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sábado, 30 de dezembro de 2017

Ter a certeza que Deus é conosco faz de cada um de nós um vencedor em 2018

Ter a certeza que Deus é conosco faz de cada um de nós um vencedor em 2018

Nesta nossa última conversa de 2017, eu quero lhe pedir licença para estimular você a visualizar e contextualizar a capacidade admirável que Deus tem de perdoar (e perdoar tudo!). E, porque estou falando isso hoje? Porque estas últimas horas do ano são dedicadas à reflexão, ao agradecimento de tudo que aconteceu em 2017. Mas, estas últimas horas do ano também são dedicadas a elaborarmos os projetos para 2018.

Porém, quase que invariavelmente temos em relação à reflexão e ao agradecimento sentimentos de descontentamento pela ação ou falta (aos nossos olhos) da ação de Deus; e, isso demonstra que no nosso coração existem algumas áreas que merecem ser transformadas pelo incomensurável amor do Senhor. E, essa mudança se faz necessária para que possamos receber D’Ele a dádiva da vitória diante das batalhas diárias que enfrentamos. E, isso é um assunto perfeito para se conversar nesta última sexta-feira de 2017; por esse motivo e utilizando aqui a minha posição quero lhe afirmar: Deus nos transforma em um vencedor através do Seu Perdão.

Mas, você pode perguntar: Como posso ser um vencedor em decorrência do perdão de Deus em 2018? Digo sem medo de errar que para 2018 e todos os anos que estão por vir, o perdão de Deus é, nada mais nada menos, do que o elemento essencial, prioritário, para que cada um de nós possa ser não apenas um vencedor em 2018, para que possamos ser mais do que um vencedor.

Observe que ser vencedor já é mais do que merecemos, pela nossa condição falha, pecadora e repleta das contradições; afinal, não podemos fazer nada por onde ter esse mérito de Deus. E, quando estava analisando essa afirmação caiu a ficha: Ser mais do que vencedor aos olhos de Deus, é aquele que, independente da situação externa, luta, mesmo sabendo que poderá perder a batalha mas nunca a guerra. Porque, ao contrário das previsões, vamos vencer porque foi Deus que já decretou a nossa vitória através do Seu infinito perdão e amor por cada um de nós, vitória essa que é entregue a cada um de nós através do Seu Espírito Santo. É quase como vencer sem lutar (devemos ver que “é quase”!);

Na verdade está tudo escrito desde antes da fundação do mundo, e apesar de Deus não nos revelar aquilo que intenta conosco, Ele sempre o sabe o que é melhor para a nossa. E, às vezes derrotas aparentes nos conduzem a vitórias homéricas. Isso porque sem a menor sombra de dúvida, qualquer um de nós não é páreo nem para o primeiro confronto com esse mundo torto que nos cerca; mas, ao lado de Deus podemos até perder uma batalha, mas o sucesso da “peleja” está garantido, desde que sejam observados alguns princípios por Ele estipulados.

Pois, a vitória não está em nós, ela está CONOSCO através do Espírito Santo de Deus, não somos nós que devemos vencer, mas sim ELE, é por meio D’Ele e somente através D’Ele é que venceremos (ou melhor: Mais do que vencedores!). E somos mais do que vencedores porque temos vitória garantida já em 2018; mas, mesmo assim, devemos além de fazer a nossa parte ter conosco, bem no nosso íntimo, a certeza dessa vitória, que é promessa do Senhor; e, o nosso Deus cumpre as suas promessas.

Então, amanhã acorde plenamente consciente da sua vitória em 2018; pois somente assim, você terá a condição de fazer desse mundo um lugar bem melhor para se viver, como um exército ofensivo, capacitado, equipado e principalmente vitorioso. Assim, nessas poucas horas até o novo ano, tenha certeza que o nosso bom e terno Deus renova o Seu desafio de todos os dias; e, você sabe qual é esse desafio? O desafio de levantarmos nossos olhos e consagrar todas as nossas forças Àquele que nos dá a vitória e que nos leva a dizer em alto e bom som: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8,37).


Então tenha um feliz ano novo recheado de pelo menos, no mínimo 2018 vitórias para agradecer a Deus daqui a exatamente 365 dias. Então, só me resta lhe dizer: Feliz 2019! Porque 2018 já é paz, já é harmonia, já é amor e, principalmente, já é vitória em nome do Senhor!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Natal é poder ter a certeza de que Deus é conosco

Natal é poder ter a certeza de que Deus é conosco

Analisando tudo que já conversarmos desde o início do advento, quero nestes dois últimos dias úteis depois da comemoração do natal (e últimos do ano), trazer a tona que podemos contatar como o amor de Deus é pródigo por todos nós. E, isso demonstra que o motivo maior da folia natalina é poder ter a certeza de que Deus é conosco (que é a tradução para Emanuel); até porque, o natal corresponde à celebração da verdadeira consumação da grande aliança de Deus com os seres humanos.

Ultrapassando este relevante ponto (se é que ele pode ser ultrapassado!), devemos ter em mente que esta aliança concretizada pelo nascimento de Jesus (um maravilhoso presente que nos foi dado por Deus) deve perturbar a nossa vida com a Sua chegada. Perturbar no sentido de nos fazer sair da nossa de conforto para que possamos perder o medo de sonhar, de descobrir e de realizar algo que pode mudar o mundo, mesmo que pareça impossível.

Não podemos esquecer no natal (e nos demais 364 dias do ano) que é Deus quem nos concede a dádiva de poder recomeçar e seguir em frente. Ou seja, devemos tomar o exemplo de Abraão (quando ainda era Abrão): “Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!” (Gn 12,1-2). Ou seja, devemos ver que Deus depois de ordenar a Abraão o que ele deveria fazer e o que receberia em troca, dá ainda outra ordem, uma determinação complementar. Poderia pedir santidade, sabedoria, algum tipo de voto ou sacrifício como era peculiar à época, até mesmo o estabelecimento de algum procedimento religioso. Mas não! Deus ordena que Abraão seja uma bênção, tal como Deus promete abençoá-lo. Isso deve nos fazer pensar muito em nossos dias.

Com isso, Deus está dizendo que existe um lugar especial nesta vida para cada um de nós. Esta afirmação é a mais pura das verdades; pois, Deus nos concede um lugar diferenciado na vida, um lugar onde possamos atingir aquilo que sonhou tomar posse do que é seu independente dos problemas, tribulações, adversidades e, também, de algumas decepções que vamos passar na nossa vida, e que faze parte do nosso processo de crescimento.

Mas, para isso temos que fazer a nossa parte, ou seja: primeiro ter um sonho que deve ser seguido; depois ter metas claras e um objetivo determinado; e, por fim, nunca para de caminhar ou andar para trás, porque para trás não é, definitivamente, o caminho que Deus preparou para nossa vida quando nos disse que “fiel é a palavra e digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (Tm 1,15).

Devemos lembrar sempre que Deus no natal (e nos demais dias do ano) nos concede o ponto de partida, que é o momento mais difícil, onde vamos sair da inércia e talvez da zona de conforto; É por isso que devemos valorizar esse ponto de partida, por menos importante que possa nos parecer. Pois, é com ele que Deus nos mostra que não devemos nos acomodar; na verdade, independente das dificuldades, devemos buscar andar pelos caminhos por Ele traçados, que, no mínimo, nos levaram até onde os outros já foram. Assim, neste natal tome posse da frase do anjo Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28); faça a sua parte no processo de restauração da dignidade humana, através da anunciação da chegada do Salvador; responda “sim”.


