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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Evangelho do dia segunda feira 03 junho S. Carlos Lwanga e companheiros

Marcos 12,1-12
Depois Jesus começou a falar por meio de parábolas. Ele disse:
- Certo homem fez uma plantação de uvas e pôs uma cerca em volta dela. Construiu um tanque para pisar as uvas e fazer vinho e construiu uma torre para o vigia. Em seguida, arrendou a plantação para alguns lavradores e foi viajar. Quando chegou o tempo da colheita, o dono enviou um empregado para receber a sua parte. Mas os lavradores agarraram o empregado, bateram nele e o mandaram de volta sem nada. O dono mandou mais um empregado, mas eles bateram na cabeça dele e o trataram de um modo vergonhoso. E ainda outro foi mandado para lá, mas os lavradores o mataram. E o mesmo aconteceu com muitos mais - uns foram surrados, e outros foram mortos. E agora a única pessoa que o dono da plantação tinha para mandar lá era o seu querido filho. Finalmente ele o mandou, pensando assim: "O meu filho eles vão respeitar." Mas os lavradores disseram uns aos outros: "Este é o filho do dono; ele vai herdar a plantação. Vamos matá-lo, e a plantação será nossa."
- Então agarraram o filho, e o mataram, e jogaram o corpo para fora da plantação.
Aí Jesus perguntou:
- E agora, o que é que o dono da plantação vai fazer? Ele virá, matará aqueles homens e entregará a plantação a outros lavradores. Vocês não leram o que as Escrituras Sagradas dizem?
"A pedra que os construtores rejeitaram
veio a ser a mais importante de todas.
sso foi feito pelo Senhor
e é uma coisa maravilhosa!"
Os líderes judeus sabiam que a parábola era contra eles e quiseram prender Jesus, mas tinham medo do povo. Por isso deixaram Jesus em paz e foram embora. 

Meditação:
Jesus "inventou" estórias que receberam o nome de parábolas, para explicar a sua mensagem ao povo simples, sobre como deveriam fazer para merecer o reino eterno.

Com essas parábolas, ficava muito mais fácil do povo entender o que Ele queria dizer. Evidentemente, Jesus poderia se expressar com um palavreado todo  complicado, rico mais difícil de entender.

Mas, qual é mesmo a mensagem que está por trás desta parábola? O que mesmo que Jesus queria dizer? Bem. Ele aqui está criticando os chefes religiosos do templo de Jerusalém, sacerdotes e proprietários de terras.

Nesta parábola, Jesus está mostrando o caráter dos líderes judeus, que tinham rejeitado os profetas de Deus e estavam se preparando para rejeitar e matar seu Filho amado.
Na aplicação da parábola, apesar da prepotência e violência nela contida, Deus pode ser entendido como o proprietário da vinha. A vinha, conforme a tradição profética, é o povo amado por Deus. Os agricultores violentos são os chefes religiosos, que oprimem, exploram o povo e procuram eliminar quem busca libertação. Eles entenderam que Jesus falava deles. Irritam-se e procuram prendê-lo.

Jesus é o herdeiro de Deus e nós, “feitos filhos de Deus”, ganhamos o privilégio de também sermos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo Jesus. Que bênção, que privilégio Ele nos concede!

No texto de hoje, Jesus dá a conhecer a todos o que os religiosos do templo tinham escondido nas entranhas do coração – tinham-se apoderado da vinha, consideravam-na sua e não administradores dela! Quantos de nós, hoje, temos “subido acima da chinela” e nos temos por donos do que é de Deus, e não mais mordomos.

A parábola dos vinhateiros assassinos revela a história de infidelidade do povo  ao amor do Senhor. Muitos profetas enviados por Deus haviam sido rechaçados e assassinados pelos dirigentes políticos e religiosos. A causa da rejeição estava fundamentada em que estes mensageiros, falando em nome de Javé, punham em evidência a infidelidade do povo e de seus dirigentes para com a aliança firmada com ele.
Todo profeta, todo mensageiro que fale em nome de Deus e questione o status social, nunca é bem visto; torna-se uma pessoa sumamente incômoda; por isso é necessário eliminá-la.

A parábola manifesta que não respeitam nem o filho do dono da vinha. Ao contrário: se é o herdeiro, com maior razão querem eliminá-lo para ficarem com tudo, sem nada que estorve os interesses dos desordeiros.
Esta foi e continua sendo a sorte de muitos homens e mulheres que ao longo da história da humanidade e da Igreja foram assassinados por apontar os pecados do povo e de seus dirigentes, e por lembrar a fidelidade à mensagem de Deus.

Reflexão Apostólica:

Jesus passa ao ataque. A figueira não dá frutos, e o Templo tornou-se lugar de roubo, porque as autoridades(chefes dos sacerdotes, doutores da Lei, anciãos do Sinédrio) exploram e oprimem, apoderando-se daquilo que pertence a Deus, isto é, o povo da aliança(vinha).
Depois de muitos profetas que pregavam a justiça (empregados), Deus envia o próprio Filho com o reino. A rejeição e morte do Filho do trazem a sentença: o povo de Deus, agora congregado em torno de Jesus (pedra), passa a outros chefes, que não devem tomar posse, mas servir.
Jesus foi enviado pelo Pai justamente para nos dar o conhecimento de Deus, do Seu amor e da sua misericórdia, mas os homens o rejeitaram. Refletindo sobre esta Palavra nós percebemos que ainda hoje o Filho de Deus, Jesus Cristo é rejeitado e muitos

O tratam com indiferença, mesmo aqueles que se dizem cristãos. Muitos dos que estão até dentro da Igreja e freqüentam os sacramentos, fazem pouco caso dos ensinamentos de Jesus confundindo as pessoas interpretando a Palavra de acordo com a realidade e em benefício de cada um.

Assim, sendo, pregam e aceitam a teoria do aborto, do “não tem faz mal”, tudo é lícito, tudo é permitido, “o que vale é ser feliz”. Será que percebemos que agindo assim nós estamos fazendo igual aos agricultores da vinha? Devemos meditar muito sobre isto.

Será que estamos rejeitando a Jesus com as nossas incoerências de vida? Jesus veio para todos ou só para os meus? O que você tem feito com os mensageiros do Senhor na sua vida? Quem são os agricultores de hoje? Qual a nossa responsabilidade na vinha do Senhor? A quem estamos matando? Você também acha que tudo é relativo?

A passagem evangélica de hoje nos apresenta a parábola dos vinhateiros homicidas, dirigida aos sacerdotes, escribas e senadores de Jerusalém, personagens influentes e opositores ao plano de Deus, revelado nos profetas e no próprio Jesus.

Aqueles personagens não eram propícios à justiça e à caridade com os mais fracos, para manter seus próprios interesses. Deus, por meio de sua Palavra, desnuda os corações e coloca à luz os interesses que movem o ser humano.

Oxalá que nossos mais vitais interesses como cristãos sejam os de anunciar e construir o reino de Deus no meio da humanidade; do contrário, seremos qualquer coisa, menos cristãos.

É preciso deixar o lugar que não nos pertence e retomarmos o lugar de servos e despenseiros de Deus, trabalhando de alma e coração. Como é que te consideras em relação às coisas de Deus? Dono, senhor ou despenseiro? Convém que sejamos bons despenseiros da graça de Deus.

Quantos conflitos evitaríamos na causa de Deus se, em vez de nos “armarmos” em donos da vinha de Deus, assumíssemos, com submissão e gratidão, o privilégio de mordomos fiéis do nosso Pai do Céu.

Fiquemos certos que, no tempo próprio, Deus nos chamará, com Sua autoridade e poder: muito bem, servo bom e fiel, porque foste fiel no pouco; entra no gozo do Senhor.

Toma, agora, posse da tua herança, por teres aceite a capacidade de crer: a todos quantos O receberam, deu-lhes a graça de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no Seu Nome.

Propósito:

Pai, porque és misericordioso, nunca te cansas de querer levar a mim e a toda a humanidade para junto de ti. Que eu perceba e acolha a manifestação deste teu imenso amor e me converta no agricultor que produza bons frutos no devido tempo e os entregue a Vós!

