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domingo, 30 de janeiro de 2022

EVANGELHO DO DIA 06 DE FEVEREIRO 2022 - 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


06 FEVEREIRO - Os cavaleiros da Idade Média estavam sempre alerta para que a covardia de um instante não os fizesse perder a glória conquistada durante longos anos de luta. Nós também nos devemos vigiar constantemente, de armas em punho e com os olhos fitos em Cristo. (L 11). São Jose Marello

 


Lucas 5,1-11 Lucas começa a detalhar mais o

 "Certo dia Jesus estava na praia do lago da Galiléia, e a multidão se apertava em volta dele para ouvir a mensagem de Deus. Ele viu dois barcos no lago, perto da praia. Os pescadores tinham saído deles e estavam lavando as redes. Jesus entrou num dos barcos, o de Simão, e pediu que ele o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se e começou a ensinar a multidão.

Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão:
- Leve o barco para um lugar onde o lago é bem fundo. E então você e os seus companheiros joguem as redes para pescar.
Simão respondeu:
- Mestre, nós trabalhamos a noite toda e não pescamos nada. Mas, já que o senhor está mandando jogar as redes, eu vou obedecer.
Quando eles jogaram as redes na água, pescaram tanto peixe, que as redes estavam se rebentando. Então fizeram um sinal para os companheiros que estavam no outro barco a fim de que viessem ajudá-los. Eles foram e encheram os dois barcos com tanto peixe, que os barcos quase afundaram. Quando Simão Pedro viu o que havia acontecido, ajoelhou-se diante de Jesus e disse:
- Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!
Simão e os outros que estavam com ele ficaram admirados com a quantidade de peixes que haviam apanhado. Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão, também ficaram muito admirados. Então Jesus disse a Simão:
- Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente.
Eles arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram
Jesus."  

Meditação:

 Lucas começa a detalhar mais o ministério de Jesus e mostrar a grande demanda que o mestre tinha a sua frente. Ele é enfático ao anunciar novamente que “grande multidão seguia Jesus”, como se estive querendo mostrar que o trabalho do mestre era árduo e difícil para ser realizado apenas por uma pessoa.

Sendo assim, Lucas inaugura o capítulo cinco com o chamado de Jesus aos seus discípulos. Pode-se evidenciar um novo bloco do livro de Lucas, e esse bloco é iniciado pelo recrutamento dos discípulos.

 Jesus chama os chama como cooperadores na sua missão, os quais, com desprendimento, põem-se a seguir Jesus. O sucesso da missão implica no abandono e na docilidade à Sua Palavra.

Em Marcos e Mateus, o chamado se dá quando Jesus caminhava à beira-mar e vê dois irmãos, Simão e André, que do barco lançavam a rede ao mar, e em seguida Tiago e João que consertavam as redes em seu barco.

No evangelho de João, Jesus chama os seus discípulos dentre os discípulos de João Batista, na ocasião de seu batizado. Em Lucas o chamado acontece após uma prédica de Jesus às multidões, a beira mar, e uma pesca milagrosa.

Aqui, Jesus dá início ao Seu ministério com a chamada feita aos quatro primeiros discípulos. Exatamente, quatro pescadores.

 Quatro homens rústicos, duros e sem uma qualificação exemplar. Mas os fatos que antecedem ao seu chamado têm o propósito de nos ensinar muitas coisas.

Muitas vezes nós achamos mil e uma razões para não evangelizar: “Estou muito ocupado!”, “Eu não me dou bem com certas pessoas!”.

 A verdade é que, se fôssemos tão habilidosos em se tratando de evangelizar quanto o somos em fugir da tarefa, a  grande missão já teria sido cumprida há muito tempo!

Pedro e seus companheiros se sentiam muito mais a vontade como pescadores de peixes do que como pescadores de homens. Em Lucas 5, o Senhor Jesus, os ajuda a vencer as suas resistências.

O texto nos informa que os pescadores voltavam de uma pesca frustrada, e Jesus ao avistar o barco pede um auxílio aos pescadores para poder ensinar a multidão.

Os pescadores imediatamente oferecem sua ajuda e acabam por ouvir os ensinamentos do mestre, assim como a multidão.

 Terminado o período do ensinar a multidão, Jesus desafia os futuros discípulos a voltarem ao mar e lançarem novamente as redes.


Esse não era um desafio tão fácil, pois os próprios pescadores já sabiam que aquele não era um bom dia para a pesca, todavia ao som das palavras do mestre eles tentam novamente. Para a surpresa de todos, o mestre estava certo, e eles puxam as redes com muitos peixes.

 Após esse evento, Simão se prostra perante os pés de Jesus confessando sua pecaminosidade, e Jesus desafia-os para serem pescadores de homens.

 Lucas evidencia um processo gradativo, onde primeiro, o mestre ensina a multidão, entretanto, os discípulos são impactados com seu ensinamento e, por essa razão, obedecem a ordem de lançar as redes.

 Após isso, eles vêem o poder de Jesus e diante disso confessam sua pecaminosidade. Após confessados os pecados, o mestre lança o desafio, faz o convite para segui-lo e eles aceitam.

 Esse é o mesmo processo visto em Isaías capítulo 6, onde o profeta visualiza a glória de Deus, confessa seus pecados, é purificado e depois recebe o desafio e o chamado da parte de Deus.

 Com toda razão, nós que nos alegamos bons cristãos, pescadores de homens, devemos refletir constantemente sobre o nosso chamado e verificar se realmente fomos impactados pela palavra de Deus, se vimos o seu agir maravilhoso em nossa vida, se diante disso confessamos a nossa miserabilidade, se ao confessar nossos pecados recebemos um novo coração, e se, após tudo isso, renunciamos nossa segurança, nossa velha vida, nosso barco, e dissemos ao mestre: “Sim mestre, contigo, serei um pescador de homens”.

 Reflexão Apostólica:

 “Avança para águas mais profundas, e lançai as vossas redes para a pesca.” Esta palavra foi garantia para que Pedro e os outros apóstolos voltassem a pescar naquele dia, depois de uma noite toda de pesca infrutífera.