E, que esse “sim” do natal não represente apenas um ato de submissão à vontade de Deus, mas um consentimento ativo, consciente e, principalmente, responsável que gera um engajamento amplo, pleno e irrestrito no projeto que transforma o mundo e restaura corações. Devemos clamar para que Deus entre em cena na nossa vida, tomando a condução do nosso caminho e nos capacitando para que possamos continuar lutando e infligindo ao nosso coração a certeza de que realmente “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13,8) e que sempre nos diz em alto e bom som: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Natal é o processo de reconciliação entre Deus e os seres humanos

Natal é o processo de reconciliação entre Deus e os seres humanos

Nesses dias que sucedem a comemoração do natal e enquanto esperamos a chegada de 2018, quero, junto com você concentrar nossas conversas diárias, até a próxima sexta-feira, na essência da comemoração que pode ser resumida na frase do anjo Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). Isso porque entendo ser necessário ressaltar que a frase “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” anuncia o início do processo de reconciliação entre Deus e os seres humanos, através da anunciação da chegada do Salvador, que, sem sombra de dúvidas, foi o acontecimento central da vida de Maria (Lc 1,26-38).

Porém, analisando o texto de Lucas, constatamos que a resposta de Maria, o seu “sim”, não representa apenas um ato de submissão à vontade de Deus, mas um consentimento ativo, consciente e, principalmente, responsável para um engajamento pleno no projeto que transformaria o mundo.

Portanto, a submissão de Maria foi, na verdade, uma “sub missão” de apoio à missão de Deus, concretizada através do nascimento de Jesus. Até porque não implicou em anulação dos ideais de Maria, mas sim em prioridade de objetivos de Deus para a vida daquela jovem. O que vale dizer, que as ações e reações de Maria demonstram ao mundo o seu amor por Deus e por cada um de nós; um amor que levou Maria dizer: “a minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador (...) Porque o Senhor fez em mim maravilhas; e Santo é o seu nome” (Lc 1,46-47 e 49). Por isso Maria é chamada de “bem aventurada”;

Veja que o diálogo do rechonchudo anjo Gabriel com Maria se articula em três momentos distintos: A saudação; a mensagem, que é o anúncio da maternidade messiânica; e, a revelação da divina maternidade no anúncio. Ao mesmo tempo Maria é: Discípula e modelo de discípulo. Maria acolhe e põe em prática a Palavra de Deus; por isso de Maria brota a Vida para o mundo. Até porque, para a vinda do Filho de Deus entre os homens, Deus chama Maria de Nazaré para ser mãe.

Maria aparece como aquela que contribui de maneira decisiva para a libertação do povo de Deus e o cumprimento das profecias. Maria interfere positivamente na nova criação em Jesus mediante a aceitação da sua tarefa na implementação do projeto transformador, através da ação do Espírito Santo de Deus. O exemplo de “sim” de Maria, que foi dado em total anuência da sua responsabilidade em demonstrar através das palavras e principalmente das ações a sua fé e submissão ao plano de Deus, mesmo com as dificuldades que estariam por vir. Esse é um verdadeiro exemplo de atitude que todo ser humano deve ter diante dos desafios colocados por Deus.

Por tudo isso, devemos constatar que tudo o que aconteceu é obra do Espírito Santo de Deus, a quem Lucas mesmo descreve como “o poder ou a força de Deus”. E, ai estamos diante de um tema que remonta ao Antigo Testamento: O Espírito de Deus já estava presente com a Sua força nas primeiras páginas da Sagrada Escritura (Gn 1,2) para realizar a grande obra da criação. Aqui, esse mesmo poder torna-se novamente presente no momento em que se inicia a nova criação, na qual Maria, em sua obediência à Palavra, é algo que deve ser inerente ao cristão: A alegria.


Por isso, que a alegria é um componente fundamental da nossa relação com Deus; e o combustível necessário para que possamos caminhar ao lado de Jesus, fazendo dos Seus preceitos a nossa meta de vida; além de nos transformarmos em implementadores seniores do Seu projeto para o mundo. A alegria que vem de Cristo, mesmo diante dos problemas, tribulações, adversidades e, também, de algumas decepções é o que nos faz reconhecer o caminho certo e nos concede a ousadia necessária para assumi-lo plenamente. É por isso que no Advento, que é um tempo de vigilância, de oração, de conversão, devemos estar alegres por um só motivo: a certeza de que “o Senhor está próximo” (Fl 4,5), isso porque Deus “amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

Evangelho do dia 27 de dezembro quarta feira

27 - Amemo-nos. São João Evangelista, velho e incapacitado para o ministério, fazia-se carregar nos braços pelos discípulos e não se cansava de repetir estas palavras: "Diligite vos alterutrum, ut salvemini: Amai-vos uns aos outros para que possais salvar-vos!" (L 8). São Jose marello

Leitura do santo Evangelho segundo São João 20,2-8
 "Domingo bem cedo, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi até o túmulo e viu que a pedra que tapava a entrada tinha sido tirada. Então foi correndo até o lugar onde estavam Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus amava, e disse:
- Tiraram o Senhor Jesus do túmulo, e não sabemos onde o puseram!
Então Pedro e o outro discípulo foram até o túmulo. Os dois saíram correndo juntos, mas o outro correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro. Ele se abaixou para olhar lá dentro e viu os lençóis de linho; porém não entrou no túmulo. Mas Pedro, que chegou logo depois, entrou. Ele também viu os lençóis colocados ali e a faixa que tinham posto em volta da cabeça de Jesus. A faixa não estava junto com os lençóis, mas estava enrolada ali ao lado. Aí o outro discípulo, que havia chegado primeiro, também entrou no túmulo. Ele viu e creu."
Meditação: 
 Parece até uma feliz e bonita coincidência litúrgica o fato de que hoje, a dois dias da grande festa do Natal, celebremos a memória de são João, o filho de Zebedeu, irmão de Tiago, pescador do lago de Genesaré, um dos primeiros chamados por Jesus a ser seu discípulo, a converter-se em seu apóstolo, mencionado nos evangelhos sinóticos.

A Igreja reconhece em João a fonte de uma tradição especial presente em vários escritos do Novo Testamento: o 4o. evangelho, três cartas e o livro do Apocalipse.

Hoje lemos o começo da 1a. Carta de João (1Jo 1,1-4), em perfeita consonância com o tempo do Natal que estamos vivendo.

O apóstolo nos diz, com palavras bem solenes, que ele e seus companheiros nos transmitiram sua própria experiência da Palavra da vida; experiência palpável, visível, seguramente referindo-se ao seguimento que fez de Jesus pelas estradas da Galiléia e de toda a Palestina, ouvindo sua pregação, sendo testemunhas de seus milagres de cura e libertação dos demônios, de suas controvérsias com diferentes grupos opositores, e da acolhida que sempre dispensava aos simples, aos pequenos e, em geral, aos pobres.

João nos transmite esta experiência para que também nós, como os apóstolos, estejamos unidos, pela fé, a Jesus Cristo e a Deus Pai que o enviou, e para que exultemos de alegria porque com a Palavra recebemos a vida eterna.

