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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Evangelho 2º DOMINGO DA QUARESMA - 01 DE MARÇO

Evangelho do dia 2º DOMINGO DA QUARESMA 01 DE MARÇO DE 2015
01 Vamos parar um pouco para podermos ouvir a voz de São José: estamos no seu lindo mês. (L 208). São Jose Marello
Marcos 9,2-10

"Seis dias depois, Jesus foi para um monte alto, levando consigo somente Pedro, Tiago e João. Ali, eles viram a aparência de Jesus mudar. A sua roupa ficou muito branca e brilhante, mais do que qualquer lavadeira seria capaz de deixar. E os três discípulos viram Elias e Moisés conversando com Jesus. Então Pedro disse a Jesus:
- Mestre, como é bom estarmos aqui! Vamos armar três barracas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias.
Pedro não sabia o que deveria dizer, pois ele e os outros dois discípulos estavam apavorados.Logo depois, uma nuvem os cobriu, e dela veio uma voz, que disse:
- Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz!
Aí os discípulos olharam em volta e viram somente Jesus com eles.
Quando estavam descendo do monte, Jesus mandou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse. Eles obedeceram à ordem, mas discutiram entre si sobre o que queria dizer essa ressurreição.
"
Meditação
A liturgia re-propõe um célebre episódio precisamente hoje, segundo domingo da Quaresma. Jesus queria que os seus discípulos, em particular aqueles que teriam a responsabilidade de guiar a Igreja nascente, fizessem uma experiência direta da sua glória divina, para enfrentar o escândalo da cruz.
Com efeito, quando chegar a hora da traição e Jesus se retirar para rezar no Getsémani, terá próximos precisamente Pedro, Tiago e João, e pedir-lhes-á que vigiem e rezem com Ele (Mt 26, 38). Eles não conseguiram fazê-lo, mas a graça de Cristo sustentá-los-á e ajudá-los-á a acreditar na Ressurreição.
Hoje, a teologia interpreta que o dom do Filho de Deus é a encarnação, com a plenitude de amor revelada e comunicada por Jesus no convívio com os discípulos e as multidões. Jesus, nascido de Maria, humano e divino, é portador da imortalidade e da glória.
Somos convidados a ter a experiência, já, da glória de Deus, no amor fraterno. "Nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único" (Jo 1,14b).
O Evangelho da Transfiguração liga-se à Paixão, pois tira os discípulos do escândalo da Cruz, dando-lhes a visão da futura glorificação pascal. Refletindo o tema da Aliança e Transfiguração participamos desta realidade. A obediência de Jesus deu-lhe a vitória. A meta do cristão é a transfiguração de sua fragilidade pela obediência da fé.

Com sua Transfiguração, Jesus mostra em síntese sua obra messiânica, mas também suas perspectivas; os efeitos de seu messianismo não são um privilégio para um grupinho fechado, imagem das três tendas; deve ser anunciado para o mundo todo, mas somente quando Jesus o indicar.

Somos transfigurados por Cristo a partir do Batismo e da presença do Espírito em nós. Somos revestidos de Cristo. Para chegar a isso somos convidados a subir o monte que é Jesus. Estando na presença de Deus pelo amor, ouviremos as palavras do Pai: Este é meu Filho amado, escutai o que Ele diz. O Filho diz as palavras que ouviu do Pai.

Deus prova Abraão pedindo o sacrifício de Isaac. A Jesus é oferecida a Cruz. Abraão e Jesus deram a resposta de aceitação da vontade de Deus.

Somos instigados a responder com fé, mesmo tendo que sacrificar nosso Isaac, nossos caprichos. Sem isso jamais teremos uma fé que seja redenção. Na Eucaristia renovamos a aliança e somos transfigurados.

A tentação mais freqüente nas tarefas da evangelização é nos sentirmos satisfeitos quando tudo sai bem, quando uma comunidade empreendeu o caminho por onde pensamos que deve andar; geralmente paramos aí, sem nos dar conta da inércia a que estamos conduzindo a comunidade.

A comunidade de Marcos tem que esclarecer este ponto; não pode viver da satisfação de ter encontrado o sentido de sua vida ou de sentir-se já de acordo com o querer de Jesus e seu Evangelho; quer dizer, não pode ficar fechada em “três tendas”; a missão é grande e universal.
A comunidade e cada fiel têm hoje que percorrer este mesmo caminho, esclarecendo quem é Jesus, sem omitir que antes de sua glorificação definitiva, Jesus tem de passar pela cruz; não esquecer que “o Ressuscitado é o Crucificado”.
Portanto é preciso abandonar as comodidades e enfrentar o mundo que nos espera, necessitado de amor, esperança, solidariedade, justiça e paz.
O episódio da transfiguração de Jesus deixa a mensagem que são Paulo em plenitude viveu, tendo podido assegurar: Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim." (Gl 2,20).
Trata-se da mudança radical do cristão no modelo divino. Imitação perfeita do Filho de Deus, cujo conhecimento não deve ser meramente especulativo e cujo amor tão pouco não pode ser apenas afetivo.
Tanto os estudos sobre a pessoa de Cristo como a fé no Redentor necessitam estar unidos às obras nas quais se reflete a personalidade de cada um.
Conhecimento prático, amor operativo. Ele é a causa eficiente da regeneração do batizado e a causa exemplar de sua santificação, modelo de todos os que se dizem seus discípulos.

Cristo se fez um modelo acessível e atraente, perfeito e abrangente. Os cristãos podem transfigurar sua vida se identificando com Ele: pobres, ricos, sábios e ignorantes e isto em qualquer circunstância dado que Ele a todos resgatou, deu a vida sobrenatural e lhes comunica seus dons celestiais.

Ele manifesta uma ética geral e uma disciplina universal de conduta para que se proceda como Ele agia, para que se viva como Ele vivia, para que se sofra como Ele sofria. Ele quer se fazer presente no mundo através de seus discípulos.
O Apóstolo dizia: “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo” (1 Cor 4,16). Deste modo o fiel se torna a imagem viva do seu Senhor.

Jesus sempre presente nas palavras, nas obras, no coração e na mente de cada um. Cristo o ideal da vida do batizado, o objeto de suas aspirações, o imã de seus corações. Para isto é cada um se interrogar a cada instante: Que pensaria Jesus neste momento? Como Ele faria esta tarefa? Que quer Ele de mim aqui e agora? Como o posso agradar neste momento?

Dá-se então o vir a ser do fiel no seu Salvador numa total identificação com Ele no gotejar da renúncia de cada minuto. O próprio Cristo afirmou: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 4,14).

O grande significado da transfiguração é a revelação aos discípulos de que para estabelecer o reino de Deus é necessário passar, com grande coragem, pelos sacrifícios que a vida nos reserva.
Nunca os discípulos teriam percebido este plano divino se não tivessem escutado o Filho de Deus e fossem iluminados pela luz da Páscoa, pela experiência de Jesus Ressuscitado.

