acenava para Jesus com as coisas que o mundo valoriza.

Jesus, porém, nos dá uma lição para quando nós estivermos sendo sugestionados a empreender qualquer obra que não tenha como finalidade a observância da Palavra de Deus. O demônio, primeiramente, quis pôr em dúvida a identidade de Jesus: ”se és Filho de Deus”.

Quantas vezes nós também nos sentimos desafiados a mostrar quem nós somos com atitudes de vaidade e amor próprio! Mesmo com fome, Jesus não se rendeu ao prazer de comer e foi mais além do que o que o demônio arrazoou como justificativa para que pedras fossem transformadas em pães: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”.

O tentador apelou para o sentimento que o homem tem de mostrar que tem poder e prestígio a fim de dominar todas as coisas: ‘ Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra’.

Jesus nos ensina: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Somos filhos de Deus e sabemos que Ele nos protege, porém nunca devemos tentar a Deus nos expondo aos perigos e às facilidades da vida confiando em que Ele dará um jeito de nos socorrer.

Finalmente, o demônio tocou no ponto mais fraco do homem: o apego aos bens materiais, a ganância e a ambição de, tendo já muito, fazer qualquer coisa para adquirir ainda mais: “Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares.” Jesus nos dá a dica: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”.

Você também tem sido tentado (a) pelo inimigo de Deus mesmo quando medita e reflete sobre a Palavra? Qual é a maior tentação que você tem enfrentado: o prazer, o poder ou o possuir? Como você tem vencido as tentações? O que você tem feito com os bens que você possui? Eles estão a serviço de Deus ou do demônio?

Todo esse relato, se analisado nos mínimos detalhes podemos perceber inúmeros ensinamento para nós. Ao cumprir o “IDE” do Mestre com certeza seremos também provado, tentados.

Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto. Isso mostra uma permissão da parte de Deus. O inimigo afronta Jesus com a própria Palavra. Ele também conhece as Escrituras. Nossa vida espiritual deve ter também uma convalidação divina. Precisamos ter certeza de nossa missão no reino de Deus.

A preparação (formação), a consagração (jejum) deve fazer parte de nossa vida espiritual. Termos consciência de que seremos tentados pelo inimigo e que isso será permitido por Deus. Em algum momento daremos de frente com ele e a Palavra de Deus deverá estar presente em nós, bem forte para podermos vencer. Seremos também levados ao deserto. Ou melhor, quando se trata de espiritual, vivemos no deserto.

Contra o príncipe das trevas, não ha diplomas, mestrados, doutorados, grandes currículos que poderá nos salvar. Embora, nós seres humanos, valorizamos muito isso, e não é errado, ao contrário se faz necessário.

Somente a certeza do que cremos e a palavra de Deus poderá nos livrar e dar a vitória. Temos necessidades e fraquezas e é nas nossas fraquezas que o inimigo virá para nos contrapor. É necessário então intimidade com Deus e com sua Palavra.

Se substituirmos o simbolismo dos 40 dias em que Jesus esteve em oração pelo tempo que chamamos de sua “vida oculta”, e se assumirmos que também aqui o deserto é o símbolo da consciência, entenderemos que as tentações de Jesus não puderam ter sido somente essas três, definidas, além disso, de uma forma muito fácil e rápida, mas que foram muitas as dúvidas, as alternativas de facilitar as coisas (tentadoras) que terão ocorrido a Jesus para levar adiante sua missão.

Ele decidiu, no meio dessas alternativas de facilitações, que levaria a cabo sua missão pelo caminho mais difícil , porém mais seguro. A instauração do reino seria para Jesus o eixo fundamental de sua messianidade; e isso não seria compatível com nenhum messianismo barato; o Messias teria de levar até o fim sua missão pelo caminho do sofrimento, incompreensão, dor, doação de cada dia, serviço constante.

A grande lição das tentações de Jesus é que o mal sempre nos oferece “atalhos”. E são contra estes atalhos que devemos ter cuidado. Pão (alimento), prestígio (fama) e poder (governo) são coisas interessantes que mexe com o nosso físico, a nossa alma e o nosso lado espiritual. No entanto, nada disso terá valor para nós se for sem Deus. Qualquer coisa, por melhor que seja que nos afaste do Senhor, deve ser abandonado. Somente com Deus, na Sua presença e para a Sua glória, devemos viver.

Jesus embora sendo o Filho de Deus, levava uma vida constante de oração. Ele nos ensinou como devemos orar. É na oração que alcançamos intimidade com Deus. Quanto mais oramos mais teremos certeza da sua vontade.

O evangelista conduz cada discípulo, fiel de todos os tempos, ao deserto onde Jesus exercita a definição do estilo, da forma como o Messias cumpriria sua tarefa para que também nós, seus discípulos, fizéssemos o mesmo.

Propósito:
Pai, como Jesus, quero ser fiel a ti, sem jamais exigir manifestações extraordinárias de teu amor por mim. Basta-me estar ciente de ser teu filho.
ESCOLHA UMA RESPOSTA
Pensar é fácil, agir é difícil e colocar os pensamentos de alguém em ação é a coisa mais difícil desse mundo.  
A vida pode lhe nocautear, se você assim permitir. Mas as coisas não têm que ser necessariamente assim. Nem sempre você pode controlar o que está vindo sobre você, mas você pode, sim, decidir sobre como irá responder à sua inesperada circunstância. 

Você pode decidir como responder e a maneira como você responde pode fazer toda a diferença do mundo. Existe uma positiva e até bem humorada maneira de responder sobre tudo que vem até você. Apesar de as circunstâncias não serem as ideais, a sua resposta pode ser exatamente a mais correta. 

