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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Evangelho 01 de outubro quarta feira

01 - Reze, reze muito. Estes dias são de recolhimento: preparemo-nos em silêncio, esperando o sinal de Deus. (L 25). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,57-62

"Quando Jesus e os discípulos iam pelo caminho, um homem disse a Jesus:
- Eu estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar onde o senhor for.
Então Jesus disse:
- As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.
Aí ele disse para outro homem:
- Venha comigo.
Mas ele respondeu:
- Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.
Jesus disse:
- Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
Outro homem disse:
- Eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família.
Jesus respondeu:
- Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.
"  

Meditação:

Em Mateus, na passagem paralela a esta, Jesus e os discípulos preparavam-se para atravessar o mar em direção a Gadara.
A caminhada que Jesus aqui inicia com os discípulos é mais teológica do que geográfica. Lucas não tem a pretensão de nos descrever os lugares por onde Jesus vai passar até chegar a Jerusalém.

Seu objetivo é apresentar um itinerário espiritual, ao longo do qual Jesus vai mostrando aos discípulos os valores do Reino e os vai presenteando com a plenitude da revelação de Deus.

É o caminho que terá o seu fim na Paixão Morte e Ressurreição do Mestre. Portanto, trata-se do caminho no qual se vai irromper a salvação definitiva. Como discípulos, somos exortados a seguir este caminho, para nos identificarmos plenamente com Jesus.

Este caminho é penoso e exigente. Alias como se costuma dizer: a rapadura é mole, mas não é mole não!
Lucas apresenta – através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos – algumas das condições para percorrer, com Jesus, esse caminho que leva a Jerusalém, isto é, que leva ao acontecer pleno da salvação.
O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material: As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.

O segundo diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância, impedem uma resposta imediata e radical ao Reino: Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se de tudo, para fazer do Reino a sua prioridade fundamental: nada – nem a própria família – deve adiar e demorar o compromisso com o Reino: Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.

Não podemos ver estas exigências como normativas: noutras circunstâncias, Ele mandou cuidar dos pais ( Mt 15,3-9); e os discípulos – nomeadamente Pedro – fizeram-se acompanhar das esposas durante as viagens missionárias ( 1 Cor 9,5)

… O que estes ensinamentos pretendem dizer é que o discípulo é convidado a eliminar da sua vida tudo aquilo que possa ser um obstáculo no seu testemunho quotidiano do Reino.

Por isso, a nós discípulos de Jesus é proposto que o sigamos no caminho de Jerusalém. Pois é por ele que chegaremos à salvação, à vida plena.

Trata-se de um caminho que implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de nós próprios, com o amor até às últimas conseqüências.

Graças a Deus que nós temos um Pai paciente, compreensivo e amoroso, que compreende os nossos medos, lutas e fraquezas. 

Ele está sempre pronto a estender-nos a mão, a perdoar e a aceitar-nos na Sua Igreja. Não porque nós mereçamos ou estejamos aptos, mas porque Ele é AMOR.

Quando vacilarmos, choremos e arrependamo-nos dos nossos pecados, orando : - "ajuda, Senhor, a minha falta de fé" (Mc 9:24).

No entanto, e sabendo nós da compreensão e amor do nosso Mestre e Senhor, temos que olhar firmemente para a Obra, segurar firmemente a rabiça do arado e  integrar-nos no trabalho de Deus.

Não podemos desculpar toda a sorte de cobardia de certos cristãos formais, pois a vitória só nos advém por segurarmos firmemente o arado e olhar para Jesus, Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12,2).

Não voltar para trás  para a corrida dos covardes, dos medrosos e dos derrotados, dos medíocres, antes mesmo da partida.

Jesus é exigente: quem está com a mão no arado não deve olhar para trás, mas seguir em frente em resposta ao chamado para a missão.

Reflexão Apostólica:

Quantas vezes nos pegamos dizendo: “Senhor serei fiel, atendei meu pedido” ou “vamos rezar para que Deus possa abençoar nosso encontro”? Repare que nessa segunda frase existe uma verdade e um medo. Verdade: Precisamos que Deus a nos ungir, que abençoe o local, a situação, que vá a nossa frente (…); mas revela um medo implícito. Dá para entender?

Se realmente temos fé falaríamos: “esse encontro (reunião, grupo, família) é Dele e por Ele será abençoado”. De forma alguma estaríamos mandando em Deus, mas declarando a autoridade Dele sobre a situação.

Talvez seja o sentimento (ou a falta dele) de “grau de parentesco” que nos impeça de acreditar. Somos seus filhos e como filhos Ele nos concede a autoridade de expulsar o mal, mas se não creio nisso, não consigo acreditar; não consigo ter fé.

A fé é a primeira condição para as coisas acontecerem, mas o tempo é segunda. A fé precisa resistir ao tempo, mas a modernidade tem interferido em nossa vocação de esperar.

Aprendemos aos poucos a querer tudo para hoje, mais tardar, amanhã; aprendemos aos poucos a por condições para servir, para ajudar, para se entregar

Existem pessoas que tem a boa vontade em servir mais ainda carregam seus mortos. Pecados, erros e faltas do passado, que já foram mortos, ainda são carregados.

Isso é tão nítido nas pessoas que mesmo conhecendo a Deus ainda são amargas, ranzinzas, briguentas, fofoqueiras e às vezes colocam esses “cadáveres” como condição de continuar o serviço: “Amo a Deus, mas vocês tem que gostar do jeito que eu sou”. Coisa nenhuma! Ninguém merece receber nossas pedradas por não termos ainda conseguido amadurecer na fé.

A vida é um bem comum a todos, o caminho também. Ele é repleto de flores e pedras, mas o nosso livre arbítrio é que decide o que levaremos por esse caminho. As flores e as pedras ficam no caminho, pois fazem parte do caminho de nossa aprendizagem, mas só a levamos conosco se quisermos.

Irmãos difíceis carregam sacolas cheias de pedras, de passados, de medos, de preceitos, de paradigmas (…) e todas as vezes que são chamados a seguir uma vida melhor, não conseguem abandonar o peso que acostumou a carregar durante anos, até mesmo décadas. Sacolas ou mochilas cheias de pedras me fazem lembrar que Jesus um dia disse: (…) Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento” (Mt 10, 9-10).

