Seguidores

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

EVANGELHO DO DIA 04 DE DEZEMBRO 2022 - 2º DOMINGO DO ADVENTO

 


04 de dezembro - As contrariedades e os sofrimentos que nos perturbam são como tantas outras cruzes sobre as quais está escrito o nome de Jesus. (S 209). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 3,1-12

Naquele tempo João Batista foi para o deserto da Judéia e começou a pregar, dizendo:
- Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!
A respeito de João, o profeta Isaías tinha escrito o seguinte:
"Alguém está gritando no deserto:
Preparem o caminho para o Senhor passar!
Abram estradas retas para ele!"
João usava uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinto de couro e comia gafanhotos e mel do mato. Os moradores de Jerusalém, da região da Judéia e de todos os lugares em volta do rio Jordão iam ouvi-lo. Eles confessavam os seus pecados, e João os batizava no rio Jordão.
Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham para serem batizados por ele, disse:
- Ninhada de cobras venenosas! Quem disse que vocês escaparão do terrível castigo que Deus vai mandar? Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram dos seus pecados. E não digam uns aos outros: "Abraão é nosso antepassado." Pois eu afirmo a vocês que até destas pedras Deus pode fazer descendentes de Abraão! O machado já está pronto para cortar as árvores pela raiz. Toda árvore que não dá frutas boas será cortada e jogada no fogo. Eu os batizo com água para mostrar que vocês se arrependeram dos seus pecados, mas aquele que virá depois de mim os batizará com o Espírito Santo e fogo. Ele é mais importante do que eu, e não mereço a honra de carregar as sandálias dele. Com a pá que tem na mão ele vai separar o trigo da palha. Guardará o trigo no seu depósito, mas queimará a palha no fogo que nunca se apaga.


Meditação:

A primeira leitura (Is 11,1-10) descreve uma maneira nova e diferente de relação da humanidade entre si e com uma ordem natural harmônica. O povo se encontra numa época em que recorda os dias bons e felizes. Mas também se lembra dos dias amargos que experimentou por culpa da direção errada de seus governantes.

Houve uma época em que o povo vibrou por ter alcançado a Terra Prometida. Uma vez nela, experimentou a alegria e o bem-estar, filhos da liberdade. Mas logo começou a vivenciar uma etapa diferente. Poder-se-ia dizer que houve um retrocesso: foi a época da monarquia. Em seu bojo, veio a infidelidade a Javé.

Naquele contexto, o referencial de esperança do povo hebreu passou a ser o surgimento de um rei como Davi, que corrigisse os desvios dos sucessores de seu trono. A partir de Isaías, começou a surgir a ideia da vinda de um ser extraordinário que não fosse simplesmente como Davi, mas muito mais que ele; mais propriamente, filho de Jessé, o pai de Davi.

Tal personagem devia encarnar os atributos do verdadeiro rei, entendido como lugar-tenente de Deus. Se até então os reis de Israel haviam-se descuidado de seu principal dever, que era a proteção dos fracos, esse novo ramo do tronco de Jessé colocaria essa função em primeiríssimo lugar.

O poema descreve-nos, além disso, que esse novo ramo seria o homem do Espírito como os profetas; mais que eles, porém, porque aqueles tinham sido movidos “temporariamente”, pelo Espírito, enquanto que o descendente de Davi o possuiria permanentemente.

A partir dos anúncios de Isaías, a figura do Messias iria adquirindo cada vez mais força, e isso era presságio de tempos novos e melhores. A descrição que faz o profeta sobre esse novo ambiente, essa nova harmonia entre seres humanos e a Criação provocará o surgimento de uma mentalidade nova e liberta.

O Messias se definiria pela libertação que deveria ser entendida, sob todos os aspectos, tanto material quanto espiritual. Absurdas brigas, discriminações, ódios, a própria guerra teria que desaparecer diante da presença do Messias.

São Paulo (Rm 15,4-9) ensina aos cristãos de Roma que não percam a esperança. Esta virtude – afirma ele – assenta-se em dois pilares fundamentais: a convivência fraterna e a escuta da palavra de Deus, registrada nas Escrituras.

É muito agradável e consolador esta mensagem de Paulo, hoje. Não é raro encontrar pessoas que têm a Bíblia consigo e ouvir delas como se sentem aliviadas e consoladas nos momentos difíceis. Temos que ser mais incisivos nesse trabalho de união e partilha fraterna e a escuta da Palavra, para que esse contato com a Escritura não se torne intimista nem mágico.

A narrativa deste Evangelho passa por um intervalo de silêncio de cerca de 30 anos, em que Jesus cresceu em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens, junto com seus pais e seus irmãos em Nazaré, obedecendo aos seus pais e agradando a Deus (Lc 2,51-52 e Mt 3,17).

Estava chegando a hora de iniciar o Seu ministério, e Deus havia já fornecido e equipado um mensageiro apropriado para preparar o Seu caminho, de conformidade com a profecia de Isaías proferida sete séculos antes (Is 403-5, Ml 3,1 e 4,5).

O seu arauto, ou proclamador, foi João (Favor de Deus), sobre quem encontramos mais detalhes no primeiro capítulo do evangelho de Lucas. Foi apelidado de "o batista", porque se tornou notório pelos batismos que executava no rio Jordão.

No evangelho nos encontramos com João Batista em plena atividade: tocando, com suas palavras e seu estilo de vida, as fibras mais íntimas da sociedade de seu tempo.

João encarna em sua pessoa os clássicos profetas do Antigo Testamento, totalmente em contraste com as pessoas que andavam preocupadas somente com sua aparência externa. O evangelho descreve uma figura quase estranha, e para muitos, vulgar, por causa de sua maneira de vestir-se e sua dieta alimentar.

