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domingo, 27 de fevereiro de 2022

Evangelho do dia 28 de fevereiro segunda feira 2022

 


28 fev - Se Deus nos pede o sacrifício de alguma bela flor do nosso jardim, conforte-nos o pensamento de que Ele nos recompensará com juros fazendo brotar muitas outras graças ao orvalho celeste e defendendo-as com carinho das geadas e do frio, até o dia em que
as queira transplantar para o Céu. (L 271).  São Jose Marello

 


Marcos 10,17-27

Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!”
20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”
22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”
24Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”
26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.
 
   

Meditação:

 O evangelista Marcos nos apresenta, no caso do jovem rico, um grave erro que pode ocorrer na vida de todos nós no que diz respeito à questão da salvação e que se refere ao sujeito da salvação.

Às vezes, a gente escuta que as pessoas devem esforçar-se para se salvarem e eu penso que eu devo conseguir me salvar. Ora, ninguém salva a si próprio. Eu não posso ser o meu salvador.

Os discípulos perguntaram: "Quem então poderá salvar-se?" A resposta de Jesus é: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível".

Não podemos confiar a nossa salvação nem em nós mesmos, nem nos outros e nem nos bens materiais, pois nada ou ninguém, a não ser o próprio Deus, podem nos salvar.

Neste evangelho, vemos, hoje, o que Jesus dizia  sobre como devemos ser neste mundo, para conseguirmos chegar à vida eterna. Quando perguntado por um homem: “Que devo fazer para alcançar a vida eterna?” Ao que Jesus responde-lhe:- “Não mates, não roubes, não cometas adultério, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra  teu pai e tua mãe”. Ao que o homem lhe diz: -“Sim, mestre; tudo isso tenho cumprido à risca. ”Daí, Jesus continua: -“Então, tudo  bem, só falta-lhe uma coisa , vai vende tudo o que é teu e dá aos pobres e segue-me.” O homem ficou muito triste e afastou-se, desistindo de segui-lo.

Jesus, então, comenta com os apóstolos :- “Como é difícil para quem é rico na terra, conseguir um lugar no céu.”. O apego ao dinheiro e às coisas materiais, só constituem para eles, os maiores obstáculos para conseguirem o céu.

O coração fica embrutecido e sem sensibilidade para descobrir e aumentar a sua fé nas palavras de Jesus, como Deus que habitou entre nós e, morreu na cruz, somente para salvar a humanidade inteira, que o Pai Criador colocou na terra  que , como o seu sonho, deveria ser um paraíso, onde correriam  leite e mel. 

 Jesus termina a sua explicação aos apóstolos dizendo-lhes : “É mais fácil  um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no reino do céu.” Quer dizer, realmente a vida voltada somente para o que é material, empobrece o espírito, esvaziando-se das riquezas que só Deus pode nos dar, através da nossa fé.

E’, realmente “pobre”, aquele que não tem fé em Deus. Na sua infinita bondade Deus, depois de tentar muitas vezes, através dos profetas, que eram os portadores dos seus avisos sobre a salvação e a vida eterna, Ele fez-se homem em seu próprio filho Jesus Cristo e, veio viver entre nós, para que acreditássemos, através das suas palavras e dos seus exemplos e, que assim ele pudesse levar a humanidade pelo caminho da salvação, que é o cume do Seu plano. Deus, na sua extrema bondade procurou trazer ao mundo a felicidade que já não existia, porque o seu povo  O vem expulsando do seu convívio. Porém mesmo assim, os homens não entenderam nada e, ainda hoje uma grande maioria ainda não entende, se apega às coisas materiais e expulsam  Deus dos seus lares.

Muitos  são os que vivem  voltados e “enroscados” só no que é material, tornando-se verdadeiros escravos deste mundo dês-humanizado , em que vivemos nestes tempos. As coisas materiais adquiriram valores que as transformam em verdadeiros “deuses”, para a maioria que vive pautada nos esquemas de políticas sócio - econômicas protecionistas , onde a minoria dita normas e conduz, ao seu bel prazer, os destinos de todos; numa gritante e injusta divisão social, massacrando as classes tão sofridas, que vivem, sempre, das migalhas que sobram dessas divisões.. Realmente fica muito difícil o céu, a vida eterna, para os que não crêem e não vivem segundo os ensinamentos de Jesus. -

No evangelho de hoje nos encontramos com a verdade de que nada há de melhor que Deus, e isso o afirmamos a outros que seguramente vivem aflitos por suas dificuldades, enfermidades e problemas. Mas experimentamo-lo em nossa vida de tal forma que possamos mostrar aos outros que acreditamos nisso?

O jovem do evangelho também acreditava ser Deus seu único bem. Seu coração, porém, tinha uma grande dependência de suas riquezas. Estas (no seu modo de ver) lhe davam mais segurança do que a que Deus podia oferecer-lhe.

 Ele deseja alcançar a vida, mas tem seu coração posto nas riquezas que possui e isto lhe impede de escutar o convite que Jesus lhe faz: “Uma coisa te falta: vá, vende tudo que tens e distribua aos pobres e terás tesouro no céu; depois vem e segue-me”. Não pôde ser discípulo, ao contrário, tomou outra direção indo “embora triste”.

