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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

EVANGELHO DO DIA 05 DE FEVEREIRO 2023 - 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


05 fevereiro - No entusiasmo do nosso zelo, devemos pensar em não perder a coragem se nos defrontarmos com os obstáculos repentinos que nos fazem recordar, num instante, o quanto somos miseráveis. (L 31). SÃO JOSE MARELLO

 


Mateus 5,13-16

  Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam.

- Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.

 Meditação:

 As leituras de hoje têm como tema central a justiça de Deus, expressada plenamente no amor misericordioso para com o próximo. O relato lido do profeta Isaías situa-se no contexto do jejum, onde se realiza uma forte crítica ao povo de Israel por suas práticas religiosas desarticuladas da fé e da justiça para com os pobres.

O profeta chama a realizar o verdadeiro culto a Javé, ligado intimamente com a justiça e a misericórdia. As diferentes práticas religiosas devem sair do coração e devem dar o fruto de uma verdadeira justiça social, concretizada na partilha do pão para com o faminto, na solidariedade com os que sofrem, na preocupação visceral com os irmãos pobres, pois neles, no abatidos, nos mal vistos, é onde o mesmo Deus se revela; é neles que a luz de Deus se faz presente; é neles que o Deus de Israel verdadeiramente habita.

Em relação com o anterior, Paulo expressa aos coríntios que o mistério de Deus, anunciado por ele, não se fundamenta na sabedoria humana, mas no mesmo Senhor crucificado, o qual significa que é Deus quem agiu em Paulo e na comunidade. É relevante que Paulo se refira à cruz de Cristo como o elemento essencial de sua pregação.

Com esse elemento quer tornar presente o verdadeiro rosto de Deus que se revela, não aos sábios nem aos poderosos, mas aos que estão em situação de risco na sociedade. Daí que o anuncio da Palavra transformadora de Deus não pertença ao mundo da sabedoria humana, mas à força salvadora do Espírito de Deus.

Isto significa que a fé e seu devido comportamento moral, sintetizado na justiça e na misericórdia, seja uma iniciativa exclusiva de Deus, uma ação libertadora que penetra no coração do ser humano e que o impele a agir de uma maneira coerente com a Palavra escutada. Portanto, o anúncio do mistério de Deus, realizado por Paulo à comunidade grega de Corinto, é sua própria experiência de Cristo. O que realmente anuncia é a vivencia dessa mensagem.

O evangelho de Mateus, expressa a missão dos crentes de todos os tempos: ser sal e luz para o mundo. Tanto o sal como a luz são elementos necessários na vida cotidiana das famílias. O sal dá sabor aos alimentos, conserva-os, purifica. Na antiga Palestina o sal servia para acender e manter o fogo dos fornos de terra.

Por sua parte, como é sabido, a luz dissipa as trevas, ilumina e orienta as pessoas. É a metáfora perfeita empregada pelo AT para referir-se a Deus. É a tarefa dos profetas e, em especial, a do Messias: ser luz das nações (Is 42,6). Sal e luz, então, falam da tarefa do seguidor fiel de Jesus que tem como missão expressar a fé, sua integração ao projeto de Deus através do testemunho de vida através das boas obras, dos bons frutos.

O sal que Jesus nos associa é para lembrar o SABOR, e este traduz toda a SABEDORIA que há em nós e que nos pode ser aumentada quando estamos em unidade com Deus (e na sua constante busca!).

 Como luz também damos sabor ao que os olhos podem ver, é a parte do mostrar que Deus faz-Se revelar, pois muitas vezes é mistério, mas em nós, na nossa luz – por Ele dada – podemos conhecê-Lo e experimentá-lo, com todo do sabor da vida!

 O seguidor tem a missão de manter o sabor e a luminosidade da Palavra de Deus em todo tempo e lugar do mundo, tarefa que unicamente se consegue por meio de uma consciência plena da necessidade de fomentar, na comunidade mundial, a justiça e a solidariedade entre os irmãos.

E quando a Igreja não é “luz do mundo”, mas que também manifesta sua obscuridade, o pecado de seus fiéis e até de seus sacerdotes e bispos, e a falta de renovação para ser sal da terra?

Também é preciso questionar-se a respeito disso. Porque a frase do evangelho não é uma declaração dogmática que nos torne imunes ao mal. O mal e o pecado também adentram em nossas vidas, e na do coletivo eclesial. Às vezes falta-nos coragem para ver, para reconhecer e combater o pecado em nosso meio.

É um dever combater o mal, também quando o vemos dentro de nossa Igreja. Não manifesta amor o que cala. Certamente que a denuncia do mal da Igreja tem que ser por amor, porém um amor provavelmente conflitivo, que encontrará resistências. Porém, o amor não é capaz de calar de forma cúmplice, quando se sente na obrigação de combater o mal, precisamente por amor.

 A Igreja está ciente de quão complicado seja o coração do homem e da mulher. A celebração da luz manifestada na fragilidade da carne de Jesus se faz uma invocação, para que ela nos acompanhe além da festa do Natal: “Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz, concedei que, tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu sua plenitude” (Natal- Missa da noite, Oração do dia).

Ter os olhos fixos para Cristo, verdadeira luz, nos proporciona a capacidade de julgar e gozar em maneira correta das tantas luzes que hoje brilham no caminho dos homens e das mulheres, mesmo fora do tempo das festas natalinas.

 Luzes que deixam brilhar o amor de quem tem cuidado com ternura dos que estão na dor, no abandono, no desespero, fora dos holofotes da publicidade, escondidos nos apartamentos, nos hospitais, nas sombras obscuras das ruas super-iluminadas da cidade.

Luzes dos escritórios e das lojas, acesas sem interrupção, testemunhas mudas do homem que fica empenhado sem parar na construção do próprio presente e do próprio futuro com suas próprias mãos.

 Luzes que às vezes se apresentam como alternativas definitivas na busca do sentido e da felicidade da vida, nos brilhantes shopping-centers, as novas “catedrais” das metrópoles modernas, que atraem multidões ao novo culto da cobiça pelas mercadorias de todo tipo, expostas com abundância nas vitrines.

Luzes e sombras, autenticidade e aparências, se misturam no dia a dia e parecem refletir-se umas nas outras. Babilônia e Jerusalém se cruzam. Somente o olho dos que “vivem na luz” do Senhor pode distinguir uma da outra e ajudar a cidade dos homens a tornar-se um pouco mais cidade de Deus desde já, na medida em que se torna mais autenticamente humana.