Mais adiante a 1a. Carta de João nos faz insistentes apelos à vida de fé e de caridade, porque nela essas duas virtudes (a fé comprometida, gozosa e valente, e o amor fraterno) compendiam toda a vida cristã.

No Evangelho de João encontramos um discípulo não identificado. Ele é mencionado cinco vezes como "o discípulo que Jesus amava", três vezes como "o outro discípulo" e uma vez como um dentre "dois de seus discípulos" (um, incógnito e outro, André).

Ao longo dos séculos os cristãos não tiveram dúvida sobre a identidade do “discípulo amado”. Sempre viram nesta figura o próprio João, que cala seu próprio nome por modéstia.

Somente a partir do século passado é que algumas vozes mais críticas começaram a manifestar sérias dúvidas sobre esta identificação tradicional, levantando-se a possibilidade de que o autor do evangelho pretendia, através deste discípulo anônimo, dirigir-se ao próprio leitor de seu texto. É ao leitor que Jesus ama e fala.

O que menos importa aqui é comprovar tal identificação. O mais importante é que a figura do discípulo amado pode ser a nossa, sempre e quando crermos firmemente em Jesus, que Deus, ao ressuscitá-lo dentre os mortos, o constituiu para nós Senhor e salvador, e que estamos chamados a ser sua presença no mundo, a levar aos outros o anúncio gozoso da Boa Notícia, do Evangelho.

A fé na Ressurreição será o eixo em torno do qual girará a pregação dos Apóstolos. E em nome desta fé aqueles que crêem em Jesus, serão obrigados a fazer de suas vidas um constante anúncio da intenção de Deus sobre a humanidade, expressa em seu enviado, Jesus

É bem provável que João tenha escrito de próprio punho e letra todas estas obras, mas elas têm um “ar de família”, uma série de elementos lingüísticos, literários e teológicos que revelam seu parentesco e sua dependência de uma tradição ou algumas fontes comuns que levaram a Igreja a atribuí-las a este personagem.

Na leitura de uma passagem do final do evangelho de são João, assistimos a uma cena singular: o descobrimento, por parte de Maria Madalena, de que o túmulo de Jesus estava vazio.

Ela corre contar a Pedro e a outro discípulo, aquele mais amado de Jesus, e eles, por vez, correm ao sepulcro para verificar a notícia.

A Igreja tradicionalmente identificou esse discípulo anônimo, caracterizado como o título significativo de “discípulo amado de Jesus”, que aparece a partir do relato da cena de despedida, nos momentos significativos dos últimos dias e instantes de Jesus, com João, o suposto autor do 4o. evangelho.

Todo o evangelho de João deixa perceber, a fé penetrante que reconhece a eternidade de Jesus presente em sua humanidade, sem a necessidade de visões do ressuscitado para crer.

Para o cristão, a figura do evangelista é “exemplar”, como já dissemos. É uma figura estimulante.

Com quanto amor deve ter escrito o seu texto! Com quanta paixão deve ter anunciado o evangelho!

Nesta festa de São João, somos chamados a acreditar em Jesus Cristo. Os discípulos que viveram com ele, viram e acreditaram nele.

Nós que não o vimos em sua existência terrena somos convidados a vê-lo e acreditar nele em seu projeto. A Bíblia, os irmãos, a Igreja são mediações para esse encontro com o ressuscitado

Assim, nós que estamos celebrando tão gozosamente o Natal do Senhor Jesus, devemos nos comprometer a proclamá-lo e anunciá-lo a todos, com a mesma alegria e coragem. 
Reflexão Apostólica:
 Não é preciso dizer o porquê o evangelho mudou para João não é? Realmente temos um bom motivo para “fugirmos” da seqüência das leituras. Hoje é dia de são João Evangelista.
Para falar um pouco desse apóstolo me permitam usar alguns jogos de palavras e analogias que no fim ficará bem entendido a intenção.
Primeiramente… Segundo o site das Paulinas “(…) João era um dos mais jovens apóstolos de Cristo, irmão do discípulo Tiago Maior, ambos filhos de Zebedeu, rico pescador da Betsaida, e de Salomé, uma das mulheres que colaboravam com os discípulos de Jesus. Assim como seu pai, João era pescador, e teve como mestre João Batista, o qual, depois, o enviou a Jesus. João, Tiago Maior, Pedro e André foram os quatro discípulos que mais participaram do cotidiano de Jesus”. E isso, quem acompanha ou estuda os evangelhos é bem claro, mas o que esse evangelista tem de diferenciado dos outros?
Alguns estudiosos (será que são estudiosos mesmo?) não dão muito valor nos escritos de João em virtude de ter sido alguém com pouca formação ou instrução em relação aos outros três  evangelistas, mas ele vence o próprio pré-conceito dos estudiosos quando deparam com situação de sua vida que profundamente o marcaram.
João esta presente nos grandes milagres do seu mestre, mas de forma especial é o único deles presente no último instante aos pés da cruz.
Quantos de nós também já foram ou ainda são vistos como pessoas sem valor, pouco talentosos ou habilidosos num campo de atuação ou trabalho, mas Deus nos escolheu para presenciar ou ser Seu instrumento em grandes obras?
Conta a tradição popular que após sofrer tantas perseguições, João foi condenado a ser banhado num caldeirão de óleo quente, mas diz a tradição que nada aconteceu com ele ao ser imputado a esse martírio. Homem de fé e passivo foi a ele que Jesus confiou a guarda de sua mãe, portanto não seria difícil de acreditar que o “discípulo muito amado” e guardião do sacrário vivo de Jesus (Maria), resistisse sem flagelos ao óleo quente.
O que vejo nessa situação é a repetição dos fatos no dia-a-dia: Os que eram vistos como os primeiros, habilidosos, superiores, (…), somem aos pés da cruz, mas os que realmente amam a Deus permanecem. Não estou dizendo que esses são os santos, mas talvez possam ser até mesmo os de “gênio” mais difíceis, mas não se afastam de Deus nas dificuldades, alegrias ou quando impostos a fervura dos óleos da inveja, da arrogância, do orgulho, (…).
Todos que amam a Deus, possivelmente, um dia serão impostos a fervura do mundo. Serão perseguidos, difamados, caluniados e não por que Deus fique feliz, ou seja, um observador passivo nisso, mas como um processo integrante de um crescimento individual que cada cristão deverá passar. Ninguém verá um filho se formar numa faculdade se não acompanhar de perto ano a ano na escola, nas provas, avaliações e vestibulares da vida.
Quem ama a Deus esta sempre perto pra ver os milagres acontecer, portanto não é prudente fugir dos seus olhos e todo aquele que resolve ter a coragem de ficar, recebe de Deus a proteção de Maria.
Quem está na fervura creia que profundamente que sairá ileso ou mais forte após tudo isso.
Que São João Evangelista nos abençoe!


segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

MENSAGEM DE NATAL


Conectar-nos a Deus deve ser o real motivo da comemoração

Conectar-nos a Deus deve ser o real motivo da comemoração

Nestas primeiras horas após a comemoração do natal, devemos pensar um pouco mais sobre o que realmente representa essa festa e qual é o real motivo da comemoração. E, como já tinha dito, devemos comemorar, com uma grande pompa, o nascimento de Jesus, até porque à noite de ontem (noite de natal) tem o condão de agitar, de alterar os ânimos, de inquietar e de sobressaltar através de uma manifestação de alegria e de entusiasmo o coração do ser humano em uma perspectiva boa, fazendo com que o nosso melhor lado venha tona e o nosso sorriso brote mais fácil.

