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domingo, 30 de dezembro de 2018

EVANGELHO DO DIA 01 DE JANEIRO DE 2019 - ANO C - SÃO LUCAS



Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!
Maria recebeu missão de Deus e acatou pra si, concebeu através de obra do Espírito Santo. A Anunciação foi feita a 25 de março, carregou em seu seio o Filho Unigênito de Deus. Deus se fez carne por meio de Maria, Ele é o ponto de união entre o céu e a Terra. Sem Marina, o evangelho seria apenas ideologia, mas é plenitude.  Contemplar esse mistério, significa exercer em nós a confiança na Misericórdia de Deus, aceitarmos seu auxílio, abandonarmos as vaidades e seguirmos a vida de Jesus, para sermos, enfim, conduzidos à Vida Eterna.  Santa Isabel, quando recebeu a visita de Maria já coberta pelo Espírito Santo, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lc1,42).O fruto no ventre de Maria é Jesus, quem aceita Jesus, aceita a boa árvore que é a Santíssima. Quem aceita um, aceita o outro. Jesus nasceu em Belém, nos últimos anos do reinado de Herodes, o Grande. O Anjo Gabriel aparece a Maria na cidade de Nazaré, virgem e noiva de José, e anuncia que ela viria a conceber do Espírito Santo e que daria ao seu filho o nome de Jesus. Dia 01/01 é também Dia Universal da Paz, ninguém poderia, mais do que Ela, ser símbolo da paz, amor e solidariedade.

01 janeiro 2019 - SOLENIDADE DE MARIA, SANTA MÃE DE DEUS.

Com grande sabedoria, São Gregório de Nazianzo afirmou que, quem não reconhece Maria como verdadeira Mãe de Deus, não crê na Divindade, é ateu. Prostrados aos vossos pés santíssimos, ó Maria, vos proclamamos como verdadeira Mãe de Deus e, de hoje em diante, vos escolhemos como nossa Mãe celestial! (S 32). São Jose Marello
Lucas 2,16-21

"Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados. Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto. E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado. Uma semana depois, quando chegou o dia de circuncidar o menino, puseram nele o nome de Jesus. Pois o anjo tinha dado esse nome ao menino antes de ele nascer."
Meditação:

O ano litúrgico tem início com o tempo do Advento, a partir de fins de novembro, em preparação do Natal, antecipando-se ao ano civil que é aberto, hoje, 1o de janeiro, oitava do Natal, com a comemoração de Maria, Mãe de Deus. O ano não podia começar melhor.
Sei que alguns irmãos evangélicos também lêem o EVANGELHO DO DIA e, de forma, alguma essas primeiras linhas são idólatras, mas de pleno reconhecimento àquela que nos ensinou através da fé silenciosa e meditada em seu coração.

A festa de Santa Maria, Mãe de Deus, está colocada no calendário litúrgico imediatamente depois do Natal. Desta forma não corremos o risco de isolar a Maria, diminuindo sua importante missão em relação a Cristo seu Filho e com a Igreja.

As celebrações natalinas têm sido a ocasião para contemplar a proximidade e a ternura de Deus que partilha nossa condição humana e nosso caminho no tempo.

Em meio a este mistério, Maria é como o paradigma da Humanidade que se abre ao dom de Deus, a encarnação do ideal dos pobres de Javé, o modelo do discípulo “que escuta a palavra de Deus e a põe em prática”. O novo ano se abre sob o sinal da bênção divina (Nm 6,22-27) e sob o olhar amoroso da mãe de Cristo, "...nascido de mulher..." (Gl 4,4-70).

O Evangelho de hoje, constitui a parte final da narração do nascimento de Jesus no capítulo 2o. de Lucas. Depois que receberam o anúncio do anjo, os pastores se dirigiram “às pressas” (verbo: speudô) a Belém (v.16), demonstrando assim sua docilidade aos caminhos de Deus, da mesma forma como Maria havia feito antes, dirigindo-se “com pressa” (substantivo spoudé) à casa de Isabel (Lc 1,39).

Tanto a Virgem como os pastores obedecem com urgência e prontidão ao projeto divino que se realiza “hoje”, e diante do qual não é admissível nenhum atraso ou descuido. É a atitude do cristão que vive aberto aos caminhos do Senhor e é dócil às suas inspirações.

O que foi anunciado pelo anjo corresponde exatamente à realidade dos fatos (vv.15-17): os pastores “encontraram Maria, José e o Menino reclinado no presépio” (v.17). Então aqueles que antes foram destinatários da boa notícia (Lc 2,10, verbo: euaggelizomai), se transformam agora em anunciadores da mesma, e começam “a contar o que o anjo lhes havia dito deste menino” (2,17).

E todos os que escutavam os pastores, ficavam admirados” (v. 18). O povo se admira (grego: thaumazein). É a reação normal de quem experimenta a ação de Deus, como Zacarias (Lc 1,21), Maria e José (Lc 2,23), os habitantes de Nazaré (4,22; cf. 9,43; 11,14.38; 20,26; 24,12.41).

Destaca-se, no entanto, a atitude de Maria: “Maria por sua parte conservava todas essas coisas e as meditava em seu coração” (v. 19).

O verbo grego traduzido como “conservar” é syntêreô, que quer dizer literalmente: “custodiar algo precioso”, “cuidar com esmero de algo valioso”.

