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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Evangelho do dia 02 de março quinta feira 2023

 


02 março - São José é sempre o “Dirigente de coro” que dá os tons; embora, às vezes, permite alguma nota desafinada. Neste seu querido mês, porém, quer que todos os acordes fluam certos e melodiosos, de modo que arrebatem o nosso espírito para o alto, onde tudo é harmonia. (L 206). SÃO JOSE MARELLO

 


Mateus 7,7-12

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! 8Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta.
9Quem de vós dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? 10Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? 11Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas”.


Meditação:
 

Se tivéssemos consciência do que Jesus nos fala neste Evangelho e percebêssemos realmente a profundidade das Suas palavras, com certeza nós nunca desanimaríamos diante dos desafios da nossa vida.

 O pedir o procurar e o bater são ações de caráter imprescindível da nossa existência humana. Vivemos continuamente este movimento no nosso dia a dia.

 Normalmente, no entanto, nós pedimos, procuramos e batemos em busca das coisas que nós consideramos essenciais e absolutamente necessárias para saciar a nossa fome de prazer, de possuir e de poder.

 Esta sequência de exortações são um estímulo à perseverança na consecução de um objetivo e, particularmente, à oração perseverante a Deus. Elas são apresentadas por Lucas praticamente com as mesmas palavras, no contexto do estímulo à oração.

 Duas comparações com o pai ou mãe que sabem dar coisas boas aos filhos, mostram que se o amor humano é limitado o amor de Deus é infinito. A afirmação: "vós que sois maus..." indica um certo pessimismo da tradição apocalíptica.

 Na conclusão, a máxima de comportamento: "Tudo quanto desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles", é um patrimônio da cultura universal. Ela exprime uma experiência universalmente reconhecida como válida.

 A comunidade de Mateus se depara com o problema de definir sua posição a respeito da Lei de Moisés. Já no sermão da montanha, Jesus tinha dado pistas novas que definiam o autêntico caminho do discípulo; talvez os ouvintes não vissem mais a necessidade de sequer recorrer à lei mosaica para orientar sua conduta e suas relações interpessoais; contudo, Jesus se pronuncia de um modo contundente: “Não pensem que vim para abolir a Lei ou os Profetas...” (5,17), uma maneira de referir-se a toda a Escritura.

Para Jesus, o cumprimento da Lei de Moisés e da nova Lei que ele mesmo está propondo, vai muito além do mero apego e do simples apelo a normas e preceitos de uma maneira externa e desumanizada: Este é o modelo dos escribas e fariseus, que constituíam o paradigma do legalismo: a lei pela lei.

O discípulo de Jesus, através da Nova Lei, tem que demonstrar com sua vida e seus atos o modelo de homem novo, criatura nova, renovada graças à recuperação do genuíno espírito da lei antiga, que era fundamentalmente o serviço e a opção pela justiça e pela vida.

A nós cristãos é feito o convite nas leituras para que invoquemos a presença de Deus em nossas vidas e comunidades e o melhor é que podemos fazê-lo nas mais distintas circunstancias. 

 O exemplo de Ester, a concubina de Asuero: "Não tenho outro defensor fora de ti, Senhor." (Ester 14, 1-3.5.12-14), o salmo: "Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor! " (Sl 137,1-3.7-8)  e as belíssimas palavras do evangelho nos animam a isso. Só nos falta uma atitude muito confiante, segura e sincera para que nos aproximemos do Deus da vida.

Fica, pois, esse grande comentário, feito no sentido positivo (nós o sabemos e aplicamos aos demais quase sempre em formulação negativa) de "tratar aos demais como gostaríamos de sermos tratados".

 É um elemento de convivência e de construção comunitária que nos faz muita falta para evitar uma série de vivências que tornam opacos os valores do evangelho.

 Estejamos atentos aos modelos oferecidos nos próximos dias em relação à perfeição e ao amor aos demais, neles estará a chave para completar, como em um grande mosaico, a presença de Deus em nossos grupos com os valores que o Reino requer.

E estejamos atentos quando pedirmos "coisas" a Deus, porque podemos nos enganar. Jesus nos convida a pedir, mas não garante que nos será dado exatamente o que pedimos, mas sim "coisas boas".

 Neste tempo de conversão, somos desafiados a empenharmo-nos, assiduamente, na oração a Deus e a assumirmos que o bem que eu faço aos outros é o meu próprio bem.

 Reflexão Apostólica:

 Antes de começar esta reflexão... vamos parar um pouquinho rezar e pedir a presença de Deus nessa meditação, nessa oração... 

 É um evangelho que tantas vezes já escutamos....e muitas vezes lemos correndo por já conhecer... Mas hoje Deus nos convida a olharmos com calma para este trecho....
 
Muitas vezes ao ouvir ou ler este evangelho nos questionamos... É pedir e receber... parece tão simples, tão fácil... mas quantas coisas pedimos e não recebemos? 
 
Várias vezes já nos explicaram que "precisamos saber pedir", "que não sabemos rezar" e que é preciso rezar como Jesus rezava "seja feita a tua vontade". E muitas vezes rezamos: "Senhor, se for da tua vontade...."
 
Mas mesmo assim, mesmo pedindo para que aconteça a vontade de Deus, quantas vezes rezamos e nada acontece e esse trecho "Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! 8Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta", ainda muitas vezes parece fora da nossa realidade cotidiana....
 
Refletindo com mais calma sobre o trecho vemos que em nehum momento Jesus disse quando será dado, quando será achado, quando a porta será aberta.

