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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Evangelho quinta feira 01 agosto S. AFONSO DE LIGÓRIO

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 13,47-53

""O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. "Entendestes tudo isso?" - "Sim", responderam eles. Então ele acrescentou: "Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas". Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali."  
Meditação:
 

Encerrando o bloco de parábolas de Jesus, Mateus apresenta a parábola da rede lançada pelos pescadores, enfocando a perspectiva escatológica, relativa ao fim dos tempos, do Reino dos Céus.

Ao fim dos tempos está associado o juízo final. Este enfoque tem suas raízes no antigo tema profético do "dia de Javé" que, depois, se desdobra na literatura apocalíptica.

É o dia em que Javé virá julgar e punir as nações e, também, as infidelidades do próprio Israel. Este enfoque transmite a imagem de um deus discriminativo, violento e vingativo.

Pode-se pensar que este seja mais uma interpretação dos discípulos oriundos do judaísmo do que do próprio Jesus. A expressão: "ali haverá choro e ranger de dentes" é bem característica do evangelista Mateus, que a usa seis vezes.

Para aqueles e aquelas que afirmam que o inferno é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O inferno existe.  E se somos cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus, e procurar seguir os seus ensinamentos.

Hoje Jesus nos fala do inferno, e da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela Igreja como alguns pensam. É o próprio Jesus que nos anuncia. 

A vida eterna ou "reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta."

O nosso futuro está sendo traçado nos passos que estamos dando agora. Ou seja, o que acontecerá naquele dia do juízo final, depende do que estamos fazendo, ou deixando e fazer neste instante e nos instantes seguintes da nossa vida.

Será muito bom para a nossa alma se fizermos parte daqueles considerados bons. Por isso vamos fazer o possível e o impossível para não ser jogados fora, por que "assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos"

Reparou que esta parábola é bem parecida com a explicação da parábola do trigo e do joio? Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero escatológico-apocalíptico do judaísmo no tempo de Jesus.

É exclusiva do autor deste Evangelho, e a expressão "choro e ranger de dentes" é a  referência direta ao inferno.

A referência final ao escriba com o pai de família que tira de seu tesouro coisas velhas e novas  pode ser uma auto-apresentação do evangelista como sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida eterna ou do Reino de Deus. 

Reflexão Apostólica:

A consumação do Reino se realiza através do julgamento que separa os bons dos maus. Os que vivem a justiça anunciada por Jesus tomarão parte definitiva no Reino; os que não vivem serão excluídos para sempre. É preciso decidir desde já.
As parábolas revelam o segredo de Deus para aqueles que têm fé. Por isso, o doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus é capaz de ver a ligação entre o antigo e o novo testamento. Em Jesus tudo se renova e toma novo sentido.

Se repassarmos um pouco as páginas dos evangelhos, tendo como chave de busca os personagens, a maioria com nomes próprios, com os quais Jesus se relacionou e com quem compartilhou sua mensagem da Boa Nova do Reino, encontraríamos, mais ou menos, a seguinte lista: os discípulos, muitos deles pescadores ignorantes, gente pobre e desprezada por ser da região da Galiléia; mulheres impuras, enfermas, prostitutas, e muitas delas oprimidas por inúmeras formas de machismo presentes na sociedade, anciãs e anciãos inutilizados; pastores impuros e empobrecidos; cobradores de impostos, odiados por causa de seu espírito colaboracionista com os poderes dominadores de então; leprosos, cegos, surdos, pessoas cansadas, endemoninhados; crianças e pessoas rejeitadas pela lei dos adultos; pecadores de toda classe, militares e estrangeiros odiados.

Jesus fez dessa gente destinatários de seu amor e predileção. Para Ele, n valia o poder ou o ter, mas o ser de cada pessoa, e a partir desta condição universal de amor, devolveu a muita gente a dignidade roubada, integrando cada pessoa em seu projeto de comunidade.

Os esquemas mentais, impostos pela sociedade e pela cultura de cada época, aceitam como normais as estruturas com as quais conformam a sociedade.

Jesus sabe que aceitar a distinção entre as pessoas (boas e más) era aceitar a discriminação. Jesus quer que todas as pessoas sejamos filhos e filhas de Deus, com os mesmos direitos que nos fazem seres humanos iguais. A prática de Jesus nos ensina que para ele não há exclusão de pessoas.

No reino de Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com as novas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento.
Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realizar é o Espírito Santo.
Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a nos despojar de tudo que nos é inútil e está apodrecendo dentro de nós.
Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor.
Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, nós possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós.
Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós. 
Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo? 
Propósito:
Pai, concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final. Eu quero ser Jesus amado, como um barro nas mãos do oleiro, rompe-me a vida faz-me de novo, eu quero ser um vaso novo.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Evangelho quarta feira 31 julho - S. Inácio de loyola

