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segunda-feira, 24 de abril de 2017

EVANGELHO DO DIA 30 DE ABRIL - 3º DOMINGO DA PÁSCOA

30 abril Vale mais um pensamento de caridade que se desenvolve no coração do nosso Cottolengo do que mil projetos filantrópicos que se procura promover à custa de milhões espremidos das veias do povo. (L 76). São Jose Marello
Lucas 24,13-35

"Naquele mesmo dia, dois dos seguidores de Jesus estavam indo para um povoado chamado Emaús, que fica a mais ou menos dez quilômetros de Jerusalém. Eles estavam conversando a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus chegou perto e começou a caminhar com eles, mas alguma coisa não deixou que eles o reconhecessem. Então Jesus perguntou: - O que é que vocês estão conversando pelo caminho? Eles pararam, com um jeito triste, e um deles, chamado Cleopas, disse: - Será que você é o único morador de Jerusalém que não sabe o que aconteceu lá, nestes últimos dias? - O que foi? - perguntou ele.
Eles responderam: - O que aconteceu com Jesus de Nazaré. Esse homem era profeta e, para Deus e para todo o povo, ele era poderoso em atos e palavras. Os chefes dos sacerdotes e os nossos líderes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. E a nossa esperança era que fosse ele quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu. Algumas
mulheres do nosso grupo nos deixaram espantados, pois foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Voltaram dizendo que viram anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns do nosso grupo foram ao túmulo e viram que realmente aconteceu o que as mulheres disseram, mas não viram Jesus.
Então Jesus lhes disse: - Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram! Pois era preciso que o Messias sofresse e assim recebesse de Deus toda a glória. E começou a explicar todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, iniciando com os livros de Moisés e os escritos de todos os Profetas.
Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez como quem ia para mais longe. Mas eles insistiram com ele para que ficasse, dizendo: - Fique conosco porque já é tarde, e a noite vem chegando.
Então Jesus entrou para ficar com os dois. Sentou-se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus. Mas ele desapareceu. Então eles disseram um para o outro: - Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na estrada e nos explicava as Escrituras Sagradas?
Eles se levantaram logo e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze apóstolos reunidos com outros seguidores de Jesus. E os apóstolos diziam: - De fato, o Senhor foi ressuscitado e foi visto por Simão!
Então os dois contaram o que havia acontecido na estrada, e como tinham reconhecido o Senhor quando ele havia partido o pão.
"
Meditação

As comunidades estão assustadas, desalentadas e com dúvidas em seus corações. Como se transforma a vida destas comunidades? Caminhando com Jesus, escutando a explicação das Escrituras, abrindo as portas de sua casa a um peregrino e compartilhando a mesa com Ele. Então se abrem suas mentes e se descobre que já no caminho lhes ardia o coração.

Há muitos meios para conhecer Jesus, mas há um que é a síntese de todos: a fração do pão, símbolo da entrega da vida. Jesus ressuscitado se deixa experimentar compartilhando sua vida, assim como antes de sua morte.

A comunidade de crentes compreende que Jesus de Nazaré não desapareceu misteriosamente, mas que continuava tendo um corpo, que agora pertencia à comunidade, que deveria se alimentar e cuidar do crescimento e do cumprimento de sua missão.

Nós estamos sedentos de alguém que compartilhe nossas vidas. Como andamos no sentido missionário, de vida fraterna, de amar e de partilha em nossas comunidades? Somos de fato testemunhas de Jesus ressuscitado?

O evangelho de hoje nos fala do episódio muito conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve por volta dos anos 80 da nossa era para as comunidades da Grécia que em sua maioria eram formadas por pagãos convertidos.

Os anos 60 e 70 forma muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero no ano 64. Seis anos depois, no ano 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada, no deserto de Judá, houve o massacre dos últimos judeus rebeldes.

Naqueles anos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, estavam desaparecendo. Começava-se a sentir o cansaço da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil?

A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús quer ser uma resposta a estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar às comunidades como interpretar a Escritura para poder descobrir a presença de Jesus na vida.

Jesus encontra os dois amigos num contexto de medo e de falta de fé. As forças da morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muitas pessoas na época de Lucas, e é também a situação de muitas pessoas também em nossos dias.

Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "O que ides conversando pelo caminho?" A ideologia dominante, isto é a propagando da governo e da religião oficial da época, impede de ver. "Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel".

Qual é hoje a conversa das pessoas que sofrem? O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, ouvir sua realidade, perceber seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.

Jesus usa a Bíblia e a história das pessoas para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Utiliza-as também para inseri-los no projeto de Deus que passava por Moisés e pelos profetas.

Assim os ajuda a entender que a história não tinha saído do controle de Deus. Jesus não usa a Bíblia com um doutor que sabe tudo, mas como um companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que tinham esquecido.

Jesus não reforça o complexo de ignorância, mas procura despertar nelas a memória: "Como seis sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!

Será que o cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?" O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, favorecer nas pessoas a sabedoria que já existe nelas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. O que lhe impedia de caminhar, agora torna-se força e luz na caminhada. Como realizar isso hoje?

