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domingo, 19 de fevereiro de 2023

EVANGELHO DO DIA 22 DE FEVEREIRO 2023 - QUARTA FEIRA DE CINZAS

 


22 fev - Rezemos e curvemo-nos resignados diante da vontade do Deus Providência. (C 51). São Jose Marello

 


Mateus 6,1-6,16-18

"- Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu.
- Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
- Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
- Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.
"

 Meditação:

 

Começamos o tempo da Quaresma. Tempo da Quaresma é tempo de conversão. Esta conversão se dá por uma mudança profunda nos nossos valores, assumidos na sociedade discriminatória em que vivemos, com sua compreensão do mundo. Supõe novos valores e uma nova prática em vista de promover a vida plena para todos. 

 

Em alguns templos católicos talvez se faça longas filas para a imposição da cinza. Talvez para muitas pessoas seja a única ocasião de participar de uma cerimônia ou de um ato religioso, que pode durar pouco tempo e não passar de um gesto.

Para outros pode ser um motivo de superstição ou de costume tradicional de família ou de ambiente social. E para você, o que significa esse gesto das cinzas?

Vejamos o que diz a Palavra de Deus: Parece que para Jesus, segundo o evangelho de Mateus, os sinais externos não tem nenhum sentido se não nascem do coração, de uma “reta intenção”, de uma autêntica atitude de conversão, de um compromisso real com o Reino de Deus.

A esmola, a oração e o jejum devem estar intimamente conectados com um compromisso de vida que contribua para transformar o ambiente em que vivemos.

A solidariedade, a justiça, a honradez e o trabalho em favor da paz são expressão de uma autêntica conversão que nasce do profundo do ser humano.

Em todo caso, tradicionalmente foi considerado, dentro do ano litúrgico, um “tempo forte”, junto com o Advento e o tempo pascal. Um tempo com sua peculiaridade própria, seu sentido de preparação da Páscoa, centro do ano litúrgico.

 O que há de diferente na Quaresma? O que deve representar em nós esse tempo tão propício de reflexão e conversão? Que sentido devo adotar em minha conduta nesses próximos quarenta dias? “Rasgar o coração e não as vestes”!

 Os Judeus, no tempo de Cristo, possuíam diversos métodos de purificação da alma e da expiação dos pecados que ao longo do tempo foram se modificando.

 No entanto muitos chefes da lei tornavam esse momento de purificação um “show a parte”, ou seja, uma vitrine de si mesmo. “(…) Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros”.

Jesus chamava a atenção para que esse tempo, costume e momento não se desvirtuassem e que o verdadeiro motivo fosse preservado. O que fazemos da quaresma hoje? Como a tratamos? O sentido dela ainda vive em nossa casa?

É importante frisar que viver a quaresma é também sentir na pele o quanto Ele nos faz bem e não somente a resumindo em suprimir algum tipo de alimento ou gosto. A quaresma só terá valor se ao final acontecer uma tomada de atitude interior. Repare a Campanha da Fraternidade: que adianta tantas reflexões se ao fim não haver uma mudança de pensamento?

E as cinzas? Como nossa liturgia é repleta de símbolos! Elas também têm um significado.

Ao recebermos esse sinal em nossas testas, a igreja nos lembra que tudo isso que vivemos passará, e um dia voltaremos a ser pó. Que nossas vidas poderiam ser melhor aproveitadas em relação as pessoas e com nós mesmos. Que o tempo e a juventude, hoje desprezados com coisas que pouco ou nada edificam, poderá nos fazer falta um dia.

Andamos muito depressa para agora se preocupar com isso. Nem nosso corpo consegue acompanhar nossos pensamentos. Estou aqui, mas minha cabeça já esta em outro lugar; acordo, tomo banho e minha cabeça já esta no serviço; no trabalho, já estou pensando na hora de buscar os filhos na saída da escola; lendo isso, já estou imaginando o que farei em seguida (…).

 Na Quaresma somos convidados a diminuir o ritmo para que corpo e mente se encontrem. Entender que em paralelo a isso, caminha o reino de Deus e a renovação da esperança, que esperam por aqueles que, na velocidade certa, consigam vê-lo e apreciá-lo.

Convertei-vos e crede no evangelho”! Esse é um tempo favorável!

Reflexão Apostólica: 

Lembram-se desse ditado: "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento… "? Ele se refere a pessoas que são supérfluas, que não são sinceras, que aparentam ser uma coisa, mas são outra na realidade.

Ninguém gosta de pessoas que têm essa conduta, nem Jesus, por isso ele exorta seus discípulos a não se deixarem levar pelo Velho Farisaísmo que se preocupa muito com aquilo que as pessoas vão pensar a meu respeito, e que por isso, sempre querem posar de “bonzinhos”, cristãos exemplares, só que aqui há um problema muito sério. As pessoas só nos vêm por fora, mas Deus nos vê por dentro. Vende-se uma imagem falsa, daquilo que não se é,

Isso chama-se propaganda enganosa, e na relação com as pessoas até que a gente consegue, mas com Deus não tem jeito, somos o que somos….

