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domingo, 30 de abril de 2017

Evangelho do dia 02 de maio terça feira

02 maio - Voltemos neste mês à escola de Maria, nossa Mestra piedosa e guia segura para o Céu. (S 232). São José Marello
João 6,30-35

"Eles disseram: - Que milagre o senhor vai fazer para a gente ver e crer no senhor? O que é que o senhor pode fazer? Os nossos antepassados comeram o maná no deserto, como dizem as Escrituras Sagradas: "Do céu ele deu pão para eles comerem." Jesus disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: não foi Moisés quem deu a vocês o pão do céu, pois quem dá o verdadeiro pão do céu é o meu Pai. Porque o pão que Deus dá é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.
- Queremos que o senhor nos dê sempre desse pão! - pediram eles.
Jesus respondeu: - Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.
"
 Meditação

O Discurso do Pão da Vida não é um texto a ser discutido e dividido, mas meditado e lido e relido muitas vezes. Por isso, também se não se compreende bem, não existe motivo de preocupação.

Um texto destes, é preciso lê-lo, meditá-lo, rezá-lo, pensá-lo, lê-lo novamente, repeti-lo, voltar mais uma vez sobre ele. Quem lê superficialmente o quarto Evangelho pode ter a impressão que João repete sempre a mesma coisa.

Lendo com mais atenção, percebe-se que não se trata de repetição. O autor do quarto Evangelho tem seu modo de repetir o mesmo tema, mas num nível cada vez mais alto e profundo. Parece uma escada a caracol. Girando, chega-se ao mesmo ponto, mas a um nível mais alto e profundo.

O tema central deste capítulo seis do evangelho de João é o "pão", apresentado como expressivo símbolo da pessoa de Jesus.

Após o gesto de Jesus de partilhar o pão com a grande multidão, João apresenta um longo diálogo seu, já em Cafarnaum, com a multidão que o procura, com os judeus e os discípulos. A partir do pão, Jesus comunica o sentido de sua missão e de sua vida.

A multidão segue sem entender o sentido profundo dos sinais realizados por Jesus; não entendem seu trabalho no mundo já que “não viram o sinal”.

As pessoas que iam atrás de Jesus queriam ver coisas extraordinárias para poder crer. Segundo essas pessoas, ninguém mais tinha feito algo tão maravilhoso como Moisés no deserto, quando alimentou o povo com maná. Entretanto, e apesar de ser algo tão extraordinário segundo sua mentalidade, seus antepassados morreram.

Não seria verdadeiramente maravilhoso e extraordinário se o maná os tivesse tornado imortais? Jesus corrige o erro de seus opositores. Não foi Moisés, mas o Pai quem lhe deu o pão do céu. Entretanto, não era esse o pão definitivo; por isso “morreram”. Quem verdadeiramente dá a vida é o próprio Jesus.

Os ouvintes não entenderam muito bem o que queria dizer Jesus, mas eles seguiram com a idéia de um milagre que os fizesse imortais.

Em seu evangelho, João não fala em "milagres". Os gestos de Jesus são "sinais" de uma realidade maior revelada pelo Pai, através dele.

O grande sinal recente foi o da partilha dos pães. Os sinais apontam para as obras de Jesus, que é o pão que desce do céu. Estas obras consistem em fazer a vontade do Pai, que é dar vida, e vida eterna, ao mundo.

Os que ouvem Jesus pedem deste pão para sempre. Eles pensam no pão que é o simples alimento do dia a dia. Jesus se revela como o pão da vida.

Ir a Ele, é alimentar-se deste pão. Jesus foi todo ele doação, serviço e amor a todos. Na comunhão com Jesus e com os irmãos encontramos a vida eterna.

As perguntas suscitadas entre o povo evidenciam sua falta de fé, eles buscam Jesus como um homem com poder, mas não o percebem como Filho de Deus, como o Revelador do Pai; por isso exigem dele sinais milagrosos para crer, tanto é assim que as pessoas insinuam que seus milagres são inferiores aos realizados por Moisés, pois este não deu de comer a uma multidão apenas uma vez, mas durante muitos dias no deserto.

O pão que comeram os antepassados desse grupo de judeus não foi dado por Moises, mas por Deus, que agora se da através de seu Filho.

Muito rapidamente, lhe pedem: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. E esse é o momento propicio para Jesus, para se revelar como o pão verdadeiro: “Eu sou o pão da vida”. Pão que não deve ser consumido como alimento mágico, como pensam os ouvintes de Jesus, mas sim um pão que deve ser assimilado, pela vivencia e imitação.
Jesus é o verdadeiro pão, o alimento que mantém o ser humano sujeito à vida. Ele é quem realmente conduz o povo para a terra prometida, para uma vida abundante.

Para que seja assim, é preciso crer em Jesus, ter fé Nele e aceitá-lo como verdadeiro pão da vida, como aquele que alimenta constantemente nossa esperança.

Fome de pão, fome de Deus. Qual das duas predomina em mim? Jesus disse: "Eu sou o pão da vida". Ele tira a fome e a sede. Que experiência tenho disso em minha vida?

Reflexão Apostólica
Os milagres não eram a principal ação de Jesus. Ele fazia questão de deixar claro isso, mas o apego ao visível obscurecia a graça invisível. O povo de Cafarnaum, bem como da Judéia não havia entendido que a mensagem sobrepõe-se ao tocável, e de fato não entenderiam visto que culminou com a ida de Jesus para a cruz.

Esse apego ainda perdura até nossos dias e parece ser nosso. Parece ser algo que precisamos constantemente para reafirmar nossas convicções de fé. Poderíamos chamar isso de carência da nossa natureza humana?

Por vezes vi e teci comentários bem delineados sobre a falta de fé de são Tomé quando condicionou sua crença a tocar nas cicatrizes de Jesus, mas por vezes também somos assim.

Partindo dessa afirmação notamos a dimensão que tem o nosso testemunho de vida e oração. Somos reflexos do criador, mas nós BUSCAMOS OS MILAGRES OU A PRESENÇA DE JESUS?

Todos conhecem ou já ouviram falar o contexto cristão da expressão “O EXEMPLO ARRASTA”. Ela se aplica bem ao evangelho de hoje.

Se nos apegamos aos milagres extraordinários não conseguiremos convencer ninguém dos ordinários. Se como liderança, coordenador, ministro, catequista, (…) me apego ao visível, como convencerei as pessoas que caminhem sobre as águas?

Temos por acaso conhecimento ou conhecemos o trabalho feito pelos Intercessores da RCC e das ENS (inclusive Equipes Orantes)? Conhecemos algo da dinâmica desse ministério de serviço?

No caso da RCC, grosso modo, elas (porque geralmente são mulheres) e nas ENS, os casais, ficam de fora do que acontece nos grandes encontros; revezam-se na presença do Senhor, seja Ele eucarístico ou contemplativo na oração, durante horas e horas. Pouco os vemos, pouco assistem dos encontros, mas não deixam de acreditar.

Uma viúva intercessora, que também faz parte de um Grupo das CNSE,diz com muita simplicidade (ou seria sabedoria?) que a presença de Jesus sentida já vale por tudo.

Talvez seja essa a fonte da fortaleza dessas pessoas iluminadas. São difíceis de serem vistas tristes. A idade talvez já se faça injusta, mas os joelhos ainda estão dispostos a tocar o chão por quem precisa. Será que era isso que Jesus quis dizer no evangelho de hoje? “(…) Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

Alguém poderia perguntar: Mas eu conheço um monte de Intercessores que vivem reclamando disso e daquilo! Mas é claro que reclamam, elas são humanas! Sofrem com a idade, tem saudade, ficam doentes, (…) por que seriam diferentes? O que enalteço é a forma devocional e respeitosa que se apresentam ao Senhor. “A sua presença basta” ou como diriam os discípulos de Emaús: Fica conosco Senhor!

Buscar o Senhor apenas por interesse é voltar a viver do maná que caía do céu. Amar o Senhor sobre todas as coisas não é por acaso que é o primeiro mandamento. Nosso Deus é um ser amoroso e compassivo e como diria Isaias: “busquemos enquanto Ele se deixa encontrar”.

Propósito: Alimentar do Pão da Vida, pela intercessão daqueles que nos cercam e necessitam.

2º MEDITAÇÃO

O Evangelho de hoje (João 6,30-35) é outra amostra do endurecimento de Israel e de sua atitude fechada diante oferta de Jesus. Segundo o que nos diz o Evangelho, aqueles judeus não seriam capazes de superar as dimensões estritamente físicas e temporais do discurso de Jesus. Erroneamente o povo pensa que será capaz de crer somente quando puder ver sinais ou prodígios. Neste sentido, o pedido que fazem a Jesus é praticamente uma tentação: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em
ti?".