Talvez, para exercermos melhor nosso ministério de serviço e em nossas funções no trabalho, na escola, na família, (…) seja imprescindível que não carreguemos o passado nas costas. É preciso dar um basta naqueles que dizem que o passado é nossa cruz e que precisamos carregá-lo.

O passado não é nossa cruz, pois como Cristo, ela (cruz) também nos libertou. A cruz que realmente carregamos são as escolhas e promessas que fazemos hoje e serão difíceis de se cumprir se além do peso da cruz tenhamos que carregar as pedras.

Anunciaremos o reino de Deus em nossa vida e na dos que nos cercam quando:

1) Tomamos conhecimento que somos filhos e não escravos;
2) Abandonamos as pedras e mesmo nos tropeços conseguirmos ver as flores;
3) Acreditamos, como padre Fábio de Melo canta:
Que Deus me ama e não estou só, que Deus cuida de mim.
Acreditemos! Deus acabou de curar algo dentro de nós hoje!
Quando formos decidir algo em nossas vidas e na vida dos nossos, sejamos convictos (as), custe o que custar.
      Propósito:
Pai, torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.

Evangelho 01 de outubro

01 - Reze, reze muito. Estes dias são de recolhimento: preparemo-nos em silêncio, esperando o sinal de Deus. (L 25). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,57-62

"Quando Jesus e os discípulos iam pelo caminho, um homem disse a Jesus:
- Eu estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar onde o senhor for.
Então Jesus disse:
- As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.
Aí ele disse para outro homem:
- Venha comigo.
Mas ele respondeu:
- Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.
Jesus disse:
- Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
Outro homem disse:
- Eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família.
Jesus respondeu:
- Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.
"  

Meditação:

Em Mateus, na passagem paralela a esta, Jesus e os discípulos preparavam-se para atravessar o mar em direção a Gadara.
A caminhada que Jesus aqui inicia com os discípulos é mais teológica do que geográfica. Lucas não tem a pretensão de nos descrever os lugares por onde Jesus vai passar até chegar a Jerusalém.

Seu objetivo é apresentar um itinerário espiritual, ao longo do qual Jesus vai mostrando aos discípulos os valores do Reino e os vai presenteando com a plenitude da revelação de Deus.

É o caminho que terá o seu fim na Paixão Morte e Ressurreição do Mestre. Portanto, trata-se do caminho no qual se vai irromper a salvação definitiva. Como discípulos, somos exortados a seguir este caminho, para nos identificarmos plenamente com Jesus.

Este caminho é penoso e exigente. Alias como se costuma dizer: a rapadura é mole, mas não é mole não!
Lucas apresenta – através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos – algumas das condições para percorrer, com Jesus, esse caminho que leva a Jerusalém, isto é, que leva ao acontecer pleno da salvação.
O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material: As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.

O segundo diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância, impedem uma resposta imediata e radical ao Reino: Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se de tudo, para fazer do Reino a sua prioridade fundamental: nada – nem a própria família – deve adiar e demorar o compromisso com o Reino: Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.

Não podemos ver estas exigências como normativas: noutras circunstâncias, Ele mandou cuidar dos pais ( Mt 15,3-9); e os discípulos – nomeadamente Pedro – fizeram-se acompanhar das esposas durante as viagens missionárias ( 1 Cor 9,5)

… O que estes ensinamentos pretendem dizer é que o discípulo é convidado a eliminar da sua vida tudo aquilo que possa ser um obstáculo no seu testemunho quotidiano do Reino.

Por isso, a nós discípulos de Jesus é proposto que o sigamos no caminho de Jerusalém. Pois é por ele que chegaremos à salvação, à vida plena.

Trata-se de um caminho que implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de nós próprios, com o amor até às últimas conseqüências.

Graças a Deus que nós temos um Pai paciente, compreensivo e amoroso, que compreende os nossos medos, lutas e fraquezas. 

Ele está sempre pronto a estender-nos a mão, a perdoar e a aceitar-nos na Sua Igreja. Não porque nós mereçamos ou estejamos aptos, mas porque Ele é AMOR.

Quando vacilarmos, choremos e arrependamo-nos dos nossos pecados, orando : - "ajuda, Senhor, a minha falta de fé" (Mc 9:24).

No entanto, e sabendo nós da compreensão e amor do nosso Mestre e Senhor, temos que olhar firmemente para a Obra, segurar firmemente a rabiça do arado e  integrar-nos no trabalho de Deus.

Não podemos desculpar toda a sorte de cobardia de certos cristãos formais, pois a vitória só nos advém por segurarmos firmemente o arado e olhar para Jesus, Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12,2).

Não voltar para trás  para a corrida dos covardes, dos medrosos e dos derrotados, dos medíocres, antes mesmo da partida.

Jesus é exigente: quem está com a mão no arado não deve olhar para trás, mas seguir em frente em resposta ao chamado para a missão.

Reflexão Apostólica:

Quantas vezes nos pegamos dizendo: “Senhor serei fiel, atendei meu pedido” ou “vamos rezar para que Deus possa abençoar nosso encontro”? Repare que nessa segunda frase existe uma verdade e um medo. Verdade: Precisamos que Deus a nos ungir, que abençoe o local, a situação, que vá a nossa frente (…); mas revela um medo implícito. Dá para entender?

Se realmente temos fé falaríamos: “esse encontro (reunião, grupo, família) é Dele e por Ele será abençoado”. De forma alguma estaríamos mandando em Deus, mas declarando a autoridade Dele sobre a situação.

Talvez seja o sentimento (ou a falta dele) de “grau de parentesco” que nos impeça de acreditar. Somos seus filhos e como filhos Ele nos concede a autoridade de expulsar o mal, mas se não creio nisso, não consigo acreditar; não consigo ter fé.

A fé é a primeira condição para as coisas acontecerem, mas o tempo é segunda. A fé precisa resistir ao tempo, mas a modernidade tem interferido em nossa vocação de esperar.