Em vez de você se permitir sucumbir pelas pressões da vida, tome a decisão de buscar algum valor em cada uma delas. Em vez de impulsivamente reagir como força de um hábito, tome a decisão de agir com base em um positivo propósito. Escolha uma resposta que tenha como base não apenas a situação, mas quem você é e onde você deseja chegar. Ao fazer isso, você pode se manter no controle, não importa o que possa vir sobre você.

Evangelho do dia 29 de fevereiro sábado 2020


29 - O Senhor vem ao nosso encontro por mil caminhos (L 30). SÃO JOSÉ MARELLO


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 5,27-32

Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, chamado Levi, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe: "Segue-me". Deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. Levi preparou-lhe um grande banquete na sua casa. Lá estava um grande número de publicanos e de outras pessoas, sentadas à mesa com eles. Os fariseus e os escribas dentre eles murmuravam, dizendo aos discípulos de Jesus: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e com os pecadores?" Jesus respondeu: "Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores". 
Meditação:
Jesus convida um pecador a segui-lo e, além disso, entra em sua casa para fazer uma refeição com ele. O que é que ele ganha com isso, se sabe que a única coisa que está arranjando é juntar cada vez mais provas contra si, quando o acusarem formalmente em Jerusalém diante do poder romano? (Lc 23,5).
Aí está o segredo de seu modo de proceder: enquanto “perde pontos” com o judaísmo oficial, ganha na tarefa de instauração do reino de Deus; enquanto vai perdendo sua própria vida diante dos que lhe podem matar o corpo (Mt 10,28), vai ganhando vida cada vez que pessoas como estas que o acompanham à mesa se convertem e se abrem àquele acontecimento novo que era a presença do Noivo (vv. 34-35) e do reino, que subverte absolutamente toda a ordem estabelecida e mantida por um frio legalismo dos fariseus e doutores da lei.
Quantas vezes damos as costas aos “pecadores públicos”, deixando-nos levar por preconceitos ou pelo temor de sermos criticados! Jesus nos está demonstrando com fatos reais que eles são na realidade os que precisam dessa presença, desse acompanhamento que lhes fazemos.
Esta passagem descreve a refeição que reúne Jesus e seus discípulos com alguns pecadores, imediatamente depois do convite de Jesus a Mateus. Afirma-se que o próprio Mateus organiza o banquete, e Lucas acentua que o fez de maneira suntuosa.
Alguns fariseus se assombram diante dos discípulos de que seu Mestre coma com pecadores. Jesus declara então que veio para os doentes e os pecadores, e não para os sadios e justos.
Jesus pensa, sem dúvida, nesses “justos” que são incapazes de transcender a noção de justiça para chegar a reconhecer a misericórdia de Deus. Sua atitude lembra a dos operários da vinha que reclamaram do pagamento dos que tinham trabalhado menos, ou a do filho mais velho com ciúmes da bondade do pai para com o filho pródigo que mais precisava dela; ou a do fariseu que se vangloriava de pagar com justiça até o mais insignificante dízimo, mas desprezava o pedido de misericórdia do publicano.
Jesus opõe então, a uma atitude reduzida à mera justiça do homem, outra baseada na misericórdia. Lembra que os profetas já tinham rejeitado o valor dos ritos, declarando-os inclusive totalmente nulos em proveito de uma fé fundamentada no amor e na misericórdia.
A Palavra de Deus é um esteio para a nossa caminhada aqui na terra. Precisamos colocá-la na nossa vida e encarná-la a fim de que possamos produzir frutos bons que alimentem a quem está necessitando.

Assim como viu Levi, Jesus também nos vê, “sentados (as)” no nosso posto de trabalho, na nossa vidinha acomodada fazendo apenas o que nos interessa e quem sabe, somente murmurando e reclamando das coisas que não estão muito boas!

Jesus também nos chama para segui-Lo! Seguir a Jesus é assumir a vida e enfrentar os encargos do dia a dia com o compromisso de construir um mundo novo, não somente esperando que os outros façam mas participando das ações de justiça e fraternidade.

Os novos discípulos de Jesus devem anunciar o reino a partir do critério fundamental da inclusão, sobretudo para com aqueles que foram marginalizados pelos homens e pelas estruturas sociais, políticas e religiosas.
Ao optar por seguir Jesus, Levi não esqueceu os seus “amigos” do passado. Pelo contrário preparou um banquete para Jesus e convidou-os para que eles também, pudessem ter uma vida comprometida e renovada.
Assim também, nós precisamos fazer quando somos chamados para uma vida nova em Jesus Cristo. Mãos a obra, porque há muitos (as), pecadores (as), como nós, que precisam sentar-se à mesa com o Mestre e também participarem de uma vida nova.

Como Levi, sejamos obedientes ao Mestre que nos chama para a sua missão. Saiba que a obediência ao chamado de Jesus é o único caminho de que dispõe a pessoa humana – ser inteligente e livre – para se realizar plenamente. Quando diz “não” a Deus o ser humano compromete o projeto divino e se diminui a si mesma, destinando-se ao fracasso. Digamos sim ao projeto de Deus em nossas vidas e vivamos eternamente.

Reflexão Apostólica:

O evangelho deste sábado nos apresenta Jesus sentado à mesa com pecadores. Não importa as criticas de seus opositores, Ele não tem duvidas em se sentar e compartilhar à mesa. Afinal de contas ele veio chamar os pecadores e com eles se senta, sabe qual é sua missão, que para ele é clara e a realiza.

Podemos fazer uma leitura complementar com Isaias que, prevendo os tempos messiânicos, exige uma preparação para esse tempo de salvação: "Quando tirares de ti a opressão, o gesto ameaçador e a maledicência, quando compartilhar teu pão com o faminto e saciar o estômago do indigente, brilhará tua luz nas trevas, tua escuridão se tornará meio dia".