Jesus deve corrigir esta falsa concepção da fé. Não se trata de iniciar uma experiência baseada nas "crenças", mas numa nova experiência de vida que impulsione o crente a destruir o falso sistema de sua fé. Exemplo disso têm os mesmos ouvintes de Jesus na história de seus antepassados: com o sinal do maná no deserto o Pai quis fazer algo maior que responder à necessidade fisiológica do alimento.

O povo quer o dom do pão, como o maná do deserto; mas Jesus apresenta-se como um dom maior: “Eu sou o pão da vida”. A questão apresentada a Jesus põe em xeque a idoneidade e a credibilidade de sua missão. Era como se estivessem pedindo suas credenciais. Se não pudesse provar que estava agindo com autoridade, seria um simples impostor.

O Evangelho de João, nos apresenta o discurso de Jesus sobre o pão. Pouco antes desta cena evangélica, Jesus havia repartido o pão com a multidão e esta reconheceu Jesus como o profeta que tinha de vir o mundo na linha Elias, Eliseu e até mesmo de Moisés. Jesus, percebendo que a multidão queria fazê-lo rei, retiro-se de novo ao monte, sozinho, como fez Moisés, depois que viu o povo adorar o bezerro de ouro. No Evangelho Jesus se retira ao monte para orar para evitar a tentação de um messias triunfalista; como as pessoas desejavam. Contudo, essa imagem do messias está em aberta contradição com a atitude que Jesus tem adotado antes, pondo-se a servir aos que estavam sentados. Ao invés de aceita-lo como servidor da Pessoa humana, querem dar a ele uma posição de superioridade e de força. Jesus pretendia fazer o povo livre, mas estes querem renunciar sua própria liberdade. Jesus pedia a eles generosidade e amor, mas eles querem render-lhe obediência. Não aceitam a condição de adultos; preferem continuar sendo súditos passivos.

Agora a multidão compreende que Jesus se declara como o Messias e para dar adesão a ele, exigem um sinal como os sinais do antigo Êxodo, semelhante ao do maná, o chamado pão do céu. Opõe-se aos prodígios de Moisés a falta de espetaculosidade da obra de Jesus. Exigem o portentoso, o que deslumbra sem compreender, aquilo que e pessoal, cotidiano, profundo e de eficácia permanente. A perspicácia teológica dos interlocutores de Jesus estava sendo posta à prova.

Servindo-se de uma brecha oferecida por seus interlocutores, o Mestre lhes sugere uma reflexão. Segundo eles, no passado, Moisés havia revelado a veracidade de sua missão ao alimentar a multidão com o maná descido do céu. Também, Jesus deveria fazer algo para provar quem ele era.

A ponderação de Jesus levanta dúvidas sobre uma crença inquestionável: o milagre não fora realizado por Moisés, mas pelo Pai. Este, sim, foi quem alimentou o povo na sua penosa marcha pelo deserto. O Pai estava tomando novamente a mesma providência de alimentar seu povo. Só que, agora, o maná era seu próprio Filho. Por isso, este podia apresentar-se como "o pão da vida", capaz de saciar a fome e a sede de quantos se deixassem atrair por Ele. Por conseguinte, antes de mais nada, era mister perceber o sinal que o Pai estava realizando na pessoa de seu Filho. Qualquer outro milagre seria inútil, se este sinal fundamental não fosse percebido.

O pão e a bebida são os alimentos de que precisamos para viver. Porém, “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. O único alimento capaz de saciar o anseio, que todos trazemos, de vida em plenitude é a união com Deus. É precisamente isso que Cristo veio trazer.

O “pão da vida” é a palavra de Jesus e é também o seu corpo, a Eucaristia. A sua palavra nos mostra o caminho a ser trilhado para essa união com Deus, e a Eucaristia é a própria antecipação dessa união, que só será plena na vida eterna. Alimentemo-nos então não apenas do pão que se perde, mas da palavra e do corpo de Jesus, que permanecem para a eternidade.

Jesus revela em nós o desejo interior de recebermos o seu dom, ainda que não compreendamos o fim e a profundidade do seu conteúdo e das suas implicações. É o que acontece na Eucaristia: se nos aproximamos dela para nosso alimento, não é porque a compreendamos totalmente, mas só porque o Senhor nos fez descobrir que nela Ele nos dá o seu amor. A vontade do Pai, ao enviar o Filho, é que quem vê o Filho, suas palavras e ações e nele crê, seguindo seus passos, tenha a vida eterna.

Oxalá que esta passagem do Evangelho pudesse ao menos nos tirar o sossego. Que ao menos nos leve a revisar o tipo de mensagem que damos sobre Jesus, suas palavras e seus sinais. Mas sobretudo, como seria interessante se pudéssemos empreender essa tarefa de re-evangelização de tantos "caçadores de milagres", mesmo que ficássemos apenas com esta resposta dada hoje por Jesus, cuja intenção era invocar a passagem do maná.

UM MODO DIFERENTE DE SER

Não importa o que venha a surgir em seu caminho no dia de hoje, tenha como foco principal uma resposta pacífica. Existe um poder fora do comum na pacifica serenidade. Existe o poder de seguir em frente com os olhos voltados para Aquele que tem planos e propósitos maiores e incomparavelmente melhores que os nossos, a despeito das injustas agressões e ataques que porventura venhamos a sofrer. 

Porém, são necessários disciplina e esforço para responder pacificamente. A razão para isto é porque você tem a tendência natural de buscar os seus próprios interesses e mesmo que você exiba firmeza e determinação isso não lhe dá razões para que responder em ira e descontrole. O maior de todos os poderes é sempre demonstrado em paz e comedida resposta. Esse – decididamente – é um modo diferente de ser. 

Não permita que outras pessoas venham ditar qual venha a ser o seu nível de estresse e ansiedade. Não permita que outras pessoas venham controlar as suas ações. Responda calma e pacificamente. Mantenha a sua compostura. Mantenha o seu controle. Que a sua primeira resposta seja pacifica porque ao agir desta maneira você crescerá a sua eficiência e alargará os seus horizontes.

Evangelho do dia 01 de maio segunda feira

01 - Festa de São José Trabalhador.
As atividades intelectuais e aquelas manuais sejam equilibradas como dois meios que conduzem ao único fim: o serviço de Deus na imitação de São José. (L 207). SÃO JOSE MARELLO
Mateus 13,54-58

"Quando Jesus acabou de contar essas parábolas, saiu dali e voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa.
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.
"
Meditação

Os conterrâneos de Jesus O tinham visto partir como filho de carpinteiro, e agora O reencontram como Mestre, rodeado de discípulos.

É uma novidade que interpretam somente como vantagem social. Isso os impede de acolherem a Palavra de Deus e a explicação das Escrituras e a Sua revelação como o Ungido de Deus.

Vista a posição de Jesus neste prisma cria neles a impressão de que Jesus partiria acabando por deixá-los outra vez na sua pobreza.

É que no tempo de Jesus o judaísmo tinha suas esperanças na vinda de um messias que restauraria o antigo império de Davi, glorioso, segundo dizia a tradição.
 Estas esperanças tinham suas raízes na teologia de poder elaborada na corte dos descendentes de Davi. Visavam recuperar seu poder e seus privilégios.
 Na realidade, a realeza, consolidada, por Davi distorceu o ideal de igualdade e partilha característico da tradição de Moisés.

O projeto de Deus não é o de consolidar as estruturas de realeza e poder. O projeto de Deus é resgatar e promover a vida entre os pobres e excluídos, criando laços pessoais e sociais de fraternidade e partilha.

Este projeto nasce no meio do povo. Nasce em uma insignificante cidade da Galiléia, na casa de um simples carpinteiro, José. Este projeto nasce com a proclamação de seu filho Jesus de Nazaré.

Jesus reconhecidamente tem sabedoria e energia de comunicação. Mas sua origem humilde choca as pessoas submetidas à ideologia de poder do judaísmo.
 Rejeitado por aqueles seduzidos pelo poder, Jesus encontra acolhida entre os pobres e pequeninos que lutam para se verem livres da humilhação, da escravidão, das injustiças sociais, das drogas, da prostituição, da luxuria, da criminalidade, da violência e de todo tipo de pecado. Mas isso, não se faz sem trabalho.