A afirmação de Jesus no evangelho de hoje,“Vos sois a luz do mundo... assim também brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus...” (Mt 5,14.16), pressupõe a experiência da autêntica relação pessoal com Cristo, a qual fundamenta o testemunho: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).

 Essa relação transforma a pessoa e permite ao discípulo assumir os mesmos pensamentos e as mesmas atitudes de Jesus na própria vida. O processo da relação com Jesus, origem de luz verdadeira, coincide com o processo de conversão ao Senhor, conversão que jamais se poderá dizer plenamente terminada.

 Se faltar esta experiência transformadora e luminosa do Senhor, onde o discípulo poderá haurir e partilhar o “sabor do sal” da vida cristã?

A Igreja do Concílio Vaticano II fez a escolha de voltar a confrontar-se e a mergulhar-se novamente na relação com Cristo, seu Senhor, “Luz dos povos”, para tornar-se mais capaz de irradiar a boa-nova do amor do Pai, para os homens e as mulheres do mundo contemporâneo (Constituição Lumen Gentium 1).

 Convida-nos a entrar no mesmo processo. Convida-nos a pegar nas mãos, com renovada consciência, a vela que recebemos no batismo, acendida no círio pascal, para que nos ponhamos a caminho, nesta que é uma vigília pascal que não acaba nunca, caminhando juntos com nossos irmãos e irmãs. Ninguém deveria se subtrair a esta humilde e fascinante peregrinação noturna, que nos encaminha rumo à luz plena e definitiva da Jerusalém celeste.

 “Nada mais frio do que um cristão que não se preocupa com a salvação dos outros.... Cada um de nós tem a possibilidade de ajudar ao próximo, se quiser cumprir os seus deveres.... Se o fermento, misturado à farinha, não fizer crescer a massa, terá tido fermento verdadeiro? Se o perfume não espalhar sua fragrância, ainda o chamaremos perfume? Não digas que és incapaz de influenciar os outros. Se fores cristão, é impossível que não o faças” (São João Crisóstomo, Homilia 20,4; LH, Comum dos Santos Homens).

 Reflexão Apostólica:

 Após a narrativa do anúncio das bem-aventuranças por Jesus, Mateus reúne uma grande coleção de sentenças de estilo sapiencial, associadas a Jesus. Ele reuniu, de modo didático, para doutrinação, ditos e sentenças esparsas, originários de palavras de Jesus, que circulavam livremente como tradição entre os cristãos.

Vários destes ditos e sentenças aparecem dispersos ao longo dos outros evangelhos sinóticos, Marcos e Lucas. O conjunto forma o que se costuma denominar "o Sermão da Montanha".

Mateus redige sua obra em um momento em que o judaísmo, após a destruição do Templo de Jerusalém no ano 70, busca sua identidade na estrita e rigorosa observância da Lei.

Sob esta decisão de estrita observância, os fariseus expulsaram das sinagogas os judeus convertidos ao cristianismo que, embota ameaçados, perseveraram em sua fé cristã.

 Com a coletânea de sentenças do Sermão da Montanha, Mateus procura identificar, para suas comunidades oriundas do judaísmo, as características do Reino dos Céus, diferenciando-as dos estreitos critérios de identidade exigidos pelos fariseus. Daí vem a freqüente repetição da expressão: "...foi dito aos antigos... Eu porém vos digo...", ao longo do Sermão.

O texto de Mateus adquire o caráter de um discurso programático interpretando o projeto de Jesus, apresentando-o como aquele que responde às autênticas esperanças suscitadas pela fé fundada no Primeiro Testamento.

Nele, Jesus usa as figuras do sal e da luz a fim de definir a nossa vocação para a edificação do mundo sonhado pelo Pai dentro dos parâmetros que o Seu Filho veio estabelecer para nós.

Assim como o sal serve para dar sabor e conservar os alimentos, nós também temos o papel de animar, de encorajar e dar esperança à vida das pessoas.

 Do mesmo modo que a luz tira as trevas e a escuridão revelando o que está escondido, nós também, como a luz, temos a missão de desvendar ao mundo os mistérios de Deus e tirar as pessoas da ausência de conhecimento.

O sal é amor que anima, encoraja, ajuda, consola, acolhe, compreende. A luz é a ciência que tira a escuridão, e revela os mistérios de Deus. Ser sal da terra é saber temperar a nossa vida e das pessoas com o jeito de ser cristão, levando esperança, ânimo, alegria, amor, etc. conforme o fruto do Espírito Santo.

Ser luz do mundo é clarear a mentalidade deturpada e enganadora que reina na cabeça das pessoas desavisadas do Evangelho. É tirar da ignorância, aqueles (as) que não se conhecem, por isso não enxergam as suas próprias dificuldades. Não conhecem a Deus, por isso, não amam e não perdoam, visto que nunca se sentiram amadas e nunca foram perdoados (as).

É abrir caminhos, é dar alternativas para uma vida feliz. No entanto, para sermos tudo isto nós precisamos do poder do alto. Nunca poderemos ser sal, luz, cidade atraente e lâmpada que brilha se não tivermos em nós a ação do Espírito Santo de Deus.

Não podemos deixar o Espírito escondido dentro de nós, pois só a sua manifestação nos faz produzir as obras atraentes, esclarecedoras, decididas que para nós são fundamentais em qualquer situação.

Assim, portanto, não podemos ficar escondidos, pois brilhamos com a luz que vem de Jesus e não podemos desanimar, porque em nós existe o amor que é como o sal que dá gosto à nossa vida. Que a luz de Jesus brilhe através de nós e o Seu amor se irradie nas nossas ações!

Como você tem feito brilhar a luz de Deus no mundo? Você tem sabido animar as pessoas ou precisa delas para animar-se? Quais têm sido as obras que você tem realizado no mundo? Você tem revelado no mundo as obras de Deus na sua vida?

No evangelho de hoje, de início, temos as duas sentenças proclamatórias que identificam o compromisso dos discípulos: "Vocês são o sal para a humanidade... Vocês são a luz para o mundo...". Sal e luz, duas realidades perenes do dia a dia, adotadas por metáfora, também pelos profetas. Porém, na Bíblia, esta é a única passagem em que o sal é usado em uma metáfora aplicada a pessoas. Ao sal associa-se a propriedade de preservação da corrupção que proporciona a durabilidade.

É antiga a prática de salgar alimentos para garantir sua durabilidade. Assim o faziam, certamente, os pescadores da Galiléia. Além do mais, é o sal que dá o sabor aos alimentos, proporcionando mais prazer no seu consumo. A "aliança no sal" é também uma expressão que indica a fidelidade a um compromisso. É partilhar com outrem, pouco a pouco, o sal do alimento de cada dia, ao longo de longos dias.