Evangelho:
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 13,44-46
 "- O Reino do Céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e compra o campo.
- O Reino do Céu é também como um comerciante que anda procurando pérolas finas. Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e compra a pérola.
"
Meditação: 
 “(…) O Evangelho de hoje nos mostra a parábola na qual Jesus compara o Reino de Deus com um tesouro e com uma pérola. A comparação com o tesouro nos mostra o valor que o Reino de Deus deve ter nas nossas vidas, um valor que não pode ser superado por nenhum outro valor deste mundo. A pérola nos mostra a preciosidade inigualável que é o Reino de Deus para todas as pessoas. E tanto o valor como a preciosidade do Reino de Deus significam que todas as outras coisas perdem sua importância diante dele e só têm sentido enquanto contribuem para que o homem possa chegar até Deus”. (CNBB)
Grande parte do ensino de Jesus foi transmitida por meio de parábolas. Dos quatro evangelistas, Mateus foi o que mais registrou parábolas em seu evangelho. Somente no capítulo 13 foram registradas sete parábolas ensinadas por Jesus.
 As parábolas ensinadas por Jesus, de um modo geral, eram histórias nas quais ele fazia uso de coisas reais e conhecidas por seus ouvintes com o propósito de ensinar-lhes uma lição principal, especialmente a seus discípulos.
 Observemos que no contexto de Mateus 13, o propósito de Jesus, ao ensinar por parábolas é duplo:
 1) ocultar as verdades do reino aos de coração endurecido que não o reconheceram como o Messias. 
2) revelar os mistérios do seu reino aos que nele creram (Mt 13,11-16).
 Os discípulos do Senhor foram privilegiados, pois receberam dele a explicação e o entendimento das parábolas.
As parábolas ensinadas por Jesus, em especial as de Mateus 13, expressam verdades acerca do reino dos céus. O Senhor introduziu suas parábolas com a seguinte expressão: “O reino dos céus é semelhante a…”.
 Na pessoa e obra de Jesus o reino dos céus se manifestou entre os homens. Muito do seu tempo foi gasto na pregação do evangelho do reino, na qual estavam incluídas as parábolas do reino.
 Cada parábola apresenta um aspecto desse reino. Por exemplo, algumas vezes Jesus fala do reino como uma realidade presente (ex: parábola do grão de mostarda – crescimento do reino na terra e outras como uma realidade futura (a parábola da rede – juízo final, 47-50).
 Algumas parábolas apontam para a pessoa e a obra do rei Jesus (parábola dos lavradores maus – oposição a Jesus e sua morte); outras expressam a atitude cristã dos súditos do seu reino (bom samaritano - ser misericordioso, Lc 10,30-37; as parábolas do tesouro e da pérola.
Nesta meditação, vamos atentar especialmente para as parábolas do tesouro escondido e da pérola e descobrir o que Jesus requer de nós como súditos do seu reino.
Vamos tratar das duas numa mesma reflexão porque ambas estão relacionadas entre si e ao mesmo tempo expressam a mesma verdade acerca do reino dos céus.
 Além disso, ambas as parábolas apresentam algumas características próprias:
 1) são duas parábolas curtas não seguidas de uma explicação explícita, ao contrário das parábolas do semeador e do joio.
 2) ambas as parábolas foram dirigidas especialmente aos discípulos de Jesus e eles entenderam o que o Senhor lhes ensinou nelas.
 Portanto, essas parábolas são dirigidas por Jesus à sua igreja a fim de revelar-lhe uma verdade importante acerca do reino dos céus.
Atentemos para as parábolas do tesouro escondido e da pérola. O Senhor Jesus nos diz o seguinte: “O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem tendo-o achado, escondeu”. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.
O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.
Vejamos primeiramente a explicação dessas parábolas dentro do contexto da época. Depois, atentemos para a aplicação do ensino de Cristo nelas contido para nossas vidas como seus discípulos e cidadãos do seu reino.
A explicação das parábolas do tesouro escondido e da pérola.
Na parábola do tesouro escondido Jesus conta a história de certo homem que encontrou um tesouro escondido num campo.
O Senhor não diz quem foi o homem (empregado, arrendatário) que encontrou o tesouro nem tampouco como ele o encontrou, se arando, cavando ou plantando no campo, não sabemos. Também não sabemos qual foi o tesouro encontrado.
O que sabemos apenas é que certo homem encontrou um tesouro que estava escondido num campo. Tal fato não era algo anormal e fora da realidade.
Era uma coisa comum tanto na época do AT (Pv 2,4; Jr 41,8) quanto do NT esconder tesouros debaixo da terra por causa das guerras e revoluções tão freqüentes na época.
Era mais seguro guardar um tesouro escondido no campo do que deixá-lo em casa, pois este, estando em casa, poderia ser roubado por ladrões ou levado pelos invasores como despojo.
Acontecia, porém que, na maioria das vezes, o proprietário do tesouro morria sem revelar a ninguém onde tinha escondido o tesouro.
Assim, o tesouro escondido no campo poderia ou não ser encontrado por alguém. O Senhor fala de algo conhecido por seus ouvintes. Ele não está usando uma figura irreal e fantasiosa ao falar do tesouro escondido. Mas ele está falando de algo real e conhecido e também possível de acontecer.
Na verdade, ao longo da história, vários tesouros escondidos têm sido encontrados.
O homem que encontrou o tesouro no campo não estava à caça de tesouros escondidos. Ele o encontrou ao acaso. E qual foi a sua reação ao achar o tesouro escondido?
A primeira coisa que ele fez foi esconder o tesouro de volta. E depois, tomado por grande alegria por ter encontrado o tesouro, ele volta para sua casa, vende todos os seus bens e compra aquele campo no qual o tesouro estava escondido. Agora o campo era seu junto com o tesouro nele escondido.
Agora, atentemos para a parábola da pérola de grande valor. O Senhor Jesus desta vez conta a história de um negociante de pérolas que estava à procura das melhores.
Pérolas tinham um grande valor no primeiro século da era cristã assim como tem o diamante em nossos dias. Elas serviam como símbolo de status e posição entre os ricos.
Apenas os ricos as possuíam. A própria Bíblia no NT fala das pérolas como objeto de grande valor naquela época (Mt 7,6; 1Tm 2,9; Ap 18, 11,12).
Por serem valiosas, as pérolas eram muito procuradas por seus negociantes. Estes faziam longas viagens em busca das melhores e mais valiosas pérolas.
O homem da parábola é um negociante que está em busca das melhores pérolas. Jesus não diz para onde ele foi, mas tão somente diz que ele encontrou em sua busca a pérola que tanto procurava, a pérola de grande valor.
Uma oportunidade única na sua vida. Ele não sossegou enquanto não a obteve. O que então ele fez para adquiri-la? Jesus diz que aquele negociante, “tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou”. A pérola que tanto procurava agora era sua.
Comparando ambas as parábolas, observamos um ponto de semelhança entre elas. Esse ponto de semelhança está na atitude dos dois homens depois de terem encontrado o tesouro e a pérola.
Ambos reconheceram o imenso valor do que tinham encontrado e com alegria não hesitaram em vender tudo que tinham para obterem o que tinham encontrado.
Observando esse detalhe da parábola de que os dois homens se desfizeram de seus bens para possuírem o tesouro que encontraram podemos nos perguntar: “Eles fizeram a coisa certa? Ou foi uma loucura o que eles fizeram?”
Certamente que seus parentes e conhecidos desaprovaram a atitude deles por não saberem o que eles estavam fazendo. Mas ambos os homens sabiam muito bem o que estavam fazendo e eles fizeram a coisa certa.
Eles descobriram que aquilo que encontraram era muito mais valioso do que tudo quanto poderiam ter. Por essa razão, eles não pensaram duas vezes, mas com o coração resoluto e alegre e sem nenhum sentimento de perda desfizeram-se de tudo quanto possuíam para obterem o tesouro e a pérola que encontraram. Este é o ponto central da parábola através do qual Jesus quer nos ensinar uma verdade acerca do seu reino.
