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domingo, 29 de março de 2020

EVANGELHO DO DIA 05 DE ABRIL - DOMINGO DE RAMOS


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus
Mt 27, 11-54
Neste Domingo de Ramos, a Liturgia da Santa Missa tem dois Evangelhos: o da entrada de Jesus em Jerusalém [1] e o Evangelho em que Jesus é condenado e crucificado no Calvário. Olhando para Jesus como sumo e eterno sacerdote, é possível perceber a grande ligação entre essas duas passagens: a entrada de Cristo em Jerusalém é como a procissão do sacerdote que se dirige ao altar, a fim de oferecer um sacrifício.
E qual é a importância do sacrifício na teologia cristã? Por que é preciso que os homens ofereçam sacrifícios a Deus? Essa necessidade está inscrita na própria natureza humana. Ao sacrificar coisas à divindade, o homem adora a Deus (reconhecendo o tudo d’Ele e o próprio nada); rende-Lhe ação de graças, em gratidão por tudo o que recebe; e suplica as graças necessárias para continuar servindo-O. Com o drama da queda, acrescenta-se a esses três fins a reparação pelos pecados cometidos contra Deus.
Mas, por que o culto de adoração a Deus deve ser feito exteriormente, por meio de um sacrifício? Isso não é coisa do Antigo Testamento? Jesus não quer, ao contrário, “verdadeiros adoradores”, “em espírito e verdade” [2]? A essas indagações Santo Tomás responde do seguinte modo:
“Como escreve São João Damasceno, já que somos compostos por duas naturezas – a intelectual e a sensível –, oferecemos dupla adoração a Deus: uma espiritual, que consiste na devoção interna de nossa mente, e outra corporal, que consiste na humilhação exterior de nosso corpo. E porque em todos os atos de latria o exterior se refere ao interior como o secundário ao principal, a mesma adoração exterior se subordina à interior, para que, mediante os atos corporais de humildade, o nosso afeto se sinta impelido a submeter-se a Deus, pois o natural em nós é chegar ao sensível pelo inteligível” [3].
Pegue-se como exemplo uma genuflexão. Quando se faz uma genuflexão diante do Santíssimo Sacramento, diz-se com o corpo: “Meu Deus, eu não sou nada, eu me rebaixo e me aniquilo diante de Vós”. Mas essa genuflexão, que é um ato externo, só tem verdadeiro sentido se acompanhada pela disposição interior. A adoração externa só tem significado se houver, junto, uma alma, um amor que reconhece a grandeza de Deus.
E é isto o que se faz nos sacrifícios: no Antigo Testamento, os animais perfeitos eram oferecidos e queimados (por isso, a palavra “holocausto”) como ato externo de adoração a Deus. Esse culto deveria conduzir os sacerdotes a um ato interno, a reconhecer diante de Deus o seu nada. E que ninguém se impressione com o uso insistente desta palavra: nada. Quando Deus criou o homem, isso não enriqueceu em nada Seu ser. Em outras palavras, Ele – sabedoria, bondade e beleza infinitas –, ao criar outros seres – também sábios, bons e belos –, não aumentou a sabedoria, a bondade e a beleza. Aquilo que as criaturas receberam nada mais é que participação de algo que já existia, desde sempre. Então, na verdade, o homem não faz falta nenhuma: Deus criou-o por pura gratuidade. Por isso, quando se adora a Deus, reconhece-se o próprio nada diante d’Ele.
A vida de Jesus foi uma entrega do começo ao fim. O Seu sacrifício e sacerdócio não começaram na Cruz: antes de entrar em Jerusalém, Ele entrou no mundo; antes de ascender ao Calvário, Ele desceu à humanidade, fazendo-se homem. A Carta aos Hebreus diz, citando o Salmo 39:
“Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” [4].
Os “holocaustos e sacrifícios” de bodes e touros não agradaram a Deus, porque não havia uma alma para fazer a Sua vontade. Então o Verbo se fez carne e ofereceu a adoração verdadeiramente agradável a Ele, na gruta em Belém, na Sua apresentação diante do velho Simeão, em sua perda e encontro no Templo, na carpintaria de Nazaré e em toda a sua vida humana. Ele veio a este mundo para amar a Deus e incendiar os corações dos homens [5], a fim de que eles também O amem.
Por isso, ao subir a Jerusalém para oferecer-se em sacrifício, Jesus quer que subamos com Ele. Assim como se elevou ao Pai, Ele quer que elevemos os nossos corações a Ele, como diz a Oração Eucarística: “Sursum corda – corações ao alto!”. O Papa Bento XVI, meditando sobre estas palavras, ensinou:
“O coração, segundo a concepção bíblica e na visão dos Padres, é aquele centro do homem onde se unem o intelecto, a vontade e o sentimento, o corpo e a alma; é aquele centro, onde o espírito se torna corpo e o corpo se torna espírito, onde vontade, sentimento e intelecto se unem no conhecimento de Deus e no amor a Ele. Este ‘coração’ deve ser elevado. Mas, também aqui, sozinhos somos demasiado frágeis para elevar o nosso coração até à altura de Deus; não somos capazes disso. É precisamente a soberba de o podermos fazer sozinhos que nos puxa para baixo e afasta de Deus. O próprio Deus tem de puxar-nos para o alto; e foi isto que Cristo começou a fazer na Cruz. Desceu até à humilhação extrema da existência humana, a fim de nos puxar para o alto rumo a Ele, rumo ao Deus vivo. Jesus humilhou-Se: diz hoje a segunda leitura. Só assim podia ser superada a nossa soberba: a humildade de Deus é a forma extrema do seu amor, e este amor humilde atrai para o alto.” [6].
É preciso esclarecer que a morte de Cristo, considerada em si mesma, ou seja, as ações das autoridades civis e religiosas para matar Jesus, foram criminosas. O que praticaram foi um verdadeiro deicídio, uma ofensa a Deus. Ao celebrar a Missa, o sacerdote não intenta repetir isso, ele não pretende “matar Deus” de novo. O que constituiu o sacrifício de Cristo foi o fato de Ele ter aceitado interiormente a Cruz; foi a sua disposição interior que transformou aquele madeiro infame em sacrifício agradável a Deus.
Quando Jesus é preso e um de seus companheiros desembainha a espada para tentar impedir que O levem, Ele diz-lhe: “Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele não me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos?” [7]. Ou seja, se Cristo quisesse, poderia pedir que o Pai lhe enviasse “mais de doze legiões de anjos” para tirá-lo da morte. Mas, como Ele diz noutro lugar: “Ninguém Me tira a vida; Eu dou-a livremente” [8]. Jesus aceita o crime e o pecado que cometem contra Ele e transforma-o livre e generosamente em amor e sacrifício. Ele demonstrou essa liberdade interior na noite da Última Ceia, quando disse: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós”; “Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós” [9].
O que torna a Cruz redentora é o amor com que Cristo nos amou. Na Missa, ocorre, substancialmente, o mesmo sacrifício, como assegura o Concílio de Trento: “Uma e mesma é a vítima: e aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que, outrora, se ofereceu na Cruz, divergindo, apenas, o modo de oferecer” [10]. Então, no altar, o mesmo Jesus que se entregou na Cruz adora a Deus, aniquilando-se e dizendo: “Vós sois Deus e eu sou nada”. É claro que Jesus é Deus, mas é como diz a segunda leitura:
“Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” [11].
Ao participarmos da Santa Missa, é importante que o façamos com esta disposição interior de entregarmo-nos a Cristo. Na consagração, o momento mais sublime da Missa, em que Jesus, vivo e glorioso, é sacramentalmente representado como morto [12], somos chamados a unir-nos a Ele, adorando, dando ação de graças, suplicando e reparando os nossos pecados.
Para concluir esta meditação, propõe-se uma oração de São Nicolau de Flüe, que está no Catecismo da Igreja Católica. Segundo a tradição, estas palavras eram repetidas por ele todos os dias:
Mein Herr und mein Gott, nimm alles mir, was mich hindert zu dir. Mein Herr und mein Gott, gib alles mir, was mich führet zu dir. Mein Herr und mein Gott, nimm mich mir und gib mich ganz zu eigen dir. – Meu Senhor e meu Deus, retira tudo de mim, o que me separa de ti. Meu Senhor e meu Deus, dá tudo a mim, o que me conduz para Ti. Meu Senhor e meu Deus, retira-me de mim e dá-me todo inteiro a Ti” [13].
“Retira-me de mim e dá-me todo inteiro a Ti”: que Deus nos ajude a fazer esse sacrifício. Subamos ao altar, neste domingo, junto com o sumo e eterno sacerdote, Jesus Cristo, a fim de oferecer a Deus o único sacrifício verdadeiramente digno d’Ele: a Santa Missa.