Experimentar a Deus bondoso é um privilégio para aqueles que não têm mais seguranças que ele. O impossível para o ser humano é possível para Deus. “Deus pode tudo” seria então a afirmação que deveríamos fazer todos os dias ante a impotência tão humana de garantir para si mesmo a própria salvação.

Essa convicção poderia levar-nos à comunhão perfeita entre uns e outros; às relações de justiça na verdade, sem interferências que as corrompessem.

 Ter fé leva-nos a ser humildes; porque enquanto nos sentirmos o centro do mundo sobre o qual deve girar o universo, não haverá possibilidade de encontrar nossa plena realização na história relacionando-se plenamente conosco mesmos, com os outros e com o universo no qual estamos vivendo.

Quem crê em Jesus e o segue, compartilhando tudo o que é e o que tem, descobre a alegria de viver junto Dele. “A alegria do discípulo não é um sentimento de bem estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que acalma o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus.

Conhecer Jesus é o melhor presente que pode receber qualquer pessoa, tê-lo encontrado é o melhor que nos aconteceu na vida, e dá-lo a conhecer com nossa palavra e obras é nossa alegria” (Doc. de Aparecida 29).

 Reflexão Apostólica:

 No evangelho de hoje Jesus fala que: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!" Essas palavras parecem muito fortes e excludentes para os ricos, mas o que Jesus estava querendo dizer era que se já e difícil para os homens comuns buscar a vida eterna aqui na terra com tantas tentações, prazeres da carne, ambições, status, sociedade, luxo e outras tantas coisas para se lutar contra e tentar ser aquilo que Deus quer, imaginem para os ricos que podem usufruir de tudo isso com bem mais facilidade que as pessoas comuns.

 Então, o que o Senhor estava querendo exortar aquele jovem rico era que o centro da sua vida não deveria ser o dinheiro e todos os bens que ele tinha, mas o amor de Deus.

 Quando Jesus disse que para ele ganhar a vida eterna deveria vender tudo o que tinha e dar aos pobres, pois somente dessa forma ele teria um TESOURO NO CÉU, aquele jovem ficou abatido, pois estava muito apegado ao TESOURO QUE ELE TINHA NA TERRA.

 Aí está o grande segredo desse evangelho: mostrar às pessoas que, às vezes, pensamos estar livres das amarras do mundo, mas quando nos é pedido para realmente abrir mão delas, vemos o quanto estamos APEGADOS às coisas terrenas e distantes das coisas celestes.

 E essa realidade não se aplica apenas para os ricos, mas para todos nós. Quantas vezes nos vemos apegados ao nosso cargo em uma empresa, ao nosso carro, a televisão LCD/LED que compramos, ao laptop que carregamos para todo lugar, ao namorado ou namorada, às roupas de marca e a tantas outras coisas que acabam por desequilibrar o nosso espírito e o nosso dia-a-dia.

 Todo apego desordenado a coisas e pessoas só tendem a nos afastar das coisas do alto e das virtudes do espírito, pois passamos a ser egoístas, individualistas, interesseiros, fúteis, ciumentos, soberbos e esquecemos de olhar as coisas e as pessoas com simplicidade e amor.

 E foi por isso, que no final desse evangelho, Jesus disse para as pessoas que achavam que seria impossível abrir mão das coisas materiais para ser feliz, essas palavras: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível".

 Crendo nessas palavras, peçamos a Deus a graça de sermos libertos de todo apego desordenado aos quais estamos presos aqui no mundo e dessa forma busquemos seguir Jesus e ganhar a vida eterna.

 Que Deus nos abençoe ricamente! Nunca nos esqueçamos de sermos felizes e lembremo-nos sempre de que a verdadeira FELICIDADE ESTÁ EM DEUS E NÃO NAS COISAS E PESSOAS.

 Propósito:

Pai, não permitas que o meu coração se apegue de tal forma aos bens deste mundo, a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.

 

sábado, 19 de fevereiro de 2022

EVANGELHO DO DIA 27 DE FEVEREIRO 2022 - 8º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


27 fev - Ao sofrer por vontade de Deus em alguns de seus membros, a Congregação reflorescerá com maior saúde em todo o corpo. (L 167)  São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 6,39-42

 "E Jesus fez estas comparações:

- Um cego não pode guiar outro cego. Se fizer isso, os dois cairão num buraco. Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor. Porém, quando tiver terminado os estudos, o aluno ficará igual ao seu professor.
- Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: "Me deixe tirar esse cisco do seu olho", se você não repara na trave que está no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.
"
  

Meditação:

Novamente retomamos o itinerário de Lucas, que vai descrevendo as estratégias pedagógicas de Jesus para formar seus discípulos. Depois da exortação com caráter de mandamento do amor aos inimigos, Jesus propõe a comparação do cego que guia outro cego. Um olhar ao texto desde a perspectiva do discipulado nos ajudará a compreender melhor a comparação.

 Esta é a proposta de Jesus para seus discípulos, que cheguem a ser como ele, sem se sentir superiores aos outros. Para chegar a ser como o mestre, é necessário olhar para nós mesmos; em termos atuais seria fazer uma auto-avaliação ou, como diz o evangelho, olhar a viga que temos em nosso olho antes de pretender tirar o cisco do olho alheio.