A Palavra de Jesus se cumpriu e eles reconheceram o Seu poder. A mensagem desse Evangelho nos motiva a nunca desistir e sempre tentar novamente.

Saber que Jesus está perto e que, na pesca da nossa vida, Ele nos orienta, nos ilumina com o Seu Espírito é segurança para nunca perdermos a esperança. Mesmo que nós também, já tenhamos trabalhado a noite inteira e nada tenhamos conseguido pescar.

Mesmo que já tenha se exaurido a nossa capacidade de pedir, de suplicar, de esperar por alguma coisa de que necessitamos, “em atenção à palavra de Jesus”, devemos prosseguir lançando as redes.

É esta a mesma Palavra que nos anima hoje a avançar na nossa vida, na nossa pescaria, na nossa luta em busca de paz, de felicidade, de vida plena.

Avançar para águas mais profundas significa para nós, buscar mais conhecimento de Deus, da Sua Lei, dos Seus ensinamentos, dos Seus decretos.

Quanto mais mergulharmos no Evangelho, nas Escrituras, mais nós iremos encontrar respostas para os nossos questionamentos, para as nossas angústias.

O homem é um ser criado por Deus com o objetivo de viver a harmonia com Ele e com o próximo e isso realmente só acontecerá quando ele se jogar nos braços do amor misericordioso de Deus.

Jesus também nos chama para sermos pescadores de homens! Ele providencia o peixe para nós, porém, necessita das nossas redes a fim de tomar para Ele as almas necessitadas de salvação.

A pesca maravilhosa ocorreu com Pedro, Tiago e João, mas pode acontecer conosco nos dias de hoje, basta querermos e pagarmos o preço de uma vida de busca ao Senhor, uma vida de renúncia aos pecados da carne, uma vida de entrega e confiança em Jesus.

Que lições podemos aprender com este texto bíblico?

1 – Ouvir a Palavra de Deus

*Devemos ler a Bíblia, a palavra de Deus, escutá-la, memorizá-la…pois através dela iremos vencer o diabo, as adversidades da vida, o pecado.

2 – Trabalho

*Deus chama quem está ocupado;
*Os pescadores estavam ocupados lavando as suas redes;
*Deus não chama desocupados, que não querem saber de trabalhar;
*Temos que nos mecher, fazer algo, pois “a seara é grande e poucos são os trabalhadores dispostos a trabalhar na seara…”

3 – Deixar Jesus entrar no barco de nossas vidas

*Pedro deixou Jesus entrar em seu barco, e seu problema foi resolvido;
*Devemos deixar Jesus entrar em nossas vidas e nos orientar, nos mostrar o caminho que devemos seguir;
*Muitas vezes deixamos lixo entrar em nossas vidas, através da televisão, através da internet;
*”…enchei-vos do Espírito e não satisfareis os desejos da carne…”
*Filipenses 4:8 “Finalmente irmãos, tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro…seja isso que ocupe o vosso pensamento…”

4 – Paciência

*Os pescadores tiveram paciência, e Pedro em especial deixou Jesus entrar em seu barco depois de ter passado uma noite inteira sem pegar um peixe se quer; Pedro tinha motivos suficientes para ir para casa, pois estava cansado, mas esperou Jesus ensinar a multidão e então pode ver o que ele não conseguiu ver a noite inteira;
*Muitas vezes somos impacientes, queremos que as coisas aconteçam imediatamente, mas “tudo tem seu tempo determinado…”conforme Eclesiastes 3.

5 –

*”….sob a tua palavra lançarei as redes…”
*Pedro ficou contrariado com o que Jesus lhe disse, mas se fundamentou na palavra e agiu por fé, creu que algo poderia acontecer;
*”Sem fé é impossível agradar a Deus”.

6 – Vitória

*O milagre aconteceu, a vitória chegou, os peixes vieram;
*O problema foi solucionado.

7 – Reconhecer

*Relembrar de onde saímos;
*Pedro reconheceu o poder de Deus em Jesus;
*Se humilhou diante do Mestre;
*Quando recebemos uma cura, um milagre, uma vitória, muitas vezes nos esquecemos de agradecer ao Senhor, nos esquecemos facilmente de onde Deus nos tirou;
*”…tirou-me de um tremendal de lama…”

8 – Evangelizar

*Pescadores de homens;
*Dar bom testemunho no trabalho, na escola, em casa;
*Testemunhar os feitos do Senhor em nossas vidas;
*Pregar em tempo e em fora de tempo.

9 - Deixar tudo

*Devemos deixar tudo para seguir a Jesus;
*Nosso comodismo;
*Nossa zona de conforto;
*Nossa preguiça.
*Renunciar nosso sono, tempo, dinheiro.

Que a nossa pesca seja profícua e não se restrinja somente ao nosso circulo de amizade. Jesus quer que nós sejamos pescadores no Seu reino e a rede que Ele nos dá é o Seu amor e a Sua Palavra.

Comecemos desde já: passemos para os nossos amigos e amigas a experiência que temos com a Palavra de Deus, com a oração, com a reflexão.

Contemos para todos o que mudou em nossas vidas, qual a nossa esperança e o que temos descoberto com a Palavra de Deus.

Avancemos para águas mais profundas pois, em nossa vida estamos em águas rasas, conformados com o estilo de vida que levamos, ír á missa ou ao culto e pronto, achamos que estamos no caminho da salvação. É preciso, portanto, que tomemos a decisão de buscarmo s o reino vivendo os ensinamentos de Jesus em toda a sua essência.

 

Você tem usado o Amor de Deus como rede para atrair as pessoas para Ele?  Mesmo que você não tenha muita vontade você atende ao chamado de Jesus em atenção à Sua Palavra?