Evangelho 9º Domingo do tempo comum 02 de junho

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 7,1-10

"Quando Jesus acabou de dizer essas coisas ao povo, foi para a cidade de Cafarnaum. Havia ali um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito. O empregado estava gravemente doente, quase morto. Quando o oficial ouviu falar de Jesus, enviou alguns líderes judeus para pedirem a ele que viesse curar o seu empregado. Eles foram falar com Jesus e lhe pediram com insistência:
- Esse homem merece, de fato, a sua ajuda, pois estima muito o nosso povo e até construiu uma sinagoga para nós.
Então Jesus foi com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial romano mandou alguns amigos dizerem a Jesus:
- Senhor, não se incomode, pois eu não mereço que entre na minha casa. E acho também que não mereço a honra de falar pessoalmente com o senhor. Dê somente uma ordem, e o meu empregado ficará bom. Eu também estou debaixo da autoridade de oficiais superiores e tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Digo para um: "Vá lá", e ele vai. Digo para outro: "Venha cá", e ele vem. E digo também para o meu empregado: "Faça isto", e ele faz.
Jesus ficou muito admirado quando ouviu isso. Então virou-se e disse para a multidão que o seguia:
- Eu afirmo a vocês que nunca vi tanta fé, nem mesmo entre o povo de Israel!
Aí os amigos do oficial voltaram para a casa dele e encontraram o empregado curado.
"  

Meditação:

Os evangelistas sempre associam as cenas em que Jesus ensina a cenas em que ele exerce sua prática libertadora. Isto significa que o ensino é orientado para a prática amorosa e vivificante, sendo esta prática uma forma de ensino.

Depois da proclamação das bem-aventuranças Lucas narra o episódio do testemunho de fé do centurião e da cura de seu servo por Jesus. O impacto principal da narrativa é a novidade da humildade e fé dos gentios que supera a fé de Israel.

A narrativa é um paradigma para as missões, inspirando a sua universalidade. Todos os povos podem crer em Jesus, por sua ação vivificadora. A presença do amor vivificante faz germinar a fé, em qualquer povo ou nação, em qualquer época. 
Neste Evangelho de Lucas, Jesus nos deixa claro que, o alcance da salvação é para todos, sem distinção. O Pai Eterno O enviou como o único salvador das suas criaturas, libertando a todos de todos os pecados  que os possam afastar do caminho da salvação.

Lucas diz que o centurião tinha muita estima pelo servo. Talvez a palavra seja fraca para descreve a atitude daquele oficial, mas ao agir dessa forma ele rompeu uma das barreiras que separam as pessoas e as afastam umas das outras: a posição social.

A fé não pode conviver com preconceito social. A fé não sobrevive em uma ambiente em que se classificam as pessoas por sua influência na sociedade para depois aproximar-se das que se julgam mais importantes.

Não é possível que a fé se torne forte quando a atitude é de desprezo pelos simples e valorização dos que consideramos fortes. Uma atitude de fé não pode sobreviver junto com a acepção de pessoas.

Não podemos fechar os ouvidos à exortação da palavra de Deus. A bem da nossa fé, precisamos considerar a questão da acepção de pessoas não apenas na igreja, mas no trabalho, na escola, na faculdade, no condomínio, na vizinhança, e onde quer que estejamos.

Como podemos nos dizer seguidores de Jesus quando tratamos as pessoas de acordo com uma escala de valores corrompida pelo pecado e pela desobediência a Deus?

O centurião era romano e representava o poder dominante. Os judeus eram o povo dominado e obrigado a submeter-se às ordens romanas. Era uma relação de autoridade em que uma parte dita as regras e a outra deve cumpri-las.

Todos nós vivemos situações como esta. Ora estamos submetidos a algum tipo de autoridade e somos nós mesmos quem exercemos autoridade. Ainda que as pessoas estejam cada dia mais avessas à autoridade, essa é uma questão crucial para o bom andamento da sociedade.

Os pais têm autoridade sobre os filhos, os professores têm autoridade sobre os alunos, os maridos têm autoridade sobre sua família, os agentes de trânsito têm autoridade sobre o tráfego na cidade, os gerentes têm autoridade sobre os empregados e os governantes têm autoridade sobre os governados.

A rejeição dos nossos dias à submissão a qualquer tipo de autoridade, em parte, é motivada pelo mau exercício que temos feito dela.

Como se pode esperar uma atitude natural de submissão à autoridade por parte de um filho que é espancado pelo pai? É claro na cabeça de um garoto que sofre nas mãos de um pai ou uma mãe espancadora autoridade é sinônimo de autoritarismo.

Como se pode esperar uma atitude natural de submissão de uma esposa que é maltratada, desconsiderada, explorada e usada como um objeto de prazer? Em sua mente, autoridade é sinônimo de opressão.

A verdadeira autoridade é o exercício do poder em benefício das outras pessoas e não de si mesmo. Exercer autoridade é usar o poder que se recebeu em prol daqueles que dependem da sua atuação. Quando a autoridade é exercida em sua plenitude as pessoas são tratadas com dignidade e respeito. Em resumo, exercer autoridade é servir.

O centurião de Cafarnaum, embora representante de um poder opressor, foi considerado como um amigo pelos anciãos judeus. Ele era a figura que representava a autoridade romana sobre os povos dominados, mas tratou as pessoas com tanta dignidade que no momento em que ele precisava de algo todos correram para ajudá-lo.

A fé não pode coexistir com a truculência. A fé não faz parceria com a violência e o desmando. A fé não compartilha com a opressão e a imposição pelo medo, mas ela se fortalece com atitudes de compaixão, respeito e dignidade. A fé não convive com a busca do poder pelo mau exercício da autoridade.

Jesus explicou isso aos seus discípulos em uma ocasião em que eles brigavam para ver quem eram o mais importante entre eles.

Abra seus ouvidos à exortação do Senhor: não podemos nos dizer cristãos e agir como agem aqueles que não têm temor ao Senhor. Será que quando Ele me olha, vê um coração quebrantado e contrito ou arrogância e orgulho?!

Essa é a pergunta que deve ficar em nossos corações por esses dias... Sejamos como aquele centurião, pois, a cada dia que passa, devemos agradar mais e mais a Jesus,  nossos Salvador.

Reflexão Apostólica:

A bondade de Deus é infinita, ela é mesmo para todos,  basta que procuremos colocar na nossa vida, os princípios  que Jesus trouxe como recado do Pai, mostrando-nos que a libertação é para todos que a querem.

O povo de hoje, está repetindo os mesmos comportamentos que afastaram de Deus o povo de Israel, que Ele escolhera, conforme nos conta o Antigo Testamento.

Por isso, depois de tantas tentativas, Ele enviou seu Filho Jesus, como o último meio de Salvação. A bondade de Deus é mesmo infinita. Basta que procuremos colocar na nossa vida os princípios que Ele nos deixou através de Jesus, como caminhos de libertação.

Neste mundo em que vivermos hoje, muito complicado e desorientado até; onde as pessoas vêm se deixando levar pelas influência do conforto, da riqueza, da vaidade e do orgulho, que as tornam insensíveis  às palavras de amor e salvação, deixadas por Jesus.

Hoje em dia, as pessoas buscam, com insistência e até desesperadamente, movidas  pelo desejo de TER e não pelo desejo de SER, só aquilo que lhes trazem  satisfações materiais. Esquecem-se do Espírito, reservam-lhe sempre só o momento em que estão sufocadas pelas conseqüências de tais atitudes.

Aproveitando-se  desse fenômeno tão gritante das sociedades atuais, o Consumismo se instalou de tal maneira, movido através dos meios de comunicações, tão forte e tão convincente, para despertar em todos o desejo de compra irrefreável; o desejo de possuir, o desejo de TER.

Mesmo que esse comportamento os leve a situações caóticas, complicadas, pelos problemas que acabam  transformando as suas vidas num verdadeiro sufoco, pela não condições para liquidarem as contas decorrentes de tal atitude.

Daí, a insatisfação se instala  em cada lar, transformando-os em verdadeiras praças de guerra, de brigas e desamor; ficando  completamente longe de tudo, o que Deus quer para o seu povo amado. Colocam Deus  num plano inferior a tudo e... passam a sofrer diuturnamente com os resultados sempre negativos que vão surgindo.