Esta passagem se encerra com um forte adjetivo: "hipócrita", fazendo referência a que não podemos ser guias de outros enquanto não tenhamos luz em nossas vidas.

 Com este diálogo, Jesus questiona a pedagogia do momento e nos apresenta uma nova lógica, a diversidade de saberes: um convite a valorizar o que há de discípulo e de mestre em cada um.

Lucas reúne, na segunda metade do capítulo 6 de seu evangelho, após a proclamação das bem-aventuranças, várias sentenças de Jesus veiculadas na tradição das comunidades.

 Compõe, assim, um discurso, à semelhança do Sermão da Montanha, de Mateus. No texto de hoje temos duas sentenças correlacionadas entre si.

A referência a "parábola", na introdução do texto parece vincular-se à parábola das duas casas, narrada mais adiante (vv. 43-49).

Na primeira sentença temos as duas interrogações sobre o cego que guia outro cego. É possível que, originalmente, fosse dirigida aos fariseus tidos como guias de uma doutrina que desorientava o povo.

Lucas, aqui, a estaria aplicando também aos discípulos, os quais deveriam entender melhor a missão de Jesus. Ao estarem bem formados não deverão pretender ser maior do que Jesus.

 A segunda interrogação é feita com uma comparação usando o exagero: o cisco ou a trave no olho. Em vez de ficar procurando defeitos nos irmãos, é importante que faça a sua própria autocrítica. Assim, com humildade, se está preparado para, com lucidez e amor, se fazer a correção fraterna do irmão.

 Como nos fixarmos no cisco no rosto do irmão sem nos darmos conta da trave que temos no olho? Com isto Jesus quer nos advertir que não é legítimo questionar o outro por uma pequena transgressão sem nos darmos conta de que, por vezes, toda a nossa vida é um grande equívoco.

Sucede a miúdo que damos atenção a pequenos detalhes da prática litúrgica ou sacramental, e nos esquecemos da justiça e da solidariedade.

 Às vezes colocam-se acima de tudo as normas e a formalidade, e nos esquecemos da situação das pessoas; pretendemos manter a casca e ignoramos o que está dentro.

O convite de Jesus é para revermos nossa vida a fundo, para detectarmos quais são nossas próprias cegueiras e traves que nos impedem de viver autenticamente o Evangelho do Reino.

Não devemos nos preocupar no julgamento das ações de nossos irmãos, mas reconhecer nossas próprias fraquezas e apresentar com clareza o que Deus espera de nós.

Reflexão Apostólica:

Sem dúvida, um cego não pode guiar outro cego. Não se pode dar aos demais algo que não possuímos. Não podemos ajudar alguém se não nos ajudamos a nós mesmos.

Seria injusto querer corrigir o outro quando primeiro não olho o mal que estou fazendo frente aos demais. O ideal seria ser como nosso Mestre Jesus, mas para isso temos que ir fazendo caminho, amadurecendo em nossas vidas as deficiências que temos como pessoas.

Como discípulos, podemos ser como o Senhor, mas nunca intentar ser mais que ele. Porém, para isso temos que olhar como era o comportamento de Jesus diante das pessoas, como se expressava em certas situações, como enfrentava as dificuldades, entre outras coisas mais.

 O evangelho de hoje também nos fala que quem quer ajudar a tirar o cisco no olho de outra pessoa, primeiro deve tirar a trave que está no seu próprio olho.

Quer dizer, não julguemos os demais sem primeiro revisar como está minha vida frente a Deus e os irmãos. Descubramos nosso próprio pecado. Sejamos compassivos e misericordiosos como o Pai o é com todos nós, seus filhos

 Deus nos julga com a mesma medida que usamos para os outros. O rigor do nosso julgamento sobre o nosso próximo(cisco) mostra que desconhecemos a nossa própria fragilidade e a nossa condição de pecadores diante de Deus (trave).

 Tudo o que nós desejarmos das pessoas com quem nos relacionamos deverá ser regra de vida para nós. Somos convidados (as) a nos ajudar mutuamente na caminhada que fazemos em busca da perfeição.

A nem um de nós cabe o papel de “mestre” e de “senhor” da situação, apenas ditando preceitos e normas para que os outros cumpram.

 É nosso dever, em primeiro lugar, examinar como estamos vivendo e qual o testemunho que nós estamos oferecendo ao mundo para que as outras pessoas sejam guiadas por nós.

Se, estamos cegos (as) e não reconhecemos as nossas próprias falhas; se, não buscamos emendar o que está torto em nós, nunca poderemos nós, aconselhar, exortar ou admoestar alguém que também é passível de erro.

 A trave nos nossos olhos nos impede de enxergar as nossas fraquezas e limitações. Para tirá-la, nós precisamos pedir ao Espírito Santo que purifique os nossos pensamentos, sentimentos e as nossas atitudes. Do contrário, Jesus nos lembra, nós poderemos cair no barranco e levar muita gente conosco.

Porque não fazemos isso, é que muitos se decepcionam conosco e têm a sua fé enfraquecida se afastando do convívio da comunidade e culpando a Deus pelas nossas incoerências. “A começar em mim”, eis a regra de ouro! 