Ele apenas diz: "Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta". A nossa mentalidade é que já está programada pra pensar que o tempo entre pedir e receber tem que ser curto.."pra ontem". Como quase tudo na sociedade moderna tem que ser "pra ontem", tem que ser em alta velocidade, tem que apresentar resultado rápido
 
Mas precisamos lembrar que o tempo é criatura de Deus, que Deus é o Senhor do tempo, e sua ação em nossas vidas não precisa respeitar a cronologia humana, e sim a nossa cronologia precisa respeitar, mesmo muitas vezes sem compreender, o "tempo de Deus".
 
O nosso "Pedir", o "Procurar", o "Bater" precisam ser constantes, de cristão que entendem que é a vontade de Deus e não a nossa...que também é o tempo de Deus e não o nosso...

Na verdade, nós nos submetemos diante dos reis e dos governantes da terra por um punhado de sucesso, de reconhecimento do nosso potencial humano ou então nos degradamos e nos corrompemos para conquistar um lugar ao sol ou ainda nos humilhamos para nos apossar do coração de alguém.

Fazemos mil e uma piruetas para buscar, fora, o pão que mata a nossa fome de amor. Porém, não percebemos que o que poderá alimentar a nossa alma e o nosso corpo está escondido dentro de nós e faz parte da essência da nossa alma, pois vem da fonte que jorra dentro de nós.

 Dentro de nós há uma fonte de amor para qual nós devemos nos voltar a fim de pedir, procurar e bater em busca das “coisas” de que nós precisamos realmente.

 A fé no amor de Deus é o alimento imprescindível da nossa existência humana. Deus sabe que nós precisamos do Seu amor como alimento, todavia, Ele espera a nossa livre vontade, o nosso querer e o nosso desejar para abrir as comportas e nos conceder tudo o que nós queremos alcançar.

 O Pai está no céu do nosso coração e espera a nossa adesão e o nosso desejo de possuir tudo o que Ele já designou para nos presentear. Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho com esperança e determinação. Não podemos nos escusar nem perder a grande chance da nossa vida buscando fora de nós pedra e cobra quando o Pai nos oferece pão e peixe, hoje.

 Por isso, também não podemos deixar para pedir, procurar e bater somente amanhã o que hoje nos é oferecido. Todo aquele que pede recebe, quem procura acha, e a quem bate, a porta se abre.

 Alimentados com o pão do amor nós conseguiremos também cumprir o que a lei e os profetas nos propõem: fazer aos outros tudo aquilo que nós desejamos que façam a nós. 

 O que você tem pedido a Deus: pão ou pedra; peixe ou cobra? O que na verdade você precisa pedir a Deus? Aonde você tem buscado alimento e proteção? Você tem batido nas portas dos homens para receber o que está à sua disposição dentro do seu coração?

 Propósito:

Pai, dá-me um coração grande, capaz de demonstrar um amor imenso ao meu semelhante, na total gratuidade e sem interpor restrições.

Evangelho do dia 01 de março quarta feira 2023

 


01 março Vamos parar um pouco para podermos ouvir a voz de São José: estamos no seu lindo mês. (L 208). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 11,29-32

 "Acorrendo as multidões em grande número, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão; pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas"."  

Meditação:

 Hoje precisamos, de forma especial, fazer a reflexão do Evangelho, pois enxergaremos o contexto e o Espírito Santo nos conduzirá ao discernimento de como praticar.

A primeira coisa que devemos fazer: aceitar o chamado de Deus e pregar a necessidade de arrependimento e do perdão. Precisamos ser sinal como Jonas foi.
Lucas não identifica quem é que busca um sinal, contudo Mateus (Mt 12,38) e Marcos (Mc 8,11) identificam o grupo de escribas e fariseus. A este grupo Jesus qualifica de geração perversa, o que reaparecerá várias vezes nos evangelhos de Mateus e de Lucas.

Há uma clara rejeição da operação de sinais ou milagres por parte de Jesus. Neste sentido, dois exemplos da tradição do Antigo Testamento são citados.
Diferente do texto paralelo de Mateus, Lucas não aponta a ressurreição de Jesus fazendo alusão aos três dias que Jonas permaneceu dentro do peixe, mas se fixa na pregação e na sabedoria de Jesus. Esse é o sinal que Deus dá àquela geração que buscava a presença de Deus somente no maravilhoso.
Hoje, Jesus nos diz que o sinal que dará à “geração malvada”, de fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração (Lc 11,30).
Da mesma maneira que Jonas deixou que o lançasse pela margem para acalmar a tempestade que ameaçava com afundá-los — e, assim, salvar a vida da tripulação—, do mesmo modo que Jesus permitiu que o lançassem pela margem para acalmar as tempestades do pecado que põem em perigo nossas vidas.

De igual forma que Jonas passou três dias no ventre da baleia antes que esta o vomitara são e salvo a terra, assim Jesus passaria três dias no seio da terra antes de abandonar a tumba (Mt 12,40).
O sinal que Jesus dará aos “malvados” de cada geração é sua morte e ressurreição. Sua morte, aceita livremente, é o sinal do incrível amor de Deus por nós: Jesus deu sua vida para salvar a nossa.
Sua ressurreição de entre os mortos é o sinal de seu divino poder. Trata-se do sinal mais poderoso e comovedor jamais dado.
Jesus é também a sinal de Jonas em outro sentido. Jonas foi um ícone e um meio de conversação. Quando em suas prédicas «Jonas entrou na cidade e começou a percorrê-la, caminhando um dia inteiro.

Ele dizia: «Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída!» (Jon 3,4) adverte aos ninivitas pagãos, estes se convertem, pois todos eles — desde o rei até as crianças e animais— se cobrem com folhas caídas ao chão e cinzas.
No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar.
Aqui está quem é maior do que Jonas.” (Lc 11,32) predicando a conversão a todos nós: Ele o próprio Jesus. Portanto, nossa conversão deveria ser igualmente exaustiva.
«Pois Jonas era um servente», escreve são João Crisóstomo, na pessoa de Jesus Cristo, «mas eu sou o Mestre; e ele foi jogado pela baleia, mas eu ressuscitei dos mortos; e ele proclamava a destruição, mas vim a predicar a Boas Novas e o Reino».