      
Propósito:

Pai, confirma minha vocação de pescador de pessoas humanas, e conduze-me para águas mais profundas onde se encontram os que mais carecem de meu amor.

eVANGELHO DO DIA 05 DE FEVEREIRO SÁBADP 2022

 


SANTA ÁGUEDA

05 fevereiro - No entusiasmo do nosso zelo, devemos pensar em não perder a coragem se nos defrontarmos com os obstáculos repentinos que nos fazem recordar, num instante, o quanto somos miseráveis. (L 31). SÃO JOSE MARELLO



São Marcos 6,30-34

Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo nem para comer. Então ele lhes disse:
- Venham! Vamos sozinhos para um lugar deserto a fim de descansarmos um pouco.
Então foram sozinhos de barco para um lugar deserto. Porém muitas pessoas os viram sair e os reconheceram. De todos os povoados, muitos correram pela margem e chegaram lá antes deles. Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas.

Meditação:

Todos nós, cada qual a sua maneira, somos chamados a dar uma resposta frente a uma pergunta fundamental: Quem é Jesus? Marcos também se depara com este questionamento. Sua comunidade, que vivia um momento difícil e conturbado da história de Israel - o período anterior à grande guerra de 70 - esperava um Jesus glorioso, revestido de poder. Acreditavam que Ele logo viria e acabaria com as suas dificuldades. Para isto, era necessário que apenas orassem.

O evangelho de hoje nos dá uma boa pista de como respondermos à inquietação apresentada. Vamos ao texto:

Lembremo-nos de que esta narração deve estar ligada aos textos anteriores e posteriores, para que possamos compreender melhor seu sentido. Antes dela, Mc 6,6-13, já se diz que Jesus havia enviado os discípulos à missão para fazer o que Ele faz, trazendo vida e esperança aos pobres e marginalizados.

A ação dos discípulos faz com que aqueles que viviam afastados da sociedade, discriminados e excluídos por esta, devido a uma lógica de poder e de pureza, sejam novamente trazidos ao centro (curam enfermos).

Para aqueles que se encontram divididos ou em situação de divisão, eles trazem a unidade possibilitadora de voltar a ser criativo (expulsam demônios), fazendo-os o centro do projeto de Deus, tornando-se eles também discípulos e profetas do mestre, que denunciam estas mesmas situações de corrupção, injustiça e marginalização. Devolvesse-lhes o direito a ser gente, ter esperanças e serem protagonistas da história (Mc 6,13).

Em contraste a este panorama Mc 6,14-29, apresenta um banquete do poder. Este banquete, que alimenta alguns sobre a fome de muitos, traz a morte e a injustiça. Mata-se um dos líderes do povo tentando matar sua esperança: João Batista. E agora, quem será o novo líder?

A pericote seguinte começa a delimitar o modelo da liderança de Jesus e a maneira como podemos identificá-lo. O versículo 30 começa nos informando que os discípulos contam a Jesus o que haviam realizado (Mc 6,13).

Pegando a frase do Evangelho: "viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor", Jesus atrai para si o título de pastor. Este atributo a Jesus, recebe a sua justificação na observação do evangelista ao interpretar os sentimentos do coração do Senhor vendo as multidões que O seguiam, Jesus se compadeceu delas, teve pena.

Mestre desde o início da Sua missão convida os discípulos, a todos manifestarem aos homens o amor de Deus por eles. E, em poucas linhas, podemos ter o quadro da vida de Jesus com os Apóstolos e a multidão do povo: a intimidade do Senhor com o grupo dos Doze em ordem à formação dos mesmos, a atividade intensa da vida pública de Jesus e dos Apóstolos, o entusiasmo do povo pelo Senhor, a sua disponibilidade apesar da fadiga, por fim, os sentimentos profundos de Jesus perante esse povo, errante e faminto.

É assim que Deus olha para mim e para ti bem como para toda a tua família e os homens no mundo inteiro. Deus deseja e quer que todos O procuremos: Havia ali tanta gente, chegando e saindo.

Embora com o desejo e a vontade de atender a todos, Jesus com os apóstolos ele ressalta a sua necessidade de descanso, depois as tarefas apostólicas. Para dize que também o missionário precisa de descanso.

Um tempo de retiro, de recuperação das energias, de intimidade com Deus. Foi por isso que quando voltam empolgados com os resultados da missão, a primeira reação do Mestre é convidá-los para uma retirada, para que possam refazer as forças. Jesus tem critérios que não correspondem com o grande critério da sociedade nossa – o da eficácia!

Para ele, os apóstolos não eram máquinas, mas em primeiro lugar pessoas humanas, que necessitavam de ser tratados como tais. O trabalho – mesmo o trabalho missionário – não é o absoluto. Jesus reconhece a necessidade dum equilíbrio entre todos os aspectos da vivência humana.

Aqui há uma lição para muitos cristãos engajados hoje – embora devamos nos dedicar ao máximo pelo apostolado, não devemos descuidar das nossas vidas particulares, da nossa saúde, do cultivo de valores espirituais, da saúde e do relacionamento afetivo com os outros.

Caso contrário, estaremos esgotados em pouco tempo, meras máquinas ou funcionários do sagrado, que não mostram ao mundo o rosto compassivo do Pai, mas que por dentro seremos ocos.

A missão de Jesus deve ser continuada nos discípulos. A primeira impressão que se tem é a de que se findou a missão. Faz-se necessário, agora, descansar. Porém, diante de um povo necessitado e marginalizado pelas autoridades, que estão mais interessadas e preocupadas com suas leis injustas e ineficazes, com seus rituais sem vida, do que com a miséria deste povo. Jesus utiliza justamente esta necessidade do povo como critério de julgamento para o que "pode" ou "não pode" ser feito. Jesus assume a tarefa de acolhê-los e alimentá-los.

Frente à situação latente de um deserto em que não se pode viver ou estar só, por estar repleto das necessidades do povo, Jesus muda de atitude: tem compaixão. Aproxima-se e sente com este povo sua miséria e desejo. Compreende e rechaça a lógica que o explora e sacrifica, fazendo abrir os olhos para uma nova possibilidade: a partilha que advém da nova organização social (Mc 6,35-44).