Aprendemos aos poucos a querer tudo para hoje, mais tardar, amanhã; aprendemos aos poucos a por condições para servir, para ajudar, para se entregar

Existem pessoas que tem a boa vontade em servir mais ainda carregam seus mortos. Pecados, erros e faltas do passado, que já foram mortos, ainda são carregados.

Isso é tão nítido nas pessoas que mesmo conhecendo a Deus ainda são amargas, ranzinzas, briguentas, fofoqueiras e às vezes colocam esses “cadáveres” como condição de continuar o serviço: “Amo a Deus, mas vocês tem que gostar do jeito que eu sou”. Coisa nenhuma! Ninguém merece receber nossas pedradas por não termos ainda conseguido amadurecer na fé.

A vida é um bem comum a todos, o caminho também. Ele é repleto de flores e pedras, mas o nosso livre arbítrio é que decide o que levaremos por esse caminho. As flores e as pedras ficam no caminho, pois fazem parte do caminho de nossa aprendizagem, mas só a levamos conosco se quisermos.

Irmãos difíceis carregam sacolas cheias de pedras, de passados, de medos, de preceitos, de paradigmas (…) e todas as vezes que são chamados a seguir uma vida melhor, não conseguem abandonar o peso que acostumou a carregar durante anos, até mesmo décadas. Sacolas ou mochilas cheias de pedras me fazem lembrar que Jesus um dia disse: (…) Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento” (Mt 10, 9-10).

Talvez, para exercermos melhor nosso ministério de serviço e em nossas funções no trabalho, na escola, na família, (…) seja imprescindível que não carreguemos o passado nas costas. É preciso dar um basta naqueles que dizem que o passado é nossa cruz e que precisamos carregá-lo.

O passado não é nossa cruz, pois como Cristo, ela (cruz) também nos libertou. A cruz que realmente carregamos são as escolhas e promessas que fazemos hoje e serão difíceis de se cumprir se além do peso da cruz tenhamos que carregar as pedras.

Anunciaremos o reino de Deus em nossa vida e na dos que nos cercam quando:

1) Tomamos conhecimento que somos filhos e não escravos;
2) Abandonamos as pedras e mesmo nos tropeços conseguirmos ver as flores;
3) Acreditamos, como padre Fábio de Melo canta:
Que Deus me ama e não estou só, que Deus cuida de mim.
Acreditemos! Deus acabou de curar algo dentro de nós hoje!
Quando formos decidir algo em nossas vidas e na vida dos nossos, sejamos convictos (as), custe o que custar.
      Propósito:
Pai, torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Evangelho terça feira 30 setembro - S. Jeronimo

30 - Tudo sempre para a maior glória de Deus Nosso Senhor. (L 18). São Jose Marello

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,51-56

"Como estava chegando o tempo de Jesus ir para o céu, ele resolveu ir para Jerusalém. Então mandou que alguns mensageiros fossem na frente. No caminho eles entraram em um povoado da região de Samaria a fim de prepararem um lugar para ele. Mas os moradores dali não quiseram receber Jesus porque viram que ele estava indo para Jerusalém. Quando os seus discípulos Tiago e João viram isso, disseram:
- O senhor quer que a gente mande descer fogo do céu para acabar com estas pessoas?
Porém Jesus, virando-se para eles, os repreendeu. Então ele e os seus discípulos foram para outro povoado.
"
 

Meditação:

Lucas menciona o "tempo para ser elevado ao céu", preparando sua narrativa da ascensão em At 1,11, exclusiva de sua obra Evangelho-Atos.
É característica de Lucas, como acontece também com o evangelho de João, destacar a valorização dos samaritanos por Jesus.
Assim temos as narrativas do "bom samaritano" (Lc 10,30-37) e do leproso samaritano curado que volta para agradecer a Jesus (Lc 17,11-19).

Jesus caminhava para Jerusalém com seus discípulos quando, chegando a Samaria, procuraram um lugar para pernoitarem. Aquele povo de Samaria não se dava com o povo Judeu e, como Jesus era judeu, não o quiseram acolher.
Os discípulos Tiago e João, ficaram furiosos e disseram a Jesus :- “Mestre, quer que peçamos que caia fogo do céu sobre este lugar? Jesus os repreende e achou melhor continuarem a caminhada. Qual a mensagem que poderemos tirar de tal acontecimento na vida de Jesus ?
1º - Ninguém é obrigado a aceitar Jesus  em sua vida. Geralmente, as pessoas que não o aceitam têm motivos suficientes para assim agirem. Por exemplo:- Apego às coisas materiais e ao dinheiro. Gostar de levar vida egoística pensando só em si próprio, em sempre levar vantagens, mesmo que venham a prejudicar os outros.

O importante é que quando alguém não aceita a Jesus, é porque terá que fazer opção de vida correta e verdadeira. Jesus disse certa vez:- “Não poderás amar a dois senhores, ou Deus ou o dinheiro”. Não poderás ascender uma vela para Deus e outra para o diabo”.  
Quando as pessoas se inteiram destas condições exigidas para aqueles que quiserem O aceitar, desistem, estão tão envolvidos, tão afundados em tudo o que não podem, que preferem continuar escravos das coisas do mundo que lhes trazem satisfações  e alegrias falsas e passageiras.

2º - Mesmo assim, Ele dá oportunidade a todos, principalmente , aos que não O aceitam. Ele disse, também, um dia :- “Quem de vocês, se tem 100 ovelhas e, ao trazê-las do campo, percebe que está faltando uma, não guarda as 99 em lugar seguro e não vai atrás  da que se perdeu? E, quando a encontra, não fica alegre, colocando-a nos ombros e volta alegre e feliz para casa? Disse também :- “Eu não vim para os que estão sãos mas, para aqueles que estão doentes. “ O amor de Jesus é infinito, mas também é justo”. Não obriga, não castiga, não amedronta ninguém, para forçar a se salvar seguindo os seus ensinamentos.

