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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Evangelho (2) PENTECOSTES


Primeira leitura: Atos dos Apóstolos 2, 1-11 
Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. 
Salmo responsorial: 103, 1ab e 24ac. 29bc-30. 31 e 34
Ao Senhor, glória eterna. 
Segunda leitura: Romanos 8, 8-17
O Espírito dos Filhos de Deus. 
Evangelho: João 14, 15-16, 23-26
O Espírito da Verdade. 

Primeira parte: exegese 

Iniciemos com o texto dos Atos dos Apóstolos, que nos oferece o contexto histórico fundamental desta festa: a manifestação do Espírito em Pentecostes, segundo Atos, é a consequência direta, histórica e visível na terra da ressurreição e exaltação de Jesus: "Exaltado pela mão direita de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramado sobre vocês que vêem e ouvem (V. 33). É o Espírito que constitue realmente a ação de Jesus: sua primeira comunidade em Jerusalém e a missão de todos os povos. Verificando de forma crítica o relato é possível descobrir a atividade redacional e criativa de Lucas. 
Ele é quem constituiu este paradigma de Pentecostes, mas o faz a partir de muitos atos e tradições históricas. Tudo o que Lucas narra é histórico, mas o autor elabora um relato único a partir de fatos que possivelmente aconteceram várias vezes, em diferentes lugares, tempo e circunstâncias. O discurso de Pedro possivelmente foi composto por Lucas, mas o constróe a partir de tradições escritas ou orais. Esse discurso corresponde historicamente que ao estava acontecendo em Jesuralém, o que pensava e o que dizia à primeira comunidade apostólica. Lucas recolhe os fatos históricos e as tradições que transmitem e constróe um relato único a partir de fatos, mas também se interessa pela descrição criativa destes fatos, e tradições na história da Igreja de seu tempo e da igreja de todos os tempos. 
No relato dos acontecimentos de Pentecostes podemos disitinguir dois relatos: um mais primitivo e tradicional, que se baseia nos vv. 1-4 e 12-13, e outro mais evoluído e redacional nos vv. 5-11. O relato antigo tem um caráter carismático e apocalíptico: há vento impetuoso e línguas de fogo, os presentes falam em línguas (vv. 1-4) e por isso aparecem diante dos demais como embriagados e os fatos acontecem numa casa (v. 2). O segundo relato é profético e missionário: não se trata de falar em línguas (glossolalia) mas de um Dom profético, os presentes falam em galileu (arameu) e cada qual os entende em sua própria língua de nascença. O milagre não está no falar ( como na glossolália) mas no escutar ( sobre isto se insiste em três lugares, vv. 6, 8 e 11). 
No cap. 2, v. 1 diz-nos que "estavam TODOS reunidos". Não se trata só dos 12 apóstolos, mas da assembléia dos 120 (1, 15), entre os quais está Maria, a Mãe de Jesus, o grupo das mulheres e o grupo dos irmãos de Jesus entre os quais com certeza também está Santiago, "o irmão do Senhor"(1, 14). 
O Dom do Espírito é derramado sobre esta primeira comunidade, e é Pedro, junto com os doze, que vai pronunciar o discurso (vv. 14 e ss). Acrescenta-se que estão reunidos "com o mesmo propósito ( "epito autó", o que às vezes também se traduz por "em um mesmo lugar). Este mesmo propósito ou estratégia é possivelmente a restauração do Reino de Israel (essa foi a pergunta no cap. 1, 6 e o sentido da eleição de Matias em cap. 1, 15-26) . A irrupção do Espírito vem romper este propósito de restauração, que olha mais para o passado do que para o futuro. 
O Espírito vem de repente, com ruído como de vento impetuoso e como línguas de fogo, todos estes símbolos mostram a "violência" necessária do Espírito para transformar o grupo presente e reorientar a primeira comunidade a partir de uma posição restauracionista para uma posição profética e missionária. Este é o batismo do Espírito Santo anunciado em 1, 5. O batismo de João Batista era de água, um símbolo judaico de conversão pessoal, agora se trata do batismo do Espírito, que é símbolo característico do movimento profético de Jesus, não de conversão pessoal, mas de transformação da comunidade dos discípulos em autêntica comunidade profética, para dar testemunho até os confins da terra. Os que se reúnem, atraídos pela novidade de Pentecostes, são "homens piedosos, que moravam em Jerusalém, vindos de todas as nações que há debaixo do céu". Temos aqui uma ficção literária de Lucas, pois é um fato extraordinário que estejam reunidos em Jerusalém, gente piedosa de todas as nações do mundo. O fato é tão extraordinário, que manuscritos posteriores (tradição ocidental) agregam a palavra "judeus": os reunidos seriam "judeus de todas as nações que moram em Jerusalém".
Lucas tem uma intenção teológica: reúne simbolicamente em Jerusalém pessoas piedosas de todas as nações do mundo, que a partir de Pentecostes, recebem o testemunho profético da primeira comunidade apostólica. O Espírito é derramado em função de todos os povos e culturas do mundo inteiro. Isto acontece para Lucas no fato fundante de Pentecostes. 
Nos vv. 9-11 temos a lista das nações: Lucas enumera 12 povos e três regiões. O primeiro grupo é constituído pelos nativos, partos, medos e elamitas. O segundo grupo são os habitantes (hoi katoikountes) da Judéia, Capadócia, Ponto, Frígia, Panfília e Egito. Aqui também são enumeradas três regiões ( que aparecem com artigo: a Mesopotâmia, a Ásia e a Líbia, que se limita com Cirene. 
O terceiro grupo são os estrangeiros (hoi epidemountes): romanos (habitantes de Roma, sejam estes judeus ou prosélitos), cretenses e árabes. 
Qual é a lógica de uma enumeração? Em primeiro lugar, Lucas distingue nativos, habitantes e estrangeiros. Os primeiros são povos do oriente, civilizações antigas. Os habitantes estão repartidos em três regiões, a Mesopotâmia (a oeste), a Ásia (ao Norte) e a Líbia (ao sul), e 6 povos: Judéia (no centro), Capadócia, Ponto, Frígia e Panfília (ao norte) e Egito ( ao Sul). Por último os forasteiros ou visitantes: romanos (Código étnico, não se refere à forças do Império Romano), que estavam visitando Jerusalém, entre estes se distinguem romanos judeus e romanos prosélitos ( não judeus que se converteram e aceitaram a circuncisão), os cretenses são um povo marítimo em expansão para o ocidente e os árabes seriam uma designação global para se referir aos povos do deserto, em expansão para o oriente. A lógica geográfica é a que domina o grupo dos habitantes ( oriente, norte e sul, com a Judéia ao centro). Os visitantes (romanos, cretenses e árabes) não seguem uma lógica geográfica, mas a lógica de visitantes esporádicos (grandes grupos e incertos), que regressam à sua pátria. Em síntese, os representantes dos povos vêm de todas as regiões da terra, das culturas antigas do oriente, dos povos estabelecidos ao redor da Judéia (oriente, norte e sul) e das populações que imigram para o oriente e ocidente, cujo centro é Roma. Lucas combina assim critérios culturais, geográficos e sociais: contróe historicamente o paradigma missionário do Espírito. O curioso é que não se menciona Síria, Macedônia e Grécia, que são o território das Igrejas paulinas. Talvez não apareçam estes povos, pois é aí que Lucas escreve sua obra, e já são deste tempo igrejas independentes de Jerusalém. 
Lucas insiste três vezes (vv. 6.8 e 11) em que os presentes, que vêm de todos os povos, entendem o discurso de Pedro, cada um em sua própria língua. Pedro e os Onze são Galileus (v. 7) e falam portanto arameu, que era uma língua muito conhecida na Síria e oriente. O milagre de Pentecostes é que cada um entende em sua própria língua de origem. Não se trata de glossolália, pois este é um milagre de falar e aqui o milagre se situa no escutar e entender. Cada povo escuta o Evangelho em sua própria língua, e poderíamos agregar em sua própria cultura. Por isso consideramos hoje em dia o Pentecostes como a festa cristã de inculturação do Evangelho. 