É preciso passar pela escola da humildade, da simplicidade, da força de vontade. E a melhor escolinha é aquela de José, na insignificante cidade de Nazaré.
 Somos convidados a olhar para José, homem justo, que tirava de seu trabalho na carpintaria o sustento honesto de sua vida.
 Lançando nosso olhar para os nossos dias notamos uma grande distância dos homens entre si. Por causa do avanço da ciência e da técnica.

A técnica traz seus benefícios, mas às vezes não só substitui o trabalhador, mas até o escraviza ou pior ainda o neutraliza.

Para o mundo digital, quem não se desenvolve no manejo da ciência e da técnico é excluído. A pessoa passa para segundo plano porque as relações que marcam o mundo do mercado do trabalho são as da produção, do aumento do lucro, e não a vida e a dignidade da pessoa.
Na última parte do texto de hoje , Jesus nos dá um puxão de orelha. Porque muitas vezes fechamos os nossos ouvidos para acolher o conselho, a advertência e o ensino daqueles que não nossos parentes, familiares, vizinhos ou conhecidos.

Por outro, encoraja-nos a não desistirmos na nossa missão de anunciar o reino de Deus seja a que custo for. Jesus nos ensina que a tarefa é dura, sobretudo quando se trata de evangelizar a partir de dentro de casa.

Para Jesus também não foi fácil ser profeta na sua casa, na sua família. As pessoas duvidavam dele, não queriam acreditar no Seu poder e por isso mesmo Ele não fez ali muitos milagres.

Jesus é Aquele irmão que Deus nosso Pai nos enviou para nos mostrar o caminho que nos leva para o Céu. E então, precisamos estar atentos para acolher as pessoas que dentro da nossa casa nos abrem os olhos e são instrumentos de Deus para nossa conversão. Ouvidos atentos e coração aberto, porque o Senhor fala por meio de quem nós nunca nem esperávamos que falasse.

 Muitas vezes Deus nos manda Seus emissários que nos aconselham com palavras de sabedoria que Ele próprio sugeriu para nós. Porém, por ser essa pessoa, simplesmente alguém que é muito conhecido nosso, nós desprezamos as recomendações de Deus.
 Nesse caso, os milagres também não acontecem na nossa vida, e muitos problemas nunca serão solucionados por causa da nossa impertinência.

Abertos ao convite da conversão, do arrependimento e da acolhida ao Reino dos Céu, sejamos corajosos no anúncio do Evangelho a começar pelos nossos.

Reflexão Apostólica

Talvez essa seja uma das grandes verdades a serem superadas por nós: Será que Deus está falando através do meu irmão, mas eu insisto em por barreiras para escutar? O quanto consigo perceber que a dificuldade de ver ou ouvir está em mim e não naquele que me aconselha? O quanto estamos abertos para ouvir um conselho?

Uma verdade é certa, ainda temos profunda dificuldade em reconhecer nossos próprios erros e talvez seja essa a dificuldade ou barreira mais colocada, porém a menos vista para se ouvir. Em contrapartida, temos uma habilidade tremenda de procurar um culpado, uma “conspiração”, uma segunda intenção na fala das pessoas.

“A fome e a vontade de comer” num mesmo momento: Não querer ouvir associado aos pré-julgamentos que fazemos daquele que nos exorta.

Além dos fatos já narrados, Jesus era oriundo de uma cidade, uma região, um povo simples…; num tempo onde o povo se acostumou (ou foi obrigado a se acostumar) a ver a verdade vir apenas dos sábios e doutores da lei que advinham de uma classe social acima, de um povo nobre, estudado, (…). Jesus rompia assim mais um paradigma sócio-cultural.
Onde estão os profetas? Por que se calaram? Calaram-se ou, como antes, não são ouvidos?

Partindo desse ponto…

Chamo muita atenção daqueles que se encantam ao ver ou ouvir falar da oração em línguas. Um gesto ou dom muito comum nos grupos da renovação carismática, mas que precisaria ser olhado sob outra ótica. A oração em línguas mais que uma manifestação é TALVEZ a comprovação de muita gente naquele lugar esta sem fé e que precisa “ver para crer”. Precisamos mais de profecias do que línguas, mas pra isso precisamos ter fé.

(…) Assim, AS LÍNGUAS SÃO SINAL, não para os fiéis, mas PARA OS INFIÉIS; enquanto as PROFECIAS SÃO UM SINAL, não para os infiéis, MAS PARA OS FIÉIS. Se, pois, numa assembléia da igreja inteira todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos? Se, porém, todos profetizarem, e entrar ali um infiel ou um homem simples, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração tornam-se manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente entre vós“. (I Co 14,22-25)

A condição nunca foi o estudo, o posto, a idade e sim fé. Se milagres não acontecem, um dos motivos é a nossa falta de fé. Repito, onde estão os profetas?

Estão na RCC, nas Pastorais, nos Vicentinos, no Cursilho, no ECC, nas ENS, no CRISTMA, no Decolores, na PJ, em meio aos catequistas, espalhados por todas as pastorais e também fora delas (…), mas por que não falam?.

Quando disse “fora delas” é porque devidamente acredito que Deus ainda suscita profetas onde mais precisa deles e onde ainda existe um fio de esperança nas pessoas.

Vejo profetas em meio a uma reivindicação social, nos que trabalham como voluntários em causas nobres e humanitárias. Vejo profetas lendo essa mensagem e levantando seu clamor a Deus. Vejo ainda esperança no matrimonio, nas famílias, nos jovens;;; Vejo Deus colocando profetas aonde se precisa.

Historicamente, os grandes estudiosos dividiram os profetas do Antigo Testamento em maiores e menores em virtude de sua atuação e compromisso popular, mas o que na verdade o que os diferenciava era a missão que Deus lhes confiou.

Reparemos Jesus, conhecido pelos estudiosos como o maior de todos os profetas, que nada fez de errado, foi condenado sem ao menos ser ouvido.

Assim, não engano, seremos nós em nossas casas, nossas famílias, no nosso trabalho, em nossa comunidade (…), mas como o mestre o fez, mesmo recenseados, não deixemos de falar, de ter fé, de profetizar a vida. A alguns Deus chamou para grandes obras sociais e a outros a pequenos reparos em suas (nossas) famílias.

A história um dia nos classificará como maiores ou menores, mas Deus nos oferece sempre a MAIOR missão que podemos suportar, sendo assim, a cada vitória uma nova missão na medida em que suportamos.

Quanto a não ser ouvido, demonstremos com a vida, não tem como não verem. Jesus assim o fez e por até os céticos reconhecem que Ele foi realmente grande.

Propósito: Ver além das aparências e reconhecer a presença de Deus nas coisas e pessoas mais simples do meu dia.
 
DECISÃO DO CORAÇÃO

Aquilo que você obtém é insignificante quando comparado com aquilo que  você irá fazer com o que já obteve. O tempo pode estar fechado e nuvens escuras pairam no céu, a conta no banco pode estar baixíssima, ainda assim, e os obstáculos ai estão diante de você. Porém, todas essas coisas não tem que necessariamente lhe impedir de ir em frente se assim você decidir em seu coração. 

São muitas as pessoas que reclamam incessantemente daquilo que tem em mãos. E tudo que elas querem são ouvidos pacientes que possam ouvir os seus lamentos. Felizmente, porém, existem aqueles que se mantém focalizados não naquilo que lhe foi dado, mas em como usar o que eles tem no melhor do seu potencial. 

