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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Evangelho sexta feira 26 julho S. Joaquim e Sta Ana

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 13,16-17

"Bem-aventurados são vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram. "  

Meditação:
 

Várias vezes encontramos no evangelho de Mateus e, principalmente, no de Lucas, a proclamação: "bem-aventurados". Bem-aventurados, ou felizes, é a tradução da palavra grega macarioi que, em seu uso nos evangelhos, tem um conteúdo próprio designando um estado de beatitude ou felicidade divina.

A tradução por "bem-aventurados", e lugar de "felizes", pode expressar melhor o sentido original da proclamação. O evangelho de Mateus repete nove vezes a proclamação "bem-aventurados" no início do Sermão da Montanha.

Lucas, na passagem paralela, reúne quatro bem-aventuranças, porém ao longo de seu evangelho são encontradas outras doze destas proclamações, três delas especiais para Maria: "bem-aventurada a que creu" (Lc 1,45), "desde agora todas as gerações me considerarão bem-aventurada" (Lc 1,48), "bem-aventurada aquela que te concebeu e os seios que te amamentaram" (Lc 11,27).

O evangelho de Marcos não menciona nenhuma bem-aventurança e no evangelho de João são encontradas duas delas: "Sabendo destas coisas, vós sereis bem-aventurados se as praticardes" (Jo 13,17) e "bem-aventurados aqueles que não viram e creram" (Jo 20,29).

Desde sempre verificamos a presença de uma constante ambigüidade ao direcionarmos o nosso olhar aos que têm usos, costumes, culturas e religiões diferentes dos nossos.

É possível considerar negativamente tais diferenças, a ponto de rotular os outros de “bárbaros”, de exóticos e de estranhos. Pela ótica positiva, os outros continuam sendo “diferentes”, mas entram numa dimensão de vizinhança e de proximidade.

Diante do “outro” e do “diferente” surgem atitudes diametralmente opostas: uma leva ao desprezo do outro a ponto de “demonizá-lo”, considerando-o um inimigo a ser combatido e, portanto, a ser eliminado; outra “idealiza-o” como se fosse um membro de uma sociedade paradisíaca, onde todos vivem em perfeita harmonia entre si e com a natureza (que o mito do “bom selvagem” o diga!).

Ainda hoje, vez por outra, esta ambigüidade vem à tona com força. Trata-se de uma estranha forma de “miopia” que, no contexto atual de fanatismos e fundamentalismos, pode afetar também as pessoas, cuja vocação consiste em descobrir os múltiplos sinais da presença de Deus na história da humanidade.

Do outro lado, existe uma “visão” mais nítida da realidade que, apesar de toda complexidade, nasce e se desenvolve a partir de uma experiência de diálogo e de encontro autêntico com os “outros”. Daí surgem e se descobrem riquezas e valores surpreendentes: outras maneiras de viver, de pensar e de se expressar tornam mais significativa a vida de quem estabelece relações humanas autênticas.

Naturalmente, para que este encontro seja significativo, é necessário superar obstáculos, bem como o sentimento de superioridade, a atitude de arrogância, típica de quem pensa possuir a totalidade da verdade, e toda forma de paternalismo. Tudo isso encontra um ponto de referência em Mt 13,10-17, que realça a maneira de olhar do discípulo de ontem e de hoje.

Antes de tudo, o grupo dos discípulos se mistura com a multidão reunida em torno de Jesus, vendo de perto a sua atividade e ouvindo o seu ensinamento (13,1-3). Porém, a expressão “a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos céus” (v. 11), mostra que o relacionamento dos discípulos com Jesus é diferente daquele da multidão.

Eles têm acesso ao projeto de Deus (= conhecer os mistérios do Reino), dom que a multidão não tem (a eles não foi dado), pois eles, não somente vêem em Jesus o que todo mundo vê, mas “enxergam” nele a presença ativa de Deus.

Não por acaso, mais adiante, Jesus os declara bem-aventurados por terem uma “visão profunda” da realidade, que ultrapassa de longe as expectativas de “muitos profetas e justos” (13,16-17).

De fato, os discípulos “vêem e enxergam”, constatando pessoalmente que as antigas promessas proféticas se realizam na atividade e na pregação de Jesus.

Em contraste com a situação dos discípulos, Mateus apresenta a rejeição da multidão, que vê, mas “não enxerga”, a manifestação de Deus e o seu projeto de salvação atuando em Jesus.