Evangelho do dia 04 de abril sábado 2020


04 abril - Situação diferente, possibilidade diferente de fazer o bem, maneira diferente de acumular merecimentos. (L 22). São Jose Marello
João 11,45-56

"Muitas pessoas que tinham ido visitar Maria viram o que Jesus tinha feito e creram nele.Mas algumas pessoas voltaram e contaram aos fariseus o que ele havia feito. Então os fariseus e os chefes dos sacerdotes se reuniram com o Conselho Superior e disseram: - O que é que nós vamos fazer? Esse homem está fazendo muitos milagres! Se deixarmos que ele continue fazendo essas coisas, todos vão crer nele. Aí as autoridades romanas agirão contra nós e destruirão o Templo e o nosso país. Então Caifás, que naquele ano era o Grande Sacerdote, disse: - Vocês não sabem nada! Será que não entendem que para vocês é melhor que morra apenas um homem pelo povo do que deixar que o país todo seja destruído? Naquele momento Caifás não estava falando por si mesmo. Mas, como ele era o Grande Sacerdote naquele ano, estava profetizando que Jesus ia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo todos os filhos de Deus que estão espalhados por toda parte.
Então, daquele dia em diante, os líderes judeus fizeram planos para matar Jesus. Por isso ele já não andava publicamente na Judéia, mas foi para uma região perto do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ficou ali com os seus discípulos. Faltava pouco tempo para a Festa da Páscoa. Muitos judeus foram a Jerusalém antes da festa para tomar parte na cerimônia de purificação. Eles procuravam Jesus e, no pátio do Templo, perguntavam uns aos outros:
- O que é que vocês acham? Será que ele vem à festa?"
 Meditação:
Jesus caminhava, e os sinais eram evidentes e isso era motivo para que os pontífices e os fariseus pensassem em liquidar com Ele.

Os sinais que Jesus realizava chamavam a atenção dos fariseus que temiam que Ele fosse aclamado Rei e atraísse a fúria dos romanos que desejavam reinar sobre os judeus.

Eles não percebiam, porém, que Jesus viera ao mundo não para tornar-se Rei, mas, vítima entregue em holocausto para a salvação da humanidade.

O Plano de Deus se realizava e o próprio sumo-sacerdote Caifás profetizou quando disse: “Será que não entendem que para vocês é melhor que morra apenas um homem pelo povo do que deixar que o país todo seja destruído?” Caifás prognosticou que a missão de Jesus era salvar a humanidade.

De fato, sem saber ele decretou a sentença de morte para Jesus como redenção para os homens. Deus age de acordo com o Seu Plano e nos faz Seus instrumentos de salvação, mesmo que às vezes, nem nós percebamos como foi o caso de Caifás.

Muitas vezes, apenas uma palavra que nós pronunciamos é um sinal que Deus dá ao mundo para que a sua vontade se realize.

Nada acontece por acaso, os sinais de Deus na nossa história também são evidentes. São muitas as ocasiões em que nos encontramos num emaranhado de situações e não entendemos o que está atrás de tudo, mas a confiança de que o Plano de Deus se realiza, mesmo que nem saibamos, é a nossa única arma para nos mantermos firmes na luta esperando a vitória final.

No evangelho de hoje, temos a continuidade da narrativa em que Jesus, em casa de Maria, ressuscitara seu irmão Lázaro. Esta ressurreição marca o fim do ministério de Jesus.

A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal que Jesus realiza. Muitos dos judeus acreditaram Nele e outros contaram aos fariseus o que Jesus havia realizado.

Mais uma vez os que seguiam Jesus tiveram que optar, acreditar ou não acredita Nele, acolher ou rejeitar sua ação que devolve a vida e vence a morte.

A ressurreição de Lázaro foi a "gota d'água", para que a morte de Jesus fosse decretada. Teriam que fazer alguma coisa, os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o conselho e decidem pela morte de Jesus, o argumento que usaram não era verdadeiro, a blasfêmia, por Jesus dizer ser Ele o Filho de Deus.

A verdade é que Jesus fora condenado a morte, porque incomodava os chefes da lei, a elite, os fariseus, ou seja, os poderosos da época. Jesus fazia o bem a todos, e não podiam mais permitir que ele continuasse com sua ação libertadora, de bondade e de vida.

Morto o cachorro, acabou-se a raiva. Assim pensavam os dirigentes do povo ao ver que cada vez mais pessoas seguiam Jesus, enquanto Ele lhes pregava duras verdades. Tampouco poderiam tratá-lo como rebelde, porque atuava sempre pacificamente. Fariseus, escribas e autoridades religiosas firmaram a sentença de morte de Jesus.

Identificam a sobrevivência do povo com a sua sobrevivência. Assim justificam seu oportunismo político e a injustiça que cometem.

A atividade de Jesus em favor dos marginalizados e excluídos os interpela seriamente. A denúncia é feita pelo próprio Deus que trabalha na história. Eles afastam o questionamento matando o enviado de Deus.

Esta maneira de argumentar dos poderosos para justificar a opressão que realizam se repete uma e outra vez na grande história.

Entretanto, erraram os cálculos. Mataram Jesus, porém sua causa continuou viva no meio daqueles que buscam liberdade e justiça. Nossos mártires a gritam com seu sangue

Reflexão Apostólica: 

Quantas vezes, por ciúmes ou inveja, julgamos ou tentamos denegrir a imagem de alguém que nos incomoda?

Nós, muitas vezes, condenamos e até mesmo "queimamos" os nossos concorrentes, arrumando um jeito de diminuir as suas qualidades: sejam no emprego, por ciúmes daqueles colegas que são mais capazes que nós, seja aquela garota que é mais bonita, do professor, ou aquele cara forte que arrasa quando chega na área...

Semana passada, conversando com um amigo,  ele disse-me: "Trabalhei muitos anos como bancário, e, como eu não conseguia nivelar-me aos demais, quase sempre era chamado de 'estrela' e era muito perseguido, acho que não necessariamente pela minha inteligência ou pelo meu destaque, pois não sou pessoa  que gosta de  aparecer, mas pelo meu esforço. E o pior foi quando tive por chefe, um coordenador que sabia menos do que todos nós..."

