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sábado, 5 de novembro de 2022

Evangelho do dia 11 de novembro sexta feira 2022

 


11 novembro - Mostremo-nos tranquilos e serenos, mesmo quando a tempestade enfurece no coração. (S 180). São Jose Marello Leitura do santo

 


Evangelho segundo São Lucas 17,26-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos.
30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló.
33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo: nesta noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado”.
37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.

Meditação:  

No Evangelho de hoje, Lucas reúne fragmentos da tradição escatológica, elaborados pelas comunidades originárias do Judaísmo, inspiradas nas imagens violentas frequentes no Primeiro Testamento. Estes fragmentos podem ser encontrados no "discurso escatológico", em Mateus (cap. 24) e em Marcos (cap. 13).

Neste texto, o evangelista apresenta dois exemplos do Antigo Testamento para nos ensinar que as situações-limite não devem nos pegar de surpresa. O primeiro é o das pessoas no tempo de Noé, que se interessavam somente pelo terreno. Porém, veio o dilúvio e os fez perecer. O segundo exemplo é o dos habitantes de Sodoma nos tempos de Lot. Estes comiam e bebiam, compravam, vendiam, construíam. Mas choveu fogo e enxofre e tordos pereceram.

 O fim trágico seria semelhante ao dilúvio, nos dias de Noé, ou à destruição de Sodoma, nos dias de Ló. Algumas passagens podem ser acréscimos, aludindo à destruição de Jerusalém pelos romanos no ano 70.

Noé e Lot, apenas mencionados, são exemplos típicos do crente que é salvo em meio à perdição geral. Este evangelho é um convite ao desprendimento. Sodoma e os contemporâneos de Noé pereceram por sua indiferença e seu apego ao material, esquecendo-se de Deus e dos demais.

Com o passar do tempo, a expectativa escatológica de um trágico fim iminente foi cedendo lugar à compreensão da presença, já, do Reino de acolhida, amor e paz, entre nós. Os discípulos empenhados na implantação da justiça, hoje, em vista de um novo mundo, preservam sua vida na comunhão com Jesus e o Pai.

 Comecemos por revisar nossa atitude diante das coisas e nossa abertura para com os irmãos. Quantas vezes nos prendemos ao material, a projetos ou idéias, e somente pensamos em conseguir o que queremos.

O evangelho é uma chamada de atenção a quem propunha um mundo sem valores evangélicos. E estes afirmam que quem quer ganhar sua vida vai perdê-la; ao contrário, quem a perde, vai ganhá-la; pois não busca a si mesmo, mas entrega-se por inteiro aos demais por causa de Jesus. Isto é trabalhar pela vida plana do ser humano.

Continua o discurso apocalíptico sobre a vinda do Filho do homem, que é preciso esperar na austeridade, na vigilância e na fé. Com exemplos da história antiga do povo de Deus, Jesus previne os seus discípulos para que se mantenham sempre na expectativa da vinda do reino de Deus. As ocupações e cuidados da vida presente podem não deixar tempo para viver na expectativa dessa vinda do Senhor, mas ela é certa e será para todos os homens.

 A vinda do Reino de Deus é a vinda do Filho do Homem que o instaura-o retorno do Senhor é certo, mas o tempo é desconhecido. A vinda do Senhor acontecerá de modo rápido e inesperadamente. Nesta passagem se acentua a expressão: “não visível”, como anteriormente tinha feito em relação ao “não observável”.

Poder-se-ia até imaginar um alerta contra a nostalgia dos “dias” em que Jesus já não mais estivesse visivelmente presente no meio dos seus discípulos.  Mas não se pode jamais esquecer as palavras do Senhor: “Importa que eu me vá”, para ser assim conosco uma presença mais interiorizada no Espírito Santo.

Ao dizer que um será tomado e outro será deixado, o Senhor nos faz refletir que mesmo a intimidade com uma pessoa divina não nos dá a garantia de entrarmos no céu no dia do julgamento. Cada qual é julgado individualmente conforme o modo como viveu e como correspondeu à graça divina.

 A Boa Nova é que Deus confere sua graça e traz confiança a todos os que O buscam com fé e com o coração contrito.  “A eternidade será como um banquete, escreve s. Gregório de Nissa, que minha alma saboreia.

