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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Evangelho do dia 01 de fevereiro sexta feira 2019


Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 4,26-34

"Jesus disse:
- O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, ela brota e cresce, sem ele saber como isso acontece. É a própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita.
Jesus continuou:
- Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar para isso? Ele é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce muito até ficar a maior de todas as plantas. E os seus ramos são tão grandes, que os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas.
Assim, usando muitas parábolas como estas, Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos.
"

1º Meditação:

Jesus é atacado pelos judeus: se de fato for o Messias, que mostre os sinais precursores do reino! Jesus lhes responde que não há sinais extraordinários. Deus deixa crescer a semente lentamente, mas é necessário esperar; não há continuidade absoluta entre esse trabalhoso parto do reino de Deus e sua manifestação em plenitude.

Que aqueles que colaboram na instauração do reino não percam sua confiança em Deus. Ele começou, e após o silêncio, virá o cumprimento de sua obra. Que se espere com paciência; sem querer adiantar-se a ele. E aqueles que não quiserem crer no reino a não ser no momento de sua manifestação, estejam muito atentos: esse reino está já perto deles em Jesus, e será preciso reconhecê-lo agindo na pobreza dos meios e na lentidão do crescimento.

A parábola do grão de mostarda alimenta a confiança em Deus ao sublinhar o contraste entre os humildes começos do reino e a magnitude da tarefa. Com esta parábola Jesus quis, seguramente, responder à objeção daqueles que se opunham à pequenez dos meios empregados por ele para a glória do reino esperado.
É a partir da pequenez que Deus se manifesta plenamente. A partir do que não conta para os poderes deste mundo. A partir da insignificância, é que Deus acontece com mais força. Na obscuridade da vida é quando maior se pode ver a luz”, diria santa Teresa de Jesus.

Hoje o evangelho nos convida a sentar-nos como discípulas e discípulos aos pés do mestre Jesus. Ele com sua simplicidade e profunda sabedoria nos explicará em parábolas o sentido daquele Reino com o qual nos quer comprometer.
As parábolas, mais que histórias ou exemplos didáticos, são símbolos com os quais Jesus deseja questionar nossos esquemas mentais e convidar-nos a renovar nossas formas de pensar e ver a vida.

Jesus compara o Reino com um agricultor que semeia a semente na terra. Enquanto ele dorme e se levante, de dia e de noite a semente cresce sem que ele saiba como.
Este homem sabe que o crescimento da semente não lhe corresponde, nem as flores, nem o tempo que se leva a maturação do fruto. Mas nem por isto ele renuncia a sua tarefa. É a terra que guarda o segredo do processo, ela dá desde a sabedoria de sua entranha: a erva, a espiga, o crescimento.

O semeador escuta e se submete ao ritmo da terra e ela por sua vez lhe bendiz com fruto abundante. Imagem desconcertante num mundo modernizado que submeteu a terra ao ritmo da exploração e o mercado, e nega aos filhos da terra o alimento que dela emana gratuitamente.
O Reino, igualmente como a terra não é propriedade de ninguém, mas sim um dom gratuito de Deus para ser cuidado e partilhado entre seus filhos e filhas.

Reflexão Apostólica: 

Jesus nos oferta duas simples comparações: a primeira da semente que é lançada na terra e indiferentemente da nossa vontade, cresce, e a do grão de mostarda, que pequeno e simples aos nossos olhos, ao crescer torna-se a maior das plantas do seu tipo; A primeira comparação gera em nós a idéia da espera confiante e paciente após o trabalho e empenho realizado e a segunda a humildade que cresce da simplicidade e que nos enaltece aos olhos de Deus.

Todos os dias somos provados, tentados (não por Deus), assolados por coisas boas e outras não tão boas no nosso tornando o servir uma missão não tão fácil. Trabalho, família, paixões, estudo, (…) coisas que seriam motivos para agradecer a Deus passam a tomar tanto tempo de nossas vidas que às vezes acabam nos afastando…

Nunca perceberam isso? Pessoas muito empolgadas acabam sumindo de nossas comunidades quando arrumam namorados, casam ou vão fazer faculdade… Será que se esqueceram de Deus?

Não! Eu não vejo assim!

É verdade que muita gente constrói sua religiosidade na areia e nesse mundo cheio de luzes e encantos, acabamos nos comportando como mariposas, sendo atraídos por elas, mas discordo quando dizem ou afirmam que essas pessoas esqueceram Deus, pois creio eu isso pareça ser um caminho natural no nosso amadurecimento que precisa ser bem orientado, pois se mal dosado, provavelmente não terá mais volta, ai sim de fato, ela sumirá.

 Se você, que lê isso hoje é um que deseja partir ou partiu e pensa voltar, uma coisa não muda: o valor que Deus dá por você! E parafraseando o evangelho de hoje, independente da nossa vontade, o reino de Deus cresce dentro de nós tornando-se impossível não se sentir amado e atraído por ele.

Sim! Valemos muito para Deus, mas nossa fé e nossas forças às vezes nos traem. Somos muito imediatistas, queremos tudo para agora ou o mais breve que possível. Queremos alcançar o céu, mas se possível de elevador. É ainda difícil de entender que as conquistas virão degrau por degrau e não rapidamente. “(…) PRIMEIRO APARECE A PLANTA, DEPOIS A ESPIGA, E, MAIS TARDE, OS GRÃOS QUE ENCHEM A ESPIGA. QUANDO AS ESPIGAS FICAM MADURAS, O HOMEM COMEÇA A CORTÁ-LAS COM A FOICE, POIS CHEGOU O TEMPO DA COLHEITA”.

Notei que a ansiedade e a preocupação nos acompanharão enquanto vivermos, pois somos seres humanos. Que os benditos cabelos brancos virão independentemente de nossa vontade. Nossos cabelos são contados, inclusive esses brancos que insistem em povoar nossas cabeças. Temos medo de ficarmos sós, medo de não conseguir um bom emprego e um digno salário, medo de não conseguir se firmar depois que acabar a faculdade, (…) e esses tantos medos nos fazem a agarrar qualquer luz que passa aos nossos olhos… E lá vai mais um cristão-mariposa deixando o serviço da messe!

Mas também tenhamos o divino discernimento que nem todo aquele que some é porque deixou a vinha. Muita gente “dá um tempo” dos nossos olhos e não dos olhos de Deus. Conheço pessoas que ao deixar um grupo ou pastoral foram esquecidas ou tratadas como “desertoras”. Não cometamos o erro de esquecer que, talvez Deus, quisesse que a semente dessa mostarda crescesse em outro lugar desse suporte aos pássaros perdidos de outra comunidade, pastoral ou movimento.

Aprendi que o semeador passa toda noite em nossos pensamentos (geralmente as três da manha – riso), vendo nossos anseios e potencialidades, os fazendo crescer durante a noite. A mostarda é bem comum próximo a regiões onde possuem água, como o mar da Galiléia, onde o vento a balançará e por vezes a maltratará, mas sua flexibilidade, que prefiro chamar de maturidade, a fará resistir. A algumas pessoas Deus chamou para ser cedros do Líbano, ou seja, imponentes, rígidos, austeros, colunas robustas a outros maleáveis, tolerantes, acolhedores e adaptáveis como a mostarda.