Jesus veio anunciar a conversão, não somente aos judeus, mas também aos pagãos, oferecendo a todos o perdão universal de Deus.
Os contemporâneos de Jesus estão com o coração endurecido diante do chamado de Deus à conversão. Eles possuem um sinal. A não conversão indica a condenação no juízo final. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia» (Mc 1,15).
A pergunta que devemos nos fazer é: — Respondido já com uma profunda conversão como a dos ninivitas e abraçado aquele Evangelho?

 Reflexão Apostólica:

O Evangelho nos diz que não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.
Os ninivitas se arrependeram e se converteram com a pregação de Jonas. Jesus veio como um sinal do Pai para a humanidade. Ele é maior do que Jonas e maior que Salomão que atraiu reis pela sua sabedoria.
A quem Jesus chama de geração má? Será que fazemos parte dessa geração? A geração má é aquela que é constituída de uma multidão de gente que não crê na Palavra de Deus e não segue os ensinamentos de Jesus, esperando por alguma coisa que venha a acontecer e que seja visível aos seus olhos e sensível ao toque.

É a geração daqueles (as) que querem um sinal para acreditar, que só vão, vendo, mas que não enxergam o que está um pouco além da mesma vidinha insignificante e sem objetivo do ter, do prazer, do poder, do divertir-se, do amealhar.
Nós achamos que fazemos parte da geração que tem Jesus como sinal, mas mesmo assim muitas vezes necessitamos de outros sinais para acreditar na força e no poder de Deus.
Jesus nos abre os olhos: Os ninivitas acreditaram nas palavras de Jonas; a rainha do sul (rainha de Sabá) seguiu os conselhos de Salomão, e todos foram salvos. E nós? A quem devemos ouvir para não fazermos parte dessa geração que caminha para o mal?
Faça uma reflexão da sua vida e pense se há alguma mensagem do Evangelho que você não acredita e por isso não tenta viver como Jesus ensinou.

Você ainda espera algum outro sinal a não ser o sinal da Cruz? A palavra de Deus lhe basta para que você volte atrás e se arrependa e tenha vida nova? Você sabe que foi assinalado (a) com o selo do Espírito Santo de Deus? Você faz parte da geração boa ou má?

Propósito:

Pai torna-me dócil e sensível para acolher as palavras de Jesus, sem exigir sinais espetaculares como pré-requisito para aderir a ele.



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Evangelho do dia 28 de fevereiro terça feira 2023

 


28 fev - Se Deus nos pede o sacrifício de alguma bela flor do nosso jardim, conforte-nos o pensamento de que Ele nos recompensará com juros fazendo brotar muitas outras graças ao orvalho celeste e defendendo-as com carinho das geadas e do frio, até o dia em que as queira transplantar para o Céu. (L 271). São Jose Marello

 


Mateus 6,7-15

"- Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Portanto, orem assim:
"Pai nosso, que estás no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu!
Dá-nos hoje o alimento que precisamos.
Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam.
E não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal.
[Pois teu é o Reino, o poder e a glória, para sempre. Amém!]"
- Porque, se vocês perdoarem as pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu, também perdoará vocês. Mas, se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês.
"

 Meditação:

 O evangelho de hoje nos apresenta a oração do Pai Nosso, o Salmo que Jesus nos deixou. Existem duas redações do Pai Nosso: a de Lucas (Lc 11,1-4) e a de Mateus (Mt 6,7-13).

 A redação de Lucas é mais breve. Lucas escreve para as comunidades que estavam inseridas entre os pagãos e eram constituídas por pessoas de cultura e mentalidade grego-pagã. Visa ajudar as pessoas que estão iniciando a caminhada da oração.

 No Evangelho de Mateus, o Pai Nosso encontra-se inserido no Discurso da Montanha, onde Jesus orienta os discípulos na prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum.

 O Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos. Eles estavam acostumados a rezar, mas tinham alguns vícios que Mateus queria corrigir. No Pai Nosso, Jesus resume todo o seu ensino em sete pontos dirigidos ao Pai.

 Nestes sete pedidos, retoma as promessas do Antigo Testamento e manda pedir ao Pai que nos ajude a realizá-las. Os primeiros três se referem à nossa relação com Deus. Os outros quatro tem a ver com a relação comunitária que temos com os outros.

 Na introdução, Jesus critica as pessoas para as quais a oração era um repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigá-lo a responder a seus pedidos e necessidades.

 Quem reza deve buscar, em primeiro lugar, o Reino, muito mais que seus interesses pessoais. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição das palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia. Ele quer o nosso bem e conhecer nossas necessidades, antes mesmo das nossas orações.

 As primeiras palavras: “Pai Nosso que estás nos céus!” Abbá, Pai, é o nome que Jesus usa para se dirigir a Deus. Expressa a intimidade que ele tem com Deus e manifesta a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida das pessoas nas comunidades cristãs (Gl 4,6; Rm 8,15). Mateus acrescenta ao nome do Pai o adjetivo nosso e a expressão que “estás nos céus”.

 A verdadeira oração é uma relação que nos une ao Pai, aos irmãos e às irmãs, à natureza. A familiaridade com Deus não é intimista, mas expressa a consciência de pertencer à grande família humana, da qual participam todas as pessoas, de todas as raças e de todos os credos: Pai Nosso.

 Rezar ao Pai e entrar na intimidade com Ele, é entrar em sintonia com os guias de todos os irmãos e irmãs. É buscar o Reino de Deus em primeiro lugar.