A psicologia diz que quando cruzamos com outra pessoa na rua, na nossa mente fazemos um pequeno julgamento, ao comparar-nos com aquela criatura de Deus.

Olhamos discretamente e pensamos: "será que esse(a) aí já leu os livros que li? Será que tem as mesmas propriedades que tenho? Não me parece que já visitou os mesmos lugares que eu!...

Não podemos culpar ou condenar alguém por sua competência e capacidade. Devemos admitir que essa está mais preparada do que nós, que ele se empenha e é mais dedicada. Não é mais interessante se nos juntarmos a ela e somar forças?

Enquanto isso, vamos correr atrás, tentar melhorar, crescer, buscar de mais conhecimento, sem ter que conviver com medo diário de perder o nosso lugar ou o nosso espaço.

Essa é uma das lições que o evangelho nos dá hoje: "Não julguem e não serão julgados! Não condenem e não serão condenados!"

Não podemos permitir que esses sentimentos ruins dominem nossos pensamentos, nosso coração, e não condenar alguém por fazer bem coisas que se quer tentamos fazer.

É tempo de buscarmos e orarmos pela nossa transformação, conversão, para sermos felizes e procurar fazer sempre o bem.

Precisamos tomar mais cuidado para não fazer como os líderes judaicos. Ter mais cuidado com os nossos pensamentos e palavras. Lembrar, acima de tudo, o que nos disse o Ressuscitado: "Não julguem e não serão julgados! Não condenem e não serão condenados!"
Oração: Pai, ajuda-me a compreender, sempre mais profundamente, o caminho para encontrar-me contigo, que Jesus nos ensinou. Livra-me, também, do apego aos esquemas já superados.
DIFICULDADES PROVEITOSAS
Você já parou para pensar que talvez as suas dificuldades lhe sobrevieram porque você realmente estava precisando delas - em virtude daquilo que lhe poderiam ensinar, e de como o levariam em direção ao crescimento? Imagine se você olhasse para seus problemas não como uma caprichosa e cruel punição do destino, e sim como uma potente forma de crescimento!... 

Você se ressente com as dificuldades que estão presentes em sua vida? Por quê? Qual é o benefício que o ressentimento lhe traz? Absolutamente nenhum. Ressentir-se por estar cheio de dificuldades só faz com que o problema se intensifique ainda mais. Por outro lado, encontrar uma maneira de encarar esses problemas com lucidez e determinação fará com que você ganhe uma força altamente positiva em sua vida. 

O fato é que Deus jamais desperdiça uma dor ou uma situação angustiante. Portanto, é a gratidão que fará com que você cresça em seu caráter e estabilidade diante de situações adversas. Busque uma maneira de exercitar genuinamente sua gratidão em meio às dificuldades, e a realidade da sua vida irá refletir um foco positivo e atraentemente salutar.


Evangelho do dia 03 de abril sexta feira 2020


03 abril  - Ah! pobre juventude, tão abandonada e descuidada; pobre geração em crescimento, deixada por demais à própria sorte e ainda muito caluniada ou, pelo menos, duramente julgada em tuas leviandades e em tua generosidade desregrada, naquela necessidade de ação mal desenvolvida, com afetos mal orientados, razão pela qual, sem culpa totalmente tua, te afastas do caminho reto! Pobre juventude! Rezemos mui particularmente por ela.(L 29). São Jose marello
João 10,31-42

"Então eles tornaram a pegar pedras para matar Jesus. E ele disse: - Eu fiz diante de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas vocês querem me matar? Eles responderam: - Não é por causa de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra Deus. Pois você, que é apenas um ser humano, está se fazendo de Deus. Então Jesus afirmou: - Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: "Vocês são deuses." Sabemos que as Escrituras Sagradas sempre dizem a verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu e me enviou ao mundo. Então por que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo que sou Filho dele? Se não faço o que o meu Pai manda, não creiam em mim. Mas, se eu faço, e vocês não crêem em mim, então creiam pelo menos nas coisas que faço. E isso para que vocês fiquem sabendo de uma vez por todas que o Pai vive em mim e que eu vivo no Pai. A essa altura tentaram novamente prendê-lo, mas Jesus escapou das mãos deles. Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. E muita gente ia vê-lo, dizendo: - João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade. E naquele lugar muita gente creu em Jesus."
Meditação

 Nos capítulos 8 a 11 de seu evangelho, João narra exacerbados conflitos entre os judeus e seus chefes e Jesus. É destacada no texto, de maneira repetida, a decisão de matarem Jesus.
Desde a quarta semana da Quaresma, os textos dos evangelhos diários são tirados exclusivamente do Evangelho de João, dois capítulos que sublinham a tensão dramática entre revelação progressiva, de um lado, que Jesus apresenta do mistério do Pai que o preenche completamente, e do outro o fechamento progressivo por parte dos judeus que se tornam cada vez mais impenetráveis à mensagem de Jesus.

Ante o interrogatório oficial, Jesus define a si mesmo como Filho de Deus, consagrado pelo Pai por meio do Espírito para uma missão salvadora.

Ele cumpre a missão salvadora de Deus; por isso sua atividade é igual ao Pai. As mãos de Jesus, que curam, levantam, perdoam, acariciam, são as do Pai, cujo amor comunica vida ao ser humano. Jesus não ensina doutrinas sobre Deus, mas mostra com gestos concretos quem é através de sua ação libertadora.
O aspecto trágico deste fechamento é que é feito em nome da fidelidade a Deus. Eles rejeitam Jesus em nome de Deus. 

Esta maneira que João tem de apresentar o conflito entre Jesus e as autoridades religiosas não é só algo que aconteceu no passado.

É também um espelho que reflete o que acontece também hoje. Em nome de Deus, algumas pessoas se transformam em bombas e matam outras pessoas.

Em nome de Deus nós membros das três religiões do Deus de Abraão, judeus, cristãos e muçulmanos, nos condenamos mutuamente, lutamos entre nós, ao longo da história.

Entre nós o ecumenismo é difícil, e ao mesmo tempo necessário. Em nome de Deus foram cometidos muitos erros e continuamos a cometê-los ainda hoje. A Quaresma é um tempo importante para parar e se perguntar: que imagem de Deus mora em meu ser?

Os judeus preparam pedras para matar Jesus e Jesus pergunta:"Eu fiz diante de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas vocês querem me matar? Eles responderam: - Não é por causa de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra Deus." Querem matar Jesus porque blasfema. A lei ordenava apedrejar estas pessoas.

A Bíblia chama todos Filho de Deus. Eles querem matar Jesus porque afirma ser Deus. Jesus responde citando a mesma lei de Deus: "Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: "Vocês são deuses." Sabemos que as Escrituras Sagradas sempre dizem a verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu e me enviou ao mundo. Então por que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo que sou Filho dele?"

Estranhamente Jesus afirma: "na lei de vocês". Deveria ter afirmado: "na nossa lei". Por que fala deste modo? Aqui aparece novamente a trágica divisão entre judeus e cristãos, irmãos, filhos do mesmo pai Abraão, que se tornaram inimigos irremediáveis até ao ponto que os cristãos afirmam "a lei de vocês", como se não fosse a nossa lei. 