O outro verbo traduzido como “meditar” é o verbo grego symballô, que quer dizer literalmente: “pôr duas coisas juntas”, “unir realidades que estão separadas”, “confrontar”. Supõe uma atividade mental e uma atitude do espírito que cria síntese, que tenta encontrar uma lógica em meio de coisas ou situações aparentemente sem nexo. O verbo grego está no tempo imperfeito, o que indica uma ação repetida, contínua.

Lucas, portanto, descreve Maria como alguém que vive à escuta do Mistério e que, com profunda atitude contemplativa, lê continuamente os acontecimentos para descobrir seu sentido mais profundo. Maria é, aqui, verdadeira intérprete, hermeneuta, dos fatos acontecidos.

O evangelista faz notar com isto que a Virgem não havia entendido tudo desde o início e que somente, pouco a pouco, com o transcorrer do tempo e atenta aos fatos, vai compreendendo a lógica intrínseca dos acontecimentos e seu sentido.

Maria recorda tudo o que aconteceu em sua vida da parte de Deus e vai descobrindo os caminhos do Senhor e sua vontade pondo em relação uns fatos com outros. Esta atitude profundamente contemplativa se realiza “no coração”, sede do discernimento, do exercício intelectual, e, sobretudo da fé aberta aos desígnios de Deus. O texto conclui com a glorificação e louvor dos pastores que puderam experimentar o que Deus lhes anunciou (v. 20).

A figura de Maria, intérprete dos fatos históricos e contemplativa diante das ações de Deus, é modelo para todo crente, chamado a descobrir o mistério e a presença do Deus da vida no cotidiano e no ordinário de cada dia.

Maria, a mãe de Jesus, é mestra de vida interior, de oração e de escuta da Palavra. Ela acolheu a palavra de Deus em sua vida, deixou-a ressoar dentro de si, desde a primeira palavra do anjo até as últimas palavras de Jesus na cruz. Maria soube encontrar momentos de silêncio para adorar e meditar.

Por que Deus escolheu aquela pobre mulher de Nazaré, para concretizar seu plano de amor em relação à humanidade? Nem mesmo Maria deve ter sabido dar uma resposta definitiva a esta questão. Por isso, ela guardava, no coração, todas as palavras dos pastores, tentando discernir o sentido e as exigências da presença de Deus em sua vida.

O filho de Maria é o Filho de Deus! Este menino, nascido no ventre de Maria, é participante da vida divina e eterna, comunicada aos homens e mulheres.

A presença de Jesus entre nós significa a presença da Paz no mundo. "O senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz" (Nm 4,4-7). A Paz de Jesus é concedida a todos os povos e raças, sem exclusões, privilégios, ou eleições.

É a paz interior que nos liberta da imagem de um deus opressor e acusador, animando-nos a tomar iniciativas na prática do amor e da justiça.

É a paz exterior, a paz nos relacionamentos humanos, abolindo a ansiedade da riqueza e do poder e estabelecendo novos comportamentos de convívio, na misericórdia, na fraternidade, na solidariedade e na partilha.

É a Paz da qual se excluem aqueles que, movidos pela ambição e pelo amor ao dinheiro, fazem a guerra, tornando-se loucos.

Um ano novo é um convite a nos tornarmos homens e mulheres novos pela nossa adesão ao projeto de Deus de restaurar e santificar a vida, instaurando a paz na terra, a ser tecida no dia a dia, ao longo dos dias.

Reflexão Apostólica: 

Ano novo, vida nova! É o que grita o povo pelas ruas, praças e varandas. A alegria no novo ano que surge faz esquecer as dificuldades e penúrias do ano que termina.

A esperança inflama os corações e todos têm a sensação de que neste novo ano tudo será possível. É um novo tempo, um tempo especial que, entretanto, tem já a marca da decadência e do esquecimento.

A meditação nos convida a refletir precisamente sobre o tempo. Mas não sobre o tempo que marca o diário declive de nossa existência, mas sobre o tempo que nos abre as portas para o encontro com Deus.

O tempo não é, como costumamos pensar, um amontoado de datas num calendário, mas um presente, uma oferta da parte de Deus para a humanidade: um tempo de graça.

O Deus da vida sai constantemente ao nosso encontro e nos oferece a oportunidade de ver o mundo com novos olhos, com os olhos de quem sabe que, ao final, a justiça vencerá.

Entretanto, essa vitória não está indefinidamente proposta, como às vezes nos resignamos a crer. É uma vitória que irrompeu da mão de um ser humano, enviado de Deus: Jesus de Nazaré. Ele encarna a possibilidade da plena realização humana. 

Jesus leva ao máximo nossas possibilidades existenciais: primeiramente apontando nossas deficiências, mas, ao mesmo tempo, nos acompanhando no caminho que nos abre a porta do Reino de Deus.

Em Jesus, somos  livres para abrir nossa existência à graça divina. Nisto consiste o novo tempo: Jesus de Nazaré acaba com nossas limitações e nos dá a dignidade necessária para caminhar de cabeça erguida em busca de um novo tempo para a humanidade. Ele inaugura o tempo em que Deus realiza suas promessas entre aqueles que aceitam que a vida é algo mais que uma interminável batalha pela sobrevivência.

Assim nasceu uma grande esperança que não se extingue com o fim de nossa existência, mas se renova e floresce para cada geração que tenta converter nossa história de violência e morte numa história de graça e redenção.