 A experiência de Deus Pai é o fundamento da fraternidade universal. • Mateus 6,9b-10: Os três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade. Na primeira parte do Pai Nosso, pedimos para restaurar a nossa relação com Deus.

 Para fazer isso, Jesus pede (a) a santificação do Nome revelado no Êxodo por ocasião da libertação do Egito; (b) pede a vinda do Reino, esperado pelo povo após o fracasso da monarquia; (c) pede a realização da Vontade de Deus, revelada na Lei que estava no coração da Aliança.

 O Nome, o Reino, a Lei, são os três eixos do Antigo Testamento que manifestam como deve ser a nova relação com Deus.

Os três pedidos apontam que é preciso viver na intimidade com o Pai, tornando conhecido seu Nome, amando-o, fazendo com que seu Reino de amor e de comunhão se torne realidade, que se faça sua Vontade assim na terra como no céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem à lei de Deus e criam a ordem do universo.

 A observância da lei de Deus “assim na terra como no céu” deve ser fonte e espelho da harmonia e do bem-estar para toda a criação.

 Esta relação renovada com Deus torna-se visível na relação renovada entre nós que, por sua parte, é objeto dos outros quatro pedidos; o pão cotidiano, o perdão das dívidas, e não cair em tentação e a libertação do Mal.

 Na segunda parte do Pai Nosso pedimos para restaurar e renovar a relação entre as pessoas. Os quatro pedidos apontam como devem ser transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade de modo que todos os filhos e as filhas de Deus vivam com igual dignidade.

 "O pão nosso de cada dia" (Mt 6,11): lembra o maná de todo dia no deserto (Ex 16,1-36). O maná era uma "prova" para ver se as pessoas eram capazes de seguir a Lei do Senhor (Ex 16,4), isto é, se era capaz de juntar alimento só por um dia em sinal de fé que a providência divina oferece para a organização fraterna. Jesus convida a caminhar para um novo êxodo, rumo a uma nova convivência fraterna que possa garantir o pão para todos.

 O pedido do “perdão das dívidas” (6,12): lembra o ano sabático que obrigava os credores a perdoar todas as dívidas aos irmãos (Dt 15,1-2). O objetivo do ano sabático e do ano jubilar (Lv 25,1-22) era zerar as desigualdades e recomeçar tudo de novo.

 Como rezar hoje: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos a quem nos deve”? Os países ricos, todos cristãos, se enriquecem graças à dívida exterior doa países pobres. Não cair em tentação: o pedido de “não cair em tentação” (6,13) lembra os erros cometidos no deserto, onde o povo caiu em tentação (Ex 18,1-7; Nm 20,1-13; Dt 9,7-29), para imitar Jesus que foi tentado e venceu (Mt 4,1-17).

 No deserto, a tentação leva as pessoas a seguir outros caminhos, a voltar atrás a não seguir o caminho da libertação e a exigir de Moisés que os guiava.

 Libertação do Mal: o mal é o Maligno, Satanás, que procura desviar e que, de muitas maneiras, tenta levar a pessoa a não seguir o caminho do Reino, apontado por Jesus. Tentou Jesus a abandonar o Projeto do Pai e ser o Messias das idéias dos fariseus, escribas e outros grupos judaicos.

 O Maligno afasta de Deus e é motivo de escândalo. Entrou também em Pedro (Mt 16,23) e tentou também Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11).

 Jesus afirma “perdoa as nossas dívidas”, mas hoje rezamos “perdoa as nossas ofensas”, o que é mais fácil: perdoar as ofensas ou perdoar as dívidas? Como você está acostumado (a) a rezar o Pai Nosso: mecanicamente ou inserindo nele toda a tua vida e teu ardor nas palavras que pronuncias?

 Reflexão Apostólica

Esses dias ficou enfatizada a importância do Jejum, hoje falaremos da oração.

Comecemos pela primeira leitura de hoje (Is 55,10-11): (…) Isto diz o Senhor: assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la."

Como rezar? Como saber se nossa prece chegou ao Senhor? Como saber? Saibam que esse é um dos maiores dilemas dos cristãos. Sabemos que Ele nos ouve e que suas palavras não voltam sem cumprir seu destino, mas não sabemos se o tocamos. Como suprimir essa angustia?

Nossa humanidade requer respostas. Viramos o volante, esperamos que o carro mude de direção; pisamos no freio, esperamos que pare; compramos um bilhete de rifa, esperamos pelo menos saber o número sorteado.

 Precisamos dessa alimentação, que chamam de feedback para saber se a atitude que tomamos correspondeu ao desejado. Importante salientar: tudo isso faz parte de um conjunto de atos instintivos, primitivos e bem normais.

Um bebê chora esperando assim chamar atenção para algo; uma criança rola no chão esperando a mesma coisa; rezamos esperando ser ouvidos… será que somos ouvidos?

 É claro que sim! Mas essa angústia é tão remota que os mais antigos queimavam suas ofertas, imaginando assim, ao ver a fumaça subir ao seu, levava consigo as suas preces. A fumaça era um sinal visível da oração. Ela reforçava a sua fé. Ela ainda é muito usada ainda hoje só que na forma de incenso, mas em nossas orações diárias não vemos fumaça (graças a Deus! risos), mas então o que nos faz ter a certeza que elas chegaram a Deus? Uma resposta simples: A fé!!

No Evangelho de hoje Jesus nos ensina a rezar. Ele diz que não precisamos usar palavras bonitas ou difíceis, pois o Pai já sabe do que precisamos, muito antes de nós abrirmos a boca para pedir.

 Você poderia perguntar: "Ora, se Ele já sabe, então por que eu ainda preciso pedir?" Pois é, você também não precisa pedir... O nosso Pai do Céu não exige que você peça.