A consistente e perseverante utilização de medíocres recursos irão – em última análise - trazer maiores benefícios do que a vasta e inconsequente utilização de uma abundante riqueza. Não importa quais sejam as vantagens que outras pessoas possam ter sobre você, lembre-se apenas disto: Deus está ao seu lado e pronto para lhe assistir. Pense na maravilha que isso representa. Lembre-se, ainda, que vencedores vencem não porque a eles lhes foi dado permissão, mas eles vencem porque assim eles decidiram no coração.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

EVANGELHO DO DIA 30 DE ABRIL - 3º DOMINGO DA PÁSCOA

30 abril Vale mais um pensamento de caridade que se desenvolve no coração do nosso Cottolengo do que mil projetos filantrópicos que se procura promover à custa de milhões espremidos das veias do povo. (L 76). São Jose Marello
Lucas 24,13-35

"Naquele mesmo dia, dois dos seguidores de Jesus estavam indo para um povoado chamado Emaús, que fica a mais ou menos dez quilômetros de Jerusalém. Eles estavam conversando a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus chegou perto e começou a caminhar com eles, mas alguma coisa não deixou que eles o reconhecessem. Então Jesus perguntou: - O que é que vocês estão conversando pelo caminho? Eles pararam, com um jeito triste, e um deles, chamado Cleopas, disse: - Será que você é o único morador de Jerusalém que não sabe o que aconteceu lá, nestes últimos dias? - O que foi? - perguntou ele.
Eles responderam: - O que aconteceu com Jesus de Nazaré. Esse homem era profeta e, para Deus e para todo o povo, ele era poderoso em atos e palavras. Os chefes dos sacerdotes e os nossos líderes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. E a nossa esperança era que fosse ele quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu. Algumas
mulheres do nosso grupo nos deixaram espantados, pois foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Voltaram dizendo que viram anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns do nosso grupo foram ao túmulo e viram que realmente aconteceu o que as mulheres disseram, mas não viram Jesus.
Então Jesus lhes disse: - Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram! Pois era preciso que o Messias sofresse e assim recebesse de Deus toda a glória. E começou a explicar todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, iniciando com os livros de Moisés e os escritos de todos os Profetas.
Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez como quem ia para mais longe. Mas eles insistiram com ele para que ficasse, dizendo: - Fique conosco porque já é tarde, e a noite vem chegando.
Então Jesus entrou para ficar com os dois. Sentou-se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus. Mas ele desapareceu. Então eles disseram um para o outro: - Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na estrada e nos explicava as Escrituras Sagradas?
Eles se levantaram logo e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze apóstolos reunidos com outros seguidores de Jesus. E os apóstolos diziam: - De fato, o Senhor foi ressuscitado e foi visto por Simão!
Então os dois contaram o que havia acontecido na estrada, e como tinham reconhecido o Senhor quando ele havia partido o pão.
"
Meditação

As comunidades estão assustadas, desalentadas e com dúvidas em seus corações. Como se transforma a vida destas comunidades? Caminhando com Jesus, escutando a explicação das Escrituras, abrindo as portas de sua casa a um peregrino e compartilhando a mesa com Ele. Então se abrem suas mentes e se descobre que já no caminho lhes ardia o coração.

Há muitos meios para conhecer Jesus, mas há um que é a síntese de todos: a fração do pão, símbolo da entrega da vida. Jesus ressuscitado se deixa experimentar compartilhando sua vida, assim como antes de sua morte.

A comunidade de crentes compreende que Jesus de Nazaré não desapareceu misteriosamente, mas que continuava tendo um corpo, que agora pertencia à comunidade, que deveria se alimentar e cuidar do crescimento e do cumprimento de sua missão.

Nós estamos sedentos de alguém que compartilhe nossas vidas. Como andamos no sentido missionário, de vida fraterna, de amar e de partilha em nossas comunidades? Somos de fato testemunhas de Jesus ressuscitado?

O evangelho de hoje nos fala do episódio muito conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve por volta dos anos 80 da nossa era para as comunidades da Grécia que em sua maioria eram formadas por pagãos convertidos.

Os anos 60 e 70 forma muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero no ano 64. Seis anos depois, no ano 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada, no deserto de Judá, houve o massacre dos últimos judeus rebeldes.

Naqueles anos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, estavam desaparecendo. Começava-se a sentir o cansaço da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil?

A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús quer ser uma resposta a estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar às comunidades como interpretar a Escritura para poder descobrir a presença de Jesus na vida.

Jesus encontra os dois amigos num contexto de medo e de falta de fé. As forças da morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muitas pessoas na época de Lucas, e é também a situação de muitas pessoas também em nossos dias.

Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "O que ides conversando pelo caminho?" A ideologia dominante, isto é a propagando da governo e da religião oficial da época, impede de ver. "Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel".

Qual é hoje a conversa das pessoas que sofrem? O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, ouvir sua realidade, perceber seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.

Jesus usa a Bíblia e a história das pessoas para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Utiliza-as também para inseri-los no projeto de Deus que passava por Moisés e pelos profetas.

Assim os ajuda a entender que a história não tinha saído do controle de Deus. Jesus não usa a Bíblia com um doutor que sabe tudo, mas como um companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que tinham esquecido.

Jesus não reforça o complexo de ignorância, mas procura despertar nelas a memória: "Como seis sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!

Será que o cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?" O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, favorecer nas pessoas a sabedoria que já existe nelas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. O que lhe impedia de caminhar, agora torna-se força e luz na caminhada. Como realizar isso hoje?

A Bíblia, em si, não abre os olhos. Só faz arder o coração; o que abre os olhos e faz ver, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, a celebração da Ceia.

Na hora em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria do caminho dos amigos.  Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar sozinhos. 

É preciso saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa agir o Espírito Santo. É ele quem nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos ajuda a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).

Os dois revigoram sua coragem e voltam a Jerusalém, onde continuam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e tinham matado as esperanças deles.

Agora tudo mudou. Jesus está vivo, então nele e por ele encontra-se um poder maior do poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente, mudou tudo.

Existe a volta e não a fuga! Fé e não incredulidade! Esperança e não desespero! Consciência crítica, e não fatalismo diante do poder! Liberdade e não opressão!

Numa palavra: vida e não morte! Em lugar da péssima notícia da morte de Jesus, a Boa Nova de sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida e vida em abundância! (Jo 10,10).  Sinal que o Espírito de Jesus age neles!

Os dois disseram: "Nós esperávamos, mas...!" Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: "Eu esperava, mas...!"? Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Nunca sentiu arder o coração em ler e meditar a Palavra de Deus? Como você pratica a Escuta da Palavra? Você lê a Bíblia sozinho (a) ou faz parte de um grupo bíblico?
Reflexão Apostólica
Quantas vezes Jesus continua caminhando conosco sem que o reconheçamos? Provemos da Bíblia e da eucaristia, e veremos como se abrirão nossos olhos e reconheceremos o Mestre.
Estamos no tempo Pascal que se estende por 7 semanas, do domingo de Páscoa à Festa de Pentecostes. É o mais belo e vibrante tempo de todo o calendário litúrgico da Igreja. Por Ele, ela nos convida, através dos testemunhos das Escrituras e de testemunhas oculares a fortalecermos nossa adesão pessoal ao motivo maior de nossa fé: a RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

De fato, diz Paulo: "Se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé seria vã e os nossos pecados não poderiam ser perdoados; a nossa esperança seria limitada apenas a esta vida e seríamos os mais infelizes de todos os homens." (1Cor 15,17-19)

Neste domingo Jesus volta a aparecer a dois discípulos que caminhavam de Jerusalém para seu povoado chamado Emaús. Como dissemos, as aparições do Ressuscitado 3 dias depois de sua morte têm esse caráter de CONFIRMAR A FÉ dos apóstolos e  discípulos e lhes reunir em torno de si para proclamarem a todos os povos que a morte foi vencida pela vida, que a escravidão deu lugar à liberdade, que o pecado foi suplantado pela graça.

Essa passagem é exclusiva de Lucas e é bastante possível, conforme confirmação de inúmeros estudiosos, que os fatos originais tenham sido reelaborados pelo evangelista no intuito de servir como catequese para ajudar as pessoas iniciadas à fé cristã.

Seja como for, isso não invalida e nem tampouco diminui a veracidade da aparição de Jesus VIVO aos dois discípulos, pelo contrário: Lucas aproveita essa verdade para ensinar e fortalecer a fé dos primeiros catecúmenos da Igreja.

Um curioso e inteligente paralelismo entre essa passagem e a estrutura da celebração da Missa (composta de dois grandes momentos, a saber, Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística) faz supor na comunidade de Lucas uma experiência de vida eucarística precedida pelo ensino da Palavra ministrado pelos Apóstolos.

Basicamente a passagem de hoje é o que vivemos em cada domingo em nossas igrejas: Jesus reparte conosco, na Liturgia da Palavra, o pão da Palavra e na Liturgia Eucarística, o pão Eucarístico (seu próprio corpo e sangue sob a forma aparente do pão e do vinho). Assim, podemos nós também sentí-lo VIVO e PRESENTE em nossas vidas como o sentiram os discípulos de Emaús.

O fato de Jesus simular que ia mais adiante revela-nos duas verdades sobre Ele em nossas vidas:
1. Jesus QUER FICAR CONOSCO
2. Mas não força a entrada. QUER QUE O CONVIDEMOS!


Ele é maravilhosamente respeitoso de nossa liberdade. Não deseja que ninguém o aceite contra a vontade, por mais que deseje participar de nossa vida! Sabe que só seremos realmente FELIZES quando lhe dermos o nosso SIM, quando lhe CONVIDARMOS para ficar conosco.