 Você é responsável na condução de alguém? Como pessoa comprometida você tem conseguido ser um exemplo a ser seguido? Você é daqueles que dizem “façam o que digo e não faça o que eu faço”? Medite sobre isto!

Propósito:

Pai, concede-me suficiente autocrítica que me predisponha a corrigir meu semelhante, sem incorrer na malícia dos hipócritas.

++++

Em vários momentos da nossa vida temos muito medo. Medo de perder uma pessoa querida, medo de perder o emprego, enfim, o medo faz parte da nossa vida. Jesus Cristo várias vezes tranquilizou os seus seguidores afirmando: “Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e creiam também em mim” (João 14.1). Esta frase é válida também nos dias de hoje. Não fique aflito. Lembre-se destas palavras e confie em Deus e em Jesus. Ele sabe que é natural o ser humano ter medo. Mas, o medo muitas vezes nos imobiliza. Ele não permite que superemos um obstáculo ou encontremos a solução para os nossos problemas. Não fique aflito. Confie em Deus e em Jesus. Ele está sempre ao nosso lado. Confie nele e vença o medo.

evangelho do dia 26 de fevereiro sábado 2022

 


26 fev - Repitamos sempre: “Omnia cooperantur in bonum” tudo coopera para o bem, até nas menores coisas, como já há tempo a experiência nos tem ensinado. (L 167). –SÃO JOSÉ MARELLO



Marcos 10,13-16

 Alguns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam.

14Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: "Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas.

15Digo a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele".

16Em seguida, tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou.

    Meditação:

 Marcos articula este episódio das crianças com a narrativa anterior, sobre o divórcio, e com a narrativa seguinte, envolvendo o perigo da sedução pelas riquezas, dois problemas que afetam a família.

 Jesus vai abrindo em seu ministério caminhos de encontro com Deus Pai que levam constantemente seus discípulos, formados nos ambientes religiosos do judaísmo, a se escandalizarem pela forma como agia o Mestre e resistiam ao ver e escutar a libertação que levava a cabo no meio dos marginalizados e excluídos de seu momento histórico.

 Pode-se pensar que as pessoas que chegam são pais e mães que trazem seus filhos para serem abençoados por Jesus. A repreensão da parte dos discípulos mostra uma atitude intolerante em relação aos fracos e a incompreensão da missão de Jesus. Daí o aborrecimento de Jesus, registro próprio de Marcos que prima por transmitir os traços humanos de Jesus.

 No contexto judaico da época, as crianças eram marginalizadas. Faziam parte de grupos que não contavam na sociedade. Eram mal vistas pelas autoridades políticas e religiosas.

Contrariando os discípulos, Jesus, além de acolher as crianças proclama solenemente ("em verdade vos digo"...) a exclusão do Reino para quem não o receber como criança. E abraçava as crianças, expressão carinhosa, única no Novo Testamento, usada exclusivamente por Marcos apenas aqui e em Mc 9,36.

Jesus afirma neste relato que os destinatários do Reino de Deus são todos os que se fazem como elas, quer dizer, os que assumem como forma de vida normal a simplicidade, a inocência, a pureza de coração, já que as crianças nada possuem, não buscam o poder, não agem com dupla intenção e esperam sempre estar junto de seus pais.

Para Marcos, os pobres são as crianças, e nelas se refletem os que sofrem a exploração, a rejeição, a pobreza e a morte; todos eles são os preferidos do Pai. A eles foi prometida a justiça e a misericórdia do Reino, pois nada mais possuem a não ser a sua esperança posta em Deus.

Por
outro lado, a atitude de acolhida e ternura com as crianças por parte de Jesus expressa o elemento essencial do Reino: Deus Pai e Mãe, que dá a vida em abundancia a seus filhos prediletos.

 Acolher as crianças era, pois, acolher a realidade de um dos tantos grupos que no judaísmo não contavam para a sociedade, mas em cujos corações já se começava a intuir a realidade do reino de Deus. Porque, dentro de sua simplicidade, sinceridade e capacidade de amar sem duplicidade, neles estava já presente a esperança de um futuro no qual teriam plena participação e significado por seu valor supremo como pessoas. Não nos descuidemos daqueles que o Senhor tanto amou e dos quais é o reino dos céus.

 A criança acolhida por Jesus soma-se ao conjunto dos excluídos que são chamados a participar do Reino de Deus, os impuros e pecadores, os pobres, e outros mais.

 Como a criança, o excluído sente-se desamparado e fraco, inseguro diante do dia de hoje e do futuro. Receber o Reino como criança significa abandonar as ideologias de poder que submetem as sociedades e renascer para a novidade do Reino de amor, fraternidade, justiça e paz.

 Reflexão Apostólica:

 Depois de Jesus ter falado da importância do matrimônio no evangelho de ontem, hoje nos propõe contemplar a beleza de ser criança como garantia do Reino.

Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam.

 A família saudável é aquela que se expor à graça de Deus e pede benção para si e para os seus filhos. É o que vemos neste evangelho. As crianças são trazidas para serem abençoadas. Os discípulos, porém repelem-nas. Todavia Jesus os repreende a atitude.

 Nossos filhos precisam receber o toque da graça. As mãos elevadas para o céu, na Bíblia são símbolos de oração e transmissão de bênção, consagração e cura.