Mesmo diante de tantas coisas boas, devemos ter em mente que o natal deve ser menos celebrado e mais adorado, até porque a melhor maneira de se entender o que realmente significa; guiado pelo Espírito Santo de Deus, o natal deve acontecer todos os dias no nosso coração; o natal é entender o que Jesus deseja para a nossa vida, pelo simples fato que Ele é a figura central desta festa.

Na verdade, o natal deve ser uma experiência profunda, intima e pessoal com Deus, não só entre os dias 24 e 25 de dezembro de cada ano; e essa experiência vai nos fazer pensar menos nos presentes que danos e nos fixar mais no maravilhoso presente que recebemos de Deus através do nascimento e do ministério de Jesus;

Natal é o momento de agradecer a Deus por tudo que D’Ele recebemos; agradecer a Deus pelos sorrisos e pelas lágrimas; agradecer a Deus pela Sua disponibilidade e pelo Seu amor; agradecer a pela concretização da maior de todas as promessas de Deus que foi revelada pelo Anjo do Senhor a José ao dizer: “Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21). Foi através do cumprimento dessa promessa que Deus nos concedeu uma vida renovada, uma nova chance de ver e viver no mundo e, o mais importante, a verdadeira reconciliação de Deus.

É por isso, que devemos ter em mente que Jesus é a materialização da graça de Deus derramada sobre a humanidade; com um objetivo claro e determinado: Restaurar a aliança do ser humano com Deus; para isso, Ele realizou a Sua obra através de uma atuação trifásica: Jesus é (assim mesmo no presente) profeta, sacerdote e rei;

Jesus é profeta porque Ele é o mensageiro de Deus, nos concedendo todas as forças necessárias para ultrapassar os problemas, angustias ou decepções; nos conduzindo até Deus, através da certeza de que não devemos ter “medo, pois eis que eu venho anunciar-vos uma boa nova, que será uma grande alegria para todo o povo: Nasceu-vos, hoje, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10-11);

Jesus é um sacerdote porque Ele é o único mediador entre o ser humano e Deus. É através do Cristo vivo que Deus nos convida que para, fazendo a nossa parte, possamos seguir sempre em frente, ao Seu lado, pois somente assim chegaremos ao caminho que, fatalmente, nos levará a transformar esse mundo em um lugar muito melhor que por Ele nos foi prometido;

E, por fim, Jesus é Rei, pelo simples e relevantíssimo fato de que Ele veio restabelecer o reino de Deus no mundo, até porque “fiel é a palavra e digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Tm 1,15). Por tudo isso, não há como não observar no natal e nos demais dias do ano, que Jesus não foi um homem que quis ser igual a Deus; muito pelo contrário, Deus, através do Cristo Jesus, se fez igual aos homens, para que nós pudéssemos constatar o quão maravilhoso é viver sobre a submissão e obediência do plano de Deus para a nossa vida, tomando posse da promessa que Ele nos fez: “vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que Sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).

Com essa declaração, Deus espera que não apoiemos os nossos fracassos e as nossas frustrações nas dificuldades corriqueiras que foram, são e serão enfrentadas no nosso dia a dia. E, que a nossa equivocada avaliação daquilo que nos falta para sermos “plenamente felizes” pode nos levar a não enxergarmos o que temos e a desconhecer a quem temos em nosso favor.

Por tudo isso, devemos descansar todas as nossas inquietações na criança da manjedoura; colocá-LO em uma posição de destaque na nossa vida, procurando N’Ele o suporte necessário para que possamos obter tranqüilidade (no sentido macro) nos Seus braços, pois somente assim teremos “confiança, porque haverá esperança; olharás ao redor de ti e repousarás seguro” (Jó 11,18), tendo a certeza que somente Ele pode restaurar vidas e transformar os corações.


Assim, nesta manhã convido você para juntos usarmos as palavras de Maria: “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra” (Lc 1, 38) pela maravilha que foi àquele nascimento em Belém, que trouxe ao mundo o nosso eterno “Conselheiro Maravilhoso, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz” (Is 9,15).

EVANGELHO DO DIA 26 DE DEZEMBRO TERÇA FEIRA

26 de dezembro - SANTO ESTÊVÃO - ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO E DE BATISMO DE SÃO JOSÉ MARELLO (1844).

Desejo-lhes uma palma gloriosa no Paraíso, num trono bem próximo à nossa Mãe, Maria Santíssima e ao nosso amável padroeiro São José. (S 359). São Jose marello
Mateus 10,17-22

"Cuidado com as pessoas, pois vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Por minha causa, sereis levados diante de governadores e reis, de modo que dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele momento vos será dado o que falar, pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai falará em vós. O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo." 

Meditação:

O evangelista Mateus apresenta o que significa seguir Jesus. Mostra as exigências e riscos do seguimento de Cristo.

É obvio que a comunidade de Mateus estava passando por situações de sofrimento e perseguição, situação que também teve que passar Jesus.

É bom lembrar que os cristãos foram expulsos pelos judeus no ano 70, por anunciarem a Boa Nova de Jesus Cristo. Tiveram que comparecer em tribunais, foram maltratados e ultrajados.

Mas nem tudo é dor, sofrimento e contradição: também há uma mensagem de alento e esperança para todos aqueles que se arriscaram assumir este caminho libertador: "Não se preocupem com o que vão dizer"!

Foi exatamente essa confiança que alimentou e sustentou o santo que celebramos neste dia, santo Estevão, o primeiro mártir do cristianismo.

Ele anunciou incansavelmente o Evangelho, foi preso e levado até o Sinédrio para interrogatório. Foi caluniado e posteriormente apedrejado pelos judeus.

Pode parecer estranho que no dia seguinte à grande celebração natalina da Igreja, a liturgia nos proponha a festa do primeiro mártir cristão.

Talvez não o faça propositalmente, mas se trate de uma feliz coincidência litúrgica: adorar a Jesus recém nascido é algo tão sério e tão grave como estar disposto a dar a vida por Ele e por seu evangelho, estar disposto a ser seu mártir.

“Mártir” é uma palavra grega que significa “testemunha”, estritamente falando, quem deu sua vida para ratificar seu testemunho.

Portanto, cumpriam-se em Estevão, as palavras de Jesus que meditamos hoje no evangelho de Mateus: "O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.".

Nosso mundo, cheio de injustiças, guerras, fome, covardias e inconseqüências precisa de homens como Estevão que, sem se importar com as conseqüências, não se cansem de anunciar a justiça, a verdade, o amor e a misericórdia de Deus.

Ao longo dos séculos a Igreja contou com um exército de mártires de toda classe e condição: homens e mulheres; velhos, adultos, jovens e até crianças; papas, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos; ignorantes e sábios; pobres e ricos, cristãos de todos os tempos, até nossos dias, deram sua vida por Jesus Cristo e seu evangelho.

Peçamos ao Pai, seu Espírito de força, coragem, confiança e perseverança para continuarmos na caminhada, e para que de alguma forma consigamos mostrar às pessoas, que um mundo de paz, justiça e dignidades é possível, e podemos iniciar dentro de nossa casa, na nossa família.