Os discípulos reconhecem isso, o convidam e Ele prontamente aceita. A noite naquela região desértica era cheia de perigos: animais selvagens e ladrões eram as maiores preocupações para os viajantes, principalmente se estivessem à pé; sem falar no frio que poderia chegar a 10 graus abaixo de zero.

Os discípulos, ao longo daquelas agradáveis horas de caminhada com aquele estranho, sentem que podem confiar nele, sabem que existe algo a mais e estão gratos pela atenção, sabedoria e revelações sobre a pessoa do Cristo com eles partilhada. Nutrem estima por aquela pessoa que conheceram a pouco tempo e sua educação alicerçada na hospitalidade não permite que deixem aquele irmão continuar sua jornada durante a noite.

Jesus anda conosco, mas por vezes, quando chega a "noite de nossa alma", esquecemo-nos de convidá-lo para ficar conosco e o deixamos de fora.

Quantas vezes temos medo de situações com as quais não sabemos lidar na vida familiar, em nossa atividade profissional ou na comunidade eclesial e ao invés de buscarmos nEle nossa força, o deixamos de lado e tentamos resolver as coisas pela nossa própria cabeça, sem a direção e a luz de sua presença.

Ele quer nos ajudar! Ele está pronto a entrar em nossas vidas e assumir o controle nesses momentos mais difíceis mas aguarda nosso convite para poder entrar e ficar conosco.

Enquanto a Sagrada Escritura faz arder o coração, a Eucaristia acaba com a incapacidade de enxergar! É como uma cura através de dois remédios.

No momento em que os discípulos reconhecem Jesus, sua aparência física já não é mais necessária. Tampouco adiantaria que Jesus aparecesse hoje em carne e osso a quem já acredita plenamente nEle. Na verdade Ele continua querendo que o enxerguemos nas Escrituras (principalmente em nosso próximo) e na Eucaristia.

O coração dos discípulos se enche de alegria, sua alma de ânimo, seus corpos cansados de novo vigor pela grande notícia que tinham que levar aos demais. Por isso saem naquela mesma hora e voltam para Jerusalém.

Devem ter chegado muito tarde mas nem o frio, nem a escuridão, nem as armadilhas que poderiam encontrar no caminho são capazes de lhes causar alguém temor e isso porque levam dentro de si a LUZ do Ressuscitado e a certeza de que Ele os acompanha. Quando o discípulo está acompanhado por seu mestre não lhe pode invadir nenhum temor.

Aqueles que, sem esperança, tinham abandonado a comunidade para voltar à suas vidinhas medíocres, agora, revigorados pelo Senhor, são congregados por Ele. Jesus é o ponto de união, pedra fundamental da Igreja que nasce. Ele é o centro para o qual tudo converge!

Que maravilhosas lições tiramos desta passagem:

1. Jesus caminha conosco
2. Quer participar de nossa vida
3. Espera que o convidemos par tomar posse de nosso coração
4. Nos reúne em torno dele como comunidade eclesial
5. Se dá a conhecer pela Palavra e pela Eucaristia

 
Que o Senhor está conosco, todo o tempo, bem o sabemos. Contudo, é nos momentos mais difíceis, quando estamos mais desanimados, tristes, frustrados, sentindo o peso da dor de nossa imperfeita condição, sem nenhuma esperança de solução para uma determinada situação, que Ele se achega ainda mais (lembro-me aqui do bonito poema "PEGADAS NA AREIA").

Como é difícil enxergá-lo. Nos é muito mais fácil louvá-lo e agradecê-lo quando tudo vai bem, mas quando estamos diante de situações complicadas, onde o mundo parece desabar sobre nossas cabeças, se torna tão complicado reconhecermos que Ele está ao nosso lado, pedindo para assumir o controle.

Achamos que temos condições de tudo empreender e de tudo fazer acontecer mas nos esquecemos que, fora algumas poucas coisas, sobre todo o resto não temos nenhuma influência. Temos que parar de nos dar tanta importância, achando que tudo depende de nós. Falácia!

Ele caminha conosco e está interessado que o enxerguemos e que a Ele dediquemos nossas vidas; todo o resto nos será acrescentado.

Temos essa coragem? Temos a coragem de abrir nosso coração e convidá-lo a entrar e comandar nossas decisões?

Propósito: Estar atento/a para ouvir os passos do Ressuscitado ao meu lado, para ouvi-lo na sua Palavra e encontrá-lo na Eucaristia

Não existe cura sem perdão.  

Quando você culpa os outros pelos seus problemas, você passa a dar a eles o controle sobre a sua vida. Liberte-se da sua própria ira, do seu ressentimento e você encontrará um espaço muito maior para a serenidade e abundância. Já é ruim o suficiente se alguém o feriu no passado. Existe, porventura, algum valor em permitir que essa pessoa continue a manipulá-lo e fazê-lo sofrer, ainda que à distância? 

A sua melhor estratégia não é a de prolongar a sua dor ou expandi-la. A sua melhor estratégia é superar e colocar tudo isso no passado e o mais rapidamente possível. Não importa se essa pessoa merece ou não seu perdão; esse não é o ponto. O ponto é que você precisa perdoar a fim de adquirir controle sobre a sua vida de tal maneira que você possa viver de forma plena e abundante. 

O seu perdão pode não fazer absolutamente nenhuma diferença àqueles que você perdoou e talvez eles nem sequer tenham consciência desse ato. Porém, para você, isso faz toda a diferença no mundo! Quando é você que está sentindo a dor, cabe também a você iniciar o processo da cura. Cure a ferida, libere perdão, liberte-se do câncer emocional que é o ressentimento e viva uma vida genuinamente abundante.

evangelho do dia 29 de abril sábado

29 abril - O mundo sofre por falta de fé, de esperança e de caridade. (L 25). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João 6,16-21

"
De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo. 
Mas Jesus disse: - Não tenham medo, sou eu! Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo.
" 
Meditação

Quando o povo quer fazer de Jesus um rei, ele se retirou sozinho para um lugar alto. A montanha, na Bíblia, é o lugar da experiência de Deus.

Por outro lado, os discípulos, decepcionados por Jesus não ter aceito a proposta de poder oferecida pelas pessoas (talvez instigadas pelos próprios discípulos), não sobem ao monte com Jesus, mas “descem ao lago e sobem em uma barca, indo para Cafarnaum”.

Não compreenderam o projeto de Jesus que propõe a igualdade como princípio de vida. Deixam a terra estrangeira onde estavam (6,1) e regressam ao país judaico.

São nacionalistas ferrenhos e não aceitam esse reino que Jesus propõe: a acolhida de todos em igualdade com o povo eleito.

Em plena travessia do lago anoitece e o mar, símbolo das forças do mal, embravece. Jesus não está ali e eles têm medo.

O medo é o contrário à fé. Fora do projeto de Jesus entramos na escuridão e até a natureza se rebela contra a injustiça.

Jesus lhes diz: SOU EU, correspondente ao EU SOU(Yaveh). Eles o aceitam. Querem que suba na barca, mas eles chegam em terra. Assim que perdemos o medo e aceitamos Jesus, nossa barca chega a seu porto.

O texto que meditamos ontem faz parte da falsa compreensão que os discípulos tinham do poder de Jesus. Eles queriam torná-lo rei, pois viam nele um homem capaz de fazer a verdadeira justiça. Este propósito nacionalista era contrario à atitude de serviço que Jesus tinha assumido na multiplicação dos pães.

Os discípulos se afastam da luz, embarcando sem Jesus e, sem ele, a barca-comunidade começa a ser atacada pelas ondas, pois perdeu seu horizonte, optando por permanecer na ideologia própria do sistema opressor, são partidários do poder e desejam que Jesus também seja; mas é impossível, pois o poder, qualquer que seja, submete a liberdade do ser humano e se faz inimigo do amor.

Somente a presença de Jesus pode erradicar o medo dos discípulos; basta escutar sua palavra para que os aterrorizados discípulos o reconheçam e cheguem a terra firme.

Em muitas ocasiões, como Igreja, optamos cegamente pelo poder e reconhecimento, afastando-nos do amor a Deus e aos irmãos, preferimos "vender" nossa liberdade ao sistema, por temor de ser julgados. É preciso vencer o medo, porque o medo é a ausência da liberdade e da fé no Senhor.

Reflexão Apostólica:  
Deus sempre nos antecede, também naquilo que pode nos assustar. Também no inusitado, inesperado. Assustamo-nos com tantas coisas. Também quando a natureza nos ameaça com sua força e desafia nossa capacidade de domínio e auto-controle. Foi assim neste fato do Evangelho. 