Do mesmo modo nós podemos iludir-nos de que a transição deste mundo - onde o sofrimento, as contrariedades, as desilusões e as injustiças são constantes - para a glória do Reino possa ocorrer sem a doação e sacrifício da própria vida.
Não somos o fogo que deve arder nesta terra, mas devemos ser os propagadores de sua chama de amor, dado que Ele é a fornalha ardente de caridade e veio para colocar chama na terra (Lc 12,49).

Grandeza e responsabilidade do cristão! Depende de cada um fazer da vida uma interrogação, um chamado sempre susceptível de ser ouvido por todos as testemunhas que o vêem. É a imponderável ação de uma alma sobre a outra.

É se transfigurando em Cristo que o cristão pode tornar os homens melhores. Com seu exemplo, mesmo sem palavras, o verdadeiro seguidor de Cristo já torna seu irmão melhor.
Onde uma pessoa boa, submissa a Deus vive, reza, sofre, trabalha... há uma lareira de calor sublime que aquece, arrasta nos eflúvios das mensagens celestes.
Fomos convidados a procurar os sinais que nos apontam para a verdadeira vida. Reconhecemos que a transfiguração é antecipação da ressurreição, mas que esta pressupõe a morte.

Tenhamos a força para enfrentar as dificuldades e tribulações desta vida e saibamos ouvir Jesus, para nos podermos transfigurar na esperança de alcançarmos o Reino de Deus.

Que a intercessão de Maria, nossa Mãe, nos ajude a percorrer com fé e generosidade o caminho desta Quaresma.
Reflexão Apostólica: 

Tenho sido insistente em anunciar que precisamos vencer algumas barreiras. Algumas pessoas, que por ventura se encontram num estágio razoável ou maior de espiritualidade e amadurecimento cristão, precisaram estar alertas à influencia da inércia sobre esse crescimento.

Uma reflexão e uma analogia:

Grandes alpinistas, ao tentar escalar o Everest, precisam entender que o topo só será alcançado, mediante as paradas que existem. Ninguém até hoje, saiu da base ao cume sem fazer essas paradas. Precisamos ter essa verdade: O estágio seguinte só será vencido com certas adaptações. O próprio corpo precisa de um tempo para se adaptar.

Escalar o Everest precisou primeiro de uma vontade, é o que chamam de “vontade de conversão individual”, ou seja, eu preciso querer mudar. A cada passo dado teremos que enfrentar os problemas e tribulações de cada fase e rapidamente se adaptar. O tempo pertence a Deus, portanto a adaptação, ou a conversão é dada a cada dia e dia após dia. Como o Dunga prefere chamar: Um PHN.

Somos muitos, e ao mesmo tempo, e talvez de formas e métodos diferentes (pastorais, movimentos, ministérios) a tentar escalar esse Everest chamado Santidade. Somos, portanto como os alpinistas a deixar os pinos de segurança para que outros consigam ir por onde já passamos e às vezes deixar de subir, por um instante para resgatar algum outro que escorrega ou toma o caminho mais perigoso da escalada.

Toda essa reflexão é para não cairmos na tentação de querermos ficar e montar tendas, pois aqui “esta muito bom”. Precisamos descer do monte e encarar que pessoas precisam de nós e às vezes o comodismo no faz ficar esperando por elas. Continuo a afirmar na minha crença que o bom pastor trás suas ovelhas, mas Ele antes de partir nos deu a missão de levar a boa nova a todos.

Graças a Deus não sou o único a sentir isso em meu coração.

(…) Caríssimos Presbíteros, nós, pastores, nos tempos de hoje, somos chamados com urgência à missão, seja “ad gentes”, seja nas regiões dos países cristãos, onde tantos batizados afastaram-se da participação em nossas comunidades ou, até mesmo, perderam a fé. Não podemos ter medo nem permanecer quietos em casa. O Senhor disse a seus discípulos: “Por que tendes medo, homens fracos na fé?” (Mt 8, 26). “Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candeeiro, para que ilumine a todos os que estão na casa” (5,15). “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). Não lançaremos a semente da Palavra de Deus apenas da janela de nossa casa paroquial, mas sairemos ao campo aberto da nossa sociedade, a começar pelos pobres, para chegar também a todas as camadas e instituições sociais. Iremos visitar as famílias, todas as pessoas, principalmente os batizados que se afastaram. Nosso povo quer sentir a proximidade da sua Igreja. Faremo-lo, indo à nossa sociedade com alegria e entusiasmo, certos da presença do Senhor conosco na missão e certos de que Ele baterá à porta dos corações aos quais O anunciarmos”. (Cardeal Cláudio Hummes – Arcebispo Emérito de São Paulo Fonte: Canção Nova 04/08/09)

Essa é a beleza de nossa igreja: um mover do Espírito para todos. Não somos convidados a viver uma direção diferente do que nossa igreja pede se assim o fizermos, corremos o risco de escalar o Everest sem ajuda, sem oxigênio…

Algumas pastorais e movimentos sumiram ou deixaram de acontecer pela subida sem oxigênio; por lideranças com boas intenções, mas com pouca humildade na bagagem.

Precisamos respeitar o tempo, a direção, a vontade de Deus. As vezes um tempo parado, pode significar amadurecimento para o próximo estagio a escalada.

Continuemos subindo em busca do cume (santidade)… Mas talvez algumas etapas do trajeto não aconteçam sozinhas, que talvez a caminhada só seja concluída cercada de outras pessoas. Um fato: o passo mais difícil até o cume é o abandono de si mesmo.

(…) Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?” (Mc 8,34-36)
O nosso viver é marcado por dúvidas e incertezas na caminhada onde nem todas as perguntas serão respondidas nesta vida.

O que importa, é que carreguemos com amor e paciência as pequenas cruzes do quotidiano, trilhando em nosso calvário no seguimento de Jesus.

Não percamos mais tempo buscando atalhos que não levam a lugar nenhum. Não basta estar cristão, é preciso ser cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus!


Propósito: Ouvir e acreditar com toda a firmeza em Jesus, conforme Ele quis apontar aos discípulos que o acompanharam ao cimo do monte. Ser cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Evangelho do dia 28 de fevereiro sábado

EVANGELHO DO DIA 28 DE FEVEREIRO DE 2015
28 - Se Deus nos pede o sacrifício de alguma bela flor do nosso jardim, conforte-nos o pensamento de que Ele nos recompensará com juros fazendo brotar muitas outras graças ao orvalho celeste e defendendo-as com carinho das geadas e do frio, até o dia em que as queira transplantar para o Céu. (L 271). São Jose marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 5,43-48
Amar os inimigos. - Mt 5,43-48
“Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Ora, eu vos digo: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus; pois ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos. Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.”