Os dirigentes judaicos respeitam Deus da boca para fora, mas na realidade são opressores do povo. Há dois projetos opostos: o da vida e o da morte.
 O projeto do Deus-amor que produz vida e o dos dirigentes cuja atividade, o ódio, produz morte. Jesus não tem outro certificado para mostrar que é Filho de Deus além de suas obras.

Jesus fala novamente das obras que realiza e que são a revelação do Pai. "Se não faço o que o meu Pai manda, não creiam em mim. Mas, se eu faço, e vocês não crêem em mim, então creiam pelo menos nas coisas que faço. E isso para que vocês fiquem sabendo de uma vez por todas que o Pai vive em mim e que eu vivo no Pai. " As mesmas palavras que disse na última Ceia (Jo 14,10-11).
 
"A essa altura tentaram novamente prendê-lo, mas Jesus escapou das mãos deles." Ninguém tirará sua vida antes que Ele tenha decidido livremente entregá-la.

Não houve nenhum sinal de conversão. Eles continuam a dizer que Jesus blasfema e insistem em matá-lo. Não existe nenhum futuro para Jesus.
A morte dele já foi decidida, mas ainda não chegou sua hora. "Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. "

Aponta, assim, a continuidade de sua missão com a missão de João. Ajuda as pessoas a tomarem consciência da linha de ação de Deus na história. As pessoas reconhecem em Jesus aquele que João tinha anunciado.

Os judeus condenam Jesus em nome de Deus, em nome da imagem que tem de Deus. Condenei alguma vez alguém em nome de Deus e depois descobri que eu estava errado? Jesus se problema "Filho de Deus". Quando professo no Creio que Jesus é o Filho de Deus, qual é o conteúdo que dou a esta minha profissão de fé?

Reflexão Apostólica: 

A Igreja dá muita ênfase à missão evangelizadora do cristão, à necessidade e obrigação que temos de levar a Palavra de Deus até onde nos for possível.

O acolhimento da Palavra é essencial para desenvolvermos nossa fé. "Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua mensagem."

O sinal efetivo de nossa fé se reflete nas obras que realizamos, que brotam segundo os critérios divinos, nos identificando como criaturas semelhantes a Deus. "Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: 'Vocês são deuses.' "

A verdadeira fé nos induz à disponibilidade a Deus, semelhante a de Maria na Anunciação do Anjo, tornando-nos instrumentos para Sua ação junto aos nossos irmãos.

Deus sempre age através dos homens, mas nós só teremos méritos quando nos colocamos conscientemente disponíveis à sua ação.

Creio que, ao final de tudo, o que fazemos ou despendíamos em prol da construção do Reino de Deus deve se resumir em fazer que outros creiam e também conheçam a verdade que liberta.

Se isso for a síntese do que é ser um discípulo missionário devemos, portanto, ter em mente que se fizermos o que for possível, sem medir esforços para que aconteça, o Espírito Santo que habita em nós e que da testemunho que tudo isso é verdade, se manifestará e fará assim resplandecer Deus de nós para o irmão.

Em outras palavras: Somente refletindo Jesus conseguiremos convencer da verdade. “(…) Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. E muita gente ia vê-lo, dizendo: – ‘João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade’“.

Quando aceitamos o chamado trino (profeta, rei e sacerdote) em prol do irmão estamos cientes que estaremos pondo nossa “cara à tapa” para os julgamentos, acusações e também aos elogios das pessoas.

Também é um fato que passaremos a ser também tentados no limite das forças para que também o reneguemos três vezes ou mais.

Teremos que enfrentar a nossa própria falta de fé, nossos questionamentos e pouca confiança ao não perceber ou receber de volta os testemunhos confirmando tudo o que aconteceu. Mas nada disso deve nos esmorecer. Não é motivo para se perder a fé.

Toda essa fala inicial vem de encontro com a mensagem implícita no evangelho de hoje. Jesus sendo Deus e mesmo declarando abertamente essa divindade é ameaçado de apedrejamento. Se com Jesus isso foi possível, por que não acontecia o mesmo conosco?

Vivemos hoje um tempo em que a falta de fé em alguns segmentos talvez seja ainda maior que no tempo de Jesus. Vemos jovens cada vez mais distantes de Deus e de suas famílias; cada vez mais pais temem exercer a paternidade ou a maternidade responsável e em virtude disso e de outros fatores quantos se voltam contra a igreja, contra a fé, contra Deus.

Deus, em sua infinita sabedoria, nos convida a fazer “propaganda” do seu amor para que outros também ganhem a vida, mas essa missão como já falamos, só tem efeito se a pedagogia do amor de Jesus conseguir MUDAR A NÓS MESMOS. Não dá pra convencer ninguém se a própria pessoa não conseguir acreditar.

Equivocamo-nos quando nos apegamos aos milagres e curas como “cabos eleitorais” de Deus, pois como o próprio texto narra, João Batista não operou milagres, mas tudo que falou de Jesus convenceu que era verdade. Lembre-se que leprosos foram curados e quantos voltaram?

Novamente enfatizo: Já que nossa missão é buscar quem se perdeu, ALGO PRIMEIRAMENTE DEVE MUDAR EM MIM. Preciso deixar essa posição cômoda que minha fé se encontra e abraçar o bem por opção. Essa ação vale apena.

Cada um de nós, criado à imagem e semelhança de Deus, tem como sentido de vida fazer obras e viver de acordo com esta condição de criaturas perfeitas, porém seres humanos.

Errar é um direito que o homem tem pela sua própria condição frágil, e aceitar esse erro é um dever, pois só Deus não erra.

Jesus foi o único Homem e também Deus. Ele não errou nunca, nunca pecou e nem cometeu faltas, mas só Ele teve esta condição.

Precisamos ter consciência de que somos frágeis, fracos e que podemos errar sim.
Assumir o próprio erro é a virtude da humildade. O orgulho de achar que somos perfeitos e que não erramos nunca nos deixa cegos e, então, tropeçamos e caímos.

Jesus, que é Deus, quando estava carregando o peso do orgulho da humanidade na Cruz, caiu para não permitir que o último tropeço dos homens fosse eterno! Neste momento, a queda de Deus Homem é transformada no único degrau para o homem chegar a Deus.

Edifique, construa, cuide, agregue, projete, coordene, levante, (…). Gestos concretos atraem mais que apenas palavras.

As boas obras decorrentes de nossa fé são elementos importantes de evangelização, servindo de testemunho às nossas palavras, o que levou os contemporâneos de Jesus a afirmarem convictamente: "João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade."

Propósito: Tornar presente o evangelho de Jesus, como forma de demonstrar que O sigo. 
SOBRE AMIZADE
Nos dias de hoje, tem sido um grande desafio manter uma estreita, íntima e duradoura amizade com alguém. As pessoas se mudam com muita freqüência em função das suas atividades profissionais, mudam o status conjugal com rapidez galopante e se concentram – principalmente – em suas próprias vidas agitadas. 

Manter estrategicamente suas amizades – não me refiro a simples colegas, ou superficiais relacionamentos - demanda que você interaja com outras pessoas de uma maneira que venha até mesmo a afetar aquelas suas atividades já planejadas por você. Só assim você terá chances reais de investir tempo de qualidade numa outra pessoa. 

Um amigo é alguém em quem você precisa constantemente prestar atenção. Demanda diligência e perseverança. Ao demonstrar genuíno interesse em seus amigos, ouvir o que eles têm a dizer e investir tempo numa interação de coração para coração, você estará criando uma poderosa e inabalável aliança que irá resistir ao tempo, às mais traumáticas mudanças e até mesmo às mais longínquas distâncias.