Assim aconteceu com o Centurião que não reconhecia em Jesus o Messias, o Prometido, o Enviado pelo Pai, para a salvação do seu povo.

No momento de desespero ele encontra  a salvação do seu  criado, demonstrando o amor e a preocupação que tinha pelo mesmo e que, buscando Jesus para curá-lo, envergonhado, diz que não precisaria que Jesus fosse à sua casa, pois achava-se indigno de recebe-lo, mas que "dissesse apenas uma palavra" e o seu servo seria salvo. Demonstrando  tamanha fé,  Jesus não deixa de atendê-lo, e dizendo até que :-“Nem no povo de Israel  vi homem com tamanha fé”.  

A misericórdia de Deus é infinita. Para Ele não importa o lugar a que chegamos ofendendo - O com os nossos comportamentos pecaminosos. Para Ele interessa o tamanho do nosso arrependimento  o reconhecimento de que a nossa vontade é a de estar com Ele no dia definitivo. Por isso devemos confiar intensamente  nas palavras de Jesus, que são só de salvação.

Somos falíveis, erramos muito mas, se tivermos sempre a intenção de errar  menos, num processo de ficarmos cada vez melhores; certamente a  Grande Misericórdia  do Pai nos salvará.   "DEUS QUE CRIOU VOCÊ, SEM VOCÊ, NÃO PODE SALVAR VOCÊ SEM VOCÊ."
      
Propósito:

Pai, dá-me um coração misericordioso e humildade que me leve a compadecer-me do meu semelhante.

Evangelho sábado 01 de junho

Marcos 11,27-33
Depois voltaram para Jerusalém. Quando Jesus estava andando pelo pátio do Templo, chegaram perto dele os chefes dos sacerdotes, os mestres da Lei e os líderes dos judeus que estavam ali e perguntaram:
- Com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu autoridade para fazer isso?
Jesus respondeu:
- Eu também vou fazer uma pergunta a vocês. Se me derem a resposta certa, eu direi com que autoridade faço essas coisas. Respondam: quem deu autoridade a João para batizar? Foi Deus ou foram pessoas?
Aí eles começaram a dizer uns aos outros:
- Se dissermos que foi Deus, ele vai perguntar: "Então por que vocês não creram em João?" Mas, se dissermos que foram pessoas, ai de nós!
Eles estavam com medo do povo, pois todos achavam que, de fato, João era profeta. Por isso responderam:
- Não sabemos.
- Então eu também não digo com que autoridade faço essas coisas! - disse Jesus.
Meditação: 

O Sinédrio era composto por sumos sacerdotes, letrados e anciões. Dessa instituição é que vinha o questionamento: “Jesus, com que autoridade fazes isso? Quem te deu tal autoridade para fazê-lo?” Jesus foi enviado pelo Pai para levar Boas Novas aos pobres.

Portanto sua autoridade provêm do Pai e Jesus a exerce através do serviço aos mais pobres. O Sinédrio que o questiona, tampouco acreditara em João Batista; por outro lado, o povo o considerava um profeta autorizado por Deus.

O profeta é o homem de Deus, sua vida é resposta que surge do escutar a Deus em sua Palavra e no clamor doloroso de seu povo. Esta capacidade de escutar o adentra cada vez mais no conhecimento do projeto que Deus tem, e se consagra a ele servindo aos pobres.

O profeta é chamado a dar toda sua vida para que os pobres vivam. A autoridade não é reconhecida quando as pessoas a vêem como privilégio ou um título, mas quando se torna serviço, doação da própria vida. Assim o fez Jesus, assim devem ser seus discípulos.

Uma das características dos evangelhos é registrar os diversos conflitos provocados pelas elites religiosas de Israel contra Jesus por causa de sua solidariedade e promoção dos marginalizados e oprimidos por estas elites.

Jesus volta ao Templo de Jerusalém depois de, no dia anterior, ter expulsado aqueles que ali comerciavam. Esta ação de Jesus provocou a ira dos chefes do Templo, os quais eram coniventes com este comércio. Jesus está presente entre a multidão de peregrinos que vêm de longe, não como um devoto entre os demais, mas para anunciar-lhes o Reino de Deus, diferenciado do culto interesseiro praticado naquele templo.

Reconhecer a origem divina do batismo de João implica em reconhecer o caráter divino de Jesus, do qual João foi precursor. Diante da negativa dos dirigentes judeus em lhe responder, Jesus também não lhes responde diretamente. Contudo, a seguir, lhes dirigirá a "parábola dos vinhateiros homicidas".

Como Jesus ensina todos os que nele nascem, através do batismo, com Ele caminharão para sempre. O Batismo verdadeiro vem do céu é este que eu estou apresentando ao mundo e a vós, através destas palavras.

Nascemos diferentea, pois nascemos pelo Espírito, depois de sermoa batizadoa com a Santíssima Trindade. Não somos nós que fazemos as palavras que aqui estão sendo postas para o resto da humanidade.
É desse Espírito Santo, que acompanha o trabalho santo por ordem de Deus, enviado por Jesus por conta de um chamado para a apostasia. É triste ver que as pessoas trocaram o Evangelho e o seu caminho, preparado por Deus, por outros "evangelhos" e por caminhos criados por homens ou espíritos. Jesus não abandona aquele que a Ele ama.

Hoje, o Evangelho pede-nos que pensemos com que intenção vemos Jesus. Há quem vá sem fé, sem reconhecer sua autoridade: por isso, «os sumos sacerdotes, os escribas e os anciãos, lhe perguntaram: “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?”(Mc 11,27-28).

Se não tratamos a Deus na oração, não teremos fé. Mas, como diz são Gregório Magno, «quando insistimos na oração com toda veemência, Deus se detém no nosso coração e recobramos a vista perdida».

Se tivermos boa disposição, apesar de estar no erro, vendo que a outra pessoa tem razão, acolheremos suas palavras. Se tivermos boa intenção, apesar de arrastar o peso do pecado, quando façamos oração Deus nos fará compreender nossa miséria, para que nos reconciliemos com Ele, pedindo perdão de todo coração e, por meio do sacramento da penitência.

A fé e a oração vão juntas. Diz-nos Santo Agostinho que, «se a fé falta, a oração é inútil. Depois, quando oremos, criemos e oremos para que não falte a fé. A fé produz a oração e, a oração produz também a firmeza da fé».

Se tivermos boa intenção e, acudimos a Jesus, descobriremos quem é e, entenderemos sua palavra, quando nos pergunte: «O batismo de João era do céu ou dos homens?» (Mc 11,30). Pela fé, sabemos que era do céu e, que sua autoridade vem-lhe do seu Pai, que é Deus e, Dele mesmo porque é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

Porque sabemos que Jesus é o único salvador do mundo, acudimos a sua Mãe que também é nossa Mãe, para que desejando acolher a palavra e a vida de Jesus, com boa intenção e boa vontade, para ter a paz e a alegria dos filhos de Deus.

Reflexão Apostólica:

Jesus operava com sabedoria, porque tinha conhecimento da falsidade daqueles que o inquiriam. Por isso, muitas vezes Ele respondia aos seus interlocutores fazendo-lhes também uma pergunta. Assim, Ele confundia ainda mais àqueles que armavam ciladas contra Ele.

Seria fácil para Jesus dar uma resposta correta, porém Ele sabia que por mais que Ele esclarecesse as dúvidas, eles nunca iriam entendê-Lo, porque Ele falava das coisas que O Pai lhe revelara, coisas que os homens não entendem por si mesmos.

Quantas vezes nós também fazemos perguntas a Jesus e não recebemos as respostas? Quantas vezes nós também abrimos a Bíblia querendo um retorno para as nossas indagações? E sabe por que também isso acontece conosco?

Quantas vezes também nós não queremos responder para não nos comprometer? Com Deus não podemos ser falsos, ele conhece o nosso íntimo, sabe quando queremos nos esconder atrás de falsas desculpas.

A sinceridade perante os homens é sempre um bem, não sendo sempre compreendida e reconhecida, contudo não podemos nos esconder e mentir para Deus. O Pai sabe tudo, reconhece o bem que fazemos assim como os nossos pecados.

