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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Evangelho do dia 02 de novembro - sábado - FINADOS


02 novembro - COMEMORAÇÃO DE FINADOS.
Aos caros falecidos, que terminaram no beijo do Senhor a sua jornada na terra, "luceat perpetua lux in Regno caelorum” brilhe a luz eterna no reino dos Céus. (L 278). São Jose Marello
Mateus 5,1-12

Naquele tempo, 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:
3”Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.

Meditação:
 
O chamado Sermão da Montanha, faz parte do discurso inaugural do ministério público de Jesus, que se estende entre os capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus. O de hoje o primeiro dos cinco discursos que o evangelista distribui estrategicamente no seu livro.
No texto destacamos dois elementos fundamentais: primeiro está o lugar de onde Jesus fala e o conteúdo do discurso. Depois de pregar nas sinagogas da Galileia, acompanhado de uma grande multidão, Jesus subiu ao monte para rezar, escolhe os doze apóstolos e depois chega a um lugar plano e sentando, os seus discípulos e toda a multidão se aproxima d’Ele e então, Ele tomando a palavra e começa ensinar. Bem - aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus…

A intenção evidente do evangelista é apresentar-nos um discurso completo. Há, portanto aqui uma unidade retórica, sendo este termo entendido não só como uso de figuras de estilo, mas, sobretudo como forma de usar as palavras e construir o discurso visando cumprir um determinado objetivo, que neste caso é proclamar de um modo novo o Evangelho do Reino.

Não há aqui espaço para uma interpretação detalhada do texto. Utilizaremos como marco hermenêutico a novidade que este sermão nos traz, advertindo desde já que de maneira nenhuma se trata de ruptura com o Antigo Testamento, mas sim do seu pleno cumprimento em Jesus Cristo. De fato, Ele declara: Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. Levar à perfeição é o mesmo que dar pleno cumprimento, realizar plenamente.

À semelhança de Moisés, que sobe ao monte Sinai para receber as tábuas da Lei que há - de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex 19, 3. 20; 24, 15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens, chamados à vocação universal de serem discípulos de Cristo, pela escuta e vivência da sua Palavra: Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu; 7, 24: Ou ainda: Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha). Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha) como o Moisés maior, que estende a Aliança a todos os povos. Assim podemos ver o Sermão da Montanha como «a nova Torah trazida por Jesus».

Devemos insistir, porém que não se trata aqui de abandonar a Torah dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica, enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir nada do que Moisés tinha deixado, Cristo, com a sua ação, o supera e leva à perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro profeta.

O que Mateus nos apresenta no texto de hoje não tenho nem se quer uma sombra de dúvidas de que seja o anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da nova aliança em Cristo, assim como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas da esmola, da oração e do jejum.

A atitude dos filhos do Reino traduz-se numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça, antes de tudo.

Como não se pode dizer que se ama a Deus se não se ama os irmãos, não falta aqui à referência a uma nova relação com o próximo. Finalmente, o epílogo do sermão faz uma recapitulação e um apelo veemente à não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática, de forma consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível, ver como em Jesus Cristo se cumpre a promessa de Deus ao povo de Israel em Dt 18, 15 O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar e a Moisés em Dt 18, 18 Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos; porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar. Como acontece noutras passagens dos Evangelhos, também aqui Jesus Cristo anuncia o Reino dos céus.

Esta é uma forma semítica de dizer “Reino de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado de Deus sobre todas as suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo Homem, criado à sua imagem e semelhança.
O Sermão da Montanha é então para nós um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática em todos os dias, pois ele compreende o ANÚNCIO DE NOVO CÉU E DA NOVA TERRA onde haveremos de morar.

Reflexão Apostólica:

As bem-aventuranças são o anúncio da felicidade, porque proclamam a liberdade, e não o conformismo ou a alienação. Elas anuciam a vinda do Reino através da palavra e ação de Jesus.

Estas tornam presente no mundo a justiça do próprio Deus. Justiça para aqueles que são inúteis ou incômodos para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime.

Os que buscam a justiça do Reino são os “pobres em espírito”. Sufocados no seu anseio pelos valores que a sociedade injusta rejeita, esses pobres estão profundamente convictos de que eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores podem vigorar, surgindo assim uma nova sociedade.
O Evangelho deste domingo nos traz o Sermão da Montanha. Falar dele em poucas palavras é uma missão bem difícil para mim, já que eu olho para ele e vejo uma grande lição em cada versículo.
Sempre que o Sermão da Montanha é mostrado nos filmes, Jesus está andando pelo meio da multidão e falando bem alto. Quando lemos no Evangelho, descobrimos que não foi bem assim, como nos filmes.

Na verdade, Jesus olhou para a multidão, subiu o monte em silêncio, e sentou. Os discípulos se aproximaram e sentaram perto dEle. Foi então que Jesus abriu a boca e começou a ensinar-lhes. Então se os discípulos estavam perto, não tinha pra que falar alto! Foi uma "aula particular" para os discípulos, e que deve ter sido bem mais extensa do que as poucas linhas que ficaram registradas no livro de Mateus.

O Sermão da Monatanha é um dos sermões mais famosos e lembrados de Jesus. Aqui nos detemos em sua introdução, mais conhecida como as “Bem-aventuranças”, pois o sermão é muito mais longo, pois vai até 7, 29, onde acontece a conclusão dizendo que as pessoas ficam assombradas com a sua doutrina “porque ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. Por que pode causar assombro esse ensinamento de Jesus? Vejamos de perto as bem aventuranças e tentemos dar uma resposta.