Fazendo isso Jesus, se mostra como pastor para um povo sem líder e sem rumo. Esta perspectiva tem valor fundamental para Marcos: o pastor é aquele que defende a vida de suas ovelhas, está com elas e as dá identidade própria. Frente a um povo sofrido, oprimido e marginalizado por falsas lideranças, Jesus se mostra como o verdadeiro líder: aquele que tem por projeto a igualdade. Como Deus é o bom pastor de Israel, Jesus é o Deus que caminha conosco.

Nota-se, ainda, que Marcos diz que Jesus ensina (v. 34), porém não nos relata tais ensinamentos. Isto parece indicar que descobriremos os ensinamentos de Jesus ao olharmos para sua prática: ensinou a partilhar o pão, para que todos sejam saciados e possa sobrar.... A lógica atual do mercado prega o comprar, guardar para saciar. A lógica cristã do Reino deve basear-se justamente no contrário: doar para sobrar.

O banquete da vida é aprendido no encontro com o mais necessitado, tirando-o desta situação rumo à fraternidade. Não mais exclusão, injustiça ou marginalização, mas a justiça de Deus: a cada um conforme a sua necessidade.

Quem come o banquete com Jesus jamais vai querer sentar-se à mesa com Herodes... Em qual mesa estamos?

Reflexão Apostólica:

Os discípulos de Jesus voltaram da missão para a qual haviam sido enviados e reuniram-se com Ele para contar tudo que lhes havia acontecido. Com certeza deviam estar cansados, pois Jesus convidou-os a descansar com Ele em um lugar deserto. No entanto, a multidão sedenta os seguia em busca de ajuda.

Jesus teve compaixão deles pois eram como “ovelhas sem pastor e começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.” Apesar de todo cansaço e da hora avançada Jesus motivava os Seus discípulos a perceberem a necessidade daquele povo que buscava cura, libertação e paz

 

Hoje também, a multidão precisa de ajuda e, mesmo sem saber, ela busca alguma coisa que possa preencher o vazio do seu coração. Somos chamados a enxergar as necessidades dessa multidão e para isso, Jesus também nos forma.

 

Assim como fez com os Seus discípulos Ele também nos atrai a um lugar deserto a fim de nos preparar para que sejamos pastores (as) das pessoas desanimadas e sem esperança que estão ao nosso redor.

 

Com Jesus nós encontramos refrigério para a nossa alma e aprendemos muitas coisas que nos são úteis, tanto para a nossa felicidade pessoal como também, comunitária e familiar. Ele nos ensina a arte de viver melhor em qualquer circunstância enfrentando todas as dificuldades.

 

Desse modo nós poderemos ajudar aquelas pessoas que ainda não O conhecem e não têm ainda intimidade para ficarem a sós com Ele. Os melhores ensinamentos da nossa vida nós os recebemos quando passamos por experiências de dor e de sofrimento, com Jesus!

 

Ser pastor é saber dar testemunho de fé, de confiança no plano de Deus e, assim, ser luz para o irmão que também passa por necessidade. Jesus também, hoje, nos leva a descansar, refrigera as nossas dores e nos consola para que também, possamos ser pastores que aliviam e que amparam as ovelhas transviadas. 

 

Você se sente pastor (a) de alguém ou espera que alguém venha pastoreá-lo (a)? Você tem testemunhado as suas experiências de dor para ajudar a alguém? Jesus já o (a) levou para o deserto? O que você tem aprendido com Jesus?

 

Todos os momentos são bons para evangelizar, Jesus não os desperdiça e inclusive muda o programado para ensinar, tudo porque se deixa interpelar pela condição das pessoas e por saber o motivo pelo qual veio. Serve-nos como modelo. O pastoreio era para o povo de Israel um tema muito importante. Desde Abraão até o rei Davi, muitos dos grandes personagens tinham sido pastores.

E a imagem do bom pastor estava introduzida na mentalidade do povo. O próprio Deus era considerado o "pastor de Israel". Pelo descuido de muitos sacerdotes do templo, de falsos profetas e de mestres que só exploravam o povo e viviam às custas dos pobres, Deus promete enviar um pastor, como Davi, que apascentará o povo segundo o coração de Deus.

Esse é Jesus! Como bom pastor, é todo ternura para com seus cordeiros e suas ovelhas (não tem tempo nem para comer ou descansar), e vai até o extremo quando se trata de defender o rebanho, pelo qual entrega sua vida. Ser como Jesus, ter seu perfil e atitudes fez muitas pessoas serem generosas e valentes a ponto de se lançaram ao mundo para trabalhar pelos que estavam sozinhos, tristes e abandonados, imitando Jesus e os apóstolos, não tendo tempo sequer para comer ou descansar. Somos assim?

 

Como vimos, o texto ressalta a compaixão de Jesus para com o povo com uma característica específica: era um povo muito sofrido, rejeitado e desprezado pelos chefes político-religiosos de então, que nem tinha tempo para comer. E quando ele se retirava, o povo ia atrás dele. O que atraía tanta gente?

Com certeza não foi em primeiro lugar a doutrina, nem os milagres, mas o fato de irradiar compaixão, de demonstrar duma maneira concreta o amor compassivo de Deus. Jesus não teve “pena” do povo, não teve “dó” dos sofridos. Teve “compaixão”, literalmente, sofria junto, e tinha uma empatia com os sofredores, que se transformava numa solidariedade afetiva e efetiva.

Este traço da personalidade de Jesus desafia as Igrejas e os seus ministros hoje, para que não sejam burocratas do sagrado, mas irradiadores da compaixão do Pai.

Infelizmente, muitas vezes as nossas igrejas mais parecem repartições públicas do que lugares do encontro com a comunidade que acredita no amor misericordioso de Deus e na compaixão de Jesus!