Uma esperança que nasce na experiência cotidiana, cozida no fogo da paciência e temperada com o amor de cada dia. Uma esperança que é nossa e nos ilumina a cada dia, de modo que a discreta alegria que alimenta nossos corações no início de um novo ano, contém já o germe de uma alegria imensa pela irrupção de um novo tempo.

A festa do Ano Novo é uma boa oportunidade para celebrar com grande júbilo a esperança, mas também para avaliar conscientemente a experiência do ano anterior, de modo que a felicidade de um dia não provenha somente do costumeiro alvoroço das festas de fim de ano, mas de uma sábia disposição perante o ano que chega.

Cada novo dia se nos abre como um ramalhete de possibilidades no qual podemos escolher com sabedoria os caminhos que nos conduzem para uma plena realização humana no serviço aos nossos irmãos.

A festa deve nos ajudar a cultivar uma atitude sóbria e esperançosa perante as novidades que cada época da vida nos oferece.

Esse ano ainda teremos carnaval, quaresma, semana santa, páscoa, XI Encontro Internacional das ENS, (…); alegrias, tristezas, esperanças, mudanças, conversões, decepções… Nem um dia é igual ao seguinte e por isso, devemos começar o ano, rezando ave-marias.

Por favor, não confundamos devoção com sincretismo! Esse dia de paz e oração não deveria ser trocado por “pulinhos” em tantas ondas; por preocupações assoberbadas com lingeries rosa, vermelha, branca (sei lá). O católico tem seu jeito próprio de agradecer a Deus pelo ano que começa, esteja ele na praia ou na Igreja.
É, portanto, imprescindível o respeito a diversidade cultural e religiosa, mas como diz o refrão daquele funk carioca “cada um no seu quadrado” quanto aos seus ritos e costumes.

E o que pedir para hoje? “(…) O Senhor disse a Moisés: ‘Dize a Aarão e seus filhos o seguinte: eis como abençoares os filhos de Israel: O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! E assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei’.” (Números 6, 22-27)

Propósito: Em que coisas concretas você poderia se comprometer neste ano para me converter em instrumento de “bênção” para outras pessoas?

- Fazer um retiro pessoal (ou ao menos um tempo), com um exame de sua vida do ano que passou.
- Participar em alguma celebração penitencial comunitária, pedir perdão de meus pecados e reconciliar-me com Deus e com os irmãos.
- Fazer um plano de vida ao começar este ano (“ano novo, vida nova”).
- Continuar vivendo com o espírito do natal nos diversos ambientes: família,  Equipe, trabalho, lugar de compromisso...
A BENÇÃO DO OLHAR PARA TRÁZ
Para se viver a vida temos que sempre olhar para a frente, mas para entender a vida temos que olhar para tráz.  
Aqui estamos nós no novo ano! Gostaria de lhe sugerir neste primeiro dia do ano que a melhor maneira de se projetar no futuro é o de encher a sua mente com as memórias positivas do passado.

Faça uma pausa ainda que por apenas alguns instantes e reflita naquilo que de melhor lhe sucedeu nos últimos doze meses. Eis aqui algumas perguntas a título de sugestão:

* Se você pudesse reviver um dia do ano que passou, qual seria esse dia?




* Qual foi a experiência mais gratificante que experimentei nos últimos 365 dias?

* O que foi que mais me fez sorrir no ano passado?

* Espiritualmente, qual foi a melhor coisa que aconteceu a mim?




* Qual foi o livro mais importante que eu li?

* Em minhas viagens, qual foi a jornada que mais me marcou?

* Qual foi a conversação da qual me lembrarei por muito tempo?

* Qual amizade foi a mais importante?

* Qual foi a mudança que experimentei a qual terá um positivo impacto no meu futuro?



Essas perguntas – não tenho dúvida – merecem respostas. Por que? Porque quando focalizamos naquilo que é bom, no melhor, nós nos preparamos para um amanhã ainda mais promissor. 

Feliz Ano Novo!

sábado, 22 de dezembro de 2018

EVANGELHO DO DIA 31 DE DEZEMBRO SEGUNDA FEIRA


31 - Desejo a todos vocês uma coroa resplandecente de pérolas preciosas, trabalhadas aqui na terra no crisol do sofrimento e da provação. E faço votos que ninguém falte ao encontro feliz onde todos nos encontraremos aos pés do Altíssimo para cantar o hino de louvor eterno e de eterna gratidão. (S 359). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São João 1,1-18

"No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas. A luz brilha na escuridão, e a escuridão não conseguiu apagá-la. 
Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas. 
A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles. 
A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai. 
João disse o seguinte a respeito de Jesus: 
- Este é aquele de quem eu disse: "Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia." 
Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos. A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus." 

Meditação:

Pouco a pouco, a comunidade cristã foi compreendendo a verdadeira identidade de Jesus. Até então, na história da salvação, ninguém havia se apresentado como Messias Filho de Deus. 

A encarnação do Verbo, em Jesus, é a semente do mundo novo possível. Como a luz que inunda as trevas, as comunidades vivas da Igreja, solidárias com todos que têm fome e sede de justiça entre todos os povos do mundo, já se empenham em construir um projeto mundial de libertação, promoção da vida e conquista da paz verdadeira. 

Na 1a. leitura (1Jo 2,18-21), são João nos diz algo muito sério: “
este é o momento final”. Não porque o mundo vai acabar, mas porque Jesus Cristo inaugurou com seu nascimento, sua vida e sua morte, e especialmente com sua ressurreição, a etapa definitiva da história humana, quando Deus a fará chegar à sua plenitude segundo nos comprometamos com sua Palavra: para nossa plena felicidade e realização se a acolhemos e vivemos, ou para nossa perdição se nos rebelamos contra ela, como nos propõem tantos anticristos que hoje pululam pelo mundo.