O que estabelece a diferença entre os discípulos e a multidão é o relacionamento com Jesus: os discípulos se identificam com a ação e a mensagem de Jesus, por isso conseguem perceber nele a presença divina, a ponto de assumirem o “mesmo olhar”; a multidão, ao contrário, não consegue o mesmo, porque a chave para entrar nesse “conhecimento” foi seqüestrada pelos doutores da Lei (23,13).

Por isso, “vê sem enxergar”, continuando, porém, a receber o anúncio do Reino através das parábolas. A mensagem é clara: só quem está envolvido no projeto de Jesus consegue abrir os olhos para perceber a presença divina na história; quem permanece fechado na própria auto-suficiência, não só terá uma visão superficial da realidade, mas ficará como que petrificado diante da perspectiva de demonizar o “outro” ou de expulsá-lo da história, transformando-o num ser paradisíaco, irreal e fantástico.
 
Reflexão Apostólica:

No tempo da encarnação os discípulos gozaram da bem-aventurança de ver e ouvir Jesus. Porém, terminado o ministério de Jesus na história, são bem-aventurados os que não viram e creram.

Não são necessárias visões ou aparições para crer. A Joaquim e Ana aplica-se a bem-aventurança de serem pai e mãe de Maria.

Os mistérios do Reino só serão conhecidos por aqueles que já tiverem acolhido Jesus como Messias (os discípulos). Aceitar Jesus como o Messias, mesmo nos seus “fracassos”, faz compreender as contínuas dificuldades que sofre a implantação do Reino do Céu. E isso é uma bem-aventurança.

Jesus, que é a revelação do Pai manifesta a Sua face no meio dos homens e, proclama feliz aquele que “escuta e vê” o que Ele revela.

Por isso, todos nós que reconhecemos Jesus como Senhor e Salvador temos acesso ao Pai e podemos nos comunicar com Ele.

Antes de Jesus muitos desejaram vê-Lo e ouvi-Lo e não tiveram esta oportunidade. Nós, porém, podemos tocá-Lo e vê-Lo na Eucaristia, ouvir a Sua Palavra que nos alimenta a alma e o coração, por isso somos felizes. A Palavra do Senhor nos ensina a ser feliz e a desfrutar de tudo quanto o Pai providenciou para que vivamos uma vida promissora.

O próprio Jesus nos assegura isto! E por que Ele fala assim? Jesus nos ensina que a verdadeira felicidade é acolher a vontade do Pai expressa através da Sua Palavra.

Não somente acolhe-la, mas vivenciá-la. Ver e ouvir aqui significa ter experiência, tocar com o coração, sentir a manifestação do Deus vivo em cada acontecimento. Pense na sua felicidade em relação a outras pessoas que tanto desejam e não conseguem.

Jesus chama os discípulos de felizes, abençoados. Mas, o que os discípulos viram e ouviram foi apenas parte da história. Eles estavam vendo Jesus, ouvindo sua voz e testemunhando suas obras.

Nós, no entanto, conhecemos por meio da Palavra a ressurreição de Jesus e os milagres de Pentecostes. Nós conhecemos ao longo de dois mil anos de história como Deus tem levantado um povo nos lugares mais afastados e nas condições mais adversas.

Nós testemunhamos a expansão do Reino além do Oriente para o Ocidente, e das grandes cidades para aldeias e povoados distantes. Vimos já em nosso tempo como o Senhor continua fazendo maravilhas a povos removidos milhares de quilômetros e milhares de anos daqueles dias quando ele andou aqui na terra.

Vimos o Evangelho iluminando e convertendo pessoas nas quais nenhum homem tinha mais esperança, e Deus salvando indivíduos, famílias e povos totalmente perdidos.

Como somos privilegiados! Vamos agradecer a Deus por tudo que Ele tem nos revelado. E vamos viver vidas dignas de um povo cujo Deus é tão grande quanto o nosso.

Você tem conseguido ver e escutar o que o Senhor lhe revela? Você se considera feliz? O que você espera como resultado do seu modo de viver? Você tem conseguido ver e escutar o que o Senhor lhe revela? Você se considera feliz? O que você espera como resultado do seu modo de viver? Medite agora no que você tem visto e ouvido!
Propósito:

Senhor bendito, digno de louvor é Jesus Cristo. Quero viver uma vida que, mesmo de forma desmerecida, possa lhe agradar diante do preço tão alto que seu Filho pagou e diante de bênçãos tão grandes como Ele me permitiu testemunhar. Conceda-me coragem para que, não só nesta hora com o Senhor, mas ao longo deste dia, eu posso testemunhar de como nosso Deus é grande.

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