 Meditação

O "sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito" é a grande síntese. Ela opõe-se a multiplicidade de preceitos e observâncias santificadoras do Primeiro Testamento. A prática do amor misericordioso significa participar da perfeição do Pai celeste, em comunhão de vida com Deus e com os irmãos.
A proposta do Reino se baseia no amor. O Reino de Deus se constrói na força do amor, não na violência ou na agressividade. Quem ama é capaz de dar até sua própria vida pelos demais, perdoando inclusive o perseguidor, o que hostiliza, maltrata e o assassino. Este é o milagre do amor: o amor aos inimigos.

Essa é a proposta do Mestre. “Amar os inimigos” torna possível, no seguidor de Cristo, a relação filial com o Pai. Somente assim seremos filhos, sendo semelhantes a Jesus, e sermos misericordiosos como é Deus, nosso Pai.


O amor de Deus é aquele que passa por cima do ódio que deveríamos sentir pelos nossos inimigos: «Vocês ouviram o que foi dito: “Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos.” Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu». Nestas palavras de Jesus está a perfeição do amor.
Jesus hoje nos exorta longamente para que respondamos ao ódio com amor. Este texto, aparecendo nessa situação, ajuda-nos a compreender, que Mateus vê no amor aos adversários, a característica específica dos discípulos de Cristo.

As palavras de Jesus indicam duas maneiras de viver:
A primeira é a dos que se comportam sem referência a Deus e sua Palavra. Esses agem em relação aos outros em função da maneira como eles os tratam, a sua reação é de fato uma reação. Dividem o mundo em dois grupos, os amigos e os que não o são, e fazem prova de bondade só em relação aos que são bons para eles.
A segunda forma de viver não põe em primeiro lugar um grupo de homens, mas sim o próprio Deus. Deus, por seu lado, não reage de acordo com a maneira como o tratam; pelo contrário, «Ele é bom até para os ingratos e os maus» (Lc 6,35).
Jesus chama assim a atenção para a característica essencial do nosso Deus. Fonte transbordante de bondade, Deus não se deixa condicionar pela maldade de quem está à sua frente.
Mesmo esquecido, mesmo injuriado, Deus continua fiel a si próprio, só pode amar. Isto é verdadeiro desde a primeira hora.
Diferentemente dos homens, Deus está sempre pronto a perdoar: «Os meus planos não são os vossos planos, os vossos caminhos não são os meus caminhos» (Is 55,7-8).

O profeta Oséias, por seu lado, ouve o Senhor dizer-lhe: «Não desafogarei o furor da minha cólera… porque sou Deus e não um homem» (Os 11,9).
Numa palavra, o nosso Deus é misericordioso (Ex 34,6; Sl 86,15; 116,5 etc), «não nos trata de acordo com os nossos pecados, nem nos castiga segundo as nossas culpas» (Sl 103,10).
A grande novidade do Evangelho não é tanto o fato de que Deus é Fonte de bondade, mas que os homens podem e devem agir à imagem do seu Criador: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso!» (Lc 6,36).

 Através da vinda do seu Filho até nós, esta Fonte de bondade está agora acessível. Tornamo-nos, por nosso lado, «filhos do Altíssimo» (Lc 6,35), seres capazes de responder ao mal com o bem, ao ódio com amor.

Vivendo uma compaixão universal, perdoando aos que nos fazem mal, damos testemunho de que o Deus de misericórdia está no coração de um mundo marcado pela recusa do outro, pelo desprezo em relação àquele que é diferente.
Impossível para os humanos entregues às suas próprias forças, o amor pelos inimigos testemunha a atividade do próprio Deus no meio de nós. Nenhuma ordem exterior o torna possível.
Só a presença, nos nossos corações, do amor divino em pessoa, o Espírito Santo, permite amar assim. Este amor é uma conseqüência direta do Pentecostes.

Não é em vão que Estêvão, «cheio do Espírito Santo» termine com estas palavras: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» (At 7,60)
Como Jesus, o verdadeiro discípulo faz com que a luz do amor divino brilhe no país sombrio da violência como é o nosso Brasil.
Este amor, longe de ser um simples sentimento, reconcilia as oposições e cria uma comunidade fraterna a partir dos mais diversos homens e mulheres, da vida desta comunidade sai uma força de atração que pode agitar os corações. É este o amor que eu chamo de perfeito, o amor que perdoa até aqueles que nos podem tirar a vida.

Reflexão Apostólica:

Embora o ódio ao inimigo não estivesse explicitado em nenhuma parte da Escritura, sabemos que a coisa mais normal era então, como é ainda, a rejeição categórica aos inimigos do povo, que, além disso, eram considerados inimigos da religião e, portanto, inimigos de Deus.
Pois bem, na nova Lei promulgada por Jesus, esta atitude para com o inimigo tem indubitavelmente que ser corrigida. A lei do Senhor obriga a amar o inimigo.

Aqui não há que entender como inimigo somente a quem nos faz efetivamente o mal; com muito maior razão há que incluir também a quem pensa diferente, quem professa outra fé ou religião, ao que questionam, com muita razão às vezes, nossas freqüentes ambigüidades a respeito da maneira de viver nossa fé. Com todos estes, nossa atitude não pode ser de mera indiferença ou de ignorá-los simplesmente.

Jesus nos diz – nos exige – que os amemos. E isso implica que não estamos autorizados a excluí-los de nosso projeto de construção do reino, mas que devemos contar e exercer com eles nossas atitudes de justiça, de solidariedade e de amor fraterno.
Com a exortação ao amor ao inimigo e a reconciliação, Jesus remove tal tradição religiosa. O amor do Pai, manifestado por Jesus, tem conotação universal, sem exclusões e sem limites. Não há discriminação no dom de seu Amor.
O amor aos inimigos e aos perseguidores é um desafio de Jesus que marcará a diferença entre sua proposta de vida e dos comportamentos de muitos setores da sociedade de sua época e de todos os tempos.

Os méritos de amar somente os mais próximos ficam empobrecidos ante a novidade do amor, inclusive para com aqueles que perseguem ou causam dano. Trata-se de abrir o coração amplamente e dar passagem à autêntica reconciliação.
A grande novidade do projeto cristão sustentado no amor é que tem como referente Deus Pai, que ama infinitamente a todos os seus filhos.

Em seu coração não há lugar para a desigualdade ou o rancor; pelo contrário, seu coração é como o sol que nasce igualmente para todos. Esta característica do Deus cristão não elimina o caminho da conversão; reconfigura-o com os códigos do amor e do perdão, pois somente quem se sente fortemente amado e perdoado é capaz de reproduzir amor e perdão.
Os seres humanos temos hoje à nossa frente o desafio de esvaziar tantos ódios e violências que se acumularam ao longo da história de nossos povos.