Evangelho do dia 02 de abril quinta feira 2020


02 abril - Trabalha, trabalha para o melhoramento da juventude: também o pouco é alguma coisa e, em nossos dias, barrar o mal já é um grande bem. (L 28). São Jose Marello
João 8,51-59

"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca. Então eles disseram: - Agora temos a certeza de que você está dominado por um demônio! Abraão e todos os profetas morreram, mas você diz: "Quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca." Será que você é mais importante do que Abraão, o nosso pai, que morreu? E os profetas também morreram! Quem você pensa que é?
Ele respondeu:- Se eu elogiasse a mim mesmo, os meus elogios não valeriam nada. Quem me elogia é o meu Pai, o mesmo que vocês dizem que é o Deus de vocês. Vocês nunca conheceram a Deus, mas eu o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei mentiroso como vocês; mas eu o conheço e obedeço ao que ele manda. Abraão, o pai de vocês, ficou alegre ao ver o tempo da minha vinda. Ele viu esse tempo e ficou feliz. - Você não tem nem cinqüenta anos e viu Abraão? - perguntaram eles. - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: antes de Abraão nascer, "EU SOU"! - respondeu Jesus. Então eles pegaram pedras para atirar em Jesus, mas ele se escondeu e saiu do pátio do Templo.
"
 Meditação

O capítulo 8 parece uma exposição de obras de arte, onde é possível admirar e contemplar quatros famosos, um ao lado do outro.

O evangelho de hoje nos apresenta um quadro, e um diálogo entre Jesus e os judeus. Não existe muito nexo entre um e outro quadro.

É o expectador que graças à sua observação atenta e orante, consegue descobrir o fio invisível que une os vários quadros, os diálogos. Assim, penetramos o mistério divino que envolve a pessoa de Jesus. Este texto de João é a conclusão, de modo contundente, do conflitante diálogo entre Jesus e os dirigentes judeus. 

Jesus faz uma solene afirmação. Os profetas diziam: Oráculo do Senhor! Jesus diz: “EM verdade, em verdade vos digo!” E a afirmação solene é esta: “Quem guarda a minha palavra, jamais verá a morte!”

Em muitos momentos este mesmo tema aparece e reaparece no evangelho de João. São palavras de grande profundidade. • João 8,52-53: Abraão e os profetas morreram. A reação dos judeus é imediata:

Agora sabemos que está fora de si. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte’. Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes tu ser?” Eles não entendiam a dimensão da afirmação de Jesus. Diálogo de surdos.

Como sempre, Jesus insiste na mesma tecla: está tão unido ao Pai que nada daquilo que diz e faz é dele. Tudo é do Pai. E ele afirma: “Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus!  No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia; e ele o viu e alegrou-se

Estas palavras de Jesus devem ter sido como uma espada que fere a auto-estima dos judeus. Dizer às autoridades religiosas: “Vós não conheceis o Deus que dizeis conhecer. Eu o conheço e vós não o conheceis!”, é como acusá-las de ignorância total, exatamente sobre o tema sobre o qual pensavam serem doutores especialistas.

A palavra final aumenta a medida: “Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia; e ele o viu e alegrou-se”.  Não tens cinqüenta anos e viste Abraão? Pegavam tudo literalmente, mostrando assim que não entendiam nada daquilo que Jesus estava dizendo. 

Jesus faz uma nova afirmação solene: “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, EU SOU”. Para os que acreditam em Jesus, eis que se chega aqui ao coração do mistério da história. Novamente pedras para matar Jesus. Mas nem desta vez conseguiram, porque ainda não tinha chegado a hora.

Quem determina a hora é o próprio Jesus. Para uma avaliação pessoal • Diálogo de surdos entre Jesus e os judeus. Já fizeste a experiência de falar com uma pessoa que pensa exatamente o contrário de ti e não se dá conta? • Como entender esta frase: “Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia; e ele o viu e alegrou-se”?

O conflito de Jesus com seus adversários cresce e se agrava. Os ouvintes de Jesus não entendem sua linguagem. São dois níveis de linguagem que não encontram coincidências.

Jesus fala com uma linguagem profunda, simbólica, transcendente. Seus adversários se movem no nível da linguagem convencional, formal, superficial.

Por isso é impossível que se entendam. Também nós podemos cair no erro de ficarmos no superficial e convencional e não abrir a mente e o coração à linguagem profunda, existencial e sobrenatural de Jesus.

Trata-se de reconhecer que Jesus não é um líder a mais na história, mas a figura visível do mesmo Deus Pai. Portanto, para compreendê-lo temos que contemplá-lo como rosto de Deus.
 Ele se revela para nos abrir caminho para a vida plena, a paz e a comunhão com ele. De alguma maneira, nós também somos chamados a viver essa profunda experiência de comunhão vital com Deus para mostrar seu rosto à humanidade.

A missão evangelizadora, portanto, não consiste em elaborar e pronunciar discursos a respeito de Deus, mas de mostrar nas atitudes humanas a ação salvadora e libertadora de Deus.
Reflexão Apostólica: 

Se existia alguma coisa ou frase que irritava aos doutores da lei era dizer “EU SOU”. Parece uma frase simples, mas era uma declaração, na visão deles, herética, ou seja, uma mentira mortal.

Era mortal, pois esta era a frase que Deus sempre usava ao aparecer aos patriarcas. Dizer, portanto, “EU SOU” era dizer que era Deus. Oh rapaz peitudo esse Jesus de Nazaré!

Adoro ver aqueles debates em que as pessoas ficam batendo numa tecla só para tentar “mostrar serviço” ou conhecimento.

Aqueles debates que começam assim: “Segundo a corrente filosófica tal não podemos contextualizar essa forma assim, mas conforme a visão da linguagem neurolinguistica, a percepção de mundo pode ser alterada(…) risos! Entendeu? Nem eu!

Note a situação: Alguém pergunta nossa religião ai respondemos – “EU SOU CATÓLICO”! Lembre que dizer “eu sou” é dizer ESTAR COM DEUS, é atestar que Ele anda comigo, que eu o sigo; que comungo dessa opção que fiz e como Abraão, eu também tenho uma aliança de amor com Ele.

Vejam a primeira leitura de hoje: “(…) Naqueles dias: Abrão prostrou-se com o rosto por terra. E Deus lhe disse: ‘Eis a minha aliança contigo: tu serás pai de uma multidão de nações. Já não te chamarás Abrão, mas o teu nome será Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de nações. Farei crescer tua descendência infinitamente. Farei nascer de ti nações, e reis sairão de ti. ESTABELECEREI MINHA ALIANÇA ENTRE MIM E TI E TEUS DESCENDENTES PARA SEMPRE; UMA ALIANÇA ETERNA, PARA QUE EU SEJA TEU DEUS E O DEUS DE TEUS DESCENDENTES”. (Gn 17, 3-7)

Temos então um choque… quem nunca ouviu: “Eu sou católico, mas não vou à missa, pois posso rezar em casa”! “Sou católico, mas não praticante”; “Eu sou católico, mas não concordo com isso e isso (…)?

Somos humanos! Discordar faz parte da nossa natureza humana, mas às vezes nossas discordâncias são mais confusas que o próprio texto que citei. Você consegue entender por que agimos assim?

Muitas vezes, por necessidade, pagamos (consultas, cursos, palestras) para que pessoas nos digam o que já sabemos! Não é estranho?