A imposição das mãos transmite o amor de Deus. Quando um pai ou mãe abençoa um filho, uma filha está transmitindo bênção. Transite é uma energia espiritual, porque o ser humano é também espiritual.

Uma pessoa quando está em comunhão, comprometida com o bem transmite energia espiritual positiva, benéfica. E quando está comprometida com o mal transmite energia espiritual negativa, portanto maléfica. Que carga você traz no seu dia a dia? Lembre-se de que algumas pessoas nos fazem bem e outras mal. Por causa do encardido com o qual fizeram pacto.

 Jesus transmitiu àquelas crianças a paz e atenção e sobre tudo as fez  a medida para os destinatárias do Reino.Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.

Por quê? A razão é simples. A criança representa simplicidade, inocência e dependência. Elas ainda estão livres da malícia e fingimento. Nela está a simplicidade e inocência que são as características do reino. Assim elas se tornam sinais do reino presentes entre nós.

 A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade. Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.

Sê, pois, simples, humilde, puro e serás, tu e a tua família também destinatário do Reino como as crianças.

 O Reino de Deus é para aqueles que são como crianças. A criança é aquela que depende totalmente das outras pessoas e não tem nada a oferecer em troca daquilo que lhes dão.

 Assim devemos ser diante de Deus. Devemos ter plena consciência de que dependemos totalmente dele para que possamos entrar no Reino dos Céus e nada podemos oferecer em troca disso.

 A salvação nos é dada pelo amor gratuito de Deus e pelos méritos de Jesus Cristo. Ninguém pode se salvar. Jesus é o único salvador. Devemos, como as crianças diante dos adultos, colocar a nossa confiança em Deus, e viver em constante ação de graças porque ele, gratuitamente, nos salva.

 Propósito:

Pai, coloca no meu coração o mesmo carinho e afeto que Jesus demonstrou às criancinhas, pois a simplicidade delas me ensina como devo acolher o teu Reino

 

Evangelho do dia 25 de fevereiro sexta feira 2022

 


25 fev – “Sunt bona mixta malis”. Há coisas que satisfazem os gostos humanos, misturadas
com outras que parecem más, se a razão não busca a sua luz na fé. (L 167).
SÃO JOSÉ MARELLO

 


EVANGELHO DO DIA

 

Marcos 10,1-12

Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fari­seus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher.
3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fari­seus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moi­sés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”
10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”. 

Meditação:

Jesus está na jurisdição de Herodes, que tinha tomado por esposa Herodiades esposa do seu irmão e que por isso causara a morte de João Batista. De repente os conhecedores da lei de Moises insurgem contra Jesus e lhe fazem uma pergunta. Só que desta vez sobre o divórcio. Talvez na tentativa de aprovar a atitude de Herodes e condenarem João por ter defendido a indissolubilidade do matrimônio.

 

De fato, naquele tempo, a questão do divórcio e novo casamento era motivo de grandes debate entre as duas escolas rabínicas de Shammai e Hillel. Mas também vemos na pergunta dos fariseus mais uma tentativa de assassinato do que uma mera questão.

Desencadeou-se a polêmica em torno do assunto do divórcio proposto pelos fariseus, e Jesus dá atualidade ao mandamento inquebrantável do amor do casal: o que Deus uniu o homem não separe.

No Novo Testamento, existem três passagens principais que lidam com divórcio e novo casamento: Mat. 19:1-9, Mar. 10:1-12 e I Cor. 7:10-40.

Jesus faz distinção entre a intenção original de Deus na criação e a lei (Dt 24,1) que foi escrita “por causa da dureza do vosso coração“.

O enfoque dessa passagem de Marcos é realmente novo casamento e não divórcio. Ao exprimir seu pensamento a respeito do matrimônio, Jesus denunciava uma injustiça cometida contra as mulheres, procurando prevenir seus discípulos a não praticá-la.

A Lei mosaica era explícita no tocante ao divórcio. Lê-se no Deuteronômio: “Quando um homem se casa com uma mulher e consuma o matrimônio, se depois ele não gosta mais dela, por ter visto nela alguma coisa inconveniente, escreva para ela um documento de divórcio e o entregue a ela, deixando-a sair de casa, em liberdade“. A Lei previa o caso de sucessivos repúdios da mulher.

 

Portanto, ela ficava sob a tutela do marido e dependia de seu humor. Bastava um pequeno deslize, ou algo que desagradasse o marido, para ser repudiada. Uma situação de evidente injustiça, no parecer de Jesus, com a qual não podia pactuar.

Por isso, ele saiu em defesa das mulheres com dois argumentos: O primeiro referia-se ao questionamento da Lei. O divórcio consistia numa espécie de concessão divina à mesquinhez humana. Não podendo suportar algo superior, Deus se contentava em permitir aos homens algo inferior. Mas Jesus estava ali para defender a verdadeira vontade divina. O segundo consistiu em mostrar que o divórcio é impossível, considerando o texto bíblico: Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.

 

Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne (Gênesis 2,23-24), que lhe serve de fundamento. Portanto, Se é verdade que marido e mulher formam uma só carne, como é possível falar em divórcio? Não sejas teimoso, teimosa. Repudiando o teu marido ou tua mulher, tu te desfazes de uma parte de ti mesmo.