Jesus nos acolhe no banquete do Reino, mas exige que tenhamos uma veste de libertação, pessoal e comunitária, gestos e fatos, pão partido, compartilhado e repartido com o faminto. É uma exigência, o tíquete de entrada do banquete e a possibilidade de ver brilhar a luz de Deus. A justiça e a bondade com os demais tornam possível essa luz.

Quaresma também é tempo propício de conversão e o evangelho de hoje nos dá um modelo de conversão. Sejamos como Mateus, publicano e pecador reconhecido e criticado por seu povo, mas atento e aberto à mudança. Façamos como ele, abramos a porta de nossa casa e a do coração.

A maior condição para que nós possamos usufruir da misericórdia de Deus é justamente a de nos sentirmos pecadores e necessitados de perdão. Jesus Cristo veio ao mundo para nos revelar o grande amor do Pai por cada um de nós e nos fazer participar do reino dos céus cuja porta é a Sua Misericórdia.

A cada um a quem Jesus diz, “segue-me” Ele dá oportunidade de conversão e de vida nova. Os fariseus, no entanto, não entendiam assim, pois queriam ser justos com suas próprias forças. O grande segredo de Levi (Mateus), cobrador de impostos, pecador público foi o de reconhecer a sua condição de miséria e mesmo sendo considerado “um caso sem jeito” acolheu o convite de Jesus e O seguiu.

Quando nós caminhamos aqui na terra seguindo as concepções do mundo, isto é, de como a maioria das pessoas pensa e age, a Palavra de Deus nos confunde porque fala justamente o avesso do que todos pregam. Ao contrário do que todos nós imaginamos, Jesus vem nos dizer que não veio chamar os justos, mas os pecadores e é a estes que Ele procura. Portanto, precisamos nos reconhecer a nossa condição de pecador para que Jesus também nos diga: “segue-me”

Assim, Ele nos dará oportunidade de conversão e de vida nova. Quanto mais doente estiver uma pessoa maior será a sua cura, por isso Jesus nos diz: “os que são sadios não precisam de médicos, mas sim os que estão doentes!”

A nossa necessidade de conversão é perene e nós nunca podemos nos contentar com o que já progredimos. A cada dia precisamos ouvir o chamado do Senhor, necessitamos recebê-Lo na nossa casa e sentar-nos na mesa com Ele. Quanto mais reconhecermos a nossa enfermidade mais nós teremos Jesus como médico da nossa alma e conseguiremos a cura do nosso coração.

Você também se considera doente e necessitado (a) de salvação e de cura? Você já experimentou levar Jesus para sua casa e apresentá-Lo à sua família e aos seus amigos? Os seus amigos são também doentes como você? Há alguém que você conheça que é considerado pelo mundo como um caso sem jeito? Convide-o para cear com Jesus na sua casa.

Propósito:
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.

Evangelho do dia 28 de fevereiro sexta feira 2020


28 - Se Deus nos pede o sacrifício de alguma bela flor do nosso jardim, conforte-nos o pensamento de que Ele nos recompensará com juros fazendo brotar muitas outras graças ao orvalho celeste e defendendo-as com carinho das geadas e do frio, até o dia em que as queira transplantar para o Céu. (L 271). São Jose Marello

Mateus 9,14-15

"Então os discípulos de João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram:
- Por que é que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do senhor não jejuam?
Jesus respondeu:
- Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!
"
Meditação:

Na Bíblia, o noivado representa a aliança de amor de Deus com seu povo. Porém, o povo que foi eleito para dar testemunho do amor universal e misericordioso de Deus, abandonou o Noivo (Javé) e se casou com um culto de jejuns e ritos vazios de libertação e cheios de leis opressoras para os mais debilitados. Agora está de novo o Noivo (Jesus) com uma nova oferta de misericórdia e gratidão.

A comunidade messiânica, composta por homens e mulheres marginalizados, está em festa. Como podem os líderes religiosos ser tão insensíveis diante da alegria dos pobres e pecadores que descobriam, em Jesus, o próprio Deus que em sua procura, como ovelhas perdidas e os fez sentar à sua mesa para lhes devolver a dignidade e a auto-estima que a Lei excludente do Templo lhes havia roubado?

Como não vêem a gratitude que se derrama como um vinho novo sobre seus corações ressecados pela solidão e pelo afastamento? Como querer que façam jejum se o Reino está florescendo entre suas mãos? Que Deus nos dê a sensibilidade para acolher quem é excluído em nossa igreja e em nossa sociedade!

O evangelho de hoje é uma versão mais breve do evangelho que já meditamos, quando nos foi proposto o mesmo tema do jejum (Mc 2,18-22), mas com uma pequena diferença.

A liturgia de hoje omite a comparação do remendo novo num pano velho e do vinho novo em odres velhos (Mt 9,16-17), e concentra sua atenção sobre o jejum.

A narrativa sucede à cena da participação de Jesus na refeição com o publicano Levi e seus amigos e companheiros. Jesus estava solidário com os excluídos do judaísmo, considerados "pecadores" por não serem observantes dos preceitos legais religiosos.

Para Jesus, o fundamental é a sua comunhão com todas as pessoas, indiscriminadamente, em vez de fechar-se em observâncias particularistas e excludentes. Os que optam pelas rigorosas observâncias religiosas se revestem de "eleitos" e se autoexcluem do convívio do dia a dia do povo comum, dos "pecadores".

O jejum é um costume muito antigo, praticado em quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou por quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa-os livres.

Para os judeus, o preceito do jejum era um assunto de muita importância na pratica religiosa. Os momentos de jejum estavam muito bem estipulados no calendário litúrgico semanal e anual. Também se jejuava em diversas circunstancias e motivos.

Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber porque Jesus não insiste no jejum e  por que os seus discípulos não assumem com seriedade esta tradição religiosa de seu povo.

Ante o questionamento, a resposta de Jesus é contundente e surpreendente. Em uma festa de bodas, todo mundo está contente. Ninguém vai fazer penitencia nem jejuar.

Jesus esclarece que sua presença tem um sentido festivo similar a uma festa nupcial. Ele anuncia e testemunha uma boa e alegre noticia da parte de Deus.

A frase final, alusiva ao retorno ao jejum quando "o noivo será tirado do meio deles", parece ter uma origem tardia, assumida pelo próprio evangelista.

Quando ele já não está com seus seguidores, então aí sim sentirão a necessidade de jejuar. As práticas devocionais de piedade, de religiosidade não têm sentido por si sós.

Quando irrompe o Reino no meio do povo, somente há espaço para a alegria e a festa. A propósito, como você vive a experiência da presença do Reino de Deus em sua vida, na vida de sua família e de sua comunidade?

Qual é a forma de jejum que você pratica? Se não pratica nenhuma, qual é a forma que poderia praticar? O jejum, como pode ajudar-me a me preparar melhor para a festa da Páscoa? 

Reflexão Apostólica
Um parêntese inicial: Antes de tudo, é importante reparar que os evangelhos desses primeiros dias convidam a refletir sobre o Jejum…

O Jejum é uma das práticas mais antigas de nossa Igreja. Ele esta inserido entre os Mandamentos da Igreja haja vista sua importância na construção de um cristão e é engano acreditar que essa prática é exclusiva dos cristãos, pois muitas outras organizações religiosas a fazem como método de centrar seu pensamento e seu proceder.

De certa forma podemos dizer que o Jejum além de um belo exercício para a alma, como já dissemos ontem, é também uma forma de lembrar a presença do “noivo”. Jejuamos, pois Ele assim pediu, mas, além disso, era seu desejo que nos mantivéssemos fortes e perseverantes na fé.

Retorno então a reflexão de ontem: Abster-se de algo só terá o devido efeito se vier acompanhado de alguma coisa que preencha esse espaço.

Quem jejua, busca algo maior que suas próprias forças, sendo assim, a abstinência devem ser acompanhadas de um incremento na oração.

Abdicar, deixa entender que estamos aptos e dispostos a também ceder e por fim é um sinal claro da presença do amor.

O tempo é propicio, o momento favorece, por que não experimentar?

Em nossa vida, temos momentos de plena satisfação e outros que possivelmente gostaríamos de esquecer. Atos bons, por vezes, não nos marcam como as decisões equivocadas. Gostaríamos de não “ter dito aquilo”, “feito isso”…

Por muitas vezes, notamos que foi motivado por um instante de raiva, uma noite mal dormida, um acontecimento antes do fato. Muitos assaltantes e pessoas que transgrediram a lei ao serem presos relatavam esse fato: “um instante de bobeira”.

Pode até parecer a perda de um dia, mas abster de algo de vontade própria, é na verdade a busca de si próprio dentro de nós mesmos.

Jesus assim o fez quando foi ao deserto. De fato cronologicamente não sabemos afirmar se foram 40 dias. Podem ter sido bem menos ou até bem mais que isso!

Os mestres da lei realizavam o jejum por qualquer coisa. Era “fashion” ficar com as feições transfiguradas e com ar sofredor para cativar “tapinhas nas costas”. Quantas pessoas ainda se comportam assim? Esse tipo de “jejum” não leva a nada.

Mas são quarenta dias Jejuando? Não! Procure na internet, consulte pessoas na sua comunidade, os padres… Eles poderão indicar-lhe uma forma muito sadia de passar pela Quaresma.

E no fim, o que procurarei? O que encontrarei? Que destino ou motivo deve nortear o meu jejum? Vamos ler a primeira leitura:

(…) Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o jejum que prefiro não é outro: – QUEBRAR AS CADEIAS INJUSTAS, DESLIGAR AS AMARRAS DO JUGO, TORNAR LIVRES OS QUE ESTÃO DETIDOS, ENFIM, ROMPER TODO TIPO DE SUJEIÇÃO? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne”. (Is 58, 5-7)
Hoje, o jejum verdadeiro significa abster-se do consumo e da posse de bens supérfluos a fim de partilhar seus recursos com os mais pobres e necessitados.

Jejum é o desapego que faz vencer o mal que insiste em nos fazer medíocres a graça de Deus.

Propósito: Tomar consciência do fato que o compromisso com o Evangelho é uma viagem sem volta, que exige perder a vida para poder possuir e retomar tudo com plena liberdade.


Evangelho do dia 27 de fevereiro quinta feira 2020


27 - Ao sofrer por vontade de Deus em alguns de seus membros, a Congregação reflorescerá com maior saúde em todo o corpo. (L 167). São Jose Marello
Lucas 9,22-25
"- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
Depois disse a todos:
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira e ser destruído?
"
Meditação:

Ontem, no Dia das Cinzas, começamos o Tempo da Quaresma, e iniciamos a preparação para a nossa maior festa litúrgica: a Páscoa.

No Evangelho de hoje, Jesus tem uma mensagem muito séria. Primeiro fala do sofrimento que Ele mesmo vai passar, por toda a rejeição, negação, humilhação, morte, e por fim, ressurreição.

O centro do evangelho de Lucas, bem como o de Marcos, é marcado pela revelação da identidade de Jesus. Jesus rejeita ser identificado com um messias ("cristo") restaurador do reinado de Davi. É chegado o momento de deixar isto claro.

O anuncio da paixão, por parte de Jesus a seus discípulos, não é apenas um episodio pontual e passageiro, que fica no tempo e no espaço, mas um verdadeiro itinerário de vida.