São os anticristos da cobiça que fazem com que a imensa maioria dos seres humanos viva ainda na miséria, enquanto uns poucos acumulam e esbanjam. Os anticristos fazem da guerra e da violência um lucrativo negócio, convertem o mundo num mercado onde tudo, até as coisas mais nobres, têm um preço em dinheiro.

O apóstolo nos previne contra eles, assegurando-nos que nada devemos temer, pois possuímos a verdadeira e única riqueza: o Espírito Santo de Deus com o qual fomos ungidos no dia de nosso batismo. 

Estas horas finais do ano civil nos levam a pensar em nossa responsabilidade de cristãos, para seguir anunciando ao mundo o Evangelho, testemunhando-o com nossa vida solidária, sem deixar-nos levar por essa espécie de loucura que atinge a tantos, simplesmente porque mudam os números do calendário: eles não caem na conta de que a vida nos foi dada não para esbanjá-la no egoísmo, mas para frutificá-la no amor.

Dessa forma, a passagem do tempo não tem para nós nenhum significado negativo; é simplesmente o caminho que nos conduz à plenitude de Deus, à felicidade de estar todos juntos reunidos na casa do Pai. 

Hoje, meditamos o começo do evangelho de João, o chamado “prólogo”. Com palavras solenes e bonitas nos diz que a Palavra de Deus, seu verbo, seu “
logos”, acampou em nosso mundo para iluminá-lo com sua poderosa luz. A Palavra divina se fez carne humana em Jesus Cristo, pondo em nossa história um princípio de esperança.

Nós, os cristãos, sabemos que nem a morte, nem a velhice, nem a dor, nem a enfermidade, nem a guerra, nem a fome, nem qualquer mal que possamos padecer poderá nos afastar do amor de Deus. Nossa "sorte" está assegurada se recebemos a Cristo em nossa vida, em nosso lar, em nosso coração.

Somos nós, os cristãos, os responsáveis de fazer com que esta mensagem tão alegre se faça realidade no mundo. Que estas palavras deixem de ser meras palavras para se tornar realidades de convivência fraterna, de paz e de serviço, especialmente a favor dos pequenos, dos pobres e dos humildes.

O tempo que passa e que contamos por anos segundo o ritmo da terra ao redor do sol, é nossa oportunidade de tornar Deus presente neste mundo, como fez Jesus Cristo ao nascer e viver no meio de nós.

É certo que “a Deus ninguém jamais viu”, mas Jesus no-lo deu a conhecer e nós, os cristãos, devemos dá-lo a conhecer ao mundo, não tanto com palavras, mas com atitudes e compromissos que correspondam à nossa fé. 

Na verdade, os reis de Israel eram considerados filhos de Deus. Entretanto, jamais alguém havia manifestado tal proximidade com Deus, no falar e no agir, como acontecia com Jesus.
 

Ninguém havia chamado Deus de Pai, servindo-se de um termo familiar, Abba, usado pelas crianças para se referirem a seus genitores. Ninguém se apresentara com o poder de perdoar pecados, restituir a vida aos mortos e enfermos, libertar as pessoas da opressão do demônio. Ninguém, como Jesus, mostrava-se livre diante da Lei e das tradições religiosas.
 

Na raiz da ação de Jesus, estava sua condição divina. Esta conferia-lhe a liberdade para não se submeter ao legalismo religioso da época, muitas vezes incapaz de levar as pessoas a uma real experiência de Deus; levava-o a desbaratar as forças do anti-Reino, por cuja ação os indivíduos se tornavam cativos do mal e do pecado; dava-lhe um coração misericordioso, como o de Deus, para amar os pecadores e abrir-lhes os caminhos da salvação; tornava-o sensível e solícito aos sofrimentos da humanidade.
 

Nestas ações humanas de Jesus, resplandecia sua glória de Filho de Deus.
Reflexão Apostólica: 

Hoje acaba um ano e é preciso agradecer a Deus pela vida que segue sendo possível, apesar das múltiplas adversidades. Que seja a benção de Deus a que culmine hoje e sempre em nosso ser, nossas famílias e comunidades. Feito o balanço de fim de ano, sejamos capazes de ver a mão de Deus em nossa história.

No evangelho de João, encontramos hoje uma clara referência à origem de Jesus, a origem de tudo quanto existe. A palavra criadora de Deus, a que existiu sempre, é a fonte inesgotável da vida, dele tudo provém. Deus quer uma humanidade fundada no projeto de amor, de justiça e de solidariedade.

Hoje confirma-se o fracasso das estruturas capitalistas que pareciam ter a fórmula para o progresso humano. Esse modelo de interesses obscuros fracassou, mas não a esperança dos pobres; por isso, a nova humanidade deve orientar sua esperança para Jesus e seu projeto de justiça, de igualdade, de amor e de perdão.

É o último dia do ano, quando muitos se entregam a frenéticas festas sem sentido, entorpecendo-se de ruídos, luzes fátuas e vãs celebrações.

Nós proclamamos serenamente que Deus é Senhor da história, que nos criou para repartir conosco a felicidade e desfrutar seu amor perfeito, e que nos sentimos comprometidos a seguir dando testemunho dele ante os seres humanos, todos os dias que Ele nos quiser dar, ao longo deste novo ano cujo amanhecer nos é dado ver.