A própria vida nos coloca em situações, que às vezes não nos resta outra alternativa, senão aceitar a mão Salvadora do Cristo, que morreu por toda a humanidade, que o Criador não  queria que se perdesse. Só que...Nunca se deve esquecer de duas coisas fundamentais: a) Que somos finitos. b) Que somos falíveis e mortais.

Um dia, que ninguém sabe, nem espera, só Deus, morreremos sem sermos avisados e, mesmo que alguém perceba, já moribundo querendo lutar para ficar e, se não acertou o ritmo da sua vida com o ritmo dos conselhos deixados por Jesus, será tarde.
Mesmo sabendo que o amor infinito de Deus, até na última hora poderá  nos salvar;  mas ... se não aprendemos  nem a gostar, como iremos demonstrar naquele momento, que O amamos, naquele momento derradeiro? É para se pensar muito ...
3º ) Só quando aceitamos a Jesus como nosso único salvador; como o Messias; como o Prometido; como o  Filho de Deus feito Homem; só para que pudéssemos, convivendo com Ele, conhecê-lo e acreditarmos na realidade que o Deus Pai nos queria mostrar, para que nos salvássemos.
Deus materializou o seu grande Amor em seu filho Jesus, que descendo à Terra, vivendo como nós, com as mesmas necessidades físicas  biológicas e psicológicas, sem se corromper, apesar das tentações a que foi submetido.  
Nasceu, viveu, morreu e ressuscitou em um curto espaço de tempo, mas o suficiente para  ficar para sempre no mundo, na presença da terceira pessoa da Santíssima Trindade: o Espírito Santo.
Desde há dois mil anos atrás, quando não existiam os órgãos de divulgação que existem hoje, nem telefone, nem jornais, nem rádio, nem cinema, nem tv, nem computador.

Contudo, existiram os ARAUTOS DA PALAVRA DE DEUS, os Apóstolos que a tudo presenciaram e pregaram por toda a parte, como testemunhas fidedignas das verdades pregadas por Jesus e, morreram das formas mais cruéis, como só os Santos morrem; porque é a sublimação da sua missão.

E, hoje, ainda encontramos pessoas que acham difícil seguir os ensinamentos da vida, que Jesus nos deixou. Ainda não descobriram a satisfação, a alegria de render graças por tudo que continuamos recebendo, diariamente, em nossa vida.

Reflexão Apostólica:

“A história é um combate incessante entre Deus que chama e o homem que resiste. E no centro desta história se levanta a Cruz. Cruz que é o grande paradoxo da Bíblia e de toda a história humana: Deus, para salvar o mundo, escolheu esse meio de se fazer pregar numa cruz”.

O contexto nos informa que os discípulos evidenciaram uma fragilidade espiritual: primeiro, discutiram para saber quem era o maior (v. 46) – Jesus os exortou dizendo que no Reino temos de admitir o paradoxo de que o caminho para ser grande é ser pequeno; segundo, decidiram que quem não andava com eles não podia agir em nome de Jesus (v. 49) – Jesus demonstra que tinham de admitir a diversidade do Reino (v. 50).

Assim como os discípulos do passado nós também temos as nossas fragilidades = pecados. A solução para vencê-las está na cruz de Jesus: por ela ficamos livres da condenação e temos acesso à perfeição = poder contra o pecado por meio de um processo “auto-crucificação” = “auto-negação” do pecado = renúncia do pecado. Como se dá a nossa crucificação?

“Completaram-se os dias” de Jesus ser “assunto” = ser glorificado, mas antes da glorificação, Ele teria de ir para Jerusalém = ir para a cruz = ir para a morte. Se não houvesse morte não haveria glorificação (Fp 2,5-11). Em Cristo temos acesso à gloria do céu, mas antes de chegar lá precisamos passar por um caminho de morte ao pecado.

A morte de Jesus de Jesus tinha local, dia e hora marcada e Ele não foge dela: Ele manifestou “intrépida resolução de ir para Jerusalém” (v. 51) “decisivamente” (v. 53) foi para Jerusalém. Somos o povo convocado para morte (2Co 4,7-11): só vive plenamente o cristianismo quem canaliza sua vontade para o abandono do pecado.

Os “mensageiros” foram parceiros de Jesus no processo de concretização da sua crucificação. Nós hoje, igualmente, na caminhada de crucificação = luta contra o pecado, precisamos da força comunitária. A luta contra o pecado não é uma luta solitária, é uma luta solidária. Juntos venceremos com mais eficiência as forças malignas que querem nos escravizar no pecado.

Os samaritanos, que não se davam com os judeus, não deram guarida a Jesus. Ir para a cruz = ir para a morte do pecado = ir para a santificação será sempre uma guerra de muitas batalhas que envolve o sofrimento (2Tm 3,10-12).
Os discípulos evidenciaram de novo sua fragilidade (v. 54). Jesus a denunciou (v. 55) e revelou, uma vez mais, que sua missão não era destruir mas construir a salvação (v. 56). Na medida que passamos pela crucificação = combate incessante ao pecado = santificação, Jesus nos usará cada vez mais para cumprirmos a missão de proclamar a salvação que Ele promoveu na cruz de Jerusalém.

Se você não creu em Cristo, precisa “ir a Jerusalém” crendo nele como seu Salvador. Se você já creu, precisa “ a Jerusalém” com Ele num processo contínuo e determinado de negação do pecado. Quais são os pecados mais comuns da sua vida? Qual tem sido a sua decisão de enfrentá-los? O que você fará agora em decorrência desta reflexão? Que propósito específico você tomará agora? 


Propósito:

Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.

domingo, 28 de setembro de 2014

Evangelho segunda feira 29 de setembro - Arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael

29 - Quanto mais alguém trabalha sem pendor natural e guiado tão somente pela fé tanto melhor consegue enganar o demônio. (L 87). São Jose Marello

João 1,47-51

"Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele:
- Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
Então Natanael perguntou a Jesus:
- De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
- Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira.
Então Natanael exclamou:
- Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
Jesus respondeu:
- Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
"
 

Meditação:

Os encontros pessoais de Jesus com pessoas particulares, como o caso de Natanael, chamam a atenção por vários motivos e, portanto, ajudam-nos a reforçar a idéia central que Jesus desenvolve: a formação de seus discípulos para o Reino.