Qualquer prática religiosa deve exteriorizar algo que está no mais íntimo de nós, lá em nosso coração, aliás, isso é o mais importante, diz esse evangelho, pois um salmo muito bonito diz que Deus nos conhece quando estamos sentados ou em pé, de frente e por trás, no alto da montanha ou no fundo do abismo, estamos sempre diante dele.

Deus nos pede sinceridade e coerência naquilo que fazemos, principalmente em nossas práticas religiosas, tudo tem que sair do coração, a oração, o jejum e a esmola, feitos para Deus e não para os homens.

Claro que hoje em dia os cristãos não ficam nas praças públicas rezando em alta voz para que todos o vejam, mas há certas orações bem arrogantes, aquelas nas quais determinamos a Deus o que e como queremos.

Quanto a esmola, o problema é o modo como a damos, se não sabemos o nome da última pessoa que ajudamos, nem quem é ela, nem como chegou aquela situação, pode ter certeza de que Deus nem tomou conhecimento dessa esmola, “Eu estava no pobre e você não me reconheceu”, há certas esmolas que damos apenas para nos vermos livres de quem pede.

E o Jejum, há algo que possamos hoje em dia dizer sobre ele? Sim, o jejum que agrada a Deus é aquele em que, afirmamos com a nossa atitude, que nossa maior necessidade é TER DEUS em nossa vida, o resto a gente pode se virar… e um segundo ponto, quando o nosso jejum é solidário com quem nada tem, sendo precedido de uma obra de caridade na promoção humana, aliás, se o Jejum não estiver ligado á oração e a esmola, de nada valerá…. sendo um puro Farisaísmo…

 

Em todas as circunstâncias façamos então a opção singela pelo silêncio. Seria essa a síntese do evangelho do dia de hoje?

 

Ao rezar, que nossa oração chegue ao céu como a fumaça do incenso que sobe; ao construir um prédio, não esperemos ganhar um apartamento para lá morar. Ao dar, não esperar pelo “obrigado”. No sofrimento, buscar um aprendizado…

 Jesus, mais uma vez, demonstra ter razão ao afirmar, em outro momento, que não estamos ainda preparados para conhecer a verdade sobre a vida.


Sim, AINDA não suportaríamos hoje viver assim. Somos seres sociais, adoramos contar o que acontece conosco e por vezes abusamos e nos vangloriamos; gostamos de chamar atenção para nós; precisamos que o mundo e as decisões tomadas gravitem ao redor dos nossos quereres e vontades…

Somos seres sociais e não gostamos de ficar sozinhos, detestamos o isolamento. Alguns chamam de auto-afirmação a necessidade que temos de sermos vistos; amamos “tapinhas nas costas”. Precisamos ser lembrados até compramos presentes pra nós mesmos por medo que ninguém se lembre do nosso aniversário.

Se nós, normais, sociais e sem medos, vivemos assim e ainda precisamos aprender a fazer as coisas em silêncio, como será que é viver tendo medo do silêncio?

Uma criança que teme o escuro dorme com um abajur ou a TV ligado; um jovem sozinho a noite em casa deixa o máximo de luzes acesas tentando não deixar espaços escuros onde possam habitar fantasmas de sua própria imaginação.

 Pessoas que temem o silêncio não conseguem se afastar após longos anos liderando; não conseguem ver o correto, para sempre ser necessária a sua opinião; quando adoecem “publicam” o tamanho SUPER do que ela tinha; em suas orações aumentam palavras e não dizem nada.

Temerosos do silêncio! Louvem sempre a Deus no tom que quiser e que sua intimidade permitir, mas saiba que Ele não é surdo! NOSSA dor TALVEZ não seja a metade da do vizinho; NOSSA fé TALVEZ seja a décima parte daquele que em silêncio roga. NOSSA angústia DE REPENTE não é NADA perto daquele que realmente tem um problema.

Se temos a Deus por que nos apegamos a recompensa? Por que ainda somos tão imaturos na fé? Pagamos por um milheiro de uma graça alcançada, mas colaboro concretamente com uma só palavra para que um irmão se salve. Se vendessem velas de cem dias tenho certeza que seria um tremendo sucesso, mas como não se indignar com quem toparia com isso, mas não consegue passar (em silêncio) uma hora escutando a palavra numa missa dominical?

Aí do padre que não ler a intenção de dez anos e cinco dias pelo falecimento do fulano de tal! Como diz um padre amigo: "Oh povo de chagas abertas!"

Deixemos no silêncio, que insistimos em NÃO fazer, Deus agir. “(…) Dizia também: O REINO DE DEUS é como um homem que lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota E CRESCE, SEM ELE O PERCEBER. Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita”. (Mrc 4, 26-29)

 Oração: Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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