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus." Quem são os "pobres de Espírito"? E por que é deles o Reino dos Céus? Se alguém nos perguntasse "de quem é o Reino dos Céus?", responderíamos: "dos pobres de espírito"? Com certeza, não? Para entender o que está escondido nesse versículo... Pobre em espírito é aquele que tem o espírito vazio de si próprio, a ponto de reconhecer sua pequenez e pedir humildemente que Deus ocupe esse vazio do seu espírito. Não importa se a pessoa é rica ou pobre de dinheiro, pois não é impossível para o pobre ser arrogante, nem para o rico ser humilde. O Reino dos Céus é destas pessoas porque são estas que se permitem ser preenchidas, no seu vazio, pelo próprio Deus. São estas pessoas que espalham as sementes do Reino dos Céus em forma de Amor.

"Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados."
Lembramos aqui que só se aflige quem se importa, quem se preocupa. Com que/quem você se importa? Quem está aflito de verdade, chora. Como Jesus chorou no Getsêmani. Você já chorou de arrependimento pelos seus erros? Pelas dificuldades que você teve (ou está tendo) que enfrentar? Elas foram ou estão sendo necessárias, acreditemos. Se Deus as permitiu, existe uma razão. Você pode até não entender hoje, mas confie em Deus: depois de uma grande aflição, sempre vem uma grande recompensa.

"Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra." O verdadeiro manso é aquele que, mesmo tendo a possibilidade e a escolha de aniquilar aqueles que se opõem a ele, escolhe a paciência. No entanto, o verdadeiro manso não é passivo e indiferente ao que é errado, mas defende a Verdade mesmo que isso lhe custe a vida. Nesse mundo cruel em que vivemos, o normal é que os mansos sejam "engolidos" pelos violentos. Mas na lógica de Jesus, quem vai "herdar a terra", ou seja, quem vai permanecer ao final de tudo, são os mansos. Por quê? Porque os violentos matam-se uns aos outros.

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados." Aqui está implícito algo interessante: que neste mundo a justiça é falha. Mas todos nós já ouvimos a expressão: "a justiça divina tarda, mas não falha". Alguém lhe caluniou? Alguém lhe trapaceou? Alguém lhe condenou e castigou injustamente? Não se preocupe: mais cedo ou mais tarde, essa pessoa terá de acertar as contas com Deus. E, sem sombra de dúvidas, irá colher o que plantou.
A que “bem-aventuranças” se opõem estas bem-aventuranças? Por que essa insistência de Jesus em afirmar as bem-aventuranças? Diante das bem aventuranças (ou do “êxito”) que a sociedade injusta e insolidária oferece, Jesus proclama oito veze onde se encontra e quais as bem-aventuranças do reino de Deus. A verdadeira felicidade se encontra em uma sociedade justa, misericordiosa, pacífica.

A sociedade injusta oferece felicidade no egoísmo, no êxito pessoal, no acúmulo. O reino de Deus oferece felicidade no amor, na sinceridade, na simplicidade. A sociedade injusta, às custas da infelicidade da maioria, cria a felicidade da minoria. A proposta de Jesus no sermão da montanha é a de eliminar toda opressão e toda injustiça procurando a felicidade e a vida em abundancia para todos.

A mesma lógica proposta por Mateus é a lembrada por Paulo (1Co 1,26-31) à comunidade de Corinto. A força de Deus se concretiza em pessoas que não são forte nem sábias na consideração da opinião comum, porém que sabem concretizar a presença de Cristo, força e sabedoria de Deus para que ele “se sinta orgulhoso no Senhor”.

A mensagem que nós podemos tirar deste Evangelho já tão conhecido de todos, é que o conceito de felicidade que o mundo prega é completamente diferente da felicidade que Deus planejou para a nossa vida.
Ser pobre, aflito, manso, faminto, misericordioso, puro de coração, promotor da paz, perseguido, insultado, na concepção humana é, na realidade, uma infelicidade.

Porém, se nos aprofundarmos na sabedoria de Deus, o Espírito nos convencerá de que tudo isso é inerente à nossa condição humana, porém quando nos reconhecemos completamente dependentes da misericórdia do nosso Pai, então, todas essas dificuldades transformam-se em ocasiões para que experimentemos o Seu Amor infinito, e aí então, seremos realmente felizes.

A nossa felicidade aqui na terra está condicionada à nossa experiência pessoal com o Amor de Deus. Nesse caso, todas as ocasiões em que somos mais provados são justamente os momentos em que mais nós temos a amostra da ação de Deus na nossa vida.
Você já experimentou alguma vez a felicidade dessa maneira? Para você o que significa ser feliz? Você já foi perseguido (a) por causa do reino de Deus?
 
Propósito:

Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.,_.___
UM NOVO CAMINHO
Ao sentir que você está sendo invadido por sentimentos negativos, você tem duas opções. Você pode optar por se sentir ainda mais negativo pelo fato de que está se sentindo negativo, ou você pode optar por um novo caminho. Ao enfrentar uma derrota, você pode fazer deste incidente algo ainda pior ao se martirizar sobre o evento ocorrido. Ou, você pode usar este momento como uma positiva inspiração para a busca de um novo caminho. 

No momento que você se dá conta de que saiu da trilha, use esta consciência como um sinal motivador. Use-o como um comando de que é hora de um re-compromisso com o alvo original e volte para a trilha anterior. Óbvio, foi uma lástima que você temporariamente tenha se perdido em seu caminho; mas não há nenhuma razão para acrescentar mais infortúnio a esta experiência. 

Agora, você pode optar por qualquer direção, não importa o que tenha ocorrido. Faça a opção por um novo caminho. Um caminho positivo, conciliador, sereno, direto e que venha lhe trazer – pela graça de Deus - tudo que há de melhor. Essa é a sua oportunidade de agir com uma renovada determinação e propósito.

Evangelho do dia 01 de novembro sexta feira 2019


01 novembro - Oh! Peçamos que desponte também para nós, bela e luminosa, a suspirada aurora da nossa ressurreição. (L 30). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 14,1-6

1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam.
2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?”  4Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o.
5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?”  6E eles não foram capazes de responder a isso.

Meditação:
Esta narrativa de Lucas faz parte do ciclo de narrativas de contestação da doutrina e da prática das sinagogas e dos fariseus.