Os discípulos são chamados ao compromisso da fidelidade ao projeto de Deus, pelo que a alegria brota nos corações. A luz é o admirável fenômeno físico que nos revela a natureza das coisas materiais.

 No âmbito das realidades espirituais a luz identifica-se com a verdade. É pela verdade que alcançamos a realidade dos fatos e da vida, os quais são ocultados pela falsidade e pela mentira. Se a palavra do discípulo deve ser agradável ela também não deixará de ser uma luz que revela a vontade de Deus denunciando a falácia dos valores e das ofertas de um mercado globalizado a serviço do dinheiro e do lucro.

A alegria e a verdade são manifestações do amor que une os discípulos em comunidades e que irradiam transformando o mundo. Na humildade e na confiança em Deus (primeira leitura), os discípulos são chamados a serem a luz que ilumina os caminhos e revela a verdade de Jesus.

Ser o sal da terra e a luz do mundo é comprometer-se com o Reino dos Céus encarnado na história, no dia a dia. É partilhar com quem tem fome, acolher os pobres, vestir os nus. É praticar a justiça e a paz que demovem os poderosos injustos e violentos. "Assim, qual novo amanhecer,... tua luz brilhará nas trevas".

 Propósito:

 Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino.

 


Evangelho do dia 04 de fevereiro sábado 2023

 


4 fevereiro - Os músculos se retesam, o coração pulsa, o espírito se (eleva) expande nas asas da oração, no horizonte do futuro; combateremos, arrastando esta pobre carne na luta sanguinolenta, sem que a boca pronuncie palavras de lamúria ou o pé se arrede minimamente do caminho do martírio! (L 23). SÃO JOSE MARELLO


São Marcos 6,30-34

Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo nem para comer. Então ele lhes disse:
- Venham! Vamos sozinhos para um lugar deserto a fim de descansarmos um pouco.
Então foram sozinhos de barco para um lugar deserto. Porém muitas pessoas os viram sair e os reconheceram. De todos os povoados, muitos correram pela margem e chegaram lá antes deles. Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas.

Meditação:

Todos nós, cada qual a sua maneira, somos chamados a dar uma resposta frente a uma pergunta fundamental: Quem é Jesus? Marcos também se depara com este questionamento. Sua comunidade, que vivia um momento difícil e conturbado da história de Israel - o período anterior à grande guerra de 70 - esperava um Jesus glorioso, revestido de poder. Acreditavam que Ele logo viria e acabaria com as suas dificuldades. Para isto, era necessário que apenas orassem.

O evangelho de hoje nos dá uma boa pista de como respondermos à inquietação apresentada. Vamos ao texto:

Lembremo-nos de que esta narração deve estar ligada aos textos anteriores e posteriores, para que possamos compreender melhor seu sentido. Antes dela, Mc 6,6-13, já se diz que Jesus havia enviado os discípulos à missão para fazer o que Ele faz, trazendo vida e esperança aos pobres e marginalizados.

A ação dos discípulos faz com que aqueles que viviam afastados da sociedade, discriminados e excluídos por esta, devido a uma lógica de poder e de pureza, sejam novamente trazidos ao centro (curam enfermos).

Para aqueles que se encontram divididos ou em situação de divisão, eles trazem a unidade possibilitadora de voltar a ser criativo (expulsam demônios), fazendo-os o centro do projeto de Deus, tornando-se eles também discípulos e profetas do mestre, que denunciam estas mesmas situações de corrupção, injustiça e marginalização. Devolvesse-lhes o direito a ser gente, ter esperanças e serem protagonistas da história (Mc 6,13).

Em contraste a este panorama Mc 6,14-29, apresenta um banquete do poder. Este banquete, que alimenta alguns sobre a fome de muitos, traz a morte e a injustiça. Mata-se um dos líderes do povo tentando matar sua esperança: João Batista. E agora, quem será o novo líder?

A pericote seguinte começa a delimitar o modelo da liderança de Jesus e a maneira como podemos identificá-lo. O versículo 30 começa nos informando que os discípulos contam a Jesus o que haviam realizado (Mc 6,13).

Pegando a frase do Evangelho: "viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor", Jesus atrai para si o título de pastor. Este atributo a Jesus, recebe a sua justificação na observação do evangelista ao interpretar os sentimentos do coração do Senhor vendo as multidões que O seguiam, Jesus se compadeceu delas, teve pena.

Mestre desde o início da Sua missão convida os discípulos, a todos manifestarem aos homens o amor de Deus por eles. E, em poucas linhas, podemos ter o quadro da vida de Jesus com os Apóstolos e a multidão do povo: a intimidade do Senhor com o grupo dos Doze em ordem à formação dos mesmos, a atividade intensa da vida pública de Jesus e dos Apóstolos, o entusiasmo do povo pelo Senhor, a sua disponibilidade apesar da fadiga, por fim, os sentimentos profundos de Jesus perante esse povo, errante e faminto.

É assim que Deus olha para mim e para ti bem como para toda a tua família e os homens no mundo inteiro. Deus deseja e quer que todos O procuremos: Havia ali tanta gente, chegando e saindo.

Embora com o desejo e a vontade de atender a todos, Jesus com os apóstolos ele ressalta a sua necessidade de descanso, depois as tarefas apostólicas. Para dize que também o missionário precisa de descanso.

Um tempo de retiro, de recuperação das energias, de intimidade com Deus. Foi por isso que quando voltam empolgados com os resultados da missão, a primeira reação do Mestre é convidá-los para uma retirada, para que possam refazer as forças. Jesus tem critérios que não correspondem com o grande critério da sociedade nossa – o da eficácia!

Para ele, os apóstolos não eram máquinas, mas em primeiro lugar pessoas humanas, que necessitavam de ser tratados como tais. O trabalho – mesmo o trabalho missionário – não é o absoluto. Jesus reconhece a necessidade dum equilíbrio entre todos os aspectos da vivência humana.

Aqui há uma lição para muitos cristãos engajados hoje – embora devamos nos dedicar ao máximo pelo apostolado, não devemos descuidar das nossas vidas particulares, da nossa saúde, do cultivo de valores espirituais, da saúde e do relacionamento afetivo com os outros.

Caso contrário, estaremos esgotados em pouco tempo, meras máquinas ou funcionários do sagrado, que não mostram ao mundo o rosto compassivo do Pai, mas que por dentro seremos ocos.