Hoje em dia é comum que muitos casais busquem o matrimônio não pela vivência sacramental do Deus que abençoa e santifica o amor do casal, mas como um de tantos eventos sociais cujos protocolos se converteram em exigências.

 

Certamente, ainda numerosos casais procuram permanecer unidos no matrimônio até que a morte os separe, mas numerosos outros usam o matrimônio como instrumento para conseguir um visto, uma herança, um status social, ou, simplesmente, para não ficar sozinhos.

Fator importante na crise de casais, tanto dos unidos pela matrimônio como dos que estão fora dele, é o medo de que o amor se extinga e leve cada um a tomar seu próprio caminho.

 

Jesus é enfático na exigência que lança a seus seguidores: o casal buscar nas relações o que é realmente essencial e transcendente: a vivência do amor de duas pessoas unidas no sacramento do matrimônio, união que, não obstante as dificuldades, continua se recriando apesar do transcurso do tempo na vivência renovada da doação de um ao outro.

Reflexão Apostólica:

O matrimonio é o sacramento do amor e expressa a presença viva de Deus no meio de quem deseja compartilhar suas vidas, unificadas por um amor mutuo.

 

Tal relação se fundamenta no conhecimento profundo das duas pessoas, na ruptura dos estreitos limites do egoísmo para dar espaço à partilha, à amizade, ao afeto, ao encontro íntimo dos corpos; por isso Jesus recorda aos fariseus o elemento essencial da união matrimonial: ser uma só carne, um só ser, uma só pessoa.

Ser “um só” significa que os dois são responsáveis por manter vivo o primeiro amor; significa que são iguais, que não há um mais importante que o outro, mas que cada um, com sua própria identidade, forma parte indispensável deste projeto de amor.

Portanto, o divorcio é a conseqüência de não compreender o sentido original do matrimonio, de possuir um “coração de pedra” incapaz de amar a Deus, que é o próximo por excelência, de não abrir o coração ao perdão, à ternura e a misericórdia para com o outro. É necessário um “coração de carne” para que o amor conjugal seja forte e indissolúvel.

O Evangelho de hoje nos induz a uma reflexão e aprofundamento do nosso compromisso matrimonial. Vivemos um tempo em que o matrimônio tornou-se mais um evento social do que um compromisso assumido pelos cônjuges.

 

Algumas pessoas se casam já condicionadas a uma separação, se surgirem dificuldades que não as façam felizes. Aquele que procura apenas sua felicidade no casamento certamente sofrerá muitas decepções, porém, aquele que procura fazer seu parceiro/a feliz, esse terá muito maior probabilidade de ser feliz.

 

Deus nos dá plena liberdade de escolhermos a nossa parceria, não nos impõe nenhuma condição, por isso a nossa escolha deve ser definitiva e devemos nos esforçar ao máximo para honrarmos o compromisso assumido. São Tiago já nos alerta em sua carta,       "que o vosso sim seja sim, e o vosso não, não".


É na família abençoada pelo sacramento matrimonial que devemos exercer, em primeiro lugar, as recomendações deixadas por Jesus Cristo, que são a disponibilidade ao serviço e a evangelização. Essa é a receita para a união duradoura e eterna que se espera do casamento.

 

Se um dia, a vida em comum se tornar inviável, apesar do nosso empenho em concretizá-la, lembremos da advertência de Jesus "Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério".

 

Que o Senhor guie nossos matrimônios e os mantenha unidos no amor que se torna sacramento de modo tão essencial nessa fusão que permite a um homem e a uma mulher não ser já dois, mas um só.

 

Propósito:

Pai, que os casais cristãos, unidos pelo sacramento do matrimônio, saibam reconhecer e realizar o mistério de comunhão que os chama a viver.

 

Evangelho do dia 24 de fevereiro quinta feira 2022

 


24 fev Em meio às dúvidas e ansiedades, estejam os ânimos sempre confiantes e serenos (L 198).  SÃO JOSÉ MARELLO

 


Marcos 9,41-50

Naquele tempo, 41disse Jesus aos seus discípulos: “Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um desses pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! 44É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! 46É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.

Meditação:

 Muitas vezes, a conversão consiste em rejeitar decididamente o que for para nós ocasião de pecado: «A pessoa temperada orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã descrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração». E: «Se um dos teus olhos for para ti ocasião de pecado, deita-o fora».

O Evangelho de hoje traz alguns conselhos de Jesus sobre o relacionamento dos adultos com os pequenos e excluídos. Naquele tempo, muita gente pequena era excluída e marginalizada. Não podia participar. Muitos deles perdiam a fé. O texto que vamos meditar tem algumas afirmações estranhas que, se tomadas ao pé da letra, causam perplexidade na gente. 

Podemos perceber neste texto uma compilação, feita por Marcos, de exortações catequéticas elaboradas nas primeiras comunidades. A frase inicial sugere que se trate de uma sentença vinculada à experiência da missão. É um estímulo ao acolhimento dos missionários.

Este relato gira ao redor do “escândalo”, que significa ser obstáculo ou tropeço no caminho de fé de alguém, em especial dos “pequenos” que podem ser aqueles que aprenderam a ser como crianças para entrar no Reino: os pobres, os humildes, os mais indefesos da comunidade.