 Você consegue lembrar da última vez que passou 3 dias sem rezar um Pai Nosso? Pense um pouco... Agora tente lembrar... O que foi que aconteceu? Você passou fome? O sol deixou de nascer pra você? A água deixou de lhe molhar? Acredito que não. E por quê? Porque Deus cuida de você como quem cuida de um bebê recém-nascido, que nem sabe do que precisa, mas é cercado de mimos e paparicos sem nem saber de onde eles vêm...

 Jesus nos ensinou a oração por excelência, essencialmente comunitária: o Pai-Nosso. A primeira parte da oração tem como centro o desejo da realização do projeto do Pai (teu nome, teu reino, tua vontade). Na segunda parte o centro é a comunidade (pão nosso, nossas dívidas, não nos deixeis), que adere concretamente a este projeto.

Na oração do Pai-Nosso encontramos o projeto da mudança.

Jesus nos deu a matiz de todas as orações: O Pai Nosso. Partindo dela saem e originam as outras orações. Decoradas ou espontâneas o que as diferencia é a fé de quem as proclama. Celina Borges sintetizou numa canção (Hoje eu vou tocar no Senhor) como devemos evocar a Deus em nossa oração: “(…) Vou te buscar com todo o meu coração. E além do véu te encontrar. Face a face te ver, te tocar te sentir. E dizer tudo aquilo, que eu tenho em mim. Hoje eu vou tocar no Senhor, COM MINHA FÉ, VOU RASGAR O CÉU COM A MINHA ORAÇÃO E te ver face a face”.

 A oração é uma busca por Deus. É não se contentar de vê-lo passar sem o tocá-LO. Portanto O FOCO DA ORAÇÃO NÃO É O PEDIDO OU O QUE É VISÍVEL E SIM A CONVERSA.

 O Apostolo Paulo alertava que não sabemos pedir e em virtude disso o Espírito Santo vem para pedir por nós (Rm 8,26).

Esse mesmo Espírito faz-se agitar pela fé, confiança esta que fez o cego saber que Jesus passava por ali mesmo sem vê-lo ou quando moveu a mulher que sofria de hemorragia a enfrentar as cotoveladas e empurrões da multidão para pelo menos tocar a orla de seu manto.

O PAI NOSSO é a matiz das orações, mas ele muda de acordo com a fé de quem reza. Vamos tentar novamente?

Pai Nosso que estais no céu…

 Propósito: Rezar com muita consciência e fé a Oração que Jesus nos ensinou.

 

Evangelho do dia 27 de fevereiro segunda feira 2023

 


27 fev - Ao sofrer por vontade de Deus em alguns de seus membros, a Congregação reflorescerá com maior saúde em todo o corpo. (L 167). SÃO JOSE MARELLO

 

Mateus 25,31-46

"Jesus terminou, dizendo:
- Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real. Todos os povos da terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras. Ele porá os bons à sua direita e os outros, à esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: "Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar."
- Então os bons perguntarão: "Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água? Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos na nossa casa ou sem roupa e o vestimos? Quando foi que
vimos o senhor doente ou na cadeia e fomos visitá-lo?"
- Aí o Rei responderá: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram."
- Depois ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: "Afastem-se de mim, vocês que estão debaixo da maldição de Deus! Vão para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos! Pois eu estava com fome, e vocês não me deram comida; estava com sede, e não me deram água. Era estrangeiro, e não me receberam na sua casa; estava sem roupa, e não me vestiram. Estava doente e na cadeia, e vocês não cuidaram de mim."
- Então eles perguntarão: "Senhor, quando foi que vimos o senhor com fome, ou com sede, ou como estrangeiro, ou sem roupa, ou doente, ou na cadeia e não o ajudamos?"
- O Rei responderá: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: todas as vezes que vocês deixaram de ajudar uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar."
E Jesus terminou assim:
- Portanto, estes irão para o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna."

 Meditação:

 No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina sobre o Juízo final. Aqui, Mateus usa o gênero literário apocalíptico, a vinda gloriosa do Filho do Homem, com um julgamento terrível, ao estilo do livro de Daniel (Dn 7,13; 12,2). Com esta roupagem literária, ele fala da realidade a ser vivida atualmente.

É uma realidade inegável, que o último dia chegará, quando o Senhor vier pela segunda vez, não mais como o Messias, mas como o justo Juiz de todas as nações.

Embora, este Evangelho se refira ao Julgamento Universal, não devemos esquecer que cada um de nós teremos, o que se chama, o Julgamento pessoal. Ambos estão intimamente ligados. Talvez você se pergunte o "por quê", e a resposta se encontra justamente nas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Muito claramente, Ele ressalta a importância de todos os cristãos, durante a sua vida terrena, não apenas desejar, mas esforçar-se por alcançar a fé com obras (Tg 2,14-24).

Significa que a vida cristã é uma constante e inabalável certeza de que somos filhos de Deus e de que, ao fim do caminho se receberá a recompensa, de acordo com a promessa de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme a sua palavra: «Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo» (Mt 25,34). E como o Senhor ainda diz:«"O céu e a terra passarão, mas a minha palavra não passará» (Mt 24,35), isso nos indica que não devemos ter a menor dúvida de que assim será, porque Deus é Deus e jamais volta atrás, e que cumpre a sua promessa.

Entretanto, aqui surge a pergunta: como conseguiremos ser partícipes do Reino dos Céus? Já escutaram as santas palavras de nosso amado Senhor Jesus Cristo, ao mostrar em seu Evangelho alguns exemplos de como ir construindo a nossa felicidade, o nosso futuro e eterna alegria de estar com Ele em sua bendita glória?

 Ele diz: «Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes».  (Mt 25, 40).