A missão de Jesus deve ser continuada nos discípulos. A primeira impressão que se tem é a de que se findou a missão. Faz-se necessário, agora, descansar. Porém, diante de um povo necessitado e marginalizado pelas autoridades, que estão mais interessadas e preocupadas com suas leis injustas e ineficazes, com seus rituais sem vida, do que com a miséria deste povo. Jesus utiliza justamente esta necessidade do povo como critério de julgamento para o que "pode" ou "não pode" ser feito. Jesus assume a tarefa de acolhê-los e alimentá-los.

Frente à situação latente de um deserto em que não se pode viver ou estar só, por estar repleto das necessidades do povo, Jesus muda de atitude: tem compaixão. Aproxima-se e sente com este povo sua miséria e desejo. Compreende e rechaça a lógica que o explora e sacrifica, fazendo abrir os olhos para uma nova possibilidade: a partilha que advém da nova organização social (Mc 6,35-44).

Fazendo isso Jesus, se mostra como pastor para um povo sem líder e sem rumo. Esta perspectiva tem valor fundamental para Marcos: o pastor é aquele que defende a vida de suas ovelhas, está com elas e as dá identidade própria. Frente a um povo sofrido, oprimido e marginalizado por falsas lideranças, Jesus se mostra como o verdadeiro líder: aquele que tem por projeto a igualdade. Como Deus é o bom pastor de Israel, Jesus é o Deus que caminha conosco.

Nota-se, ainda, que Marcos diz que Jesus ensina (v. 34), porém não nos relata tais ensinamentos. Isto parece indicar que descobriremos os ensinamentos de Jesus ao olharmos para sua prática: ensinou a partilhar o pão, para que todos sejam saciados e possa sobrar.... A lógica atual do mercado prega o comprar, guardar para saciar. A lógica cristã do Reino deve basear-se justamente no contrário: doar para sobrar.

O banquete da vida é aprendido no encontro com o mais necessitado, tirando-o desta situação rumo à fraternidade. Não mais exclusão, injustiça ou marginalização, mas a justiça de Deus: a cada um conforme a sua necessidade.

Quem come o banquete com Jesus jamais vai querer sentar-se à mesa com Herodes... Em qual mesa estamos?

Reflexão Apostólica:

Os discípulos de Jesus voltaram da missão para a qual haviam sido enviados e reuniram-se com Ele para contar tudo que lhes havia acontecido. Com certeza deviam estar cansados, pois Jesus convidou-os a descansar com Ele em um lugar deserto. No entanto, a multidão sedenta os seguia em busca de ajuda.

Jesus teve compaixão deles pois eram como “ovelhas sem pastor e começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.” Apesar de todo cansaço e da hora avançada Jesus motivava os Seus discípulos a perceberem a necessidade daquele povo que buscava cura, libertação e paz

 Hoje também, a multidão precisa de ajuda e, mesmo sem saber, ela busca alguma coisa que possa preencher o vazio do seu coração. Somos chamados a enxergar as necessidades dessa multidão e para isso, Jesus também nos forma.

 Assim como fez com os Seus discípulos Ele também nos atrai a um lugar deserto a fim de nos preparar para que sejamos pastores (as) das pessoas desanimadas e sem esperança que estão ao nosso redor.

 Com Jesus nós encontramos refrigério para a nossa alma e aprendemos muitas coisas que nos são úteis, tanto para a nossa felicidade pessoal como também, comunitária e familiar. Ele nos ensina a arte de viver melhor em qualquer circunstância enfrentando todas as dificuldades.

 Desse modo nós poderemos ajudar aquelas pessoas que ainda não O conhecem e não têm ainda intimidade para ficarem a sós com Ele. Os melhores ensinamentos da nossa vida nós os recebemos quando passamos por experiências de dor e de sofrimento, com Jesus!

 Ser pastor é saber dar testemunho de fé, de confiança no plano de Deus e, assim, ser luz para o irmão que também passa por necessidade. Jesus também, hoje, nos leva a descansar, refrigera as nossas dores e nos consola para que também, possamos ser pastores que aliviam e que amparam as ovelhas transviadas. 

 Você se sente pastor (a) de alguém ou espera que alguém venha pastoreá-lo (a)? Você tem testemunhado as suas experiências de dor para ajudar a alguém? Jesus já o (a) levou para o deserto? O que você tem aprendido com Jesus?

 Todos os momentos são bons para evangelizar, Jesus não os desperdiça e inclusive muda o programado para ensinar, tudo porque se deixa interpelar pela condição das pessoas e por saber o motivo pelo qual veio. Serve-nos como modelo. O pastoreio era para o povo de Israel um tema muito importante. Desde Abraão até o rei Davi, muitos dos grandes personagens tinham sido pastores.

E a imagem do bom pastor estava introduzida na mentalidade do povo. O próprio Deus era considerado o "pastor de Israel". Pelo descuido de muitos sacerdotes do templo, de falsos profetas e de mestres que só exploravam o povo e viviam às custas dos pobres, Deus promete enviar um pastor, como Davi, que apascentará o povo segundo o coração de Deus.

Esse é Jesus! Como bom pastor, é todo ternura para com seus cordeiros e suas ovelhas (não tem tempo nem para comer ou descansar), e vai até o extremo quando se trata de defender o rebanho, pelo qual entrega sua vida. Ser como Jesus, ter seu perfil e atitudes fez muitas pessoas serem generosas e valentes a ponto de se lançaram ao mundo para trabalhar pelos que estavam sozinhos, tristes e abandonados, imitando Jesus e os apóstolos, não tendo tempo sequer para comer ou descansar. Somos assim?

 Como vimos, o texto ressalta a compaixão de Jesus para com o povo com uma característica específica: era um povo muito sofrido, rejeitado e desprezado pelos chefes político-religiosos de então, que nem tinha tempo para comer. E quando ele se retirava, o povo ia atrás dele. O que atraía tanta gente?

Com certeza não foi em primeiro lugar a doutrina, nem os milagres, mas o fato de irradiar compaixão, de demonstrar duma maneira concreta o amor compassivo de Deus. Jesus não teve “pena” do povo, não teve “dó” dos sofridos. Teve “compaixão”, literalmente, sofria junto, e tinha uma empatia com os sofredores, que se transformava numa solidariedade afetiva e efetiva.

Este traço da personalidade de Jesus desafia as Igrejas e os seus ministros hoje, para que não sejam burocratas do sagrado, mas irradiadores da compaixão do Pai.

Infelizmente, muitas vezes as nossas igrejas mais parecem repartições públicas do que lugares do encontro com a comunidade que acredita no amor misericordioso de Deus e na compaixão de Jesus!