A Bíblia, em si, não abre os olhos. Só faz arder o coração; o que abre os olhos e faz ver, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, a celebração da Ceia.

Na hora em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria do caminho dos amigos.  Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar sozinhos. 

É preciso saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa agir o Espírito Santo. É ele quem nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos ajuda a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).

Os dois revigoram sua coragem e voltam a Jerusalém, onde continuam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e tinham matado as esperanças deles.

Agora tudo mudou. Jesus está vivo, então nele e por ele encontra-se um poder maior do poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente, mudou tudo.

Existe a volta e não a fuga! Fé e não incredulidade! Esperança e não desespero! Consciência crítica, e não fatalismo diante do poder! Liberdade e não opressão!

Numa palavra: vida e não morte! Em lugar da péssima notícia da morte de Jesus, a Boa Nova de sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida e vida em abundância! (Jo 10,10).  Sinal que o Espírito de Jesus age neles!

Os dois disseram: "Nós esperávamos, mas...!" Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: "Eu esperava, mas...!"? Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Nunca sentiu arder o coração em ler e meditar a Palavra de Deus? Como você pratica a Escuta da Palavra? Você lê a Bíblia sozinho (a) ou faz parte de um grupo bíblico?
Reflexão Apostólica
Quantas vezes Jesus continua caminhando conosco sem que o reconheçamos? Provemos da Bíblia e da eucaristia, e veremos como se abrirão nossos olhos e reconheceremos o Mestre.
Estamos no tempo Pascal que se estende por 7 semanas, do domingo de Páscoa à Festa de Pentecostes. É o mais belo e vibrante tempo de todo o calendário litúrgico da Igreja. Por Ele, ela nos convida, através dos testemunhos das Escrituras e de testemunhas oculares a fortalecermos nossa adesão pessoal ao motivo maior de nossa fé: a RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

De fato, diz Paulo: "Se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé seria vã e os nossos pecados não poderiam ser perdoados; a nossa esperança seria limitada apenas a esta vida e seríamos os mais infelizes de todos os homens." (1Cor 15,17-19)

Neste domingo Jesus volta a aparecer a dois discípulos que caminhavam de Jerusalém para seu povoado chamado Emaús. Como dissemos, as aparições do Ressuscitado 3 dias depois de sua morte têm esse caráter de CONFIRMAR A FÉ dos apóstolos e  discípulos e lhes reunir em torno de si para proclamarem a todos os povos que a morte foi vencida pela vida, que a escravidão deu lugar à liberdade, que o pecado foi suplantado pela graça.

Essa passagem é exclusiva de Lucas e é bastante possível, conforme confirmação de inúmeros estudiosos, que os fatos originais tenham sido reelaborados pelo evangelista no intuito de servir como catequese para ajudar as pessoas iniciadas à fé cristã.

Seja como for, isso não invalida e nem tampouco diminui a veracidade da aparição de Jesus VIVO aos dois discípulos, pelo contrário: Lucas aproveita essa verdade para ensinar e fortalecer a fé dos primeiros catecúmenos da Igreja.

Um curioso e inteligente paralelismo entre essa passagem e a estrutura da celebração da Missa (composta de dois grandes momentos, a saber, Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística) faz supor na comunidade de Lucas uma experiência de vida eucarística precedida pelo ensino da Palavra ministrado pelos Apóstolos.

Basicamente a passagem de hoje é o que vivemos em cada domingo em nossas igrejas: Jesus reparte conosco, na Liturgia da Palavra, o pão da Palavra e na Liturgia Eucarística, o pão Eucarístico (seu próprio corpo e sangue sob a forma aparente do pão e do vinho). Assim, podemos nós também sentí-lo VIVO e PRESENTE em nossas vidas como o sentiram os discípulos de Emaús.

O fato de Jesus simular que ia mais adiante revela-nos duas verdades sobre Ele em nossas vidas:
1. Jesus QUER FICAR CONOSCO
2. Mas não força a entrada. QUER QUE O CONVIDEMOS!


Ele é maravilhosamente respeitoso de nossa liberdade. Não deseja que ninguém o aceite contra a vontade, por mais que deseje participar de nossa vida! Sabe que só seremos realmente FELIZES quando lhe dermos o nosso SIM, quando lhe CONVIDARMOS para ficar conosco.

Os discípulos reconhecem isso, o convidam e Ele prontamente aceita. A noite naquela região desértica era cheia de perigos: animais selvagens e ladrões eram as maiores preocupações para os viajantes, principalmente se estivessem à pé; sem falar no frio que poderia chegar a 10 graus abaixo de zero.

Os discípulos, ao longo daquelas agradáveis horas de caminhada com aquele estranho, sentem que podem confiar nele, sabem que existe algo a mais e estão gratos pela atenção, sabedoria e revelações sobre a pessoa do Cristo com eles partilhada. Nutrem estima por aquela pessoa que conheceram a pouco tempo e sua educação alicerçada na hospitalidade não permite que deixem aquele irmão continuar sua jornada durante a noite.