A entrega da vida não se faz de um momento para outro, mas implica percorrer um caminho de fidelidade à missão do Pai. A morte de cruz é a plena manifestação da missão cumprida, da vida entregue e do amor doado “até as últimas conseqüências”.

Por isso, a proposta de Jesus é exigente, radical e sem meias medias. Não se pode ser cristão, discípulo, missionário de Jesus se não se está disposto a entregar a vida minuto a minuto para que a obra de Deus seja transparente no mundo.

A salvação integral e total da humanidade passa, necessariamente, pela doação oblativa da própria vida. Tampouco se trata de fazer ações espetaculares e fantásticas.

Às vezes uma existência ofertada em silencio e na simplicidade de vida ordinária fala mais forte e é mais efetiva para que o Reino de Deus se faça presente na sociedade e no mundo. Você está disposto a percorrer este caminho?

Maldita seja a cruz!” Esta frase, atribuída ao bispo Casaldáliga, é dirigida às cruzes impostas por uma sociedade injusta sobre os ombros sobrecarregados do povo pobre. Denuncia a injustiça, e também a resignação à qual foi levado o povo para justificar o julgo que lhe impunham os poderosos.

Não é esta a cruz que Jesus nos convida a levar. Pela contrário, a cruz que Jesus quer que abracemos é a sua própria cruz.

Ela nos é dada quando nos empenhamos a trabalhar para acabar com a cruz dos crucificados pela maldita opressão e injustiça.

Por isso, o anúncio da paixão é acompanhado de uma proposta de vida, realizada no seguimento de Jesus, que não termina na morte, mas na ressurreição.

Quem não compreende o Messias crucificado não compreende a missão de Jesus. Porém, quanto nos custa aceitar a cruz como força de vida!

A religião do poder e a facilidade da lei do menor esforço nos atraem muito mais. Por elas deixar e só deixar-se levar comodamente observando as normas de um culto estabelecido, no qual tramitamos sem sobressalto. Que o evangelho nos ajude a despertar de nossa modorra espiritual e de nossa indiferença!

A propósito, é sempre bom lembrar que Deus não nos tira em momento algum o direito de escolhermos o que queremos para nossa vida. Mas o tempo passa e as coisas do mundo ao qual muito vezes nos apegamos, também passam.

Então, chegará o momento em que nos restará o amor verdadeiro, o primeiro amor, o amor de Deus e a única boa opção será a escolha pela vida eterna, pela salvação e nossa santificação junto a Deus nos céus.

Aí, então, é que nos será concedido a vida que entregamos a Deus, a vida que renunciamos pelas coisas do alto. Se a tivermos entregue sempre a Deus, ela estará intacta e herdaremos o Reino, mas se ela tiver ficado o tempo todo em nossas mãos e longe do alcance de Deus como é que nossa vida estará?

Quem assume o anúncio e a luta libertadora despertará, necessariamente, a ira dos poderes constituídos, que procurarão destruí-lo. Porém, Jesus revela que ao "humano" foi dada, por Deus, a vida eterna.

Quem quiser unir-se ao destino de Jesus, renuncie ao sucesso e à glória do status social e econômico. E não fuja das adversidades e dos sofrimentos que os poderes político e religioso lhe imporão.

Renunciemos a tudo e a todos por Deus e nos entreguemos a Ele, pois, sua promessa é CERTA e não falha.

Reflexão Apostólica
Entramos na Quaresma e qual foi o compromisso assumido para esses 40 dias de renúncia, oração e meditação? Jejum? Abstinência de algo (carne, refrigerante, doce, cigarro…)?
Certa vez, um SCE da nossa Equipe de Nossa Senhora trouxe-nos um questionamento bastante pertinente, mais ou menos com estas palavras: Por que estou fazendo jejum? O que quero mudar? E o que preciso deixar Deus dominar, que não estou conseguindo? O jejum precisa transformar a vida, submeter o corpo à oração, combater a gula, que é causa de muitas paixões desordenadas (…)”. O compromisso deve repercutir em algum tipo de mudança inclusive quando me comprometo a abdicar de algo.
Na Quaresma, nossa igreja oferece e investe algumas formas de meditar ou buscar nosso eu interior. O jejum, a mortificação, (…), que muitos procuram desmerecer e até mesmo fazer chacotas, advém de três aspectos importantes: o voto, o propósito e a promessa.
Não é apenas deixar de comer algo ou diminuir a ingestão de alguma coisa, mas abandonar-se. (…) se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe
Essa mortificação não visa maltratar o corpo, mas provar pra nós que estamos aptos e dispostos a também nos sacrificar para que algo mude ou se realize, pois encostar as nádegas na cadeira, sentado, apenas pedindo, é extremamente cômodo. A Quaresma nos permite um reencontro com nosso próprio batismo, um reencontro com nosso ser cristão.
(…) Queridos irmãos e irmãs, mediante o encontro pessoal com o nosso Redentor e através do jejum, da esmola e da oração, o caminho de conversão rumo à Páscoa leva-nos a redescobrir o nosso Batismo”. (Bento XVI)
O que ainda não estamos preparados para fazer é ver que algo surge de bom mesmo que o pedido não tenha dado certo. Quando fazemos uma nova faculdade, a outra não ficou perdida, pois o conhecimento se integra ao novo saber, portanto o sacrifício de hoje, mesmo aos olhos de alguns, desnecessário, faz alicerçar em nós colunas de maturidade na fé.
O que ganho com a fé?
(…) Então os discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsar este demônio? Jesus respondeu-lhes: Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível. Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”. (Mt 17,19-20)
Quaresma também me lembra coisas interessantes quem sempre ocorrem:
Queremos fazer abstinência de carne e nos empanturramos de bacalhau. Queremos abster de refrigerante e somos convidados para várias festas de criança.
Queremos bater-papo com amigos (as), mas o tempo é propicio para o silêncio, reflexão... Tentamos explicar, mas não dá certo! Já preciso confessar de novo, pois meu pensamento não conseguiu ser domesticado ainda!
Quaresma é um tempo de respeito e sobriedade e não de tristeza e cara fechada! É tempo de renovar o que é velho e fazer um homem (mulher) novo (a) renascer. É fazer tudo isso sem pensar em si mesmo, mas no bem maior que esse ser renovado pode ajudar a construir na sua comunidade, na sua  Equipe, no seu grupo, na sua pastoral, em sua casa (…).
Viver a Quaresma é poder relembrar que alguém, um inocente galileu, deu sua vida por aqueles que correram, se amedrontaram, se esconderam, lhe negaram, lhe aclamaram, que viram seus milagres, que provaram do seu amor e aos quais chamou de “Filhinhos” (Jo 13,33). Tudo isso em troca de sua conversão e salvação, ou como diria o papa, com a aceitação do seu batismo.
Portanto: Faça força! Empenhe-se! Proponha algo nesse período! Que tal deixar de fumar? Que tal ser mais ético, honesto, educado e cortez nas relações com as pessoas? Que tal cuidar mais da sua saúde, de seus familiares e de todos aqueles que lhe procuram em busca  de ajuda?
Propósito: Esquecer-se de si, abrir mão da própria vontade, do próprio orgulho. Encarar sua responsabilidade de ser sal da terra e luz do mundo, apesar das dificuldades (cruzes). Ter a consciência tranqüila e estar pronto para seguir Jesus.