A frieza humana freqüentemente marca as nossas atitudes, pregações e cuidado pastoral. Num mundo que exclui que marginaliza e que só valoriza quem consome e produz o texto de hoje nos desafia para que nos assemelhemos cada vez mais a Jesus, irradiando compaixão diante das multidões que hoje como nunca estão como ovelhas sem pastor.

Propósito:

Pai, dá-me as disposições necessárias para eu realizar bem a missão recebida de Jesus, tendo-o sempre como modelo.

Evangelho do dia 03 de fevereiro sexta feira 2023

 


03 fevereiro - Armemo-nos e armemo-nos logo! A oração, o desapego das coisas passageiras, o zelo pela glória do Senhor, a fome e a sede de justiça, o ardor em socorrer os necessitados, o espírito de sacrifício, de mortificação e de penitência. Estas são as armas que devemos afiar, abraçando todos a mesma bandeira, prontos para a mesma convocação. Este é o exército permanente da Igreja, que nos chamou a defendê-la contra os poderosos e numerosos inimigos. (L 26). SÃO JOSE MARELLO

 

Marcos 6,14-29

"O rei Herodes ouviu falar de tudo isso porque a fama de Jesus se havia espalhado por toda parte. Alguns diziam:
- Esse homem é João Batista, que foi ressuscitado! Por isso esse homem tem poder para fazer milagres.
Outros diziam que ele era Elias. Mas alguns afirmavam:
- Ele é profeta, como um daqueles profetas antigos.
Quando Herodes ouviu isso, disse:
- Ele é João Batista! Eu mandei cortar a cabeça dele, e agora ele foi ressuscitado!
Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. Por isso João tinha dito muitas vezes a Herodes: "Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!"
Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.
Porém no dia do aniversário de Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes militares e autoridades da Galiléia. Durante o banquete a filha de Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o rei disse à moça:
- Peça o que quiser, e eu lhe darei.
E jurou:
- Prometo que darei o que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino!
Ela foi perguntar à sua mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu:
- Peça a cabeça de João Batista.
No mesmo instante a moça voltou depressa aonde estava o rei e pediu:
- Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo!
Herodes ficou muito triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de atender o pedido da moça. Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, pôs num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João souberam disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram.
"

Meditação:

 Nesta narrativa de Marcos podemos ver a importância de João Batista na tradição das primeiras comunidades. Percebe-se uma ironia sobre o ridículo das motivações de Herodes e os grupos de poder que o cercam.

Em forte contraste, um banquete de aniversário para comemorar a vida termina com a morte: uma cabeça degolada servida em um prato.

Na verdade, quem articulou a morte de João, foram os poderosos da Galiléia. Eles usaram Herodíades e sua mãe para executar o plano assassino. Trata-se da repressão do poder local contra as ações denunciadoras e libertadoras.

 A execução de João tem três significados: Primeiro, ironizar um rei que apesar de toda sua pompa, no fundo não passava de um fraco.

 Também significou uma advertência aos discípulos de Jesus que estavam preparados para o apresentar como O messias, O filho de Deus, ou o próprio Deus.

 Em terceiro lugar, o martírio de João serviria para avisar, para assustar a todos, no sentido de que tomassem consciência de que tanto de João como de Jesus, ninguém deveria esperar glória nem poder, mas um serviço humilde e divino, seguido de martírio.

Marcos começou o capitulo 6 falando das maravilhas de Jesus (v. 2), as quais, aliadas às expulsões de demônios e curas feitas por Seus discípulos na primeira viagem missionária, trouxeram “notoriedade do nome de Jesus” (v. 14) e provocaram três reações básicas sobre a identidade de Jesus: é João Batista ressurreto (v. 14, 16) – é o veredicto de quem tinha a consciência culpada por ter promovido a sua morte; é Elias (v. 15) é o veredicto dos nacionalistas – esperavam um messias político que os livrasse do poderio romano e, segundo criam, seria precedido pela volta de Elias; é profeta (v. 15) – é o veredicto de quem viu nele não o messias mas apenas a volta do ministério profético que estava interrompido a mais de 300 anos em Israel.

Como Jesus
trouxe na mente de Herodes a lembrança do assassinato de João Batista, Marcos interrompeu temporariamente sua narrativa sobre Jesus e focou a atenção na recordação deste episódio singular, o qual traz-nos hoje importantes lições sobre a postura da Igreja em relação aos governantes da nossa nação.

Este ano, devemos escolher aqueles que estarão à frente dos destinos dos nossos municípios, nos próximos quatro anos, como vereadores e prefeitos. E a lição que João Batista nos deixa é de que precisamos de UMA IGREJA INDEPENDENTE DO PALÁCIO... UMA IGREJA OUSADA: CONFRONTA OS ERROS DOS GOVERNANTES (v. 18-19)

João Batista, percebendo o adultério de Herodes, colocou o dedo na sua ferida de forma ousada e destemida, consciente de que sua postura atrairia o ódio mortal da adúltera Herodias (v. 19) e a prisão por ordem de Herodes (v. 17).

Lucas acrescentou que ele também repreendeu Herodes “por todas as maldades que ele havia feito” (Lc 3,19). A igreja hoje, igualmente, não foi chamada para “fazer média” com os governantes, mas para conscientizá-los de seus desvios éticos.

Como comunidade profética, ela não tem compromisso com o erro, esteja onde ele estiver; seu único compromisso é com a verdade de Jesus, que não teve medo de tratar o mesmo Herodes de “raposa” (Lc 13,31-32).

João Batista, ao confrontar Herodes, colocou-o em total desconforto. E o que mais inquietava Herodes não era só o seu erro, mas a constatação de que João Batista tinha, do ponto de vista ético, autoridade total para confrontá-lo pois era “justo e santo”, razão porque, foi constrangido a deixá-lo em segurança. 
Jesus reconheceu também esta integridade afirmando que “dentre os nascidos de mulher não houve ninguém como João Batista...” (Lc 7,28).


O profeta, como representante do Rei dos Reis de toda a terra, precisa ser eticamente diferente de todos os governantes. Se ele tem o mesmo comportamento do Rei que autoridade terá para confrontá-lo?

Ao longo das campanhas políticas desfilam diante de nós candidatos que afirmam ter como objetivo serem profetas de Deus no palácio dos homens, contudo, quando assumem seus cargos se tornam tão incoerentes ou até mais incoerente do que os governantes que antes contestavam...

“E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.”. João não estava comprometido com o discurso político palaciano, mas apenas com a mensagem do arrependimento (Lc 3,1-14). Por isso, entregou-a de forma tão impactante que Herodes não teve como ignorá-la nos limites de seu coração.