Qual é a mensagem que Jesus quer aplicar no nosso coração com o ensino das parábolas do tesouro escondido e da pérola? Que tipo de atitude ele exige de nós como súditos do seu reino?
Antes de atentarmos para a verdade central que Jesus quer aplicar no nosso coração com estas parábolas, vejamos primeiramente o que Jesus não está nos ensinando nelas.
Jesus não está ensinando que o crente deve comprar a sua salvação assim como os dois homens compraram o tesouro e a pérola. Alguns pensam assim ao interpretarem estas parábolas.
Não devemos chegar a essa conclusão, pois a Bíblia, que não se contradiz em lugar nenhum, nos ensina em vários textos que nossa salvação é uma dádiva graciosa de Deus (Ef 2,8-10; 2Tm 1.9).
O preço da nossa salvação foi o sangue de Cristo e não algo que podemos fazer para obtê-la. Não podemos comprar o reino de Deus. Pelo contrário, Deus é quem nos faz herdeiros e súditos do seu reino por pura graça mediante a fé em Cristo.
Jesus também não está ensinando que o cristão deve fazer um voto de pobreza ao vender tudo quanto tem para se tornar participante do reino de Deus.
Alguns pegam o detalhe da parábola de que os dois homens se desfizeram de tudo que tinham para obterem o que tinham encontrado e afirmam isso.
Não é isso que Jesus está ensinando. Não é assim que agora, por sermos cristãos, vamos vender nossa casa, nosso carro e todos os nossos bens para seguir Cristo.
Sempre existiu e existirão cristãos fiéis que são ricos no sentido material. Isso é dom de Deus. Ser cristão não é sinônimo de ser pobre, no sentido material. Portanto, Jesus não está nos ensinando a se tornar pobres nestas parábolas.
Qual é então a atitude correta que Jesus requer dos seus discípulos nas parábolas do tesouro escondido e da pérola?
A verdade central da parábola que Jesus quer colocar no nosso coração é a seguinte: O reino dos céus com tudo o que ele é e possui é um tesouro tão valioso que o cristão que o encontra reconhece seu imenso valor e, motivado por grande alegria, dispõe-se de todo o coração a entregar tudo quanto possa interferir na obtenção desse reino tão valioso.
Em outras palavras: aqueles que percebem o imenso valor do Reino de Deus que foi revelado em Cristo sacrificarão qualquer coisa para desfrutar das riquezas desse Reino.
O cristão que encontrou o Jesus Cristo e todas as bênçãos do seu reino (o perdão dos pecados, nova vida no Espírito, governo e cuidado de Cristo sobre sua igreja, vida eterna), consciente de todos estes benefícios, abandonará alegremente o seu velho estilo de vida para então viver em total gratidão e louvor ao seu Rei e Salvador Jesus Cristo que, por pura graça, o faz desfrutar das riquezas do seu reino.
Por causa de sua grande alegria por ter encontrado o Salvador de sua vida e se tornar um herdeiro do seu reino eterno, o cristão não desejará outra coisa senão viver para o seu Senhor.
Ele fará isso sem nenhum constrangimento, mas com toda alegria, pois ele agora sabe que, pela graça de Deus, foi transportado do império das trevas (uma vida de miséria e pecado) para o reino de luz do Filho Amado de Deus (perdão e salvação).
Qual tem sido a nossa atitude como súditos do reino de Deus? Será que nós temos percebido o imenso valor do reino de Deus? Cristo é o nosso maior tesouro? Ocupa ele o primeiro lugar em nossa vida?  Seus mandamentos e promessas valem mais para nós do que qualquer coisa que este mundo pode nos oferecer? Ou será que nos apegamos tanto às coisas terrenas que nos esquecemos de colocar o reino de Deus em primeiro lugar na nossa vida?
Cristo nos chama a tomar uma atitude firme e decisiva de segui-lo. Ele quer o nosso coração. Ele quer que sejamos discípulos alegres e gratos pelos benefícios do seu reino que ele nos deu de graça.
Cristo quer que abandonemos qualquer coisa que nos impeça de desfrutar das suas bênçãos. Ele exige de nós o alegre abandono de todas as coisas que nos atrapalha de desfrutar das riquezas do seu reino e nos impede de servir a ele de todo o nosso coração.
Pode ser que queiramos seguir a Cristo e ao mesmo tempo viver em nossos pecados. Tal atitude é inaceitável a Cristo. Ele disse que é impossível servir a dois senhores e que devemos amar a Deus de todo o nosso coração.
Pode ser que desejemos tanto as riquezas materiais que nos esquecemos do imenso valor das riquezas do reino que Cristo nos dá (perdão, vida eterna).
Pode ser que fiquemos tão preocupados em cuidar da nossa vida e dos nossos interesses aqui na terra que deixemos de obedecer e confiar em Deus. Mas Jesus nos diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6,33).
Aqueles que se agarram aos tesouros terrestres e aos prazeres mundanos a ponto de desprezarem Cristo, acabam perdendo as riquezas do reino.
Isso é uma atitude insensata. Pois Cristo falou: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á... Pois que aproveitará o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma”?
 Por outro lado, Ele também afirmou: “... e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á” (Mt 16,25-26). Quer dizer, aquele que reconhece o imenso valor do reino de Deus e alegremente abandona o mundo para seguir Cristo faz a coisa certa, age com sabedoria. Pois não é tolo “aquele que se desfaz do que não pode ter para ganhar o que não pode perder”.
 O cristão sábio e feliz que encontrou Cristo e reconheceu o imenso valor de suas riquezas, seguirá alegremente o seu Salvador e não perderá as bênçãos do reino de Deus, mas desfrutará delas agora e eternamente.
 Reflexão Apostólica:
 O evangelho de hoje traz mais duas pequenas parábolas do Sermão das Parábolas. As duas são semelhantes entre si, mas com diferenças significativas para esclarecer melhor determinados aspectos do Mistério do Reino que está sendo revelado através destas parábolas.
Jesus conta uma história bem simples e bem curta que poderia acontecer na vida de qualquer um de nós. Assim, ele provoca os ouvintes a partilhar com os outros o que esta história nele suscitou.
Temos aqui, alguns pontos a  observar:
1) O tesouro, o Reino, já está no campo, já está na vida. Está escondida. Passamos e pisamos por cima sem nos dar conta.
 2) O homem encontrou o tesouro. Foi puro acaso. Ele não esperava encontra-lo, pois não estava procurando.
 3) Ao descobrir que se trata de um tesouro muito importante, o que ele faz? Faz o que todo mundo faria para ter o direito de poder apropriar-se do tesouro. Ele vai, vende tudo que tem e compra o campo. Assim, junto com o campo adquiriu o tesouro, o Reino. A condição é vender tudo!
 4) Se o tesouro, o Reino, já estava na vida, então é um aspecto importante da vida que começa a ter um novo valor.
 5) Nesta história, o que predomina é a gratuidade. O tesouro é encontrado por acaso, para além das programações nossas. O Reino acontece! E se acontece, você ou eu temos que tirar as conseqüências e não permitir que este momento de graça passe sem dar fruto.
 A segunda parábola é semelhante à primeira mas tem uma diferença importante.  Também aqui, temos alguns pontos a observar:
 1) Trata-se de um comerciante de pérolas. A profissão dele é buscar pérolas. Ele só faz isso na vida: buscar e encontrar pérolas. Buscando, ele encontra uma pérola de grande valor. Aqui a descoberta do Reino não é puro acaso, mas fruto de longa busca.
 2) Comerciante de pérola entende do valor das pérolas, pois muitas pessoas querem vender para ele as pérolas que encontraram. Mas o comerciante não se deixa enganar. Ele conhece o valor da sua mercadoria.
 3) Quando ele encontra uma pérola de grande valor, ele vai e vende tudo que tem e compra essa pérola. O Reino é o valor maior.
As duas tem o mesmo objetivo: revelar a presença do Reino, mas cada uma revela uma maneira diferente de o Reino mostrar a sua presença: através de descoberta da gratuidade da ação de Deus em nós, e através do esforço e da busca que todo ser humano faz para ir descobrindo cada vez melhor o sentido da sua vida.
 Tesouro escondido: já encontrou alguma vez? Já vendeu tudo para poder adquiri-la? Buscar pérolas: qual a pérola que você busca e ainda não encontrou?