Aspiremos que o mundo conheça dias de paz e de prosperidade compartida para todos. Isso esperamos, isso pedimos humildemente ao Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e isso queremos oferecer ao mundo com nossa vida comprometida.

Propósito:
Pai, em teu Filho Jesus tu te fazes presente no meio de nós. Que eu saiba reconhecer-te e acolher-te na fragilidade humana do Verbo encarnado. Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.

Queridas irmãs e queridos irmãos usuários do EVANGELHO DO DIA.

SHALOM
No limiar do novo ano, em que brilha a luz da aurora de um mundo novo: a luz da vida divina, que se comunica a homens e mulheres no amor e na misericórdia e que dissipa as trevas dos poderosos, desejamos, a todos vocês, um feliz Ano Novo, pleno das bênçãos do Senhor.
 

Que a Palavra de Deus continue sendo o alimento diário de nossa espiritualidade pessoal, conjugal, familiar e comunitária e o presente amoroso que todos os dias lhes oferecemos por meio deste serviço.
 

FELIZ 2019 para vocês e para todos aqueles que, por seu intermédio, também são destinatários deste importante Meio de Aperfeiçoamento.

Evangelho do dia 30 de dezembro - DOMINGO - SAGRADA FAMÍLIA: JESUS, MARIA, E JOSÉ


SAGRADA FAMILIA; JESUS, MARIA E JOSÉ.

30 dezembro - Associemos ao abundante, precioso e real derramamento de sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo o pobre derramamento místico do nosso sangue que jorra do coração nas horas de sofrimento; e este, que é pobre, insignificante e miserável, se tornará rico, abundante e precioso aos olhos de Deus. (S 230). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 2,41-52
 "Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém para a Festa da Páscoa. Quando Jesus tinha doze anos, eles foram à Festa, conforme o seu costume. Depois que a Festa acabou, eles começaram a viagem de volta para casa. Mas Jesus tinha ficado em Jerusalém, e os seus pais não sabiam disso. Eles pensavam que ele estivesse no grupo de pessoas que vinha voltando e por isso viajaram o dia todo. Então começaram a procurá-lo entre os parentes e amigos. Como não o encontraram, voltaram a Jerusalém para procurá-lo. Três dias depois encontraram o menino num dos pátios do Templo, sentado no meio dos mestres da Lei, ouvindo-os e fazendo perguntas a eles. Todos os que o ouviam estavam muito admirados com a sua inteligência e com as respostas que dava. Quando os pais viram o menino, também ficaram admirados. E a sua mãe lhe disse: 
- Meu filho, por que foi que você fez isso conosco? O seu pai e eu estávamos muito aflitos procurando você. 
Jesus respondeu: 
- Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa do meu Pai? 
Mas eles não entenderam o que ele disse. 
Então Jesus voltou com os seus pais para Nazaré e continuava a ser obediente a eles. E a sua mãe guardava tudo isso no coração. 
Conforme crescia, Jesus ia crescendo também em sabedoria, e tanto Deus como as pessoas gostavam cada vez mais dele."
 Meditação:
 O  evangelho de Lucas, acompanhando o evangelho de Mateus, narrará o nascimento do menino Jesus em Belém de Judá, como sendo o cumprimento da profecia de Miqueias (Mq 5,1-4a). Por aquela que aceita conceber o Filho de Deus, nascerá aquele que traz a paz.
 Atualmente, continua sendo de vital importância que nossa preparação para o nascimento de Jesus seja também uma ação missionária. O mundo de hoje clama pela paz, solidariedade e fraternidade. No evangelho lido, encontramos Maria em atitude missionária.

A visita a Isabel se caracteriza por uma série de ações que revelam o anúncio da Boa Nova. Maria viaja desde o Norte, até a região da Judéia, para visitar Isabel; esse ato de desprendimento é um gesto que mostra o poder de envio de Deus.

É a materialização de sua generosidade. A saudação de Maria a Isabel é uma festa da maternidade de Deus. O menino João, dando saltos de alegria no ventre em reação às palavras de Maria, é um símbolo do poder da Palavra divina que vai semeando alegria e gozo por todas as partes.

No evangelho de hoje, Lucas relata o encontro de Isabel e Maria. As duas mulheres: uma, idosa, esposa de um sacerdote, que encarna as tradições da Judéia e outra, jovem, do campo, que reflete as tradições da Galiléia.
 Ambas confiaram plenamente nele e assumiram conscientemente a novidade de sua vontade. Nelas, Deus convoca Israel a inaugurar um novo tempo onde toda diferença ou exclusão fiquem superadas pela fraternidade.

Encontram-se no meio de júbilo intenso. O filho de Isabel salta de alegria, sinal do reconhecimento da presença de Deus em Maria. Sem dúvida, o projeto de Jesus é diferente do de João, mas são convergentes na busca de uma conversão real na solidariedade e na justiça.

Em nossas igrejas, existem muitos grupos que, de diferentes maneiras, colaboram no plano de Deus. Este encontro é um convite para superar as tentações de exclusividade, ao acreditarmos que somos os únicos a ter compreensão sobre Deus ou sobre seu projeto.