Suas palavras ressoam desde o deserto, e têm impacto na capital; desde ali se deslocam fariseus e saduceus para escutá-lo. Eles são os representantes da sociedade judaica.

Os primeiros encarnam o ideal do judaísmo através da rigorosa prática da lei, agora convertida em legalismo; os outros encarnam a opulência, a auto -suficiência; estão convencidos de que suas riquezas e bens são “bênçãos de Deus”. Todo Israel escuta a João, pois estão ali também os pobres, os que não vivem na capital nem possuem fortuna, mas todos ansiosos para escutar o profeta.

A proposta de João é clara: não basta saber e proclamar-se filho de Abraão; isso é acidental, também das pedras Deus pode fazer filhos de Abraão. Por mais filhos da promessa e da bênção que se sintam, a conversão é estritamente necessária; não valem nem a aparência nem a auto - suficiência. Mesmo que as árvores sejam frondosas, também serão podadas se não produzirem os frutos exigidos pela Palavra de Deus.

João coloca a exigência dos frutos a partir do seu batismo de água, ponto de partida para se dispor ao batismo no Espírito que “a àquele que vem depois de mim” outorgará e ao qual João considera tão grande a ponto de não se julgar digno de desamarrar-lhe as correias das sandálias. Somente os que souberam captar a mensagem de João foram capazes de intuir ao menos algo do que Jesus propôs.

Este tempo de Advento é uma oportunidade mais que propícia para nos colocarmos diante de João e de Jesus. O primeiro nos prepara, e o outro nos forma de um modo único e definitivo, e a formação que Jesus oferece voluntariamente faz parte de sua própria origem, na simplicidade e na pobreza como elementos essenciais para captar sua mensagem e seguir seu caminho.

Peçamos à Deus que possamos dar muitos bons frutos.

 Reflexão Apostólica:

 No domingo passado, refletíamos sobre o risco real de não nos darmos conta da vinda de Jesus Cristo por causa das preocupações deste mundo. E, por isso, hoje, nos perguntamos: de que modo este tempo de Advento nos adverte para a chegada do Messias?

 Ligamos a TV e vemos um exagero de propagandas de produtos em promoção; junto a isso, um sem fim de anúncio dos especiais de fim de ano. Muitas luzes brancas ou coloridas piscam enfeitando ruas, igrejas, lojas. Nas casas, árvores de natal, presépios, guirlandas. Começam as festas com a brincadeira de amigo oculto e distribuição de presentes.

 São sinais que deveriam dizer pra nós com força: é tempo de preparar o interior para acolher o Salvador do mundo. Convertam-se! Mudem de mentalidade! Mas parece que tais sinais nos estimulam a fazer exatamente o contrário: preocupem-se com o material, comprem, bebam, esqueçam quem na realidade deve ser lembrado.

 O cristão autêntico vive neste mundo, e, apesar das dificuldades, deve considerar estes sinais precursores que aqueçam o nosso coração para esperar, desejar e acolher aquele que está para chegar. Assim, ninguém poderá dizer: “ah, eu não sabia que o Natal estava próximo”.

 O evangelho de hoje apresenta um precursor, aquele por excelência: João. Aparece no deserto vestindo pele de camelo e cinturão de couro. Ao mostrar João vestido dessa forma, Mateus quer nos dizer que ele é profeta ao modo de Elias; tal profeta conduziu o povo de volta ao Deus verdadeiro.

 Além da roupa simples, se alimenta de gafanhotos (alimento próprio dos beduínos pobres) e de mel. Esta fuga de popularidade é explicada pelo fato de que “aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu.

 Eu nem sou digno de carregar suas sandálias”; ele não quer chamar a atenção, nem está preocupado com o próprio prestígio, interesse ou sucesso, mas encaminha tudo exclusivamente a Jesus.

 João Batista tem uma voz forte, clara e decidida porque sabe muito bem quem está para chegar, ele faz de tudo para que as pessoas se preparem de modo justo para esta chegada.

 Ele convida a conversão: “convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo”. A conversão é simbolizada aqui pelo tempo no deserto, tempo de prova, tempo de transformação, assim como o povo liberto do Egito foi conduzido por Deus até a terra prometida, alcançando-a finalmente pela travessia no Jordão.

 Quem escuta João, se batiza no Jordão, confessando os próprios pecados. O batismo de João era algo tão raro que ele ficou conhecido como João, o Batista. De fato, através do batismo nas águas do Jordão, a pessoa confessava os pecados, purificando-se para se aproximar do Messias.

Um ponto importante é que não devemos identificar esta conversão com o comportamento farisaico. Ser fariseu é fazer a coisa certa pelo motivo errado.

 Somos fariseus quando fazemos algo correto por medo, por interesse, pela busca da aprovação e admiração. O fariseu vive naquele que apresenta uma boa imagem, sem de fato ser bom.

 Podemos chegar a ser tão orgulhosos que ouvindo a mensagem de Jesus, fingimos acreditar ser pecadores, e, consequentemente, fingimos acreditar ser perdoados.

 O simples remorso pelo pecado não é arrependimento, menos ainda palavras piedosas de falsa santidade. Isso não tem valor algum. O verdadeiro arrependimento consiste em deixar de uma vez por todas o pecado e dirigir-se para o caminho reto da justiça e obediência a Deus.

 “Raça de cobras venenosas, quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que provem a vossa conversão”. Eles cumpriam a lei, mas desprezavam os fracos, condenando-os ao castigo divino.

 João deixa bem claro que quem não produz frutos bons será cortado e jogado no fogo. Estes frutos bons são fáceis de entender, é simplesmente o modo como tratamos uns aos outros: com amor.