Estabelecer um novo modelo de relações será fruto, em especial, de pequenos procedimentos que envolvem a pessoa, a família, a amizade, os grupos de trabalho, as comunidades eclesiais, em experiências comunitárias de amor e em escolas de perdão.

Esse deve ser o caminho mais efetivo para que muitos vejam e creiam no Evangelho.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Evangelho do dia 27 de fevereiro sexta feira

EVANGELHO DO DIA 27 DE FEVEREIRO DE 2015
27 - Ao sofrer por vontade de Deus em alguns de seus membros, a Congregação reflorescerá com maior saúde em todo o corpo. (L 167). São José Marello
Mateus 5,20-26
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.


Meditação:
 
Segundo o Evangelista Mateus, é importante que o homem tenha a consciência de que “A ira do homem não realiza a justiça de Deus” (Tg 1, 20). E que é pela prática da justiça que vem de Deus que a sua vida é restaurada sobre a terra. E isto é tão fundamental que se torna imprescindível na vida existencial do homem e extensivo a todas outras práticas no seu dia a dia para tornar possível a convivência dos homens entre si e entre o meio ambiente. Ouvistes o que foi dito… Eu, porém vos digo… Jesus não pretende reformar o complexo doutrinal do judaísmo.
Jesus veio nos ensinar a viver em plenitude a Lei de Deus e nos adverte de que a nossa justiça deve ser maior do que a dos mestres da lei e dos fariseus. Eles viviam na rigidez da lei e esqueciam de que o maior mandamento da Lei era justamente o amor e que, mais importante que a Lei em si, é o bom relacionamento entre as pessoas.

Muitas vezes nós também, como os escribas e os fariseus, nos apegamos ao que a lei nos exorta a não fazer e ficamos alerta para não cometer aquelas faltas que se constituem as mais graves, como matar, roubar, adulterar, ter maus pensamentos, etc.. “Todo aquele que se encoleriza com o seu irmão será réu de juízo”.

O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divino.

O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: “não matarás”.
Os poderosos que escudam a economia de mercado matam ostensivamente, pela bomba, e o próprio mercado, na injusta apropriação dos bens necessários à sobrevivência das pessoas, mata pela extinção lenta da vida, na exclusão, na doença e na fome.

A eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira. A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo.

Na liturgia de hoje, Jesus exige de nós, como seus discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.

Ele vem revelar que qualquer doutrina ou lei só tem valor à medida que contribua para a libertação e a promoção da vida. Jesus não propõe uma doutrina, mas ensina a prática restauradora da vida. A grande novidade que Jesus me ensina hoje é o perdão sem limites e a reconciliação, que me levam à comunhão de vidas com Deus e com os meus irmãos.

Que neste dia ó Senhor Jesus nos ensine a perdoar os nossos irmãos e irmãs para poder estar em comunhão Deus e com os irmãos já aqui na terra.

Reflexão Apostólica:

Jesus veio nos ensinar a viver em plenitude a Lei de Deus e nos adverte de que a nossa justiça deve ser maior do que a dos mestres da lei e dos fariseus. Eles viviam na rigidez da lei e esqueciam de que o maior mandamento da Lei era justamente o amor e que, mais importante que a Lei em si, é o bom relacionamento entre as pessoas.

Muitas vezes nós também, como os escribas e os fariseus, nos apegamos ao que a lei nos exorta a não fazer e ficamos alertas para não cometer aquelas faltas que se constituem as mais graves, como matar, roubar, adulterar, ter maus pensamentos, etc.. “Todo aquele que se encoleriza com o seu irmão será réu de juízo”.

A Palavra de Deus que Jesus veio esclarecer para nós vai muito mais além do que as coisas que nós praticamos, mas atinge também ao que nós pensamos e falamos ou expressamos a partir do nosso coração. Assim sendo, nós não podemos chamar os nossos irmãos e irmãs nem mesmo de tolos ou idiotas. Quanto ensinamento para nós!

A oferta que fazemos ao Senhor será desnecessária, se primeiro não oferecermos a nossa compreensão e perdão às pessoas com as quais nos relacionamos. Enquanto caminhamos aproveitemos o conselho do Mestre para que a nossa justiça seja maior do que a justiça dos “mestres da lei” e dos “fariseus” de hoje.

Como é a nossa justiça? O que é justo para Deus? A justiça de Deus é o Amor, é o perdão, é a reconciliação. E a nossa? Fazemos as nossas ofertas no Altar do Senhor, mas como está o nosso coração? 

Como você trata as pessoas com quem você convive? Você tem costume de falar mal os seus amigos, suas amigas? Você o faz de coração? E quando você faz a sua oferta na hora do ofertório, qual é a sua atitude diante de Jesus? Você já pensou que enquanto você faz a oferta do seu coração na hora da Missa, ele pode estar sujo com a injustiça da falta de perdão, da ofensa feita, do ódio por alguém?

No Evangelho de hoje, Jesus nos indica, de uma maneira direta, a necessidade de superar comportamentos farisaicos. Convida-nos a superar alguns modelos canonizados ou que nos foram propostos como ideais. Temos fixado normas de conduta e comportamento que precisam de revisão e que precisam ser superadas a partir da comunidade cristã.

Quaresma é um momento propicio para fazer esta revisão e para que nos comprometamos a fazer essa mudança. Esta Quaresma de 2011 deve proporcionar mudanças radicais, de acordo com o evangelho de Jesus e as exigências da comunidade. E ainda que o evangelho de hoje pareça redigido em chave pessoal, não exclui que as mudanças seja feitas em tom comunitário ou grupal, uma forma de considerar que os outros também tem propostas de mudança em sua vida.

Isto dizemos porque qualquer coisa que fazemos ou dizemos tem seu eco e repercussão na família, no grupo, na comunidade, no ambiente. E é precisamente na comunidade ou no grupo que temos a responsabilidade e missão de sermos criadores de harmonia e paz, recompondo relações tortas e abandonando tensões e discórdias.

Propósito:

Pai, não permitas que meu coração se feche para meu próximo, e dá-me forças para superar todas as barreiras que me impedem de viver em comunhão com ele

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Evangelho do dia 25 de fevereiro quarta feira

EVANGELHO DO DIA 25 DE FEVEREIRO
25 – “Sunt bona mixta malis”. Há coisas que satisfazem os gostos humanos, misturadas com outras que parecem más, se a razão não busca a sua luz na fé. (L 167). SÃO JOSÉ MARELLO

Lucas 11,29-32

"Acorrendo as multidões em grande número, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão; pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas"." 

Meditação:

Hoje precisamos, de forma especial, fazer a reflexão do Evangelho, pois enxergaremos o contexto e o Espírito Santo nos conduzirá ao discernimento de como praticar.