Quem ta dando um tempo precisa saber que carrega consigo algo tão precioso dentro do seu coração. Algo que pulsa todo dia o desejo de voltar e permanecer fiel. Se você se afastou, creia, Ele mesmo assim, vai com você… E se você se sente pequeno no serviço que faz em sua comunidade, preste atenção, pássaros talvez já repousam em seus galhos…

Propósito:
Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.
Meditação:  
A semente que germina e cresce por si mesma exprime a ação de Deus que comunica amor e vida a todos, suplantando os poderosos deste mundo que semeiam a fome e a morte. A segunda parábola, da inexpressiva semente que se transforma em uma árvore acolhedora dos pássaros, exprime que a fé dos discípulos, desprezível diante do mundo, pode gerar o mundo novo de fraternidade e paz. A prática e o ensino de Jesus são caminho e luz.
Marcos mostra Jesus como Mestre do Reino ensinando às multidões desde a barca de Pedro (4,1). Seu ensino é na base de parábolas ou exemplos. A parábola é uma narração que sob o aspecto de uma comparação, está destinada a ilustrar o sentido de um ensino religioso.
Quando todos os detalhes têm um sentido e significado real, a parábola se taransforma em alegoria. Como em Jo 10,1-16, no caso do bom pastor. No A T as parábolas são escassas, um exemplo é 2 Sm 12, 1-4 em que Natã dá a conhecer seu crime a Davi.
Porém no NT Jesus usa frequentemente as parábolas especialmente como parte de seu ensino do Reino dos Céus, para iluminar certos aspectos do mesmo. No dia de hoje temos duas pequenas parábolas, a primeira própria  de Marcos e a segunda compartida por Mateus (13, 21+) e Lucas (13, 18).
Na parábola da semente, Jesus indica que o Reino tem uma força intrínseca que independe dos trabalhadores. Na segunda que o Reino, minúsculo nos tempo de Jesus, expandir-se-á de modo a se estender pelo mundo inteiro. Vejamos versículo por versículo as palavras de Jesus.
 E dizia: assim é o Reino do Deus, como se um homem lançasse a semente sobre a terra (26). Que significa Reino de Deus? No AT Jahvé, o Deus de Israel, era o verdadeiro rei e seu reino abrangia todo o Universo.
Os juízes eram praticamente os seus representantes. Por isso, o seu profeta Samuel, último juiz, escutou estas palavras: Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, porque não querem mais que eu reine sobre eles (I Sam 8, 7).
A partir de Davi o reino de Deus tem como representante um rei humano, mas a experiência terminou em fracasso, e o reino de Deus acabou por ser um reino futuro escatológico como final dos tempos e transcendente, como sendo Deus mesmo o que seria ou escolheria o novo rei.
Esse reino está chegando e tem seu representante na pessoa de Jesus e dos apóstolos. Nada tem de material ou geográfico, e é formado pelos que aceitam Jesus como Senhor, caminho, verdade e vida.
Por isso dirá Jesus que o reino está dentro de vocês. A Igreja fundada por Jesus é a parte visível desse reino, que não é como os do mundo, mas tem sua base em servir e não em ser servido (Lc 22, 27).
O oposto do amor, que é serviço no reino é o amor ao dinheiro ( Mt 6, 24), de modo que podemos afirmar que o dinheiro é o verdadeiro deus deste mundo.
A primeira comparação que revela como atua o Reino é esta parábola de Jesus, facilmente entendida como tipo, e que finalmente veremos como protótipo nas observações.
E durma e se levante noite e dia; e a semente germine e cresça de um modo que ele não tem conhecido. É importante unir este versículo ao anterior para obter o sentido completo da parábola.
O agricultor faz sua vida independente e a semente nasce e cresce sem ter nada que ver com o agricultor fora o fato de ser semeada por ele no início.
Deste modo Paulo pode afirmar: Eu plantei, Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer. Aquele que planta nada é; aquele que rega nada é; mas importa somente Deus, que dá o crescimento (1 Cor 3, 6-7). Assim, a continuação dirá Jesus: Pois por si mesma a terra frutifica primeiramente a erva, depois a espiga, depois o trigo pleno na espiga .
Quando porém, tiver aparecido o fruto, rapidamente ele envia a foice porque tem aparecido a ceifa. Não há nada a comentar a não ser que o trabalho do agricultor. Vemos como se reduz a semear e ceifar. A terra e a semente fazem o resto.
E dizia: a que compararíamos o Reino do Deus , ou em que parábola o assemelharíamos? Parece que Jesus medita antes de afirmar ou escolhe uma comparação apropriada.
Seu estilo é de chamar a atenção dos ouvintes, um simples recurso oratório que indica por outra parte uma memória viva dos ouvintes e não uma posterior reconstrução. É possível que estas palavras formem parte do método de ensino de Jesus.
Como com a semente da mostarda, a qual quando sendo semeada na  terra é a menor de todas as sementes sobre a terra. A mostarda é uma planta da família da couve ou repolho, de grandes folhas, flores amarelas e pequenas sementes, que tem duas espécies principais: branca e preta. A branca chega até atingir 1,2 m de altura e a preta pode chegar até 3m e 4 m de altura. A negra é comum nas margens do lago de Tiberíades e seu tronco se torna lenhoso. Por isso os árabes falam de árvores de mostarda. Esta variedade so cresce ao longo do lago e nas margens do Jordão. Os pintassilgos, gulosos de suas sementes chegam em bandos para pousar nos seus galhos e comer os grãos. As sementes não são as menores entre as conhecidas, mas parece que eram modelo, na época, de coisas insignificantes.
A mais comum é a branca não tão ardente como a preta, precisamente por sua maior facilidade em recolher os frutos. E quando está semeada surge e se torna maior do que todas as hortaliças e produz galhos grandes de modo que podem, sob sua sombra, as aves do céu habitar . Temos visto como chegam até 3 ou 4 m de altura, suficientes para aninhar os pássaros em seus galhos.
E com muitas parábolas semelhantes falava a eles a palavra do modo que podiam ouvir . Temos aqui uma discriminação feita sem saber a razão de por que foi escolhida por Jesus.
Os discípulos tinham ocasião de saber o significado verdadeiro das comparações, por vezes não muito claras para o ouvinte geral. O caso mais evidente é o do semeador e os diversos terrenos em que a semente cai.
O público em geral podia ficar com a idéia de que a semente da palavra era recebida de formas mui diversas pelos ouvintes, mas a razão destas diferenças só era explicada aos que, interessados, perguntaram junto aos doze pela explicação da mesma (Mc 4, 13-20).
O encontro com a palavra é um dom de Deus, mas a resposta à mesma depende da vontade e do interesse de cada um. A explicação correspondente sempre a receberá quem esteja interessado em saber a verdade.
Na primeira destas parábolas do dia de hoje temos a exposição de como o Reino se expande com uma força que não depende dos homens mas do próprio Deus. Poderíamos dizer que descreve a força interna do Reino.
Na segunda parábola encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria espetacular desde um pequeno grupo insignificante como é a semente da mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete, até uma árvore que nada tem a invejar os carrascos da Palestina.
Uma certeza é evidente: o Reino é uma realidade que não se pode ignorar. Em que consiste? Jesus não revela sua essência, mas devido ao nome estamos inclinados a afirmar que o Reino como nova instituição é uma irrupção da presença de Deus na História humana, que seria uma revolução e uma conquista, não violenta mas interior do homem, e que deveria mudar a religião em primeiro lugar e as relações sociais em segundo termo.
Numa época em que revoluções externas e lutas pelo poder estavam unidas a uma teocracia religiosa era perigoso anunciar a natureza verdadeira do Reino. Daí que só as externas qualidades do Reino tenham sido descritas e de modo a não levantar reações violentas. O reino sofrerá violências mas não será o violentador (Mt 11, 12).
Se quisermos apurar as coisas, poderíamos atribuir ao Reino uma universalidade que não tinha a Antiga aliança. Mas isto é esticar as coisas além do estado natural das coisas e da narração de hoje no evangelho de Marcos.
Reflexão Apostólica:
As duas parábolas do evangelho de hoje são estímulo e fortalecimento da esperança nas comunidades. O lavrador aplica-se com esforço à semeadura e ao cultivo de sua plantação. Porém, a vida que se desenvolve a partir da semente é obra de Deus. E uma insignificante semente já tem certa grandiosidade, revelada com o tempo.
Os sistemas opressores defendem o progresso que os beneficia, mas sacrifica o povo e a natureza. Contudo, estas parábolas das sementes revelam o projeto do Reino de Deus de resgatar a vida sobre a terra.
Tal projeto parece frágil diante dos poderes deste mundo. Todavia, seu desabrochar e crescimento, como obras de Deus, não serão tolhidos por ninguém. O Reino de Deus é o banquete da celebração da vida plena para todos, a qual se vai manifestando até atingir a plenitude.
As religiões querem se sentir com todo poder e auto-suficientes, crendo que a tarefa da salvação está nelas e, pior ainda, afirmam que fora delas não há salvação. Mas Deus age com outros parâmetros. O que nos recorda a parábola de hoje é que as plantas crescem pela força da terra e não pelo poder do semeador. Esta grande comparação é aplicada por Jesus ao Reino.