 “Acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo vos acolheu”. Acolher é uma parte do amor, quem sabe, a mais difícil. Quantas vezes na nossa família não nos suportamos, discutimos, ofendemos com palavrões o próximo ou mesmo com o desprezo.

 Como Cristo acolheu a nós: a ovelha perdida, o bom ladrão, com o amor misericordioso, assim devemos acolher o próximo. Para isto, somos batizados com o fogo e com o Espírito Santo na totalidade de seu amor e de seus dons.

 João nos prepara para definir-nos frente a Jesus; essa definição implica uma mudança em nossa vida. O que devemos mudar? É reto ou tortuoso, com muitas curvas, o caminho por onde caminhamos? Por quê?

 João é a antítese da sociedade de seu tempo; quer dizer, não se adaptou comodamente às maneiras de ser e de pensar de seus contemporâneos. Como nos comportamos no ambiente em que vivemos? Existe algo de anúncio-denúncia em nossa maneira de ser e de transmitir a mensagem?

 Propósito:

Ó Deus, Pai-Mãe, que nos dais todo o vosso amor; fazei com que nossas palavras e obras mostrem sempre nossa disposição ao amor e à reconciliação, afastai de nós toda atitude de discórdia, egoísmo e violência, e fazei com que o encontro que hoje celebramos nos fortaleça na construção do “outro mundo” possível que Vós nos convidais a vos ajudar. Senhor, ensinai-nos a cumprir toda a justiça, a exemplo de Jesus, fazendo-nos solidários com quem se afastou de Vós e precisa novamente encontrar-vos.

 

Evangelho do dia 03 de dezembro sábado 2022

 

03 dezembro - Deus faz sempre o que é melhor para nós. (S 176). São Jose Marello

 

Mateus 9,35-10,1.6-8

 "Jesus andava visitando todas as cidades e povoados. Ele ensinava nas sinagogas, anunciava a boa notícia sobre o Reino e curava todo tipo de enfermidades e doenças graves das pessoas. Quando Jesus viu a multidão, ficou com muita pena daquela gente porque eles estavam aflitos e abandonados, como ovelhas sem pastor. Então disse aos discípulos:

- A colheita é grande mesmo, mas os trabalhadores são poucos. Peçam ao dono da plantação que mande mais trabalhadores para fazerem a colheita.
Jesus chamou os seus doze discípulos e lhes deu autoridade para expulsar espíritos maus e curar todas as enfermidades e doenças graves.
Pelo contrário, procurem as ovelhas perdidas do povo de Israel. Vão e anunciem isto: "O Reino do Céu está perto." Curem os leprosos e outros doentes, ressuscitem os mortos e expulsem os demônios. Vocês receberam sem pagar; portanto, dêem sem cobrar.
"  

Meditação:

 Advento é tempo de grande compromisso com o projeto de Deus. A Celebração Eucarística é o lugar onde o povo oprimido pode ficar de pé e levantar a cabeça, porque a libertação está próxima.

 Jesus começou a percorrer todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, anunciando a Boa Nova do Reino e curando todo tipo de doença e de enfermidade.

 Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!

Chamando os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder para expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doença e de enfermidade. Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! No vosso caminho, anunciai: O Reino dos Céus está próximo. Curai doentes, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!

O envio dos Apóstolos marca abertura do projeto universal da evangelização. É preciso que o mundo conheça e veja Jesus – Caminho, Verdade e Vida.

 Por nosso intermédio as pessoas sejam esperançosas, pois se trata de um plano que visa ter vida em plenitude.

 É fundamental que as pessoas vejam Jesus no lugar onde moram, estudam e trabalham. Onde são chamados a ser cristãos. Que durante a sua vida terrena tenham os olhos da fé Jesus que é Caminho, Verdade e Vida.

 A Igreja, nossa mãe, nos auxiliará a vislumbrá-lo. Ver biblicamente é tão importante quanto testemunhar, pois, pretende-se atingir nossos amigos, vizinhos, parentes e até mesmo nossos inimigos.

Oxalá, que o bom Deus nos ajude a cumprir com sucesso esse projeto de evangelização. Haja disponibilidade e fidelidade da minha e tua parte que abracemos este desejo divino de levar a Boa Notícia aos nossos irmãos.

 Reflexão Apostólica:

 Aqui se vê claramente que a missão de Jesus se prolonga por meio dos discípulos; mais do que isso, é um mandamento expresso. É o tempo do serviço aos irmãos, homens e mulheres de todos os tempos, lugares e raças.

 É dever do cristão ser missionário, proclamar a tempo extemporaneamente a Boa Nova de que o Reino chegou. Nós somos os construtores desse Reino.

 Devemos difundir a mensagem de salvação com nossa oração, nossas palavras e, sobretudo, com nosso testemunho.

 Jesus nos entrega o poder para curar e nos envia ao serviço dos outros, mas um serviço gratuito, sem esperar nada em troca; somente por amor; pois reconhecemos em cada irmão e irmã o próprio Jesus.

 O Pai enviou seu Filho à Terra, e este, por sua vez, envia seus discípulos; mas também envia seu Espírito para iluminar o missionário e lhe permitir chegar ao coração e ao espírito de quem o escuta.

 Por isso devemos invocar sempre o Espírito ao iniciar uma tarefa, qualquer que ela seja, para que nos ilumine e sejamos o mais fielmente possível intérpretes da mensagem do Senhor.

 Propósito:

Senhor Jesus, que eu tenha sempre em mente minha missão de ser presença do Reino e, onde quer que esteja, possa eu ser portador dos bens divinos. Santa Maria, Rainha da Evangelização, ajuda-nos na missão de servir e de difundir a esperança, o amor, o Reino de Cristo.