Psicólogos, analistas, terapeutas, (…) empenham-se nos estudos pra no fim dizer o que muitas vezes sabemos e não queremos ouvir.

Temos problemas, sabemos o motivo, causa e conseqüência, mas não conseguimos resolver. Pagamos pessoas para nos ensinar a dizer: EU SOU feliz; EU SOU uma pessoa que precisa mudar; EU SOU forte…

Não esqueçamos o peso da frase EU SOU

Creio que há naus de 2000 anos, Jesus, ao ver o coração do povo vazio e sedento por uma resposta de conforto, dizia: “(…) Quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca”; (…) Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará (Jo 8, 32); “(…) Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei " (Mt 11, 28).

Jesus era o único especialista, nesse tratamento, que atendia pelo SUS, no entanto, mesmo gratuito e de qualidade, o povo se recusava ouvir ou esperar.

Acredite nisso e professe: “EU SOU filho adotivo de Deus”!

Apodere-se disso nesse momento e veja o poder dessas palavras! Observe como “EU SOU” soa diferente! Quando estamos com problemas, angustiados, sem esperanças ou horizontes, poderíamos dizer mais vezes isso e também ler com mais atenção a “apólice” da aliança.

Devemos aprender a ter atitudes pró-ativas e dentre elas, definir no que acredito, em quem busco meu refúgio e a solução para minhas angústias e como já afirmei anteriormente, o duro é que a gente sabe quem é que nunca nos abandona, mas somos temerosos em afirmar isso, principalmente em público!

Creia em Deus, pois Ele nunca deixou de crer em você!

Comece hoje: EU SOU uma nova criatura quando estou perto de Deus! Descobri e reconheço que o Ele me ama!

Propósito: Ter a Palavra de Deus como ensinamento para do dia a dia
DESCONTENTAMENTO
Se você lança a culpa do seu descontentamento em outras pessoas, isso só faz aumentar ainda mais o seu próprio descontentamento. É possível que haja uma variedade de razões pelo qual você se sente infeliz com a vida. Porém, isso não importa – o que realmente importa é o que você tem decidido trazer à sua mente, o que você tem decidido sentir e e o que você tem decidido fazer. 

Quando você aceita o fato de que o seu descontentamento é seu e seu somente, você pode com relativa rapidez superá-lo. Apesar de você não poder imediatamente mudar as suas circunstâncias, você pode mudar instantaneamente a sua perspectiva interior. O que te coloca para baixo e tanto lhe frustra não é o que aconteceu a você, mas sim a maneira que você decidiu responder à essa situação. 

Não importa se a culpa é sua ou não – isso realmente não é importante como pode parecer. A sua melhor estratégia é ser sinceramente grato a Deus por onde você está e, a seguir, se mover na direção que possa lhe levar para onde você deseja chegar. A vida pode ser dura para você, mas você não precisa ser duro consigo mesmo. Abandone e renuncie ao descontentamento e voe para novas e empolgantes alturas.

Evangelho do dia 01 de abril quarta feira 2020


01 abril - Trabalhemos todos da maneira e com a intensidade que Deus quer; Ele sabe muito bem coordenar as nossas fadigas para os seus desígnios. (L 22). São José Marello
João 8,31-42

"Então Jesus disse para os que creram nele:- Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Eles responderam: - Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que você diz que ficaremos livres? Jesus disse a eles: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem peca é escravo do pecado. O escravo não fica sempre com a família, mas o filho sempre faz parte da família. Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres. Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; porém estão tentando me matar porque não aceitam os meus ensinamentos. Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou, mas vocês fazem o que aprenderam com o pai de vocês. - O nosso pai é Abraão! - responderam eles. Então Jesus disse: - Se vocês fossem, de fato, filhos de Abraão, fariam o que ele fez. Mas eu lhes tenho dito a verdade que ouvi de Deus, e assim mesmo vocês estão tentando me matar. Abraão nunca fez uma coisa assim! Vocês estão fazendo o que o pai de vocês fez. Eles responderam: - Nós não somos filhos ilegítimos; nós temos um Pai, que é Deus! Jesus disse a eles: - Se Deus fosse, de fato, o Pai de vocês, então vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por minha própria conta, mas foi Deus que me enviou."
Meditação:

Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6). Depois da sua morte e ressurreição, prometeu que nos enviaria o Espírito Santo como “o Espírito de verdade” (Jo 16, 13), que nos “guiaria à verdade total” (Jo 16, 13).

Rezou ao Pai pelos seus discípulos: “Consagra-os na verdade. A tua palavra é verdade” (Jo 17, 17; ). Diante de Pilatos disse: “Foi por isso que nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37). Seguindo radicalmente Cristo, caminhamos na verdade, na verdade total, na verdade que não desilude (Rm 9, 33).

No Evangelho de hoje continua a reflexão sobre o capítulo 8 de João. Através de círculos concêntricos, João aprofunda o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus.

Parece uma repetição, porque sempre volta a falar da mesma coisa. Na realidade, é o mesmo ponto, mas cada vez num nível mais profundo.

O evangelho aborda o tema da relação de Jesus com Abraão, o Pai do povo de Deus. João procura ajudar as comunidades a entender como Jesus se insere no conjunto da história do Povo de Deus.

Ajuda-as a perceber a diferença que existe entre Jesus e os judeus, e entre os judeus e os outros: todos nós somos filhos e filhas de Abraão.

A liberdade que nasce da fidelidade à palavra de Jesus. Jesus afirma aos judeus: "Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

Ser discípulos de Jesus é o mesmo que se abrir a Deus. As palavras de Jesus são na realidade palavras de Deus. Comunicam a verdade, porque dão a conhecer as coisas como são aos olhos de Deus e não aos olhos dos fariseus. Mais tarde, durante a última Ceia, Jesus ensinará a mesma coisa aos discípulos.

O que significa ser filho e filha de Abraão? A reação dos judeus é imediata: "Somos descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como pode dizer 'Vós vos tornareis livres'?" Jesus retruca fazendo a distinção entre filho e escravo e afirma: "Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres".

Jesus é o filho e vive na casa do Pai. O escravo não vive na casa do Pai. Viver fora da casa, fora de Deus quer dizer viver no pecado.

Se eles aceitassem a palavra de Jesus poderiam se tornar filhos e alcançar a liberdade. Não seriam mais escravos. E Jesus continua: "Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós".

Logo em seguida aparece bem clara a distinção: "Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai". Jesus lhes nega o direito de afirmar que são filhos de Abraão, porque as obras deles afirmam o contrário.

Eles insistem em afirmar: "Nosso Pai é Abraão!" como se quisessem apresentar a Jesus um documento da identidade deles.

Jesus retruca: "Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! Mas, agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de deus. Isso, Abraão não o fez. Vós fazeis as obras do vosso pai". Nas entrelinhas deixa entender que o pai deles é satanás (Jo 8,44). Sugere que são filhos da prostituição.

"Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou". Em outras palavras, Jesus repete a mesma verdade: "Quem pertence a Deus escuta as palavras de Deus".

A origem desta afirmação vem de Jeremias que diz: "Colocarei minha lei em sua alma, a escreverei em seu coração. Então eu serei seu Deus e eles o meu povo. Não deverão mais se instruir uns aos outros, dizendo: Reconhecei o Senhor porque todos me conhecerão, desde o menor ao maior, afirma o Senhor; porque eu vou perdoar sua iniqüidade e esquecerei completamente seu pecado" (Jr 31,33-34). Mas eles não vão se abrir a esta nova experiência de Deus, e por isso não reconhecerão Jesus como enviado do Pai.