Quer dizer, o Reino é obra de Deus. Para conseguir entender esta grande lição que sai da alma de Jesus, primeiro temos que perceber que Deus, ao assumir a dimensão humana, não tem medo de impulsionar, desde esta dimensão, sua grande obra de divinização da humanidade. O evangelho deixa claro que, é Deus e não os instrumentos de nenhuma instituição, quem torna possível que o Reino cresça.

Da pequenez, Deus faz que uma realidade tão majestosa como o Reino aconteça. O Reino é a simplicidade, a humildade, o resgate do irmão, a inclusão dos que são diferentes, a dignificação do pobre. Por isso o Evangelho o expressa com o símbolo do grão de mostarda. A Igreja será cada vez mais parecida ao Reino se nos voltarmos às pequenas comunidades, sementes de uma nova maneira de ser Igreja e de ser cristão.

O reino de Deus é como uma semente que é lançada no nosso coração por meio da mensagem que Jesus Cristo veio nos trazer. Quando nós acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós o processo de germinação e fecundação do reino de Deus, uma vida nova que iremos oferecer ao mundo.
É Deus quem no nosso próprio coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem nós mesmos percebamos. A cada dia, mais e mais nós vamos ficando plenos do Espírito Santo, que opera em nós e, por isso, os nossos valores vão mudando, as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações vão se afeiçoando aos ensinamentos de Jesus.
Isto significa que o reino de Deus cresce dentro de nós de mansinho, silenciosamente, de tal maneira que um dia nós estamos tão cheios de alegria, paz e felicidade que não dá mais para conter, por isso, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. É o momento da colheita!
O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia.
Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu.
Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar nós teremos como conseqüência, uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade.
Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente.
A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos. 
Você tem notado o crescimento do reino de Deus em você? Quais as mudanças que aconteceram em você? Você se sente mais feliz, hoje do que antes? Você já está sendo árvore que dá sombra? Você se sente amado (a) por Deus?

Meditação

Chama a atenção nas narrativas dos evangelhos a abundância de parábolas atribuídas a Jesus. As parábolas pertencem ao gênero da sabedoria e, a partir de situações comuns de vida, permitem que seja extraído um ensinamento ou uma motivação à ação. Particularmente, servem também para ilustrar os mistérios de Deus.

A grande virtude das parábolas é a de superar os obstáculos mais óbvios e imediatos do entendimento. Uma parábola é um arco que se eleva pelo ar e cai exatamente no seu objetivo, afastando os obstáculos, focando sua meta.

As parábolas de Jesus têm um efeito similar. Diante das interpretações obscuras e carregadas de limites para com as quais seus interlocutores dos mestres da lei costumavam responder com uma claridade demolidora. Diante das intrincadas e sofisticadas interpretações dos mestres gregos, o ensinamento de Jesus se apresenta com uma evidencia sem controvérsia.

As palavras de Jesus falam da vida cotidiana: do agricultor que salva sua colheita; da pessoa que ao cozinhar administra com tino e prudência o sal.

A palavras do profeta Ezequiel nos falam do cedro, uma árvore excepcional por sua longevidade e pela qualidade de sua madeira. Paulo nos falará do corpo, como um domicílio provisório mas imprescindível para alcançar uma residência permanente em um corpo ressuscitado.

O profeta Ezequiel compara a ação de Deus com a de um agricultor que refloresta os montes áridos com cedros que se caracterizam por seu tamanho excepcional, pela duração de sua madeira e por sua singular beleza.

O novo Israel será um broto jovem plantado no alto dos montes de Judá; para trás ficará a soberba da monarquia e todos os períodos de sua desmedida avidez de poder. O profeta tem a esperança de que seu povo renasça logo do exílio e sua descendência perdure como o fazem os cedros que podem chegar a durar dois mil anos.

As parábolas de Jesus, porém, não falar a partir da perspectiva das árvores grandes, mas dos arbustos que podem crescer em nossos jardins sem derrubar a casa nem secar as hortaliças.

A primeira parábola fala da força interna da semente, que age praticamente sem que o agricultor perceba. Se a semente encontra as condições favoráveis, florescerá.

O trabalho do agricultor se limita a preparar o terreno para oferecer condições que tornem possível o cultivo; os cuidados indispensáveis para que a semente germine e se fortaleça; e a ação oportuna para a realização da colheita dos frutos. De modo semelhante age a ação do cristão, favorecendo a implantação da semente do Reino.

A meditação poderia orientar-se também muito justificadamente, mais que por essa linha bíblica, pela linha teológica: o tema do Reino, que é o protagonista das parábolas de Jesus do evangelho de hoje.

Na realidade, sabemos que o tema do Reino foi... a paixão, a mania, o estribilho, a obsessão de Jesus, por ter sido também a causa pela qual foi perseguido, capturado, condenado e executado.

Para compreender a mensagem de Jesus, nada melhor que procurar compreender o Reio e a relação de Jesus com ele. É importante lembrar, sem marcar demasiadamente os contrastes históricos no risco de repetir os erros do passado, que o reino era na realidade um ausente maior no cristianismo clássico, inclusive no cristianismo do Concilio Vaticano II.

É preciso salientar o tema do Reino de Deus, sua redescoberta, a partir desse citado “eclipse do Reino”, é sem dúvida o tema teológico que mais transformou a Igreja, e a eclesiologia e a teologia toda.

O Reinocentrismo significa a superação do eclesiocentrismo, que se instalou na igreja bem cedo, contra a mentalidade de Jesus.