A primeira coisa que devemos fazer: aceitar o chamado de Deus e pregar a necessidade de arrependimento e do perdão. Precisamos ser sinal como Jonas foi.

Lucas não identifica quem é que busca um sinal, contudo Mateus (Mt 12,38) e Marcos (Mc 8,11) identificam o grupo de escribas e fariseus. A este grupo Jesus qualifica de geração perversa, o que reaparecerá várias vezes nos evangelhos de Mateus e de Lucas.

Há uma clara rejeição da operação de sinais ou milagres por parte de Jesus. Neste sentido, dois exemplos da tradição do Antigo Testamento são citados.

Diferente do texto paralelo de Mateus, Lucas não aponta a ressurreição de Jesus fazendo alusão aos três dias que Jonas permaneceu dentro do peixe, mas se fixa na pregação e na sabedoria de Jesus. Esse é o sinal que Deus dá àquela geração que buscava a presença de Deus somente no maravilhoso.

Hoje, Jesus nos diz que o sinal que dará à “geração malvada”, de fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração (Lc 11,30).

Da mesma maneira que Jonas deixou que o lançasse pela margem para acalmar a tempestade que ameaçava com afundá-los — e, assim, salvar a vida da tripulação—, do mesmo modo que Jesus permitiu que o lançassem pela margem para acalmar as tempestades do pecado que põem em perigo nossas vidas.

De igual forma que Jonas passou três dias no ventre da baleia antes que esta o vomitara são e salvo a terra, assim Jesus passaria três dias no seio da terra antes de abandonar a tumba (Mt 12,40).

O sinal que Jesus dará aos “malvados” de cada geração é sua morte e ressurreição. Sua morte, aceita livremente, é o sinal do incrível amor de Deus por nós: Jesus deu sua vida para salvar a nossa.

Sua ressurreição de entre os mortos é o sinal de seu divino poder. Trata-se do sinal mais poderoso e comovedor jamais dado.

Jesus é também a sinal de Jonas em outro sentido. Jonas foi um ícone e um meio de conversação. Quando em sua prédicas «Jonas entrou na cidade e começou a percorrê-la, caminhando um dia inteiro.

Ele dizia: «Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída!» (Jon 3,4) adverte aos ninivitas pagãos, estes se convertem, pois todos eles — desde o rei até as crianças e animais— se cobrem com folhas caídas ao chão e cinzas.

No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar.

Aqui está quem é maior do que Jonas.” (Lc 11,32) predicando a conversão a todos nós: Ele o próprio Jesus. Portanto, nossa conversão deveria ser igualmente exaustiva.

«Pois Jonas era um servente», escreve são João Crisóstomo, na pessoa de Jesus Cristo, «mas eu sou o Mestre; e ele foi jogado pela baleia, mas eu ressuscitei dos mortos; e ele proclamava a destruição, mas vim a predicar a Boas Novas e o Reino».

Jesus veio anunciar a conversão, não somente aos judeus, mas também aos pagãos, oferecendo a todos o perdão universal de Deus.

Os contemporâneos de Jesus estão com o coração endurecido diante do chamado de Deus à conversão. Eles possuem um sinal. A não conversão indica a condenação no juízo final. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia» (Mc 1,15).

A pergunta que devemos nos fazer é: — Respondido já com uma profunda conversão como a dos ninivitas e abraçado aquele Evangelho?

Reflexão Apostólica:

O Evangelho nos diz que não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.

Os ninivitas se arrependeram e se converteram com a pregação de Jonas. Jesus veio como um sinal do Pai para a humanidade. Ele é maior do que Jonas e maior que Salomão que atraiu reis pela sua sabedoria.

A quem Jesus chama de geração má? Será que fazemos parte dessa geração? A geração má é aquela que é constituída de uma multidão de gente que não crê na Palavra de Deus e não segue os ensinamentos de Jesus, esperando por alguma coisa que venha a acontecer e que seja visível aos seus olhos e sensível ao toque.

É a geração daqueles (as) que querem um sinal para acreditar, que só vão, vendo, mas que não enxergam o que está um pouco além da mesma vidinha insignificante e sem objetivo do ter, do prazer, do poder, do divertir-se, do amealhar.

Nós achamos que fazemos parte da geração que tem Jesus como sinal, mas mesmo assim muitas vezes necessitamos de outros sinais para acreditar na força e no poder de Deus.

Jesus nos abre os olhos: Os ninivitas acreditaram nas palavras de Jonas; a rainha do sul (rainha de Sabá) seguiu os conselhos de Salomão, e todos foram salvos. E nós? A quem devemos ouvir para não fazermos parte dessa geração que caminha para o mal?

Faça uma reflexão da sua vida e pense se há alguma mensagem do Evangelho que você não acredita e por isso não tenta viver como Jesus ensinou.

Você ainda espera algum outro sinal a não ser o sinal da Cruz? A palavra de Deus lhe basta para que você volte atrás e se arrependa e tenha vida nova? Você sabe que foi assinalado (a) com o selo do Espírito Santo de Deus? Você faz parte da geração boa ou má?

Propósito:

Pai, torna-me dócil e sensível para acolher as palavras de Jesus, sem exigir sinais espetaculares como pré-requisito para aderir a ele.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Evangelho do dia terça feira 24 de fevereiro

EVANGELHO DO DIA 24 DE FEVEREIRO TERÇA FEIRA
24 Em meio às dúvidas e ansiedades, estejam os ânimos sempre confiantes e serenos (L 198). SÃO JOSÉ MARELLO

Mateus 6,7-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras.
8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.
14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.
 

Meditação: 
Se o anúncio profético de Isaías – segundo o qual (Is 55,10-11), a palavra de Deus não pode voltar sem dar fruto –, exige um compromisso concreto por parte do fiel, a única maneira de realizar essa sentença do profeta é explicitada suficientemente por Jesus em seu ensinamento sobre a maneira como o discípulo deve orar e viver.
O evangelho de Mateus se refere a uma das orações mais forte que existe,” O Pai Nosso”, essa oração rezada com o coração aberto é capaz de transformar a pessoa que está meditando, ela possui palavras de vida, e através da sua misericórdia torna o homem humilde reconhecendo em Deus seu bem maior, e através da força do espírito santo, nos tona capaz de perdoar até nossos inimigos.
Como ponto de partida, Jesus pede a seus discípulos que corrijam a atitude externa para rezar: o excesso de palavras, a hipocrisia e, sobretudo, a presunção de que “o meu” modo de rezar é o melhor e, portanto, o único que vale. Com Jesus, o conceito de oração muda tanto na forma como no conteúdo, tanto no sentido como na orientação.
Na forma de orar que Jesus propõe têm-se que unir dois elementos essenciais: o reconhecimento da paternidade universal de Deus e o compromisso para com a fraternidade universal dos fiéis. Não é possível experimentar a alegria da genuína paternidade divina, desconectada da experiência da fraternidade; uma chama e implica a outra.
E mais, se tivermos que definir qual é o principal, deveríamos dizer que é necessário primeiro nos reconhecermos e aceitarmos como irmãos para em seguida, aí sim, sentirmos que temos um Pai comum.
Neste tempo de Quaresma, tempo de maior assiduidade na oração, vale a pena recordar este convite que Jesus faz hoje. Confrontemos este ensinamento com o que dizíamos ao iniciar a quaresma: quando orarem, façam-no escondido no quarto. Vale a pena intensificar a oração do pai nosso, mas superando a concepção de uma oração repetitiva, por cumprimento ou como mero espiritualismo.