Jesus chega em nossa vida “andando sobre as águas”, vencendo as nossas dificuldades empunhando na mão a vitória que conquistou para nós.

Contudo, nós ainda não acreditamos na Sua intervenção e O confundimos com as pessoas comuns, por isso, temos medo quando Ele se aproxima.

Meditando neste Evangelho nós percebemos alguns sinais que servem para a nossa reflexão: Anoitecia e os discípulos desceram ao mar, sozinhos; estava escuro e durante a travessia soprava um vento forte, por isso o mar estava agitado.

Os discípulos já tinham remado bastante, mas não conseguiam chegar e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles, embora estivesse muito perto!

A margem já estava bem próxima deles, no entanto, eles se angustiavam por causa do vento. Podemos fazer um paralelo com a nossa vida, quando também o mar está agitado porque as coisas e os acontecimentos estão fora dos padrões normais, e nos percebemos na escuridão sem enxergar uma saída para os nossos problemas.

Já remamos muito, já tentamos tudo, no entanto, não sentimos paz e entramos em desespero. Se pararmos para pensar, na maioria das vezes que isto acontece nós também estamos indo para o “mar”, isto é, assumindo compromissos, em hora imprópria, por nossa conta.

Muitas vezes nós entramos na “barca”, e enfrentamos os trabalhos e tomamos as decisões sem esperar por Jesus. Não estamos orando, não refletimos a Sua Palavra e queremos resolver tudo sozinhos (as)!

Assim sendo, remamos por conta própria e a tempestade é conseqüência das nossas deliberações equivocadas e as coisas não dão certo porque estamos confiando em nós mesmos (as).

Escolhemos estar sozinhos (as), talvez porque não nos importemos muito em saber a opinião de Deus, se é hora para ir ou para ficar.

Na maioria das vezes nos antecipamos e traçamos os nossos planos, os nossos projetos sem esperar pelas sugestões do Espírito Santo que conhece melhor o caminho pelo qual vamos cruzar.

Então o inesperado acontece: durante o percurso que escolhemos o mar encontra-se agitado e a tempestade nos surpreende. O vento nos tira do sério e nós ficamos aflitos (as) e angustiados (as).

Não nos apercebemos, porém que Jesus está por perto e espera que olhemos para Ele, que confiemos na Sua autoridade sobre as tempestades da nossa vida.

Mesmo que passemos por borrascas não precisamos mais nos angustiar, já estamos perto da praia, o pior vai passar e Jesus já vem ao nosso encontro, recebe a nossa barca e a coloca em lugar seguro.

Deixemos Jesus entrar em nosso barco e, com certeza, Ele nos levará para mares calmos. Deixemos Jesus agir,entreguemos nossos problemas a Ele. Não confiemos nos homens, confiemos em Jesus pois Ele sempre estará conosco e nunca nos desamparará.

Mesmo quando o mar da vida estiver agitado, aí,Jesus estará em nossa barca para nos conduzir. Por isso, amemos esse Deus, entregando-nos de corpo e alma. Fiquemos 24 horas ligados em Jesus.

Alguma vez você já viveu essa situação? Você reconhece a voz de Jesus no meio do mundo? Você também tem enfrentado as dificuldades sozinho (a)? Você leva sempre Jesus na sua barca ou algumas vezes O tem esquecido na praia? Você confunde Jesus com as pessoas do mundo?
 
Propósito: Oferecer a Jesus o senhorio sobre a minha vida e viver este dia,  na fé, como Seu discípulo e missionário.
  



Eu mesmo O verei

E seremos nós, para sempre,
como és Tu o que foste, em nossa terra,
companheiro de todos os caminhos.

Seremos o que somos, para sempre,
porém gloriosamente restaurados,
como são tuas essas cinco chagas,
imprescritivelmente gloriosas.

Como Tu és o que foste, humano, irmão,
exatamente igual na tua morte,
Jesus, o mesmo e totalmente outro,

Assim seremos para sempre, exatos,
o que fomos, somos e seremos,
totalmente outros, porém, tão nós mesmos.

Dom Pedro Casaldáliga

Evangelho do dia 28 de abril sexta feira

28 abril - O catecismo é o livro por excelência. Bem vulgar seria quem o quisesse taxar de vulgaridade. Este livro revela com eficácia admirável toda a utilidade da religião e faz de um garoto de dez anos um pensador profundo, que possui todos os grandes princípios da verdadeira filosofia e está à altura de discorrer a qualquer momento sobre a essência e os atributos de Deus, falando sem confusão da Unidade e da Trindade, da geração e da procedência das Pessoas Divinas, que conhece a gênese do mundo, a queda do homem, a vinda do Restaurador, a necessidade da graça e os meios que a difundem, o sacramento da reconciliação e a comunhão da oração. Sem dúvida alguma, nenhum filósofo poderá encarar um menino cristão na exposição exata das grandes verdades que constituem o patrimônio da nossa religião. (L 25). São Jose Marello

A multiplicação dos pães - Jo 6,1-15

Depois disso, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, ou seja, de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais que ele fazia a favor dos doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?”. Disse isso para testar Filipe, pois ele sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: “Nem duzentos denários de pão bastariam para dar um pouquinho a cada um”. Um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, que é isso para tanta gente?”. Jesus disse: “Fazei as pessoas sentar-se”. Naquele lugar havia muita relva, e lá se sentaram os homens em número de aproximadamente cinco mil. Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. Depois que se fartaram, disse aos discípulos: “Juntai os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”. Eles juntaram e encheram doze cestos, com os pedaços que sobraram dos cinco pães de cevada que comeram. À vista do sinal que Jesus tinha realizado, as pessoas exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”. Quando Jesus percebeu que queriam levá-lo para proclamá-lo rei, novamente se retirou sozinho para a montanha.

1º Meditação:

Os quatro Evangelhos seguem basicamente o mesmo fio da meada, com as divergências próprias a cada tradição e teologia. O enfoque mais “sacramental” ou “eucarístico” é do João, mostrando mais uma vez uma das características da comunidade do Discípulo Amado: a de ter uma teologia eucarística mais desenvolvida.

É interessante observar que João, em seu Evangelho, ao narrar a última ceia de Jesus destaca o gesto do lava-pés como o exemplo maior do serviço, sem menção à partilha eucarística do pão e do vinho. No Evangelho de hoje (João 6,1-15), ele nos apresenta um Jesus completamente encarnado e comprometido com a íntegra realidade de seus seguidores. Ele é o paradigma do pregador para todos os tempos. Nosso serviço da Palavra inclui também o interesse e o empenho por tocar as dimensões todas da pessoa. Os ensinamentos que Jesus acaba de dar tiveram a ver certamente com o projeto do reino, que é antes de tudo amor, solidariedade, fraternidade, desprendimento, serviço de uns para com outros sem nenhum tipo de separação.

Esta passagem do Evangelho é particularmente problemática porque implicaria que quem estivesse a serviço da Palavra teria também o compromisso de tirar a fome das pessoas. A situação de fome que o evangelista nos descreve é apenas uma das conseqüências que o povo sofre dentro de uma sociedade baseada em estruturas injustas e que descuida dos direitos fundamentais de seus membros. Frente a isto, que é o “pão nosso de cada dia”, poderíamos cair na tentação do assistencialismo, de fazer-nos simples intermediários entre os famintos/empobrecidos e os opulentos, conseguindo ajudas que tiram a fome de um dia, porém deixando intactas as estruturas injustas e, o que é pior, adormecendo tanto a consciência do opressor, castrador, ladrão, usurpador, como a do indigente. O assistencialismo poderia ser compreendido (não justificado) em pessoas ou grupos de voluntários (filantropos) não necessariamente crentes, não, porém, em quem se confessa cristão, seguidor de Jesus. Nada tão contrário ao Evangelho do Mestre!

Porém, vejamos como foi o exemplo do Mestre. Jesus pergunta a seus discípulos sobre o que deve fazer para dar de comer a tanta gente. Os discípulos, contudo, crêem que a solução deve vir de fora. Entretanto, este é o momento no qual Jesus deve ensinar a conjugar a mensagem, a palavra, com a ação. A comunidade que recebe a mensagem deve aprender a aplicá-la a si mesma e a buscar dentro de si mesma os mecanismos e linhas de ação orientados à solução momentânea de suas dificuldades e problemas, porém ao mesmo tempo criando o impacto necessário orientado a atacar e destruir as estruturas injustas que regem a sociedade. Passa-se, pois, da mera filantropia ao compromisso realmente cristão.