Não devemos ter medo em abrir nosso coração para Deus, nem reconhecer humildemente os nossos pecados, porque ele não nos condena, mas nos mostra a saída e, onde está o bem. Dando- nos compreensão da verdade para que sejamos capazes de sair do erro e mudar de vida.

Porque nós também não entenderemos quando Jesus nos falar de coisas que nós não queremos aceitar porque já temos uma opinião formada e não nos afastamos dela. Porque nós não nos abrimos ao Espírito Santo para compreender os mistérios de Deus e aceitá-Los, porque a mentalidade do mundo ainda é muito poderosa nas nossas ações.

Precisamos desistir das nossas próprias opiniões para que as respostas de Jesus ecoem dentro de nós de uma forma convincente.

Você tem dado abertura ao Espírito Santo para que Ele elucide as suas dúvidas? Quais as perguntas que você tem feito a Jesus? Ele tem respondido? Você tem entendido o que Ele fala? Você é daquelas pessoas que abrem a Palavra esperando logo uma resposta que lhe seja agradável? Você acredita que Deus fala com você?
Propósito:

Senhor, Jesus, tu conheces o íntimo de todos nós, dá-nos a coragem e a liberdade de abrir-nos totalmente a ti para que possamos conhecer a verdade sobre Ti e sobre nós para nos purificar e viver na verdade.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

EVANGELHO QUINTA FEIRA * CORPO E SANGUE DE CRISTO*

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,11-17

"E Jesus os recebeu, falou a respeito do Reino de Deus e curou os que precisavam ser curados. 
Estava anoitecendo, e por isso os doze apóstolos foram e disseram a Jesus: 
- Mande esta gente embora. Eles podem ir aos povoados e sítios que ficam por perto daqui e lá encontrarão o que comer e onde ficar, pois este lugar é deserto. 
Mas Jesus respondeu: 
- Dêem vocês mesmos comida a eles. 
Os discípulos disseram: 
- Só temos cinco pães e dois peixes. O senhor quer que a gente vá comprar comida para toda esta multidão? 
Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Jesus ordenou aos seus discípulos: 
- Mandem o povo sentar-se em grupos de mais ou menos cinqüenta pessoas. 
Os discípulos obedeceram e mandaram que todos se sentassem. Aí Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus por eles. Depois partiu os pães e os peixes e os entregou aos discípulos para que eles distribuíssem ao povo. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos ainda encheram doze cestos com os pedaços que sobraram.
" 
Meditação:
Nesta quinta-feira, a Igreja celebra o Corpo e o Sangue de Cristo. É a festa do pão e da partilha. A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. 

No Catolicismo a hóstia, torna-se literalmente em Carne e Sangue do Senhor Jesus. Em outra denominações religiosas apenas a memória das palavras de Cristo em Mateus 26,26 é lembrada, eles não acreditam transmutação do pão e vinho durante a celebração.

Na celebração de Corpus Christi temos uma missa solene, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ale é alimentado com o próprio corpo de Cristo. 

Durante a missa o sacerdote consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

A primeira leitura de hoje constitui uma espécie de prefiguração sacerdotal-eucarística na misteriosa pessoa de Melquisedeque; a segunda leitura nos faz passar da imagem à realidade, através da catequese eucarística de Paulo à comunidade de Corinto; finalmente, o evangelho nos recorda que a eucaristia é e deve ser sempre expressão e fonte de caridade: nasce do amor de Cristo e se torna fundamento do amor entre os fiéis reunidos em torno do Pão doado por Jesus e distribuído por seus discípulos entre os irmãos.

A eucaristia sustenta toda a vida da comunidade crente. Enquanto tornamos presente o “amor até o extremo” pelo qual Jesus ofereceu sua vida na cruz (passado), nos comprometemos a formar um só corpo animado pela fé e a caridade solidária (presente), “enquanto esperamos sua vinda gloriosa” (1Cor 11,26) (futuro).
 

A primeira leitura (Gn 14, 18-20) é um antigo texto. Originalmente talvez, de natureza política-militar, em que o misterioso personagem Melquisedeque, rei de Salém, oferece a Abraão um pedaço de pão e vinho. Trata-se de um gesto de solidariedade depois de retornar da batalha contra quatro reis (Gn 14, 17). A passagem, sem dúvida, parece conter uma cena de caráter religioso, sendo Melquisedeque um sacerdote segundo a práxis teológica oriental.

O gesto poderia conter um aspecto de sacrifício ou de rito de ação de graças pela vitória. O v. 19, com efeito, conserva as palavras de uma bênção. As palavras de Melquisedeque e seu gesto oferecem uma nova luz sobre a vida de Abraão: seus inimigos foram derrotados e seu nome é exaltado por um rei-sacerdote. O capítulo 7 da carta aos Hebreus construiu uma reflexão em torno de Cristo Sacerdote à luz deste misterioso texto do Gênesis, segundo a linha teológica já presente nas palavras que o Salmo 110, 4 dirige ao rei-messias: “Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque”.

A segunda leitura (1Cor 11,23-26) pertence à catequese que Paulo dirigiu à comunidade de Corinto relacionada com a celebração das assembléias cristãs, onde os mais poderosos e ricos humilhavam e desprezavam os mais pobres. Paulo aproveita a oportunidade para recordar uma antiga tradição que recebeu na ceia eucarística, já que o desprezo, a humilhação e a falta de atenção para com os pobres nas assembléias estavam destruindo o sentido mais profundo da Ceia do Senhor.

Deste modo se coloca em sintonia com os profetas do Antigo Testamento que haviam condenado fortemente o culto hipócrita que não estava sendo acompanhado de uma vida de caridade e justiça (cf. Am 5,21-25; Is 1,10-20), assim como fez Jesus (cf. Mt 5,23-24; Mc 7,9-13). A Eucaristia, memorial da entrega de amor de Jesus, deve ser vivida pelos crentes com o mesmo espírito de doação e de caridade com que o Senhor “entregou” seu corpo e seu sangue na cruz por “vós”.

A leitura paulina nos recorda as palavras de Jesus na última ceia, com as quais o Senhor interpretou sua futura paixão e morte como “aliança selada com seu sangue” (1 Cor, 11, 25) e “corpo entregue por vós” (1 Cor 11, 24), mistério de amor que se atualiza e se faz presente “toda vez que comerem deste pão e beberem deste cálice” (1 Cor 11, 26). A fórmula do cálice eucarístico, semelhante à fórmula da última ceia em Lucas (Mateus e Marcos apresentam uma tradição diversa), está fundamentada no tema da nova aliança, que recorda a célebre passagem de Jr 31, 31-33. Cristo estabelece uma verdadeira aliança que se realiza não através do sangue de animais derramado sobre o povo (Ex 24), mas com seu próprio sangue, instrumento perfeito de comunhão entre Deus e os homens.

A celebração eucarística abrange e torna plena toda a história dando-lhe novo sentido: torna presente realmente a Jesus em seu mistério de amor e de doação na cruz (passado), a comunidade, obediente ao mandato de seu Senhor, deverá repetir o gesto da ceia continuamente enquanto dure a história “em minha memória” (1Cor 11, 24) (presente), e o fará sempre com a expectativa de seu regresso glorioso, “até que ele venha” (1Cor 11, 26) (futuro). O mistério da instituição da Eucaristia nasce do amor de Cristo que se entrega por nós, e, portanto, deverá sempre ser vivido e celebrado no amor e na entrega generosa, à maneira do Senhor, sem divisões nem hipocrisia.
 

O Evangelho (Lc 9, 10-17) relata o episódio da multiplicação dos pães, que aparece com diversos matizes também nos outros evangelhos (duas vezes em Marcos!), o que demonstra não só que o evento possui um alto grau de historicidade, mas que também é fundamental para compreender a missão de Jesus.

Jesus está próximo de Betsaida e tem diante de si uma multidão de pessoas pobres, enfermas e famintas. É a este povo marginalizado e oprimido a quem Jesus se dirige, “falando-lhes do reino de Deus e curando aos que necessitavam” (v. 11). A seqüência de Lucas acrescenta um dado importante no qual introduz o diálogo entre Jesus e os Doze: começa a entardecer (v. 12). O momento recorda o convite dos dois peregrinos que caminhavam para Emaús precisamente ao cair da tarde: “Ficai conosco porque é tarde e está anoitecendo” (Lc 24, 29). Nos dois textos a bênção do pão acontece no final do dia.