Evangelho do dia 26 de fevereiro quarta feira 2020 - quarta feira de CINZAS

cinzas
26 fevereiro –  Repitamos sempre: “Omnia cooperantur in bonum” tudo coopera para o bem, até nas menores coisas, como já há tempo a experiência nos tem ensinado. (L 167). SÃO JOSE MARELLO

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 6,1-6.16-18

"
- Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu.
- Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
- Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
- Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
Meditação:

Jesus mostra uma porção de coisas incorretas e ou mesmo erradas que os fariseus faziam, e recomenda os discípulos a não agirem assim. 

Que bom que os fariseus e doutores da Lei existiram no tempo de Jesus, e faziam muitas coisas incorretas. Por que assim nós podemos entender hoje o que é certo e o que é errado, porque Jesus ao combatê-los nos mostrou o caminho certo.  

Com toda certeza, foi com a permissão de Deus que se desenvolveu aquela sociedade excludente formada pelos saduceus, escribas, fariseus, e doutores da Lei. Para quando Jesus chegasse lá, tivesse como nos exemplificar o que estava errado e o como devemos ser, desmantelando o velho, e construindo o novo, com a palavra e com seu exemplo.
Será que ainda hoje tem gente que faz como os fariseus?  Gente que faz as coisas visando serem vistas, visando sua glória pessoal, seu engrandecimento, a fim de aparecer?
  
Jesus volta e meia explicava uma coisa e em depois falava exatamente ao contrário. Por Exemplo. Hoje Ele nos adverte para não ficar com mania de aparecer. Mas outro dia, Cristo vai nos dizer o contrário. Que a nossa luz não deve ser colocada em baixo do móvel, mais sim no alto para que todos vejam as nossas boas obras.  E agora? Como entender a mensagem do Mestre? 
Na verdade, ao fazer isso, Ele está mostrando o verso da medalha, a exceção da regra.
  
Jesus tinha dito que quando levássemos um tapa no rosto, que virássemos o outro lado para apanhar mais. Quando o soldado deu-lhe uma bofetada, Jesus não fez isso, mas sim mostrou o verso da medalha, explicou  o que Ele fez e em seguida perguntou ao soldado. Por que me bates?  Em outras palavras, é o mesmo que dizer: O que foi que eu fiz para merecer uma bofetada?
Porque na verdade, tanto precisamos rezar no nosso quarto, como precisamos rezar em público, e foi o próprio Jesus que recomendou, dizendo que estaria no meio de nós quando estivermos reunidos em seu nome, como já comentamos em outra reflexão. 

Onde queremos chegar? É o seguinte. É claro que precisamos de comentaristas nas missas, de padres nos altares, de pessoas animando o canto lá na frente etc. Que tudo isso seja feita para a glória de Deus e não para a nossa projeção pessoal. Pois é importante que vejam as nossas boas obras, principalmente as crianças, e que a nossa luz brilhe para que todos vejam.
Só que não podemos esquecer que essa luz não é nossa. Somos seres opacos.  A luz que brilha em nós, é a luz de Deus que reflete através de nós. Somos apenas uma espécie de espelhos que reflete a luz de Deus aos homens. 

Por isso, nenhum aplauso, nenhuma honra ou glória merecemos se fizermos um discurso, palestra ou sermão inspirado e bonito. 

 Não fizemos nada por nossa competência. Foi o Espírito Santo quem falou através da nossa pessoa. Sempre que posso, eu proíbo os aplausos dizendo. Não façam isso. Não me recompensem aqui e agora. Porque eu prefiro a recompensa lá de cima.

Reflexão Apostólica:
O texto de hoje nos ajuda a fazer uma reflexão, uma introspecção. Estamos diante de um Evangelho que determina o nosso ser cristão. É, diria eu, o termômetro da nossa própria fé católica. E não poderia existir passagem melhor do que a do Evangelho de hoje.
Lembram-se desse ditado: "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento… "? Ele se refere a pessoas que são supérfluas, que não são sinceras, que aparentam ser uma coisa mas são outra na realidade.