A frieza humana freqüentemente marca as nossas atitudes, pregações e cuidado pastoral. Num mundo que exclui que marginaliza e que só valoriza quem consome e produz o texto de hoje nos desafia para que nos assemelhemos cada vez mais a Jesus, irradiando compaixão diante das multidões que hoje como nunca estão como ovelhas sem pastor.

 Propósito:

Pai, dá-me as disposições necessárias para eu realizar bem a missão recebida de Jesus, tendo-o sempre como modelo.

eVANGELHO DO DIA 04 DE FEVEREIRO SEXTA FEIRA 2022

 


04 fevereiro - Os músculos se retesam, o coração pulsa, o espírito se (eleva) expande nas asas da oração, no horizonte do futuro; combateremos, arrastando esta pobre carne na luta sanguinolenta, sem que a boca pronuncie palavras de lamúria ou o pé se arrede minimamente do caminho do martírio! (L 23). SÃO JOSE MARELLO

 


 Marcos 6,14-29


"O rei Herodes ouviu falar de tudo isso porque a fama de Jesus se havia espalhado por toda parte. Alguns diziam:
- Esse homem é João Batista, que foi ressuscitado! Por isso esse homem tem poder para fazer milagres.
Outros diziam que ele era Elias. Mas alguns afirmavam:
- Ele é profeta, como um daqueles profetas antigos.
Quando Herodes ouviu isso, disse:
- Ele é João Batista! Eu mandei cortar a cabeça dele, e agora ele foi ressuscitado!
Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. Por isso João tinha dito muitas vezes a Herodes: "Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!"
Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.
Porém no dia do aniversário de Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes militares e autoridades da Galiléia. Durante o banquete a filha de Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o rei disse à moça:
- Peça o que quiser, e eu lhe darei.
E jurou:
- Prometo que darei o que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino!
Ela foi perguntar à sua mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu:
- Peça a cabeça de João Batista.
No mesmo instante a moça voltou depressa aonde estava o rei e pediu:
- Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo!
Herodes ficou muito triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de atender o pedido da moça. Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, pôs num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João souberam disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram.
"

Meditação:

 Nesta narrativa de Marcos podemos ver a importância de João Batista na tradição das primeiras comunidades. Percebe-se uma ironia sobre o ridículo das motivações de Herodes e os grupos de poder que o cercam.

Em forte contraste, um banquete de aniversário para comemorar a vida termina com a morte: uma cabeça degolada servida em um prato.

Na verdade, quem articulou a morte de João, foram os poderosos da Galiléia. Eles usaram Herodíades e sua mãe para executar o plano assassino. Trata-se da repressão do poder local contra as ações denunciadoras e libertadoras.

 A execução de João tem três significados: Primeiro, ironizar um rei que apesar de toda sua pompa, no fundo não passava de um fraco.

 Também significou uma advertência aos discípulos de Jesus que estavam preparados para o apresentar como O messias, O filho de Deus, ou o próprio Deus.

 Em terceiro lugar, o martírio de João serviria para avisar, para assustar a todos, no sentido de que tomassem consciência de que tanto de João como de Jesus, ninguém deveria esperar glória nem poder, mas um serviço humilde e divino, seguido de martírio.

Marcos começou o capitulo 6 falando das maravilhas de Jesus (v. 2), as quais, aliadas às expulsões de demônios e curas feitas por Seus discípulos na primeira viagem missionária, trouxeram “notoriedade do nome de Jesus” (v. 14) e provocaram três reações básicas sobre a identidade de Jesus: é João Batista ressurreto (v. 14, 16) – é o veredicto de quem tinha a consciência culpada por ter promovido a sua morte; é Elias (v. 15) é o veredicto dos nacionalistas – esperavam um messias político que os livrasse do poderio romano e, segundo criam, seria precedido pela volta de Elias; é profeta (v. 15) – é o veredicto de quem viu nele não o messias mas apenas a volta do ministério profético que estava interrompido a mais de 300 anos em Israel.

Como Jesus
trouxe na mente de Herodes a lembrança do assassinato de João Batista, Marcos interrompeu temporariamente sua narrativa sobre Jesus e focou a atenção na recordação deste episódio singular, o qual traz-nos hoje importantes lições sobre a postura da Igreja em relação aos governantes da nossa nação.

Este ano, devemos escolher aqueles que estarão à frente dos destinos dos nossos municípios, nos próximos quatro anos, como vereadores e prefeitos. E a lição que João Batista nos deixa é de que precisamos de UMA IGREJA INDEPENDENTE DO PALÁCIO... UMA IGREJA OUSADA: CONFRONTA OS ERROS DOS GOVERNANTES (v. 18-19)

João Batista, percebendo o adultério de Herodes, colocou o dedo na sua ferida de forma ousada e destemida, consciente de que sua postura atrairia o ódio mortal da adúltera Herodias (v. 19) e a prisão por ordem de Herodes (v. 17).

Lucas acrescentou que ele também repreendeu Herodes “por todas as maldades que ele havia feito” (Lc 3,19). A igreja hoje, igualmente, não foi chamada para “fazer média” com os governantes, mas para conscientizá-los de seus desvios éticos.

Como comunidade profética, ela não tem compromisso com o erro, esteja onde ele estiver; seu único compromisso é com a verdade de Jesus, que não teve medo de tratar o mesmo Herodes de “raposa” (Lc 13,31-32).

João Batista, ao confrontar Herodes, colocou-o em total desconforto. E o que mais inquietava Herodes não era só o seu erro, mas a constatação de que João Batista tinha, do ponto de vista ético, autoridade total para confrontá-lo pois era “justo e santo”, razão porque, foi constrangido a deixá-lo em segurança.

Jesus reconheceu também esta integridade afirmando que “dentre os nascidos de mulher não houve ninguém como João Batista...” (Lc 7,28).

O profeta, como representante do Rei dos Reis de toda a terra, precisa ser eticamente diferente de todos os governantes. Se ele tem o mesmo comportamento do Rei que autoridade terá para confrontá-lo?