Reflexão Apostólica: 

"Enquanto tantos de nós passamos o Natal preocupados com compras caríssimas, ceias exóticas, bebedeiras e tudo o que ofusca totalmente o aniversariante, o Menino Deus, humildes cristãos africanos morreram há poucas horas por celebrarem heroicamente a noite do nascimento do Salvador do mundo, desafiando as proibições tácitas dos fanáticos e intolerantes de outro credo que predomina no país. A gente olha na esquina a galera bebendo até essas horas numa gargalhadaria contínua e irracional, e imagina o sofrimento daqueles cristãos para viverem e celebrarem sua fé... que desgosto !!! Não há mais o que pensar e dizer..." (e-mail recebido de Jordan Perdigão)

"[...]Pelo menos 27 pessoas morreram, NUM domingo, na explosão de uma igreja católica em Madalla, perto de Abuja, capital da Nigéria [...] "

"O atentado contra a igreja na Nigéria, precisamente no dia de Natal, manifesta infelizmente mais uma vez um ódio cego e absurdo que não tem nenhum respeito pela vida humana".(Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano)

"Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Diante da notícia acima (e outras recentes) bem como do brilhante comentário do Perdigão, pode até parecer coincidência mas as palavras de Jesus, no Evangelho de hoje são proféticas: Ele nos anuncia o que os cristãos de alguns lugares estão passando hoje: incompreensão, contradição, perseguição. "Sereis odiados por todos, por causa do meu nome.".

O destino do discípulo de Jesus é o mesmo do Mestre. Ele foi rejeitado pelos grupos dos fariseus como inimigo da ordem querida por Deus. O mesmo acontecerá com os discípulos.

Um discípulo de Jesus, a nova imagem de Deus, tem como tarefa: testemunhar, na pobreza, na simplicidade, na humildade e em todas as circunstancias, com coragem e clareza.

O evangelho recorda que esta nova imagem de Deus gera conflito e perseguição. Se Deus vive no nosso meio é preciso transformar nossa vida, viver segundo Deus.

Se Deus vive em nosso meio, deve-se acabar com privilégios, exclusivismos e com o poder que gera a separação, para recuperar a dignidade de toda criatura e de todo ser humano.

"Ainda hoje há pessoas que, não conseguindo reconhecer a Deus na fé, se interrogam se a Força última que segura e sustenta o mundo seja verdadeiramente boa ou, então, se o mal não seja tão poderoso e primordial como o bem e a beleza que, por breves instantes luminosos, se nos deparam no nosso cosmos. «Manifestaram-se a bondade de Deus (…) e o seu amor pelos homens»: eis a certeza nova e consoladora que nos é dada no Natal." (Bento XVI - Homília, Natal 2011)

Reconhecer este Deus implica romper com nossa tendência para buscar Deus no que consideramos bom e santo, e atrever-nos a “ler” sua presença na natureza, na história, mesmo nos lugares e pessoas em que nos custa encontrá-lo, onde seja mais difícil descobri-lo e aceitá-lo

Manter-se fiel até o fim é o que Cristo nos pede hoje. A recompensa? A salvação! Ontem celebramos o nascimento de nosso Rei. Hoje celebramos o triunfal martírio de seu soldado Estevão. Cristo nos adverte que ser seu seguidor não é um caminho fácil.

Quantas vezes se riram de nós por sermos cristãos, no trabalho ou no colégio, os vizinhos ou amigos, e inclusive em nossa próprias famílias?

Essa é a perseguição, e muitas outras, que nos adverte Cristo a fim de que tenhamos esperança e forças para nos mantermos firmes com a ajuda do Espírito, que falará por nós. Que maravilhoso é ser instrumentos de Deus para sua mensagem!

O Filho de Deus tomou nossa natureza humana para enobrecê-la, purificá-la e divinizá-la; para que fôssemos filhos de Deus, e o somos pela Graça, se a vivermos imitando, reproduzindo em nós as virtudes de Jesus: seu amor ao Pai, seu zelo pela salvação das almas, sua obediência, sua humildade, sua pobreza, sua santidade para, definitivamente, construir seu Reino.

Talvez não mereçamos a graça de poder dar nossa vida pelo Evangelho, porém é uma exigência de nossa fé dar testemunho diante dos demais, com nossa vida e com nossas palavras, com nosso compromisso por construir um mundo mais humano e mais justo onde nós, os que nos consideramos filhos de Deus, possamos viver em paz e com dignidade, onde transformemos em realidade os ensinamentos daquele cujo nascimento estamos celebrando nestes dias.

Pensemos nas palavras que nos diz santo Agostinho: “Tu, sendo homem, quiseste ser Deus, para tua perdição. Ele, sendo Deus, quis ser homem, para tua salvação”.
Por tudo isso, concluímos essa reflexão com as palavras finais de Sua  Santidade o Papa Bento XI, proferidas em sua mensagem "Urbi et Orbi":

"O nascimento do Salvador sustente as perspectivas de diálogo e colaboração no Myanmar à procura de soluções compartilhadas. O Natal do Redentor garanta a estabilidade política nos países da região africana dos Grande Lagos e assista o empenho dos habitantes do Sudão do Sul na tutela dos direitos de todos os cidadãos.
Amados irmãos e irmãs, dirijamos o olhar para a Gruta de Belém: o Menino que contemplamos é a nossa salvação. Ele trouxe ao mundo uma mensagem universal de reconciliação e de paz. Abramos- Lhe o nosso coração, acolhamo-Lo na nossa vida. Repitamos-Lhe com confiada esperança: «Veni ad salvandum nos»."

Propósito:
Senhor Jesus, agora ficou claro para mim que a minha missão, como discípulo e missionário de teu amor, tem a grande responsabilidade de garantir que a tua Palavra não se perca. É o meu trabalho, e depende de mim, que a tua mensagem de amor cheque a todos os homens e a todas as mulheres, começando com a minha própria família. Eu confio em tua graça, que nunca desilude um coração que realmente chega perto de Ti. Espírito de coragem perseverante, nas adversidades da vida, vem em meu auxílio, e ajuda-me para que não arrefeça a minha adesão a Jesus e ao Reino.


domingo, 24 de dezembro de 2017

EVANGELHO DO DIA 25 DE DEZEMBRO

25 - NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

Queremos que seja ouvido o desejo no qual redundam todos os demais: "Salvator noster, salva nos: Salvador nosso, salvai-nos!" (L 244). São Jose Marello

João 1,1-18

"No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas. A luz brilha na escuridão, e a escuridão não conseguiu apagá-la.
Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas.
A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles.
A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai.
João disse o seguinte a respeito de Jesus:
- Este é aquele de quem eu disse: "Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia."
Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos. A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus.
"
Meditação:
 
Hoje estamos em festa, pois celebramos o nascimento de Jesus. É a festa do Deus humanado, que se fez homem para viver entre nós..
É uma celebração de júbilo e alegria para os cristãos, os que reconhecemos em Jesus o iniciador de um caminho religioso universal oferecido por Deus a toda a humanidade.
Celebrar hoje o mistério da encarnação é reconhecer que Deus se humaniza em Jesus criança, humilde, pobre, frágil, e que revela outra lógica, a do amor indefeso do bem Deus que necessita ser cuidado para sobreviver.