O diálogo entre Jesus e os Doze põe em evidência duas perspectivas. Por uma parte os apóstolos que querem enviar as pessoas para povos vizinhos a fim de que comprem comidas, procuram uma solução “realista”. No fundo pensam que seja justo dar gratuitamente a pregação, mas é justo também que cada qual se preocupe com o material. A perspectiva de Jesus, ao contrário, representa a iniciativa do amor, a gratuidade total e a prova inquestionável de que o anúncio do reino abrange também a solução às necessidades matérias das pessoas.

No final do v. 12 caímos na conta de que tudo está ocorrendo num lugar deserto. Isto recorda sem dúvida o caminho do povo eleito através do deserto, saindo do Egito e caminhando para a terra prometida, época na qual Israel experimentou a misericórdia de Deus através de grandes prodígios, como por exemplo, o maná. A atitude dos discípulos recorda a resistência e a incredulidade de Israel diante do poder de Deus que se concretiza através da obra de salvação a favor do povo (Ex 16, 3-4).

A resposta de Jesus: “dai-lhes vós de comer” (v. 13) não só é provocativa dada a pouca quantidade de alimento, mas que, sobretudo deseja mostrar a missão dos discípulos através do gesto misericordioso que realizará Jesus. Os discípulos, aquela tarde próximos de Betsaida e ao longo de toda a história da Igreja, são chamados a colaborar com Jesus se preocupando em conseguir o pão para seus irmãos. Depois que os discípulos acomodam as pessoas, Jesus “tomou os cinco pães e dos dois peixes, levantou os olhos para o céu, pronunciou a bênção, e os partiu e foi dando aos discípulos para que eles distribuíssem às pessoas” (v. 16).

O gesto de “levantar os olhos ao céu” põe em evidência a atitude orante de Jesus que vive em permanente comunhão com o Deus do reino; a bênção (a berajá hebraica) é uma oração que ao mesmo tempo expressa gratidão e louvor pelo dom que foi recebido ou que se está por receber. É digno de notar que Jesus não abençoa os alimentos, pois para ele “todos os alimentos são puros” (Mc 7, 19), mas que bendiz a Deus através deles, reconhecendo a Deus com fonte de todos os dons e de todos os bens.O gesto de partir o pão e distribuí-lo indiscutivelmente recorda a última ceia de Jesus, onde o Senhor dá novo sentido ao pão e ao vinho da refeição pascal, tornando-os sinais sacramentais de sua vida e sua morte como dinamismo de amor até ao extremo pelos seus.

No final todos ficam saciados e sobram doze cestos (v. 17). O tema da “saciedade” é típico do tempo messiânico. A necessidade é a conseqüência da ação poderosa de Deus no tempo messiânico (Ex 16, 12; Sl 22, 27, 78,29; Jr 31, 14). Jesus é o grande profeta dos últimos tempos, que recapitula em si as grandes ações de Deus que alimentou seu povo no passado (Ex 16, 2 Rs 4,42-44). Os doze cestos que sobram não só representam o excesso do dom, mas que também põe em evidência o papel dos “doze” como mediadores na obra da salvação. Os Doze representam o fundamento da Igreja, são como a síntese e a raiz da comunidade cristã, chamada a colaborar ativamente a fim de que o dom de Jesus possa atingir a todos os seres humanos.

No texto, como vimos, sobrepõem-se diversos níveis de significado. O milagre realizado por Jesus o apresenta como o profeta dos últimos tempos. Ao mesmo tempo em que o acontecimento antecipa o gesto realizado por Jesus na última ceia, quando o Senhor doa à comunidade o pão e o vinho como sinal sacramental de sua presença.
 

Por outro lado, o dom do pão no deserto inaugura o tempo novo da fraternidade, que prefigura a plenitude da comunhão escatológica em plenitude. Além do mais se coloca em evidência, como assinalamos antes, o papel essencial dos discípulos de Jesus como mediadores do reino.

Através daqueles que crêem no Senhor deveria chegar a todos os homens o pão do bem-estar material que permite uma vida digna de filhos de Deus, o pão da esperança e da gratidão, do amor, e, sobretudo o pão da Palavra e da Eucaristia, sacramento da presença de Jesus e de seu amor misericordioso a favor da humanidade.

Reflexão Apostólica:

No Evangelho, “as multidões” que aderiram inicialmente a Jesus, vendo nele uma esperança de libertação, “o seguiram”. Jesus “as acolhe” e lhes fala do Reino de Deus, ou seja, do homem novo e da sociedade nova a que devem aspirar para sair de sua situação; curando os enfermos, mostra-lhes que Deus deseja o homem vivendo em plenitude.

Os discípulos aconselham a Jesus para que despeça a multidão. Não se solidarizam com ela; crêem que cada um deverá se virar como pode para prover seu sustento. Jesus replica, mas eles não entendem sua proposta de solidariedade (“vocês dêem-lhes de comer”) nem a alternativa do Reino; vêem a solução somente no dinheiro, conforme as categorias da sociedade injusta.

“Cinco pães e dois peixes” = sete, totalidade do alimento de que dispõe a comunidade e “cinco mil” os comensais; insinua-se aqui a comunicação do espírito através do pão partilhado e a maturidade humana que produz “homens adultos”. 
Jesus relaciona os pães com Deus criador: o pão é dom seu e fator de vida e fecundidade. Como Dom de Deus, devem ser repartidos, para continuar sobre a terra sua generosidade. Se a generosidade de Deus não se tornar inválida pelo egoísmo humano, basta para satisfazer toda necessidade e ainda mais, partilhando se saciaria a fome de todo o povo e até sobraria. 

Olhando superficialmente esta festa litúrgica do Corpo e Sangue de Jesus parece semelhante à da Quinta-feira Santa.

Entretanto, tem seu próprio matiz; na Quinta-feira Santa celebramos a instituição da Eucaristia numa perspectiva ou conexão imediata com a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus; hoje, em troca, mesmo sendo imprescindível esta relação essencial com a Eucaristia, se acentua a idéia do pão repartido que nos dá a vida e reforça a fraternidade e a solidariedade entre os cristãos. Por usa vez, nos interpela sobre a fome e a miséria em que vivem muitos irmãos nossos por causa do egoísmo e do acúmulo de uns quantos.

A celebração da Eucaristia está destinada a provocar o compromisso entre os cristãos. A pessoa de Jesus, suas palavras e ações, comprometem o verdadeiro cristão a um estilo de vida diferente, e de modo particular, a participação e a comunhão com o corpo do Senhor.

A vida do cristão deve estar orientada para ir construindo a comunhão dos crentes como verdadeiro corpo místico de Jesus; corpo no qual se realize a unidade na diversidade pelos dons e carismas. 

São Paulo fala de uma celebração indigna referindo-se à comunidade dos Coríntios onde alguns cristãos fomentaram a divisão e a discriminação pela opulência e o esbanjamento na celebração da Eucaristia.

Hoje podemos entender como indignas aquelas celebrações formalistas, frias, sem preparação e que não levam as pessoas e as comunidades a nenhum compromisso. Por isso, a falta de compromisso em nossas celebrações, faz com que as mesmas celebrações sejam, mais que sinais, contra-sinais.

Quando termina a celebração da Eucaristia nós nos dispersamos muito tranqüilos sem um verdadeiro compromisso ou preocupação com aquilo que se há de fazer, com aquilo que deve provocar a mudança da realidade de injustiça, miséria e fome em que vivem muitos cristãos. 
A celebração da Eucaristia hoje, dia do Corpo e Sangue de Jesus, não pede tanto uma manifestação externa pública de nossa fé, mas uma celebração dos crentes frente a um maior compromisso; mais que “ostentar” o Senhor no ostensório de uma custódia maravilhosa, devemos manifestar o Senhor em nossas pessoas e comunidades, na solidariedade efetiva através do partir e repartir para que todos possamos viver em dignidade.