A cena já não acontece na sinagoga onde Jesus tinha curado a mulher encurvada, mas na casa de um dos chefes dos fariseus, mas o tema principal é o mesmo: É licito fazer uma cura no dia de sábado? Referindo-se à cura da mulher encurvada ficou claro que o chefe da sinagoga valorizava mais os animais – é permitido desamarrar o boi e o asno no dia de preceito e dar-lhes água para beber. Mas referindo-se às pessoas, segundo a doutrina do fariseu, não é lícito realizar curas no dia de sábado. Pelo relato da cura do hidrópico fica claro que os fariseus permitem no dia de sábado tirar do poço o burro ou o boi que caiu, mas não permitem que se cure um enfermo. Que deformação mental!

Este é um relato original do evangelho de Lucas. O anfitrião de Jesus é um dos chefes dos fariseus e diante deles há um hidrópico, um enfermo cujo corpo retém demasiado líquido com os conseqüentes problemas de inchaço e má circulação, causados por um alto consumo de sódio. A hidropisia é um acúmulo anormal de água no organismo.

Enquanto o trânsito normal de líquido favorece nossa saúde, a acumulação à põe em perigo. A água que consumimos hidrata, tonifica e dá a vida ao organismo. Quando isso não acontece, afoga-nos. Isso era o que acontecia com a interpretação da Lei no tempo de Jesus.

A Lei era como a água, devia ser fonte de vida. Devia transformar a vida do povo, tonificá-la e fortalecê-la. Mas ao contrario, o estancamento conduzia a um estado deplorável de conformismo e imobilidade que ameaçava a sua existência. O hidrópico curado representa essa parte do povo disposta a fazer a terapia da água que flui, da Lei que inspira, da vida que se transforma. O hidrópico devia vencer as limitações de uma interpretação demasiada estreita e fundamentalista da Lei, para colocar-se em contato com a fonte de água viva que é Jesus.

Se com freqüência estamos dispostos a acomodar a lei às nossas necessidades, quanto mais esforço devemos fazer para que essa lei não se converta em uma armadilha que nos afogue. Jesus quer que o ser humano tenha vida plena, e não quer, de modo nenhum, que fique preso na superficialidade.

Pois bem, no contexto desta cura em dia de sábado se dá uma discussão entre Jesus e seus oponentes, que revela o sentido profundo do texto.

Jesus põe o repouso sabático a serviço do homem. As obras maravilhosas que ele leva a cabo no sábado são sinais de que se inaugurou o tempo da salvação e que começou o repouso sabático do tempo final. Deus se glorifica agora a si mesmo com sua misericórdia.

O repouso do sábado significa para Jesus a revelação da benevolência divina com suas criaturas: paz e salvação. Agora se glorifica Deus a si mesmo em Jesus, que com palavras e obras o anuncia como Deus da graça e do amor, como Deus que dá e perdoa, como Deus dos pobres e dos aflitos, para os quais se proclama um ano de graça.
A alegria de que está penetrado o sábado do tempo final é o júbilo pelas grandes ações da misericórdia divina. Com uma reflexão muito simples Jesus justifica seu modo de proceder em dia de sábado: a lei de Deus não pode exigir que em dia de sábado se deixe perecer o próprio filho ou mesmo um boi, se tiverem necessidade de serem salvos. A lei pensa humanitariamente. O repouso sabático foi estabelecido pela Lei com olhares humanitários e sociais, em consideração à família, à multidão e até ao gado do amo.

A pergunta de Jesus a respeito de curar ou não em sábado, e o questionamento feito aos fariseus de não agir com misericórdia, revelam que Jesus é “senhor do sábado” e que defende a realização das obras do reino em qualquer situação.

Curiosamente aqueles que interpretavam a lei, permaneceram calados. E quando Jesus cura o doente, diz que eles não deram uma resposta à sua pergunta. Diante dos fatos não valem os argumentos.

A pessoa está acima do sábado, é o centro da atenção de Jesus, que entende que o dia dedicado ao Deus da vida é o mais adequado para devolver ao homem a saúde. Jesus se converte, mais uma vez, em modelo de como um cristão deve agir com liberdade e senso crítico no cumprimento da missão confiada por Deus.

As curas realizadas por Jesus exprimem a novidade de sua prática. Ele vai contra as observâncias legais estritas e estreitas que não favorecem a vida. Para o Pai o que importa é o desabrochar da vida.

A lei, bem como todos os processos econômicos e sociais, deve estar a serviço da dignidade e qualidade de vida para todos.

Também nós, que somos seus discípulos, não podemos sucumbir ante as pressões da lei, esquecendo o realmente importante: a pessoa, sua dignidade e o projeto do Pai; seu reino no meio da humanidade aflita, a resistência pacífica e a esperança de salvação e libertação humana.

Reflexão Apostólica: 
Esta é a terceira vez , no evangelho de Lucas, que um fariseu faz um convite a Jesus. Ainda que Jesus tenha aceitado o convite de ir jantar na casa do fariseu, sem dúvida a atitude dos convidados não é amigável, pois eles simplesmente aceitaram o convite para ver o que Jesus fazia.