Não é uma “nova teologia”, mas o pensamento mesmo de Jesus... Seria inútil ficar em explicações simplórias sobre a semente e as grandes árvores que acolhem todas as aves... sem entrar no que realmente significa para Jesus o tema do Reino e sem deixar entrever que essa paixão por conseguir a Utopia do Reino por parte de Jesus é a “ipsíssima verba Iesu” e também a “ipsíssima intentio Iesu”, ou seja, a mesmíssima intenção de Jesus e, portanto, sua mesmíssima causa e que, em conseqüência, deve ser esta a causa do cristianismo. Mostrar isto é de fato o principal objetivo da homilia...

Reflexão Apostólica

Jesus nos oferta duas simples comparações: a primeira da semente que é lançada na terra e indiferentemente da nossa vontade, cresce, e a do grão de mostarda, que pequeno e simples aos nossos olhos, ao crescer torna-se a maior das plantas do seu tipo; A primeira comparação gera em nós a idéia da espera confiante e paciente após o trabalho e empenho realizado e a segunda a humildade que cresce da simplicidade e que nos enaltece aos olhos de Deus.

Todos os dias somos provados, tentados (não por Deus), assolados por coisas boas e outras não tão boas no nosso tornando o servir uma missão não tão fácil. Trabalho, família, paixões, estudo, (…) coisas que seriam motivos para agradecer a Deus passam a tomar tanto tempo de nossas vidas que às vezes acabam nos afastando…

Nunca perceberam isso? Pessoas muito empolgadas acabam sumindo de nossas comunidades quando arrumam namorados, casam ou vão fazer faculdade… Será que se esqueceram de Deus?

Não! Eu não vejo assim!

É verdade que muita gente constrói sua religiosidade na areia e nesse mundo cheio de luzes e encantos, acabamos nos comportando como mariposas, sendo atraídos por elas, mas discordo quando dizem ou afirmam que essas pessoas esqueceram Deus, pois creio eu isso pareça ser um caminho natural no nosso amadurecimento que precisa ser bem orientado, pois se mal dosado, provavelmente não terá mais volta, ai sim de fato, ela sumirá.

 Se você, que lê isso hoje é um que deseja partir ou partiu e pensa voltar, uma coisa não muda: o valor que Deus dá por você! E parafraseando o evangelho de hoje, independente da nossa vontade, o reino de Deus cresce dentro de nós tornando-se impossível não se sentir amado e atraído por ele.

Sim! Valemos muito para Deus, mas nossa fé e nossas forças às vezes nos traem. Somos muito imediatistas, queremos tudo para agora ou o mais breve que possível. Queremos alcançar o céu, mas se possível de elevador. É ainda difícil de entender que as conquistas virão degrau por degrau e não rapidamente. “(…) PRIMEIRO APARECE A PLANTA, DEPOIS A ESPIGA, E, MAIS TARDE, OS GRÃOS QUE ENCHEM A ESPIGA. QUANDO AS ESPIGAS FICAM MADURAS, O HOMEM COMEÇA A CORTÁ-LAS COM A FOICE, POIS CHEGOU O TEMPO DA COLHEITA”.

Notei que a ansiedade e a preocupação nos acompanharão enquanto vivermos, pois somos seres humanos. Que os benditos cabelos brancos virão independentemente de nossa vontade. Nossos cabelos são contados, inclusive esses brancos que insistem em povoar nossas cabeças. Temos medo de ficarmos sós, medo de não conseguir um bom emprego e um digno salário, medo de não conseguir se firmar depois que acabar a faculdade, (…) e esses tantos medos nos fazem a agarrar qualquer luz que passa aos nossos olhos… E lá vai mais um cristão-mariposa deixando o serviço da messe!

Mas também tenhamos o divino discernimento que nem todo aquele que some é porque deixou a vinha. Muita gente “dá um tempo” dos nossos olhos e não dos olhos de Deus. Conheço pessoas que ao deixar um grupo ou pastoral foram esquecidas ou tratadas como “desertoras”. Não cometamos o erro de esquecer que, talvez Deus, quisesse que a semente dessa mostarda crescesse em outro lugar desse suporte aos pássaros perdidos de outra comunidade, pastoral ou movimento.

Aprendi que o semeador passa toda noite em nossos pensamentos (geralmente as três da manha – riso), vendo nossos anseios e potencialidades, os fazendo crescer durante a noite. A mostarda é bem comum próximo a regiões onde possuem água, como o mar da Galiléia, onde o vento a balançará e por vezes a maltratará, mas sua flexibilidade, que prefiro chamar de maturidade, a fará resistir. A algumas pessoas Deus chamou para ser cedros do Líbano, ou seja, imponentes, rígidos, austeros, colunas robustas a outros maleáveis, tolerantes, acolhedores e adaptáveis como a mostarda.

Quem ta dando um tempo precisa saber que carrega consigo algo tão precioso dentro do seu coração. Algo que pulsa todo dia o desejo de voltar e permanecer fiel. Se você se afastou, creia, Ele mesmo assim, vai com você… E se você se sente pequeno no serviço que faz em sua comunidade, preste atenção, pássaros talvez já repousam em seus galhos…

PARA CADA DESAPONTAMENTO
O sentimento proveniente do desapontamento é sempre ruim, seja ele causado por pessoas, circunstâncias ou pelos seus próprios erros. Ainda assim, em cada desapontamento, existem também oportunidades. Este é um fato incontestável na vida. 
Através dos desapontamentos – num contexto mais amplo da vida – você irá descobrir que os desapontamentos podem ter um valor positivo. Apesar de uma porta ter se fechado, outras muito mais acabam de ser abertas. Para cada desapontamento, você pode ganhar conhecimento, motivacão, perspectiva e um propósito mais claro e definido. Para cada desapontamento, você pode aprender muito sobre a vida, sobre você mesmo e sobre o mundo ao seu redor. 
Tente não se esquecer: quando a vida o joga pra baixo, lembre-se de que existem valores os quais - pela graça de Deus - podem colocá-lo para cima. Um desapontamento pode ser o seu grande aliado para um sólido crescimento e exposição do seu caráter.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Evangelho do dia 31 de janeiro quinta feira


31 - Por que fugir da luta, sabendo que é o nosso legado? Ou sofrer ou morrer, diziam os santos; e nós digamos, pelo menos: ou trabalhar ou morrer! (S 30). São Jose Marello



Marcos 4,21-25
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. 24Jesus dizia ainda: “Pres­tai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”. 
Meditação:
O povo de Israel também teve essa vocação de iluminar o mundo inteiro, mas os interesses mesquinhos e o fanatismo fizeram com que se extinguisse a chama da humanidade nova, em torno do Deus libertador e humanizador. Por isso Jesus assume o compromisso de convidar seus discípulos e discípulas a tomar a chama que Israel não manteve acesa e reiniciar um processo novo de iluminação de toda a humanidade.

Nessa linha evangélica, a tarefa de todo cristão é fazer com que a luz de Cristo que emana, que inclui, que redime, que humaniza, que valoriza e respeita toda diferença, que faz possível a justiça, os direitos dos povos e salvaguarda a criação, chegue a todos os rincões do mundo e se possa conseguir a grande civilização do amor. Esta é uma grande responsabilidade que todo crente em Jesus tem ante a história. Ser luz!

A pessoa que recebeu a Palavra de Deus de bom grado em seu coração há de frutificar grandemente, de maneira que todos possam ver os seus frutos. Daí a parábola da candeia, que revela a posição que ocupará no reino espiritual aquele que se deixou transformar completamente pela semente da Palavra.
Marcos apresenta alguns ditos de Jesus que são encontrados, dispersos, em Mateus e Lucas. O dito a respeito da lâmpada sobre o candelabro é encontrado no evangelho de Mateus, introduzido pela proclamação: “Vós sois a luz do mundo!” no início do Sermão da Montanha.