Paulo, na Carta aos Romanos (8, 8-17) revela-nos a importância decisiva do Espírito na vida de todo cristão. A antropologia básica de Paulo é a distinção entre carne e espírito. O ser humano pode ser carne se orienta sua existência para a morte, ou pode ser espírito se orienta sua existência para a vida. Carne e espírito não são sinônimos de corpo e alma, pelo contrário, carne é a tendência de todo o ser humano, em corpo e alma para a morte. Igualmente, espírito não é a alma, mas a tendência de todo o ser humano, em corpo e alma para a vida. O "espiritual"é a tendência para a vida. A corporeidade humana é carnal ou espiritual segundo a opção pela morte ou vida. É a oposição morte e vida do ser humano em sua realidade total, o que define a oposição carne espírito. 
Paulo desenvolveu sua teologia do Espírito Santo, tendo como base a antropologia que descrevemos. O Espírito Santo é que torna possível o viver no espírito, isto quer dizer, o viver orientados radicalmente à vida, tanto no corpo como na alma. Porque o Espírito de Deus habita em nós, não estamos na carne, mas no espírito (v. 9). É o Espírito que dá vida a nossos corpos mortais (11). 
O contrário ao Espírito é o Pecado. O pecado da vida à carne, quer dizer, a tendência em nós para a morte. O Pecado em Paulo é a rejeição do Espírito, da graça, do amor de Deus. É o único Pecado, assim no singular e com letra maiúscula. Os pecados no plural, são simplesmente transgressões da lei e não afetam necessariamente nossa abertura ao Espírito. Mais ainda, a fidelidade ao Espírito pode nos levar à trangressão da lei, como Jesus transgrediu sistematicamente a lei do Sábado, para nos revelar o amor do Pai. 
O que faz com que aceitemos o Espírito, o que nos permite receber a graça e o amor de Deus, é a fé. O contrário à fé é buscar a salvação no cumprimento da lei. Se a lei se converte num absoluto e pomos nosso desejo de santidade e salvação no cumprimento da lei, então o único que conseguimos é que o Pecado aconteça em nós e que o Pecado dê força à carne, à qual nos leva à morte.A lei em si é neutra, mas quando se transforma em meio absoluto de salvação, então a lei está a serviço do Pecado, a carne e a morte. Por isso Paulo diz "A lei do Espírito que dá vida em Cristo Jesus te libertou da lei do Pecado e da morte"( Rom 8,2). O que nos salva, o que nos leva à vida e nos dá liberdade não é o cumprimento da lei, mas a fé que nos abre ao amor e ao Espírito de Deus. 
A salvação não vem pelo cumprimento da Lei, mas pela fidelidade ao Espírito de Deus. Os que seguem a lei como um absoluto são escravos. Os que seguem o Espírito são filhos, por isso podem exclamar ABBA, Pai! Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Os que hoje em dia fazem da lei, do poder da instituição um absoluto e da obediência à lei, um meio de salvação, estes não têm o Espírito de Deus, são escravos e não filhos. A liberdade cristã dos filhos de Deus vem pela fé em Deus que nos revela seu amor e nos dá seu Espírito, liberdade e espiritualidade estão sempre juntas. Só é sujeito, a pessoa livre que é fiel ao Espírito e que reconhece em Deus seu Pai. 