  Qual é o tesouro?

Quem realmente já se sentiu tocado por Deus? Convido a recordar essa boa lembrança e buscar na memória o que aconteceu e como Deus agiu. Como foi que eu fiquei? Como me senti? Quanto tempo durou? Chorei? Todos ao meu redor notaram? Testemunhei? Agradeci? Permaneci depois?
Madre Tereza nos deixou grandes ensinamentos não só com palavras, mas com sua vida e alguns dos seus pensamentos assemelham-se tanto com a filosofia do homem de Nazaré que profundamente acredito que ela encontrou um tesouro no campo. É atribuída a ela uma frase que diz: “(…) Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz“.
Um parentese: Se não soubéssemos que essa frase é dela, poderíamos acreditar que era e ainda é a própria forma de viver de Jesus. “(…) Os fiéis leigos são chamados a exercer a sua missão profética, que deriva diretamente do batismo, e testemunhar o Evangelho na vida diária onde quer que se encontrem”. (VD § 94)
Todos aqueles que têm um encontro com o divino não conseguem esconder a transformação que é gerada em seu semblante. Milagres e curas são operados, mas as grandes transformações de fato acontecem em algo chamado BEM ESTAR. Ninguém que encontra com Jesus volta sem a paz. A paz que o apóstolo dos gentios diz que ninguém consegue explicar
Essa paz precisa ser procurada individualmente e que todos os nossos esforços em apresentar essa paz as pessoas precisam respeitar o livre arbítrio das pessoas de aceitar ou não, mas não podemos desistir de, como Madre Tereza, em fazer pelo menos com que os que nos cercam , saiam melhores do quando chegaram.
Quanto aos tesouros…
Notamos que uma grande parcela dos pedidos feitos nos grupos de oração e caixinhas de oração espalhadas por nossas paróquias caem justamente nesse contexto. Pedimos a conversão de nossos maridos, esposas, juízo para nossos filhos (as), paz em nossa casa, (…). Buscamos geralmente o que é mais precioso. Os gananciosos que se encantam com as pérolas de menor valor.
Cada um precisa com esmero e esforço próprio encontrar o tesouro e não se enganar com as bijuterias espalhadas pelo campo. Lembremo-nos do Joio e do trigo! Quem já o encontrou precisa se empenhar com todo coração, de toda sua alma e toda sua força para permanecer pelo menos com a paz, pois como diz a palavra, já não somos mais crianças levadas pelo que é passageiro.
Quem não conhece o diamante bruto o joga fora com os cascalhos. Um bom garimpeiro sabe bem diferenciar, apenas com os olhos, o brilho do que é precioso e esta encoberto.
A pedra mais preciosa de Deus é a sua criatura
. Valorize e dê o devido valor a ela!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Evangelho terça feira 30 julho

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 13,36-43

"Então Jesus deixou a multidão e voltou para casa. Os discípulos chegaram perto dele e perguntaram:
- Conte para nós o que quer dizer a parábola do joio.
Jesus respondeu: - Quem semeia as sementes boas é o Filho do Homem. O terreno é o mundo. As sementes boas são as pessoas que pertencem ao Reino; e o joio, as que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeia o joio é o próprio Diabo. A colheita é o fim dos tempos, e os que fazem a colheita são os anjos. Assim como o joio é ajuntado e jogado no fogo, assim também será no fim dos tempos. O Filho do Homem mandará os seus anjos, e eles ajuntarão e tirarão do seu Reino todos os que fazem com que os outros pequem e também todos os que praticam o mal. Depois os anjos jogarão essas pessoas na fornalha de fogo, onde vão chorar e ranger os dentes de desespero. Então o povo de Deus brilhará como o sol no Reino do seu Pai. Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.
"

Meditação: 

Nesta parábola Jesus usa a figura do joio e do trigo para nos explicar direitinho o que acontece com o mundo em relação ao reino de Deus.
 Jesus é o semeador, que veio instaurar o reino do amor de Deus no coração dos homens. É Ele quem planta a boa semente da Sua palavra e dos Seus ensinamentos no coração de todos os que querem pertencer ao reino dos céus.
O campo é o mundo aonde convivem os bons e os maus e a boa semente são os que aceitam os ensinamentos de Jesus para acolher o reino dos céus.
 O joio são os que são sugestionados pelo maligno, isto é, o espírito do mal que intervém e sutilmente se infiltra querendo impedir que o reino de Deus aconteça no interior do coração do homem.
 Nós sabemos que o joio e o trigo são plantas muito parecidas a ponto de confundir a visão de quem colhe. “Normalmente o joio cresce nas mesmas zonas produtoras de trigo e se considera uma erva daninha desse cultivo.
 A semelhança entre essas duas plantas é tão grande, que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como “falso trigo”.
 Dentro do nosso coração há trigo, mas também há o joio, por isso acontece dentro de nós uma luta constante entre o bem e o mal. Porém, quando nós nos apossamos da semente da Palavra que Jesus nos deixou, nós saímos vitoriosos e o bem prevalece.
Muitas vezes nós até achamos que o mal está prevalecendo, no entanto, podemos ter certeza de que a vitória do bem já nos foi garantida por Jesus.
 É a partir desta dinâmica que cada um de nós pode ser uma boa ou uma má semente no campo que é o mundo. Jesus nos dá entendimento da parábola do joio e do trigo, para que nós possamos ajuizar que tipo de semente tem sido jogada no terreno do nosso coração e se nós a estamos acolhendo.
Quando nós acolhemos a Palavra do Senhor dentro da mentalidade que Ele prega nós podemos dizer que estamos sendo também no mundo uma semente boa.
 Todavia, nós podemos estar sendo confundidos pela ação do inimigo que tenta desvirtuar o sentido dos ensinamentos de Jesus fazendo com que nós tenhamos no mundo um comportamento duvidoso.
Precisamos estar bem atentos enquanto estamos aqui na terra e temos vida e oportunidade. Jesus mesmo falou que no final os Seus anjos virão e retirarão do seu reino todos os que praticam o mal.
Não podemos nos acomodar, precisamos fazer a nossa parte para edificar o reino de Deus aqui na terra. Por ocasião da colheita nós seremos ofertados a Deus ou seremos queimados pelo fogo, dependendo da nossa adesão ao Projeto do Pai que Jesus Cristo veio instaurar na terra. 
 Reflexão Apostólica: 
Aprendemos na escola que cargas positivas atraem negativas e vice-versa, consequentemente as que têm polaridades iguais se repelem mutuamente. Segundo a lei da gravitação universal, um corpo de maior massa tende a trazer para si outro de menor massa, sendo assim explicado porque rodamos em torno do sol. Dentro do nosso planeta, nosso mundo, (…) positivos ou negativos, não importa, somos atraídos por algo bem maior que nós todos.

É importante diferenciar esse pensamento inicial do que é apregoado como “lei da atração”, que não é a de Newton, mas a que nada mais é que uma forma de encarar a vida como não dependêssemos de nada, a não ser de nosso pensamento, para ter um determinado sucesso. Nessa dita “lei da atração”, seus adeptos procuram atrair coisas que lhes favoreçam no sentido financeiro, sendo que o próprio site oficial do livro caracteriza isso.

“(…) O homem não é fruto da sorte, nem de um conjunto de circunstâncias, nem de determinismos, nem de interações físico-químicas; é um ser que goza de uma liberdade que, levando em conta sua natureza, transcende-a e é o sinal do mistério de alteridade que o habita!”. (Bento XVI: Por uma Ciência com Consciência / Academia de Ciências de Paris-2008)

Preciso aprender a reconhecer que existe algo maior que mim mesmo. Algo que me atrai constantemente para Ele e por mais forte que seja minha vontade de fugir, sua infinita “massa” me atrai.
Vemos pessoas céticas, agnósticas, com formações puramente científicas, passarem a vida a procurar a não existência dessa força que nos atrai. Pessoas renomadas, conceituadas, estudadas sendo atraídas sem saber, atraídas pelo mistério da fé que temos e que passam a vida semeando o joio sem saber, que também, o Senhor os fez grão de trigo.

Charles Darwin um dia disse que “Devo dizer-vos que em vosso livro Pretensões da Ciência expressastes a minha profunda convicção, e mesmo mais eloqüentemente do que eu saberia fazê-lo, isto é, que o universo não é e nem pode ser obra do acaso”.
Isaac Newton refletiu assim: “Esta elegantíssima coordenação do sol, das estrelas, dos planetas e dos cometasnão pode ter outra origem que o plano e o império do Ser dotado de inteligência e de poder, que tudo domina, não como alma do mundo, mascomo o Senhor de todas as coisas, eterno, infinito, onipotente, onisciente”.