Assim, o testemunho dos discípulos deve ser uma luz para o mundo. No ensinamento de Jesus, não há nenhuma falsidade oculta, como na doutrina dos fariseus, nem ensinamento reservado a grupos elitizados, como no gnosticismo.

“E disse-lhes: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O candelabro era a lâmpada dos tempos de Jesus. Na parábola, a candeia significa a luz de Deus que brilha através de alguém que realmente teve uma experiência pessoal com Jesus. Sua vida vai manifestar um brilho especial como que dizendo ao mundo que se achou o caminho da paz, da alegria, da fé, que as pessoas tanto procuram.

O papel da Palavra de Deus no coração do homem é justamente este, o de tirar o homem das trevas do ódio e da amargura, e coloca-lo na luz do amor de Deus.

Uma vez que o indivíduo teve essa experiência e vai crescendo mais e mais no conhecimento de Deus, a luz de Cristo no seu interior vai brilhar cada vez mais intensamente a fim de se manifestar aos homens que ainda vivem nas trevas (Jo 1,4-5; I Jo 1,5-7)

“E disse-lhes: Vem porventura o candelabro para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O texto diz que a lamparina não vem para ser deixada num lugar qualquer da casa, mas sim no velador que sempre era posicionado em lugares altos de onde podia iluminar toda a casa.

Jesus está dizendo que aquele que teve uma experiência genuína com Deus e que está crescendo em maturidade através da semente plantada em seu coração, certamente será posicionado em lugares cada vez mais estratégicos no reino espiritual de maneira que possa abençoar as pessoas de forma mais eficaz.

Quem nos posiciona em lugares altos é o Senhor nosso Deus. Ele conhece o nosso coração e sabe se de fato temos frutificado e sido abençoadores de outras vidas. Aquele que é fiel no pouco sobre o muito será colocado (Mt 25,23).

“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4,22). Jesus disse que nada está encoberto senão para vir à luz.

Ele está querendo dizer que assim como uma semente plantada na terra permanece oculta por um certo tempo, vindo depois à luz, da mesma forma, toda semente divina plantada no coração do homem, tende a manifestar-se no seu devido tempo, revelando sua espécie.

Aquele que tem recebido pela fé a Palavra de Deus em seu coração, mais cedo ou mais tarde, terá a alegria de ver esta Palavra manifestada aos homens, pelas novas atitudes e obras praticadas. A luz de Deus deixará de estar no oculto do coração, para ser algo notório a todos os homens (Gl 5,22-23)
“Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” - Marcos 4,23. Os versículos seguintes aos mencionados acima mostram que, para que a luz venha a de fato manifestar-se, é necessário que o homem, canal da luz, seja um bom ouvinte da Palavra. Os versículos 23 e 24 dizem: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Também lhes disse: Atendei ao que ouvis”.

Os ouvidos precisam atentar a toda palavra que sai da boca de Deus, porque destas viverá o homem (Dt 8,3 b). O solo que frutificou na parábola do semeador foi aquele que, antes de tudo, ouviu a Palavra e a recebeu, e só então pôde dar o fruto esperado. Antes da frutificação vem o receber, e antes do receber vem o ouvir.

A pergunta que queremos deixar aqui é sobre como temos ouvido a Palavra. Não o ouvir com os ouvidos naturais, mas com os ouvidos do coração. Porque toda frutificação depende de ouvidos sensíveis e receptivos ao que Deus está falando.

 “E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis.” (Mc 4,24-25)

Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe não condena, mas pratica a misericórdia. Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância.

A sentença final pode ser um provérbio popular da Antigüidade, que interpreta as relações socioeconômicas daquelas sociedades, no mundo grego-romano e oriental.

O rico acumula cada vez mais riquezas, à custa dos pobres, cada vez mais empobrecidos. Com certo constrangimento, seria aplicado na perspectiva da fé. Quem tem a fé vai se fortalecendo cada vez mais, enquanto aquele que não a tem, vai se debilitando.
Com que intensidade nós queremos ver a manifestação do brilho de Deus em nossas vidas? Qual o posicionamento no reino espiritual que esperamos da parte de Deus? 

Todas estas questões dependem de como nos debruçamos de coração ao que estamos a ouvir da parte de Deus. A medida de unção, revelação e autoridade espiritual dependem de uma atitude cada vez mais positiva em relação à Palavra de Deus a nós ministrada. Se a desprezarmos ela não terá proveito para nós; mas se a valorizarmos, Deus nos acrescentará mais e mais de tudo o que ela oferece (Jr 29,13; 33,3).

Que toda transformação do nosso coração, operada por Deus e por Sua Palavra, possa resultar na iluminação de milhares de pessoas.
Reflexão Apostólica:

A luz é o símbolo mais apropriado para falar da finalidade do anúncio da Boa Nova e do que deve ser a comunidade cristã no mundo. A Boa Nova é como uma lâmpada que deve ser posta em um lugar apropriado para que toda a “casa” (a criação, a comunidade) fique iluminada e possa ver com clareza o mistério de Deus revelado em Jesus e possa perceber suficientemente os perigos, as ausências de luz.

É necessário anunciar a Boa Nova da salvação a toda humanidade, para que seja escutada e vivida, celebrada e compartilhada. Ela não pode ser ocultada, pois ela revela o destino final da pessoa: viver plena e dignamente. Quem é partícipe dessa Boa Nova deve adquirir o compromisso de vivê-la e comunicá-la; do contrário, essa luz, igual à semente em terreno pedregoso, se desvanecerá e morrerá.

Em Marcos não encontramos longas falas de Jesus como, por exemplo, nos evangelhos de Mateus e, principalmente, de João. Contudo, Marcos reúne (Mc 4,1-34) uma coletânea de parábolas e sentenças em formato de um discurso de Jesus, articuladas entre si e inseridas no contexto de formação dos discípulos, na perspectiva de esclarecimentos sobre o Reino e a missão. A lâmpada vem para iluminar, não para ficar escondida: a palavra vem para ser divulgada e testemunhada.

A lâmpada é a palavra que revela e desmascara a ideologia e as práticas escusas dos dirigentes de Jerusalém e das sinagogas. Ouvir é acolher a Palavra e pô-la em prática. Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe, não condena, mas pratica a misericórdia.

Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância. A alusão ao "ter" e "não ter" é um dito realista da sociedade injusta que exclui cada vez mais os pobres. Com certo constrangimento, aplica-se à disposição de acolhida a Palavra (a este "será dado"), questionando o Judaísmo que se fechou (a este "será tirado").

O evangelho de hoje expressa que a melhor maneira de manter acesa a lâmpada da Boa Nova, da presença salvifica de Deus no meio da comunidade, é através de uma entrega sem medida aos demais; deve-se imitar Deus que se entrega por inteiro, oferecer-se todo para salvar as pessoas da escuridão.

As nossas ações devem ser produtos dos nossos pensamentos e também dos nossos sentimentos. Nesta leitura Jesus nos exorta para que elas sejam como lâmpadas acesas colocadas em lugar alto a fim de que todas as pessoas que as vejam sejam iluminadas, isto é, tenham conhecimento. Portanto, as nossas ações devem revelar o que nós cultivamos dentro de nós mesmos (as).