O evangelho de João é o evangelho do Espírito. Jesus promete a todos os que o amam o Dom do Espírito da Verdade .Amar a Jesus aqui significa fidelidade à Palavra de Jesus, e viver essa Palavra é guardar seus mandamentos, isto quer dizer, viver essa Palavra em todos os momentos da vida. Só o que crê em Jesus e guarda sua Palavra pode receber o Espírito da Verdade. O "mundo"é a humanidade que não crê em Jesus e que não recebe sua Palavra. Este mundo não pode receber o Espírito da Verdade. O Espírito da Verdade é que nos ensina tudo e nos recorda tudo o que nos revelou Jesus. Um cristão é um homem ou uma mulher do Espírito quando tem em seu coração e em sua mente tudo o que Jesus ensinou. Há uma relação direta entre escutar a Palavra, receber o Espírito e conhecer a Verdade. Esta Verdade é a que nos torna livres. "Se permanecem em minha Palavra, são verdadeiramente meus discípulos, conhecerão a Verdade e a verdade os libertará (8,31-32). 
Percebemos que há uma continuidade entre o pensamento de Paulo e de João, na relação entre Palavra, Espírito e liberdade. O que nos torna espirituais e livres, não é a lei, mas o escutar com fé a Palavra e o ser fiéis ao Espírito da Verdade. 

Segunda parte: teologia e espiritualidade. 