Onde eu entro nesse contexto?

Muito maior que nós mesmos e de nossos entendimentos (pensamentos e atitudes) habita algo maior que cabe dentro de um menor.
Como entender um Deus tão grande que habita num ser tão pequeno como nós. São João evangelista, creio eu, deve ter pensado por longos anos para no fim explicar que Deus é Amor (I Jo 4, 8). E quando nos permitimos a nos descobrir, segundo Paulo, revelamos a imensidão de um Deus tão grande (II Cor 3 18); passamos a refletir algo que atrai as pessoas, não pelo que sou, mas por aquilo que acredito que habita em nós. Sem querer descubro que o reino de Deus habita em mim. “(…) Então o povo de Deus brilhará como o sol no Reino do seu Pai”.

“(…) O amor permite sair de si mesmo para descobrir e reconhecer o outro; ao abrir-se à alteridade, afirma também a identidade do sujeito, pois o outro me revela a mim mesmo”. (Bento XVI: Por uma Ciência com Consciência / Academia de Ciências de Paris-2008)
A ciência moderna ainda não respondeu sobre a “atração” do amor; ainda não respondeu sobre a “força gravitacional” que nos ter fé (…). O criador da Teoria Quântica, Max Plank, disse: “(…) Deus está no ponto de chegada de toda reflexão.

Para concluir, trazendo para o nosso dia a dia: A passagem do joio é auto-explicativa, Jesus é muito claro objetivo em suas explicações, por isso quero me concentrar num versículo em especial: "O Filho do Homem mandará os seus anjos, e eles ajuntarão e tirarão do seu Reino todos os que fazem com que os outros pequem e também todos os que praticam o mal."  Fazer com que os outros pequem. Isso é perigoso.
Muitas vezes nos concentramos em nossos pecados, vigiando nossas atitudes, pensamentos, mas esquecemos dos outros. Fazemos muitas coisas corretas, mas se vem alguém contar algo de sua vida, caímos no erro de influenciar a pessoa ao pecado. Posso até dar um exemplo.

Sabemos que matrimonio é pra sempre, que devemos lutar por esse sacramento. Então aparece aquela sua amiga, jovem, bonita, porém triste com um casamento não muito feliz.
Qual seria nossa primeira reação: mulher, você não merece isso, tão bonita e jovem, sofrendo por causa desse homem que não te dá valor. Se eu fosse você já teria deixado ele, não agüentaria essas coisas que você suporta. Pronto, pecamos! Influenciamos uma pessoa, por uma opinião pessoal e que o mundo oferece.
De fato, seria mais fácil para essa mulher deixar o marido e muito mais fácil dar esse tipo de conselho do que, por exemplo, sugerir que ela reze, que procure o padre, que tente conversar com esse homem. E são muitos exemplos que, sem querer, levamos outras pessoas ao pecado, ao erro.
Tenho certeza que diversas vezes não percebemos o que estamos fazendo, apesar de saber o que é o certo, por isso é preciso vigiar, sempre e todas as circunstâncias. Não somente nas decisões tomadas em nossa vida, mas também quando participamos da vida de outras pessoas.
Faça uma reflexão sobre tudo o que você tem percebido aqui na terra: quem está vencendo o bem ou o mal? O que você tem feito para difundir o reino de Deus? – Você se considera trigo ou joio? Qual a influência que você está tendo para os seus amigos e suas amigas: você tem sido instrumento do bem ou do mal? Para onde você os (as) está levando?

 Oração: Senhor, ajuda-me a ter um coração puro, sábio. Que eu tenha sempre discernimento para ajudar às pessoas a se encontrarem contigo e que nunca, nenhuma palavra minha seja motivo para que outras pessoas pequem ou se afastem de ti. Ajuda-me a ser trigo e não joio, para que chegada a hora, eu entre no Reino dos céus.

domingo, 28 de julho de 2013

Evangelho segunda feira 29 julho - Sta Marta

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São João 11,19-27 ou São Lucas 10,38-42

"Muitos judeus tinham ido consolar Marta e Maria pela morte do irmão. Logo que Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada, em casa. Marta, então, disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá". Jesus respondeu: "Teu irmão ressuscitará". Marta disse: "Eu sei que ele vai ressuscitar, na ressurreição do último dia". Jesus disse então: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês nisto?" Ela respondeu: "Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que deve vir ao mundo"." 

Meditação:
 

Em Lucas há uma cena com Marta dedicada aos trabalhos da casa e Maria, à escuta de Jesus (Lc 10,38-42).

Em João, nesta cena do evangelho de hoje, vemos Maria sentada em casa, triste com a morte do irmão, e Marta atenta e dialogando com Jesus em busca da vida, fazendo sua profissão de fé.

De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia. Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida". A ressurreição é a vida de Deus, que vence a morte e que nos é dada em Jesus.

Marta, com sua irmã Maria e seu irmão Lázaro, só são mencionados por Lucas e por João, nesta passagem da ressurreição de Lázaro e na ceia em Betânia, seis dias antes da última ceia na véspera da Páscoa em Jerusalém (Jo 12,1-8).
As palavras que acabamos de ler no Evangelho advertem-nos que, no meio da multiplicidade das ocupações deste mundo, há um bem único para o qual devemos tender.
Tendemos porque ainda estamos a caminho e não em morada permanente; em viagem e não na pátria definitiva; em tempo de desejo e não da posse perfeita. Mas devemos tender sem preguiça e sem parar, a fim de podermos um dia chegar ao fim.
Dos evangelhos, é sempre difícil, retirar o que é acontecimento histórico. Sabemos sim, que o objetivo dos autores é; perante destinatários concretos, as comunidades a que dirigiam o que escreviam, pô-las em contacto com Jesus Cristo. Seriam, dizemos nós hoje, catequeses.

A memória de santa Marta está associada, à ressurreição de Lázaro. Sabemos que esta ressurreição, não foi definitiva, pois Lázaro voltou a morrer.
Este episódio contado por João, serve para, mais uma vez, percebermos que Jesus é o Senhor da vida. Todos os gestos, todos os sinais, incluíndo este, mostram-nos Jesus comprometido com a vida dos homens. Vida que acreditamos nós, não termina quando da nossa morte física, mas continua para sempre.

João põe na boca de Marta a profissão de fé em Jesus Cristo: "Sim, Senhor, eu creio". Profissão de fé, muito semelhante à de Pedro.
Marta que conhecíamos doutro episódio, como andando atarefada e aparentemente distraída (Lc 10,38-42), tem neste acontecimento, a centralidade do crente que professa e adere na confiança plena.

O acontecimento não identifica somente uma coisa que aconteceu e com a qual tudo teve início, mas é aquilo que desperta o presente, define o presente, dá conteúdo ao presente, torna possível o presente.

"Amai toda a gente com grande amor de caridade, mas reservai a vossa amizade profunda para os que podem partilhar convosco as coisas boas. [...]"

Se partilhamos no domínio dos conhecimentos, a nossa amizade é certamente louvável; mais ainda se comungam da prudência, da discrição, da força e da justiça.

Contudo, se a nossa relação é fundada na caridade, na devoção e na perfeição cristã, a nossa amizade é preciosa! É admirável porque vem de Deus, admirável porque tende para Deus, admirável porque o seu laço é Deus, porque é eterna em Deus. Como é bom amar na terra como se ama no céu, aprendamos a amar neste mundo como o faremos para sempre no outro!