 

Evangelho do dia 02 de dezembro sexta feira 2022

 

02 Dezembro - Humilhemo-nos ao considerar os nossos defeitos, mas por outro lado alegremo-nos com a bondade e a misericórdia de Jesus que nos quer perdoar: alegremo-nos com as dívidas de gratidão que nos unem cada vez mais intimamente a Ele. (S 234). São jose Marello


Mateus 9,27-31

 "Jesus saiu daquele lugar, e no caminho dois cegos começaram a segui-lo, gritando:

- Filho de Davi, tenha pena de nós!
Assim que Jesus entrou em casa, os cegos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
- Vocês crêem que eu posso curar vocês?
- Sim, senhor! Nós cremos! - responderam eles.
Jesus tocou nos olhos deles e disse:
- Então que seja feito como vocês crêem!
E os olhos deles ficaram curados. Aí Jesus ordenou com severidade:
- Não contem isso a ninguém!
Porém eles foram embora e espalharam as notícias a respeito de Jesus por toda aquela região.
"
  

Meditação:

 A justiça do Reino liberta os homens para o discernimento (ver) e expulsa a alienação (demônio) que impede de dizer a palavra que transforma a realidade.

 A justiça libertadora, porém, provoca a oposição daqueles que querem apossar-se da salvação, para restringi-la a pequeno grupo de privilegiados.

Esta narrativa da cura de dois cegos é uma duplicata, com algumas adaptações, da narrativa de Mt 20,29-34.

 Aqui, Mateus a insere no bloco de dez milagres, narrados em vista de iluminar e fortalecer a fé dos discípulos, preparando-os para o discurso apostólico, apresentado em seguida.

Os cegos seguem Jesus e pedem-lhe compaixão. Dirigem-se a Jesus como "filho de Davi". A tradição da volta de um descendente de Davi, messias, ou cristo, para restaurar a glória de Israel tem um caráter ideológico e foi elaborada pelas elites do Judaísmo que surgiu a partir do exílio. Vemos, agora, dois pobres cegos impregnados por esta ideologia do poder.

Aí está a sua verdadeira cegueira. Jesus provoca nos cegos sua confissão de fé, tendo resposta afirmativa. Tocando-lhes nos olhos, atende-lhes o pedido feito com fé, e seus olhos se abrem.

Abrir os olhos aos cegos é um dos sinais da chegada da salvação e da libertação, anunciados pelos profetas.

 A advertência final para manter segredo, um tanto quanto impossível, sugere a prática de Jesus em não exacerbar a imaginação popular, ansiosa por um messias grandioso e glorioso.

Somos como os cegos que seguiam Jesus! Freqüentamos os lugares onde Ele está e vamos com Ele até a sua casa. Clamamos pela sua piedade, suplicamos e imploramos pela Sua assistência e pelo Seu socorro.

Porém, muitas vezes não temos certeza do que pedimos e, nem mesmo acreditamos que Ele seja capaz de realizar o milagre que nós buscamos.

Os “milagres” que precisam acontecer na nossa vida estão condicionados à convicção que tenhamos de que eles constituem para nós uma necessidade vital.

Quando nos damos conta das nossas carências, da nossa cegueira e da necessidade de “enxergar” as coisas, nós também precisamos ir a busca d'Aquele que é capaz de realizar em nós muito mais do que nós mesmos esperamos.

A partir da nossa fidelidade e da nossa perseverança, da nossa firmeza de propósitos, Deus vai abrindo os nossos olhos e nos conscientizando de que tudo acontece a partir do desejo do nosso coração.

Por isso, também Jesus nos pergunta: “Você crê que Eu posso fazer isso que você deseja?”? Tudo poderá acontecer de acordo com a nossa fé e da necessidade real das coisas que nós pedimos ao Pai.

Como está a sua fé em relação às coisas que você tem clamado ao Senhor? Você sabe do que você está precisando? Isto que você pede lhe é necessário? Você precisa abrir os olhos para enxergar alguma coisa que não está vendo?

Os dois cegos dão prova de uma autêntica fé: confiam no poder que tem Jesus para libertá-los. Mas o Senhor evita curá-los publicamente porque não quer que se confunda a finalidade de sua vinda.

 Como o reitera na despedida, uma vez em casa, Jesus repete, como em outras vezes: “que seja feito como vocês crêem!”, ou “vai, sua fé o salvou”, pondo em primeiro lugar nossa fé e confiança no poder salvífico de Deus.

 A resposta clara e segura dos cegos é a mesma que nos pede hoje; e temos que entregá-la com a mesma força e segurança: “Sim, Senhor, creio. Creio que és meu Deus e salvador, que me amas e perdoas!” 

 Depois desta manifestação de fé, vamos sair pelos caminhos a proclamar que o Senhor é bom, como procedeu o cego.

 Reconheçamos, pois, nossa cegueira e entreguemo-nos confiantes nas mãos do Senhor, porque ele é a Luz que nos ilumina; graças à sua luz tudo nos parece claro e transparente.

 Reconheçamos também nossa capacidade de ver, para assim poder ajudar aos que ainda andam por diferentes caminhos da escuridão. Digamos, portanto, como os dois cegos: “Tem compaixão de nós, Filho de Davi!”.

 Reflexão Apostólica: 

Essa pedagogia de Jesus além de ser intrigante é fascinante. Ele espera o momento certo, o local e a condição certa e age.

Ele poderia realizar mais esse prodígio aos olhos de todos, mas prefere “entrar em casa” e lá, longe dos olhos e dos julgamentos dos fariseus, reabre os olhos dos cegos que insistiram, ou melhor, persistiram em segui-lo.