A vida cristã é uma Vida segundo o Espírito. A espiritualidade é a fidelidade ao Espírito. A liberdade cristã é obra do Espírito. Nossa subjetividade, quer dizer, nossa capacidade de ser sujeitos livres, depende de nossa abertura ao Espírito. Segundo a tradição dos Atos dos Apóstolos, de Paulo e de João, tal como aparece nos textos que lemos na festa de Pentecostes, o Espírito Santo é o fogo e a ventania que transformou a comunidade apostólica depois da Ressurreição e a converteu em comunidade missionária até os confins do mundo. O Espírito é o que dá vida a nossos corpos mortais e é o Espírito da Verdade que mantém vivo o Evangelho nos discípulos de Jesus e que os torna livres. O contexto da ação do Espírito é a "comunidade"e o ser humano em sua "corporeidade". O individualismo e o espiritualismo distanciam-nos radicalmente da experiência do Espírito Santo. O Espírito só atua quando há história: quando há corpo e comunidade, quando há vida e missão, quando há verdade e liberdade. Por outro lado, todo legalismo e autoritarismo, que só tem fé no caráter supostamente libertador da lei e do poder, é também uma negação radical do Espírito. 
O evento de Pentecostes, nas origens do cristianismo, desencadeou um movimento de Jesus, que partindo de Jerusalém chegou até os confins do mundo. O cristianismo nasceu como um movimento do Espírito, que se organizava em pequenas comunidades, que mantinham vivos os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos, que tinham um mesmo espírito e tudo partilhavam e tinham tudo em comum, de maneira que não havia pobres entre eles, celebravam a fração do pão nas casas, perseveravam nas orações e faziam prodígios e sinais no meio do povo (Atos 2,42-47). O Espírito foi quem fez nascer com força e poder este movimento histórico, comunitário e missionário de Jesus. Hoje em dia necessitamos reconstruir a Igreja tomando como modelo o acontecimento de Pentecostes e seu efeito histórico nos primeiros 50 anos do movimento histórico, comunitário e missionário de Jesus. Hoje em dia necessitamos reconstruir a Igreja tomando como modelo o evento de Pentecostes e seu efeito histórico nos primeiros 50 anos do movimento de Jesus ( entre Pentecostes e a organização universal da Igreja). 
Os textos de Paulo e João que lemos, aprofundam na Vida segundo o Espírito, em cada pessoa e sobretudo na comunidade. Hoje podemos discernir esta Vida segundo o Espírito na oposição morte-vida na qual se debate a humanidade. A orientação da história para a morte do cosmos e da humanidade é a manifestação visível da ausência do Espírito na história. A morte coletiva do pobre e da natureza, a falta de trabalho, pão educação, saúde, participação e satisfação são os sinais da ausência do Espírito. Pelo contrário, todo movimento humano para a vida, e a construção de um mundo onde todos tenham vida, é a manifestação visível da presença do Espírito na história. É a morte ou vida do ser humano concreto, a referência da fé que nos permite discernir e definir o ser humano como ser espiritual. A espiritualidade é como nos ensina Paulo, a tendência à vida do ser humano, a referência de fé que nos permite discernir a presença e a ação histórica do Espírito. Também o que nos permite discernir e definir o ser humano como ser espiritual. A espiritualidade é como nos ensina Paulo, a tendência à vida. É na vida humana plena onde vivemos e tornamos visível o amor do Pai, que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. 
Devemos combater o falso sentido de espiritualidade como fuga do mundo e das coisas materiais, como se a espiritualidade fosse assunto só da alma, acima de todo o material e humano. Este espiritualismo foi a primeira e mais perigosa heresia nas origens do cristianismo. Chamou-se gnosticismo e nasceu em alguns setores da Igreja e teólogos por influência da filosofia grega. Os filósofos definiam a espiritualidade, a subjetivadade, a ética e a liberdade, no domínio da alma sobre o corpo. Esta posição não foi inocente, pois dizia que alma era o corpo, como o amo ao escravo e como o varão à mulher (!) Definia-se assim a espiritualidade no desprezo e opressão do corpo, dos escravos e da mulheres. Por isso São Paulo definiu com tanta clareza a ação do Espírito na tendência do ser humano, com corpo e alma à vida. Os filósofos gregos negarão radicalmente o mistério da encarnação e ressurreição, por seu caráter corporal e histórico. No espiritualismo como forma moderna de gnosticismo, dá-se uma negação do Espírito Santo e da ressurreição. O espiritualismo nega também a encarnação de Jesus e perverte o sentido de Deus, como um Deus da Vida e do Amor: Urge em nosso tempo recuperar a concepção bíblica do Espírito, como Espírito de Vida, Verdade e Liberdade. Paulo e João devem ser nossos mestres espirituais. 
Outra forma de negar o Espírito, tanto nas origens do cristianismo como em nossos dias, é o legalismo, que põe a santidade e a salvação unicamente no cumprimento da lei e no poder da instituição. A lei e a instituição são boas quando estão a serviço do ser humano, mas se pervertem quando se submete ao ser humano, ao império da lei e da instituição. O que nos salva é a fé, no cumprimento da lei ou da submissão a um poder absoluto, seja político ou sagrado. Outra vez devemos voltar a ler os escritos de Paulo e João para nos libertarmos do legalismo e do autoritarismo e poder ser homens e mulheres do Espírito numa Igreja autentica como comunidade espiritual. 