Concluindo: Escravidão e liberdade resultam da postura que as pessoas assumem, diante de Jesus e de seu projeto. A liberdade brota da obediência ao Mestre, explicitada em forma de comunhão e solidariedade, de maneira especial, com os mais fracos e pequeninos.
Este gesto de amor é possível quando o discípulo se liberta da tirania do egoísmo, e se projeta para além de si mesmo. A escravidão acontece quando, tiranizadas pelo egoísmo, as pessoas não são capazes de superar seus pequenos interesses, abrindo-se para Deus e para o próximo.

Existem religiosidades falsamente libertadoras, que levam as pessoas a se apegarem a elementos secundários, tornando-se incapazes de acolher o projeto de Deus.

Jesus entrou em atrito com gente deste tipo. O orgulho de pertencerem à descendência de Abraão levava certas pessoas a se oporem, abertamente, a Jesus, o enviado do Pai, e à sua proposta de conversão.
  
Pensando ser filhos de Deus, acabavam por se fazer filhos de outro pai. Não pode haver contradição no agir de quem provém de Deus. Se rejeitam o Filho, é porque não estão enraizados no Pai.

A missão de Jesus consistiu em libertar a humanidade, fazendo-a conhecer a verdade. Não podemos nos contentar com uma libertação apenas aparente e enganadora. Só Jesus pode tornar-nos, efetivamente, livres.
Reflexão Apostólica: 

"Não sou dono do mundo, mas sou filho do Dono”. Esta frase, tão significativa, aparece em muitos pára-choques de caminhão ou adesivadas em muitos carros. Será apenas modismo, uma frase bonita ou os donos desses veículos percebem o seu real sentido que significa:  segurança, dignidade e liberdade?

É disso que Jesus falava. A mensagem de Jesus produz a liberdade que vem somente de Deus, não de uma linhagem ou de uma condição social.

Para Jesus, considerar-se filho é uma questão de conduta, não de nascimento. Quem, por seus atos, torna-se homicida e traiçoeiro, não tem Deus como Pai.

A verdade e a liberdade são dois valores muito profundos no evangelho de João. A verdade é a garantia da liberdade. A verdade não é um conjunto de afirmações teóricas ou de representações mentais que concordam com a realidade material ou objetiva.

Entendo que a verdade, no evangelho, seja a maneira correta de proceder, transparência de vida, na qual não cabe engano nem moral dupla, coerência entre o que uma pessoa pensa, sente, diz e faz. É o que sempre procuramos testemunhar, como cristão: Coerência ente fé e vida. Jesus não só diz verdades, mas que Ele é a verdade, porque é transparência do próprio Deus.

Ser livre não é fazer o próprio capricho sem nenhum tipo de limites. Ser livre é tomar distância de tudo o que possa aprisionar, atrapalhar, escravizar. A liberdade também implica viver com autenticidade, sem enganos e sem conveniências.

O ambiente sócio-cultural em que nos movemos está viciado pelo engano, mentira, manipulação e corrupção. É um ambiente que envolve a todos, de tal maneira que todos se sintam de alguma forma numa armadilha, sem liberdade para denunciar as novas formas de escravidão.

Nosso empenho deverá se orientar para a busca da verdade, para encontrar a autêntica liberdade dos filhos de Deus?

O Evangelho de hoje dentre tantas coisas que nos traça está o caminho da santidade que passa pelo seguimento a Cristo. Fazer-se seus discípulos, isto é, o caminho da santidade é na realidade um caminho na verdade e na liberdade. Propor a santidade de vida nada mais é do que propor o caminho da verdade e da liberdade.

À luz da fé, a santidade é vida na verdade total não limitada às realidades materiais ou apenas à vida terrena. Com efeito, o santo tem em consideração tanto os bens materiais como os espirituais; tem em consideração tanto a realidade terrena como a sobrenatural; contempla a própria vida não apenas na perspectiva temporal, mas também eterna. Por outras palavras, o santo vive na verdade considerando todos os aspectos da própria existência.

O aspecto mais importante é que aquele que deseja a santidade abre-se a Deus que é o bem supremo e a fonte da verdade.

A santidade de vida e a abertura à graça ajudam-nos na realidade a compreender mais profundamente as verdades de Deus.

Peçamos ao Senhor que nos ajude, a saber, aceitar seriamente o convite à santidade nas nossas condições de vida quotidiana, que mais não é que um convite a caminhar na verdade total e na liberdade autêntica.

Propósito: Deixar iluminar e marcar os passos e decisões pela verdade que é Jesus. _,_.___
ERROU?
A melhor coisa para se fazer diante de um erro é admiti-lo e aprender com ele. A pior coisa a fazer é defende-lo e perpetua-lo. 
Ter convicção e ter uma posição firme é algo admirável, até que se torne claro que a posição assumida é uma posição errada. Aqueles que admitem que erraram são também os mesmos que tem capacidade de seguir em frente a despeito do erro. Porém, aqueles que obstinadamente insistem em estar certos em face das claras evidências do contrário, simplesmente se afundam e permanecem encalhados no seu próprio orgulho. 

Erros são grandes mestres. Erros são inevitáveis. Quando você tenta alcançar algo sadiamente ambicioso, com toda certeza, você irá cometer erros. Porém, esses mesmos erros podem lhe impulsionar a um futuro promissor se você tiver coragem e humildade para admiti-los e fazer com que eles trabalhem em seu favor. 

Todas as vezes que você estiver fazendo progressos você também estará propenso a erros. Admita-os, aprenda com eles, faça uma correção de curso e você poderá então se movimentar ainda mais rápido em direção a seu alvo.


Evangelho do dia 31 de março terça feira 2020


31 MARÇO - Que São José cubra com o seu manto paterno os seus filhos devotos. (L 272). São José Marello
João 8,21-30

"Jesus disse outra vez: Eu vou embora, e vocês vão me procurar, porém morrerão sem o perdão dos seus pecados. Para onde eu vou vocês não podem ir. Os líderes judeus disseram: Ele diz que nós não podemos ir para onde ele vai! Será que ele vai se matar? Jesus continuou: Vocês são daqui debaixo, e eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo, mas eu não sou deste mundo. Por isso eu disse que vocês vão morrer sem o perdão dos seus pecados. De fato, morrerão sem o perdão dos seus pecados se não crerem que "EU SOU QUEM SOU". Quem é você? Perguntaram a Jesus. Ele respondeu: Desde o começo eu disse quem sou. Existem muitas coisas a respeito de vocês das quais eu preciso falar e as quais eu preciso julgar. Porém quem me enviou é verdadeiro, e eu digo ao mundo somente o que ele me disse. Eles não entenderam que ele estava falando a respeito do Pai. Por isso Jesus disse: Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que "EU SOU QUEM SOU". E saberão também que não faço nada por minha conta, mas falo somente o que o meu Pai me ensinou. Quem me enviou está comigo e não me deixou sozinho, pois faço sempre o que lhe agrada. Quando Jesus disse isso, muitos creram nele."
 Meditação:

Na semana passada, a liturgia nos levou a meditar o capítulo 5 do evangelho de João. Esta semana nos apresenta o capítulo 8 do mesmo evangelho. Como o capítulo 5, também o capítulo 8 traz profundas reflexões sobre o mistério de Deus que envolve a pessoas de Jesus.