A presença de Natanael diante Jesus traz como resultado um grande elogio por parte do Mestre: "Ai está um israelita de verdade, sem falsidade".

João apresenta esta passagem evangélica em forma de diálogo direto. Jesus fala para Natanael e para todos os que vieram ouvi-lo.

A confiança de Jesus no discípulo e a profissão de fé do discípulo em Jesus são como duas faces da mesma moeda. Jesus propõe este novo dinamismo antes de ingressar na cidade onde dará a vida

Natanael é um homem bom, crente, sincero, mas reflete, em sua atitude todos, os preconceitos de sua época. Como tantos de seus contemporâneos, considera que nada de bom poderia vir da periferia, de Nazaré.

Isto é assim porque Natanael é um personagem representativo das pessoas pragmáticas, que consideram ingenuamente que tudo que é bom provém dos centros do poder, da riqueza e do prestigio.Mas o certo é que em toda a história da humanidade, as mudanças vêm de baixo, da periferia.

Natanael não espera um humilde profeta camponês, como Jesus parecia a seus contemporâneos, espera sim um herói rodeado de todas as garantias políticas, econômicas e acadêmicas que asseguraria o êxito de sua gestão.

Jesus derruba todas as pretensões de Natanael ao demonstrar que, mesmo tendo intenção sincera, seu olhar está orientado para o lugar equivocado. A "figueira" representa todos os personagens que com fé sincera se entregam ao senhor, mas cujo pessimismo impede de ver a esperança de Deus que germina na periferia e na pobreza

Aí temos um alerta de Jesus, mais que confessar sua fé em Cristo, ele, Natanael, seria testemunha de algo muito maior, ele veria a conseqüência de Jesus ser o que Natanael havia confessado :Filho de Deus e Rei de Israel.

Muito mais pela manifestação da glória de Deus do que pela mera "adivinhação" de onde Jesus o conhecera.

Jesus quis ensinar ao apóstolo que o destino do Filho de Deus , do Messias, era ser glorificado pelo Pai, no céu aberto e não no Reino de Israel, meramente humano.

Jesus interpela Natanael que se admirara do fato de ter Ele falado coisas sobre a sua vida e que o conhecesse sem nunca tê-lo visto antes.
Jesus deu a entender a ele que o fato de conhecê-lo era o mínimo diante do que iria acontecer na sua vida se ele aceitasse o chamado para ser Seu discípulo, e disse: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." 

Os "anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem" é uma alusão ao sonho de Jacó (Gn 28,12). Agora exprime a presença de Deus entre os humanos, na pessoa de Jesus.

Os anjos, como emissários ou representantes de Deus, integram as tradições persas e mesopotâmicas que foram assimiladas no Antigo Testamento. São, ainda hoje, fonte de devoções no cristianismo e em religiões exotéricas.

Jesus abriu o céu para nós, e hoje, a cada momento em que nos recolhemos para orar, o céu se abre e os anjos do Senhor nos auxiliam levando as nossas preces que chegam a Deus como um perfume de aroma agradável.

Se, de coração contrito, fizermos a experiência, nós perceberemos que durante os nossos momentos de louvor e oração, o céu do nosso coração se abre e nele se fazem presente os anjos que nos trazem a paz de Jesus, o Filho de Deus. Jesus veio revelar ao mundo o amor do Pai e a sua presença no meio de nós.

A cada um que Ele chamou deu provas do Seu poder e da Sua sabedoria. E prometeu coisas maiores do que as que Ele fazia.

As suas promessas são também para nós, hoje. Ele nos chamou para viver o reino dos céus, aqui, e promete a manifestação da Sua glória em cada momento, de acordo com a Fé que tenhamos na Sua palavra.
Reflexão Apostólica:

Em agosto já refletimos sobre esta passagem bíblica, aliás, naquele dia a leitura ia do versículo 45 ao 51. Portanto, a reflexão de hoje será uma continuação da que começamos naquela ocasião

Neste texto, o verbo "ver" foi citado 5 vezes! Mas nem sempre o "ver" daqui é sinônimo de "olhar". Jesus viu Natanael chegar e disse que ali vinha um "verdadeiro israelita, um homem realmente sincero".

Em seguida é que vem uma parte interessante... Natanael pergunta: "De onde o senhor me conhece?" E a resposta de Jesus é, no mínimo, intrigante. Preste atenção: "Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira." Jesus respondeu a pergunta de Natanael? Aparentemente, não. Mas a resposta de Jesus, para Natanael, foi tão perfeita, que na mesma hora ele reconheceu "Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!". A pergunta que não quer calar: O QUE NATANAEL ESTAVA FAZENDO EMBAIXO DESSA FIGUEIRA?

A psicologia diz que todos nós, na maioria das vezes quando estamos diante de alguém, representamos. E isso acontece até com os bebês.

Quando percebemos que estamos sendo observados, não agimos da mesma forma que quando não estamos sendo observados e é no momento em que não estamos sendo observados que nós realmente deixamos vir à tona o nosso íntimo... aquilo que está no nosso CORAÇÃO e que somente nós conhecemos. E você só pode dizer que conhece uma pessoa, de verdade, se você conhecer o CORAÇÃO dela.

Nós nunca saberemos exatamente o que Natanael estava fazendo embaixo daquela figueira. Naquele momento, Natanael não imaginava que estava sendo observado. Mas Jesus observou atentamente e tirou uma conclusão desta sua observação: "Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.". Jesus era DISCRETO, não disse o que Natanael estava fazendo naquele seu momento pessoal.

Sócrates dizia: "Conhece-te a ti mesmo." Quer saber quem você é? Observe que direção seus pensamentos tomam, quando você está completamente sozinho...

Não se preocupe, ainda não inventaram um jeito de ver seus pensamentos. É quando você se despreocupa de passar qualquer imagem, que você mostra realmente o que tem no seu coração.

Quem consegue captar esses momentos (como Jesus captou o de Natanael) tem um dom especial: conhecer o íntimo de uma pessoa, às vezes até melhor do que a própria pessoa.