Ninguém gosta de pessoas que têm essa conduta, nem Jesus, por isso ele exorta seus discípulos a não se deixarem levar pelo Velho Farisaísmo que se preocupa muito com aquilo que as pessoas vão pensar a meu respeito, e que por isso, sempre querem posar de “bonzinhos”, cristãos exemplares, só que aqui há um problema muito sério. As pessoas só nos vêm por fora mas Deus nos vê por dentro. Vende-se uma imagem falsa, daquilo que não se é,

Isso chama-se propaganda enganosa, e na relação com as pessoas até que a gente consegue, mas com Deus não tem jeito, somos o que somos….

Qualquer prática religiosa deve exteriorizar algo que está no mais íntimo de nós, lá em nosso coração, aliás, isso é o mais importante, diz esse evangelho, pois um salmo muito bonito diz que Deus nos conhece quando estamos sentados ou em pé, de frente e por trás, no alto da montanha ou no fundo do abismo, estamos sempre diante dele.

Deus nos pede sinceridade e coerência naquilo que fazemos, principalmente em nossas práticas religiosas, tudo tem que sair do coração, a oração, o jejum e a esmola, feitos para Deus e não para os homens.

Claro que hoje em dia os cristãos não ficam nas praças públicas rezando em alta voz para que todos o vejam, mas há certas orações bem arrogantes, aquelas nas quais determinamos a Deus o que e como queremos.

Quanto a esmola, o problema é o modo como a damos, se não sabemos o nome da última pessoa que ajudamos, nem quem é ela, nem como chegou aquela situação, pode ter certeza de que Deus nem tomou conhecimento dessa esmola, “Eu estava no pobre e você não me reconheceu”, há certas esmolas que damos apenas para nos vermos livres de quem pede.

E o Jejum, há algo que possamos hoje em dia dizer sobre ele? Sim, o jejum que agrada a Deus é aquele em que, afirmamos com a nossa atitude, que nossa maior necessidade é TER DEUS em nossa vida, o resto a gente pode se virar… e um segundo ponto, quando o nosso jejum é solidário com quem nada tem, sendo precedido de uma obra de caridade na promoção humana, aliás, se o Jejum não estiver ligado à oração e a esmola, de nada valerá….sendo um puro Farisaísmo…

Em todas as circunstâncias façamos então a opção singela pelo silêncio. Seria essa a síntese do evangelho do dia de hoje?

Ao rezar, que nossa oração chegue ao céu como a fumaça do incenso que sobe; ao construir um prédio, não esperemos ganhar um apartamento para lá morar. Ao dar, não esperar pelo “obrigado”. No sofrimento, buscar um aprendizado…

Jesus, mais uma vez, demonstra ter razão ao afirmar, em outro momento, que não estamos ainda preparados para conhecer a verdade sobre a vida.

Sim, AINDA não suportaríamos hoje viver assim. Somos seres sociais, adoramos contar o que acontece conosco e por vezes abusamos e nos vangloriamos; gostamos de chamar atenção para nós; precisamos que o mundo e as decisões tomadas gravitem ao redor dos nossos quereres e vontades…

Somos seres sociais e não gostamos de ficar sozinhos, detestamos o isolamento. Alguns chamam de auto-afirmação a necessidade que temos de sermos vistos; amamos “tapinhas nas costas”. Precisamos ser lembrados até compramos presentes pra nós mesmos por medo que ninguém se lembre do nosso aniversário.

Se nós, normais, sociais e sem medos, vivemos assim e ainda precisamos aprender a fazer as coisas em silêncio, como será que é viver tendo medo do silêncio?

Uma criança que teme o escuro dorme com um abajur ou a TV ligado; um jovem sozinho a noite em casa deixa o máximo de luzes acesas tentando não deixar espaços escuros onde possam habitar fantasmas de sua própria imaginação.

Pessoas que temem o silêncio não conseguem se afastar após longos anos liderando; não conseguem ver o correto, para sempre ser necessária a sua opinião; quando adoecem “publicam” o tamanho SUPER do que ela tinha; em suas orações aumentam palavras e não dizem nada.

Temerosos do silêncio! Louvem sempre a Deus no tom que quiser e que sua intimidade permitir, mas saiba que Ele não é surdo! NOSSA dor TALVEZ não seja a metade da do vizinho; NOSSA fé TALVEZ seja a décima parte daquele que em silêncio roga. NOSSA angústia DE REPENTE não é NADA perto daquele que realmente tem um problema.

Se temos a Deus por que nos apegamos a recompensa? Por que ainda somos tão imaturos na fé? Pagamos por um milheiro de uma graça alcançada, mas colaboro concretamente com uma só palavra para que um irmão se salve. Se vendessem velas de cem dias tenho certeza que seria um tremendo sucesso, mas como não se indignar com quem toparia com isso, mas não consegue passar (em silêncio) uma hora escutando a palavra numa missa dominical?

Ai do padre que não ler a intenção de dez anos e cinco dias pelo falecimento do fulano de tal! Como diz um padre amigo: "Oh povo de chagas abertas!
Deixemos no silêncio, que insistimos em NÃO fazer, Deus agir. “(…) Dizia também: O REINO DE DEUS é como um homem que lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota E CRESCE, SEM ELE O PERCEBER. Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita”. (Mc 4, 26-29)

Propósito;
Viver a verdade, sem hipocrisia..  