Nesta perspectiva deveríamos nos perguntar hoje o que significa para nós a celebração da Eucaristia. Ela não é somente o momento de uma vivência religiosa; é sobretudo uma convivência na recordação viva do mesmo Senhor, que viveu e continua vivendo dentro da comunidade reunida, que proclama o mistério salvador de sua morte e ressurreição.

Em minha vida cristã o mistério eucarístico se manifesta como fonte de unidade e de caridade? Como poderia me comprometer concretamente a favor das pessoas que vivem na pobreza e passam fome de pão e de justiça?

Em nossa comunidade a celebração eucarística gera um amor maior e mais compromisso em favor dos mais pobres ou se limita a ser um simples rito religioso? Com quais iniciativas concretas poderíamos fazer que nossa participação comunitária na Eucaristia seja mais ativa e dinâmica? Em que sentido, como comunidade, podemos nos comprometer mais para levar aos demais o pão do bem estar material, e o pão do amor e da esperança, e o pão do evangelho do Reino?

 Propósito:

Senhor Jesus, Pão Vivo de esperança e de amor, concedei a nós que participamos da ceia eucarística, viver o mistério da comunhão no amor e sermos testemunhas do vosso reino no mundo. Espírito de solidariedade e partilha, fazei-me sensível à lição eucarística da partilha, movendo-me a manifestar minha solidariedade efetiva com os pobres deste mundo.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Evangelho quarta feira 29 maio

Leituras do dia:

1Pd 1,18-25
Sl 147B(147)
ESCUTA DA PALAVRA - VER
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 10,32-45

"
Jesus e os discípulos iam pela estrada, subindo para Jerusalém. Ele caminhava na frente, e os discípulos, espantados, iam atrás dele; as outras pessoas que iam com eles estavam com medo. Então Jesus chamou outra vez os discípulos para um lado e começou a falar sobre o que ia acontecer com ele. Jesus disse:
- Escutem! Nós estamos indo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos não-judeus. Estes vão zombar dele, cuspir nele, bater nele e matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
Depois Tiago e João, filhos de Zebedeu, chegaram perto de Jesus e disseram:
- Mestre, queremos lhe pedir um favor.
- O que vocês querem que eu faça para vocês? - perguntou Jesus.
Eles responderam:
- Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda.
Jesus respondeu:
- Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber e podem ser batizados como eu vou ser batizado?
Eles disseram:
- Podemos.
Então Jesus disse:
- De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber e receberão o batismo com que vou ser batizado. Mas eu não tenho o direito de escolher quem vai sentar à minha direita e à minha esquerda. Pois foi Deus quem preparou esses lugares e ele os dará a quem quiser.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar zangados com Tiago e João. Então Jesus chamou todos para perto de si e disse:
- Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles e mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de todos. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente.
"
MEDITAÇÃO - JULGAR
(O que diz o texto para mim?)

Meditação

Os três evangelistas sinóticos registram três anúncios da Paixão feitos por Jesus a seus discípulos, ao longo da caminhada que empreendiam para Jerusalém.

Em Marcos e Mateus, o segundo e o terceiro anúncio são seguidos de manifestações dos discípulos que aspiravam a posições privilegiadas, esperando que Jesus fosse a Jerusalém para conquistar o poder. Com isto se evidencia a incompreensão dos discípulos em relação à missão de Jesus, até os últimos momentos de seu ministério.

O texto de hoje se refere ao terceiro anúncio da Paixão. Jesus revela que a característica do Reino não é o poder, mas sim o serviço e o amor.

Qual não terá sido a decepção de Jesus diante da insensibilidade de Tiago e João pelo seu sofrimento? Logo após anunciar a paixão que se aproximava, esses apóstolos pediram postos de comando ao lado de Jesus. Não entendiam que deveriam seguir o Mestre na humilhação e não na glorificação. A dor de Jesus já se prenunciava nessa cegueira dos apóstolos.

Quanto mais os discípulos se aproximavam de Jerusalém, onde Jesus haveria de morrer e ressuscitar, tanto mais nutriam esperanças equivocadas a seu respeito. Uma falsa expectativa consistia em identificar Jesus com o Messias davídico, que estava para realizar a esperança popular de restauração do reino de Israel. Não lhes parecia haver mal algum em garantir logo os primeiros lugares na corte do futuro rei.

Jesus questionou esta mentalidade mundana descrevendo o Messias como servo e não como senhor, deslocando o eixo de sua ação da autoridade para o serviço.

Os grandes do mundo fazem questão de impor-se sobre os demais e serem tratados como senhores. Eles se comportam como se fossem proprietários das pessoas, exigindo-lhes submissão.
  
No contexto do Reino, as coisas se passam de forma muito diversa, revertendo os esquemas do mundo. Nele, a grandeza consiste em fazer-se servidor de todos e o ocupante do primeiro lugar será quem se predispuser a ser submisso a todos.

Por conseguinte, quem é grande no Reino não coisifica seu semelhante. Ele vê no outro um irmão a quem é chamado a servir, com disponibilidade e generosidade.

A vida de Jesus, o Filho do Homem, ilustra seu ensinamento. Toda ela se definiu como serviço à humanidade, para resgatá-la do pecado. Ele não veio para ser servido.

Reflexão Apostólica
Notamos no evangelho de ontem que tanto os discípulos quanto nós precisamos nos policiar no que se diz a verdadeira face de ser cristão. Ontem notamos que o desapego é um passo importante na construção de pessoas melhores… E hoje?

Sim! É natural e humano que precisamos de elogios e reforços positivos para continuar a caminhar. Sabemos que não é o certo, mas nossa motivação e alegria são bem atreladas aos “tapinhas nas costas” que recebemos. Seria hipócrita se dissesse que isso não existe, mas o que tenho a dizer é que para isso também é preciso disciplina e sobriedade.

Quanto à disciplina…

É importante saber que nem tudo que queremos, teremos, mas que tudo que pedimos, Deus sempre nos ouve. Os apóstolos pediam muito mais do que haviam ganho o direito de ter ou lutado para conseguir. Jesus narrava sua sina e sua morte, no entanto havia apenas a preocupação com que seriam, que posto teriam ou ocupariam no céu.

Jesus sondava seus pensamentos; mexia com seus paradigmas; fazia vibrar os conceitos. Ele já havia exortado que o menor seria o maior, que aquele (a) que fosse, por amor a mensagem de vida, humilhado, seria no fim exaltado, mas como nós, os discípulos estavam presos a uma cadeia, denominada por Augusto Cury como cárcere intelectual.
  
(…) Um dos maiores problemas enfrentados por Cristo era o CÁRCERE INTELECTUAL em que as pessoas viviam, ou seja, a RIGIDEZ INTELECTUAL com que elas pensavam e compreendiam a si mesmas e ao mundo que as envolviam. Por isso, apesar de falar da fé como ausência da dúvida, ele também era um mestre sofisticado no uso da arte da dúvida. Ele a usava para abrir as janelas da inteligência das pessoas que o circundavam”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)
A disciplina esta em não se render as pequenas coisas, que aos nossos olhos parecem valiosas.

Quanto à sobriedade…

Estar sóbrio é estar centrado, lúcido, apto a entender e responder pelo que esta acontecendo. O que Deus faz em nós e através de nós deve ser dado os créditos a Ele, portanto nenhum de nós deve “se achar” por ter feito o seu trabalho bem feito. Deus tanto ache no “Chico” quanto no “Francisco” e os milagres não acontecem somente pelas mãos desse ou daquele padre famoso, mas pelo filho de Deus que consegue tocar o Senhor.

Noutro dia, o evangelho narrava o pedido do Senhor para que não segregássemos aqueles que fazem e trabalham em Seu nome, mas algo é preciso ser dito diante desse fato: nossa maldade tem impedido que se cumpra.

Quantas pessoas talentosas existem em nossas comunidades, mas não são treinadas, ouvidas, levadas em consideração? Quantos “Davis” se escondem em meio a irmãos imaturos prontos para conduzir nosso povo, nossos grupos, pastorais, mas que não recebem a devida chance, por não fazer parte de uma panela, de um grupinho? Quantas comunidades sofrem pelo fato de pessoas assumirem permanentemente responsabilidades e coordenações de Movimentos, como fossem “donos”, os "primeirões", aqueles que tudo sabem?
  