A alusão à queda dos pequenos é uma advertência àqueles que na comunidade buscam a vaidade e o poder e chocam aqueles que se aproximam com a esperança de encontrar amor e fraternidade.

Pelo que indica o texto, o processo de fé de cada um dos crentes é um tesouro, é um dom outorgado por Deus que se deve cuidar e alimentar, e que ninguém tem o direito de colocar em perigo. Por isso, o evangelista afirma que quem se escandaliza “melhor que se lhe atasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar”.

No mesmo sentido pode ser entendidos os ditos referentes à amputação de alguns membros do corpo, hipérbole que Jesus emprega para exortar seus discípulos a afastarem-se do pecado e da tentação, com o fim de preservar a fé e manterem-se no caminho do Reino.

As alusões aos membros cortados são exageros literários (hipérboles) para induzir à disciplina pessoal. Contudo podem indicar também a exclusão de membros da comunidade (corpo) que provocam escândalos.

As frases finais visam a convivência harmoniosa na comunidade. O fruto é a paz, na vivência do amor fraterno, em Jesus. O relato nos convida a renunciar a todo tipo de egoísmo e busca de poder e abraçar com fidelidade o caminho da fé, o qual se cultiva através da oração e do amor aos irmãos.

 Reflexão Apostólica:

 É muito comum ouvirmos que isso ou aquilo é escandaloso e, normalmente, quando isso acontece, o fato está relacionado com questões de sexualidade.

O escândalo é muito mais do que isso. Dar escândalo significa ser ocasião de pecado para as outras pessoas, independentemente da natureza ou da forma do pecado.

 Jesus nos mostra no Evangelho de hoje a importância que devemos dar para os nossos atos, para que eles sejam testemunho da nossa adesão ao Reino de Deus e não uma negação da nossa adesão que tenha como conseqüência o afastamento das pessoas. Não podemos nos esquecer de que a nossa fidelidade a Jesus no nosso dia a dia é a nossa grande arma no trabalho evangelizador.

O discípulo do Reino, no exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para não se tornar ocasião de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé.

 O pecado, neste caso, consistiria em refutar Jesus e se recusar a aderir ao Reino anunciado por ele. E os próprios discípulos, agindo de forma inconsiderada, corriam o risco de se tornarem culpados deste fracasso e serem julgados por isso.

As atitudes inconsideradas do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles corriam o risco de serem intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo próprio de cada pessoa no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do espírito farisaico, que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os recém convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos.

 Com a liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter atitudes chocantes para os pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que só com dificuldade deixavam-se permear pela novidade do Reino.

 Levados por um espírito corporativista, podiam ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos, os novos discípulos, excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não satisfaziam suas exigências.

A denúncia de Jesus contra esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se desfizesse desta visão deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.

Também já refletimos a Palavra de Deus dando grande importância a que sejamos sal e luz: sal da terra e luz do mundo, isto é, que estejamos sempre sendo testemunhas de Jesus, quer dizer, dando bom exemplo com nossa conduta, nosso comportamento. O sal conserva e dá sabor aos alimentos ou, também, dá sentido. Assim somos convidados por Jesus a viver nossa vida de tal modo que possamos dar sabor e dar sentido à vida de todos neste mundo.

Sendo sal e luz nós vamos procurar fazer com que as pessoas possam saborear as coisas do alto, as coisas de Deus.

Assim o mundo fica melhor e muito mais agradável para viver nele havendo muita luz para iluminar a todos. Estamos falando de luz de Deus. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas.” E nós somos convidados também a ser luz para o mundo e sal da terra para darmos sentido e sabor à vida.

Que a Igreja seja sal e luz e motive nossa caminhada cristã. Que nossas comunidades cristãs sejam testemunhas vivas para motivar a sociedade a procurar vida cristã. Tudo isso é trabalhar na construção do reino de Deus.

 Propósito:

 Pai, torna-me forte para tirar da minha vida tudo quanto possa servir de contra - testemunho a meu próximo e levá-lo a afastar-se de ti. Senhor Jesus, não permita que eu seja ocasião de pecado para os pequeninos que se aproximam de ti e querem se fazer discípulos do teu Reino.

 

Evangelho do dia 23 de fevereiro quarta feira 2022

 


23 fev - Estamos nas mãos de Deus e convém que nos resignemos ao seu justo julgamento.(L 223). SÃO JOSE MARELLO

 


Marcos 9,38-40

Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”. 

Meditação:

fortaleçamos o diálogo ecumênico e inter-religioso, com o fim de construir um mundo mais ético e mais humano.

A tentação de ser auto-suficientes vai até acreditarmos completamente que somos donos de nossos projetos, a ponto de não mais olharmos para o sem-número de eventualidades que podem ocorrer e pôr em risco aquilo por que tanto anelamos.

 Somos muito dados a sonhar sem pôr os pés no presente. Tiago nos faz cair na conta de que não somos donos, como às vezes pensamos, dos inumeráveis fenômenos e fatores que entram em jogo na criação de nosso futuro. O cristão conta cada dia com Deus, que caminha a seu lado e o ajuda a enfrentar os acontecimentos que vêm a seu encontro com uma decidida força para sair vitorioso deles.