Evangelho do dia 25 de fevereiro terça feira 2020


25 fevereiro – “Sunt bona mixta malis”. Há coisas que satisfazem os gostos humanos, misturadas com outras que parecem más, se a razão não busca a sua luz na fé. (L 167). SÃO JOSE MARELLO


Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 9,30-37
 "Jesus e os discípulos saíram daquele lugar e continuaram atravessando a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava porque estava ensinando os discípulos. Ele lhes dizia:
- O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
Eles não entendiam o que Jesus dizia, mas tinham medo de perguntar.
Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já estavam em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos:
- O que é que vocês estavam discutindo no caminho?
Mas eles ficaram calados porque no caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante.
Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse:
- Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.
Aí segurou uma criança e a pôs no meio deles. E, abraçando-a, disse aos discípulos:
- Aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas também aquele que me enviou.
 Meditação:
 A palavra que Jesus dirige aos apóstolos no evangelho é uma evidente contestação a uma concepção do reino baseada no poder, nas honras, nos primeiros lugares. A contestação mais radical é a própria vida. Jesus faz sua a missão do Servo. Manso e humilde de coração, que anuncia a salvação aos pobres (Lc 4,18), está ele no meio de seus discípulos “como aquele que serve” (Lc 22,27), embora sendo seu “Senhor e Mestre” (Jo 13,12-15), e chega ao cume das exigências do amor que inspira esse serviço, dando sua vida pela redenção dos pecadores.
 A palavra e o exemplo de Jesus resolvem o problema das precedências em ambiente cristão. Jesus recusa categoricamente toda ambição de domínio tanto para si como para a igreja. A única autoridade da Igreja e no seio dela é a do último lugar, do serviço humilde (v. 35).
A autoridade é uma das realidades mais ambíguas e, portanto, das mais contestadas do nosso tempo, tanto em nível civil como eclesial. Há os que a exercem por ambição, por vontade de domínio, por busca de glória, e os que a consideram um serviço para o bem comum. Contudo, essa ambigüidade não tem seu fundamento no poder e na autoridade como tal, mas na atitude de quem os cobiça e os exerce.
Encarada e desempenhada com as intenções e os propósitos de que fala Cristo, a autoridade se manifesta como aquilo que está no plano de Deus: um serviço. Serviço para o bem comum, daquele que é constituído chefe e responsável; serviço aos homens feito por aquele que tem autoridade, cuidando de que cada um contribua para o bem de todos.
Se a autoridade é exercida segundo a verdade, que a justifica humanamente aos olhos dos homens, deveremos considerar a pessoa que a exerce como alguém a quem se destina a palavra do Senhor: “É a mim que o fizestes”; e considerar seu trabalho como um trabalho cristão e pascal, ainda que a autoridade seja puramente leiga e profana.
 Reflexão Apostólica:
 Jesus abria os olhos dos Seus discípulos e procurava ensiná-los a viver a vida com sabedoria para enfrentar a realidade, no entanto, eles fugiam da verdade e não queriam admitir o sacrifício nem o sofrimento. Jesus tentava ensiná-los e conscientizá-los, mas eles tinham outras intenções.
 Jesus os exortava mostrando-lhes coisas bem claras que são completamente diferentes das que o homem natural pensa e deseja.
 Por que os discípulos de Jesus não queriam aprofundar-se no assunto da sua morte e ressurreição? Por que eles não compreendiam quando Jesus lhes falava de sofrimento e dor?
  Eles silenciavam diante das revelações de Jesus e não respondiam às Suas indagações porque tinham medo de aceitar o sofrimento confiando em que Jesus sempre iria lhes proteger e não os deixariam passar por nenhuma aflição.
  Assim somos nós também: não admitimos a dificuldade, a luta, o esforço, desejamos alcançar logo a vitória e a recompensa.
 Por isso, somos nós hoje, os discípulos a quem Jesus vem ensinar coisas preciosas, como: “quem quiser ser o primeiro que seja o último”; “quem acolher em meu nome uma criança é a mim que estará acolhendo”.
 Gostamos de coisas grandiosas! As crianças para nós são muito inocentes e simples, queremos ser servidos, mas não gostamos de servir, mesmo assim queremos ser grandes.
 Contudo Ele conhece o nosso pensamento e a verdade do nosso coração: queremos ser o primeiro em tudo, queremos ser grandes, ter sucesso aqui na terra e também no céu.
  Queremos alcançar a felicidade sem esforço, sem renúncia e esquecemos de que para sermos grandes no céu, nós temos que ser pequenos na terra. 
 Como você poderá ser pequeno na terra e voltar a ser criança? Você admite que possa sofrer aqui na terra? Como você encara a realidade que não é muito boa? Qual é para você a grande mensagem deste evangelho?
  Propósito: Eliminar, do modo de pensar e agir, aquilo que não vem de Deus, toda pretensão de ser o maior e o melhor, de ser servido, mas procurando servir e ajudar.
PARA O SEU PRÓPRIO BEM
Algumas vezes, até mesmo o melhor dos seus esforços irá produzir resultados que você não antecipou. Em outras ocasiões, fatores que estão muito acima da sua capacidade de controle irão mudar completamente os resultados. Então a seguir acontece o desapontamento. 
Todos os dias o mundo está mudando. Algumas dessas mudanças trazem surpresas agradáveis; outras, dificuldades que você não antecipou. Felizmente, da mesma forma que o mundo muda dia após dia, ano após ano, você tem consigo a habilidade de se adaptar. As mudanças fatalmente irão ocorrer, e você sempre terá a opção de lidar com elas da melhor maneira que puder. 
Talvez a sua primeira reação seja a de se vingar; devolver a mesma quantidade de estrago e desapontamento a quem quer que seja que os provocou. No entanto – com absoluta certeza –, isso não lhe trará nada de valor. Eis aqui um caminho melhor: encare tal oportunidade como realmente é - uma circunstância que está absolutamente debaixo do controle de Deus. E mais: talvez você venha a necessitar de um período de tempo para entender que tudo isso aconteceu para a sua proteção, e seu próprio bem.