Se, cultivamos em nós bons pensamentos e regamos os nossos bons sentimentos nós poderemos também realizar boas obras as quais são como lâmpadas acesas que podem ser vistas por todas as pessoas.

Quando nós falseamos, quando nós blefamos e escondemos as nossas reais intenções nós também somos capazes de praticar ações duvidosas que por mais que aparentem bondade, são, no entanto, arapucas que nós armamos para que outros caiam.

Aí, nós revelamos, apenas escuridão. Jesus continua nos advertindo em relação às nossas ações e, agora também, quanto aos nossos julgamentos quando diz: “com a mesma medida com que medirdes também vós sereis medidos”.

Muitas vezes nós usamos critérios muito exigentes para com os nossos irmãos e irmãs e não nos apercebemos de que com o mesmo rigor nós também seremos julgados (as), e… por nós mesmos (as)!

A medida, então, é a que nós usamos, isto é, a nossa medida. Existe um ditado popular que expressa muito bem o que o Senhor nos fala: “quem disto usa, disto cuida”.

Portanto, que nós tenhamos cuidado de purificar os nossos pensamentos e sentimentos a fim de que possamos atuar com sinceridade e com transparência irradiando ao mundo a Luz que vem do Senhor. E que as nossas ações e os nossos julgamentos para com os nossos irmãos (ãs) sejam feitos com uma medida ajustada à nossa própria fraqueza, portanto, cheios de misericórdia e compaixão. 

Você é uma pessoa transparente e sincera? As suas ações acompanham os seus sentimentos e pensamentos ou você consegue camuflá-las? Você é muito rigoroso (a) com os erros das pessoas? E com os seus? Você é uma pessoa que se impacienta por qualquer coisa? Qual é a sua medida?

Propósito:
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.
APONTANDO O CAMINHO
Você não desenvolve coragem ao se sentir diariamente feliz com os seus relacionamentos. Você desenvolve coragem ao sobreviver tempos difíceis entre duras e desafiadoras adversidades. 
Aquilo que parece ser um obstáculo em seu caminho, na realidade não é um obstáculo em seu caminho. Na realidade o aparente obstáculo está apenas está apontando o caminho. Aquilo que parece estar lhe amarrando, sendo um impedimento, na realidade isso não está lhe amarrando e nem lhe causando nenhum impedimento. Essas circunstâncias - na realidade - estão apenas construindo em você uma nova determinação de seguir em frente. 
Não ouse se desesperar quando as coisas se tornam difíceis e complicadas. Regozije-se no fato de que a razão pela qual você está encontrando grandes obstáculos e resistência é porque você está ganhando terreno, você está avançando. Celebre! 
Sinta a sua determinação à medida que ela cresce mais forte ainda porque – pela graça de Deus – você tem chances muito fortes de alcançar aquilo que você está buscando. Não desista!

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evangelho do dia 30 de janeiro quarta feira