Jesus reabre os olhos dos que persistem. Talvez seja esse o maior dos milagres ordinários do Senhor. Ninguém que procurou a Jesus deixou de ser visto, tocado, lembrado. Ninguém o confundia, todos sabiam o quanto aquele profeta era repleto de graça.

A própria samaritana do poço teve a nítida impressão que aquele homem que lhe pedia água já lhe conhecia. Talvez sim Jesus já tivesse “entrado em sua casa”. Pode até parecer um trocadilho de mau gosto, mas aqueles dois cegos confiaram “sem ver”.

Uma analogia: Quando pedimos a interseção de algum santo, o pedido vem pelo correio; quando pedimos a interseção de Maria, vem por SEDEX e por fim, como canta Celina Borges, “rasgo o céu com minhas orações” e toco ao Senhor, o pedido, o consolo, a mão amiga vem por DRIVE-THRU. Mal fizemos o pedido, o clamor, o conforto, (…) já temos a resposta.

Quantas vezes o Senhor esperou o pedido puro e verdadeiro antes de realizar o milagre? Assim aconteceu também com os dois cegos: “(…) vocês crêem que eu posso curar vocês?”.

Em nós, o que precisa ser revisto? O que de fato precisa ser feito para reconhecermos a face do Senhor em nossas vidas? O que ainda nos impede de reconhecer seus sinais na nossa vida, no nosso trabalho, na nossa família? Será que precisamos sempre ficar cegos ou chegar ao fundo do poço para encontrar a mão de Deus? Será que o sofrimento é necessário a todos?

Existe um dizer popular que afirma que só encontramos Deus pelo amor ou pela dor, mas um fato é crucial no entendimento do amor de Deus: Todo encontro de DEUS conosco é SEMPRE por AMOR.

Talvez seja por isso que ele prefira um local e momento reservado, onde dois ou três estejam reunidos em Seu nome (…). Reparemos que dessa vez não foram os gritos dos cegos que chamaram a atenção, foi o doce atrevimento.

Rasgar o céu com nossa oração vem precedido de uma vitória, pois só chegam ao céu as orações que saem de um coração puro como de uma criança, sendo assim vitorioso todo aquele que se despoja nos pés do senhor e consegue entrar em sua casa.

Diferentemente do que muitos pensam, nossa qualidade de fé ou oração não é medida pelo quanto conseguimos, mas pelo quanto abrimos nossos olhos e vemos a luz.

Uma pessoa de fé busca a conciliação, a paz e fraternidade. A que tem oração terá paz interior, discernimento, paciência e sabedoria.

Esses são milagres ordinários que às vezes não damos conta. Uma pessoa não muda quando consegue parar de fumar, mas quando RESOLVE parar; o alcoólatra passa a uma nova vida quando DESCOBRE no que se transformou e o que deixou de fazer e PEDE ajuda, pois quando o coração muda, os olhos se abrem.

Notem, por fim e como exemplo, o acontecido com os discípulos de Emaús: (…) Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão’!” (Lc 24, 31-34)

Dê o primeiro passo… deixe-o falar e os olhos se abrirão!

Propósito:

Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.

 

Evangelho do dia 01 de dezembro quinta feira 2022

 

01 Dezembro - Consolemo-nos por nos acharmos na impossibilidade de pagar as muitas dívidas contraídas com Jesus, pois esse pensamento servirá para nos manter na humildade e para nos fazer sentir uma gratidão sempre mais viva para com o celeste Credor.(S 235). São jose Marello

 


Mateus 7,21.24-27

 "Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”"  

Meditação:

A liturgia do dia de hoje nos apresenta o final do Sermão da Montanha. Jesus, depois de ter exposto sua lei de vida e o ideal de vida da comunidade em relação ao ser humano e sua dignidade, afirma: “quem escuta estas palavras e as pratica...” e “quem faz a vontade do Pai, este entra no reino dos céus”.

 Jesus, que escuta e faz a vontade do Pai, é o fundamento a partir do qual a comunidade se integra.

Jesus inicia este evangelho dizendo: “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus”.

Com essas palavras Ele quer nos alertar que devemos ser fiéis até o fim; que procuremos perseverar sempre nas Suas palavras e ensinamentos, todos os dias da nossa vida.

Não basta dizer Senhor, Senhor, é necessário que consigamos, através do nosso contato diário com tudo o que é de Deus, de maneira sincera e, segundo os seus ensinamentos.

Quando Ele nos coloca as suas palavras é para nos despertar, que é muito importante que fortifiquemos a nossa fé, através dos nossos atos de caridade com os irmãos e de piedade para com Ele.

Somente aqueles que constroem a sua vida dia após dia; hora após hora, minuto a minuto e segundo a segundo, calcadas na sua Fé em Deus, certamente, se permanecerem até o fim, conseguirão o seu lugar reservado na casa do Pai.

A casa sobre a rocha que Jesus usa como exemplo neste Evangelho -- que a tempestade, as chuvas, os ventos impetuosos não conseguem derrubá-la, destruí-la --, é a nossa vida que, sendo construída com os alicerces da Fé em suas palavras, nunca se sentirá abalada pelos problemas, decepções, maldades, doenças e até pela morte.

Nada abalará as nossas estruturas, que estará repleta do amor de Deus. Temos uma base sólida.

São Paulo nos fala em uma das suas cartas: “Quando me sinto fraco aí é que fico mais forte, porque a fé que trago no coração, me impulsiona para frente”.

O cristão deve enfrentar a sua corrida para alcançar os louros da vitória, sem nunca duvidar da sua força, que vem de Deus.