No Reino de Deus, “quem quiser ser o primeiro seja o servo de todos”. Portanto, os líderes cristãos são aqueles que se tornam capazes de colocar os seus talentos a serviço da comunidade, em benefício de todos, e não de si mesmos. O mundo, e de modo especial o Brasil, é profundamente carente de líderes verdadeiramente cristãos.

Sofremos em nossas comunidades, pois nossas lideranças não sabem educar, temem dizer “não”, são relutantes ao novo; nossos grupos sofrem pois ensinaram sobre os milagres que aconteciam a dois mil anos, esquecendo de mostrar que existe um milagre a cada manhã que temos a graça de levantar. Muita gente perdeu a fé, pois espera muito mais do que realmente trabalha para obter.
Lembremo-nos do evangelho de domingo: Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.

Vamos à luta... Vamos OUSAR O EVANGELHO!

ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Pai, a exemplo de Jesus, transforma-me em servidor de meus semelhantes, e não me deixes ter medo de colocar minha vida a serviço de quem precisa de mim. Senhor Jesus, livra-me da ambição humana de grandezas e faz de mim um servidor de todos.

REGRA DE VIDA e MISSÃO - AGIR
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Qual compromisso me leva?)

Propósito:  Servir com humildade, disposição e muito amor.
 

RETIRO - CONTEMPLAÇÃO
(Para onde Deus quer me conduzir?)

- Mergulhar no mistério de Deus.
- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).
- Saborear Deus. Repousar em Deus.

- Ver a realidade com os olhos de Deus.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Evangelho terça feira 28 maio

Marcos 10,28-31
Aí Pedro disse:
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.
Jesus anuncia outra vez a sua morte e a sua ressurreição    
Meditação:
O texto do Evangelho de ontem no qual Jesus apresentava a incapacidade dos homens e mulheres apegados aos bens seguirem Jesus, opõe-se ao de hoje.

Vemos Pedro a professar o seu despojamento de tudo para ir a traz do mestre: Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.

Pedro é um dos que deixaram tudo para seguir Jesus. Não era rico, mas um esforçado pescador, porém, seu gesto foi muito valioso. Jesus diz então que quem deixar família e bens por ele e pelo evangelho, receberá cem vezes mais.

Quem deixa tudo para ser discípulo missionário de Jesus sofrerá também perseguições no seguimento, mas encontrará na comunidade cristã o necessário para viver em bens materiais e afetivos.

Nas palavras de Pedro, não só estavam as dos outros apóstolos ontem, como também estão as minhas e as tuas. Estão as palavras de todos nós quando nos desfazemos nos despimos dos nossos orgulhos, vaidades, soberbas. Assim como Pedro nos evangelhos, tomava decisões em nome da Comunidade dos Apóstolos, assim continua nos dias de hoje falando e nos representando.

“Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho” (Doc. de Aparecida 31).

Finalmente, a Palavra nos ensina que aqueles que crerem ter tudo, não alcançarão a vida e são os últimos, enquanto que os que crêem em
Jesus e o seguem compartilhando o que são e o que tem encontram tudo na comunidade cristã e são os primeiros.

Definitivamente, o cristão é chamado a viver em santidade, que se realiza na prática cotidiana do mandamento do amor.

No evangelho, a pergunta de Pedro a Jesus é a mesma que certamente já dirigimos ao Senhor em algum momento de nossas vidas: “Que receberemos em troca, já que deixamos coisas muito importantes para te seguir?” E embora o seguidor do Senhor não devesse olhar de modo primordial para a recompensa, Jesus nos assegura que pelas renúncias que fazemos por ele e pelo Evangelho receberemos cem vezes mais. Que significa isto?

Quando optamos por Cristo escolhemos crescer de modo extraordinário numa experiência humana e de fé que nos levará a ser mais conscientes e coerentes, mas capazes de transformar nossa atual sociedade num cenário digno que permitisse o desenvolvimento de uma qualidade de vida cabalmente humana para o conjunto de seus cidadãos.

Neste crescimento, de que participa a mesma comunidade da qual fazemos parte, seguiremos optando por ser melhores no serviço e na construção do reino de Deus no nosso meio, e poderemos ver que, à medida que os demais progridem com nossa parcela de dignidade, reconhecimento, respeito, alegria de viver, iremos nos enriquecendo cada vez mais a nós mesmos.

Não em riquezas materiais, por certo, mas numa riqueza muito mais profunda, reconfortante e duradoura. E tudo será lucro, definitivamente, quando estivermos plenamente convencidos da meta que nos está esperando em Deus apesar dos problemas, trabalhos e perseguições que tratar de alcançá-la implica.

Reflexão Apostólica:

Os discípulos queriam saber de Jesus o que eles teriam em troca por O terem seguido! Jesus foi claro e direto na sua explanação: a recompensa de Deus não vem do modo como que nós esperamos, mas cem vezes mais do que imaginamos.

No entanto, só poderá comprovar esta promessa quem realmente se dispõe a sofrer perseguições. Quem tiver deixado “tudo” pela causa de Cristo, receberá desde já, também tudo, com perseguições e no mundo futuro, a vida eterna.

Deixar tudo não significa lançar fora, rejeitar, mas simplesmente vivenciar de uma maneira diferente. Deixar pai, mãe, filhos, bens por causa de Jesus e do Evangelho, significa colocar como prioridade as exigências do ser cristão (ã), tornando-se livre de apegos humanos e de idolatrias.

Deixar tudo é desvencilhar-se de idéias, de preconceitos e pensamentos humanos, racionais, para se deixar conduzir pela mensagem do Evangelho, a boa nova de Jesus para os homens.

Quando nós colocamos Jesus Cristo como centro da nossa vida tudo o que nós possuímos, adquire um novo sentido e, mesmo com tribulações, nós conseguimos usufruir de tudo o que temos, com uma nova mentalidade, sem apego, sem egoísmo, com serenidade.

Quando nós nos dedicamos à causa de Cristo, quando temos o nosso pensamento e o nosso ideal de vida, voltados para Ele nem as coisas materiais nem a nossa família nos afastam de Deus porque as coisas da terra nos levam a uma vivencia espiritual que faz toda a diferença na qualidade da nossa vida.

Você tem deixado tudo pela causa de Cristo? O que você desejava antes de conhecê-Lo é o mesmo que você anseia hoje? Você é uma pessoa muito apegada aos seus planos, sua família, seus bens? Qual é o lugar que Cristo ocupa na sua vida?

A opção de Pedro e demais discípulos contrasta com a do homem rico que desinteressou-se pelo seguimento de Jesus. Em resposta a Pedro, Jesus faz uma declaração abrangente que vai além daqueles que lhe estão perto, e além de seu tempo. Jesus refere-se a todo aquele que tudo deixa por causa dele e do seu anúncio.

O sentido do desapego da família e das propriedades é a adesão a um novo projeto de vida. Já, nesta vida, no mundo novo possível, de modo muito mais abrangente são reencontrados os laços de amizade e amor, na grande família dos filhos de Deus, no usufruto do bem maior que é a compaixão, a comunicação, a solidariedade e a partilha, em uma sociedade em que vigora a justiça e a paz.

Não faltarão as hostilidades dos poderosos que vivem às custas do povo oprimido e empobrecido. São ambiciosos que amam a riqueza e desprezam a vida.

A sentença final exprime a subversão do Reino. É descartada a sociedade hierarquizada baseada no poder e no prestígio da riqueza, representada pelo homem rico que se afasta de Jesus.

Vigora agora a comunidade solidária e fraterna em que todos usufruem os bens terrenos, na alegria e no amor. Os discípulos, seduzidos por Jesus, libertam-se do jugo do ter e das estruturas que alicerçam o império do dinheiro.

Propósito:

Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Evangelho segunda feira 27 maio


Marcos 10,17-27
Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!”
20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”
22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”
24Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”
26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.
 
   
Meditação:
O evangelista Marcos nos apresenta, no caso do jovem rico, um grave erro que pode ocorrer na vida de todos nós no que diz respeito à questão da salvação e que se refere ao sujeito da salvação.