Ao longo das campanhas políticas desfilam diante de nós candidatos que afirmam ter como objetivo serem profetas de Deus no palácio dos homens, contudo, quando assumem seus cargos se tornam tão incoerentes ou até mais incoerente do que os governantes que antes contestavam...

“E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.”. João não estava comprometido com o discurso político palaciano, mas apenas com a mensagem do arrependimento (Lc 3,1-14). Por isso, entregou-a de forma tão impactante que Herodes não teve como ignorá-la nos limites de seu coração.

A igreja deve ser cobeligerante, apoiando todas as causas sociais legitimadas por Deus e que tragam efetivamente o bem estar do povo. Porém, sua mensagem vai além da mensagem política que oferece mais educação, segurança, saúde e emprego: ela denuncia a corrupção do coração humano e a necessidade de um arrependimento acompanhado de fé no Cristo do Calvário....

Herodes Antipas, o Herodes de nossa passagem recebeu de seu pai Herodes, o Grande, uma herança de violência. Foi de seu pai a idéia de matar todas os meninos de dois anos para baixo da cidade de Belém e região, para assim eliminar também o recém-nascido Jesus que os magos afirmavam ser o rei dos judeus (Mt 2,1-18).

Diz a história que Herodes o Grande se casou várias vezes e mandou assassinar vários membros de sua própria família. Portanto, mandar matar ou permitir a morte de críticos do Reino não era um procedimento novo no palácio de Herodes.

Marcos nos afirma que a independência profética de João Batista custou a sua própria vida. Na trama de sua morte está uma mulher adúltera (v. 16-17), violenta (v. 19), oportunista (v. 22-25) e indiferente (v. 28) e um governante que se tornou escravo de uma promessa impensada – dar a sua enteada o que ela quisesse (v.22).

Assim, o profeta que se recusara a usufruir das benesses dos manjares reais, tem sua própria cabeça colocada num prato palaciano.

A história do mártir João Batista nos remete às palavras de Jesus dita à igreja de Esmirna: “não temas as coisas que tens de sofrer; eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, par serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias; sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2,10).

Este é um desafio imenso: para João Batista e para muitos cristãos, ao longo da história, a independência do palácio e a dependência completa de Jesus custou o derramamento de sangue. Será que estamos prontos, se necessário, vivenciar nossa fé com tamanha intensidade?

Em conclusão, podemos dizer que uma igreja OUSADA - usa a autoridade de Seu cabeça para confrontar os desvios e desmandos dos governantes É uma igreja que procura manter um canal de comunicação com o palácio, procurando ver nas oportunidades de aproximação com os governantes um espaço para, em amor, fazer críticas construtivas...

Uma igreja ÍNTEGRA - credibiliza-se pela semelhança com Seu cabeça É uma igreja que “dá a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” – reconhece e respeita a ordem política, mas coloca a ordem espiritual acima da política, por isso não se deixa atrair pelos caminhos diabólicos da corrupção, mentira, desonestidade, falcatrua e nem fecha alianças com partidos políticos.

 Uma igreja PROCLAMADORA: que vai ao palácio para testemunhar do Seu cabeça e não para comprar benesses Uma igreja que está presente no palácio orando, orientando, sugerindo, interagindo como embaixadora do Rei dos Reis, proclamando sua mensagem, sem usar esta proximidade para vender seu apoio. Uma igreja que não mistura púlpito com palanque, investimento financeiro no Reino com investimento financeiro em campanhas políticas...

Uma igreja SACRIFICAL pronta para morrer por Seu cabeça se necessário for Uma igreja que olha para o poder público como consumidora de benesses mas como parceira de alternativas que promovam a transformação da sociedade.

Antes de votar: ore, informe-se, avalie.... Depois de votar: registre os nomes dos escolhidos, acompanhe o trabalho, sugira, elogie, confronte, interaja: PARTICIPE.


Reflexão Apostólica

O poder resiste e mata aqueles que se levantam, comunicando liberdade e vida.

Esse evangelho é um dos mais vistos durante o ano. Pelo menos três vezes ele é inserido na liturgia semanal e cada vez que o leio, alguma coisa diferente me salta aos olhos, algo além do direcionamento da exegênese aplicada a esse profundo texto.

 Sim, João Batista morreu por denunciar a verdade. Apresentava a todos que deveriam mudar seu comportamento. Poderosos o temiam, os simples o admiravam. Era um homem santo e profundamente focado na sua missão mas isso nós já conhecemos, mas foi uma seqüência de palavras que hoje me chamam a atenção: “(…) Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, AMARRAR AS SUAS MÃOS E JOGÁ-LO NA CADEIA”.

 Quantas vezes, no trabalho, na igreja, em um grupo de estudo (…), também fomos amarrados e jogados num canto? Quando estamos repletos de energia, idéias, propostas ai vem alguém, às vezes por inveja, ou má compreensão, ou por não sabermos nos expressar ou esperar, tomamos um chá de cadeira? Mas mesmo na cadeia, João Batista ainda incomodava sem nada dizer.

 Conheço irmãos que vivem e outros tantos que já assim viveram. Indivíduos que nada fizeram além de querer viver honestamente no entanto nunca, pois foram reconhecidas; irmãos e irmãs que trabalhavam enquanto outros nada faziam e, no momento oportuno, foram também exiladas, afastadas, descredenciadas simplesmente por conseguir fazer.

Quem já passou por isso sabe bem: como o próprio João, ainda que amarrados, incomodamos e incomodaremos!

 Um conforto: Se João azucrinava sem fazer milagres ou desafiá-los publicamente, imaginemos o quanto Jesus devia ser visto e “adorado” pelos mestres da Lei? Consegue imaginar o quanto crescia naqueles corações o ódio ao ponto de declarar que o profeta de Nazaré deveria perecer numa Cruz, a pior morte possível na época?

 Os Evangelhos dessa semana, mesmo o da apresentação do Senhor, nos trazem uma idéia concreta que, mesmo abatidos, em Deus seremos fortes; que mesmo que tudo se oponha ou derrotas a nós forem impostas, sairemos no fim, vitoriosos. O que esta nos faltando é: “tomar posse e acreditar”.