Esta narrativa de Lucas é mais uma dentre as inúmeras narrativas encontradas nos evangelhos, que destacam a reação e a perseguição dos chefes religiosos de Israel diante do comportamento libertador de Jesus.
A cena tem bastante semelhança com a cura no sábado, do homem da mão seca ou da mulher encurvada. Este homem e esta mulher simbolizam o povo imobilizado e encurvado pelo sistema opressor da Lei da sinagoga e do Templo.
Agora, o hidrópico representa os ilustres convivas do chefe fariseu, inchados de orgulho e satisfação por suas posições privilegiadas e pelo poder de sua doutrina. A cura do hidrópico significa o ato libertador de Jesus para com os submissos à ideologia doutrinal e legal.
O descaso para com a observância sabática é uma das práticas mais comuns de Jesus, o que causa a reação dos fundamentalistas observantes. Libertar os que estão sob jugo da ideologia opressora é uma opção prioritária de Jesus. Jesus age com uma coerência que desnorteia aqueles que, apegados ao poder, o rejeitam. Acabarão decidindo, então, que só resta o caminho da violência para eliminar Jesus.
Porém, Jesus se vai entregar em Sacrifício para ser nosso alimento: Tomai todos e comei. Tomais todos e bebei, isto é o meu corpo este é o meu sangue.  E tudo acontece e tem o seu final no dia da Ressurreição do Senhor, como nos diz são Paulo. Se Cristo não ressuscitou vá é nossa fé.
Assim sendo, a Eucaristia faz parte do domingo. Na manhã de Páscoa, primeiro as mulheres, depois os discípulos, tiveram a graça de ver o Senhor. Nesse momento, compreenderam que, doravante, o primeiro dia da semana, o domingo, seria o dia dele, o dia de Cristo. O dia do início da criação tornava-se o dia da renovação da criação. Criação e redenção caminham juntas.
É por isso que o domingo é tão importante. É belo que, nos nossos tempos, em tantas culturas, o domingo seja um dia livre ou, com o sábado, constitua mesmo o que se chama o fim-de-semana livre. Esse tempo livre, contudo, permanece vazio se Deus não estiver aí presente.
Às vezes, num primeiro momento, pode tornar-se talvez incomodo ter de prever também a Missa no programa do domingo. Mas, se a tal nos comprometermos, constataremos também que isso é precisamente o que dá a verdadeira razão ao tempo livre.
Não nos deixemos dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudemos também os outros a descobri-la. Porque a alegria de que precisamos emana dela, devemos certamente aprender a perceber, cada vez mais, a sua profundidade, devemos aprender a amá-la.
Comprometamo-nos nesse sentido porque isso vale a pena! Descubramos a profunda riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não fazemos a festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que nos prepara uma festa. 
Nesta passagem, Jesus nos ensina  a sermos coerentes nas nossas ações e a não deixarmos para fazer depois o bem que podemos fazer hoje.

Desse modo, Ele nos dá exemplo de como permanecer firme nas horas em que precisamos enfrentar todos os olhares e críticas para tirar alguém da adversidade.

Quantas vezes nós deixamos de realizar alguma boa obra porque o dia não nos é conveniente ou porque as regras do mundo não nos permitem fazê-lo e temos receio de que nos critiquem!

Quanto medo nós temos hoje de ajudar a alguém porque podemos estar caindo em alguma emboscada! Nem sequer paramos para escutar as pessoas, quando estamos na Igreja, ou muito ocupados na nossa oração!

Mesmo já tendo descoberto o reino de Deus e de querermos servir ao Senhor, nós ainda damos muito crédito às normas dos homens e aos comentários das pessoas que observam as nossas ações.

Como vimos, Jesus não escolhia dia, hora nem lugar para envolver-se com aqueles que Dele se aproximavam, pelo contrário Ele até os procurava com o olhar e mesmo sem que o pedissem Ele os tocava e curava-os, ainda que fosse “dia de sábado”. O dia de sábado pode significar também algo que o mundo recrimina e proíbe.

O que mais preocupa a Deus não é a sua glória, seu culto, seu sábado ou seu Templo, mas a vida digna, sã e feliz dos seus filhos. Todos sabiam da teoria, da grande segurança e tranqüilidade que a lei de Moises dava, por isso, nem todos se atreviam a aceitar as curas que Jesus realizava no sábado.

Quando Jesus pergunta aos mestres da Lei: “É permitido ou não fazer curas no dia de sábado?”, eles permanecem calados. Custa-nos muito colocar a amor aos necessitados como principio supremo de atuação, mas sabemos também que sempre que ajudamos os que precisam estamos agindo na luz. Não existe tempo para ser bom e para fazer o bem.

Que o todo-poderoso nos dê um espírito de sensibilidade para os sofredores, que nada nos impeça de ajudar os que sofrem. Antes, que nós demonstremos por eles um amor eficaz.
Propósito:
Pai, predispõe-me a manifestar meu amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me dispensar desta obrigação urgente.

O ser humano sempre estabelece metas a serem alcançadas.
Se um grande sonho se concretiza, e preciso aceitar suas conseqüências.
Os pessimistas consideram que determinados sonhos não são para eles.
Os otimistas perguntam-se o que é preciso aprender e fazer para realizá-los.
Quem não se dispõe a trabalhar para a realização de seu ideal está desistindo da luta.

Evangelho do dia 31 de outubro quinta feira 2019


31 outubro - Peçamos a Deus que nos torne santos, logo santos, com aquela santidade que Ele quer. (S 172). SÃO Jose MARELLO
Evangelho segundo São Lucas 13,31-35

"Naquele momento alguns fariseus chegaram perto de Jesus e disseram:
- Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo.
Jesus respondeu:
- Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: "Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho."
E Jesus continuou:
- Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém.
- Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada. Eu afirmo que vocês não me verão mais, até chegar o tempo em que dirão: "Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor!""

Meditação:

O Evangelho de hoje começa com alguém sugerindo a Jesus que fosse embora de Jerusalém, porque Herodes queria matá-lo. Herodes não se dava bem com profetas. Já tinha mandado matar João Batista, e agora tentava desfazer-se de Jesus, intimidando-o, para que se afastasse do seu território.

 Herodes tinha medo de os profetas, com a sua influência sobre o povo, desestabilizarem o seu poder e o seu prestígio.
Mas Jesus é um profeta corajoso: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho”. Foi uma referência à sua ressurreição, três dias após a sua morte.
Nenhuma ameaça detinha Jesus; ele continuava fazendo o bem e cumprindo a missão que o Pai lhe confiara.
Jesus não procurou a morte, mas também não correu dela. Ele não queria morrer, como qualquer ser humano não quer morrer. Ele queria viver na terra noventa anos ou mais, a fim de consolidar bem o Reino de Deus. Mas quando colocaram a morte no seu caminho, ele não arredou o pé. Foi duro para ele, como para qualquer ser humano; chegou a suar sangue, mas ficou firme.