Não gostou do caminho que os seus pensamentos seguem quando você deixa eles voarem por eles mesmos? Eles vão para o pecado, para a depressão, para lugar nenhum?...

Não se preocupe, isso tem uma solução. O nosso inconsciente é burro. Não consegue diferenciar o entre o certo e o errado. Nós temos que alimentá-lo, conscientemente, com coisas boas.

Escute uma música bonita, leia algo prazeroso, converse com alguém alegre, viaje, aprenda algo novo, assista um bom filme...

O seu inconsciente vai ficar repetindo isso ao seu coração... e quando Jesus te ver no teu quarto, sozinho, e disser que te viu, você saberá que Ele te conhece, verdadeiramente.

Você já pensou que Jesus, neste momento, lhe vê e conhece tudo sobre você? O que você acha que poderá estar escondendo dele? Você imagina a presença dos anjos quando você ora? Faça dos anjos seus intercessores e perceba como a sua oração terá um sentido mais pleno. 
  
Propósito:
Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.

 ORAÇÃO DOS ARCANJOS

Arcanjo Gabriel, Portador das boas novas, das mudanças, da sabedoria e da inteligência.

 Arcanjo da Anunciação, trazei a Palavra de Deus e que Ela permaneça em meu pensar e agir.
Fazei com que eu também seja um mensageiro, dos preceitos do Senhor por palavras de bondade e solidariedade.

Arcanjo da Anunciação, vinde em meu auxílio.

Arcanjo Rafael, Guardião da saúde e da cura. Peço que vossos raios curativos desçam sobre mim, dando-me saúde e cura dos males do corpo e da alma.
Guardai meu corpo e minha mente, livrando-me de todas as doenças.

Que vosso raio curativo esteja em meu lar, meus filhos e familiares e no trabalho que executo com as pessoas com quem convivo diariamente.
Arcanjo Rafael, transformai a minha alma e o meu ser, para que eu possa sempre refletir a vossa Luz.
Arcanjo Rafael, curai nossas enfermidades.
Arcanjo Miguel, Príncipe Guardião e Guerreiro defendei-me com vossa espada e protegei-me com vosso escudo. Não permita que o mal me atinja.

Protegei-me contra assaltos, roubos, acidentes, contra quaisquer atos de violência.
Livrai-me de pessoas negativas e invejosas.

Levante o vosso escudo de proteção em meu lar e sobre minha família, parentes e amigos.
Guardai meu trabalho, meus negócios e meus bens.

Arcanjo Miguel, trazei a paz e a libertação.
Arcanjo Miguel, defendei-me no combate.


sábado, 27 de setembro de 2014

Evangelho 26º DOMINGO COMUM - 28 SETEMBRO

28 Sede extraordinários nas coisas ordinárias. (M 9/94/17; cfr. S 268).

Mateus 21,28-32

""Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: 'Filho, vai trabalhar hoje na vinha!' O filho respondeu: 'Não quero'. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu:' Sim, senhor, eu vou'. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?" Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: "O primeiro." Então Jesus lhes disse: "Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele. " 

Meditação:

As parábolas são uma forma literária à qual se recorre para tornar compreensível uma realidade que se deseja revelar. Nos evangelhos encontramos quarenta e quatro parábolas.

Dentre elas, temos várias que são encontradas nos três evangelhos sinóticos. Outras são próprias de um ou de outro evangelista. Assim temos duas parábolas que são exclusivas de Marcos, nove exclusivas de Mateus, dezoito exclusivas de Lucas, e duas exclusivas de João.

A parábola dos dois filhos só se encontra no Evangelho de Mateus. Esse dado é importante, pois o evangelista tirou lá do fundo do baú (13,52) coisas antigas, mas também coisas “novas”, a fim de dar ao seu escrito uma dimensão especial.

As parábolas exclusivas de Mateus são as coisas novas que ele reservou para o momento certo, querendo com isso sublinhar a idéia básica que percorre todo o evangelho.

Essa idéia básica é o tema da justiça do Reino, como já tivemos oportunidade de ver nos comentários ao evangelho dos domingos anteriores.

A parábola que hoje Jesus nos propõe, denuncia igualmente a falsa consciência religiosa. A vinha é a realidade do mundo, na qual o trabalho é árduo e urgente. A essa vinha, o Pai envia seus filhos. A resposta dos dois é ambígua. Contudo, somente o compromisso do que inicialmente se havia negado ao trabalho nos permite descobrir quem agiu coerentemente.
Deste modo Jesus denuncia aqueles dirigentes e todo o povo que publicamente se compromete a servir ao Senhor, nas que é incapaz de agir de acordo com suas palavras. Atitude que contrasta com aqueles que, embora pareçam se negar ao serviço, terminam dando o melhor de si na transformação da vinha.

Esta parábola expõe um dilema que põe à descoberto a práxis de seus ouvintes e que, lida à luz dos acontecimentos da época de Jesus, nos mostra como os que eram considerados pecadores pelo aparato religioso eram, na realidade, os únicos atentos à voz do profeta.

A conversão não é um assunto de solenes proclamações ou de prolongados exercícios piedosos, mas um chamado inadiável à justiça e ao discernimento.
As palavras de Jesus feriam a sensibilidade religiosa de seus contemporâneos que se consideravam autênticos seguidores de Javé e inigualáveis homens de fé, porque colocava diante deles o testemunho daquelas pessoas que eram consideradas uma classe de pecadores: as prostitutas e os publicanos.

Prostitutas e publicanos não somente eram profissionais terrivelmente desprezados, mas aqueles que as exerciam eram considerados pessoas asquerosas e inadmissíveis entre a gente de bem.
Jesus ridiculariza todas essas avaliações lançadas dos pedestais do sistema religioso e mostra, com os fatos, que nem sequer a presença de um profeta tão grande como João Batista é capaz de transformar as consciências calejadas e estéreis daqueles que se consideravam salvos unicamente pelo alto cargo que ocupavam no aparato religioso.

Mais além de uma interpretação limitada ao contexto judeu da época de Jesus, esta sua palavra pode e deve elevar-se à categoria universal e ao princípio teórico: o da primazia do fazer sobre o dizer, da prática sobre a teoria.