A igreja deve ser cobeligerante, apoiando todas as causas sociais legitimadas por Deus e que tragam efetivamente o bem estar do povo. Porém, sua mensagem vai além da mensagem política que oferece mais educação, segurança, saúde e emprego: ela denuncia a corrupção do coração humano e a necessidade de um arrependimento acompanhado de fé no Cristo do Calvário....

Herodes Antipas, o Herodes de nossa passagem recebeu de seu pai Herodes, o Grande, uma herança de violência. Foi de seu pai a idéia de matar todas os meninos de dois anos para baixo da cidade de Belém e região, para assim eliminar também o recém-nascido Jesus que os magos afirmavam ser o rei dos judeus (Mt 2,1-18).

Diz a história que Herodes o Grande se casou várias vezes e mandou assassinar vários membros de sua própria família. Portanto, mandar matar ou permitir a morte de críticos do Reino não era um procedimento novo no palácio de Herodes.

Marcos nos afirma que a independência profética de João Batista custou a sua própria vida. Na trama de sua morte está uma mulher adúltera (v. 16-17), violenta (v. 19), oportunista (v. 22-25) e indiferente (v. 28) e um governante que se tornou escravo de uma promessa impensada – dar a sua enteada o que ela quisesse (v.22).

Assim, o profeta que se recusara a usufruir das benesses dos manjares reais, tem sua própria cabeça colocada num prato palaciano.

A história do mártir João Batista nos remete às palavras de Jesus dita à igreja de Esmirna: “não temas as coisas que tens de sofrer; eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, par serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias; sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2,10).

Este é um desafio imenso: para João Batista e para muitos cristãos, ao longo da história, a independência do palácio e a dependência completa de Jesus custou o derramamento de sangue. Será que estamos prontos, se necessário, vivenciar nossa fé com tamanha intensidade?

Em conclusão, podemos dizer que uma igreja OUSADA - usa a autoridade de Seu cabeça para confrontar os desvios e desmandos dos governantes É uma igreja que procura manter um canal de comunicação com o palácio, procurando ver nas oportunidades de aproximação com os governantes um espaço para, em amor, fazer críticas construtivas...

Uma igreja ÍNTEGRA - credibiliza-se pela semelhança com Seu cabeça É uma igreja que “dá a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” – reconhece e respeita a ordem política, mas coloca a ordem espiritual acima da política, por isso não se deixa atrair pelos caminhos diabólicos da corrupção, mentira, desonestidade, falcatrua e nem fecha alianças com partidos políticos.

 Uma igreja PROCLAMADORA: que vai ao palácio para testemunhar do Seu cabeça e não para comprar benesses Uma igreja que está presente no palácio orando, orientando, sugerindo, interagindo como embaixadora do Rei dos Reis, proclamando sua mensagem, sem usar esta proximidade para vender seu apoio. Uma igreja que não mistura púlpito com palanque, investimento financeiro no Reino com investimento financeiro em campanhas políticas...

Uma igreja SACRIFICAL pronta para morrer por Seu cabeça se necessário for Uma igreja que olha para o poder público como consumidora de benesses mas como parceira de alternativas que promovam a transformação da sociedade.

Antes de votar: ore, informe-se, avalie.... Depois de votar: registre os nomes dos escolhidos, acompanhe o trabalho, sugira, elogie, confronte, interaja: PARTICIPE.

Reflexão Apostólica

O poder resiste e mata aqueles que se levantam, comunicando liberdade e vida.

Esse evangelho é um dos mais vistos durante o ano. Pelo menos três vezes ele é inserido na liturgia semanal e cada vez que o leio, alguma coisa diferente me salta aos olhos, algo além do direcionamento da exegênese aplicada a esse profundo texto.

 Sim, João Batista morreu por denunciar a verdade. Apresentava a todos que deveriam mudar seu comportamento. Poderosos o temiam, os simples o admiravam. Era um homem santo e profundamente focado na sua missão mas isso nós já conhecemos, mas foi uma seqüência de palavras que hoje me chamam a atenção: “(…) Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, AMARRAR AS SUAS MÃOS E JOGÁ-LO NA CADEIA”.

 Quantas vezes, no trabalho, na igreja, em um grupo de estudo (…), também fomos amarrados e jogados num canto? Quando estamos repletos de energia, idéias, propostas ai vem alguém, às vezes por inveja, ou má compreensão, ou por não sabermos nos expressar ou esperar, tomamos um chá de cadeira? Mas mesmo na cadeia, João Batista ainda incomodava sem nada dizer.

 Conheço irmãos que vivem e outros tantos que já assim viveram. Indivíduos que nada fizeram além de querer viver honestamente no entanto nunca, pois foram reconhecidas; irmãos e irmãs que trabalhavam enquanto outros nada faziam e, no momento oportuno, foram também exiladas, afastadas, descredenciadas simplesmente por conseguir fazer.

Quem já passou por isso sabe bem: como o próprio João, ainda que amarrados, incomodamos e incomodaremos!

 Um conforto: Se João azucrinava sem fazer milagres ou desafiá-los publicamente, imaginemos o quanto Jesus devia ser visto e “adorado” pelos mestres da Lei? Consegue imaginar o quanto crescia naqueles corações o ódio ao ponto de declarar que o profeta de Nazaré deveria perecer numa Cruz, a pior morte possível na época?

 Os Evangelhos dessa semana, mesmo o da apresentação do Senhor, nos trazem uma idéia concreta que, mesmo abatidos, em Deus seremos fortes; que mesmo que tudo se oponha ou derrotas a nós forem impostas, sairemos no fim, vitoriosos. O que esta nos faltando é: “tomar posse e acreditar”.

  “(…) Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! BEM-AVENTURADOS SEREIS QUANDO VOS CALUNIAREM, QUANDO VOS PERSEGUIREM E DISSEREM FALSAMENTE TODO O MAL CONTRA VÓS POR CAUSA DE MIM. ALEGRAI-VOS E EXULTAI, PORQUE SERÁ GRANDE A VOSSA RECOMPENSA NOS CÉUS, POIS ASSIM PERSEGUIRAM OS PROFETAS QUE VIERAM ANTES DE VÓS“. (Mt 5, 7-12)

 João nada mais falava na prisão, mas o silêncio abraçado a sua fé e a consciência que já havia realizado sua tarefa o fazia um vencedor mesmo no mais profundo dos calabouços. Quantos colegas idealizaram projetos de uma vida inteira e veio alguém e os jogou no lixo ou se declarou como seu criador? Quantos viram sua vida ir embora num desastre, numa enchente? Móveis, carros, casas, sonhos, vidas foram, mas a fé na reconstrução permanece.