Como vimos ontem, Jesus não responde diretamente à pergunta que lhe tinha sido feita sobre o número dos que se salvam. Ele se recusa a exercer o papel de visionário. Não veio para revelar números.

A sua preocupação é esclarecer como se entra no reino de Deus. Ou seja o que fazer para ser seu discípulo. Jesus se preocupa em nos explicar que não podemos ser discípulos seus se não renunciarmos a ser grandes, poderosos, dominadores. Por outro lado, pequeno é aquele que se sente extraviado e só pode apelar para a misericórdia de Deus.
Jesus usa a imagem da galinha que quer abrigar sua ninhada debaixo das asas para significar a bondade de Deus para conosco. Nosso orgulho é o grande obstáculo para reconhecermos nossos erros e aceitarmos o amor de Deus para conosco.

Jesus manifesta aqui duas facetas de sua humanidade muito difíceis de serem integradas por nós: a fortaleza e a ternura. Fortaleza e coragem para seguir seu caminho que, como o dos profetas, acabará com a expulsão de Jerusalém e, no seu caso, com a morte. Mas ao lado disso pronuncia palavras de uma comovedora ternura dirigidas à cidade que o expulsa de seu seio. Certamente, tão humano assim só podia ser Deus mesmo.

Jesus é o Filho enviado pelo Pai para libertar a humanidade dos seus pecados e do poder do demônio. E como os decretos de Deus são irrevogáveis, não havia nada que pudesse impedir Jesus de cumprir a missão que o Pai lhe havia confiado. Muitos foram os contratempos, as intrigas, as ameaças, as traições...mas Jesus seguiu o seu caminho até o fim.

Todo cristão é chamado a percorrer esse mesmo caminho até a Jerusalém do alto, ou seja, até a vida eterna. Nesse caminho encontramos as mesmas dificuldades, mas não podemos desanimar. Peçamos, hoje e sempre, que a graça do alto nos auxilie a carregar a cruz de cada dia.
O mundo está aí, em volta de nós, precisando de alguém que lhe ajude. Não podemos nos fechar em nosso mundinho! A garota ajudou a colega cega, da melhor maneira que pôde, e a fossa sumiu de uma vez.

Deus nos manda profetas e profetizas, que nos falam das mais diversas formas. Que saibamos entender e acolher as suas mensagens, não imitando o povo de Jerusalém do tempo de Jesus.

Reflexão Apostólica:

É interessante notar como alguns fariseus tenham ido avisar Jesus a respeito das intenções assassinas de Herodes. A hostilidade deles contra o Mestre, e as contínuas controvérsias entre eles, leva-nos a suspeitar de suas reais intenções.

À primeira vista, tem-se a impressão de que os fariseus queriam proteger Jesus das tramas do facínora Herodes. Este já havia eliminado João Batista. Agora, queria eliminar também Jesus. Quiçá desejassem evitar complicações com os romanos, supondo-se ser Jesus deveras um revolucionário, um sublevador da ordem. Contudo, a notória hipocrisia dos fariseus recomendava pôr em xeque suas boas intenções. Não conseguiram, porém, enredar o Mestre nesta trama.

Jesus sabia serem eles emissários de Herodes, com quem pactuavam. Por isso, mandou-os de volta com um recado para aquela "raposa" política.

Apesar das ameaças, o Mestre levaria em frente sua missão, sem se intimidar com a prepotência e a arrogância de Herodes. O conselho mal-intencionado dos fariseus jamais haveria de demovê-lo do caminho traçado pelo Pai. Sua missão só chegaria ao fim, quando o Pai assim o determinasse. Seria inútil querer detê-lo, servindo-se de malícia ou de astúcia.

Foi vão o projeto assassino de Herodes contra Jesus. Este "privilégio" caberia a Jerusalém, a Cidade Santa, que se tornou assassina dos enviados de Deus. A morte de Jesus seria mais uma demonstração da vocação desta cidade: ser assassina dos profetas.

Propósito:

Entender e acolher a Palavra. Pai, predispõe-me, pela força do teu Espírito, a acolher a salvação que teu Filho Jesus me oferece, fazendo-me digno deste dom supremo de tua bondade.

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Havia, certa vez, uma jovem, que cursava o primeiro ano de faculdade, e andava muito deprimida. Ela era, por sinal, uma garota muito bonita.
Um dia, ela foi ao banheiro da faculdade, olhou-se no espelho e pensou: como estou feia! E deu-lhe vontade de chorar.
Naquele instante, sentiu algo bater na sua perna. Olhou. Era uma moça cega, com a sua bengala, que lhe perguntou: “Moça, onde é a pia?” A cega também estudava na universidade, apesar da sua limitação. E, ali no banheiro, perdida, pediu ajuda a quem sentiu que estava na sua frente.
A menina que estava deprimida recebeu aquilo como um sinal de Deus. Deus estava lhe dizendo que o sentido da vida não está em ser bonita ou feia; está em servir o próximo. 

Evangelho do dia 30 de outubro quarta feira 2019


30 outubro - Esforça-te para ser o que não és e para não ser o que és. (S 192). SÃO JOSE MARELLO


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,22-30

"Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém. Alguém perguntou:
- Senhor, são poucos os que vão ser salvos?
Jesus respondeu:
- Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.
- O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: "Senhor, nos deixe entrar!" E ele responderá: "Não sei de onde são vocês." Aí vocês dirão: "Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade." Mas ele responderá: "Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal." Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá choro e ranger de dentes de desespero. Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos."
 