 Quem, então, em seu perfeito juízo, faria mal ao seu semelhante? Creio que ninguém. Mas o Senhor põe ênfase, quando diz: «ao menor dos meus irmãos», ao mais desvalido, faminto, sedento, desnudo, sem abrigo, prisioneiro, e outras carências mais. É a este irmão que sofre, não somente as privações materiais, mas também as espirituais, a quem nós, cristãos, devemos ajudar e acompanhar.

 Na medida de nossas possibilidades ou com maiores esforços, se necessário, façamos tudo o que for possível, e ainda mais por aqueles desditados e sofridos.

 Estas são as obras que acompanham a nossa fé. Isto o que que ficará, como disse na homilia anterior, evidenciado ante o Justo juiz, Cristo nosso Senhor e Deus, no momento de nosso julgamento pessoal.

Na «sabedoria» popular há um ditado que diz: «Obras são gestos de amor e não boas razões»; e é, nada mais nada menos, o que se recolhe dos ensinamentos do Senhor em sua Sagrada Escritura.

Esta é a equação: Fé + Obras = Amor. Esta é a chave para nossa salvação, pois «de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16).

  Deus se dá a nós por puro amor, e nós, de nossa parte, demo-nos também a Ele através de nosso próximo sofredor pois, é especialmente nele onde está presente Cristo. 

 Se assim o fazemos estaremos cumprindo, não por obrigação, mas por amor ao mandamento que sintetiza o decálogo: amor a Deus e amor ao próximo. Não há outro caminho mais seguro que o amor. «Se eu não tiver caridade, não sou nada». (1Cor 13, 2).

O Senhor nos indica que, aqueles que, sabendo que receberam este grande amor de Deus durante sua vida terrena, agiram ou agem com rebeldia, como o fazem os espíritos do mal, seu destino será o mesmo dos demônios, para toda a eternidade.

 Alguns podem pensar que isto é apocalíptico e alarmante (sinal de secularismo). Bem, se assim pensam, é porque sabem, na profundeza de suas almas, que não estão trilhando o caminho da salvação. Suas consciências, que é a voz de Deus, lhes tocam, mas, desgraçadamente, tentam abafá-la.

Não obstante, ainda há tempo, e é já, agora! a oportunidade para todos, os que estão próximos ou afastados de Deus buscarem garantir seus lugares no Reino dos Céus. Como?

  Cristo nos deu a sua Igreja aqui na terra que está com as portas sempre abertas para acolher todo aquele que, como o filho pródigo, deseja voltar ao seio amoroso do Pai Celestial.

  É aqui que recebem a cura de seus ferimentos mortais, a libertação total e o fortalecimento mediante a Palavra de Deus, o seu ensinamento e os seus santos Mistérios (sacramentos).

 Se Deus nos dá tudo, quem poderia ser tão néscio - como o foram as virgens que consumiram todo o azeite antes da chegada do noivo - de desperdiçar esta oportunidade única para a salvação e a grande felicidade eterna junto de Deus? Espero que ninguém.

Cristo nos convida e nos espera de braços abertos, tal como quando os abriu para se deixar crucificar por nossos pecados e transgressões.

 Assim, amorosamente, nos quer estreitar em seu bendito peito, e sentar-nos com Ele em seu grande banquete, onde estaremos com as vestimentas mais brilhante do que o sol e com o anel no dedo, símbolo de nossa filiação divina.

Não é, pois, tempo de inércia; não é tempo de dormir. É tempo de estar em permanente vigília, pois, disso depende o nosso futuro.

Digamos juntos: «Maran Atha!» «Vem Senhor Jesus!»

 Reflexão Apostólica

 Quem poderá hoje dizer quem estará a sua direita e quem estará a sua esquerda?

Enquanto cristãos, esperamos um dia encontrar e descansar na graça, portanto temos um imenso compromisso com a construção do reino e com os que um dia habitarão essa terra.

 Isso difere muitas vezes do que alguns podem pensar, pois temos irmãos que se prontificariam até em ficar a porta do céu para “selecionar” quem poderia entrar no céu.

 Temos irmãos também que se prontificariam em ficarem as portas do céu de mãos levantadas e louvando por aqueles que adentrarem, mas infelizmente, hoje temos também em menor número, pessoas ajudando a arrebanhar as ovelhas perdidas. É fácil tosquiar a ovelha que está no cercadinho e a que me segue…

Se declarar católico, evangélico, cristão não é atestado de salvação, pois como vimos esses dias, nem todo que diz “senhor, senhor” chega ao céu…

 Reparemos o que diz o comentário desse texto segundo a CNBB: “(…) Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a verdadeira religião não é aquela que é marcada por ritualismos e cumprimento de preceitos meramente espirituais, afinal de contas ele não nos perguntará no dia do julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos religiosos, mas sim se fomos capazes de viver concretamente o amor”.

Outro contra censo é estar à frente de um trabalho de evangelização e não acreditar no que prega sendo até assim, mais perigoso que aquele que não acredita em nada. Um exemplo: Jovens, diferentemente do que pensamos, gostam sim de regras. Não gostam de assumir isso, mas sem regras em casa eles costumam seguir as de alguém que admira. Como é decepcionante para um aluno ao ver seu professor, a quem tem como referencia, brigando, xingando, fumando, (…).

Quando deparamos com essa informação sacamos a velha frase “faça o que eu falo e não o que faço” ou aquela outra “não podemos julgar, somos falhos, erramos” …

 Reparem o quanto nos protegemos e relutamos em assumir nossas mazelas. Temos medo de assumir que somos seres em construção. Pessoas que estão a frente deve se empenhar ainda mais e serem melhores, não só nos lindos discursos e sim na vida.