Às vezes, a gente escuta que as pessoas devem esforçar-se para se salvarem e eu penso que eu devo conseguir me salvar. Ora, ninguém salva a si próprio. Eu não posso ser o meu salvador.

Os discípulos perguntaram: "Quem então poderá salvar-se?" A resposta de Jesus é: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível".

Não podemos confiar a nossa salvação nem em nós mesmos, nem nos outros e nem nos bens materiais, pois nada ou ninguém, a não ser o próprio Deus, podem nos salvar.

Neste evangelho, vemos, hoje, o que Jesus dizia  sobre como devemos ser neste mundo, para conseguirmos chegar à vida eterna. Quando perguntado por um homem: “Que devo fazer para alcançar a vida eterna?” Ao que Jesus responde-lhe:- “Não mates, não roubes, não cometas adultério, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra  teu pai e tua mãe”. Ao que o homem lhe diz: -“Sim, mestre; tudo isso tenho cumprido à risca. ”Daí, Jesus continua: -“Então, tudo  bem, só falta-lhe uma coisa , vai vende tudo o que é teu e dá aos pobres e segue-me.” O homem ficou muito triste e afastou-se, desistindo de segui-lo.

Jesus, então, comenta com os apóstolos :- “Como é difícil para quem é rico na terra, conseguir um lugar no céu.”. O apego ao dinheiro e às coisas materiais, só constituem para eles, os maiores obstáculos para conseguirem o céu.
O coração fica embrutecido e sem sensibilidade para descobrir e aumentar a sua fé nas palavras de Jesus, como Deus que habitou entre nós e, morreu na cruz, somente para salvar a humanidade inteira, que o Pai Criador colocou na terra  que , como o seu sonho, deveria ser um paraíso, onde correriam  leite e mel. 

Jesus termina a sua explicação aos apóstolos dizendo-lhes : “É mais fácil  um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no reino do céu.” Quer dizer, realmente a vida voltada somente para o que é material, empobrece o espírito, esvaziando-se das riquezas que só Deus pode nos dar, através da nossa fé.

E’, realmente “pobre”, aquele que não tem fé em Deus. Na sua infinita bondade Deus, depois de tentar muitas vezes, através dos profetas, que eram os portadores dos seus avisos sobre a salvação e a vida eterna, Ele fez-se homem em seu próprio filho Jesus Cristo e, veio viver entre nós, para que acreditássemos, através das suas palavras e dos seus exemplos e, que assim ele pudesse levar a humanidade pelo caminho da salvação, que é o cume do Seu plano. Deus, na sua extrema bondade procurou trazer ao mundo a felicidade que já não existia, porque o seu povo  O vem expulsando do seu convívio. Porém mesmo assim, os homens não entenderam nada e, ainda hoje uma grande maioria ainda não entende, se apega às coisas materiais e expulsam  Deus dos seus lares.

Muitos  são os que vivem  voltados e “enroscados” só no que é material, tornando-se verdadeiros escravos deste mundo dês-humanizado , em que vivemos nestes tempos. As coisas materiais adquiriram valores que as transformam em verdadeiros “deuses”, para a maioria que vive pautada nos esquemas de políticas sócio - econômicas protecionistas , onde a minoria dita normas e conduz, ao seu bel prazer, os destinos de todos; numa gritante e injusta divisão social, massacrando as classes tão sofridas, que vivem, sempre, das migalhas que sobram dessas divisões.. Realmente fica muito difícil o céu, a vida eterna, para os que não crêem e não vivem segundo os ensinamentos de Jesus. -

No evangelho de hoje nos encontramos com a verdade de que nada há de melhor que Deus, e isso o afirmamos a outros que seguramente vivem aflitos por suas dificuldades, enfermidades e problemas. Mas experimentamo-lo em nossa vida de tal forma que possamos mostrar aos outros que acreditamos nisso?
O jovem do evangelho também acreditava ser Deus seu único bem. Seu coração, porém, tinha uma grande dependência de suas riquezas. Estas (no seu modo de ver) lhe davam mais segurança do que a que Deus podia oferecer-lhe.

Ele deseja alcançar a vida, mas tem seu coração posto nas riquezas que possui e isto lhe impede de escutar o convite que Jesus lhe faz: “Uma coisa te falta: vá, vende tudo que tens e distribua aos pobres e terás tesouro no céu; depois vem e segue-me”. Não pôde ser discípulo, ao contrário, tomou outra direção indo “embora triste”.

Experimentar a Deus bondoso é um privilégio para aqueles que não têm mais seguranças que ele. O impossível para o ser humano é possível para Deus. “Deus pode tudo” seria então a afirmação que deveríamos fazer todos os dias ante a impotência tão humana de garantir para si mesmo a própria salvação.
Essa convicção poderia levar-nos à comunhão perfeita entre uns e outros; às relações de justiça na verdade, sem interferências que as corrompessem.

Ter fé leva-nos a ser humildes; porque enquanto nos sentirmos o centro do mundo sobre o qual deve girar o universo, não haverá possibilidade de encontrar nossa plena realização na história relacionando-se plenamente conosco mesmos, com os outros e com o universo no qual estamos vivendo.

Quem crê em Jesus e o segue, compartilhando tudo o que é e o que tem, descobre a alegria de viver junto Dele. “A alegria do discípulo não é um sentimento de bem estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que acalma o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus.

Conhecer Jesus é o melhor presente que pode receber qualquer pessoa, tê-lo encontrado é o melhor que nos aconteceu na vida, e dá-lo a conhecer com nossa palavra e obras é nossa alegria” (Doc. de Aparecida 29).

Reflexão Apostólica:

No evangelho de hoje Jesus fala que: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!" Essas palavras parecem muito fortes e excludentes para os ricos, mas o que Jesus estava querendo dizer era que se já e difícil para os homens comuns buscar a vida eterna aqui na terra com tantas tentações, prazeres da carne, ambições, status, sociedade, luxo e outras tantas coisas para se lutar contra e tentar ser aquilo que Deus quer, imaginem para os ricos que podem usufruir de tudo isso com bem mais facilidade que as pessoas comuns.

Então, o que o Senhor estava querendo exortar aquele jovem rico era que o centro da sua vida não deveria ser o dinheiro e todos os bens que ele tinha, mas o amor de Deus.

Quando Jesus disse que para ele ganhar a vida eterna deveria vender tudo o que tinha e dar aos pobres, pois somente dessa forma ele teria um TESOURO NO CÉU, aquele jovem ficou abatido, pois estava muito apegado ao TESOURO QUE ELE TINHA NA TERRA.

Aí está o grande segredo desse evangelho: mostrar às pessoas que, às vezes, pensamos estar livres das amarras do mundo, mas quando nos é pedido para realmente abrir mão delas, vemos o quanto estamos APEGADOS às coisas terrenas e distantes das coisas celestes.

E essa realidade não se aplica apenas para os ricos, mas para todos nós. Quantas vezes nos vemos apegados ao nosso cargo em uma empresa, ao nosso carro, a televisão LCD/LED que compramos, ao laptop que carregamos para todo lugar, ao namorado ou namorada, às roupas de marca e a tantas outras coisas que acabam por desequilibrar o nosso espírito e o nosso dia-a-dia.

Todo apego desordenado a coisas e pessoas só tendem a nos afastar das coisas do alto e das virtudes do espírito, pois passamos a ser egoístas, individualistas, interesseiros, fúteis, ciumentos, soberbos e esquecemos de olhar as coisas e as pessoas com simplicidade e amor.

E foi por isso, que no final desse evangelho, Jesus disse para as pessoas que achavam que seria impossível abrir mão das coisas materiais para ser feliz, essas palavras: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível".

Crendo nessas palavras, peçamos a Deus a graça de sermos libertos de todo apego desordenado aos quais estamos presos aqui no mundo e dessa forma busquemos seguir Jesus e ganhar a vida eterna.

Que Deus nos abençoe ricamente! Nunca nos esqueçamos de sermos felizes e lembremo-nos sempre de que a verdadeira FELICIDADE ESTÁ EM DEUS E NÃO NAS COISAS E PESSOAS.

Propósito:
Pai, não permitas que o meu coração se apegue de tal forma aos bens deste mundo, a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.