Meditação:

O tema de hoje é Salvação. Alguém pergunta a Jesus se é verdade que poucos serão salvos. Certamente, esta pergunta foi feita por alguém que estava preocupado de estar fazendo parte do grupo dos não-salvos.
Jesus não responde diretamente a pergunta. Ele nem diz que serão muitos nem que serão poucos... diz apenas que "façam o máximo esforço possível para passar pela porta estreita". Em outras palavras: NÃO SE PREOCUPE COM QUANTOS IRÃO ENTRAR, FAÇA A SUA PARTE!

Os evangelhos foram compostos a partir das tradições sobre Jesus e de acordo com as necessidades de cada comunidade. O de Lucas dirige-se a uma comunidade composta, em sua maioria, por pessoas de língua grega.
O texto deste evangelho de Lucas é formado por uma coleção articulada de fragmentos de parábolas que são encontrados dispersos em Mateus, tendo como tema comum a salvação.
Lucas o descreve bem quando diz que consiste em seguir Jesus, escutar suas palavras e agir em conseqüência, pondo em prática a justiça e o amor.
São palavras ameaçadoras para quem era destinatário da mensagem e não soube acolhê-la; por outro lado, que virão homens e mulheres de todos os lugares para fazer parte desse Reino. A porta estreita não descreve o resultado do juízo, mas é a expressão do esforço que se exige para entrar.
Neste Evangelho, Lucas insiste desde o começo na necessidade de se abrir as portas do reino para todos.
A primeira abertura é de caráter social: na mesa de Jesus se sentavam os mais pobres e também os mais ricos, com a condição de se abrirem aos necessitados.

A segunda é de gênero: no grupo de Jesus as mulheres ocupavam um lugar de destaque e se sentavam a seus pés como todos os discípulos. A terceira era étnica e cultural: na comunidade de Jesus todas as raças e culturas eram bem-vindas.
A pergunta: são poucos os que se salvam? dirigida a Jesus por um transeunte despreocupado, evidencia as limitações que tinha a comunidade para esclarecer todas as potencialidades da sua proposta. Para muitos, a salvação era um assunto de exclusão de maus, estrangeiros, pecadores, doentes e de muitos outros.
Jesus nem respondeu àquela pergunta, por isso, também nós, nunca iremos saber matematicamente o número de quem será salvo.

Em troca, para Jesus, a salvação era uma “Boa Notícia” para todos, e os mais aflitos, excluídos e marginalizados tinham junto a ele seu lugar preferencial.
O Senhor nos deu um direcionamento oportuno: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita… muitos tentarão entrar e não conseguirão”.
O que poderá isso significar para nós? Significa que a nossa adesão à salvação que Jesus veio nos dar, implica no nosso esforço em superar a inclinação para uma vida fácil, livre dos problemas e dos sacrifícios pessoais.

Precisamos nos questionar em todas as vezes que queremos conseguir as coisas com muita facilidade, sem empenho próprio, adotando o modelo que o mundo prega.
Quando também voltados somente para nós, esquecemo-nos de que a justiça é o parâmetro que Deus definiu para chegarmos ao céu. A justiça que precisamos praticar requer uma vida de renúncia de nós mesmos (as), à vivência do amor, do perdão, da bondade, da partilha e da solidariedade.
Mesmo que tenhamos pregado em Nome de Jesus ou que estejamos servindo no Seu Santuário, mesmo que nos achemos servos e servas fiéis, se não praticarmos a justiça, não teremos lugar à mesa do reino de Deus e poderemos estar equivocados (as) correndo o risco de não sermos reconhecidos pelo “dono da casa”.

Conseqüentemente a porta estreita é a justiça, que se traduz em humildade e serviço e na abstinência da nossa vontade própria, do domínio da nossa carne e de uma entrega absoluta ao Espírito Santo de Deus que nos conduz.
Se o ser humano superou em Cristo o destino de maldição e morte, o resto da criação também o superará. O projeto salvador de Deus está aberto a todo aquele que queira recebê-lo, além de ser um dom gratuito. As palavras de Jesus sobre a entrada no Reino explicam claramente a dificuldade e as exigências do seguimento.
Como está a sua justiça? Você tem procurado o caminho mais fácil, que exige menos esforço ou você tem sido fiel à Palavra e aos ensinamentos de Jesus que nos manda amar ao próximo como a nós mesmos (as)?
Somos os "últimos" a ter tomado conhecimento da mensagem de Deus, enquanto os que foram os primeiros a saber, poderão ser os últimos no Reino, ou até mesmo nem conseguir entrar, devido a prática da injustiça! Jesus é incisivo ao dizer que os injustos não serão reconhecidos pelo Pai. Isso vale para todos.

Só pode ser injusto quem tem o mínimo de poder em suas mãos... Portanto... Que saibamos usar corretamente qualquer poder que nos seja concedido, seja com nossos irmãos, filhos, amigos, empregados, parentes, mas principalmente com os "pequeninos" de Jesus.

Reflexão Apostólica:

Às vezes, temos a impressão que as pessoas “rasgam” algumas páginas da bíblia para não ter que ler uma exortação como esta:"Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.". Conseguimos imaginar a cena? Uma bíblia faltando páginas, restando nela apenas as mais belas e doces palavras para serem lidas e ouvidas…
Nossa vida é parecida a um brinquedo infantil de montar: os blocos (ou LEGO se preferir).
Na frente da caixa ou no verso vêm apresentadas as diversas formas possíveis de montá-lo. Carros, caminhões, tratores, nave espacial, (…), muita coisa é possível de se inventar partindo daqueles blocos, mas nem tudo que imaginamos ficará como desejamos. “(…) Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: “Senhor, nos deixe entrar!” E ele responderá: “Não sei de onde são vocês”

O número reduzido de peças nos impede de sermos mais ambiciosos na criatividade. Os blocos que faltam se somado a aqueles que foram perdidos pela casa, debaixo de sofás, guarda-roupas, nos limitarão, ou seja, não conseguiremos fazer tudo que gostaríamos e poderíamos realizar…
É verdade que dá pra ser criativo com que se tem, mas para darmos asas a imaginação que brota do sonho de Deus é preciso buscar novas peças (estudar, reciclar, treinar, dedicar) e evitar perder as peças que tenho (humildade, paixão, dedicação, empenho, amor,…) debaixo de coisas que são difíceis de levantar (orgulho, prepotência, vaidade,…).
Mas há outra coisa em comum entre nossa vida e os blocos: Temos o poder de decidir como montaremos as peças.