O evangelho usa a linguagem cifrada, polêmica e simbólica. Deste texto ressaltamos alguns aspectos que chamam a atenção: em primeiro lugar, a oposição que estabelece o autor entre acima e abaixo; Jesus pertence ao mundo de cima, quer dizer, ao mundo de Deus; os judeus e seguidores de Jesus pertencem ao mundo de baixo, mundo limitado, temporal e imperfeito.

Por isso, os do mundo de baixo não podem entender a mensagem que Jesus anuncia, porque este pertence ao mundo de cima. Em segundo lugar, Jesus se declara como “Eu Sou” que nos remete ao livro do Êxodo 3, onde Deus revela seu nome a Moisés “Eu sou o que sou”. Desta maneira, Jesus se identifica com o próprio Deus.

Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticam porque dá testemunho de si sem nenhuma prova ou outro testemunho para se legitimar diante do povo (Jo 8,13). Jesus responde que não fala por si mesmo, mas sempre pelo Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).

Na realidade, os diálogos são sempre a expressão de como era feita a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado nos últimos anos do primeiro século da nossa era. Espelham a leitura orante que os cristãos faziam das palavras de Jesus, considerando-as expressão da Palavra de Deus.

O método de pergunta e resposta ajudava a encontrar a resposta aos problemas que, no final do século, os judeus levantavam aos cristãos. Era uma maneira concreta de ajudar a comunidade a aprofundar sua fé em Jesus e em sua mensagem.

João enfrenta um tema novo ou outro aspecto que interessa a pessoa de Jesus. Jesus fala de sua partida e afirma que aí onde ele for os fariseus não poderão segui-lo. "Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado".

Eles procurarão Jesus mas não o encontrarão, porque não o conhecem e os procuram com critérios errados. Eles vivem no pecado e morrerão no pecado.

Viver no pecado é viver longe de Deus. Eles imaginam deus de um modo, mas Deus é diferente daquilo que eles imaginam.

Por isso não são capazes de reconhecer a presença de deus em Jesus. Os fariseus não entendem o que Jesus quer dizer e entendem tudo à letra: "Por acaso, vai-se matar?"

Os fariseus se orientam em tudo pelos critérios deste mundo. "Vós sois de baixo, eu sou do alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo!" O que orienta Jesus em suas palavras e gestos é p mundo alto, isto é Deus, o Pai, e a missão que recebeu do Pai.

A referência dos fariseus é o mundo daqui, sem abertura, fechado em seus critérios. Por isso vivem no pecado. Viver no pecado é não ter o olhar de Jesus sobre a vida.

O olhar de Jesus é totalmente aberto a Deus até ao ponto de Deus estar todo nele com toda sua plenitude (cfr. Cl 1,19). Nós afirmamos: "Jesus é Deus". João nos convida a dizer: "Deus é Jesus!"

Por isso, Jesus afirma: "Se não acreditais que EU SOU, morrereis nos vossos pecados". EU SOU é a afirmação com a qual Deus se apresenta a Moisés na hora de libertar seu povo da opressão do Egito (Ex 3,13-14).

É a máxima expressão da certeza absoluta do fato que Deus está em nosso meio na pessoa de Jesus. Jesus é a prova definitiva do fato que Deus está conosco, o Emanuel.

O mistério de Deus em Jesus não entra nos critérios com os quais os fariseus olham Jesus. Novamente perguntam: "Quem tu és?" Não entendem porque não entendem a linguagem de Jesus.

Jesus fazia questão de lhes falar tudo o que experimentava e vivia em contato com o Pai e pela consciência que ele tinha de sua missão.

Jesus não faz autopromoção. Simplesmente afirma e expressa o que ouve do Pai. Ele é a pura revelação porque é pura e total obediência.

Os fariseus não entendem Jesus; em tudo o que ele faz e afirma, é a expressão do Pai. O entenderão só depois que o Filho do Homem for levantado. "Então sabereis que EU SOU". A palavra levantar tem um duplo sentido de levantar sobre a Cruz e ser elevado à direita do Pai.

A Boa Nova da morte e ressurreição revela quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio deles.

O fundamento desta certeza da nossa fé é duplo: de um lado, a certeza que o Pai está sempre com Jesus e ele jamais ficar sozinho e, do outro, a radical e total obediência de Jesus ao Pai, que se torna abertura total e total transparência do pai para nós.

Quem se fecha em seus critérios e pensa saber já tudo, jamais poderá entender o outros. Assim eram os fariseus diante de Jesus. E eu como me comporto diante do outros? Jesus é obediência radical ao Pai e por isso é revelação total do Pai. E qual é a imagem que eu transmito de Deus?
Reflexão Apostólica: 

O Pai é quem revelou todas as coisas ao Filho; por isso, se não acreditarem em Jesus, tampouco podem crer em Deus. A alegria de Jesus está em fazer totalmente a vontade do Pai.

Quem é este Homem cujo nome é o mais procurado nas mídias virtuais, cujo tempo cronológico corre antes e depois do seu nascimento?

Quem é Ele que é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, o servo e o Senhor?

Jesus é o Filho do Homem, Aquele cuja divindade de Deus está presente na sua humanidade. Ele é Deus e é Homem. Não é meio Deus e nem meio Homem. É Deus por inteiro no Homem por inteiro, totalmente humano e totalmente divino. É Aquele pelo qual Deus se dá a conhecer.

O homem é imanente e somente Deus é transcendente, e Jesus é tanto um quanto outro. A humanidade imanente busca a Deus transcendente, mas a transcendência não cabe na imanência, e é aqui que mora o mistério que não consegue ser revelado, porque Deus não cabe na compreensão do homem.

Jesus, o Filho do Deus vivo, é aquele que sempre existiu como Deus, mas que nasceu Homem, gerado no ventre de uma mulher pela vontade do Seu Pai, e isso é mistério.

Ele não é deste mundo, Ele é do alto, é o próprio Deus que se encarnou para nos ensinar a viver a plenitude do Amor e abrir os céus para nossa morada eterna.

Se Ele é Deus, Deus está nele como Homem, e Ele não está nunca sozinho e faz tudo o que é do agrado do Pai.

Chegar à comunhão com Deus através de Jesus é a missão principal de todo cristão. Quem chega a essa comunhão plena buscará sua felicidade na realização da vontade de Deus.

Você O conhece?

 Propósito: Responder e também perguntar a outras pessoas: "quem é Jesus para você?"  
FORÇA NA PACIÊNCIA
A paciência é uma genuína expressão de confiança; é um sinal de força.  
Considere quantas dificuldades seriam bem menos difíceis apenas com um pouco de paciência. Certamente que é importante ter um senso de urgência, porém tão importante também é o equilíbrio que advém da paciência. 

Ambiciosas realizações requer tempo. A paciência lhe ajuda a contemplar um cenário maior à sua frente e lhe ajuda a compreender as coisas a médio e longo prazo. A paciência pode – de forma dramática – aprimorar o seu relacionamento com as outras pessoas e pode lhe ajudar a reduzir o nível de estresse em sua vida. 

Paciência consigo mesmo, com seu trabalho, com as pessoas é um sinal positivo de que você está no caminho certo. Seja paciente, seja forte, seja positivo e desfrute cada momento que Deus – pela sua graça – está dando amorosa e graciosamente a você.