Olhemos detidamente as sete petições que Mateus nos apresenta, façamos a oração com intensidade e profundidade, sabendo que o Pai nos escuta; rezemos em um ambiente comunitário.

Não façamos desta prática algo individual, um assunto intimista. Vamos à comunidade, vibremos com ela. Talvez a oração dominical, o pai nosso, a oração do Senhor ou a oração do cristão é aquela que mais repetimos e fazemos desde criança, com maior ou menos devoção, concentrados ou mecanicamente, de coração ou somente com os lábios, sozinhos ou na comunidade, mas é a oração que mais nos une a Deus, nosso Pai, nosso Abba.

Coloquemos nela um espírito de filhos e filhas de Deus, na comunidade, sentindo o plural dos cristãos e cristãs para chegar a ter consciência da responsabilidade que temos na missão de todos, da urgência em assumir nossa parte na tarefa diária de tornar real o Reino de Deus.

Reflexão Apostólica:

Neste Evangelho Jesus nos ensina a rezar com coerência e de coração, sem subterfúgios nem redundâncias, mas com simplicidade e sinceridade. Às vezes, quando vamos orar ao Senhor, mesmo que tenhamos as melhores das intenções nós nos perdemos nas palavras e confundimos os anseios da nossa alma. Perdemos tempo em procurar palavras bonitas e achamos que Deus, como todo o mundo, não vai nos escutar, pois não sabemos nos expressar.

No entanto, o próprio Jesus aqui nos garante: “ vosso Pai sabe do que precisais muito antes que vós o peçais”. O Pai conhece as nossas necessidades mais prementes e sabe de que a nossa alma anseia.

O Pai Nosso é a oração por excelência, pois coloca no centro da nossa compreensão de vida plena as nossas necessidades fundamentais e que estão conformadas à vontade de Deus para nós: o reino, o pão e o perdão.

O reino dos céus é o estado perfeito para a nossa vivência aqui na terra. Pedir ao Pai que o Seu reino venha até a nós é antecipar e experimentar da glória que um dia iremos usufruir plenamente, já aqui na terra, através da paz, da alegria, da realização humana e espiritual.

O pão que nós pedimos ao Pai é o alimento que sustenta o nosso corpo, nos fortalece e revigora materialmente falando, mas é também a substância que sustenta a nossa alma! É o material e o espiritual! É tudo de que nós precisamos para vivermos em harmonia com Deus, conosco mesmo e com os homens.

A Palavra, a Eucaristia, a Oração são o pão que vem do céu e dão sustento à nossa vida interior animam a nossa vida espiritual. O pão material é a veste, o remédio, a moradia, o trabalho, o lazer, o descanso, tudo de que o nosso corpo precisa para viver conforme o que Deus nos reservou. E o perdão é a condição sem a qual nós não conseguiremos nem o reino nem tampouco o pão. … “se perdoardes, sereis perdoado”

Nós nunca conseguiremos viver o reino dos céus aqui na terra se não recebermos o perdão de Deus e não dermos o perdão aos homens. A falta de perdão é porta fechada e que nos impede de usufruir de tudo o que o Pai tem reservado para nos oferecer. Sem perdão nós poderemos rezar o Pai Nosso infinitamente, no entanto, a nossa oração será como a oração dos pagãos, isto é, daqueles que não acreditam.

Portanto, o perdão faz toda a diferença. Nós precisamos unir a nossa oração à nossa ação, pois somente assim ela tornar-se-á um eco da Oração que Jesus também fez a Deus Pai.

Peçamos ao Pai que nos dê motivação para que nós possamos vivenciar a Oração de Jesus no dia a dia da nossa vida tendo consciência de que o apelo de Jesus é sério, não podemos desconsiderá-lo.

Propósito:

Espírito do Pai, leva-me a transformar em vida a minha oração, e a descobrir, na oração, o sentido da minha vida.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Evangelho do dia 22 de fevereiro 1º DOM. DA QUARESMA

EVANGELHO DO DIA 22 DE FEVEREIRO 1º SEMANA DA QUARESMA
22 - Rezemos e curvemo-nos resignados diante da vontade do Deus Providência. (C 51). São Jose Marello
Marcos 1,12-15

"Logo depois o Espírito Santo fez com que Jesus fosse para o deserto. Jesus ficou lá durante quarenta dias, sendo tentado por Satanás. Ali havia animais selvagens, e os anjos cuidavam de Jesus.
Depois que João foi preso, Jesus seguiu para a região da Galiléia e ali anunciava a boa notícia que vem de Deus. Ele dizia:
- Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho."

Meditação:

O tempo da Quaresma, com cinco semanas e quatro dias, e o tempo pascal que o sucede, com sete semanas, se inserem dentro do ano litúrgico, tendo como data de referência o domingo de Páscoa, o qual ocorre logo após a primeira lua cheia de primavera (a partir de 21 de março, no hemisfério norte).

A Quaresma é um tempo de aprofundamento da conversão, com seu apelo a uma mudança de valores recebidos da sociedade discriminatória e elitista em que vivemos.
O Criador estabelece uma aliança com o ser humano válida para todas as gerações (“descendência”). Muito antes de se falar em Ecologia, o texto da criação em Gênesis 1 como outras passagens bíblicas (por exemplo essa que refere o símbolo de um dilúvio ou destruição universal com simultânea possibilidade de resgate até dos animais – a Arca de Noé), a Bíblia já indicava que Deus é o Senhor da natureza, que foi entregue à administração humana. Só o homem pode conduzi-la ou à destruição ou à prosperidade.

O que nos falta é discernir e distinguir os caminhos. Aonde leva esse ou aquele? Mas Deus está sempre ensinando quem quer aprender como nos lembra o Salmo.

A Passagem de Jesus desse mundo ao Pai (Páscoa) deu-se uma única vez em sua morte. Mas, assim como ele recebeu nova vida pelo Espírito – como nos lembra a carta de Pedro – assim também nós temos a mesma chance de total recuperação da vida. Tudo está sob o poder de Cristo.