Um irmão disse que sim, muito disposto, mas seus atos desmentiram suas palavras: sua palavra verdadeira, sua palavra prática, foi um não.
O outro irmão pareceu estar desde o princípio fora do caminho da salvação, por suas palavras negativas e inaceitáveis; mas deixando de lado suas palavras, e ainda sem substituí-las por outras mais adequadas, aceitáveis, ele de fato foi à vinha, “fez” a vontade do Pai. Dizer/fazer, teoria/prática: o Evangelho deve ser propagado sem vacilações diante destas disjuntivas.
Por isso, cabe aqui esta bela oração do Beato Tiago Alberione:

 
"Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém."

Reflexão Apostólica: 

Quantos de nós não o vivemos na própria pele? Quantas vezes, mesmos repletos de razão e motivos para não fazer ou ajudar, mudamos de opinião, engolimos nossos “sapos” e com eles o orgulho, e por fim ao ver tudo realizado, fomos tomados de satisfação e ALEGRIA?

Muitos se sentem incomodados com a nossa disposição. São pessoas que aos poucos foram deixando apagar a chama da alegria em seus corações e não conseguindo motivos ou razões para vislumbrar, passam, às vezes inconscientemente, a enxergar como tolice aquele (a) que consegue vencer a vontade de estagnar-se e se move. Não sei bem se é um bom exemplo, mas como imaginou o criador do nome Rolling Stones, que “pedra que rola, não cria limo”.

Se “rolo” não deixo essa maldade “grudar” no meu dia-a-dia. Se mesmo querendo dizer não, analiso os que serão afetados pela minha decisão, e movido pelo amor ao inocente, troco de conduta. Posso dizer que estou a um passo da maturidade espiritual quando opto pelo bem maior.

Quando dizemos “amor ao inocente” referimo-nos, em especial, a nossa vida em comunidade.

A missa de domingo na comunidade que participamos tem cerca de 100 a 200 pessoas, sendo assim, cerca de 300 pares de olhos que vêem nosso trabalho, nosso empenho, que nos ouvem e estranhamente nunca nos magoaram ou criticaram nosso trabalho.
Às vezes, quando nos recusamos a fazer algo por “orgulho ferido” acabamos prejudicando a quem não tem culpa. Sabemos sim, que existem muitas coisas nos magoam ao ponto de não querer mais, mas dizer “não” hoje e depois voltar atrás e dizer “sim”, nos dá uma tremenda paz.

Há outra expressão forte no evangelho de hoje “(…) Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.”.
Só ela já daria muitas laudas de texto e reflexão, mas deixamos uma mensagem importante: Todos temos erros e como diria um padre amigo nosso: “santo é aquele que cai 1000 vezes e se levanta 1001 vez”.

Temos muitos erros oriundos do julgamento, principalmente dos feitos de forma aleatória e precipitada.

Milhões almejaram a santidade, poucos tiveram o reconhecimento humano dela, mas, uma parcela ainda maior que apenas poucos, tiveram o reconhecimento aos olhos de Deus.
A santidade é um projeto de vida, galgado a cada dia. Ela não pode ser usada por nós como separação ou seleção de pessoas, pois isso cabe somente a Deus.

Sendo assim, não podemos nos gabar por sermos dessa ou daquela pastoral ou movimento ou identidade, ser santo ou não, se como os apóstolos, na hora que Jesus mais precisa de nós, damos as costas, não o ajudamos, o abandonamos.
Nossa alegria vem do Senhor! Ele se faz precisar de nós!

Propósito:
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta a teu apelo não seja pura formalidade.


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Evangelho sábado 27 setembro - S. Vicente de Paulo

27- Cuidemos de santificar as pequenas coisas: um pequenino ato de paciência ou de caridade, acompanhado de reta intenção, adquire valor imenso aos olhos de Deus. (S232). São Jose Marello
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,43b-46

"Todos estavam admirados com o que Jesus fazia, e ele disse aos discípulos:
- Não esqueçam o que vou dizer a vocês: o Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens.
Mas eles não entenderam isso, pois o que essas palavras queriam dizer tinha sido escondido deles para que não as entendessem. E eles estavam com medo de fazer perguntas a Jesus sobre o assunto.
"
 

Meditação:

Os três evangelistas sinóticos registram três "anúncios da paixão". São as falas de Jesus aos discípulos, enquanto caminhavam para Jerusalém, prevenindo-os sobre a previsível e fatal perseguição que sofreria nesta cidade.

Seguindo a leitura continuada de Lucas, encontramos dois fios condutores em aparente contradição. Por uma parte, as palavras e as obras de Jesus, ou seja, sua práxis, desperta grande admiração em alguns e profunda inquietação em outros, sobretudo em seus adversários.

Em segundo lugar, Jesus responde a esta admiração do povo com o anúncio de sua paixão. Duas posições opostas, pois se todo mundo o admira, então como é possível que vá padecer e morrer na cruz?

Certamente, a qualquer um de nós confundem estas situações opostas. Os discípulos não conseguem ligar a fama que Jesus está adquirindo com o anúncio de seu destino sofredor.

É que seguir um mestre assim torna-se cômodo e atrativo. Mas seguir um mestre que carregue a cruz até morrer nela como sinal do autêntico messianismo, torna-se pouco atraente e, pelo contrário, provoca confusão e rejeição.

Isso não acontece somente aos discípulos, mas a qualquer um de nós, pois é muito cômodo dizer que se segue a Jesus sem assumir sua cruz, mas quando se entende o que significa o seguimento, então se pensa duas vezes no fato. Estamos dispostos a seguir Jesus até a cruz?

Diante de tanta gente que procurava Jesus por causa das coisas que Ele fazia e das palavras que saíam de sua boca, Ele adverte aos seus discípulos que não ficassem com os olhos e as mentes na admiração e não se deixassem levar pela correnteza do povo que a Ele fluía.

Aquele que o povo procura ver, o homem que faz milagres, que alimenta o povo como que por “mágica” e não o Filho do Homem, o Filho do dono de tudo quanto existe, mas que para salvar os homens seus irmãos, deveria morrer numa cruz.