Quanto aos louvores… Muitas vezes tecemos lindas palavras, escrevemos lindos discursos, mas em outros momentos nosso humano ainda não convertido publica outdoors de contra testemunho.

 É o irmão, o padre, o pastor que “vive na igreja” e não muda o coração; é aquele que arma um imenso “beiço” quando toma um “não”; é aquela catequista que vai com o “cofrinho” de fora; é o jovem bobo e bêbado no carnaval pra agradar os amigos; é o pai que fura o sinal vermelho; é a mãe que compete com sua filha de 15 anos; (…). Como convencer alguém com palavras se respondo com os gestos que minha vida ainda não acredita nelas?

Hoje o mundo oferece igrejas “a la carte”, onde em qualquer esquina se promete tudo que é imaginário a atender nossos desejos. O que essas “igrejas” ainda não ofereceram o Google oferta a resposta.

Um líder, uma liderança que não sabe acolher, que justifica seus atos contraditórios em relação a sua fala, faz aproximar os que têm dúvidas, dessas falsas igrejas que se “empenham” a dar o que eles querem ouvir.

A teologia da prosperidade só tem tantos adeptos, pois nossa fala de desapego não combina com o ser apegado a riqueza e ao luxo que renegamos abandonar… Como entender alguém cristão ser maçom?

Quero ficar a direita ou à esquerda? Concorda que temos muito ainda por fazerem nós? Enquanto alguns ficam aqui zelando as do cercadinho, alguém tem que ir lá fora buscar na chuva quem não voltou ainda! Pior ainda é aquele que se põe no cercadinho como vítima apenas para não ter que de fato mudar. “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: todas as vezes que vocês deixaram de ajudar uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar.”

 Somos chamados a converter-nos à simplicidade e à confiança na vida, abandonando o medo adulto do fracasso, do desprestígio e da pobreza. Somos chamados à fraternidade, à partilha e à comunhão com os irmãozinhos empobrecidos e carentes.

 Propósito: Ter os olhos abertos e um coração aberto e uma mão aberta para dar ajuda, para servir outras pessoas.

 

Evangelho do dia 26 de fevereiro 2023 - 1º Domingo da quaresma

 

26 fev - Repitamos sempre: “Omnia cooperantur in bonum” tudo coopera para o bem, até nas menores coisas, como já há tempo a experiência nos tem ensinado. (L 167).SÃO JOSE MARELLO

 

Mateus 4,1-11

 Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser posto à prova pelo diabo. Ele jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!" Ele respondeu: "Está escrito: 'Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus'". Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: 'Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'". Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: 'Não porás à prova o Senhor teu Deus'!" O diabo o levou ainda para uma montanha muito alta. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua riqueza, e lhe disse: "Eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar". Jesus lhe disse: "Vai embora, Satanás, pois está escrito: 'Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto'". Por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo.

Meditação: 

 No Evangelho de hoje, vemos que Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto e lá passou 40 dias em jejum. Quando Satanás percebeu que o homem Jesus se encontrava muito debilitado, afinal estava há 40 dias ser comer e sem beber, ele que sabia perfeitamente a Sagrada Escritura, achegou-se a Jesus e o tentou através da fome dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão (Mt 4,3,4).

 Jesus, embora enfraquecido, sabia que Sua força estava no Senhor e respondeu: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca Deus. Jesus poderia transformar pedras no que quisesse, afinal é o Filho do Deus Todo-Poderoso e n’Ele está todo o poder e autoridade, mas, se assim o fizesse, estaria cedendo à tentação de Satanás.

Vendo que a primeira armadilha não tinha dado certo, levou-o ao alto do templo, em Jerusalém, e tentou-o, desta vez usando a própria Palavra de Deus, dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra. Muito astuto não é mesmo? Usar o Pai para tentar o Filho. Mas Jesus foi ainda mais esperto e respondeu: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, Teu Deus.

 Como satanás, além de um derrotado, ainda é insistente, levou Jesus ao monte mais alto e de lá lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória deles e disse: Tudo isso te darei se prostrado me adorares. E Jesus disse-lhe: Vai-te satanás, porque está escrito: Ao Senhor adorarás e só a Ele servirás. Então satanás se retirou e os anjos do Senhor O serviram.

 Podemos até pensar: por que satanás ofereceu a Jesus o poder e a glória dos reinos do mundo se todo poder e toda glória pertencem ao Senhor? Em Lucas 4,5, quando fala sobre a tentação de Jesus, Satanás diz que tudo na terra foi entregue a ele. Quando? Quando o homem pecou, quando no Jardim do Éden Adão e Eva desobedeceram a Deus e permitiram que a serpente do pecado os enganasse. Satanás se tornou o príncipe deste mundo (Jo 12,31; 16,11). Mas nós não! Embora vivamos neste mundo não somos do mundo veja o que diz Jesus à Seu Pai: “Eles não são do mundo como também eu não sou” (Jo 17,16).

 Conclusão: O que podemos aprender com isso?

 1. Todos nós somos tentados. Diariamente as tentações batem à nossa porta: preguiça, desobediência aos pais e líderes, mentira, palavrões, inveja, orgulho, fofoca, namoro, sexualidade, roubo, drogas, etc.

2. Temos a arma para vencer a tentação: a Palavra de Deus. Foi com ela que Jesus venceu a Satanás. Lembre-se: ela é mais poderosa que qualquer espada de dois gumes (Hb 4,12).

 3. Quando vencemos, enchemos o coração do Pai de alegria e envergonhamos ao diabo, pois quando vencemos, em nós é cumprida a Palavra do Senhor de que em tudo somos mais do que vencedores.

A privação da posse, do poder e do prazer deste mundo não se compara com a Glória que havemos de possuir quando tudo se consumar em todos ( Rm 8,18-25).