Isto nos é sugerido por Jesus em símbolos de alegria e consolação que vem do Espírito”.  A recompensa é o próprio Deus, fonte de toda verdade e bondade, paz e vida eterna. “Senhor Jesus Cristo, vós sois minha esperança e salvação. Ajudai-me para que eu jamais perca o objetivo do Reino e dai-me a grande alegria e zelo de viver cada dia na fidelidade à vossa Palavra”

 Portanto, superadas as antigas expectativas escatológicas e apocalípticas de uma vinda futura de Jesus, temos, hoje, a consciência de sua presença entre nós, hoje, na luta pela justiça no mundo em que vivemos, pois termina Jesus no Evangelho de hoje:  “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”. Isto quer dizer que neste mundo de malícias e mediocridade, nós não podemos e nem devemos dar o nosso corpo àqueles que o podem matar afim de que não sejamos devorados pelos urubus que rugem ao nosso redor como leão procurando a quem devorar.

Reflexão Apostólica:

O Evangelho de hoje não é o tipo de leitura que poderíamos chamar de agradável, mas é um Evangelho necessário. Depois de já ter falado, de várias formas, que o Reino de Deus está próximo, e tantas pessoas ainda fazerem de conta que não estão ouvindo, chega um momento em que é necessário ser mais direto, e é isso que Jesus faz... Profetiza como será a sua segunda vinda, a qual João, anos depois, descreve no Apocalipse com todos os detalhes...

 Nestes 12 versículos de hoje, existe um que resume toda a mensagem, e é a pista que devemos seguir para fazermos parte do time dos escolhidos de Deus. É o versículo 33: "Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la. "

 Quem passa a vida inteira preocupado em aproveitar a vida com os prazeres mundanos, esquecendo-se do Amor, vai viver sempre vazio. Existe um espaço no nosso coração que somente Deus pode ocupar... e quem dedica a sua vida a preencher esse vazio com o Amor de Deus, vai conservar a sua vida... e quando Jesus voltar, esse sim será feliz, pois fará parte dos escolhidos do Reino de Deus.

 Os discípulos ainda perguntam: “Senhor, onde acontecerá isso?” . É claro que eles queriam saber quais cidades Deus iria destruir, para poder avisar aos que morassem nelas, e depois correr para o outro lado... Só que Jesus dá uma resposta enigmática: "Onde estiver o cadáver, aí estarão os abutres." Isso significa que em todos os lugares onde houver alguém que esteja "morto" para Deus, este será morto de fato, e para sempre.

 A pergunta pelo “quando” abre o discurso sobre o tempo final; a pergunta pelo “onde” o encerra. Perguntas curiosas, superficiais, que distraem do essencial: o reino de Deus está presente; vem o Filho do Homem; a promessa está já cumprida, mas ainda não em forma acabada. O que se deduz disso? Os cadáveres atraem os abutres. Isto todos sabem. Como os abutres são atraídos pelos cadáveres, assim será atraído pelos homens pecadores o julgamento que os condena.

 O importante não é a pergunta pelo lugar do julgamento, mas a questão da libertação do pecado, da conversão. Quando Jesus anuncia o tempo final, exorta à conversão e à penitência. Proclama o reino de Deus da misericórdia, a fim de que a vinda do Filho do Homem não redunde em perdição.

Jesus nos convida a abandonar tudo. A atitude da mulher de Lot, que fica olhando para trás, deixa entrever a atitude de posse. Jesus nos convida ao desprendimento. Sodoma e os habitantes dos tempos de Noé pereceram por sua indiferença e apego ao material, esquecendo-se de Deus e dos irmãos.

 O julgamento do Filho do Homem começa por revisar nossa atitude diante do material, projetos, idéias e como pensamos que por nossa vontade podemos conseguir o que queremos.

Procuremos, então, aproveitar a nossa vida, sim! Para buscar preenchê-la dia a dia com as graças de Deus. Eis o verdadeiro sentido da vida!  

Propósito:

Pai, dá-me suficiente sensatez para não buscar segurança e salvação nos bens deste mundo, pois só o encontro junto de ti, na obediência fiel à tua vontade.

 

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