Para a reunião da comunidade ou do círculo bíblico. 

O que entendemos pela palavra "espírito"? Façamos uma chuva de idéias espontâneas sem inibições, anotando as palavras. Num segundo momento analisemos todas as palavras sugeridas. 
Hoje muitos falam do "espírito" e o encontram em regiões ou em atividades muito distantes da realidade, do compromisso social, no "religioso"... É assim o que nos diz a Bíblia a respeito do Espírito? Coloquemos exemplos. 
Devemos ser espirituais, não espiritualistas: comentar a frase, dando justiticativas teológicas e bíblica e com experiências práticas. 
- Lucas, nos Atos dos Apóstolos (1ª. leitura) faz ver que tem fundamento o que está descrito no símbolo de Babel: em que sentido? De que forma Lucas se utiliza deste símbolo? 
- "Todos os entendiam em sua própria língua, pode ser um símbolo muito bonito do que hoje chamamos "inculturação do evangelho".
Deixemos voar o coração: como imaginamos uma igreja universal? Realmente “católica”, na qual cada igreja local escutará e viverá o Evangelho em sua própria cultura? 


Para a conversão pessoal

- Ter um tempo de oração mais profunda, tratando de escutar as moções que o Espírito suscita em mim e que talvez não tenho condições de escutar na pressa diária. 
- Educar o olhar: conseguir "sentir"o Espírito atuando em tantas coisas, como ele move e conduz... 
- Não nos deixar deslumbrar por todos os que se voltam facilmente ao "espírito"e em seu nome se apartam do compromisso do amor, da atenção aos pobres... fazer "discernimento de espíritos". 


Para a oração dos fiéis

- Para que o Espírito de Pentecostes continue derramando na Igreja e em todos os seus membros, para animá-la a ser fermento catalizador de todas as transformações que o mesmo Espírito produz em todos os homens e mulheres de todas as raças e credos, rezemos ao Senhor... 
- Pelo nosso mundo que hoje tem mais de 30 guerras, para que o Espírito de Deus, que atua em todos os povos, leve-nos pouco a pouco a superar a Babel da confusão e nos encaminhe à reconciliação e a Paz... 
- Pela humanidade, filha de Deus, que se refere a Ele e o ama a partir das diversas religiões e tradições espirituais, para que sem perder a identidade espiritual que Deus deu a cada povo - revelação singular de sua glória todas as religiões dialoguem ativa e frutuosamente, como mediações que são do único Deus... 
- Para que o Espírito de Deus, "pai dos pobres" [Pater páuperum], que sempre doou ao longo da história clareza na visão e coragem para a luta, dê também para toda a humanidade fé convicta e esperança comprometida... 
- Para que o Espírito de Deus criador, "que ilumina a face da Terra" e deposita também em todas as criaturas uma participação de si mesmo, nos torne conscientes de que não possuímos o mundo como propriedade para utilizá-lo e consumi-lo, mas para co-existir com todas as coisas e conviver com todas as criaturas reverenciando assim a Criação e seu Criador... 


Oração comunitária

Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da Glória ilumina nosso olhar interior para que vendo o que esperamos a raiz de teu chamado, e entendendo-a herança grande e gloriosa que reservas aos teus santos, compreendamos com que extraordinária força atuas em favor de todos os teus filhos e filhas. Por J.N.S. [cfr Ef 1, 17ss] 

Ou: 

Ó nosso Deus, Espírito inacessível, Luz de toda luz, Amor que está em todo amor, Força e Vida que alenta toda Criação: derrama-te novamente sobre toda criação e sobre todos os povos, para que Te buscando além dos diferentes nomes com que te invocamos, possamos Te encontrar finalmente, e possamos assim nos encontrar em Ti unidos no Amor a tudo que existe. Tu que vives e fazes viver, inspirador de toda Vida, pelos séculos dos séculos . Amém! 

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