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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Evangelho do dia 24 de fevereiro sexta feira 2023

 


24 fev - Em meio às dúvidas e ansiedades, estejam os ânimos sempre confiantes e serenos (L 198). São Jose Marello


Mateus 9,14-15

"Então os discípulos de João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram:
- Por que é que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do senhor não jejuam?
Jesus respondeu:
- Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!
"

Meditação:

 Na Bíblia, o noivado representa a aliança de amor de Deus com seu povo. Porém, o povo que foi eleito para dar testemunho do amor universal e misericordioso de Deus, abandonou o Noivo (Javé) e se casou com um culto de jejuns e ritos vazios de libertação e cheios de leis opressoras para os mais debilitados. Agora está de novo o Noivo (Jesus) com uma nova oferta de misericórdia e gratidão.

A comunidade messiânica, composta por homens e mulheres marginalizados, está em festa. Como podem os líderes religiosos ser tão insensíveis diante da alegria dos pobres e pecadores que descobriam, em Jesus, o próprio Deus que em sua procura, como ovelhas perdidas e os fez sentar à sua mesa para lhes devolver a dignidade e a auto-estima que a Lei excludente do Templo lhes havia roubado?

Como não vêem a gratitude que se derrama como um vinho novo sobre seus corações ressecados pela solidão e pelo afastamento? Como querer que façam jejum se o Reino está florescendo entre suas mãos? Que Deus nos dê a sensibilidade para acolher quem é excluído em nossa igreja e em nossa sociedade!

O evangelho de hoje é uma versão mais breve do evangelho que já meditamos, quando nos foi proposto o mesmo tema do jejum (Mc 2,18-22), mas com uma pequena diferença.

A liturgia de hoje omite a comparação do remendo novo num pano velho e do vinho novo em odres velhos (Mt 9,16-17), e concentra sua atenção sobre o jejum.

A narrativa sucede à cena da participação de Jesus na refeição com o publicano Levi e seus amigos e companheiros. Jesus estava solidário com os excluídos do judaísmo, considerados "pecadores" por não serem observantes dos preceitos legais religiosos.

Para Jesus, o fundamental é a sua comunhão com todas as pessoas, indiscriminadamente, em vez de fechar-se em observâncias particularistas e excludentes. Os que optam pelas rigorosas observâncias religiosas se revestem de "eleitos" e se autoexcluem do convívio do dia a dia do povo comum, dos "pecadores".

O jejum é um costume muito antigo, praticado em quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou por quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa-os livres.

Para os judeus, o preceito do jejum era um assunto de muita importância na pratica religiosa. Os momentos de jejum estavam muito bem estipulados no calendário litúrgico semanal e anual. Também se jejuava em diversas circunstancias e motivos.

 Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber porque Jesus não insiste no jejum e por que os seus discípulos não assumem com seriedade esta tradição religiosa de seu povo.

Ante o questionamento, a resposta de Jesus é contundente e surpreendente. Em uma festa de bodas, todo mundo está contente. Ninguém vai fazer penitencia nem jejuar.

 Jesus esclarece que sua presença tem um sentido festivo similar a uma festa nupcial. Ele anuncia e testemunha uma boa e alegre noticia da parte de Deus.

 A frase final, alusiva ao retorno ao jejum quando "o noivo será tirado do meio deles", parece ter uma origem tardia, assumida pelo próprio evangelista.

Quando ele já não está com seus seguidores, então aí sim sentirão a necessidade de jejuar. As práticas devocionais de piedade, de religiosidade não têm sentido por si sós.

 Quando irrompe o Reino no meio do povo, somente há espaço para a alegria e a festa. A propósito, como você vive a experiência da presença do Reino de Deus em sua vida, na vida de sua família e de sua comunidade?

Qual é a forma de jejum que você pratica? Se não pratica nenhuma, qual é a forma que poderia praticar? O jejum, como pode ajudar-me a me preparar melhor para a festa da Páscoa? 

 Reflexão Apostólica

Um parêntese inicial: Antes de tudo, é importante reparar que os evangelhos desses primeiros dias convidam a refletir sobre o Jejum…

O Jejum é uma das práticas mais antigas de nossa Igreja. Ele está inserido entre os Mandamentos da Igreja haja vista sua importância na construção de um cristão e é engano acreditar que essa prática é exclusiva dos cristãos, pois muitas outras organizações religiosas a fazem como método de centrar seu pensamento e seu proceder.

De certa forma podemos dizer que o Jejum além de um belo exercício para a alma, como já dissemos ontem, é também uma forma de lembrar a presença do “noivo”. Jejuamos, pois Ele assim pediu, mas, além disso, era seu desejo que nos mantivéssemos fortes e perseverantes na fé.

Retorno então a reflexão de ontem: Abster-se de algo só terá o devido efeito se vier acompanhado de alguma coisa que preencha esse espaço.

 Quem jejua, busca algo maior que suas próprias forças, sendo assim, a abstinência deve ser acompanhada de um incremento na oração.

 Abdicar, deixa entender que estamos aptos e dispostos a também ceder e por fim é um sinal claro da presença do amor.

 O tempo é propicio, o momento favorece, por que não experimentar?

Em nossa vida, temos momentos de plena satisfação e outros que possivelmente gostaríamos de esquecer. Atos bons, por vezes, não nos marcam como as decisões equivocadas. Gostaríamos de não “ter dito aquilo”, “feito isso” …

 Por muitas vezes, notamos que foi motivado por um instante de raiva, uma noite mal dormida, um acontecimento antes do fato. Muitos assaltantes e pessoas que transgrediram a lei ao serem presos relatavam esse fato: “um instante de bobeira”.

Pode até parecer a perda de um dia, mas abster de algo de vontade própria, é na verdade a busca de si próprio dentro de nós mesmos.

 Jesus assim o fez quando foi ao deserto. De fato, cronologicamente não sabemos afirmar se foram 40 dias. Podem ter sido bem menos ou até bem mais que isso!

Os mestres da lei realizavam o jejum por qualquer coisa. Era “fashion” ficar com as feições transfiguradas e com ar sofredor para cativar “tapinhas nas costas”. Quantas pessoas ainda se comportam assim? Esse tipo de “jejum” não leva a nada.

 Mas são quarenta dias jejuando? Não! Procure na internet, consulte pessoas na sua comunidade, os padres… Eles poderão indicar-lhe uma forma muito sadia de passar pela Quaresma.

E no fim, o que procurarei? O que encontrarei? Que destino ou motivo deve nortear o meu jejum? Vamos ler a primeira leitura:

(…) Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o jejum que prefiro não é outro: – QUEBRAR AS CADEIAS INJUSTAS, DESLIGAR AS AMARRAS DO JUGO, TORNAR LIVRES OS QUE ESTÃO DETIDOS, ENFIM, ROMPER TODO TIPO DE SUJEIÇÃO? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne”. (Is 58, 5-7)

Hoje, o jejum verdadeiro significa abster-se do consumo e da posse de bens supérfluos a fim de partilhar seus recursos com os mais pobres e necessitados.

 Jejum é o desapego que faz vencer o mal que insiste em nos fazer medíocres a graça de Deus.

  Propósito: Tomar consciência do fato que o compromisso com o Evangelho é uma viagem sem volta, que exige perder a vida para poder possuir e retomar tudo com plena liberdade.

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