 Como cai bem a canção do padre Fábio de Melo “viver pra mim é Cristo”, nesse momento:

(…) SE CALAREM o som da MINHA VOZ; Em silêncio ESTAREI A ORAR. Se numa prisão me colocar, Eu VOU TE ADORAR… Se minha família me trair, Eu vou sonhar com Deus; Viver seus planos isso é parte, De uma carreira de cristãos

 Nunca pense que lhe calaram ou lhe desvalorizaram… É difícil lidar com a inveja que é inerente a nós seres humanos.

 Davi caiu tantas vezes, mas a cada nova e corajosa tentativa de permanecer de pé, saiu um salmo que nos conforta e nos alegra.

 Você conhece casos de pessoas mortas vítimas da corrupção e da tirania dos poderosos? Conhece, na nossa comunidade e na nossa igreja pessoas vítimas do autoritarismo e de um excesso de poder?  Superstição, covardia e corrupção eram as marcas do exercício do poder nas mãos de Herodes. Como se comportam aqueles que hoje exercem seu poder sobre os outros?

Propósito:

  Viver cada momento do dia de hoje, de forma transparente, em coerência com a Palavra: "Diga apenas "sim" quando é "sim"; e "não", quando é "não". O que você disser além disso, vem do Maligno" (Mt 5,37)

EVANGELHO DO DIA 02 DE FEVEREIRO QUINTA FEIRA 2023

 


02 - Apresentação do Senhor.

Aprendamos a nos desprender inteiramente de nós mesmos, de nossos gostos, de nossa vontade, de nosso ponto de vista. Em todas as nossas ações não visemos senão fazer a santa vontade de Deus do modo mais perfeito possível. (S 359). São Jose Marello

 


Lucas 2,22-40

"Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: "Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor." Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
- Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois
eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel.

O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
- Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria.
Havia ali também uma profetisa chamada Ana, que era viúva e muito idosa. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Sete anos depois que ela havia casado, o seu marido morreu. Agora ela estava com oitenta e quatro anos de idade. Nunca saía do pátio do Templo e adorava a Deus dia e noite, jejuando e fazendo orações. Naquele momento ela chegou e começou a louvar a Deus e a falar a respeito do menino para todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Quando terminaram de fazer tudo o que a Lei do Senhor manda, José e Maria voltaram para a Galiléia, para a casa deles na cidade de Nazaré.
O menino crescia e ficava forte; tinha muita sabedoria e era abençoado por Deus."

 Meditação:

 Na festa da Apresentação de Jesus no Templo, o texto de Lucas repete quatro vezes que as ações de José e Maria eram "de acordo com a Lei" ou "para cumprir a Lei".

 Tudo isso é uma maneira muito sutil de mostrar a condição humana e a inserção plena de Jesus na vida de seu povo Israel. Porém, a vida desse menino, que hoje é apresentado, terminará sendo um projeto de salvação para todo o povo e transcenderá "todas as nações".

 Os pastores, os magos do Oriente, Simeão e Ana são parte do ciclo das apresentações de Jesus a distintos grupos de seu tempo, que podemos confrontar também com o nosso tempo.

Nesse menino se manifesta a grandeza de Deus, sua misericórdia e sua aliança, que transcendeu todos os povos. Não esqueçamos que esse menino também é "sinal de contradição" porque acaba desmascarando as intenções distorcidas como o egoísmo e a violência que habitam os corações. Pode-se dizer que hoje também se apresenta a nós a salvação.

Na festa de hoje se concentra todo o mistério messiânico de Jesus. Já veremos esse menino crescendo em estatura, sabedoria e graça, pregando sua mensagem de salvação por toda a terra.

 Seremos capazes de nos maravilhar por todas as coisas que dizem dele? Percebemos Jesus como Luz que ilumina? Hoje é o Dia da Vida Religiosa na Igreja

Lucas relata a apresentação de Jesus no Templo, e, com isso, quer expressar a novidade de Deus. Lucas mostra o profundo significado da vida e da missão desse pequeno Deus-menino. Essa novidade representa a plenitude das esperanças messiânicas, vindas da tradição judaica, como está escrito no Antigo Testamento.

Por isso Simeão e Ana bendizem e agradecem a Deus, pois foram as testemunhas da salvação de Deus através da presença de Jesus. Entretanto, a salvação plena é mediada por um caminho de entrega e de sofrimento, de cruz e de morte: o caminho da vida de Jesus.

A novidade de Jesus como Messias é apresentada por Simeão que, movido pelo Espírito Santo, compreende que a salvação rompe os limites do povo judaico e se estende por toda a criação, promove a vida, e resgata todos seres humanos da morte.

Resta saber, como pessoas que crêem em Jesus, se estamos assumindo realmente a novidade de Deus, que age em nossa vida e salva os mais debilitados. Assumir a novidade de Deus é agir com os critérios de Jesus: quer dizer, se estamos vivendo na fidelidade a entrega da vida.

 Esta passagem evangélica agrupa dois episódios diferentes: a apresentação de Jesus no Templo, e sua vida oculta em família. A liturgia reúne ambos os textos com a finalidade de apresentar uma vida de família com simplicidade, mas com referência explícita a Deus.

A lição sobre a vida oculta de Jesus é muito importante. Embora sendo Deus, ele segue as leis naturais do crescimento humano, tanto no plano físico como no da sabedoria e do conhecimento. Passando pela infância, a puberdade, a adolescência, vive uma Kénosis ou “abaixamento” em que assume a humanidade no ocultamento simultâneo de sua Divindade.

 Sendo filho de Deus, como o é, aceita não conhecer, a não ser progressivamente, a orientação de sua vida e não descobrir a vontade de seu Pai, a não ser através do plano de relação e educação que lhe oferece o meio familiar e o povo de onde não podia sair nada bom (Jo 1,46).

A partir de sua consciência de criança ainda balbuciante, e até de sua consciência de mortal terrivelmente assustado na hora do sacrifício, Jesus inscreveu realmente em sua vida humana a Palavra do Pai, e estabeleceu pela primeira vez uma adequação total entre uma vontade de homem e a vontade de Deus.

Reflexão Apostólica

Os evangelhos diários geralmente seguem uma seqüência de acontecimentos cronológicos e quando por ventura mudam, podem significar um dia especifico, festivo ou crucial da história de Jesus. Hoje, lembramos a apresentação do Senhor.

 Repare o encanto no louvor feito por Simeão: “(…) Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação”.