Este relato é identificado como o “milagre da multiplicação dos pães e dos peixes”. Sem embargo, creio que o título não se adapta ao conteúdo. Mais que multiplicação, aqui se fala de um problema tremendamente atual; tão atual que poderia dizer eterno: se fala de repartir o pão para que tenha para todos e sobre. Fala-se não de fazer o milagre da multiplicação de pães e peixes, dos alimentos necessários para a vida – milagre que muito tem feito à ciência moderna, pois há alimentos suficientes para todos os que habitam no planeta, senão, de um convite a repartir o que cada um tem entre todos, de modo que haja para todos e sobre; se fala de que todos possam exercer o direito de sentar-se a mesa e participar dos dons que Deus nos tem dado, de modo que se acabe com esta sociedade injusta em que uma minoria vergonhosa de famílias poderosas e países ricos retenha o capital necessário para que o resto tenha o suficiente, ao menos para viver. É o monopólio dos bens criados por parte de uns poucos, o sentido de propriedade privada insolidária tem se fixado em nossa sociedade criando a necessidade e a carência. Diante da sociedade injusta que provoca a miséria, Jesus propõe sua alternativa: a abundância se consegue rompendo com o egoísmo monopolizador e com a prática da solidariedade em partilhar.

A partilha decorre da solidariedade. Alguém pôs seu pequeno farnel à disposição de todos. Então, sob as ordens de Jesus e a intermediação dos apóstolos, os grupos sentaram-se na relva. Depois, à medida que recebiam pão e peixe, também os partilhavam com os que estavam ao redor. Desta forma, todos puderam comer até ficarem saciados. E ainda sobraram doze cestos cheios. Quando existe partilha, existe abundância!

"Cinco não é suficiente", é símbolo do incompleto, mas falta muito pouco para chegar à plenitude; e aí há também o número dois; o que é incompleto e insuficiente pode chegar a sê-lo e sobrepujar, e muito, a plenitude, se todos dermos, trouxermos, pusermos em comum o pouco ou muito quer tenhamos; dessa forma, ficamos todos satisfeitos e ainda sobra. Jesus não utiliza de meios divinos, senão de mediação puramente humana. Não há um maná caído do céu, procurado milagrosamente, senão pão terrestre, feito pelo próprio ser humano e distribuído por este. Tal episodio quer nos ensinar que, para resolver problemas humanos, não é necessário requerer uma extraordinária intervenção divina, bastando apenas à ação de uma pessoa humana coordenada com a de Deus.O povo captou muito bem o sinal, mas em seguida desvirtuou também sua essência, seu sentido último; maravilhado, pretendeu arrebatar Jesus para fazê-Lo rei. Por isso, Ele teve de se retirar para o alto da colina.

Vale lembrar que este é o único “milagre” contado nos quatro Evangelhos, tanto pela tradição sinótica como da Comunidade do Discípulo Amado. Isso mostra claramente que, para as primeiras comunidades cristãs de diversas tradições, a história hoje relatada possuía um grande valor e uma mensagem muito importante.

Embora seja este um dos relatos mais conhecidos dos Evangelhos, vale a pena sublinhar um elemento que talvez possa parecer estranho: embora nós sempre nos refiramos ao milagre da “multiplicação dos pães”, em nenhum dos quatro relatos usa-se o verbo “multiplicar”! Usa-se outros termos nos quatro Evangelhos :“pegar”, “distribuir”, “partilhar”! Não é o caso de discutir aqui o que foi que Jesus fez! Nem teríamos condições de descobrir. O enfoque é outro. Se os evangelistas tivessem colocado a ênfase sobre o “multiplicar”, ou seja sobre o estritamente milagroso, então a história não teria grandes conseqüências para nós hoje, pois nós não temos o poder de fazer milagres!! Mas, colocando a ênfase sobre a o “partilhar” e o “distribuir”, então os evangelistas nos desafiam hoje! Pois partilhar e distribuir está ao nosso alcance!

Assim, podemos trazer este fato para a nossa realidade: No Brasil, no mundo assolado pela injustiça e miséria, não precisamos multiplicar nada! O Brasil não precisa multiplicar terras - somos um dos maiores países do mundo! Nem precisa multiplicar a renda – somos a oitava ou nona potência econômica do mundo! Não, o que precisamos é uma partilha e uma redistribuição das terras, e da renda. O que precisamos é uma mudança de mentalidade, de coração e das estruturas, e não milagres paliativos. Por outro lado, o que significa dar de comer diante da grande pobreza? Hoje ficamos perdidos perante o escândalo de tanta miséria. Na confusão, nasceram uma caridade e uma solidariedade esvaziadas, ideológicas, institucionalizadas, sem relação direta com o pobre. A história de João e dos outros evangelistas insiste que a solução para a carência se acha na solidariedade, na partilha e na redistribuição, a partir da nossa fé no Deus da Vida. A dificuldade está em muitos não quererem assumir sua parte de responsabilidade na tarefa comum. Preferem uma figura de poder que lhes assegure suas próprias vidas a solução da injustiça, sem apreensão, não se encontra em poder de um só, mas no amor e na solidariedade de todos.

Ao concluir o texto, fica o eco das palavras de Jesus no Evangelho, que terão influído na decisão de Pedro: «As palavras que Eu disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam.» Para que a História da Aliança continue, só falta que nós, renovemos uma vez mais a nossa fé, atualizada pela escuta-aceitação da Palavra de Deus. O discípulo não é somente o que re-transmite a mensagem do mestre, mas o que procura por todos os meios possíveis re-atualizar as atitudes e gestos de seu mestre. Somos convidados a viver a eucaristia como partilha concreta, para que nada falte a ninguém.

De acordo com o que acabamos de refletir, como fazer que uma necessidade geral se torne contribuição de todos para todos? Lá haviam cinco pães e dois peixes, números que são simbólicos; dão a entender que onde há sentido de desprendimento, de solidariedade de uns para com outros, por pouco que seja, alcança a todos. O dom de tudo o que se tem que aparece no episódio do Evangelho, é uma formulação extrema. Ao ensiná-la Jesus nos diz que o amor não se põe limites, expressa a disposição a procurar o bem da humanidade sem reservas. Jesus dá um exemplo de solidariedade ilimitada para estimular a solução generosa dos problemas do mundo. Por isso, devemos buscar através do conhecimento da Palavra, capacitação para vivermos uma vida cristã renovada, plena em unção e gozo da graça de Deus. Que Deus nos abençoe!

Propósito: Ter um olhar de fé, para os outros, para as pessoas que encontrar no dia de hoje 

2º Meditação

Por meio do “sinal” da multiplicação dos pães se evidencia o sistema econômico que rege a comunidade judaica, caracterizada especialmente pelo binômio “compra-venda”, onde “comprar” significa obter o bem necessário para a vida, em troca de dinheiro.

Esse sistema cria uma forte dependência, já que a vida, expressa no alimento, não está diretamente ao alcance do ser humano, mas é mediada por certos indivíduos que tomaram o poder.

Jesus não assume esta estrutura econômica e, como resposta à necessidade que se apresenta, ensina seus discípulos uma maneira nova de se relacionar com os bens que possuem.
Felipe simboliza a impotência dos pobres, pois nem com meio ano de jornada se poderia alimentar tanta gente. André apresenta a Jesus uma alternativa diferente do comprar, mas se da conta de que, ainda que tenha um garoto disposto a compartilhar o que tem, não é suficiente para mudar a realidade; o sistema é mais forte e é quase impossível não depender dele.

Entretanto, o milagre começa quando se compartilha o pouco que se tem, quando compreendemos que os bens que possuímos não nos pertencem, mas que são dons recebidos de Deus e, portanto, devem ser compartilhados com toda a humanidade.

Começa hoje a leitura do Capítulo 6º de João que apresenta dois sinais ou milagres: a multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) e o caminhar sobre as águas (Jo 6,16-21). Em seguida menciona-se o longo discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-71). João insere o fato perto da festa da Páscoa (Jo 6,4).

O enfoque é o confronto entre a antiga Páscoa do Êxodo e a nova Páscoa que acontece em Jesus. O diálogo sobre o pão da vida esclarecerá a nova páscoa que acontece em Jesus.
Na antiga páscoa, a multidão atravessa o Mar Vermelho. Na nova páscoa, Jesus atravessa o Mar da Galiléia. Uma grande multidão seguiu Moisés. Uma grande multidão segue Jesus neste novo êxodo.