  “(…) Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! BEM-AVENTURADOS SEREIS QUANDO VOS CALUNIAREM, QUANDO VOS PERSEGUIREM E DISSEREM FALSAMENTE TODO O MAL CONTRA VÓS POR CAUSA DE MIM. ALEGRAI-VOS E EXULTAI, PORQUE SERÁ GRANDE A VOSSA RECOMPENSA NOS CÉUS, POIS ASSIM PERSEGUIRAM OS PROFETAS QUE VIERAM ANTES DE VÓS“. (Mt 5, 7-12)

 João nada mais falava na prisão, mas o silêncio abraçado a sua fé e a consciência que já havia realizado sua tarefa o fazia um vencedor mesmo no mais profundo dos calabouços. Quantos colegas idealizaram projetos de uma vida inteira e veio alguém e os jogou no lixo ou se declarou como seu criador? Quantos viram sua vida ir embora num desastre, numa enchente? Móveis, carros, casas, sonhos, vidas foram, mas a fé na reconstrução permanece.

 Como cai bem a canção do padre Fábio de Melo “viver pra mim é Cristo”, nesse momento:

(…) SE CALAREM o som da MINHA VOZ; Em silêncio ESTAREI A ORAR. Se numa prisão me colocar, Eu VOU TE ADORAR… Se minha família me trair, Eu vou sonhar com Deus; Viver seus planos isso é parte, De uma carreira de cristãos

 

Nunca pense que lhe calaram ou lhe desvalorizaram… É difícil lidar com a inveja que é inerente a nós seres humanos.

 Davi caiu tantas vezes, mas a cada nova e corajosa tentativa de permanecer de pé, saiu um salmo que nos conforta e nos alegra.

 Você conhece casos de pessoas mortas vítimas da corrupção e da tirania dos poderosos? Conhece, na nossa comunidade e na nossa igreja pessoas vítimas do autoritarismo e de um excesso de poder?  Superstição, covardia e corrupção eram as marcas do exercício do poder nas mãos de Herodes. Como se comportam aqueles que hoje exercem seu poder sobre os outros?

  Propósito:

  Viver cada momento do dia de hoje, de forma transparente, em coerência com a Palavra: "Diga apenas "sim" quando é "sim"; e "não", quando é "não". O que você disser além disso, vem do Maligno" (Mt 5,37)

eVANGELHO DO DIA 03 DE FEVEREIRO QUINTA FEIRA 2022

 


03 fevereiro - Armemo-nos e armemo-nos logo! A oração, o desapego das coisas passageiras, o zelo pela glória do Senhor, a fome e a sede de justiça, o ardor em socorrer os
necessitados, o espírito de sacrifício, de mortificação e de penitência. Estas são as armas que devemos afiar, abraçando todos a mesma bandeira, prontos para a mesma
convocação. Este é o exército permanente da Igreja, que nos chamou a defendê-la contra os poderosos e numerosos inimigos. (L 26)
São Jose Marello

 


Marcos 6,7-13

Naquele tempo, Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

Meditação:

No Evangelho de hoje, temos um claro chamado de Jesus às Missões: Ele chamou os doze discípulos e os enviou dois a dois. Enviou para quê? Para curar, para anunciar a boa nova, para que se arrependessem de seus pecados.

 

É esta a Missão de todo Cristão, espalhar ao mundo o Amor de Cristo por nós, é dizer a todos que seus pecados têm perdão, bastam se arrepender. Jesus deu AUTORIDADE para que eles saíssem e "expulsassem os espíritos maus" e Ele nos dá autoridade para expulsá-los também, e entendamos como maus espíritos todos os sentimentos de tristeza, ódio, mágoa, pecado, ou seja, tudo aquilo que nos leva a morte espiritual.

 

Para tanto, faz-se necessário que sejamos despojados, que não tenhamos apego à matéria, status, conforto, ao contrário, sejamos livres no Amor, para que a mensagem seja passada inteiramente. A missão não nos leva ao desapego, mas antes exige isto de nós, pois se não for desta forma não vamos conseguir levar a Cristo verdadeiramente.

Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana(curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.

 

O chamado e conseqüentemente o envio é uma tarefa que não se pode realizar no individualismo. O chamado é pessoal, a resposta também, mas o ministério, o serviço deve ser entendido numa dimensão comunitária. Pois a igreja é mistério de comunhão. E para que os apóstolos entendessem isso, Ele os envia em missão, dois a dois, colocando como centro vida em comunidade na ação missionária. Este foi o espírito do Concílio Vaticano II: A missão na Igreja-comunhão.

 

A comunhão entre os fiéis em seus vários estados e estilos de vida faz com que a Igreja se sinta por dentro da missão de Jesus.

Para Marcos no Evangelho de hoje a missão dos Doze, portanto da Igreja hoje, é a mesma missão de Jesus. Cristo nos envia a pregar o Evangelho, a penitência, expulsar os demônios e a curar todas as enfermidades.

 

Em São Tiago, em lugar dos Doze estão os presbíteros que são os cooperadores na missão dos Doze e em lugar do envio direto de Jesus temos a unção em nome do Senhor, isto é, de Cristo glorioso no Céu. Em nossos dias os cooperadores, os enviados em missão somos todos nós. Leigos ou clérigos. Cristo nos unge e envia em missão para que todos os homens conheçam a verdade e se salvem.

Ele nos pede ao nos enviar, a comunhão, simbolizada pelo envio de dois em dois. Que sejamos despojados de riquezas, ganância, orgulho, avareza e vaidade: nada tomar para o caminho, exceto um bastão, a coerência em uma conduta simples e humilde: não andeis de casa em casa, em uma conduta regida pela liberdade de espírito se em algum lugar não os receberem, sair e sacudir o pó dos vossos pés.