30 JANEIRO - O espírito humano, como os fluídos, se coloca sempre no nível dos objetos que o rodeiam. (L 5). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 4,1-20
Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galiléia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes:  ‘Escutai! O semeador saiu a semear.  Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram.  Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda,  mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou.  Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um’.  E Jesus dizia: ‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça’.  Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas.  Jesus lhes disse: ‘A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas,  para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados’. E lhes disse: ‘Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas?  O semeador semeia a Palavra.  Os que estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada.  Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria,  mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra;  mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto.  Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um’.
Meditação:
Apresentam-se aqui ao leitor três problemas: o significado da parábola tal qual saiu dos lábios de Jesus; a importância que Marcos lhe atribui ao incluí-la neste lugar de seu evangelho e a explicação que lhe deu a Igreja primitiva.
A parábola se interessa antes de tudo pela sorte da semente caída em quatro terrenos diferentes. As cenas estão dispostas de maneira progressiva e otimista, para desembocar num rendimento extraordinário da semente.
A colheita, imagem dos últimos tempos, é tradicional em Israel; a novidade radica na insistência em torno à laboriosa sementeira que serve de preparação.
A explicação adquire assim um sentido alegórico: cada cena da parábola representa concretamente um tipo de conversão: não é já tanto a semente que conta, mas a forma como é acolhida. Jesus era otimista a respeito do sentido de sua missão; a Igreja primitiva parece um pouco mais tensa e preocupada. A nossa deve considerar quanta semente morre desperdiçada.
Quantas vezes em nossa vida de cristãos escutamos a parábola do semeador e sua explicação alegórica, posta pelos primeiros cristãos na boca de Jesus?
Até sabemos de memória: “saiu o semeador a semear...”. Mas não se trata somente de conhecê-la e apreciá-la como uma bela peça literária de nossos evangelhos. Trata-se de que sejamos, no fundo de nosso coração, e com todas nossas forças e possibilidades, terra boa e fecunda, onde a Palavra de Deus germine e cresça até dar frutos abundantes de vida, perdão, generosidade, acolhida, empenho transformador, a favor de nossos irmãos e irmãs. 
Não podemos permitir que a Palavra de Cristo semeada em nossos corações seja arrebatada pelos pássaros, os demônios do desinteresse, as ambições, o aproveitamento dos demais, a dureza de coração frente à dor dos mais pobres, o orgulho de nos crermos superiores, de querer mandar e de nos sobrepormos a todos.
Devemos limpar a erva daninha de nosso coração, de nosso espírito, de todos esses pedregulhos da inconstância que não permitem que a Palavra lance raízes profundas. Quantas promessas fazemos! Quantos propósitos que não cumprimos! E o que dizer dos espinhos que sufocam em nós a Palavra libertadora que vem até nós? Neste tempo de consumismo, de prazeres completamente superficiais e passageiros, como desperdiçamos aquilo que faria falta a tantos para poder sobreviver. 
Por outra parte, não nos propusemos a seguir a Jesus, ser seus discípulos e discípulas, indo atrás d’Ele, semeando a Palavra e proclamando-a aos quatro ventos, levando-a a tantos que ainda não a escutaram porque não há quem a proclame? Não nos propusemos a preparar o terreno onde cresça a Palavra, lutando pela liberdade, a justiça, o direito, a dignidade de nossos irmãos e irmãs? São milhões e milhões que não escutavam a Palavra porque o Diabo da cobiça, do mercado global, da riqueza acumulada em poucas mãos, os converteu em terra de passagem, caminhos que todo mundo pisa, em campos de pedra, fome, ignorância, enfermidade e morte.
A parábola do semeador deve ser entendida na dinâmica através da qual o evangelista Marcos vem apresentando o ministério de Jesus. Seu ministério esteve repleto de problemas e de dificuldades.
Primeiramente foi a prisão de João, depois a acusação de blasfêmia, a seguir o complô dos herodianos para matá-lo, posteriormente a estigmatização demoníaca que dele fizeram os escribas espias de Jerusalém; finalmente, a incompreensão de sua mãe e de seus irmãos. Jesus se encontrava ameaçado por todos os lados.
Todos, de uma ou de outra forma, queriam se intrometer com Jesus e com sua obra. O povo simples queria receber dele algum tipo de favor, os governantes queriam prendê-lo, sua família queria amarrá-lo. Frente a uma realidade tão hostil, Jesus devia tomar as precauções necessárias para poder continuar com a empresa do Reinado de Deus.
Jesus utiliza as parábolas para que nem todos pudessem entender sua mensagem e assim poder cuidar-se dos ataques de tantos que queriam vê-lo definitivamente acabado.
A parábola do semeador é uma impressionante confissão do coração dolorido de Jesus. Querer instaurar o Reinado de Deus no próprio coração e na sociedade era um caminho doloroso, cheio de fracassos. Deveria semear muito e fracassar muito, para poder colher alguma coisa.
Era difícil perseverar e manter-se de pé num trabalho onde a condição normal era ter que perder, uma e outra vez, a fim de conseguir alguma coisa. O lavrador descrito por Jesus na parábola tinha seu olhar voltado para o objetivo da boa colheita, com a qual media o seu trabalho. O olhar voltado para a qualidade desta colheita, lhe permitia sobreviver moralmente perante o ruidoso fracasso do resto.
Aqui se confrontavam duas mentalidades: a que apoiava e buscava o quantitativo, sinal de poder, e a que apoiava e valorizava o qualitativo, que ordinariamente carece de poder. Este será sempre o desafio do anúncio da Boa Nova, desafio pelo qual Jesus passou e é o desafio pelo qual deve passar a Igreja.
Será que estamos buscando com nosso trabalho apostólico meros resultados quantitativos, ou antes, estamos trabalhando para que o povo acompanhado por nós consiga dar passos qualitativos e empreender processos coerentes na vida do Reino?
Reflexão Apostólica
O evangelho de Marcos, nos diz que apesar dos obstáculos, o semeador realiza seu trabalho, confiando na colheita que vai ter. Jesus também> apesar de todas as reações, obstáculos e incompreensões, sua missão chegará ao fim e será bem sucedida.
As parábolas são histórias que ajudam a ler e compreender toda a missão de Jesus. Mas é preciso “estar dentro”, isto é, seguir a Jesus, para perceber que o Reino de Deus está se aproximando através de sua ação. Os que não seguem a Jesus ficam “por fora”, e nada podem compreender.
A explicação da parábola focaliza os vários terrenos, mostrando o efeito que a missão de Jesus(contada pela palavra do evangelho)tem sobre os ouvintes ou leitores. Cada pessoa vê e entende a partir do lugar que ocupa na sociedade e das dificuldades que encontra para se comprometer com Jesus e para continuar a ação dele.
Jesus apresenta etapas que podem ser benéficas ou maléficas para uma boa semeadura. Um bom conhecedor do assunto demonstrará que quando uma semente cai no caminho sem uma estrutura esta sujeito a qualquer animal, como o passarinho, galinha.
Quando a semente cai em solo rochoso, o passarinho não tem como comer, a semente chega a brotar, mas entre as rochas tem pouca terra, não dando sustentação para continua a crescer e com o tempo morre. Mas quando cai em terra profunda, fértil a semente dente a seguir o seu curso natural.
O que podemos aprende com esta maravilhosa mensagem no contexto familiar. É o amor. Ou plantamos amor ou plantamos espinhos. A semente é o amor e terra é o coração. Quando a sua semente é rude, mesmo que tenha uma terra boa, ela dará uma planta sem frutos, mato, uma planta sem utilidade para comer e alimentar-se. Mas quando a semente é o amor e esta terra que já está machucada pela dureza da vida, pela escassez da água e da terra farta, levará um tempo para se descobrir o lugar adequado para este plantio.
Demonstra que a família precisa ser tratada com cuidado e zelo. Sabendo escolher as palavras certas nas horas certa ou erradas. Tratarmos uns aos outros no amor de Cristo e com paciência quando o outro não entende a sua mensagem. Não pagar o mal com o mal, mas pagar o mal com o bem. A tolerância e a paciência em esperar o fruto maduro é uma atitude que devemos buscar ter no estilo de vida. Se Jesus tem misericórdia de nós, porque não emita-lo tendo misericórdia daqueles que são rudes, impacientes, ignorantes, drogados, viciados, pecadores e, principalmente, os pequeninos e os jovens (que vivem dizendo que sabem tudo).
O papel da família é buscar a universalidade e a unidade. Compreender que podemos ter o direito, como seres pecadores e humanos, “vacilar”, como dizem os jovens. E o meio para alcançar os frutos gostosos e maduros, que vão produzir trinta, sessenta e cem por um, é começar a mudar as nossas atitudes e repensar o nosso caráter de cidadãos do reino de Deus. Com certeza com uma mudança em Cristo poderemos ampliar esta semeadura para a nossa parentela, vizinhança, colegas de trabalho. Contagiar o mundo com o amor de Cristo que brilha em cada um de nós.
Propósito:
Senhor, que a medida do meu amor seja amar sem medida. Como Tu!
DESPERDÍCIO OU PROVIDÊNCIA?
Deus não tem problemas; Ele só tem planos.  
Estevão foi um líder cristão, e mártir, com um potencial enorme para Deus. Talentoso, instruído, corajoso e comprometido, todas essas qualidades parecem haver sido desperdiçadas, antes que seu enorme potencial se transformasse numa exuberante realidade. Diante de uma multidão de antagonistas Estevão foi apedrejado, e conseqüentemente morto. 
Que desperdício de potencial! Será possível que nossa morte, em lugar da vida, pode servir a um propósito muito maior aos olhos de Deus? No caso de Estevão, a sua morte serviu também como combustível para acirrar ainda mais o ódio e o esforço de um homem chamado Saulo de Tarso, em seu plano tenaz de erradicar da face da Terra a fé cristã. Curiosamente, porém, essa reação fez com que a Igreja Primitiva se espalhasse por todo o mundo, e o Cristianismo experimentasse um crescimento sem precedentes. 
Quero no dia de hoje encorajá-lo a continuar a crer que mesmo sem entender a razão para seu sofrimento, o fato é que Deus só irá concretizar seus planos mediante suas provações!

domingo, 27 de janeiro de 2019

Evangelho do dia 29 de janeiro terça feira


29 JANEIRO - Temos que sofrer muitas contradições na carne e no espírito. Mas esta é a nossa missão: carregar generosamente a cruz seguindo as pegadas do Mestre. Ele certamente nos dará a força necessária para que possamos chegar, sem desvios, à grande meta do Paraíso. (L 52). São José Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 3,31-35

"Em seguida a mãe e os irmãos de Jesus chegaram; eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Muita gente estava sentada em volta dele, e algumas pessoas lhe disseram:
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora, procurando o senhor.
Jesus perguntou:
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?
Aí olhou para as pessoas que estavam sentadas em volta dele e disse:
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
"
Meditação:

Hoje, Marcos nos fala de novo da família de Jesus. Faz uns dias que o procuravam porque diziam que estava louco. Agora ficaram do lado de fora e lhe mandaram chamar. Mas imediatamente ele nos diz que tinha muita gente sentada ao redor de Jesus. Quem é aquele que impede a sua família a chegar até ele?

O Evangelho nos apresenta duas formas de se relacionar com Jesus: Alguns, estão fora: não entram, não se sentam, não se fazem seus discípulos nem seus amigos. Nem sequer falam com ele diretamente. O outro grupo, encontra-se lá dentro da casa, em redor de Jesus, próximo dele em atitude de discipulado. A casa, aqui é o lugar da intimidade na qual se constrói novos vínculos interpessoais e comunitários.

Esta narrativa de Marcos tem um alcance cultural no âmbito do sistema religioso do judaísmo. Ele não visa questionar as relações afetivas dentro da família, mas provocar uma mudança de paradigma.