Essa força está ligada ao pedido que Jesus fez ao Pai em sua Oração (Jo 17,1-26). Ali, Jesus roga ao Pai por todos nós aqueles que seguirem as suas palavras.

Por isso, São Paulo também fala: “nada me afastará do amor do Pai – nem as alturas, nem as profundezas, nem as angústias, nem as aflições, nem a miséria, nem a riqueza ... nada, nada me afastará do amor de Deus.

Não nos basta dizer Senhor, Senhor, quando às coisas apertam para o nosso lado.  Lembrar d’Ele só quando tudo nos parece difícil, sem saída, sem solução.

É preciso que nos acostumemos com a certeza da eterna fidelidade de Deus para conosco, seus filhos.

Ele também espera, para o nosso bem, que não esqueçamos de louvá-lo, em reconhecimento pelo muito que recebemos do Seu grande amor.

Muitos lembram-se só para pedir e... mesmo não vivendo como Ele pede, ficam bravos, batem os pés xingam e até blasfemam, porque acham que não foram atendidos.

Só Ele sabe o que pode e deve fazer e, quando é o momento certo para atender os pedidos que fazemos.

Nós mesmos não sabemos que aquela não é a hora de sermos atendidos e... por isso pedimos... e, por isso muitos se dizem decepcionados e se afastam até, do caminho do Senhor.

É preciso pedir. Jesus mesmo nos diz: “Tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, Ele vos atenderá”.

Jesus não mente. Suas palavras significam tudo aquilo que representam..., mas, não esqueçamos, que existe, também, a nossa parte a ser cumprida. Há uma aliança bilateral entre nós e Deus, para ser cumprida.

Reflexão Apostólica:

 Anunciar a Cristo é muito mais que fazer prodígios e realizar ações espetaculares. Anunciar Cristo é primeiramente crer nele, crer no que ele acreditou e foi o fundamento de sua vida: a vontade do Pai. A parábola é bastante clara: construir nossa casa, ou sobre a rocha ou na areia.

Construir na rocha é construir na coerência de vida, que se consegue se permitimos que a vontade de Deus fale à nossa realidade, entre nela e a transforme.

 A casa é a nossa vida. A Rocha é a Palavra de Jesus Cristo que nos dá a garantia do Amor e da proteção de Deus Pai. A areia é a ilusão dos ensinamentos do mundo.

Se, não permanecermos firmes na vivência da Palavra de Jesus, se, não concretizarmos com as nossas ações, o que proferimos com os nossos lábios, nós estaremos construindo a nossa história sobre falsos fundamentos e, na hora da tempestade, a nossa vida ruirá e nós experimentaremos o fracasso.

Não precisamos imaginar muito, apenas uma simples enfermidade ou um baque financeiro podem nos tirar do sério, quando não temos a nossa vida firmada em Deus e nas Suas promessas.

Não nos basta apenas dizer Senhor, Senhor, mas, confiar INTEIRAMENTE no Seu Amor e na Sua real proteção, fazendo tudo o que Ele nos mandar.

Como está a minha relação com a Palavra de Deus que escuto e que prego? A minha vida está construída sobre a verdade e a vida que é Cristo? A sociedade atual constrói sua "casa" sobre qual fundamento? 

 O segredo da fé é a escuta e a prática. A coerência entre palavra e ações. Isto é o que identifica os verdadeiros discípulos de Jesus.

 As crises, as tempestades, os espinhos, a desolação, a aridez... fazem parte de nossa vida. Por isso mesmo, precisamos estar firmes para quando chegarem.

 Construamos nossa vida em Cristo. Ele deve ser a rocha de nossa vida, a nossa Salvação.

 Propósito:

 

Senhor, te bendigo por todos os teus dons, particularmente pelo dom da Redenção. Assombra-me a grandeza e a beleza de teu amor para comigo. Tenho sede de Ti, de encontrar-me contigo, de deixar-me guiar por ti nesta oração. Pai Santo, dai-me o dom de viver amando em Cristo, desde Cristo, por Cristo, como Cristo, até que Ele seja tudo para mim.

 

Evangelho do dia 30 de novembro quarta feira 2022

 


30 novembro - Santo André, fazei com que também eu ame a cruz. (E 193). São Jose Marello


Mateus 11,25-27

 "Poucos dias depois, num sábado, Jesus estava atravessando uma plantação de trigo. Os seus discípulos estavam com fome e por isso começaram a colher espigas e a comer os grãos de trigo. Quando alguns fariseus viram aquilo, disseram a Jesus:

- Veja! Os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado!
Então Jesus respondeu:
- Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros estavam com fome? Davi entrou na casa de Deus, e ele e os seus companheiros comeram os pães oferecidos a Deus, embora isso fosse contra a Lei. Pois somente os sacerdotes tinham o direito de comer esses pães. Ou vocês não leram na Lei de Moisés que, nos sábados, os sacerdotes quebram a Lei, no Templo, e não são culpados? Eu afirmo a vocês que o que está aqui é mais importante do que o Templo. Se vocês soubessem o que as Escrituras Sagradas querem dizer quando afirmam: "Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais", vocês não condenariam os que não têm culpa. Pois o Filho do Homem tem autoridade sobre o sábado.
"

Meditação:

Na Lei dada por Moisés, que não era mais que uma sombra, Deus ordenou a todos que repousassem e não fizessem nenhum trabalho no dia de sábado. Mas isso não era senão uma imagem e uma sombra do verdadeiro sábado, o qual é concedido à alma pelo Senhor. Com efeito, a alma que foi julgada digna do verdadeiro sábado cessa de se abandonar às suas preocupações vergonhosas e humilhantes e repousa; celebra o verdadeiro sábado e goza do verdadeiro repouso, estando liberta de todas as obras das trevas. Ela prova o repouso eterno e a alegria do Senhor.