Cada um leva sua vida (ou monta os blocos) conforme lhe convém e como a vida lhe permite. Uns seguem o modelo da caixa; outros já partem para uma criação nova de própria autoria e assinatura. Em ambos os casos, não é garantido que o produto final fique belo ou apresentável, mesmo aquele que seguiu o modelo. Quantas pessoas andam com a bíblia em baixo do braço (a chamada "bíblia desodorante"), sabem versículos completos, mas são umas “antas” quando se trata de lidar com as pessoas? O modelo esta com ele, mas ainda não sabe montar…
Mais importante que ter os dons é ter sabedoria para usá-los.

Muita gente foge aos nossos paradigmas de beleza, apresentação, pensamento, (…); parecem blocos mal montados… Usam piercings, tatuagens, roupas estranhas, mas às vezes são muito mais próximos de Deus, em suas orações, que muita gente que se diz já salva. “(…) Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

Sejamos criativos! Não temamos seguir modelos! Não julguemos a forma de montar o LEGO do outro. Empenhemos-nos mais em não perder o que conquistamos!
Se conseguirmos seguir isso, a porta não será tão estreita assim!

Propósito:

Pai, conduze-me pelo verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço misericordioso e gratuito a quem carece de meu amor.

UM NOVO PADRÃO
Quando você fica irado a respeito da sua ira, isso apenas fará com que a sua ira se torne mais destrutiva ainda. Quanto mais intensamente você sente a sua frustração, mais frustrado você se tornará.  
Lutar contra um senso de desespero só fará com que as coisas se tornem ainda pior. Em vez de deixar que o desespero se auto alimente, faça algo positivo e proativo, a fim de quebrar esse padrão. 

Não faça com que o seu negativismo se torne ainda mais forte ao lutar contra ele. Em vez disso, torne-o irrelevante e destrua o seu poder ao voltar a focar a sua atenção e energia numa direção diferente e positiva. 

Seja surpreendente, seja positivo. Seja divertido, criativo e até mesmo um pouco ridículo e muito alegre ao mesmo tempo. Sorria, desfrute a vida, seja entusiástico em relação à maravilhosa vida que Deus lhe tem dado. Ao estabelecer um novo padrão, você estará criando muitas razões para sorrir.
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Evangelho do dia 29 de outubro terça feira


29 outubro - Quando tiveres menos vontade de pronunciar palavra, então é tempo de falar. (S197). SÃO JOSE MARELLO
Lucas 13,18-21

"- Com o que o Reino de Deus é parecido? Que comparação posso usar? Ele é como uma semente de mostarda que um homem pega e planta na sua horta. A planta cresce e fica uma árvore, e os passarinhos fazem ninhos nos seus ramos.
Jesus continuou:
- Que comparação poderei usar para o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe por toda a massa.
"
 

Meditação:

Certa vez os fariseus perguntavam a Jesus quando veriam ou viria o reino de Deus. Ele responde algo inusitado: “Ele já esta no meio de vós”!
 Vamos tentar somar as pistas: “Ele esta no meio de nós”, parece um “grão de mostarda”; é o fermento a ser espalhado na massa.
Imaginemos sovar massa para espalhar esse fermento de forma homogênea. Alguns estudiosos fazem uma analogia dessas três medidas às virtudes teologais: A fé, a esperança e o amor.

Muitas vezes (mais de 90 vezes) o fermento é usado na bíblia como símbolo de algo mal, a ser evitado, (…), mas Jesus apresenta, nesse exemplo, um reino de Deus (fermento) que paira homogeneamente dentro dessas três medidas.

Ele é algo tão pequeno, mas que faz crescer a massa ao ponto de não sobrar espaço, incrivelmente sobra para partilhar sua sombra; algo que bem sovado transborda a fôrma onde foi colocada a massa; algo que preenche nossas vidas.
O reino de Deus esta dentro de nós e intimamente ligado a nossos valores mais íntimos. Ele esta também no irmão que persevera na fé, na esperança e no amor ao próximo. Ele não esta em apenas em uma virtude, mas como diz a analogia da palavra, sovado e pulverizado entre elas.

Deus esta na fé perseverante de quem insiste em levantar, mesmo que o dia lhe pareça adverso; Ele esta na esperança que resiste ao tempo, aos prognósticos, as suposições, superstições; Ele também esta no gesto de amor ao próximo simbolizado pelo perdão, na caridade verdadeira, nos gestos de carinho, no afago, no preocupar-se, (…).
Deus esta na lagrima de quem assiste a um programa de TV e chora a toa; é Ele que nos move a levantar no ônibus e ceder o lugar a alguém que precisa mais.

É Ele que nos ensina o que falar a quem mais precisa. Ele esta na criança contente; no sorriso do meu (do seu) filho (a), na paz lá de casa.

Ele assiste nossas falhas, vê nossos erros; nos da sinais, se revela no outro; nos ensina, nos guarda, nos protege, (…) Deus esta em todo lugar. Sovado nessa massa!

Deus esta na criança pobre que consegue estudar; no velho que consegue ainda ter forças para ajudar seus filhos a criar seus netos; é a força que nos faz superar a depressão, o pânico, (…).

Ele esta na alegria por uma meta cumprida; na aprovação do vestibular, na força de tentar mais uma vez após um insucesso.

Deus esta na “dó” (misericórdia) que temos por uma árvore cortada ou arrancada, no sentimento de um animal ferido; no grito de um faminto. Deus esta no mendigo deitado na calçada, no irmão protestante, no ateu, no judeu…
Na tempestade, Deus não estava no vento, mas no recomeço; Na morte, Deus não estava na dor, mas na coragem de levantar e continuar.