Não se trata aqui do amor simples da caridade, porque esse deve ser levado a todos os homens; trata-se da amizade espiritual, pela qual dois, três ou vários comungam na vida espiritual e têm um só coração e uma só alma.

É verdadeiramente justo que tais almas cantem felizes: "Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!" (Sl 132, 1).

Todas as outras amizades não são mais do que a sombra desta. É fundamental que os cristãos que vivem no mundo se ajudem uns aos outros através de santas amizades; por este meio incentivam-se, apoiam-se, conduzem-se mutuamente para o bem.

Ninguém pode negar que Nosso Senhor amou com uma amizade mais doce e muito especial São João, Lázaro, Marta e Madalena, pois o Evangelho o testemunha.

Reflexão Apostólica:

A morte de uma pessoa querida é, muitas vezes, causa de desespero para todos nós, pois nos parece que as nossas preces não foram ouvidas.
No Evangelho de hoje, enquanto Maria permanece sentada em casa, Marta vai ao encontro de Jesus. De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia. Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida".

Marta afirma: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Ela mandou chamar Jesus, mas ele não estava presente no momento em que ela tanto precisava.

Porém, ela não se desesperou por causa disso, continuou acreditando e o resultado da sua fé foi o retorno do seu irmão à vida, mostrando-nos, assim, que não devemos questionar a ação divina, mas sempre confiar em Deus, que faz tudo para o nosso bem, para a nossa felicidade e para a nossa salvação.

Jesus demonstrou a força poderosa do Amor de Deus quando ressuscitou Lázaro. A fé em Jesus Cristo gera em nós esperança, mesmo diante da morte, como aconteceu com Marta.

Nunca poderemos duvidar da força do amor de Jesus que quer nos salvar: “Senhor, se tivesse estado aqui, meu irmão não teria morrido, mas, mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele to concederá”.

Quando nós caminhamos na vida tendo convicção de que o poder amoroso de Deus pode nos conceder vida nova e nos tirar das situações de morte nós não tememos coisa alguma.

Crer em Jesus é o troféu mais valioso que nós podemos empunhar, pois é a condição prevista pelo próprio Jesus para que tenhamos a vida eterna.

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês isto?” 

Você, crê nisto também? É assim que você pensa e espera? Como você entende isto que Jesus falou: ainda que morra, viverá? E aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais? A que tipo de morte Jesus se refere? Como você imagina que Deus seja? Qual a experiência que você tem vivido das coisas desagradáveis?

Jesus se apresenta como a ressurreição e a vida, mostrando que a morte é apenas uma necessidade física. Para a fé cristã a vida não é interrompida com a morte, mas caminha para a sua plenitude. A vida plena da ressurreição já está presente naqueles que pertencem à comunidade de Jesus.

A ressurreição é a vida de Deus que vence a morte e que nos é dada em Jesus. A ressurreição de Lázaro revela a continuidade da vida e a presença da vida eterna, já, naqueles que crêem em Jesus.

O crer em Jesus é a recuperação da vida, agora, sem jamais morrer. É a participação na vida divina, no presente. A comunidade que crê em Jesus e vive sua missão de amor já está inserida na vida eterna.

Propósito:


Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

EVANGELHO 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM 28 DE JULHO

Lucas 11,1-13

"Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um dos seus discípulos pediu: 
- Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele. 
Jesus respondeu: 
- Quando vocês orarem, digam: 
"Pai, que todos reconheçam 
que o teu nome é santo. 
Venha o teu Reino. 
Dá-nos cada dia o alimento 
que precisamos. 
Perdoa os nossos pecados, 
pois nós também perdoamos 
todos os que nos ofendem. 
E não deixes que sejamos tentados." 
Então Jesus disse aos seus discípulos: 
- Imaginem que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe diga: "Amigo, me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu não tenho nada para lhe oferecer." 
- E imaginem que o amigo responda lá de dentro: "Não me amole! A porta já está trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me levantar para lhe dar os pães." 
Jesus disse: 
- Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar. Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês será capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando ele pede um peixe?
" 
Meditação: 
No texto do Gênesis (Gn 18,20-32) encontramos três temas ou pontos doutrinais: 1) Todas as nações são abençoadas em Abraão; até Sodoma e Gomorra encontram nele o sujeito das promessas feitas por Deus. 2) Aparece em segundo lugar a idéia de intercessão, tão importante em toda a história da salvação. Abraão, como mais tarde Moisés, como Cristo depois, são exemplo da intercessão perante Deus. 3) Finalmente aparece a idéia de mérito. Um pequeno número de justos pode conseguir a salvação de um grande número de pecadores. 

São Paulo (Cl 2,12-14) nos dirá que a primazia de Cristo sobre toda a criação faz com que sua mediação seja suficiente e completa. Esta primazia de Cristo é expressa de forma muito bonita com imagens de “raiz”, “templo”, “habitação da plenitude da humanidade”, “cabeça”. Só há um mediador: Cristo.
 

Pelo batismo o cristão participa da primazia de Cristo. O batismo o vincula à morte e ressurreição de Cristo, momento em que o Senhor alcançou esta primazia. Esta união com Cristo torna inútil a circuncisão e qualquer outra prática ritual qualquer que seja. Além do mais, Cristo polariza toda a humanidade e todo o cosmo e os eleva até adquirir nele a plenitude.
 

Encontramos no Evangelho um pequeno tratado sobre a oração. Em primeiro lugar, a oração do Pai-nosso. Depois, a parábola do amigo inoportuno e, finalmente, algumas considerações sobre a confiança na oração. Todo o texto oferece uma grande unidade e vem a ser como um comentário à petição: “o pão nosso de cada dia”.
 

Temos aqui uma verdadeira catequese sobre a confiança na oração. Nossa oração será ouvida não tanto porque insistimos muito, mas sobretudo porque Deus é bom. Esta eficácia da oração, e conseqüentemente nossa confiança nela, se fundamenta na intercessão de Cristo.
 

O Pai-nosso é o resumo orante e atuante de toda a vida cristã. É o resumo de todo o Evangelho. Muitos consideram o Pai-nosso como a síntese da pregação e prática de Jesus. A vida de Jesus foi isso: o Pai e o Povo (pai-nosso).
 

Toda a prática e pregação de Jesus consistiu nisto: fazer a vontade do Pai, que consiste em construir seu Reino no meio de nós, para que assim sejam santificados por todos o seu nome e todos os seres humanos, os que fazemos parte do grande povo de Deus, possamos ter vida em abundância, graças ao que conquistamos como dom e como luta o que necessitamos para viver com dignidade (pão), crescemos na vida comunitária e solidária (perdão), superamos egoísmos e individualismos (tentações) e nos libertamos daquilo que nos oprime (mal).
 

No Pai-nosso encontramos uma correta relação e articulação entre a causa do Pai e a causa do Povo, entre Deus e os seres humanos, entre o céu e a terra. A primeira parte do Pai-nosso se refere à causa de Deus-Pai: a santificação de seu nome, seu reinado e sua vontade. A segunda parte faz referência à causa dos seres humanos: o pão necessário, o perdão indispensável, a tentação sempre presente e o mal continuamente ameaçador. Ambas as partes formam uma unidade na prática e pregação de Jesus, ensinando-nos que Deus não se interessa apenas com o que é seu - seu nome, seu reino, sua vontade -, mas se preocupa também com tudo aquilo que é próprio do povo, - o pão, o perdão, a tentação, o mal -, realidades que também se abrem aos interesses do Pai: seu nome, seu reinado e sua vontade.
 