Jesus anda conosco, mas por vezes, quando chega a "noite de nossa alma", esquecemo-nos de convidá-lo para ficar conosco e o deixamos de fora.

Quantas vezes temos medo de situações com as quais não sabemos lidar na vida familiar, em nossa atividade profissional ou na comunidade eclesial e ao invés de buscarmos nEle nossa força, o deixamos de lado e tentamos resolver as coisas pela nossa própria cabeça, sem a direção e a luz de sua presença.

Ele quer nos ajudar! Ele está pronto a entrar em nossas vidas e assumir o controle nesses momentos mais difíceis mas aguarda nosso convite para poder entrar e ficar conosco.

Enquanto a Sagrada Escritura faz arder o coração, a Eucaristia acaba com a incapacidade de enxergar! É como uma cura através de dois remédios.

No momento em que os discípulos reconhecem Jesus, sua aparência física já não é mais necessária. Tampouco adiantaria que Jesus aparecesse hoje em carne e osso a quem já acredita plenamente nEle. Na verdade Ele continua querendo que o enxerguemos nas Escrituras (principalmente em nosso próximo) e na Eucaristia.

O coração dos discípulos se enche de alegria, sua alma de ânimo, seus corpos cansados de novo vigor pela grande notícia que tinham que levar aos demais. Por isso saem naquela mesma hora e voltam para Jerusalém.

Devem ter chegado muito tarde mas nem o frio, nem a escuridão, nem as armadilhas que poderiam encontrar no caminho são capazes de lhes causar alguém temor e isso porque levam dentro de si a LUZ do Ressuscitado e a certeza de que Ele os acompanha. Quando o discípulo está acompanhado por seu mestre não lhe pode invadir nenhum temor.

Aqueles que, sem esperança, tinham abandonado a comunidade para voltar à suas vidinhas medíocres, agora, revigorados pelo Senhor, são congregados por Ele. Jesus é o ponto de união, pedra fundamental da Igreja que nasce. Ele é o centro para o qual tudo converge!

Que maravilhosas lições tiramos desta passagem:

1. Jesus caminha conosco
2. Quer participar de nossa vida
3. Espera que o convidemos par tomar posse de nosso coração
4. Nos reúne em torno dele como comunidade eclesial
5. Se dá a conhecer pela Palavra e pela Eucaristia

 
Que o Senhor está conosco, todo o tempo, bem o sabemos. Contudo, é nos momentos mais difíceis, quando estamos mais desanimados, tristes, frustrados, sentindo o peso da dor de nossa imperfeita condição, sem nenhuma esperança de solução para uma determinada situação, que Ele se achega ainda mais (lembro-me aqui do bonito poema "PEGADAS NA AREIA").

Como é difícil enxergá-lo. Nos é muito mais fácil louvá-lo e agradecê-lo quando tudo vai bem, mas quando estamos diante de situações complicadas, onde o mundo parece desabar sobre nossas cabeças, se torna tão complicado reconhecermos que Ele está ao nosso lado, pedindo para assumir o controle.

Achamos que temos condições de tudo empreender e de tudo fazer acontecer mas nos esquecemos que, fora algumas poucas coisas, sobre todo o resto não temos nenhuma influência. Temos que parar de nos dar tanta importância, achando que tudo depende de nós. Falácia!

Ele caminha conosco e está interessado que o enxerguemos e que a Ele dediquemos nossas vidas; todo o resto nos será acrescentado.

Temos essa coragem? Temos a coragem de abrir nosso coração e convidá-lo a entrar e comandar nossas decisões?

Propósito: Estar atento/a para ouvir os passos do Ressuscitado ao meu lado, para ouvi-lo na sua Palavra e encontrá-lo na Eucaristia

Não existe cura sem perdão.  

Quando você culpa os outros pelos seus problemas, você passa a dar a eles o controle sobre a sua vida. Liberte-se da sua própria ira, do seu ressentimento e você encontrará um espaço muito maior para a serenidade e abundância. Já é ruim o suficiente se alguém o feriu no passado. Existe, porventura, algum valor em permitir que essa pessoa continue a manipulá-lo e fazê-lo sofrer, ainda que à distância? 

A sua melhor estratégia não é a de prolongar a sua dor ou expandi-la. A sua melhor estratégia é superar e colocar tudo isso no passado e o mais rapidamente possível. Não importa se essa pessoa merece ou não seu perdão; esse não é o ponto. O ponto é que você precisa perdoar a fim de adquirir controle sobre a sua vida de tal maneira que você possa viver de forma plena e abundante. 

O seu perdão pode não fazer absolutamente nenhuma diferença àqueles que você perdoou e talvez eles nem sequer tenham consciência desse ato. Porém, para você, isso faz toda a diferença no mundo! Quando é você que está sentindo a dor, cabe também a você iniciar o processo da cura. Cure a ferida, libere perdão, liberte-se do câncer emocional que é o ressentimento e viva uma vida genuinamente abundante.

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