Hoje, neste evangelho, nos braços de Maria, Deus apresenta Jesus a um servo fiel e também o liberta das dúvidas que o acorrentavam.

Quantos travam batalhas ha muitos anos para que aconteça a libertação de suas famílias, dos medos, dos preceitos… A paciência e a fé do servo foram vistas por Deus e no momento mais oportuno, foi contemplada.

 A psicologia define que temos três esferas ou estruturas psíquicas – o Id, o ego e o superego. A grosso modo, o ID é nosso estado mais inconsciente, é o que representa nossas vontades de realização imediata. O superego é apresentado pelos nossos valores pessoais, crenças… Ele nos apresenta a razão. O Ego, que avalia nosso querer mediante o que o superego o subsidia tomando assim a decisão. Quanto mais tempo pensamos, mais usamos a razão, os valores, … Respostas imediatas geralmente têm mais influencia do ID. Quando compro um carro, sem pensar como pagá-lo; quando respondo a uma ofensa com outra ainda maior, quando leio ou escuto algo já procurando os erros para rebater (…)

 Muitos de nós como o apóstolo Paulo, precisamos cair do cavalo para termos a primeira apresentação do Senhor. Quebrar a cara, tropeçar, cair, as vezes nos trazem ao real que não posso viver refém do ID de nossas vontades que as vezes são intempestivas. Jesus não abandonou Paulo após o episodio de Damasco, espera seu servo amadurecer pelo caminho para novamente se apresentar a ele e confirmar sua missão.

O evangelho não fala por quantos anos Simeão esperou por essa apresentação, mas deixa claro, que possivelmente como nós, a “trancos e barrancos” tentamos nos manter fieis e esperar. Sim, é duro ir para um lado e ver entes queridos preferirem ir para outro, mas o Deus que é fiel ouvirá nossos clamores e Jesus também atravessará qualquer mar para nos libertar.

 Não sejamos reféns do ID e nem inertes justificados pelo superego.

 Tenhamos fé!

Que o Senhor! Se apresente a nós!

 

Evangelho do dia 01 de fevereiro 2023

 


01 fevereiro Apaixonemo-nos pelos grandes modelos e comecemos a agir! (L 10) SÃO JOSE MARELLO

 


Marcos 6,1-6

"Jesus voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:
- De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.
Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.
"

Meditação:

 No evangelho de Marcos, esta narrativa é a última em que Jesus, na sua própria terra, aparece no espaço simbólico da sinagoga, no sábado.

Os que ouviam Jesus "maravilhavam-se" com o que ele dizia, mas o rejeitaram. Jesus "espantava-se" com a incredulidade deles. "Não é ele o carpinteiro?...", diziam, com desprezo.

Mateus, posteriormente, para evitar a incidência do avilte a Jesus, escreverá: "... o filho do carpinteiro?". Lucas o omitirá e dirá simplesmente: "... o filho de José?".

O conteúdo teológico principal deste episódio é o rompimento de Jesus com as estruturas sociorreligiosas e de parentesco, características do judaísmo. Faltava-lhes a fé. Ele deixa de freqüentar as sinagogas e passa a percorrer os povoados da região.

Jesus retorna à sua terra, depois de longas caminhadas de missão, nas quais os pequenos, os últimos, os enfermos e endemoniados, as mulheres e as acrianças recuperam a dignidade que a sociedade lhes havia negado.

O evangelista nos leva de novo à Nazaré e nos convida a presenciar uma cena muito familiar. É sábado, e Jesus entra na sinagoga e começa a ensinar.

As pessoas ao escutá-lo se surpreendem e se escandalizam. Conhecem a Jesus: é o carpinteiro, sua família é conhecida por todos. E este homem de condição humilde se apresenta como Mestre. Mas não é um mestre qualquer, ensina coisas novas de Deus e atua em favor dos excluídos em seu nome.

Seguramente os vizinhos do povoado de Nazaré estavam já acostumados a uma fé rotineira que não transforma a vida, que não lhes exigia mudança radicais.

Jesus está propondo uma nova dinâmica de fé. O Deus de Jesus deseja mudanças reais e atua libertando e salvando na vida concreta das pessoas. Desta maneira Jesus compreende sua missão na linha dos profetas de Israel, que chamavam ao povo para voltar aos caminhos de Deus que eram a Justiça e a Igualdade. E recebe a mesma resposta: a recusa.

Ali onde não há abertura, fé, não pode acontecer o milagre do Reino. Somente alguns s enfermos, destinatários privilegiados da missão de Jesus, aceitaram sua mensagem e foram protagonistas da Boa Nova do Evangelho.

Nossa fé é uma fé de mudanças, e transformações, em favor da dignidade, da equidade e a vida plena para todos.

Reflexão Apostólica:

Os conterrâneos de Jesus se escandalizaram; não querem admitir que alguém como eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que indiquem uma presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação: Deus feito homem, situado num contexto social.

Aqueles que viviam próximos a Jesus não queriam admitir que alguém tão simples como Ele pudesse ter tanta sabedoria. Por isso, todos se admiravam e duvidavam de que o poder de Deus estivesse com Ele e, não O reconheciam nem mesmo como profeta.

Com efeito, Jesus não pôde fazer milagres na sua terra e no meio da sua gente. Por ser uma pessoa humilde, filho de um carpinteiro e conhecido de todos Jesus não conseguia ser escutado nem tampouco ser levado a sério.

Ainda hoje, nós também damos pouco valor às pessoas que estão muito próximas de nós, principalmente àquelas que são humildes e simples.

Acostumamo-nos a conviver com elas e não percebemos que elas são instrumentos de Deus para o nosso crescimento e até para o nosso livramento.

Muitos milagres poderiam acontecer no nosso meio se déssemos atenção àqueles (as) que são instrumentos de Deus para nós.

Não entendemos o porquê que alguém, mesmo simples e humilde, possa ao mesmo tempo ser sábio aos olhos de Deus. Confundimos a sabedoria que vem de Deus com o conhecimento que o mundo dá.

Na maioria das vezes, valorizamos a quem é instruído, a quem tem profissão brilhante ou tem o dinheiro que compra tudo, o poder e a mente. No tempo de Jesus também não foi diferente.

Precisamos nós também perceber a quem nós estamos valorizando, o que nos prende a atenção e ao que nós estamos dando importância: às coisas simples do alto, ou às coisas complicadas de baixo.

Somos chamados (as), então a refletir: O que é simples nos incomoda ou atrai? Valorizamos as pessoas da nossa casa quando nos dão algum conselho? Na nossa casa também os profetas não são bem recebidos por nós?