Iniciamos hoje o tempo do Natal, tempo de cantar a alegria pois o nascimento de uma criança coloca Deus no meio de nós como maravilhosa manifestação de seu amor. 
A leitura do livro de Isaias (Is 52,7-10) é um canto de louvor da libertação de Jerusalém que se aproxima. Duas imagens marcam a leitura, por uma parte a dos mensageiros que sobre os montes de Judá trazem a noticia da libertação próxima e gritam: Javé reina!

A segunda imagem é a dos sentinelas que prorrompem em júbilo porque vêem o retorno de Javé a Sião e exclamam alvoroçados como o senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém.
É no contexto em que o livro do profeta Isaias foi escrito, a maioria do povo de Israel se encontrava exilada na Babilônia, são escravos dos Assírios.
Contudo, vêem como muito positivo que Dario assuma o poder, pois colocam suas esperanças naquele que será o libertador, que permitirá o retorno à sua terra.
Esta realidade é iminente porque o escritor canta a alegria do retorno à terra. Para nós hoje, esses pés do mensageiro anunciam o nascimento do Senhor e nós, como sentinelas, proclamamos alegres a presença do salvador que se faz vida no meio de nós.

O Salmo responsorial (Sl 97/98,1.2-3ab.3cd-4.5-6) corresponde a um hino de louvor dirigido a Javé, por ter realizado maravilhas e porque revelou a justiça às nações recordando-se da lealdade de Deus a Israel.

O salmista convida toda a criação (mares, rios e montes) a aclamar a Javé que chega para julgar o mundo com justiça e os povos com equidade.
Esta felicidade nós a partilhamos com o salmista quando recebemos Jesus que nasce. Ele é o Deus mesmo que se converte em Boa Noticia, anuncio de salvação para todos os povos, que assume nossa condição humana e por isso estamos alegres e cantamos cheios de jubilo e esperança.

A carta aos Hebreus (Hb 1,1-6) reforça ainda mais a alegria desta celebração da Natividade do Senhor Jesus.
Expressa que muitas vezes e de múltiplas maneiras Deus falou no passado a nossos pais por meio dos profetas, porém nos últimos tempos nos falou por meio de seu Filho a quem constituiu herdeiro de tudo. Irmãos, estamos nos últimos tempos, pois a revelação chegou à sua plenitude em Jesus Cristo.
Ele é a imagem do Deus invisível, aquele que o vê, vê o Pai; pois ao assumir a condição humana e ao nascer em um estábulo, como um homem pobre, Deus se manifestou solidário com todos os homens da terra e por meio de Jesus mostrou o caminho da salvação.

 Ontem, na Missa da noite , líamos o relato do nascimento de Jesus, segundo a belíssima narração de Lucas. Líamos que os pastores foram a Belém e encontraram o menino tal como lhes haviam dito: com sua mãe, uma humilde donzela que guardava no coração as coisas tão grandes que Deus estava manifestando, e junto a José, um humilde carpinteiro que devia cuidar dos dois.
 Um menino não sentado num trono de grandeza e poder, mas na morada dos mansos animais que acompanham os pobres e os humildes.

Assim Deus se nos mostra, assim revela sua vitória, sem a prepotência dos conquistadores nem a violência dos poderosos. Sem armas, sem exércitos. Não provoca gritos de terror nem soluços de angústia. Diante da amorosa presença do recém nascido, tanto os anjos como os pastores irrompem com cantos de alegria.
A liturgia de hoje nos propõe o prólogo do evangelho de João para a reflexão. Este hino ao Verbo-Palavra de Deus, à Verdade, à Luz, que é o próprio Jesus, possui uma dinâmica descendente.
No principio a Palavra se encontra ao lado de Deus e por ela são feitas todas as coisas. É a Palavra preexistente, junto de Deus e antes de todos os tempos.

Esta Palavra, que é Jesus, armou Morada entre nós, se fez carne, assumiu a condição humana, se fez um de nós e por ele nos comunicou o Pai, por ele vimos a Deus.
João veio para dar testemunho de Jesus, preparou-lhe o caminho, veio antes para anunciar a vinda do Salvador.
Veio a Luz que é Jesus e os seus, que o evangelho de João chama judeus, não o receberam, porém aos que o acolheram lhes deu o poder de fazer-se filhos de Deus no Filho (irmãos).
Como se vê, é um texto teológico muito profundo, nele se expressa o mistério da encarnação. Deus se faz homem, assume a temporalidade e limitação dos homens para tornar infinito e ilimitado o homem. Deus se faz homem para fazer do homem imagem de Deus.

Somos convidados a assumir esta mesma dinâmica em nossa vida como cristãos, encarnar, assumir os valores e realidades dos lugares onde vivemos, olhar para baixo, para os que são vistos pela sociedade como pouca coisa, e reconhecer que neles a revelação de Deus acontece aos olhos do crente.
Buscamos as seguranças em nossas vidas, porém a novidade da encarnação de Jesus é o risco de abandonar a segurança do Pai para assumir a insegurança da condição humana e da condição humana pobre, por isso é que crer em Jesus implica o risco de deixar tudo para segui-lo.

O capitalismo converteu o Natal em festa dos ricos, com a troca de muitos e luxuosos presentes, o que vai ampliando a distancia entre pobres e ricos, que não tem nem o que comer nem o que presentear.

Certamente é nestes pobres que Jesus nasce e daí nos desafia a assumir um projeto de transformação a favor da vida.

Reflexão Apostólica: 

Acabamos de ler o prólogo do evangelho de João. Ele nos diz quase laconicamente que a Palavra de Deus, pela qual foram feitos o mundo e tudo o que o contém, fez sua morada entre nós, como se armasse sua tenda de pastor entre as ovelhas do rebanho, para iluminá-las com a luz suave de sua presença que espanta as trevas.
Esta é a Palavra eterna e criadora, que vem de Deus, que se encarnou em Jesus há mais de dois mil anos e veio nos trazer uma mensagem de esperança, para que todos os homens possam chegar a ser filhos de Deus.

Este evangelho de Natal nos apresenta dois elementos importantes para a vida do cristão: a Palavra e a Luz.
  
Suas palavras de vida eterna, como descreveu Pedro, promovem vida digna para todos os seres humanos.

Essa Palavra que existia desde a eternidade se manifestou humanamente na pessoa de Jesus, que habitou entre nós e vive presente em meio da humanidade sofredora e necessitada.

Por meio da Palavra somos iluminados e enviados a anunciar o Evangelho a todos os povos do planeta.

Jesus é essa Luz verdadeira que ilumina toda pessoa. Ele veio ao mundo, mas foi rejeitado pelos seus e continua sendo rejeitado hoje pelos que não compartilham seu projeto de vida.

Nossa missão, como seguidores de Cristo, é a de sermos testemunhos dessa Palavra e da luz do mundo.

Por isso, acolher o Natal, que hoje celebramos com alegria e esperança, requer acolher de verdade a mensagem que o Redentor veio nos: "Amem-se uns aos outros, como eu vos tenho amado".

Celebramos o mistério da encarnação. Deus assume a condição humana em Jesus de Nazaré.

Os evangelhos enfatizam as condições humildes de seu nascimento e assinalam como condição para esse nascimento a aceitação profunda e consciente por parte de José e Maria, a lógica do agir de Deus acontecendo em um povo pobre e simples.