Ao tempo dos apóstolos, acreditava-se que os ares eram povoados entre o céu e a terra por muitos seres: anjos, dominações e toda sorte de potestades. Aparentemente superiores aos homens (estavam acima deles), mas eles são submissos ao Cristo ressuscitado.

A humanidade contemporânea dispõe de muitos poderes (científicos, tecnológicos, políticos e militares) capazes de acabar com a fome e as doenças endêmicas pelo mundo afora. Ou não.

Os poderes desse mundo são capazes também de promover a guerra e o abandono das populações pobres (uma pessoa morre a cada dez segundos, de fome ou em conseqüência da desnutrição, segundo os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação – FAO).

Esse o dilúvio que afoga milhões de seres humanos. A história vai registrar se nosso tempo e nossa responsabilidade construíram uma “arca” de resgate.

Quarenta é um número simbólico de um ciclo completo ou uma fase inteira (começo, meio e fim). Quarenta dias jejuou Moisés preparando-se para o encontro com Javé que lhe daria os Mandamentos – caminho de salvação para o povo. Quarenta anos andaram pelo deserto preparando-se para tomar posse da Terra prometida. 
  
Quarenta dias e noites também esteve Jesus sozinho com seus demônios lutando para encontrar o melhor caminho para exercer sua missão. Desse tempo de jejum e oração Jesus saiu fortalecido pelo Espírito e começou sua pregação. Terminou o tempo da profecia do Batista, tempo de preparação, que ainda não era o Novo.

Agora chegou o tempo oportuno: o Reino está à nossa disposição. Infelizmente poucos se dão conta disso.

A oferta é para todos, mas sem conversão e sem crer no Evangelho não podemos entrar nesse modo novo de viver a vida.

O jejum e os silêncios, orações, esmolas, visitas aos doentes, apoios solidários, busca de mudanças para hábitos mais saudáveis, tudo isso (a parte que nos toca) resume-se em: “Conversão”. Converter é mudar a direção. Mudar nosso modo de olhar e modo de viver.

Acolher o evangelho não é decorar doutrinas nem praticar ritos e devoções. Tudo isso pode ajudar formando um “ambiente climatizado” onde ouvimos a Palavra. Mas é o Espírito que clama em nós. Só ele nos aponta os caminhos na vida.
  
É tempo de Quaresma, é tempo de mudança... Para melhor.

Reflexão Apostólica: 

Entramos hoje no tempo da Quaresma, no tempo de rever as nossas atitudes, a nossa caminhada, e mudar de vida. Depois da grande folia do Carnaval, depois de tantos desvios do caminho da casa do Pai, é chegada a hora de pensar seriamente no grande enigma da vida: De onde venho e para onde vou?

Poderemos responder que viemos dos nossos pais, e estamos nos dirigindo par o nada, para o cemitério, para o fim, ou para a morte. Porém, nós que acreditamos nos mistérios de Cristo e nas promessas do Pai através do seu plano de salvação da humanidade, sabemos que a vida não termina com a morte.

Sabemos que esta vida terrena é apenas uma pequena parcela da nossa vida, a qual continua depois da morte, e não estamos nos referindo a reencarnação.

Estamos falando da Vida Eterna anunciada por Jesus Cristo. Então, nós viemos do Pai e devemos voltar para o Pai. Sabemos que muitos não voltarão para o Pai, mas sim, irão para o inferno.  E quem disse isso foi o próprio Jesus.

Então temos na Quaresma, uma grande oportunidade de rever os nossos atos, de refletir sobre a nossa vida até aqui vivida, e com certeza chegaremos à conclusão de que está mais que na hora de mudar o rumo, de mudar de direção, de mudar para o lado da direita, que é a entrada para se atingir a estrada que nos leva para a Casa do Pai Eterno, e nos livrar do caminho da esquerda que leva ao inferno.

Se o Carnaval foi o tempo de pecar, de se afastar de Deus, a Quaresma  é o tempo do Filho Pródigo, o tempo de voltar-se para Deus, através da conversão. O ato de conversão decorre do compromisso assumido no batismo. O batismo de João e a pregação de Jesus se fundamentam nesta conversão: "Convertei-vos e crede na Boa-Nova".

A conversão a que somos chamados envolve mudanças de valores e práticas pessoais em interação com os relacionamentos comunitários e sociais. Cumpre rompermos com os valores impostos pela cultura consumista que atende aos interesses dos poderosos.

Somos atraídos, caindo na rede das TVs, dos shoppings e similares, cedendo às tentações que se apresentam agradáveis aos sentidos, ao conforto, à segurança, à vaidade, estimulando o sucesso pessoal no usufruto do poder, levando à indiferença para com os humildes, explorados, carentes e sofredores. Tudo isso é, sem dúvida, uma forma de doença.

É tempo de, libertando-nos, nos voltarmos amorosamente para o nosso próximo, particularmente aquele excluído e empobrecido, na prática da justiça, na partilha e na comunhão de vida.


Propósito: O lema da Campanha da Fraternidade diz que "Que a saúde se difunda sobre a terra". Meu novo olhar será de vida, rejeitando em mim e em volta de mim toda forma de doença.  

Evangelho do dia 21 de fevereiro

21 - Deus nos visita, mas não desdenha as nossas orações, com as quais lhe suplicamos que nos trate com amor de Pai, dando-nos antes a força da resignação e depois a graça da consolação. (L 224). SÃO JOSÉ MARELLO
Após cinzas
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 5,27-32

Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, chamado Levi, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe: "Segue-me". Deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. Levi preparou-lhe um grande banquete na sua casa. Lá estava um grande número de publicanos e de outras pessoas, sentadas à mesa com eles. Os fariseus e os escribas dentre eles murmuravam, dizendo aos discípulos de Jesus: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e com os pecadores?" Jesus respondeu: "Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores". 
Meditação:
Jesus convida um pecador a segui-lo e, além disso, entra em sua casa para fazer uma refeição com ele. O que é que ele ganha com isso, se sabe que a única coisa que está arranjando é juntar cada vez mais provas contra si, quando o acusarem formalmente em Jerusalém diante do poder romano? (Lc 23,5).
Aí está o segredo de seu modo de proceder: enquanto “perde pontos” com o judaísmo oficial, ganha na tarefa de instauração do reino de Deus; enquanto vai perdendo sua própria vida diante dos que lhe podem matar o corpo (Mt 10,28), vai ganhando vida cada vez que pessoas como estas que o acompanham à mesa se convertem e se abrem àquele acontecimento novo que era a presença do Noivo (vv. 34-35) e do reino, que subverte absolutamente toda a ordem estabelecida e mantida por um frio legalismo dos fariseus e doutores da lei.
Quantas vezes damos as costas aos “pecadores públicos”, deixando-nos levar por preconceitos ou pelo temor de sermos criticados! Jesus nos está demonstrando com fatos reais que eles são na realidade os que precisam dessa presença, desse acompanhamento que lhes fazemos.
Esta passagem descreve a refeição que reúne Jesus e seus discípulos com alguns pecadores, imediatamente depois do convite de Jesus a Mateus. Afirma-se que o próprio Mateus organiza o banquete, e Lucas acentua que o fez de maneira suntuosa.
Alguns fariseus se assombram diante dos discípulos de que seu Mestre coma com pecadores. Jesus declara então que veio para os doentes e os pecadores, e não para os sadios e justos.
Jesus pensa, sem dúvida, nesses “justos” que são incapazes de transcender a noção de justiça para chegar a reconhecer a misericórdia de Deus. Sua atitude lembra a dos operários da vinha que reclamaram do pagamento dos que tinham trabalhado menos, ou a do filho mais velho com ciúmes da bondade do pai para com o filho pródigo que mais precisava dela; ou a do fariseu que se vangloriava de pagar com justiça até o mais insignificante dízimo, mas desprezava o pedido de misericórdia do publicano.
Jesus opõe então, a uma atitude reduzida à mera justiça do homem, outra baseada na misericórdia. Lembra que os profetas já tinham rejeitado o valor dos ritos, declarando-os inclusive totalmente nulos em proveito de uma fé fundamentada no amor e na misericórdia.
A Palavra de Deus é um esteio para a nossa caminhada aqui na terra. Precisamos colocá-la na nossa vida e encarná-la a fim de que possamos produzir frutos bons que alimentem a quem está necessitando.

Assim como viu Levi, Jesus também nos vê, “sentados (as)” no nosso posto de trabalho, na nossa vidinha acomodada fazendo apenas o que nos interessa e quem sabe, somente murmurando e reclamando das coisas que não estão muito boas!

Jesus também nos chama para segui-Lo! Seguir a Jesus é assumir a vida e enfrentar os encargos do dia a dia com o compromisso de construir um mundo novo, não somente esperando que os outros façam mas participando das ações de justiça e fraternidade.

Os novos discípulos de Jesus devem anunciar o reino a partir do critério fundamental da inclusão, sobretudo para com aqueles que foram marginalizados pelos homens e pelas estruturas sociais, políticas e religiosas.
Ao optar por seguir Jesus, Levi não esqueceu os seus “amigos” do passado. Pelo contrário preparou um banquete para Jesus e convidou-os para que eles também, pudessem ter uma vida comprometida e renovada.
Assim também, nós precisamos fazer quando somos chamados para uma vida nova em Jesus Cristo. Mãos a obra, porque há muitos (as), pecadores (as), como nós, que precisam sentar-se à mesa com o Mestre e também participarem de uma vida nova.

Como Levi, sejamos obedientes ao Mestre que nos chama para a sua missão. Saiba que a obediência ao chamado de Jesus é o único caminho de que dispõe a pessoa humana – ser inteligente e livre – para se realizar plenamente. Quando diz “não” a Deus o ser humano compromete o projeto divino e se diminui a si mesma, destinando-se ao fracasso. Digamos sim ao projeto de Deus em nossas vidas e vivamos eternamente.

Reflexão Apostólica:

O evangelho deste sábado nos apresenta Jesus sentado à mesa com pecadores. Não importa as criticas de seus opositores, Ele não tem duvidas em se sentar e compartilhar à mesa. Afinal de contas ele veio chamar os pecadores e com eles se senta, sabe qual é sua missão, que para ele é clara e a realiza.

Podemos fazer uma leitura complementar com Isaias que, prevendo os tempos messiânicos, exige uma preparação para esse tempo de salvação: "Quando tirares de ti a opressão, o gesto ameaçador e a maledicência, quando compartilhar teu pão com o faminto e saciar o estômago do indigente, brilhará tua luz nas trevas, tua escuridão se tornará meio dia".

Jesus nos acolhe no banquete do Reino, mas exige que tenhamos uma veste de libertação, pessoal e comunitária, gestos e fatos, pão partido, compartilhado e repartido com o faminto. É uma exigência, o tíquete de entrada do banquete e a possibilidade de ver brilhar a luz de Deus. A justiça e a bondade com os demais tornam possível essa luz.

Quaresma também é tempo propício de conversão e o evangelho de hoje nos dá um modelo de conversão. Sejamos como Mateus, publicano e pecador reconhecido e criticado por seu povo, mas atento e aberto à mudança. Façamos como ele, abramos a porta de nossa casa e a do coração.

A maior condição para que nós possamos usufruir da misericórdia de Deus é justamente a de nos sentirmos pecadores e necessitados de perdão. Jesus Cristo veio ao mundo para nos revelar o grande amor do Pai por cada um de nós e nos fazer participar do reino dos céus cuja porta é a Sua Misericórdia.

A cada um a quem Jesus diz, “segue-me” Ele dá oportunidade de conversão e de vida nova. Os fariseus, no entanto, não entendiam assim, pois queriam ser justos com suas próprias forças. O grande segredo de Levi (Mateus), cobrador de impostos, pecador público foi o de reconhecer a sua condição de miséria e mesmo sendo considerado “um caso sem jeito” acolheu o convite de Jesus e O seguiu.

Quando nós caminhamos aqui na terra seguindo as concepções do mundo, isto é, de como a maioria das pessoas pensa e age, a Palavra de Deus nos confunde porque fala justamente o avesso do que todos pregam. Ao contrário do que todos nós imaginamos, Jesus vem nos dizer que não veio chamar os justos, mas os pecadores e é a estes que Ele procura. Portanto, precisamos nos reconhecer a nossa condição de pecador para que Jesus também nos diga: “segue-me”

Assim, Ele nos dará oportunidade de conversão e de vida nova. Quanto mais doente estiver uma pessoa maior será a sua cura, por isso Jesus nos diz: “os que são sadios não precisam de médicos, mas sim os que estão doentes!”

A nossa necessidade de conversão é perene e nós nunca podemos nos contentar com o que já progredimos. A cada dia precisamos ouvir o chamado do Senhor, necessitamos recebê-Lo na nossa casa e sentar-nos na mesa com Ele. Quanto mais reconhecermos a nossa enfermidade mais nós teremos Jesus como médico da nossa alma e conseguiremos a cura do nosso coração.

Você também se considera doente e necessitado (a) de salvação e de cura? Você já experimentou levar Jesus para sua casa e apresentá-Lo à sua família e aos seus amigos? Os seus amigos são também doentes como você? Há alguém que você conheça que é considerado pelo mundo como um caso sem jeito? Convide-o para cear com Jesus na sua casa.

Propósito:

Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.