Cristo insiste em anunciar a Sua Paixão e Morte. Primeiro veladamente à multidão, e depois com mais clareza aos discípulos no Evangelho de hoje. Estes, porém, não entendem as Suas palavras, não porque não sejam claras, mas pela falta das disposições adequadas, pela falta de fé.

Talvez você também fique chocado: como é possível o Filho do dono da vida morrer? Se isso tiver de acontecer contigo é sinal de que ainda não chegou para ti o entendimento pleno do mistério do sofrimento, o significado da cruz. E então deves escutar o comentário de São João Crisóstomo: “Ninguém se escandalize ao contemplar uns Apóstolos tão imperfeitos, porque ainda não tinha chegado a Cruz nem tinha sido dado o Espírito Santo.”

Os discípulos tinham uma admiração e carinho extraordinários por Jesus. Percebendo isso, Jesus avisou-os: O Filho do Homem será entregue aos homens. Para nós, que sabemos o que Jesus passou da Quinta-feira Santa até a Crucificação, essa frase de Jesus é muito clara, mas o que tem de mais interessante no Evangelho de hoje é fazer o exercício de se colocar no lugar dos discípulos, e tentar entender o que se passava em seus corações e mentes.

O Evangelho de Lucas diz que os discípulos não alcançaram o sentido, e tinham medo de perguntá-lo a respeito. Eles não alcançaram o sentido porque não se passava em suas cabeças que Jesus poderia ser entregue à morte! E tinham medo de perguntá-lo porque sabiam que não iriam gostar do que iriam ouvir.

Os discípulos admitiram a fragilidade de não fazerem perguntas a Jesus sobre esse assunto porque tinham medo. Será que nós também não temos medo de saber sobre algum assunto desagradável?

Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus sobre o que Ele estava falando, certamente poderiam ter se preparado melhor para os acontecimentos… Se o exame tivesse sido analisado a tempo, uma vida poderia ter sido salva… Se o assunto delicado tivesse sido conversado com calma, talvez muitos aborrecimentos pudessem ter sido evitados…

É preciso que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos homens para que nós tenhamos a vida e vida em plenitude.
E quem no-lo confirma é o próprio Jesus: se o grão de trigo caído na terra não morre, permanece só. Mas se morre dá muito fruto.

A vida autêntica vai ser entregue nas mãos dos homens, para que os homens a possuam. Pois, na lógica humana, só é vivo quem tem a vida e para nós a termos é necessário que alguém a conceda. E então se justifica a entrega da vida de Jesus aos homens.

É através de sua aceitação que se rompe com a ideologia de uma sociedade que busca sua segurança na acumulação do dinheiro e no poder opressor. Colocando-se a sua segurança em Deus encontra-se a felicidade e a liberdade para a construção da justiça e da paz.

Para muitos cristãos, a proximidade da morte e entrega generosa da vida por causa de Jesus ainda causa medo e temor; mas Jesus nos anima a continuar o caminho. Se formos verdadeiros discípulos, continuaremos com o mestre até a manhã da nossa Páscoa.

No Evangelho segundo João 10,10 Jesus diz: eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Como a teríamos em plenitude se Ele não morresse na cruz?

Reflexão Apostólica:

Quanta sutileza na mensagem que o Evangelho nos traz no dia de hoje...
   
Os discípulos tinham uma admiração e carinho extraordinários por Jesus. Percebendo isso, Jesus avisou-os: "O Filho do Homem será entregue aos homens."

Para nós, que sabemos o que Jesus passou da Quinta-Feira Santa até a Crucificação, essa frase de Jesus é muito clara, mas o que tem de mais interessante no Evangelho de hoje é fazer o exercício de se colocar no lugar dos discípulos, e tentar entender o que se passava em seus corações e mentes...

O Evangelho de Lucas diz que "os discípulos não alcançaram o sentido, e tinham medo de perguntá-lo a respeito." Eles não alcançaram o sentido porque não se passava em suas cabeças que Jesus poderia ser entregue à morte! E tinham medo de perguntá-lo porque sabiam que não iriam gostar do que iriam ouvir.

Os discípulos admitiram a fragilidade de não fazerem perguntas a Jesus sobre esse assunto porque tinham medo. E nós, será que também não temos medo de saber sobre algum assunto desagradável?

Na área da saúde, existem casos de pessoas que recebem um exame e guardam. Não querem saber o resultado. Como se isso ajudasse! E muitas vezes o problema poderia ser resolvido, se fosse tratado logo!

Ou então, os problemas de relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos, irmão com irmão, namorado e namorada... que evitam falar sobre "aquele" assunto delicado, e ao invés de resolver logo o problema, vão adiando... até quando for possível.

Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus sobre o que Ele estava falando, certamente poderiam ter se preparado melhor para os acontecimentos... Se o exame tivesse sido analisado a tempo, uma vida poderia ter sido salva... Se o assunto delicado tivesse sido conversado com calma, talvez muitos aborrecimentos pudessem ter sido evitados...

Por isso, CORAGEM! Se não entendeu, PERGUNTE! Se suspeita de alguma doença, PROCURE UM MÉDICO LOGO! Se um assunto importante ficou pendente, ESCLAREÇA! Não espere para resolver de última hora, pois dificilmente você vai ter a cabeça fria, o tempo necessário para pensar no que fazer, ou as condições físicas para reagir adequadamente...

E se precisar pedir ajuda, PEÇA! Você nem imagina quantas pessoas gostariam muito de poder ser útil a você...
      
Propósito:

Senhor, dá-me a graça de entender que a vida autêntica de fé e de missão é entrega e doação plena como vós mesmos fizestes. Que eu seja um dom, uma doação para os meus irmãos e irmãs. O mistério da Cruz, que não é outro senão o mistério Pascal da salvação do mundo em Cristo morto e ressuscitado domina toda a vida de Jesus. Para os discípulos de todos os tempos, ele será sempre uma realidade misteriosa, difícil de ser acreditada. No entanto, é nele que se revela todo o mistério de Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.