Muitas pessoas, não católicas, vivem dizendo que Nossa Senhora teve outros filhos além de Jesus Cristo, pois a Bíblia refere-se aos “irmãos de Jesus”.

O monge beneditino Dom Estevão Bettencourt, com todo o seu conhecimento de exegese das Sagradas Escrituras, esclarece: São sete os textos do Novo Testamento que mencionam irmãos de Jesus: Mc 6,3; Mc 3,31-35; Jo 2,12; Jo 7,2-10; At 1,14;Gl 1,19; 1Cor 9,5. Chamavam-se, conforme Mc 6,3: Simão, Tiago, José e Judas.

O aramaico, que os judeus falavam no tempo de Jesus e que os evangelistas supõem, era uma língua pobre em vocábulos.

A palavra aramaica e hebraica “irmão” podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos, ou até parentes mais distantes.

No Antigo Testamento, 20 passagens atestam esse significado amplo de “irmão”, como por exemplo: Gn 13,8 (”Abraão disse a seu sobrinho Lot, filho do seu irmão: ‘Somos irmãos’…”), Gn 29, 12-15; Gn 31, 23; 2Rs 10,13; Jz 9,3; 1Sm 20,29. E ainda pode-se conferir em 1Cor 23,21-23; 1Cor 15,5; 2Cor36,10; Mt 27,56 (”Estavam ali [no Calvário], a observar de longe…, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”).

Essa Maria, mãe de Tiago e de José, não é a esposa de são José, mas de Cléofas, conforme Jo 19,25. Era também a irmã de Maria, mãe de Jesus, como se lê em Jo 19,25: “Estavam junto à cruz de Jesus, a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Magdala.

Pois bem, os nomes de Cléofas e Alfeu designam em grego a mesma pessoa, pois são formas gregas do nome aramaico Claphai.

O mais antigo historiador da Igreja, Hegesipo, conta-nos que Cléofas ou Alfeu era irmão de são José. Daí se depreende que Cléofas e Maria de Cléofas tiveram como filhos Tiago, José, Judas e Simão, os quais, portanto, eram primos de Jesus. 

O fato de aparecerem acompanhando Maria, embora não fossem seus filhos mas sobrinhos, explica-se porque no judaísmo a mulher não costumava apresentar-se desacompanhada de alguém do sexo masculino. Ora, julga-se que são José tenha falecido antes do início da vida pública de Jesus, e quando este saiu de casa, Maria passou a contar com a companhia dos sobrinhos.

O termo “primogênito” não quer dizer que Maria tenha tido outros filhos depois do primeiro, Jesus. Primogênito pode dizer simplesmente “o bem amado”, pois o primogênito é certamente aquele filho, no qual, durante certo tempo, se concentra todo amor dos pais. Além disso, os hebreus o julgavam alvo de especial amor da parte de Deus, pois devia ser consagrado a Ele desde os seus primeiros dias.
A final quem são os irmãos de Jesus? Ser irmão de Jesus passa por uma unidade com a Sua Pessoa. Passa por uma evidente numa opção de vida, numa instauração de uma família, como também na vida; viver a vida com adesão ao projeto de Deus e na construção de um mundo novo que rompa com as barreiras carnais e nos abre a laços espirituais.
Portanto, as palavras de Jesus questionando quem é sua mãe e quem são seus irmãos têm o sentido de revelar que o dom de Deus, nele presente, não se restringe a laços consangüíneos privilegiados. Jesus substitui estes laços estabelecidos na tradição pelos laços do amor verdadeiro e sem fronteiras, que vão muito além dos limites de família ou raça.

A verdadeira família é aquela constituída por pessoas que, fazendo a vontade de Deus, tornam-se discípulas de Jesus. A família consangüínea, pelo amadurecimento do amor, abre-se e solidariza-se com os mais excluídos e empobrecidos.
Disso tudo, podemos concluir que Maria Santíssima só teve mesmo o seu Divino Filho, Jesus Cristo. Podemos e devemos chamá-la com o nome de Sempre Virgem Maria.

Está é a razão da nossa fé a qual nos orgulhamos de professar para podermos vivê-la e transmiti-la com firmeza aos outros de geração em geração.

Reflexão Apostólica
Somos convidados, pelo evangelho de hoje, a descobrir a verdadeira família à qual nós pertencemos: a família dos filhos e filhas de Deus, que procura conhecer e por em prática a vontade do Pai e participar do seu projeto de construção do mundo novo, da civilização do amor, sinal do Reino definitivo.

Participar dessa verdadeira família não significa negar a nossa família terrena, nem os nossos relacionamentos sociais e afetivos, mas subordinar essas duas realidades à realidade maior, que é a família dos filhos e filhas de Deus, fazendo, assim, com que haja uma verdadeira hierarquia de valores na nossa vida, que subordina o temporal ao eterno.

Não é a reivindicação de privilégios raciais transmitidos pela família que importa, mas sim o compromisso com Jesus no cumprimento da vontade de Deus.

Jesus não rejeita sua família como tal, mas sim que re-avalia e resgata os mais profundos e essenciais laços de união entre as pessoas.

A família, a comunidade são realidades que se constroem dia a dia e que mais além de laços de consangüinidade hão de estar unidas pelos laços da fidelidade ao projeto de Deus e da sincera busca de sua vontade.

Somos chamados a entrar na casa, a compartilhar a mesa, a sentar-nos ao redor de Jesus para sermos famílias e comunidades fundadas em sua Palavra e sinais vivos de sua ação

Jesus sabe o que é essencial para a vida e convida aqueles que o buscam a procurar esta essência por meio da escuta da palavra de Deus e do discernimento de sua vontade.

Seguir Jesus significa aprender a obedecer a Deus. E obedecer a Deus significa deixar de lado muitos aprendizados adquiridos ao longo da vida.

 Propósito:

 Estar com Jesus, ser seu irmão, sua irmã e sua mãe;  saber escutar, com atenção, sua proposta de vida.

PAZ MENTAL
Você alguma vez se sentiu – ou se sente ainda - como se fosse o diretor de uma peça teatral chamada Vida, à frente da qual você se encontra, encarregado da supervisão, do gerenciamento, contabilidade, vendas e outras tantas responsabilidades - e tudo isso ao mesmo tempo? Talvez - apenas talvez... - um grande fator para o seu estresse esteja sendo resultado de sua tentativa de controlar seu chefe, sua mulher (ou seu marido), colegas de trabalho, seus filhos ou um sócio indeciso.
A realidade, porém, é que existe uma grande diferença entre controlar e ser controlado. Quando você está controlando você passa a desejar que as pessoas façam aquilo que você quer, quando você quer e da maneira que você quer. Quando você está no controle você passa a adquirir o sentimento de que pode alcançar o que deseja sem ditar a outras pessoas o que você quer. Quando no controle você fica mais aberto a aceitar que as outras pessoas assumam sua própria direção, não cabendo portanto a você dirigi-las. 
Em lugar de tentar gerenciar os outros, gerencie-se a si próprio. Tente identificar onde está a sua ânsia de controlar as pessoas. Faça um bem enorme a você e à sua paz mental, ao afirmar: “Hoje eu me conscientizei de que não cabe a mim dirigir o destino das pessoas; assim como deve acontecer comigo, cabe a elas fazer suas próprias opções na vida”.