Ele ainda nos adverte: Assim como as palavras de Jesus não foram bem acolhidas até pelos próprios parentes, assim também os Doze na missão encontrarão dificuldades. Como não acolheram nem escutaram a Jesus, assim algumas vezes também não escutarão aos Doze. Os doze somos nós. Mas é preciso não perder o fôlego. É preciso que tenhamos bem presente que com Cristo e em Cristo nós somos mais do que vencedores.

 

Segundo João Paulo II na Exortação Apostólica Redemptoris Missio, a missão confiada à Igreja está muito longe de ser atingida. Estas palavras podem ser pronunciadas em cada geração e em cada época histórica, porque é necessário estar sempre começando.

 

A única coisa que nesta hora de Deus não podemos fazer é cruzarmos os braços, estar sem fazer nada. Seria uma postura irresponsável e indigna de um bom cristão!

Livres para a missão. Para sermos “missionários” precisamos ser livres. Livres para aceitar esta dimensão própria da vocação cristã. Livres para responder a Deus com generosidade, sem laços de instintos e paixões egoístas; livres para seguir docilmente as luzes e os movimentos do Espírito Santo dentro de nós mesmos.

Precisamos ser livres de todo apego aos bens e meios materiais, para nos apresentarmos com o evangelho puro, sem alterações, livres de todo orgulho e ânsia de poder, com a consciência clara de que somos servidores do homem.

 

Precisamos estar equipados somente com um grande amor a Jesus Cristo, nosso modelo; equipados com o Evangelho feito vida; equipados com a confiança em Deus e com a esperança na ação do Espírito Santo no coração dos homens.

Como cristãos somos chamados a abrir caminhos que para, pelo e por amor rompam as cercas levantadas pelo sistema do poder, que gera ódio, vingança, injustiças, fome e morte de todos os homens e mulheres. E nesta luta não temos dia nem horas.

 

O nosso Guia nos disse: Meu Pai trabalha todos os dias e eu também trabalho. Assim, sendo, não temos que procurar descanso, a não saber que fazemos a santa vontade de Deus.

Reflexão Apostólica:

Para o evangelista Marcos, Jesus tem perfeita consciência de sua missão, mas, ao contrário dos mestres de seu tempo, que se cercavam de alguns discípulos no seio de uma escola ou às portas de uma cidade, ele quis ser itinerante (v.6), com a finalidade de chegar à maior quantidade de pessoas em seu próprio ambiente de vida.

 

Se admite discípulos não o faz para estar com eles à maneira dos rabinos judeus de seu tempo, mas para associá-los a seus trajetos missionários e assim multiplicar sua missão.

 

O conteúdo da pregação dos discípulos é ainda, por uma parte, o que Jesus recebeu de João Batista: a conversão e o arrependimento (v. 12, específico de Marcos).

Mas João Batista se limita a predizer a proximidade do reino; os discípulos de Jesus são enviados para torná-lo visível e atual: expulsam os demônios e curam as enfermidades, convencem as pessoas de sua libertação das forças do mal e de sua incorporação a uma nova soberania.

 

Esta atenção para com os pobres e doentes diferencia igualmente Jesus e seus discípulos dos fariseus e dos demais mestres da sabedoria, pouco atentos às classes indigentes. Diferencia igualmente nossa forma de evangelização?

Jesus chamou os Seus doze apóstolos e enviou-os dois a dois para levar ao mundo a sua paz. Antes que fossem, porém, Ele lhes deu instruções valiosas que para nós, cristãos, são importantes observar. Jesus veio instaurar no mundo uma nova maneira de ser e de viver, no amor e na fraternidade sem dependência das coisas materiais que nos escravizam.

 

Por isto, Ele nos ensina a caminhar em unidade com os irmãos, nunca seguindo sozinhos (as) e a nos desapossar de coisas que não são as essenciais para a nossa trajetória.

Quando nos despojamos da nossa humanidade, dos nossos interesses e das nossas motivações e levamos ao mundo a boa notícia da salvação de Jesus, nós estamos também renunciando à segurança da nossa capacidade intelectual, financeira, material para dar verdadeiro testemunho dos bens espirituais que Jesus nos manda espalhar.

 

Para pregar o reino de Deus o Senhor nos manda levar somente o Cajado que é a Sua Palavra que nos guia, nos orienta e ilumina os nossos passos e sandálias aos pés, isto é, a oração e a vivência dos sacramentos que nos dão respaldo e firmeza para caminhar sem machucar os pés.

Para levar a paz nós não precisamos de pão, de sacola, de dinheiro, mas sim de confiança na providência e na misericórdia do Senhor e no poder do Seu Espírito. Não precisamos também ficar mudando de lugar a todo instante.

 

Jesus nos recomenda para que tenhamos perseverança. Ele não nos envia para longe, Ele quer nos ensinar essa nova mentalidade a partir dos nossos relacionamentos familiares.

Você acha que precisa de muitas coisas para dar testemunho de Jesus? Quais as armas que você está usando para conquistar a sua família? Qual a impressão que você está deixando dentro da sua casa em relação à influência do Evangelho na sua vida? Você está sendo coerente com o ser um (a) evangelizador (a)?

 

Precisamos ter consciência que esta vida que temos nada mais é que uma passagem para a vida eterna, e depois que morremos nada levamos a não ser nossas ações, sejam elas de amor ou não.

 

Isso não significa que não devemos ter nada, nenhum sucesso, de forma alguma, mas quer dizer que essas coisas não podem ser maiores que a própria Missão ou Vocação, não podem pesar mais que a minha obrigação, enquanto Cristão, de anunciar ao Reino dos Céus.

 

Quando Jesus diz que não levem comida, ou dinheiro, Ele mostra claramente que acredita na providência de Deus e que sabe que existem pessoas que vão acolher aqueles missionários.

 

É preciso confiança para acreditar que Deus recompensará nosso Serviço e que precisamos, sim, ir além, sair e evangelizar na Igreja, em casa, mas principalmente pelo mundo para abrir o coração dos que ainda não conhecem a Jesus.


Peçamos essa graça de sermos missionários, desapegados, humildes e confiantes na Providência Divina.