Antes, estava prescrito que mesmo os animais desprovidos de razão deviam repousar no dia de sábado: o boi não devia ser submetido à canga, nem o burro carregar o fardo, porque os próprios animais repousavam dos trabalhos penosos. Ao vir para o meio de nós, o Senhor trouxe o repouso à alma que estava carregada e oprimida pelo fardo do pecado, e que morria sob o constrangimento das obras de injustiça, subjugada como estava, por mestres cruéis. Ele aliviou-a do peso intolerável das ideias vãs e ignóbeis, libertou-a do jugo doloroso das obras de injustiça, deu-lhe o repouso. É este repouso pelo qual todos nós lutamos e esperamos um dia alcançar em Cristo Jesus.

Senhor Deus, Tu que nos cumulaste de tudo, dá-nos a paz (Is 26, 12), a paz do repouso, a paz do sábado, do sábado que não tem ocaso. Porque esta tão bela ordem das coisas que criaste, e que são “muito boas” (Gn 1, 31), passará quando tiver chegado ao termo do seu destino. Sim, elas tiveram a sua manhã e terão a sua tarde. Mas o sétimo dia não tem tarde, não tem ocaso, porque Tu o santificaste a fim de que ele dure para sempre. No termo das Tuas obras “muito boas”, que, contudo, fizeste em repouso, Tu repousaste ao sétimo dia, a fim de nos fazeres compreender que, no termo das nossas obras, que são muito boas porque foste Tu que nos deste (Is 26, 12), também nós repousaremos em Ti, no sábado da vida eterna. Então repousarás em nós como agora ages em nós; assim, o repouso que experimentaremos será o Teu, tal como as obras que fazemos são as Tuas.

Tu, Senhor, trabalhas constantemente e estás constantemente em repouso. Quanto a nós, chega um momento em que somos levados a fazer o bem, depois do nosso coração o ter concebido pelo Teu Espírito, enquanto anteriormente éramos levados a fazer o mal, quando Te abandonávamos. Tu, único Deus bom, nunca deixaste de fazer o bem. Algumas das nossas obras são boas – pela Tua graça, é certo –, mas não são eternas; depois de as fazermos, esperamos repousar na Tua inefável santificação. Mas Tu, bem que não precisa de nenhum outro bem, tu estás constantemente em repouso, porque Tu próprio és o Teu repouso.

Quem, dentre os homens, poderá dar a conhecer tudo isto ao homem? Que anjo o dará a conhecer os anjos? Que anjo ao homem? É a Ti que devemos pedir esse conhecimento, em Ti que devemos procurá-lo, à Tua porta que devemos bater. E dessa maneira sim, dessa maneira receberemos, dessa maneira encontraremos, dessa maneira abrir-se-á a Tua porta, para nos conceder a verdadeira Paz, que só o vosso coração sabe dar aos que lhe pedem com fé, esperança e confiança. 

 Reflexão Apostólica

Jesus Cristo veio nos mostrar que a misericórdia do Pai não se prende a fórmulas, conceitos ou regras humanas. Ela é o maior motivo para que demos passos aqui na terra em busca da vida em abundância. Deus não age conforme nós pensamos e pregamos.

Ele deseja matar a fome do homem e não se importa de se oferecer como alimento para a nossa fome espiritual não implicando o dia nem a hora. Porque sonda o nosso coração e conhece os nossos desejos mais profundos, o Senhor não impõe condições para nos saciar. Mas, ele precisa de nós, homens e mulheres, como Seus instrumentos.

Os homens impõem um jugo pesado, cheio de regras e limitações, mas para Deus a Misericórdia é a norma que pode ser vivenciada a todo dia e a qualquer hora na nossa vida. Jesus nos chama para alimentar o Seu povo, mesmo que seja em dia de sábado.

Muitas vezes a desculpa do “dia de sábado” esconde uma má vontade para que não façamos o bem e usemos de misericórdia, por acomodação, preguiça e falta de interesse. Preferimos oferecer a Deus sacrifícios baratos, oferendas sem sentido do que ocupar o nosso tempo em dar atenção a quem necessita do nosso olhar, da nossa compreensão, do nosso apoio ou mesmo de uma simples palavra ou de um ouvido para escutar.

Jesus nos ensina que as leis foram feitas para nos orientar e não para nos consumir e que a nossa vida está muito acima e vale muito mais do que os conceitos que nós mesmos adotamos para a nossa acomodação.

Você é muito ligado (a) a regras e preconceitos? Quando você encontra alguém com “fome” o que você faz? Você espera uma oportunidade melhor para ajudar às pessoas ou você o faz em qualquer circunstância?

 Propósito:

Pai, dá-me forças para ser verdadeiro companheiro na missão de seu Filho Jesus, mesmo devendo sofrer perseguições e contrariedades.

 

Evangelho do dia 29 de novembro terça feira 2022

 


29 de novembro - Sejamos sempre humildes, mesmo nas boas obras, porque, às vezes, começamos um trabalho com reta intenção, mas lentamente se introduz um pouco de amor próprio, de vaidosa satisfação, e lá se vai a reta intenção. (S 231). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,21-24

 ” Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: “Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado. 
Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 
E voltou-se para os seus discípulos, e disse: “Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes, 
pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram”.

 Meditação:

 Jesus louvou o Pai e exultou no Espírito quando os Seus discípulos “enxergaram” as maravilhas que sucediam quando eles saíam anunciando o reino.

  A ação do Espírito Santo em nós faz com que tenhamos uma compreensão das coisas do alto numa perspectiva espiritual que é completamente diversa daquela que entendemos com a nossa humanidade.