Como Maria, é preciso ir ao encontro do outro, e como Isabel, recebê-lo em casa, reconhecendo o dom de Deus que se expressa de maneira plural nos diferentes apostolados, trabalhos ou teologias que testemunham a fé no serviço e cuidado da Vida.
Reflexão Apostólica:
 E acabou o ano…
Quem dera Deus que toda criança ou jovem que se perdesse fosse encontrada numa igreja… Na verdade, mas ao contrário, muita gente anda propagando a idéia que uma pessoa se perde quando é encontrada numa igreja.
Alguém que ama ver apenas os erros das pessoas poderia ler esse evangelho sob a ótica da falta de zelo de Maria e José ao perder Jesus em meio a caravana que partia, mas esquecem que esse menino desde cedo parecia ser orientado por algo divino. Não creio que Jesus fez uma traquinagem, mas parecia estar seguindo algo dentro de si que começava a pulsar e incomodá-lo: a vontade do Pai. “(…) Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai? “.
Temos um pais que sua grande maioria pessoas que acreditam e dão importância Deus (quase 90%), em contrapartida a França está em “primeiro lugar” com 39% da população de descrentes, seguida da Suécia em “segundo lugar”, com 37%, e da Bélgica, com 36%. Coloquei propositalmente a colocação entre aspas, pois não vejo mérito nenhum nesse pódio.
Claro e evidente que cada um tem o direito (direito internacional) de acreditar no que quiser e ser respeitado, mas é preocupante o índice crescente desse que não acreditam. Mas em que sentido? Será que estamos fazendo nossa parte direito? Será que nossa parte consiste apenas em catequizar as pessoas sem ter que mudar de fato?
Qual é a vontade do pai? Qual seria essa vontade de Deus a qual Jesus foi chamado?
Uma pesquisa recente  feita pelo instituto internacional LEGATUM apontou os dez países mais felizes (sob alguns critérios e dentre os 10, nós não estamos lá) do mundo. Eles levaram em conta o acesso à educação e a saúde básica, a liberdade política e religiosa, estabilidade financeira, nível de emprego, poder aquisitivo, grau de burocracia, facilidade de abrir seu próprio negócio, número de casamentos e divórcios, dentre outras, onde a Noruega é o top
Catequizar é a primeira das missões que temos que fazer, mas a luta pela igualdade de condições para as pessoas TAMBÉM É. Muita gente deixou de acreditar em Deus, pois parou de acreditar no ser humano e cada vez mais pensa em si mesmo e não nos outros.
Olhar pessoas no chão dos pronto-socorros morrendo e preferir assistir jogo do time na sala de repouso deve nos indignar ; ver o portador da lei se vendendo e mandando o inocente para cadeia; o policial que se alia ao criminoso do morro também não os orgulha… Ver a corrupção que graça no país, acobertada pelo próprio governo... Talvez sejam bem menos os que de fato acreditam em Deus.
Isso é motivo para deixar de acreditar em 2019? Não!
Infelizmente muita gente ficou torcendo para que o mundo acabasse e o tal do Nostradamus, ou astecas ou maias estivessem certos, mas eu prefiro continuar a ver de outra forma…
Nós ainda temos um povo cristão que mais teme (respeito) a Deus; o povo que é o nono mais feliz do mundo no que se diz a estar feliz com que tem e com a preservação do meio ambiente ao seu redor (prefiro dizer o povo que preserva o paraíso), onde essa mesma Noruega esta em 88º lugar. Um povo que crê em Deus e é feliz, contrapondo-se a “feliz” França que vive em guerras internas por desrespeito aos imigrantes, ao aposentado, aos diferentes e que preferem não crer em nada.
Sim! Eu vejo o lado bom das coisas… Maria não perdeu Jesus em meio à multidão, tudo era parte de um grande e meticuloso projeto divino do qual sou um dos 89% que acreditam e são felizes.
Feliz 2019 para todos!

30/12/2018
Às portas de um novo ano, levo comigo sete reflexões que pretendo implementar em 2019, o qual espero possa ser algo benéfico também a você. 
É melhor ganhar a confiança e respeito dos meus filhos do que ganhar notoriedade e adulação das massas.

A não ser que o que vou dizer beneficie a outros, é melhor ficar calado.

Não é o que eu penso que conta, nem o que você pensa que conta. É o que eu penso o que você pensa e o que você pensa que eu penso que realmente conta.

Ninguém ouve uma pessoa que age baseada apenas em seu próprio interesse.

Moderação no temperamento é sempre uma virtude; moderação em princípio é sempre catastrófico.

Relacionamento conjugal não significa total concordância; significa olhar para a mesma direção.

Ouvir sem preconceito é um grande valor que posso acrescentar à vida de uma pessoa.

Evangelho do dia 29 de dezembro sábado - Oitava do Natal


OITAVA DO NATAL
29 dezembro - O menino Jesus segura em suas mãozinhas muitas pequeninas cruzes que deseja distribuir aos seus adoradores mais queridos; aceitemos também nós a nossa parcela. Essas cruzes, colocadas ao lado da sua, não são mais cruzes, porque Jesus as torna doces e suaves com o seu amor inefável. (S 217). São Jose Marello
Lucas 2,22-35

"Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: "Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor." Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
- Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois
eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos:

uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel.
O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
- Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria.
"
 

Meditação:

Estes são os dias de Natal, a celebração do nascimento de Jesus que se deu a mais de 2000 anos atrás. A Igreja é consciente de que não basta celebrar: cantar, alegrar-se, comemorar um acontecimento importante para nossa vida; sobretudo quando a celebração foi seqüestrada pelos comerciantes de tida espécie que fazem seu “Dezembro” às custas de nossa ingenuidade.