Na cegueira, Deus não esta nos olhos, mas num coração que mesmo assim encontra o caminho de casa; Na favela, Deus não estava na bala perdida, mas esta ao seu lado e sempre estará

Realmente, Deus esta sovado na massa!

Reflexão Apostólica:

Quando uma pessoa entende muito de um assunto, consegue brincar com o próprio conhecimento na hora de repassá-lo. Os melhores professores sempre descobrem um jeito lúdico de ensinar algo complicado. Sempre começam mostrando algo que você entende, para depois fazer a comparação com o que ele quer que você aprenda.

Aproveitam-se do chamado "conhecimento prévio", para acrescentar um novo conhecimento. E muitas vezes, é através dessa simplicidade, que aprendemos coisas complicadíssimas, e nunca mais esquecemos... tudo por causa da comparação que o bom professor nos mostrou.

Quem nesse mundo entendeu mais de Reino dos Céus do que Jesus? E quem nesse mundo usou mais metáforas e comparações do que Jesus, para explicar algo complicado através de coisas simples do nosso dia-a-dia?

Ele mesmo se desafiava constantemente, procurando formas de explicar para as pessoas simples, o que era o Reino de Deus. Quando se coloca simples, é simples meeeesmo!!! O agricultor, o pescador, a dona de casa, o pastor, o feirante... quase todos analfabetos...

Jesus tinha que usar exemplos que eles estavam acostumados a ver no dia-a-dia. E um detalhe fantástico: Jesus usava os exemplos mais simples possíveis, e em outra passagem chega a dizer que explicava essas coisas em parábolas a fim de confundir os doutores, justamente porque os doutores não tinham contato com coisas simples como plantar sementes, preparar massa de pão ou de bolo... então eles tinham mais dificuldade de entender, e às vezes se confundiam...

A didática de Jesus deveria ser copiada para todas as escolas, do jardim de infância até a universidade, como diz Augusto Cury, um dos maiores estudiosos vivos sobre a vida e o legado de Jesus.
Hoje, Ele se desafia. Com que poderei comparar o Reino dos Céus? Primeiro Ele compara com o homem que lança uma semente de mostarda no seu jardim. A semente gera uma árvore que os pássaros do céu fazem ninhos em seus galhos.

Qualquer pessoa simples daquela época sabia que a semente de mostarda é a menor dentre todas as sementes, e que gera uma árvore enorme…

E o que isso tem a ver com o Reino dos Céus? Vejamos que bela comparação: o homem que atirou a semente é o próprio Jesus; a semente é o Evangelho; o terreno é o nosso coração; e a árvore que vai crescendo a partir daquela semente é a nossa vida, que é próprio Reino dos Céus onde as aves do céu fazem ninho, ou seja, as crianças de todas as idades vêm se aconchegar aonde as pessoas vêm colher frutos para saciar sua fome de Deus onde tantos vêm descansar à sua sombra quando estão cansados… e mesmo quando vem o lenhador e corta o seus galhos ou até o seu tronco, a árvore exala perfume sobre o machado que a feriu, mas não morre antes de espalhar novas sementes pelo mundo afora.

A segunda comparação foi com o fermento que se mistura com 3 porções de farinha até que tudo fique fermentado. Jesus entendia até de cozinha! Quem cozinha sabe que não é só jogar o fermento e pronto… Existe todo um processo para fazer o fermento penetrar na massa.

Podemos imaginar aquelas mulheres, quando iam preparar o pão, fazendo as analogias a cada gesto durante a preparação do pão.

A farinha é o nosso ser, e o fermento é o Amor. Enquanto a massa vai sendo misturada com o fermento, ela precisa ser batida, amassada, deformada e remodelada, para que o fermento se misture e fique igualmente distribuído em toda a massa, para que no momento de ir ao fogo, o pão resista ao calor e cresça por igual.

Nós também precisamos ser amassados, deformados e remodelados para que o amor preencha todas as áreas da nossa vida.

Enquanto houver áreas sem fermento, aquela área deverá ser amassada e sofrer um pouco mais, até que o fermento do amor entre nela.

Tudo isso para que, no momento de ir ao fogo, o nosso pão cresça por igual, sem áreas deformadas pela falta do fermento.

Esta reflexão ficou grande (aliás, está menor que outras que temos postado), mas poderia ter ficado ainda maior, pela beleza e riqueza deste Evangelho. Jesus também se desafiaria para encontrar uma comparação interessante, com algo que você está habituado a ver no seu cotidiano, só para fazer você entender o que é o Reino dos Céus, e desejar, com todas as forças, fazer parte dele.

Propósito:
Senhor, fazei de mim instrumento de teu Reino para que ele chegue a todas as pessoas, sem exceção, mormente os pobres e marginalizados.
BUSCANDO CONSOLO
Tudo na vida é uma questão de perspectiva. 
À medida que você prossegue no dia de hoje, tente detectar as coisas com as quais você se preocupa, capazes de serem transformadas em coisas que lhe trazem consolo. Por mais estranho que possa parecer, existem muitas oportunidades de consolo. 

Veja bem: Em vez de se preocupar com a possibilidade de adoecer, busque consolo no fato de desfrutar a saúde que você já tem. Em lugar de se preocupar com as suas finanças, busque esperança em sua habilidade de ser produtivo e criar novos valores. Em vez de ficar ansioso com a realidade do tempo que perdeu, procure conforto no tempo que ainda tem à sua disposição. Em lugar de se preocupar com as coisas que você pode perder, busque consolo nas coisas boas que tem. 

Tudo aquilo que lhe traz preocupação irá trazer para mais perto da realidade o que o preocupa. Certamente não é isso que você deseja. Acredite: todo momento, toda e qualquer situação têm seu lado positivo. Veja a mão de Deus em tudo, busque sua sabedoria, e viva da melhor maneira que puder.