 No evangelho assistimos à polêmica que se arma entre os discípulos porque houve alguém que expulsava demônios sem ser do grupo dos Doze. Eles logo reclamam pela exclusividade de tais ações junto a Jesus. Ele, contudo, deixa bem claro que: quem não está contra nós, está a nosso favor, afirmando dessa maneira que o dom de Deus para a humanidade não é exclusivo de um grupo, de um povo ou de uma comunidade determinada; é universal.

Quantas vezes nós, cristãos, cremos e agimos como os únicos herdeiros do favor divino e da salvação!

 Concluindo: Os discípulos estão cientes de sua missão, mas reagem diante daquilo que vêem, e Jesus lhes diz: quem não é contra nós é a nosso favor.

 Nesta exortação, o mestre amplia a visão dos seus alunos. Porque na verdade ser cristão de verdade é ter uma visão ampla do mundo e do Reino e saber onde estão seus sinais. Muitos são os que anunciam e vivem com grandeza a verdade do Evangelho. E Jesus não quer que os discípulos sejam uma seita, mas que sejam instrumentos libertadores do Reino.

E para se ser este instrumento é preciso saber que o amor a Deus e aos irmãos bem como a prática do bem suplantem os projetos humanos. É necessário que quisermos ser discípulos libertarmo-nos do conceito humano de ver as pessoas. Que é de julgar as ações delas sem mais sem menos.

 Existem muitos cristão que vira e mexe comentam, julgam, falam mal dos outros considerando-se melhores como se fossem os únicos possuidores da verdade. E como os discípulos também dizem: Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue.

Todas as vezes que nós agimos assim, também Jesus nos dirige a palavra: não o proíbam, pois não há ninguém que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós.

Portanto, o episódio do homem que expulsava demônios e não era do grupo dos discípulos, mas que foi respeitado por Jesus, deve nos levar a perceber os sinais de Deus naqueles que não fazem parte da nossa casa, família, amigos e do nosso grupo religioso, cultural e social.

Devemos lutar para eliminar ou combater as contendas, rixas com os diferentes de nós. Pois tais atitudes podem significar que nossa ação não tem sua fonte em Deus ou no bem, mas sim do maligno, o semeador do joio e da divisão.

Que o Senhor nos ensine a saber respeitar, lidar e conviver com o diferente afim de que possamos exercitar a caridade, a paciência, a misericórdia, o perdão e sobretudo o amor de Deus presente em nós.

 Reflexão Apostólica:

 A fé cristã assenta na sabedoria que vem de Deus e não do mundo. Somos convidados a olhar para os homens nossos irmãos, amando-os como Deus os ama.

 A santidade a que somos chamados consiste em fazer a vontade de Deus nosso Pai, que ama a todos, sem distinção. Amando os que nos perseguem e orando pelos nossos inimigos, sabemos que somos filhos de Deus. Quanta exigência e quanta motivação contida nesta frase imperativa do Divino Mestre: Sede perfeitos como é perfeito o vosso pai celeste!

 Jesus não quer que o grupo daqueles que o seguem se torne seita fechada e monopolizadora da sua missão. Toda e qualquer ação que desaliena o homem é parte integrante da missão de Jesus.

Na busca da perfeição, muitas vezes excluímos pessoas em nossas vidas, imagem no serviço da Igreja. O sujeito não conhece a Deus e entra para um serviço na Igreja, já imaginou?

Depois de ter tido uma experiência profunda com Deus? É feita pipoca pulando de alegria ao ficar pronta. Achamos que entramos para o serviço de Deus e só vamos encontrar bonança, mas não é bem assim.

Nunca estaremos prontos, pois como diz a palavra de Deus: - Meu filho, se entrares para o serviço preparas para provação. E são muitos de nós buscando o que é perfeito que, ao invés de expulsar as imperfeições da nossa própria vida, expulsamos os outros, considerando-os como imperfeitos.

Que o sejam, porém, não são contra nós, mas sim a favor. E por que quando somos contrariados em nossa opinião, queremos abandonar tudo? Só nós somos perfeitos? Donos da verdade?

Precisamos reconhecer que um dia o Senhor, teve compaixão de nós, e estendeu sua destra poderosa sobre a nossa vida, pois, onde superabundou o pecado superabundou a graça.

 Assim foi conosco, e precisamos pedir o dom da paciência para que aconteça com os de nossa casa, com os nossos amigos e com os nossos colegas de trabalho.

Tenho visto, que a cada novidade da minha vida, exige de mim uma nova conversão. Ou seja, uma amizade nova, um trabalho novo, um carro novo, um novo filho, um novo desafio profissional, um novo apartamento, uma nova coordenação, pois o Senhor fará 'nova todas as coisas' se eu abrir as portas do meu coração e a Ele confiar a conversão.

Não deixemos que a nossa busca pelo o que é perfeito e agradável a Deus, expulsem o nosso próximo. E pra terminar, e quem é o nosso próximo?

Aquele do qual eu me aproximo, portanto, temos muito ainda a caminhar quando se trata do amor ao próximo, mas firmeza nas promessas de Deus.

Propósito:

Senhor, nosso Deus, Pai de infinita bondade, fazei-nos santos porque Vós sois Santo! Tornai-nos perfeitos como nos pediu Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições de fazer o bem.