Ser seguidor de Jesus é assumir seu caminho, o caminho da encarnação nos desafios de uma cultura e de uma época; uma obediência incondicional a Deus até a morte.

Por isso, celebrar o Natal não é somente uma recordação, é lutar dentro de nossos povos e nossas circunstancias para que a dignidade de homens e mulheres seja respeitada, para que tenhamos condições dignas de vida, e para que os nossos países sejam lugares mais de acordo com o sonho de Deus, do Reino. Nesse espírito, essencial do cristianismo, Feliz Natal a todos!

Apenas sentimentos de alegria e gratidão podem ocupar nosso coração neste dia, pela proximidade amorosa de Deus, pela salvação e perdão que nos oferece tão gratuita e desinteressadamente.

Porque nos revela que sua vontade não é outra senão a nossa felicidade, e que Ele quer ser para nós um Pai amoroso sempre nos esperando e acolhendo.

O mundo pode estar bem orgulhoso de suas conquistas e progressos, especialmente quando começa este terceiro milênio de tantas maravilhas.

Triste é saber que tudo isso está reservado, por enquanto, somente para uns poucos, e que a maioria dos seres humanos, por causa do egoísmo e da cobiça, sofre de muitos males.

Nós, cristãos, ao celebrar o nascimento de nosso salvador, devemos nos comprometer a repartir com todos a alegria que hoje nos embarga, fazendo com que cada vida humana seja uma oferta e um testemunho do amor de Deus, este amor que nos foi manifestado de forma tão esplêndida, um amor que gera vida e traz a paz, que cura e consola, que perdoa e acolhe.

Há mais de dois mil anos, "A Palavra  veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.". Por que será? Não é difícil elencar um grande número de razões.

E hoje? O fato continua. Cada um é juiz de si mesmo. A verdade é que Ele se manifestou e dele muito se fala hoje. Mas, quantos escutam?
Poucos ouvem a Palavra. Mas a todos  os que ouvem o anúncio da Palavra o Senhor deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus. E isto soa a todos como algo extraordinário? Nem sempre, nem para todos.

A realidade é que o presente foi dado: Jesus. Resta aos agraciados com Ele o aceitarem. O anúncio de Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade foi feito; resta ser ouvido e repetido por quantos o escutaram e são gratos a Deus por esse bem imensurável.

Que tal começarmos a vivenciar melhor esta gratidão a Deus por nos adotar como seus filhos, acolhendo em nós a Palavra? Será um bom começo. Ou foi inútil a Palavra se fazer carne e habitar entre nós?
Com a Palavra, aquele que bate à porta! Com a decisão, aquele que tem chave e lhe pode abrir ou não: VOCÊ!

Propósito:


Pai, em teu Filho Jesus tu te fazes presente no meio de nós. Que eu saiba reconhecer-te e acolher-te na fragilidade humana do Verbo encarnado. Ó Deus Pai, em Jesus acolhemos tua Palavra, feita carne e sangue, força e ternura, morte e ressurreição; dá-nos a força necessária para seguir os passos e o caminho que ele traçou para chegar a ti, abraçando, em nosso caminhar para ti, a todos os irmãos e irmãs.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Evangelho do dia 22 de dezembro sexta feira

22 Dezembro - Coisa maravilhosa é o correio! Ele nos une em espírito às pessoas mais queridas; ele nos proporciona momentos divinos; oferece-nos ocasião de trocar, a nosso bel prazer, suaves e ternas palavras de amizade; oferece-nos os meios para transmitir todos os sentimentos e todas as pulsações do nosso coração. (L 3). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,46-56
 "Naqueles dias, Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre".
Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.
" 
 Meditação
 “Magnificat” é o título latino muito cedo dado ao “Cântico de Maria”, o belo poema de Lc 1,46-56. Mas engana-se quem pensa que Maria pronunciou tudo aquilo de improviso, dando uma de repentista.

O poema é uma coletânea de versos extraídos do Primeiro Testamento, tendo como pano de fundo o chamado Cântico de Ana (1 Sm 2,1-10).

E nesse sentido é poema de mulheres pobres, não só por marcar o encontro de Maria e Isabel, mas por se constituir em memória de um grupo que por nós precisa ser melhor conhecido.

Ao atribuir o poema a Maria, a comunidade de Lucas quer, entre outras coisas afirmar que a jovem mãe fazia parte dos pobres de Deus.

Desde a época da destruição do país pela Babilônia, que aconteceu por volta de 587 a.C., o povo israelita começa a esperar o restaurador do reino davídico, o Messias.

Com o passar do tempo, vão se constituindo grupos e partidos, cada um com sua teologia própria, cada um esperando um messias que viesse satisfazer seus interesses. Começam a se formular compreensões diferentes dessa figura.

Os fariseus, por exemplo, aguardavam a chegada de um messias que viesse restaurar o reino davídico a partir da exigência do cumprimento total da Lei de Moisés. Os zelotas, por sua vez, aguardavam um messias guerrilheiro que expulsasse a dominação romana por meio de uma revolução armada.

Apesar dos poucos registros históricos, sabemos da existência de um outro grupo que se reunia para louvar ao Deus dos pobres, na espera de um messias que viesse do meio dos pobres, tal como havia profetizado Zacarias: “Eis que o teu rei vem a ti; ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho da jumenta” (Zc 9,9). Trata-se dos ‘anawîm, os pobres de Deus.

Desse grupo faziam parte, provavelmente, Isabel e Zacarias, os pais de João Batista, justos diante de Deus (Lc 1,5-6); o justo e piedoso Simeão, que aguardava a consolação de Israel (Lc 2, 25); a profetiza Ana, com seus oitenta e quatro anos de sonho e esperança (Lc 2, 36-38). E Maria, com seu noivo José, que também era justo, conforme Mt 1,19.

O termo “justo” é um adjetivo freqüentemente atribuído às pessoas participantes do grupo dos ‘anawîm. É notável a liderança das mulheres entre os ‘anawîm. Muito provavelmente em seus momentos de encontro, de oração, elas iam coletando frases do Primeiro Testamento e compondo canções como o Magnificat.

Os capítulos iniciais do evangelho de Lucas recolhem ainda o chamado Cântico de Zacarias (Lc 1, 68-75), outro exemplo desses poemas. Maria sabia de cor essas canções, elas eram a história do seu povo. Composição de mulheres que conhecem bem as Escrituras

Numa cultura onde as mulheres não tinham acesso às letras, chama a atenção como no Magnificat se fazem presentes os textos bíblicos.

É evidente a força feminina na manutenção da história através da memória oral, visto que a escrita estava ligada a pequenos grupos, normalmente de homens detentores do poder. Assim perceberemos como Maria e as suas companheiras conheciam bem a história de seu povo e dela tiravam forças para lutar.

A principal fonte inspiradora do Magnificat é o Cântico de Ana, mulher estéril, por isso discriminada e humilhada. Na amargura, chora e derrama a sua alma diante de Deus (1 Sm 1,10.15). Mas sabe expressar a sua gratidão ao se tornar mãe de Samuel: “eu o pedi a Javé” (1 Sm 1, 20).

Muito sabiamente, o redator de 1Sm a ela atribui o poema presente em 1Sm 2,1-10. “O meu coração exulta em Deus, a minha força se exalta arco dos poderosos é quebrado, os fracos são cingidos de força” (vv 1.4-5).