Quantos gastos inúteis nestes dias! Quantas frustrações por não poder gastar na proporção das incitações publicitárias!

Hoje a primeira leitura, tirada da 1a carta de João (1Jo 2,3-11), nos propõe uma forma alternativa, verdadeiramente cristã, de celebrar o fausto acontecimento do nascimento de Jesus: propõe que celebremos amando nossos irmãos como Jesus nos ensinou; guardando seus mandamentos que se reduzem a um único: o do amor. Permanecendo nele, vivendo nele, vivendo como Ele viveu.

Esta é a maneira de celebrar o Natal que a Igreja nos propõe, longe da vaidade, do esbanjamento e da inconsciência propostos nestes dias pelo comércio agressivo e pela propaganda ostensiva.

Há muitas luzes em nossas celebrações natalinas: as do presépio, as da árvore de Natal, as luzes com que enfeitamos nossas casas.

Também as cidades se engalanam nestes dias com luzes permanentes e luzes fugazes: os fogos de artifício, as luzes das vitrinas das lojas e dos avisos publicitários.

Entretanto, nenhuma dessas luzes vale a pena, são meras antecipações das trevas, se não tivermos em nós a luz de Deus, de sua verdade. São João nos diz que essa luz é a do amor aos irmãos.

Certamente ele pensa num amor eficaz, não puramente sentimental; no amor que perdoa, acolhe, ajuda, consola, protege, se solidariza com os necessitados... Não viver assim, no amor, é viver nas trevas, estar cegos, não saber para onde vai a nossa vida.

Os hinos de Isabel, Zacarias, Ana e Simeão se misturaram com o cântico de Maria para elogiar a obra de Deus que consiste no despedida dos poderosos e a exaltação dos humildes, designo que Jesus realizará com sua contraditória missão. Com efeito, a Pessoa, palavra e obra de Jesus, foi motivo de longa controvérsia e divisão. Ele pôs em evidência as verdadeiras intenções de muitos corações.

Suas ações profética desmascarou os interesses dos opressores e os mecanismos com os que manipulavam o povo. Anunciou a esperança definitiva para todos aqueles que não tinham a menor oportunidade. Mostrou com sua vida o verdadeiro rosto de Deus que estava cativo pelas instituições legalistas.
Maria, mãe e discípula, o acompanhou nesse processo. Muitas vezes com dor e algumas outras vezes sem poder compreender toda envergadura de suas ações. Todavia, fiel e firme, o seguiu até o último momento e depois participou da comunidade cristã que deu origem a evangelização do mundo gentio.

Maria nos mostra como o seguimento de Jesus tem uma altíssima dose de exigência e, inclusive, de dor. Pois, como mãe do Senhor, ela recorreu ao mesmo processo que seguiram outras discípulas e que lhes custou lágrimas e total abnegação

Precisamente na leitura do evangelho de Lucas que escutamos hoje, Simeão exclama cheio de alegria: “Meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

Cristo é a luz do mundo, por sua palavra de fraternidade e de reconciliação, não só para Israel, o povo ao qual pertenceu por suas origens humanas, mas para todos os povos da terra, como diz o velho Simeão.

Simeão se dirigiu igualmente a Maria. É a última profecia sobre Jesus feita no Templo mesmo de Jerusalém, mas ela interessa também a Maria, pois Jesus vai ser causa de contradição, queda para uns e elevação para muitos. O testemunho do Messias operará como um peneira que purifica o interior do seu povo. Isto fará com que Ele seja sinal de contradição e objeto de resistência, e inclusive de perseguição (v. 34).

No versículo final deste texto Maria fica dentro das implicações deste anúncio. No mais íntimo da sua alma uma espada atravessará de lado a lado por causa das perspectivas messiânicas. Maria faz parte do povo de Israel. A fé é um processo que pode ser doloroso. O sofrimento na vida da mãe de Jesus será outra maneira de compartilhar a tarefa do Messias

A narrativa de Lucas se desenvolve sobre o pano de fundo do cumprimento do preceito legal da purificação. A Lei é mencionada cinco vezes. Como contraste, o centro da narrativa é o menino como sinal de contradição.

Lucas é o único evangelista que nos apresenta esta solene cena da apresentação de Jesus recém nascido, no templo de Jerusalém.

Aparentemente seus pais o levaram ali para cumprir as minuciosas prescrições da lei mosaica: a purificação da mãe, depois do parto, e o pagamento do resgate pelo nascimento de seu filho primogênito, pois os primogênitos pertenciam a Deus segundo a lei, e deviam ser resgatados com a oferta de certos animais.

O Espírito de Deus tinha outros planos: apenas atravessando os portais do templo saiu ao encontro dos pais de Jesus um ancião que, pela maneira como é descrito, representa os profetas e os justos do Antigo Testamento que durante tantos séculos esperaram o cumprimento das promessas divinas.

Simeão bendiz a Deus que cumpriu sua Palavra, enviou o seu Messias, o salvador do mundo. Agora pode morrer em paz. Simeão bendiz também os pais do menino, mas movido pelo Espírito anuncia-lhes algo do destino doloroso que lhes espera, ao menino e sua mãe: um será sinal de contradição, como uma bandeira que disputam exércitos inimigos; a mãe sentirá que uma espada vai lhe transpassar a alma.