No primeiro êxodo, Moisés sobe a Montanha. Jesus, o novo Moisés, também ele sobe a montanha. A multidão seguia Moisés que realiza grandes sinais. A multidão segue Jesus porque tinha visto os sinais que realizava a favor dos doentes.

Vendo a multidão, Jesus aponta aos discípulos a fome das pessoas e pede a Filipe: "Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?" No primeiro êxodo, Moisés tinha conseguido alimento para o povo faminto. Jesus, o novo Moisés, vai fazer a mesma coisa.

Filipe, em lugar de ver a situação à luz da Escritura, olhava com os olhos do sistema e respondeu: "Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um!"

Uma moeda era o salário mínimo de um dia. Felipe percebe o problema e reconhece sua total incapacidade em resolvê-lo. Lamenta o fato, mas não apresenta nenhuma solução.

 André, em lugar de se lamentar, tenta uma solução. Encontra um garoto com cinco pães e dois peixes: cinco pães de cevada e dois peixes eram a alimentação diária de um pobre.

O garoto entrega sua alimentação diária! Ele poderia ter dito: "Cinco pães e dois peixes, mas o que é isto aqui diante de tanta gente? Não vai servir para nada! Vamos dividir isso aqui entre nós, entre duas ou três pessoas!". No entanto, tem a coragem de entregar os cinco pães e os dois peixes para alimentar 5.000 pessoas (Jo 6,10)!

Quem age assim, ou é louco ou tem muita fé, acreditando que por amor a Jesus, todos se dispõem a partilhar seu alimento como fez o garoto! • João 6,10-11: A multiplicação.

Jesus pede ao povo se sentar no chão. Depois multiplica o alimento, a comida do pobre. Afirma o texto: "Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes". Com esta frase, escrita por volta do ano 100 d.C., João lembra o gesto da Última Ceia (1Cor 11,23-24).

A Eucaristia, quando é celebrada como se deve, levará as pessoas a partilhar como levou o garoto a entregar seu alimento diário para ser partilhado.

O número doze lembra a totalidade do povo com as suas doze tribos. João não informa se sobraram também peixes. Ele estava interessado em focalizar o pão como símbolo da Eucaristia.

O evangelho de João não traz a descrição da Ceia Eucarística, porém, descreve a multiplicação dos pães, símbolo daquilo que deve acontecer nas comunidades através da celebração da Ceia Eucarística. Se entre os povos cristãos existisse verdadeira partilha, haveria alimento suficiente e sobrariam doze cestos para mais pessoas ainda!

As pessoas interpretam o gesto de Jesus dizendo: "Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo!" A intuição do povo é correta. Jesus, de fato, é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19).

Esta intuição tinha sido manipulada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e dominador. Por isto, vendo o sinal, o povo proclama Jesus Messias e queria proclamá-lo rei!

Jesus percebendo o que podia acontecer, retirou-se sozinho na montanha. Não aceita esta maneira de ser messias e espera o momento oportuno para ajudar as pessoas a darem um passo adiante.

Diante do problema da fome no mundo, você age como Filipe, como André ou como o garoto? O povo queria um messias que fosse um rei forte e poderoso. Hoje, muitos correm atrás de líderes populistas. O que nos diz o evangelho de hoje sobre isso?

Reflexão Apostólica
  Unanimemente os evangelistas sublinham que depois de todos se saciarem do pão partido e compartilhado, encheram várias cestas com o que sobrou.

A proposta de Jesus, o sinal que acaba de realizar, é sumamente claro: a sociedade do momento, as estruturas que a sustentam, são tão injustas e desiguais que muitíssima gente padece pela fome e outras necessidades.

Pois bem, o sinal dos pães aponta que alimento há para todos e ainda sobra. Este é o motivo pelo qual o povo pensa imediatamente em proclamar Jesus como rei; mas isso não é o que Jesus busca.

Seria conveniente analisar até que ponto o cristianismo atual é chamado a defender esta proposta de Jesus como a saída efetiva e pronta às continuas crises econômicas, mas, sobretudo aos problemas de alimentação, moradia e outras dificuldades pelas quais atravessa grande parte da humanidade.

É hora de abandonar a interpretação tradicional espiritualista da passagem da multiplicação dos pães. Aqui há uma proposta de um ser humano novo e de uma sociedade concreta recriada.

Fechando assim todo o pensamento sobre as conseqüências do nosso livre arbítrio na comunidade chegamos a diversas reflexões:
  1. Fechar-se somente na Equipe, no Grupo ou na sua Pastoral precisa ser revisto. A identidade cristã está também em buscar quem se perdeu ou se afastou. Não posso ficar a esperar que nos procurem;
  2. A salvação não esta condicionada a aquela ou esta Pastoral, Movimento ou Serviço da Igreja. Ela está condicionada ao entendimento do que é mais importante para Deus e no seu projeto salvítico;
  3. Todo trabalho pastoral precisa de pessoas empolgadas e bem resolvidas. As comunidades precisam de operários e de lideranças que formem novas lideranças. Irmãos que ainda não olham a seu redor, ainda não têm maturidade para liderar, pois convém que "Cristo cresça e que eu desapareça";
  4. Nossa preguiça e nossa irresponsabilidade social nos privam de assumir o chamado individual que Deus nos faz de sermos semeadores da mensagem a toda criatura: "Vai, e também tu, faze o mesmo".
E o evangelho de hoje? Como ele finaliza esse pensamento?

Preciso notar que Jesus usa o que tem em mãos, os que estão ao seu redor. Em meio às dúvidas e questionamentos de Felipe, Jesus torna o pouco de um pequeno garoto em muito para atender a muitos.

Esperamos de Deus que surjam em nossas Comunidades lideres, possuidores de currículos invejáveis... "ela (e) até já foi Responsável...", e esquecemos, até, que a função foi exercida em casal. Deixamos, assim, de ver o "pouco", mas fiel, que cresce e vive em nosso redor.

Jesus não mandou ninguém comprar nada, pois ali mesmo tinha alguém que podia ajudar com que possuía. Reclamamos (e como reclamamos) da falta de pessoas para proclamarem as leituras nas Missas, que são sempre as mesmas, e blá, blá, blá, (…), mas não vamos atrás da Pastoral da Catequese, da Crisma, onde existem muitos que esperam uma pequena oportunidade… E as Pastorais: Familiar, Carcerária, Esperança, Dízimo, Saúde... será que o seu público alvo também não é formado de pequeninos?

Jesus promove pequenas habilidades e singelos dons em grandes ministérios de serviço. Deus chama, mas por vezes não damos a devida oportunidade e crédito aos escolhidos.

E quanto a nós? Aonde entra o nosso livre arbítrio, nossa vontade? Estamos, muitas vezes, agarrados ao orgulho.

Se é mentira, por que não chamamos as pessoas? Por que não convidamos? Por que nos fechamos, fazemos “panelinhas” em nossas Comunidades? Por que não convencemos como antes? Por que segregamos?

O começo pode ser difícil, mas por que não OUSAR? Por que não mudar? Escolhemos demais com os nossos critérios. As pessoas têm necessidades de Deus que nosso orgulho não nos deixa ver e uma dessas necessidades é a de servir, ser útil. O serviço pastoral precisa de gente empolgada e Deus não cansa de trazê-los para Ele e nós... afugentá-los.
  
Propósito: Ter um olhar de fé, para os outros, para as pessoas que encontrar no dia de hoje 
RÁPIDA RECUPERAÇÃO
A dor é inevitável, porem, o sofrimento é opcional.  

Mesmo quando você está totalmente comprometido em se manter positivamente focado, a vida lhe apresenta enormes desafios à sua frente. Apesar de você ter as melhores das intenções, haverá tempos onde você irá sair da meta traçada em função de erros e tropeços. Quando isso acontecer, não se martirize e nem se derame em pesar. Apenas reconheça, aceite, aprenda com a experiência e siga em frente de volta ao alvo anterior. 

Tanto vencedores como os que perdem, ambos tropeçam e caem. A diferença é que os vencedores aprendem com a queda e se levantam rapidamente. Se você cometeu um erro, perdeu cabeça, fez uma estúpida bobagem…isso é normal e natural, você é humano, isso não é o fim do mundo. Apesar de ser doloroso o desapontamento e as dores que você trouxe a si próprio, - e a outras pessoas - saiba que você tem agora a maravilhosa oportunidade de fazer algo muito positivo usando esta dolorosa experiência. 

É muito bom compreender que o que você fez não foi a escolha mais acertada; mas agora você pode e deve – pela graça de Deus – seguir em frente com uma renovada e mais forte determinação porque em breve você estará chegando no lugar que deseja chegar muito e…mais rapidamente.