  Só os pequeninos, isto é, os que abrem o coração e não colocam a razão em primeiro lugar, poderão distinguir os prodígios e milagres que acontecem quando o reino de Deus se lhes manifesta pela ação do Espírito Santo.

  Quando nos dispomos a propalar o reino dos céus aqui na terra, é porque ele já está acontecendo na nossa vida e, na medida em que nos abrimos, mais e mais vamos experimentando a alegria e a felicidade interior.

  Assim como exultou no Espírito Santo diante dos Seus discípulos, Jesus também o faz hoje, porque o Pai nos revela as coisas do Seu coração.

 Só os humildes e pequeninos podem “entender” os mistérios do céu. Jesus é a própria revelação de Deus e todos os que aceitam Jesus e nele crêem, são os pequeninos que vêem, ouvem e sentem a felicidade e a paz do Senhor.

  Jesus nos alerta: “Felizes os olhos que vêem o que vós vedes!” O Pai se dá a conhecer por meio da revelação do Filho e quanto mais conhecermos a Jesus, mais teremos comunhão com Deus Pai e poderemos viver a felicidade tão almejada.

  Somos felizes porque os nossos olhos vêem mais além das aparências e podemos, na reflexão da Palavra de Deus, descobrir os Seus segredos, os Seus planos para nós e para a humanidade, por nosso intermédio.

 Somos chamados (as) no tempo atual da nossa vida a ver e ouvir o que o Senhor tem para nos revelar. Não percamos tempo: o Senhor tem muito a nos mostrar e também, a nos falar.

  Você é pequenino (a) ou sábio (a) e inteligente? Você é uma pessoa atenta aos mistérios de Deus? Você enxerga as maravilhas de Deus na sua vida? Quando você medita sobre a Palavra de Deus você se limita ao que está escrito, ou você percebe nas entrelinhas uma mensagem para a sua vida?

Os discípulos foram declarados felizes por terem visto e reconhecido o Messias Jesus. Esta felicidade foi ansiada, ao longo da história de Israel, por "muitos profetas e reis" que nutriam a esperança de vê-lo. O desejo deles, porém, não foi realizado.

Entretanto, a graça de ver o Messias tem dois pressupostos. O primeiro diz respeito à ação divina como propiciadora desta experiência.

Só pode reconhecer o Messias, Filho de Deus, aquele a quem o Pai o quiser revelar. A simples iniciativa ou a curiosidade humana são insuficientes.

 Reflexão Apostólica:

Ainda recordo de uma homilia onde o celebrante disse: “(…) quando conhecemos a Deus, Seu amor, caem às escamas dos nossos olhos”. Se observarmos bem o que esse frei diz notaremos que conhecer o amor de Deus denota uma inevitável mudança de comportamento pessoal e individual; e para que ela ocorra pouco interessa quem sabe muito ou pouco, quem fez faculdade ou aquele que nem estudos têm. Mas por que aqueles que sabem muito são os que mais fogem da mudança?

(…) Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso”.
Mas por onde começar?

1) EVITEMOS PERPETUAR OS PENSAMENTOS PESSIMISTAS SOBRE A VIDA

Ter pensamentos pesados ou pessimistas sobre a vida nos encarcera, nos prendem, (…); eles fecham nossos olhos a grandeza e a beleza construída por Deus e nos dão a sensação de impotência sobre mudar o hoje pensando no amanhã.

 Todos sabem que um dia tudo isso que conhecemos poderá vir a terminar, mas por que causar pânico, temor, medo nas pessoas, sabendo que muita delas não tem nem mais motivos para viver? Por que não nos empenhar em levar a boa mensagem do evangelho de domingo?

 2) ENCONTRAR MOTIVOS PARA VIVER ESSE DIA…

Algo me fez lembrar Jonas, o personagem bíblico, que insatisfeito pela não destruição da cidade de Nínive (Jonas 4), sentou emburrado embaixo de uma mamoneira.

Essa analogia serve para todos nós quando desistimos do mundo ou quando passamos a agourá-lo, quando nos fazermos de coitado para chamar atenção dos outros e hoje de forma especial quando me revisto de vaidades, arrogância e prepotência, pensando eu ser sabedoria, e na verdade são coisas que evitam que eu cresça como pessoa.

 3) BUSCAR A DEUS DE TODO CORAÇÃO E COM TODA NOSSA FORÇA

Todo cristão tem uma missão, seja ele evangélico ou católico, de procurar a Deus com todo coração, com toda sua alma e com toda a força, mas não se ajunta folhas secas assoprando o monte, ou seja, não será fácil juntar em meio a um vendaval pessoal, em meio a tormentas, por isso é crucial que tenhamos empenho também em resolver o que nos aflige por dentro.

 4) SER HUMILDE AS CORREÇÕES E ACEITAR AS MUDANÇAS.

Não sei bem se o que temos nos fará chegar ao céu, ou seja, o estudo não nos credencia a sermos mais importantes e sim mais habilidosos em um determinado assunto.

 Ter faculdades e conhecimento do mundo de nada valem se não estivermos dispostos a dar, nos empenhar, conduzir e a sermos corrigidos…

Também não posso me valer desse evangelho para justificar parar de estudar, pois o estudo nos oferece mais recursos ao trabalho da messe. Fugir da capacitação é como insistir em lavrar a terra com um boi enquanto outros usam tratores.

Estamos no advento, peçamos perdão pelas vezes que me esqueci de ter um coração aberto ao amor; por ter nos achado acima de tudo; por ter mais afastado do que ajuntado; por meu orgulho ter soprado mais forte que minha humildade.

Reflitamos: “Preciso impregnar o mundo com Cristo, a começar em mim!