O Magnificat percorre vários livros do Primeiro Testamento:
 Isaías havia dito: Transbordo de alegria em Javé, a minha alma se alegra, porque ele me vestiu com vestes de salvação, cobriu-me com um manto de justiça.. (Is 61,10). Hab 3,18 diz algo semelhante: “Eu me alegrarei em Javé, exultarei no Deus de minha salvação. A figura do “servo sofredor” também é retomada, quando o poema diz que o Senhor “socorreu Israel seu servo” (Lc 1,54).

Em Maria acontece algo extraordinário: toda a sua alma concebe o Verbo de Deus, porque ela foi imaculada e isenta de vícios, guardou a sua castidade com pudor inviolável. Assim, com Maria, engrandece ao Senhor, aquele que segue dignamente a Jesus Cristo.

A Virgem humilde de Nazaré vai ser a Mãe de Deus; jamais a onipotência do Criador se manifestou de um modo tão pleno.
 O Coração de Nossa Senhora manifesta de modo transbordante a sua gratidão e a sua alegria. E então, canta: a minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador.
 Reflexão Apostólica:
 O que o MAGNIFICAT representa?

Quanto tempo o povo esperou por essa noticia? Quantas gerações se passaram desde Malaquias e Isaias? Quantas horas “sentados” ficamos a esperar por uma resposta do céu, para que Deus transformasse em laranja o limão que plantei? Sim! Erramos muito, mas por que Deus estaria ainda contente com esse filho que ainda cobre a lápis os pontilhados das letras da santidade?

Maria cantava por um povo, por um sonho, por uma promessa… Qual é o seu canto hoje?

Novamente lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu programa direção espiritual. Contava ele que uma tribo africana que conheceu compõe uma canção para cada pessoa que nasce.
 Cada um tem sua própria canção. Nos momentos marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por seus parentes e amigos.

 O que me chamou atenção foi o fato relatado que quando alguém se desvia na conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro de uma grande roda, onde cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é e também a alegria do seu nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade, resignificando o seu passado.

Mais uma vez… Qual é o motivo do seu canto? Como a rede Globo, faça uma retrospectiva de 2012.

Durante o ano, Deus agiu profundamente no meu limoeiro (EU) o tornando mais agradável, e mesmo eu achando que não merecesse tanto Ele ainda insiste e tem paciência comigo. Me deu tantas missões e um povo para ajudar a cuidar.

Tenha fé e Deus fará o resto no seu limoeiro.

Mais uma vez… Qual é o motivo do seu canto? 

evangelho do dia 21 de dezembro quinta feira

21 Dezembro - Não nos amedronte o pensamento da nossa insignificância; ela deve ser para nós motivo de maior confiança naquele que se constituiu suplemento a tudo e a todos. (L 8). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,39-45
 "Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.
Meditação
 O  evangelho de Lucas, acompanhando o evangelho de Mateus, narrará o nascimento do menino Jesus em Belém de Judá, como sendo o cumprimento da profecia de Miqueias (Mq 5,1-4a). Por aquela que aceita conceber o Filho de Deus, nascerá aquele que traz a paz.
 Atualmente, continua sendo de vital importância que nossa preparação para o nascimento de Jesus seja também uma ação missionária. O mundo de hoje clama pela paz, solidariedade e fraternidade. No evangelho lido, encontramos Maria em atitude missionária.

A visita a Isabel se caracteriza por uma série de ações que revelam o anúncio da Boa Nova. Maria viaja desde o Norte, até a região da Judéia, para visitar Isabel; esse ato de desprendimento é um gesto que mostra o poder de envio de Deus.

É a materialização de sua generosidade. A saudação de Maria a Isabel é uma festa da maternidade de Deus. O menino João, dando saltos de alegria no ventre em reação às palavras de Maria, é um símbolo do poder da Palavra divina que vai semeando alegria e gozo por todas as partes.

No evangelho de hoje, Lucas relata o encontro de Isabel e Maria. As duas mulheres: uma, idosa, esposa de um sacerdote, que encarna as tradições da Judéia e outra, jovem, do campo, que reflete as tradições da Galiléia.
 Ambas confiaram plenamente nele e assumiram conscientemente a novidade de sua vontade. Nelas, Deus convoca Israel a inaugurar um novo tempo onde toda diferença ou exclusão fiquem superadas pela fraternidade.

Encontram-se no meio de júbilo intenso. O filho de Isabel salta de alegria, sinal do reconhecimento da presença de Deus em Maria. Sem dúvida, o projeto de Jesus é diferente do de João, mas são convergentes na busca de uma conversão real na solidariedade e na justiça.

Em nossas igrejas, existem muitos grupos que, de diferentes maneiras, colaboram no plano de Deus. Este encontro é um convite para superar as tentações de exclusividade, ao acreditarmos que somos os únicos a ter compreensão sobre Deus ou sobre seu projeto.

Como Maria, é preciso ir ao encontro do outro, e como Isabel, recebê-lo em casa, reconhecendo o dom de Deus que se expressa de maneira plural nos diferentes apostolados, trabalhos ou teologias que testemunham a fé no serviço e cuidado da Vida.
 Reflexão Apostólica:
 Hoje, como cristãos, somos chamados a participar do plano de Deus, vivendo com generosidade o serviço dos irmãos mais necessitados. A fé não se cultiva somente no culto, mas na prática da solidariedade.
 O evangelho nos coloca em contato com o relato que evidencia a presença da maternidade de Deus. A visita de Maria a Isabel é uma grande lição de solidariedade, de fé e de alegria pelas coisas que Deus fez e como as fez. A generosidade de Maria com Isabel mostra a maneira como ela entendeu a missão que Deus lhe encomendou.

A fé de Maria, exaltada por Isabel, é uma manifestação do amor e da responsabilidade com a qual Maria assume seu apel na obra da salvação. Ela é destinatária da felicidade, da alegria de Deus.
 Maria e Isabel viveram grandes milagres da concepção em situações difíceis. Maria, nós já conhecemos bem suas dificuldades: muito jovem, sonhando com o próximo casamento com José, tem o encontro especial com Deus que transformaria sua vida.
 Isabel, já idosa, não podia mais ter filhos, mas é informada, a partir do encontro de Zacarias com um anjo, que será mãe de um garoto que se chamará João. Ambas sempre contaram com a força de Deus, e sempre aparecem desempenhando missões comprometidas com a fé.

Há milagres cotidianos que nem percebemos. A nossa vida é cheia deles. Não vemos, nem sempre sentimos, mas eles estão ai, perto de nós.

 Não pensemos em coisas grandiosas, vindas em formas de tempestades e anjos voando ao nosso redor. Pensemos nas coisas práticas, como no sorriso de alguém, na esperança por um dia melhor, no perdão que conseguimos dar, no emprego que chega, no nascimento de alguém. Existir nos faz próximos da Graça de Deus, e esse é o maior milagre que podemos viver.

Que bela lição este encontro entre estas duas grandes mulheres pode nos trazer! E como podemos aprender com isto: a solidariedade, o carinho, a preocupação com o outro e o acolhimento da vontade de Deus. Isabel e Maria são símbolos do quanto Deus pode fazer Sua graça frutificar em nós.
Que Deus nos abençoe e guarde.