Contemplando esta cena caímos na conta de que o Natal não é uma brincadeira infantil, uma mera ocasião para fazer feriado.

O menino a quem dedicamos canções de ninar para que durma placidamente, se transformará num homem, abandonará sua casa, sua família, seu trabalho, para assumir seu destino, sua vocação.

Proclamará aos quatro ventos sua mensagem: o Evangelho, a boa notícia do amor de Deus pelos pobres, pelos pequenos, pelos pecadores. Será condenado pelos poderosos do mundo a uma morte vergonhosa.

Com Ele, estamos comprometidos a ser discípulos, a segui-lo, carregando sua cruz. Na firme esperança de que Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, também nos dará, aos que lhe formos fiéis, a vida eterna.

Assim, pomos, à luz das leituras deste dia, uma nota de seriedade a estas celebrações que podem passar, até para nós cristãos, em meio à inconsciência e a vaidade.

Peçamos a Deus que nos dê clareza para ver as manifestações da libertação que vem de Deus; que estejamos dispostos a seguir o projeto de Jesus até as últimas conseqüências; que recriemos permanentemente o sentido de nosso batismo pelo qual somos discípulos e missionários.

Reflexão Apostólica:

Os evangelhos diários geralmente seguem uma sequência de acontecimentos cronológicos e quando por ventura mudam, podem significar um dia especifico, festivo ou crucial da história de Jesus. Hoje, lembramos a apresentação do Senhor.

Repare o encanto no louvor feito por Simeão: “(…) Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação”.

Gostaria de trazer na lembrança um comentário e o exemplo dado num dos evangelhos que refletimos: um jovem que pedia que fosse acorrentado pelos próprios pais para não mais usar drogas e o homem que era atormentado por vários demônios. Jesus atravessa o mar da Galileia ao encontro de seu sofrimento. Ele já o conhece e o tinha convicção do quanto lutava; sabia das vezes que precisou se acorrentar para evitar que acontecesse.

Jesus, no caso do evangelho que trata do possesso, se apresenta como Senhor sobre tudo que assolava aquele que nem correntes o prendiam e o liberta.

Hoje, neste evangelho, nos braços de Maria, Deus apresenta Jesus a um servo fiel e também o liberta das dúvidas que o acorrentavam.

Quantos travam batalhas ha muitos anos para que aconteça a libertação de suas famílias, dos medos, dos preceitos… A paciência e a fé do servo foram vistas por Deus e no momento mais oportuno, foi contemplada.
A psicologia define que temos três esferas ou estruturas psíquicas – o Id, o ego e o superego. A grosso modo, o ID é nosso estado mais inconsciente, é o que representa nossas vontades de realização imediata. O superego é apresentado pelos nossos valores pessoais, crenças… Ele nos apresenta a razão. O Ego, que avalia nosso querer mediante o que o superego o subsidia tomando assim a decisão.

Quanto mais tempo pensamos, mais usamos a razão, os valores, … Respostas imediatas geralmente têm mais influencia do ID.

Quando compro um carro, sem pensar como pagá-lo; quando respondo a uma ofensa com outra ainda maior, quando leio ou escuto algo, já procurando os erros para rebater (…)
Por que estou apresentando esse conteúdo? Deus apresenta Jesus em nossas vidas quando Ele acha que chegou o momento.

Esses dias mencionei uma citação do padre Joãozinho sobre a idéia que o Paulo que escreveu a primeira carta de Coríntios é bem diferente daquele que escreveu a segunda. Ele escreve a derradeira carta bem mais sofrido e amadurecido pelas vitórias e derrotas e de forma humilde.
Sim! Muitos de nós como o apóstolo, precisamos cair do cavalo para termos a primeira apresentação do Senhor.

Quebrar a cara, tropeçar, cair, as vezes nos trazem ao real que não posso viver refém do ID de nossas vontades que as vezes são intempestivas.

Jesus não abandonou Paulo após o episodio de Damasco, espera seu servo amadurecer pelo caminho para novamente se apresentar a ele e confirmar sua missão.

O evangelho não fala por quantos anos Simeão esperou por essa apresentação, mas deixa claro, que possivelmente como nós, a “trancos e barrancos” tentamos nos manter fieis e esperar.

Sim, é duro ir para um lado e ver entes queridos preferirem ir para outro, mas o Deus que é fiel ouvirá nossos clamores e Jesus também atravessará qualquer mar para nos libertar.
Não sejamos reféns do ID e nem inertes justificados pelo superego. Tenhamos fé!

Ânimo para recomeçar 
Não pense no passado achando que poderia ter feito as coisas de maneira diferente, isso não mudará nada.

Mas olhe para trás para aprender com os tropeços que deu e, se preciso for, voltar ao ponto de partida.

Saiba que ainda que seja preciso seguir o mesmo caminho, você estará diferente, por isso os seus passos não serão iguais. Tenha ânimo e força para dar cada passo com firmeza e entusiasmo, como se fosse a primeira vez.

Se decidir seguir um novo caminho, siga em frente com o espírito renovado, com a certeza de que cada novo dia é uma nova chance para fazer tudo diferente e melhor.

Não se deixe abater pelas frustrações, pelo infelicidade. Não há dor que dure para sempre.

O tempo tudo cura, mas é preciso ter paciência e perseverança, pois nos momentos de tristeza e sofrimento, o tempo parece não passar. Mas ainda assim, não perca o ânimo. Num coração cansado, o tempo bate mais devagar.