Em poucas palavras, na oração de Jesus, a causa de Jesus, não é alheia à causa do povo, e a causa do povo não é estranha à causa de Deus.
 

O Pai-nosso se transforma na oração principal dos filhos que se “atrevem” a pedir tudo ao Pai para a realização de seu Reino e para tudo aquilo que afeta a precariedade de sua vida aqui na terra. Pedem e se comprometem ao mesmo tempo. Nada do que pedimos nessa oração nos dispensa de agir. Deus nos escuta, com certeza. Mas o Pai pretende também que os filhos o “escutem”. A oração nos permite “escutar” o que Deus espera de nós: exatamente as mesmas coisas que pedimos a ele.
 

A catequese que nos transmite o evangelho de Lucas sobre a oração constitui um urgente convite à confiança e à insistência, com a certeza de sermos ouvidos. Vale recordar que Deus nos escuta, mas não nos tempos e nos modos que nós determinamos. A oração ouvida é a oração que nos transforma, que nos faz entrar, sob o impulso do Espírito, no projeto de Deus, que nos introduz em sua ação.
 

 A oração que Jesus ensinou aos seus discípulos é bem curta. Eles, seguramente, sabiam de memória longos salmos e extensas orações da tradição popular. A oração de Jesus se dirige ao que é essencial: a experiência de Deus como Pai, o clamor pelo Reino, o perdão das ofensas próprias e alheias e a necessidade do sustento diário.
 

Esta oração ensina aos discípulos sobretudo que são família. Ao dirigir-se a Deus como Pai reconhecem os laços fraternais que os unem entre si e com toda a humanidade. Ao mesmo tempo, manifestam-se como uma comunidade unida por um sentimento filial. A alegria que experimentam ao reconhecer-se como família os compromete num permanente clamor que torne possível manifestar o Reino de Deus aos homens e mulheres. Este Reino começa fundamentalmente com a solidariedade efetiva com o próximo. Solidariedade manifesta em sinais palpáveis como o perdão das dívidas e ofensas alheias, na serenidade para buscar o pão de cada dia sem a intenção de acumular mais do que o absolutamente indispensável e na lucidez para enfrentar as tentações representadas pelo poder, pelo dinheiro e pelo prestígio.
 

Em seguida, com uma parábola acerca dos dois amigos coloca a oração no plano das relações cálidas e próximas. Os sentimentos de confiança e gratidão para com o Pai desculpam aquilo que possa parecer inoportuno na petição. O orante deve, então, cultivar uma atitude de perseverança e suplicar mesmo que a porta possa parecer fechada. Seu clamor deve estar dirigido no sentido de receber aqueles dons que manifestam a irrupção do Reino e não aquilo que sejam caprichos pessoais.
 

Esta oração dirigida a um Deus que é Pai generoso distingue os discípulos dos demais grupos religiosos. Os discípulos aprendem com Jesus a confiar em Deus como um Pai e amigo a quem podem se dirigir com alegria. Simultaneamente compreendem as exigências do Reino de Deus: solidariedade, justiça e total disponibilidade.
 

Esta oração não é uma ocorrência ocasional de Jesus. É fruto de sua incessante oração e precede os momentos cruciais de sua missão. A primitiva comunidade cristã compreendeu muito bem a importância desta oração ensinada por Jesus e a conservou em sua memória repetindo-a incessantemente até os dias de hoje.
 

A cada dia nos perguntamos o que fazem de diferente os cristãos das demais pessoas. A diferença não pode residir em sua liturgia ou em seus monumentais templos, mas em sua particular experiência do Deus do Reino revelado por Jesus, e no altíssimo valor que dão à vida comunitária como criadora de um mundo novo. Os cristãos devem ser uma “alternativa” que manifeste em sua cálida relação com Deus e em sua intensa vida comunitária os sinais do Reino de Deus que vem até nós.
 

Desgraçadamente, às vezes transformamos a oração ensinada por Jesus num incessante martelar de palavras repetidas mecanicamente. Isto nos leva a converter a oração do discípulo - a que nos identifica e nos faz compreender nossa especial relação com Deus – numa prece a mais, aprendida e repetida sem sentido. Assim, as exigências que brota da oração dirigida ao Pai se dilui no tráfego da vida cotidiana.
 

Se tivéssemos que resumir ainda mais a breve oração do “pai-nosso”, a sintetizaríamos assim: “Venha o teu Reino!”, ou “Faça-se a tua vontade na terra como no céu”, que não são petições diferentes. Elas acabam expressando - como não poderia deixar de ser - a opção fundamental de Jesus (a Causa de Jesus!), que há de ser também a nossa opção fundamental ( a nossa Causa!). Essas petições podem ser, por isso, muito legitimamente, a expressão, o slogan, o lema para orientar toda uma vida, uma faixa, um cartaz, um out-door para pôr diante dos olhos todos os dias de nossa vida. Façamos destas duas expressões o grito mais profundo de nosso coração.
Reflexão Apostólica:
Esta mensagem de Lucas deve fazer do teu coração o lugar da acolhida do projeto de Deus na tua vida. Com fé, esperança e confiança, bate à porta, suplique, chore apresentando todas as preocupações. O Todo-Poderoso, com toda certeza, ouvirá, atenderá, e responderá abundantemente de acordo com o tamanho da nossa oração. O desafio se chama: persistência, disciplina e fidelidade na oração. Portanto, como disse Paulo aos novos convertidos de Tessalônica também digo a ti: reze sem cessar, ou seja: Não pare de rezar!
A oração de Jesus, por sua brevidade e conteúdo, não é uma estilizada forma ritual, mas uma maneira de iniciar a comunicação com Deus-Pai, partindo das coisas cotidianas.
Nessa entram a preocupação pelo sustento e a confiança de que Deus o outorgará conforme nosso esforço. É uma oração que se pode fazer em qualquer momento e lugar; não é necessário ir à igreja nem esperar as grandes festividades. 

É dirigida a um pai misericordioso que nunca se esquece de seus filhos e os ama. Um pai atento a cada uma das pessoas e, por sua vez, pendente de toda a comunidade que o invoca. É uma oração que clama para que o reino de justiça e igualdade se torne efetivo aqui e agora.

Diante desse Pai não há já uma humanidade massiva, mas um povo composto de filhos, cada um com suas particularidades, com seus valores e seus tempos, pessoas débeis e confiantes, seres com sua própria identidade que buscam a Deus. A oração do Pai Nosso coloca Deus em primeiro lugar.

Somos convidados a rezar sempre, pois Deus se deixa comover diante de quem reza com confiança. Jesus reza e ensina-nos a rezar com intimidade filial, chamando a Deus de Pai. 

Com Ele aprendemos a pedir o essencial: Que o Pai seja reconhecido e amado por todos; que o Reino de justiça e amor se manifeste; que Ele nos dê o pão necessário e a vida plena; que nos perdoe como nós perdoamos; que não nos deixe cair em tentação de abandonar o caminho de Jesus. Na oração, descobrimos a nós mesmos e a profundidade do amor de Deus por nós.