 Reflexão Apostólica:

 A narrativa de Mateus é bem clara: depois de ser batizado Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio. Cheio do Espírito Santo, porém, Jesus venceu todas as investidas de satanás que, usando a própria Escritura tentou convencê-Lo a cair na suas artimanhas.

Como Deus, Jesus não precisaria ter sido batizado nem tampouco ser levado ao deserto para ser importunado por satanás. Porém, como homem, Ele se submeteu a tudo quanto nós também estamos sujeitos, para nos mostrar que nós podemos ser tentados, mas necessariamente, não precisamos cair nas sugestões do inimigo.

Jesus enfrentou e venceu as tentações do “prazer, do ter e do poder” , justamente as três fraquezas que nós, trazemos em nós e que é fruto do pecado original. O príncipe do mundo é satanás, por isso, ele acenava para Jesus com as coisas que o mundo valoriza.

Jesus, porém, nos dá uma lição para quando nós estivermos sendo sugestionados a empreender qualquer obra que não tenha como finalidade a observância da Palavra de Deus. O demônio, primeiramente, quis pôr em dúvida a identidade de Jesus: ”se és Filho de Deus”.

Quantas vezes nós também nos sentimos desafiados a mostrar quem nós somos com atitudes de vaidade e amor próprio! Mesmo com fome, Jesus não se rendeu ao prazer de comer e foi mais além do que o que o demônio arrazoou como justificativa para que pedras fossem transformadas em pães: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. 

O tentador apelou para o sentimento que o homem tem de mostrar que tem poder e prestígio a fim de dominar todas as coisas: ‘ Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra’.

Jesus nos ensina: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Somos filhos de Deus e sabemos que Ele nos protege, porém nunca devemos tentar a Deus nos expondo aos perigos e às facilidades da vida confiando em que Ele dará um jeito de nos socorrer.

Finalmente, o demônio tocou no ponto mais fraco do homem: o apego aos bens materiais, a ganância e a ambição de, tendo já muito, fazer qualquer coisa para adquirir ainda mais: “Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares.” Jesus nos dá a dica: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”.

Você também tem sido tentado (a) pelo inimigo de Deus mesmo quando medita e reflete sobre a Palavra? Qual é a maior tentação que você tem enfrentado: o prazer, o poder ou o possuir? Como você tem vencido as tentações? O que você tem feito com os bens que você possui? Eles estão a serviço de Deus ou do demônio?

Todo esse relato, se analisado nos mínimos detalhes podemos perceber inúmeros ensinamento para nós. Ao cumprir o “IDE” do Mestre com certeza seremos também provado, tentados.

Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto. Isso mostra uma permissão da parte de Deus. O inimigo afronta Jesus com a própria Palavra. Ele também conhece as Escrituras. Nossa vida espiritual deve ter também uma convalidação divina. Precisamos ter certeza de nossa missão no reino de Deus.

A preparação (formação), a consagração (jejum) deve fazer parte de nossa vida espiritual. Termos consciência de que seremos tentados pelo inimigo e que isso será permitido por Deus. Em algum momento daremos de frente com ele e a Palavra de Deus deverá estar presente em nós, bem forte para podermos vencer. Seremos também levados ao deserto. Ou melhor, quando se trata de espiritual, vivemos no deserto.

Contra o príncipe das trevas, não ha diplomas, mestrados, doutorados, grandes currículos que poderá nos salvar. Embora, nós seres humanos, valorizamos muito isso, e não é errado, ao contrário se faz necessário.

Somente a certeza do que cremos e a palavra de Deus poderá nos livrar e dar a vitória. Temos necessidades e fraquezas e é nas nossas fraquezas que o inimigo virá para nos contrapor. É necessário então intimidade com Deus e com sua Palavra.

Se substituirmos o simbolismo dos 40 dias em que Jesus esteve em oração pelo tempo que chamamos de sua “vida oculta”, e se assumirmos que também aqui o deserto é o símbolo da consciência, entenderemos que as tentações de Jesus não puderam ter sido somente essas três, definidas, além disso, de uma forma muito fácil e rápida, mas que foram muitas as dúvidas, as alternativas de facilitar as coisas (tentadoras) que terão ocorrido a Jesus para levar adiante sua missão.

Ele decidiu, no meio dessas alternativas de facilitações, que levaria a cabo sua missão pelo caminho mais difícil , porém mais seguro. A instauração do reino seria para Jesus o eixo fundamental de sua messianidade; e isso não seria compatível com nenhum messianismo barato; o Messias teria de levar até o fim sua missão pelo caminho do sofrimento, incompreensão, dor, doação de cada dia, serviço constante.

A grande lição das tentações de Jesus é que o mal sempre nos oferece “atalhos”. E são contra estes atalhos que devemos ter cuidado. Pão (alimento), prestígio (fama) e poder (governo) são coisas interessantes que mexe com o nosso físico, a nossa alma e o nosso lado espiritual. No entanto, nada disso terá valor para nós se for sem Deus. Qualquer coisa, por melhor que seja que nos afaste do Senhor, deve ser abandonado. Somente com Deus, na Sua presença e para a Sua glória, devemos viver.

Jesus embora sendo o Filho de Deus, levava uma vida constante de oração. Ele nos ensinou como devemos orar. É na oração que alcançamos intimidade com Deus. Quanto mais oramos mais teremos certeza da sua vontade.

 O evangelista conduz cada discípulo, fiel de todos os tempos, ao deserto onde Jesus exercita a definição do estilo, da forma como o Messias cumpriria sua tarefa para que também nós, seus discípulos, fizéssemos o mesmo.

 Propósito:

Pai, como Jesus, quero ser fiel a ti, sem jamais exigir manifestações extraordinárias de teu amor por mim. Basta-me estar ciente de ser teu filho.