Os discípulos de Jesus para serem ensinados a orar, pois entenderam que a oração era uma necessidade de todos aqueles que querem seguir fielmente o Senhor.

Assim como se aprende a andar, falar, tocar algum instrumento musical ou uma língua estrangeira, assim também devemos aprender a orar. Temos pessoas que nunca passaram de uma vida infantil na oração, orando sempre a mesma coisa e gostam só de um tipo de oração: a petição. 

Temos o Espírito Santo que vai nos ajudar a orar, pois o Senhor sabe da nossa dificuldade (Rm.8,26) e Jesus mesmo disse que Ele nós guiaria em toda a verdade (Jo 16,13). Portanto, a oração é uma arte, onde pessoas comuns tornam-se gigantes espirituais e alcançam favores divinos que de outra maneira seriam impossíveis. 

No AT o sacerdote oferecia o sacrifício pela manhã e ao entardecer e hoje nós somos os sacerdotes reais (I Pd.2,5) e oferecemos sacrifícios espirituais agradáveis a Deus. 

Todo cristão é sacerdote porque pode oferecer o sacrifício contínuo da oração no altar do coração. Ao amanhecer e ao anoitecer devemos oferecer ao Senhor nossa oferta contínua de oração, embora para orarmos não tem hora do dia ou da noite, já que as portas do céu estão abertas para que possamos entrar. 

O tempo que devemos passar em oração também deve ser programado. No começo deve ser um tempo adequado e que a oração flua normalmente . Conforme vamos nos adaptando, devemos aumentar nosso tempo ao pés de Jesus Cristo.

De dez a quinze minutos é um bom inicio, depois podemos aumentar para trinta minutos até uma hora diária. Podemos com a experiência de oração, orar três vezes ao dia, sendo vinte minutos pela manhã, vinte minutos a tarde e vinte minutos a noite.

Teremos uma oração sossegada, sem ansiedade e o relógio vai andar normalmente. O lugar da oração é você quem escolhe, pois cada um de nós tem manias que alteram nossa comunhão com nosso Senhor. Um cantinho na casa onde podemos nos ajoelhar, preparado com amor e carinho é o lugar ideal. 

Para nossa oração sair da rotina e da repetição, devemos usar tudo que pudermos para nos auxiliar. Comece sendo sincero e apresente a Jesus todo o seu coração não escondendo nada, pois o maior desejo de nosso Pai é que nos tornamos íntimos. Lealdade, sinceridade, faz parte da oração do cristão!

Tenha a sua própria oração, pois a oração de outras pessoas não é a sua realidade. Até podemos usar como modelo, assim como Jesus deixou o Pai Nosso, mas o estímulo de nosso coração é orar com espontaneidade e transmitir a nossa realidade. 

Como fonte de ajuda, temos em primeiro lugar a Bíblia Sagrada, pois é somente nela que nossas orações devem estar fundamentadas. Tudo que falarmos com o Pai deve estar baseado na Palavra.

Aqui inicia a oração de fé! O livro de Salmos é uma fonte inesgotável de orações, onde você pode de joelhos, recitar aqueles Salmos que estiverem falando ao seu coração. Os cânticos são outra fonte de auxílio para a oração sair da rotina.

Como é bom cantarmos ao Senhor, louvando, adorando e prestando nossa ação de graça todos os dias. Você vai usar todos esses auxílios nos diversos tipos de orações existentes que vamos identificar abaixo.

Oração de Ações de Graça -  é dizer obrigado a Deus. É a oração de gratidão pelas bênçãos recebidas diariamente. É a expressão máxima de reconhecer que dependemos unicamente do Pai. Todos os dias devemos agradecer a Deus por tudo aquilo que Ele tem feito em nossa vida.

Oração de Louvor - é juntarmos todas as expressões possíveis de louvor a Deus e expressar em palavras, glorificando ao Seu Nome. É louvar a Deus pelo que Ele faz. 

Oração de Adoração - é exaltarmos unicamente a Deus por tudo aquilo que Ele é.

Oração de Arrependimento - é a oração de auto- análise do próprio coração diante de Deus. Não podemos esquecer que somos pecadores e necessitamos de perdão. Não podemos ser vagos nesse tipo de oração, mas confessar todos os nossos pecados cometidos durante o dia, com detalhes. O Espírito Santo vai ajudar a lembrar de todos os atos ruins e que iriam atrapalhar a comunhão com o Pai (Sl 51).

Oração de Intercessão - é a oração em favor de outras pessoas, colocando-se no lugar delas e pleiteando a causa como se fosse sua. Pedimos que a vontade de Deus seja feita na vida de outros. É importante fazer uma lista das pessoas pela quais iremos orar para anotar a data da resposta (Lc.22,31-32). Nas ENS , temos o Magnificat pela intenção dos equipistas do mundo inteiro, além dos Intercessores.

Oração de petições - é um pedido feito a Deus visando satisfazer as nossas necessidades pessoais, sempre baseada nas promessas divinas. É a oração preferida de toda criança na fé, mas também a preferida daqueles que não crescem na fé e no conhecimento de Deus. Quanto mais conhecemos a Palavra de Deus, mais vamos ter respostas de nossas orações (Mt 7,7; Lc 11,9, Jo 16,24).

Oração de Consagração - é a oração feita quando não sabemos a vontade de Deus. Quando estamos esperando a resposta de nossa oração precisamos ter uma atitude de submissão à vontade de Deus. Vamos nos consagrar e esperar para conhecer e seguir a vontade divina (Rm 121,1).

Oração de Entrega - é a oração feita quando alguma coisa chega em nossa porta que nos trás preocupação, inquietação. Você ora e transfere tudo ao Senhor. Entrega nas mãos do Pai e descansa no Senhor. (Sl 37,5).

Agora você pode montar um planejamento diário ou semanal de oração. Você vai gostar tanto de orar que nunca mais irá deixar da oração. Veja o exemplo abaixo:

Oração da manhã: 1) Escuta e Meditação; 2) Consagração e 3) Petição. 
Oração da tarde: 1) Louvor; 2) Entrega ; 3) Escuta e Meditação e 4) Intercessão

Oração da noite: 1) Adoração; 2) Arrependimento e 3) Ações de graça. 
Podemos orar em silêncio (1 Sm.1,13); Em voz alta, gritando (Ne 9,4; Ed 3; Ez 11,13). 

Podemos orar com nossas próprias palavras, usando a Bíblia,com nossa mente e com nosso Espírito (I Co. 14,14-18).

Podemos orar sem palavras discerníveis, gemendo (Rm.8:26,27); Com convicção de que o Espírito Santo levará a Deus. Cantando (Sl 32,1-2. Ef 5,19-20; Cl 3,16); Jejuando (Ed 8,21; Ne 1,4; Dn.9,3-4; Lc 2,37 e At 14,23).
Podemos orar em pé (Ne 9,4-5). Sentados (ICo 17,16; Lc. 10,13); Ajoelhados (Ed 9,5; Dn 6,10: At 20,36); Acamados (Sl 63,6); Curvados até ao chão (Ex 34,8; Sl 95,6); Prostrados no chão (2Sm 12,16; Mt 26,39). Com as mãos levantadas para os céus ( Sl 28,2; Is1,15).

Propósito:

Pai nosso, que és também nossa Mãe, que estás no céu e estás também na terra: faze que venha e cresça entre nós o teu Reino, e para isso converte-nos em apaixonados lutadores de tua Causa e em contemplativos entusiasmados de teu Reino. Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais.