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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Evangelho sexta feira 01 de novembro



Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 19,1-10

"Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade. Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos. Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo. Então correu adiante da multidão e subiu numa figueira brava para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu:
- Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa.
Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria. Todos os que viram isso começaram a resmungar:
- Este homem foi se hospedar na casa de um pecador!
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor:
- Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais.
Então Jesus disse:
- Hoje a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido.
"
 

Meditação:

Temos neste texto mais uma narrativa exclusiva de Lucas. É feito o contraste entre Zaqueu, um publicano excluído do judaísmo, que recebe Jesus em sua casa com alegria e contrição, e o fariseu que recebeu Jesus para uma refeição com desconfiança e censura (Lc 14,1-6).

Zaqueu, tocado por Jesus, dispõe-se à partilha de suas riquezas com os pobres e com aqueles que foram por ele prejudicados.

Lucas apresenta Zaqueu, que era muito rico, com simpatia. Mostra assim que os ricos não são excluídos por Jesus. Eles é que se excluem, se permanecerem apegados e dependentes de sua riqueza.

Vemos no versículo 2 que Zaqueu era um homem rico. O rico é chamado por Jesus a converter-se à bem-aventurança da pobreza, a deixar de acumular riquezas para si, rompendo com o sistema iníquo de enriquecimento, e a partilhar o que possui com os pobres e excluídos.

Jesus despertou algo diferente em Zaqueu, e vemos logo a frente que devido a pouca estatura de Zaqueu ele subiu em uma figueira brava (que é o mesmo que uma árvore de sicômoros).

Agora, a pergunta: como podemos imaginar um homem rico simplesmente subindo numa árvore só para ver alguém? Com tanto dinheiro ele subiria numa árvore só para ver um homem que aglomerava uma multidão onde chegava? Por que tudo isso se ele nem conhecia Jesus?

A diferença é justamente essa, por que ele já ouvira falar de um Cristo que fazia sinais, prodígios e maravilhas.

As maravilhas que ele ouvia a respeito de Cristo eram tão grandes e verdadeiras que fez com que um homem da alta sociedade tivesse uma atitude de criança levada, subir numa árvore.

Contudo, esse Cristo já conhecia Zaqueu, e, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa.

Imaginemos chegarmos em um lugar para ver alguém que muitos comentam a respeito e essa pessoa, que nunca vimos, olhando para nós, nos chama pelo nome. Deve ser algo sem explicação. Zaqueu ficou maravilhado.

Agora, vejamos o versículo 6: Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria.

Vemos agora um homem com prestígio na sociedade obedecendo a uma ordem, com educação claro, e ainda feliz da vida.

Diz o Evangelista que ele desceu depressa mas, certamente deve ter se despencado lá de cima e, caminhando junto com Jesus, ia conversando e “confessando” os seus pecados dizendo: “Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais.”.

Ali, acontecia a primeira confissão auricular, que a Igreja mantém até nossos dias. Jesus, após ouví - lo disse : “Hoje a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido.".

Jesus continua hoje, ainda, muito atento pelas atitudes e gestos de todos aqueles que  dizem seguir as suas palavras. É muito importante que fiquemos muito ligados às suas passagens por nossa vida, sempre que não entendemos certos acontecimentos .

Neste trecho do Evangelho de Lucas, Jesus quer nos ensinar o quanto é importante reconhecermos quando erramos.

Reconhecer os próprios erros, admiti-los em certas atitudes que tomamos é sermos conscientes de que todos erram, não somos santos.

Jesus nos ensina os caminhos para a santidade, está sempre junto de nós, através do Espírito Santo, justamente para que sejamos capazes de auto–críticas.

Ele já sabia e sabe, ainda hoje, da nossa fraqueza, do nosso apego às coisas materiais e, do mal que carregamos em nosso coração, mesmo junto com o bem.

Fragilizados, às vezes, pelos acontecimentos na vida, caímos muitas vezes mesmo não querendo.

O próprio são Paulo, o mais ardoroso e valente pregador do Evangelho nesta terra, disse certa vez: “Às vezes deixo de fazer o bem que quero para fazer o mal que não quero. O espírito me puxa para o alto mas, a carne, me puxa para baixo.

Resumindo: é assim que acontece quando Cristo quer algo com alguém. Ele não olha para classe social, cor, se têm nível fundamental, médio, superior ou se é analfabeto.

Na verdade Cristo está procurando verdadeiros adoradores que o adorem em Espírito e em verdade!

Não importa a sua condição de vida, o que importa mesmo é que existe um homem que chamou a atenção de Zaqueu e que se importa com você.

Esse mesmo homem hoje mesmo quer mudar a história da sua vida, acabar com essa vida de pecado e lhe dar uma vida digna!

Uma vida em que você tenha orgulho de viver, e que todos vão olhar para você e dizer: como essa pessoa mudou! e que a sua vida venha ser um espelho para muitos.

Se você hoje quiser realmente ser uma pessoa diferente aos olhos humanos, faça como Zaqueu, chame a atenção de Cristo para você e verá que Ele vai querer pousar em sua casa, mas não só na varanda de sua casa, mas em toda ela, ou seja, em toda sua vida, pois CRISTO se importa com você.

Decida-se por Ele, enquanto é tempo. Busque  Cristo enquanto se pode achar. Não perca a oportunidade de estar bem perto dele.

Hoje mesmo, Cristo nos chama: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo." (Ap 3,20)

Reflexão Apostólica:
Em nossa reflexão de ontem, abordamos alguma coisa a respeito dessa situação – das oportunidades.
Um questionamento: Alguém saberia o teor da conversa de Zaqueu com Jesus se os apóstolos não tivessem relatado no evangelho? Será que “nossas bolas de cristais” leitoras da mente humana já nos credenciam a nortear quem Jesus deve abrir às portas a salvação? Duro dizer, mas isso se chama preconceito.
Vamos deixar claro um ponto primeiro: Existem pessoas que conhecem o que deve ser feito, mas não fazem, outras que ainda fazem por não ter sido apresentado a verdade e outras que fazem com muita consciência. No primeiro casos estamos nós e no segundo e terceiro aqueles que Jesus mais se empenha em ter de volta.
Uma pessoa que já conhece a verdade não pode dizer que foi enganada. Que na ausência de um culpado, sugere como alguns de nossos irmãos, o diabo como sempre o culpado.
Um sacerdote, nesse fim de semana, nos falava que TODOS têm a propensão ao erro. Que mesmo não querendo estamos sujeitos a momentos de ira, raiva, desamor, ódio, (…) e que o inimigo de Deus teria o poder de APENAS sugerir o gesto, mas não a consolidação do fato, ou seja, quem realmente torna a sugestão um ato, somos nós mesmos.
O sacerdote sugeria a vigilância a esse “ser humano” falho e em construção. Um ser que julga, separa, desagrega e que tem medo de assumir que faz tudo isso por coisas banais como inveja, egoísmo, (…) frutos do não zelo a seus próprios atos.
Zaqueu, como outros que ainda não conhecem a verdade, não se preocupou com que diriam a seu respeito, pois estava prestes a trocar sua vida repleta de incertezas por algo tão grande e tão sublime – um tesouro chamado perdão.
Do alto daquela arvore, o homem de pequena estatura se mostra grande. Um gesto nobre ao reconhecer suas fragilidades e erros perante aquele, como diz a canção de Walmir Alencar, que não perguntou por onde andou.
Um homem que não perdeu tempo encontrando um culpado para suas faltas; que não se escondeu atrás de um abandono na infância, na separação dos seus pais, por ter passado dificuldades financeiras, por não ter estudado em escola particular, (…), e outros tantos esconderijos da alma.
Sim, talvez tenhamos limitações provocadas por situações do nosso passado ou presente (as mais destrutivas são as psicológicas) , mas até quando isso me impedirá para atender ao pedido de Jesus em abrir nossa casa, nosso coração, nossa vida para Ele entrar? Se são mais fortes do que eu, por que não procurar por ajuda?
Acredite: “(…) Hoje a Salvação entrou em sua casa
Propósito:
Pai, faze-me puro de coração, como o Zaqueu convertido, tornando-me desapegado das coisas deste mundo e capaz de dividi-las com os pobres.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Evangelho quinta feira 31 outubro



 
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,31-35

"Naquele momento alguns fariseus chegaram perto de Jesus e disseram:
- Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo.
Jesus respondeu:
- Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: "Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho."
E Jesus continuou:
- Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém.
- Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada. Eu afirmo que vocês não me verão mais, até chegar o tempo em que dirão: "Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor!".
"
 

Meditação:

A atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e ao mesmo tempo vai levá-lo à morte.
 Jesus caminhava firmemente para o desfecho final e os fariseus na sua ignorância, preveniam-no de que Herodes procurava matá-lo.
 Porém, Jesus continuava firme no Seu propósito de fazer a vontade do Pai e não estava preocupado com o que Herodes poderia fazer com Ele.
Por isso, afirmava que continuaria operando milagres até que seus dias chegassem ao fim. Ele caminhava para a morte e tinha consciência do que iria ter que enfrentar.
Ele sabia muito bem o que o esperava em Jerusalém, mas era para lá que Ele deveria caminhar. Jerusalém, a cidade santa, seria o palco dos acontecimentos.
Era lá que estava erguido o templo e, ao mesmo tempo seria lá que Jesus morreria e, depois de três dias, ressuscitaria.
Jerusalém é também, hoje, o nosso destino, é para a Jerusalém celeste que nós caminhamos. Jesus Cristo abriu o caminho para nós, não precisaremos ser flagelados nem crucificados porque Ele mesmo já o foi por nós, entretanto haveremos de caminhar com coragem para atravessarmos os vales sombrios da nossa vida.
Colocando na nossa vida prática nós podemos tirar como mensagem o exemplo e determinação de Jesus diante da missão a que Ele se propunha. Não temeu os homens, mas permaneceu fiel ao Pai.
Ele, como homem, tinha inteira liberdade para dar justificativas de afastar-se de Jerusalém porque o rei O queria matar.
No entanto, o Seu ideal de vida era justamente “beber o cálice” que Lhe estava destinado. E assim, permaneceu fiel aos Seus propósitos.
Jesus chorou diante das muralhas de Jerusalém lamentando a sua rebeldia e obstinação em não aceitá-Lo como Salvador. Chorou por aqueles que não O acolheram e previu para eles um tempo de abandono e dispersão.
Nós podemos também nos colocar no lugar de Jerusalém, isto é, do povo que não aceita a salvação de Jesus e não aproveita o tempo em que é visitado.
Muitas vezes rejeitamos a Deus, não caminhamos segundo a Sua Palavra, não seguimos os Seus ensinamentos e perdemos o precioso tempo que estamos vivendo aqui na terra.
Jesus também chora diante de nós e lamenta a nossa ignorância, mas, mesmo assim torce e espera que nós, no devido tempo, possamos ainda dizer de coração: “Bendito aquele que veio em nome do Senhor”.
Hoje, também, todos aqueles que não acolhem Jesus como Salvador e Senhor, como os judeus, vivem abandonados, sem templo, à espera daquele que ainda virá.
Você tem desistido de assumir a salvação em vista das dificuldades? Você tem coragem de enfrentar os “seus inimigos” como Jesus os enfrentou? Você tem medo de se entregar pela causa do Evangelho? Você é uma pessoa que caminha firme para a santidade mesmo sabendo que dificuldades o (a) esperam?- Você foge da realidade quando percebe algum indício de sofrimento?
Se Deus nos ama, se Deus está conosco, tudo mais será conseqüência. Paulo faz uma enumeração marcadamente retórica.
Sem dúvida, faz eco das expressões astrológicas empregadas em seu tempo e evoca uma série de forças que os antigos julgavam mais ou menos inimigas do homem, por isso as expressões não devem ser tomadas como uma descrição detalhada do mundo sobrenatural.
Paulo queria simplesmente ressaltar que não há nada capaz de nos separar de Cristo. Jesus, no evangelho nos mostra que não tem medo dos grandes do mundo. Caminha até Jerusalém para enfrentar a morte e assim cumprir o plano de Deus, já que sua mensagem também será rejeitada como a dos demais profetas.
O Templo será destruído, mas antes Jesus deverá fazer sua entrada triunfal em Jerusalém. Ternamente, Jesus mostra como cuidará e protegerá seu povo, como a galinha a seus pintinhos. O povo estava só, abandonado, rodeado de injustiça e opressão, de mentira e maldição; Ele, no entanto, os ensina e protege.
Hoje, o evangelho nos convida a agir com coerência. É precisão atenção para entender que Deus é parceiro e sempre

Reflexão Apostólica:

Por que é que as pessoas estão preferindo deixar de acreditar? Esta  pergunta até sugere que seja em Deus, mas vai muito além… Seria ação e reação?
Vemos jornais, revistas, internet; assistimos o avançar da violência e como reação nos trancamos em casa, suspeitamos de tudo e de todos e de “brinde” ganhamos os primeiros sinais depressivos, do pânico, do medo…
Vamos para o trabalho e tristemente nos deparamos com um trânsito que se esqueceu de ser defensivo e passou a ser ofensivo.
Pessoas que tem em seu poder uma arma de ataque chamada carro, ônibus, moto, (…); se tem a impressão que às vezes, saem de suas casas, trabalho, (…) pensando em descontar suas insatisfações (financeiras, familiares, sentimentais) no primeiro que lhe cruzar o caminho. Como reação surge uma nova forma de tratamento: a de trânsito.
Conheço pessoas que se transformam ao volante. Pessoas que pararam de acreditar e agora respondem violentamente a violência. Somos frutos de como respondemos ao mundo.
Ser cristão dentro da igreja é muito fácil
Por que será que paramos de acreditar? Questionamos o trabalho e a vida pessoal dos professores dos nossos filhos, pelo baixo rendimento de suas notas; não queremos acreditar na nossa culpa e nossa falta de tempo em ensiná-los, em cobrá-los, em cortar regalias, (…)
Ficamos depressivos então pelo fato de não conseguirmos encarar o que virá, pois não acreditamos maios que temos a competência para isso. Que nosso orgulho nos fez ser “diferentes” de nossos pais e agora não consigo segurar, pois tive medo de dizer não, não faça, não pode, não deixo, (…)
“(…) Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã”.
Nesse momento tão crucial é que sentimos a falta de ter uma espiritualidade madura; quando invejamos a fé daqueles que parecem compenetrados e impassíveis enquanto o mundo, para nós parece que esta sendo arrancado do chão.
Essa mesma frase de Jesus soa tão bem para aqueles que não perdoamos ou para àqueles que fui juiz, promotor, testemunha e jurado. Pessoas que não vivem porque não as deixamos viver.
Maridos e esposas que deixaram seus lares, mas não foram (e talvez nunca sejam) perdoados; pessoas que se arrependeram dos erros pediram para voltar, foram aceitos, mas nunca perdoados de fato; vizinhos que um dia foram quase irmãos e por uma panela emprestada, um carro novo invejado, por um emprego disputado, (…) a amizade e a fraternidade foram pro espaço; pessoas que ouviram o que não queriam; uma critica desmedida que não conseguem viver pela raiva (ou seria ódio) que guardam… Ruminam até hoje.
Novamente: “(…) Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã”.
Temos que enfrentar nossos medos e a nós mesmos de vez em quando. Precisamos combater como diz uma história popular, um lobo que insiste em viver dentro de nós e que se ainda tem força é porque o alimentamos.
Precisamos voltar a acreditar, parar de nos esconder; de alimentar o mal que habita em nós, seguir o nosso caminho e enfrentar nossa cruz por mais pesada que seja.

Propósito:
Pai, predispõe-me, pela força do teu Espírito, a acolher a salvação que teu Filho Jesus me oferece, fazendo-me digno deste dom supremo de tua bondade.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Evangelho quarta feira 30 outubro




 
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,22-30

"Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém. Alguém perguntou:
- Senhor, são poucos os que vão ser salvos?
Jesus respondeu:
- Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.
- O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: "Senhor, nos deixe entrar!" E ele responderá: "Não sei de onde são vocês." Aí vocês dirão: "Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade." Mas ele responderá: "Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal." Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá choro e ranger de dentes de desespero. Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.
"
 

Meditação:

O tema de hoje é Salvação. Alguém pergunta a Jesus se é verdade que poucos serão salvos. Certamente, esta pergunta foi feita por alguém que estava preocupado de estar fazendo parte do grupo dos não-salvos.
Jesus não responde diretamente a pergunta. Ele nem diz que serão muitos nem que serão poucos... diz apenas que "façam o máximo esforço possível para passar pela porta estreita". Em outras palavras: NÃO SE PREOCUPE COM QUANTOS IRÃO ENTRAR, FAÇA A SUA PARTE!

Os evangelhos foram compostos a partir das tradições sobre Jesus e de acordo com as necessidades de cada comunidade. O de Lucas dirige-se a uma comunidade composta, em sua maioria, por pessoas de língua grega.
O texto deste evangelho de Lucas é formado por uma coleção articulada de fragmentos de parábolas que são encontrados dispersos em Mateus, tendo como tema comum a salvação.
Lucas o descreve bem quando diz que consiste em seguir Jesus, escutar suas palavras e agir em conseqüência, pondo em prática a justiça e o amor.
São palavras ameaçadoras para quem era destinatário da mensagem e não soube acolhê-la; por outro lado, que virão homens e mulheres de todos os lugares para fazer parte desse Reino. A porta estreita não descreve o resultado do juízo, mas é a expressão do esforço que se exige para entrar.
Neste Evangelho, Lucas insiste desde o começo na necessidade de se abrir as portas do reino para todos.
A primeira abertura é de caráter social: na mesa de Jesus se sentavam os mais pobres e também os mais ricos, com a condição de se abrirem aos necessitados.

A segunda é de gênero: no grupo de Jesus as mulheres ocupavam um lugar de destaque e se sentavam a seus pés como todos os discípulos. A terceira era étnica e cultural: na comunidade de Jesus todas as raças e culturas eram bem-vindas.
A pergunta: são poucos os que se salvam? dirigida a Jesus por um transeunte despreocupado, evidencia as limitações que tinha a comunidade para esclarecer todas as potencialidades da sua proposta. Para muitos, a salvação era um assunto de exclusão de maus, estrangeiros, pecadores, doentes e de muitos outros.
Jesus nem respondeu àquela pergunta, por isso, também nós, nunca iremos saber matematicamente o número de quem será salvo.

Em troca, para Jesus, a salvação era uma “Boa Notícia” para todos, e os mais aflitos, excluídos e marginalizados tinham junto a ele seu lugar preferencial.
O Senhor nos deu um direcionamento oportuno: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita… muitos tentarão entrar e não conseguirão”.
O que poderá isso significar para nós? Significa que a nossa adesão à salvação que Jesus veio nos dar, implica no nosso esforço em superar a inclinação para uma vida fácil, livre dos problemas e dos sacrifícios pessoais.

Precisamos nos questionar em todas as vezes que queremos conseguir as coisas com muita facilidade, sem empenho próprio, adotando o modelo que o mundo prega.
Quando também voltados somente para nós, esquecemo-nos de que a justiça é o parâmetro que Deus definiu para chegarmos ao céu. A justiça que precisamos praticar requer uma vida de renúncia de nós mesmos (as), à vivência do amor, do perdão, da bondade, da partilha e da solidariedade.
Mesmo que tenhamos pregado em Nome de Jesus ou que estejamos servindo no Seu Santuário, mesmo que nos achemos servos e servas fiéis, se não praticarmos a justiça, não teremos lugar à mesa do reino de Deus e poderemos estar equivocados (as) correndo o risco de não sermos reconhecidos pelo “dono da casa”.

Conseqüentemente a porta estreita é a justiça, que se traduz em humildade e serviço e na abstinência da nossa vontade própria, do domínio da nossa carne e de uma entrega absoluta ao Espírito Santo de Deus que nos conduz.
Se o ser humano superou em Cristo o destino de maldição e morte, o resto da criação também o superará. O projeto salvador de Deus está aberto a todo aquele que queira recebê-lo, além de ser um dom gratuito. As palavras de Jesus sobre a entrada no Reino explicam claramente a dificuldade e as exigências do seguimento.
Como está a sua justiça? Você tem procurado o caminho mais fácil, que exige menos esforço ou você tem sido fiel à Palavra e aos ensinamentos de Jesus que nos manda amar ao próximo como a nós mesmos (as)?
Somos os "últimos" a ter tomado conhecimento da mensagem de Deus, enquanto os que foram os primeiros a saber, poderão ser os últimos no Reino, ou até mesmo nem conseguir entrar, devido a prática da injustiça! Jesus é incisivo ao dizer que os injustos não serão reconhecidos pelo Pai. Isso vale para todos.

Só pode ser injusto quem tem o mínimo de poder em suas mãos... Portanto... Que saibamos usar corretamente qualquer poder que nos seja concedido, seja com nossos irmãos, filhos, amigos, empregados, parentes, mas principalmente com os "pequeninos" de Jesus.

Reflexão Apostólica:

Às vezes, temos a impressão que as pessoas “rasgam” algumas páginas da bíblia para não ter que ler uma exortação como esta:"Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.". Conseguimos imaginar a cena? Uma bíblia faltando páginas, restando nela apenas as mais belas e doces palavras para serem lidas e ouvidas…
Nossa vida é parecida a um brinquedo infantil de montar: os blocos (ou LEGO se preferir).
Na frente da caixa ou no verso vêm apresentadas as diversas formas possíveis de montá-lo. Carros, caminhões, tratores, nave espacial, (…), muita coisa é possível de se inventar partindo daqueles blocos, mas nem tudo que imaginamos ficará como desejamos. “(…) Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: “Senhor, nos deixe entrar!” E ele responderá: “Não sei de onde são vocês”
O número reduzido de peças nos impede de sermos mais ambiciosos na criatividade. Os blocos que faltam se somado a aqueles que foram perdidos pela casa, debaixo de sofás, guarda-roupas, nos limitarão, ou seja, não conseguiremos fazer tudo que gostaríamos e poderíamos realizar…
É verdade que dá pra ser criativo com que se tem, mas para darmos asas a imaginação que brota do sonho de Deus é preciso buscar novas peças (estudar, reciclar, treinar, dedicar) e evitar perder as peças que tenho (humildade, paixão, dedicação, empenho, amor,…) debaixo de coisas que são difíceis de levantar (orgulho, prepotência, vaidade,…).
Mas há outra coisa em comum entre nossa vida e os blocos: Temos o poder de decidir como montaremos as peças.
Cada um leva sua vida (ou monta os blocos) conforme lhe convém e como a vida lhe permite. Uns seguem o modelo da caixa; outros já partem para uma criação nova de própria autoria e assinatura. Em ambos os casos, não é garantido que o produto final fique belo ou apresentável, mesmo aquele que seguiu o modelo. Quantas pessoas andam com a bíblia em baixo do braço (a chamada "bíblia desodorante"), sabem versículos completos, mas são umas “antas” quando se trata de lidar com as pessoas? O modelo esta com ele, mas ainda não sabe montar…
Mais importante que ter os dons é ter sabedoria para usá-los.
Muita gente foge aos nossos paradigmas de beleza, apresentação, pensamento, (…); parecem blocos mal montados… Usam piercings, tatuagens, roupas estranhas, mas às vezes são muito mais próximos de Deus, em suas orações, que muita gente que se diz já salva. “(…) Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
Sejamos criativos! Não temamos seguir modelos! Não julguemos a forma de montar o LEGO do outro. Empenhemos-nos mais em não perder o que conquistamos!
Se conseguirmos seguir isso, a porta não será tão estreita assim!
Propósito:
Pai, conduze-me pelo verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço misericordioso e gratuito a quem carece de meu amor.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Evangelho terça feira 29 o



Lucas 13,18-21

"- Com o que o Reino de Deus é parecido? Que comparação posso usar? Ele é como uma semente de mostarda que um homem pega e planta na sua horta. A planta cresce e fica uma árvore, e os passarinhos fazem ninhos nos seus ramos.
Jesus continuou:
- Que comparação poderei usar para o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe por toda a massa.
"
  

Meditação:

Certa vez os fariseus perguntavam a Jesus quando veriam ou viria o reino de Deus. Ele responde algo inusitado: “Ele já esta no meio de vós”!
 Vamos tentar somar as pistas: “Ele esta no meio de nós”, parece um “grão de mostarda”; é o fermento a ser espalhado na massa.
Imaginemos sovar massa para espalhar esse fermento de forma homogênea. Alguns estudiosos fazem uma analogia dessas três medidas às virtudes teologais: A fé, a esperança e o amor.

Muitas vezes (mais de 90 vezes) o fermento é usado na bíblia como símbolo de algo mal, a ser evitado, (…), mas Jesus apresenta, nesse exemplo, um reino de Deus (fermento) que paira homogeneamente dentro dessas três medidas.

Ele é algo tão pequeno, mas que faz crescer a massa ao ponto de não sobrar espaço, incrivelmente sobra para partilhar sua sombra; algo que bem sovado transborda a fôrma onde foi colocada a massa; algo que preenche nossas vidas.
O reino de Deus esta dentro de nós e intimamente ligado a nossos valores mais íntimos. Ele esta também no irmão que persevera na fé, na esperança e no amor ao próximo. Ele não esta em apenas em uma virtude, mas como diz a analogia da palavra, sovado e pulverizado entre elas.

Deus esta na fé perseverante de quem insiste em levantar, mesmo que o dia lhe pareça adverso; Ele esta na esperança que resiste ao tempo, aos prognósticos, as suposições, superstições; Ele também esta no gesto de amor ao próximo simbolizado pelo perdão, na caridade verdadeira, nos gestos de carinho, no afago, no preocupar-se, (…).
Deus esta na lagrima de quem assiste a um programa de TV e chora a toa; é Ele que nos move a levantar no ônibus e ceder o lugar a alguém que precisa mais.

É Ele que nos ensina o que falar a quem mais precisa. Ele esta na criança contente; no sorriso do meu (do seu) filho (a), na paz lá de casa.

Ele assiste nossas falhas, vê nossos erros; nos da sinais, se revela no outro; nos ensina, nos guarda, nos protege, (…) Deus esta em todo lugar. Sovado nessa massa!

Deus esta na criança pobre que consegue estudar; no velho que consegue ainda ter forças para ajudar seus filhos a criar seus netos; é a força que nos faz superar a depressão, o pânico, (…).

Ele esta na alegria por uma meta cumprida; na aprovação do vestibular, na força de tentar mais uma vez após um insucesso.

Deus esta na “dó” (misericórdia) que temos por uma árvore cortada ou arrancada, no sentimento de um animal ferido; no grito de um faminto. Deus esta no mendigo deitado na calçada, no irmão protestante, no ateu, no judeu…
Na tempestade, Deus não estava no vento, mas no recomeço; Na morte, Deus não estava na dor, mas na coragem de levantar e continuar.

Na cegueira, Deus não esta nos olhos, mas num coração que mesmo assim encontra o caminho de casa; Na favela, Deus não estava na bala perdida, mas esta ao seu lado e sempre estará

Realmente, Deus esta sovado na massa!

Reflexão Apostólica:

Quando uma pessoa entende muito de um assunto, consegue brincar com o próprio conhecimento na hora de repassá-lo. Os melhores professores sempre descobrem um jeito lúdico de ensinar algo complicado. Sempre começam mostrando algo que você entende, para depois fazer a comparação com o que ele quer que você aprenda.

Aproveitam-se do chamado "conhecimento prévio", para acrescentar um novo conhecimento. E muitas vezes, é através dessa simplicidade, que aprendemos coisas complicadíssimas, e nunca mais esquecemos... tudo por causa da comparação que o bom professor nos mostrou.

Quem nesse mundo entendeu mais de Reino dos Céus do que Jesus? E quem nesse mundo usou mais metáforas e comparações do que Jesus, para explicar algo complicado através de coisas simples do nosso dia-a-dia?

Ele mesmo se desafiava constantemente, procurando formas de explicar para as pessoas simples, o que era o Reino de Deus. Quando se coloca simples, é simples meeeesmo!!! O agricultor, o pescador, a dona de casa, o pastor, o feirante... quase todos analfabetos...

Jesus tinha que usar exemplos que eles estavam acostumados a ver no dia-a-dia. E um detalhe fantástico: Jesus usava os exemplos mais simples possíveis, e em outra passagem chega a dizer que explicava essas coisas em parábolas a fim de confundir os doutores, justamente porque os doutores não tinham contato com coisas simples como plantar sementes, preparar massa de pão ou de bolo... então eles tinham mais dificuldade de entender, e às vezes se confundiam...

A didática de Jesus deveria ser copiada para todas as escolas, do jardim de infância até a universidade, como diz Augusto Cury, um dos maiores estudiosos vivos sobre a vida e o legado de Jesus.
Hoje, Ele se desafia. Com que poderei comparar o Reino dos Céus? Primeiro Ele compara com o homem que lança uma semente de mostarda no seu jardim. A semente gera uma árvore que os pássaros do céu fazem ninhos em seus galhos.

Qualquer pessoa simples daquela época sabia que a semente de mostarda é a menor dentre todas as sementes, e que gera uma árvore enorme…

E o que isso tem a ver com o Reino dos Céus? Vejamos que bela comparação: o homem que atirou a semente é o próprio Jesus; a semente é o Evangelho; o terreno é o nosso coração; e a árvore que vai crescendo a partir daquela semente é a nossa vida, que é próprio Reino dos Céus onde as aves do céu fazem ninho, ou seja, as crianças de todas as idades vêm se aconchegar aonde as pessoas vêm colher frutos para saciar sua fome de Deus onde tantos vêm descansar à sua sombra quando estão cansados… e mesmo quando vem o lenhador e corta o seus galhos ou até o seu tronco, a árvore exala perfume sobre o machado que a feriu, mas não morre antes de espalhar novas sementes pelo mundo afora.

A segunda comparação foi com o fermento que se mistura com 3 porções de farinha até que tudo fique fermentado. Jesus entendia até de cozinha! Quem cozinha sabe que não é só jogar o fermento e pronto… Existe todo um processo para fazer o fermento penetrar na massa.

Podemos imaginar aquelas mulheres, quando iam preparar o pão, fazendo as analogias a cada gesto durante a preparação do pão.

A farinha é o nosso ser, e o fermento é o Amor. Enquanto a massa vai sendo misturada com o fermento, ela precisa ser batida, amassada, deformada e remodelada, para que o fermento se misture e fique igualmente distribuído em toda a massa, para que no momento de ir ao fogo, o pão resista ao calor e cresça por igual.

Nós também precisamos ser amassados, deformados e remodelados para que o amor preencha todas as áreas da nossa vida.

Enquanto houver áreas sem fermento, aquela área deverá ser amassada e sofrer um pouco mais, até que o fermento do amor entre nela.

Tudo isso para que, no momento de ir ao fogo, o nosso pão cresça por igual, sem áreas deformadas pela falta do fermento.

Esta reflexão ficou grande (aliás, está menor que outras que temos postado), mas poderia ter ficado ainda maior, pela beleza e riqueza deste Evangelho. Jesus também se desafiaria para encontrar uma comparação interessante, com algo que você está habituado a ver no seu cotidiano, só para fazer você entender o que é o Reino dos Céus, e desejar, com todas as forças, fazer parte dele.
Propósito:
Senhor, faze de mim instrumento de teu Reino para que ele chegue a todas as pessoas, sem exceção, mormente os pobres e marginalizados.

domingo, 27 de outubro de 2013

Evangelho segunda feira 28 outubro S. Simão e S. Judas Tadeu apostolos

Lucas 6,12-19

"Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus. Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu doze deles. E deu o nome de apóstolos a estes doze: Simão, em quem pôs o nome de Pedro, e o seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, o nacionalista; Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
Jesus desceu do monte com eles e parou com muitos dos seus seguidores num lugar plano. Uma grande multidão estava ali. Era gente de toda a Judéia, de Jerusalém e das cidades de Tiro e Sidom, que ficam na beira do mar. Eles tinham vindo para ouvir Jesus e para serem curados das suas doenças. Os que estavam atormentados por espíritos maus também vieram e foram curados. Todos queriam tocar em Jesus porque dele saía um poder que curava todas as pessoas.
"  

Meditação:
Neste dia em que celebramos os apóstolos Simão e Judas, os textos nos convidam a conhecer e refletir sobre nosso chamado de servidores em nome de Cristo. O evangelho narra como Jesus escolhe os doze discípulos e os chama de apóstolos.

Cabe destacar que a presença da oração revela a importância dos momentos mais relevantes na vida de Jesus. Talvez essa oração seja para pedir ao pai discernimento para a escolha que vai realizar ou, possivelmente, para que os escolhidos sejam perseverantes e se sintam dispostos a segui-lo. Paulo vai chamá-los de "cimento da comunidade", representantes do Cristo.

Jesus escolhe os doze apóstolos, que formarão o núcleo da comunidade nova que ele veio criar. A palavra apóstolo significa aquele que Jesus envia para continuar a sua obra.
Ele os escolhe para responder às necessidades de uma humanidade enferma e confere a eles uma missão e autoridade para desempenhá-la.
É uma escolha gratuita, conta somente a vontade de Jesus, sua predileção e amor. Ele os escolhe para que estejam com ele; depois os envia a pregar; a eleição indica o desejo de Jesus de preparar o novo Israel, o Israel dos últimos tempos, o verdadeiro Povo de Deus
O povo vem de toda as partes ao encontro de Jesus, porque dele fez nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens.
Jesus nunca subestimou a Sua missão. Ele sabia da grande responsabilidade que era a de escolher dentre muitos, os doze apóstolos que seriam os continuadores da Sua obra aqui na terra. Portanto, Ele subiu à montanha para em oração ao Pai fazer o discernimento.

Quando desceu Ele estava seguro de que os Seus escolhidos eram aqueles a quem o Pai havia destinado para pôr em prática o Seu Projeto salvífico. Até Judas Iscariotes teve o seu papel específico no plano de Salvação de Deus Pai.

Muitas vezes nós também rezamos, fazemos o discernimento e no primeiro sinal de que algo não vai muito bem, nós começamos a duvidar da nossa oração e do direcionamento do Senhor.

Fica para nós o exemplo: Jesus ainda não sabia que entre os escolhidos havia um traidor, mas nunca duvidou de que fez a escolha certa segundo a vontade do Pai.

Quando nós também subirmos à montanha para orar estejamos certos de que lá o Senhor nos dará a orientação segura para que possamos descer e enfrentar a multidão e até os traidores com serenidade e segurança.

Você também costuma subir a montanha para rezar ao Pai antes de tomar suas decisões? Você confia em que o Senhor sempre dá o direcionamento seguro mesmo que haja algum contratempo em algum momento? Como você tem feito isto?

Reflexão Apostólica:
Imaginemos uma situação hipotética: O que Jesus conversava com Deus no monte? Qual era o motivo desse retiro? Seu objetivo era escolher os doze apóstolos, saber a direção que Deus queria e também se preparar para a “maratona” de pregações, lições e curas que precisaria fazer logo após descer de lá?
Vamos divagar um pouco:
1) Jesus conhecia o plano do pai desde a infância.
2) Assim como Jesus conhecia os pensamentos dos mestres da lei também já sabia quem seriam seus apóstolos.
É provavelmente dessa mesma forma que nos convida a exercer uma função ou missão. Conhece nossos dons e tudo aquilo que precisará ser trabalhado para melhor ser usado em prol dos irmãos, De fato, a única coisa que Ele não sabia, e sabe, é se aceitaremos.
3) Provavelmente preparava-se para o que estaria por vir se aceitasse por completo a vontade do Pai. Aceitar demandaria muito trabalho e entrega, pois visivelmente o povo estava muito carente de alguém que os conduzisse, libertasse, os curasse…
Certa vez os discípulos perguntaram ao Mestre o porquê não conseguiam expulsar um espírito que possuía um rapaz. A reposta de Jesus a essa pergunta talvez sele o que Ele realmente buscava no monte.
Para cada desafio, que nos é imposto, é preciso redobrar a atenção na mesma medida. Essa “medida” não significa por mais terços ou aumentar o número de ave-marias que saem da minha boca e sim, buscar uma oração com maior qualidade e intimidade com Deus. Não adianta também ficar no monte só rezando sozinho, é preciso estar convicto, íntimo e descer.
Deus também nos chama a caminhar com Ele 
Propósito:

Pai, transforma-me em apóstolo de teu Filho Jesus para que, movido pelo Espírito, eu possa ser sinal da presença dele neste mundo tão carente de salvação.

sábado, 26 de outubro de 2013

EVANGELHO 30º DOMINGO 27 OUTUBRO

Lucas 18,9-14

"
Jesus também contou esta parábola para os que achavam que eram muito bons e desprezavam os outros: Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos. O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: "Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho." Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!" E Jesus terminou, dizendo: Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido."

Meditação:

No Evangelho de hoje, Jesus nos  revela o segredo de uma oração verdadeira e também eficaz. Ele nos conta uma parábola sobre a oração de dois homens que pertencem a duas categorias completamente opostas. Na verdade, o Evangelho quer provocar em nós a pergunta: com qual dos dois me identifico? Com o fariseu ou com o publicano?

Prestemos bem atenção a como cada um dos homens reza e assim iremos descobrir. Podemos nos encontrar no lugar do publicano (pecador), que foi justificado; mas também com muita probabilidade, podemos nos encontrar no lugar do fariseu, que por sinal, não foi justificado; este último é aquele que regularmente vai ao templo, ou seja, pode ser que sejamos nós, que regularmente vamos à igreja.

Enfim, a parábola em questão é direcionada para todos aqueles que julgam ser bons e desprezam os outros, diz o evangelista Lucas.

O fariseu é aquele que se acha justo, certinho, pelo fato de conseguir freqüentemente cumprir os preceitos da lei: “eu jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda”.

A atitude dele é aquela de uma pessoa egoísta, cheia de si mesmo. Usa sempre o pronome “eu”. E o que agrava a sua presunção é o fato de desprezar os outros.

Não se pode rezar e, ao mesmo tempo, desprezar; dialogar com Deus e ser duros com as pessoas; no fundo, nos deleitamos com os defeitos dos outros para agradar a nossa presunção (Nossa! Comparando-me com fulano de tal, como eu sou bom e correto!). Uma vida assim é cheia de suspeitas e de medos, uma vida triste num mundo corrompido. A oração do fariseu, no final das contas, é um julgamento.

De fato, esta parábola é muito inquietante! Mostra como na oração podemos nos separar de Deus e dos outros quando falsificamos a nossa consciência, enganando-nos quanto a Deus e ao nosso próximo.

Quando estamos falando coisas negativas sobre os outros como aquele fariseu (“não sou como os ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos”); na verdade, estamos envenenando as nossas vidas. Deus está interessado no nosso interior e não naquilo que aparentamos ser.

Precisamos nos conscientizar que não é impressionando uns aos outros que interessa a Deus, mas é nossa vida interior que interessa a ele.

O orgulho é uma cegueira que nos impede de ver nossos próprios erros. É difícil ser humilde. Se nos consideramos humildes, isso já pode ser uma presunção.

Ser humilde significa nunca pensar que somos melhores que as outras pessoas, mas que somos humanos, e por isso, limitados tanto quanto os outros. Esta consciência é o que nos estimula a sempre buscar o amadurecimento espiritual.

Às vezes, a única maneira pela qual aprendemos a tratar bem as pessoas, é quando somos maltratados, para que possamos ver como isso machuca e aprender a não fazer com os outros. A pessoa orgulhosa nunca acha que é orgulhosa, porque o orgulho facilmente se esconde.

O orgulho é uma máscara que encobre realmente quem somos. O orgulho é um julgamento: julgamos porque somos orgulhosos; julgar, na realidade, é tentar achar um caminho para nos sentirmos melhores em relação a nós mesmos, apontando os erros dos outros. 

Deus é um juiz que não faz discriminação de pessoas. Deus não discrimina ninguém; como isto deve doer ao ouvido orgulhoso do presunçoso!

Outra coisa também muito freqüente existir é um entendimento errado da humildade: quando ficamos passivos diante de tudo ou quando sempre estamos dizendo que não somos capazes para isto ou para aquilo.

Esta é a falsa humildade. A humildade é uma das virtudes mais difíceis de se obter, mas também é uma das mais necessárias.

O publicano é realmente um pecador; ele não arranja uma desculpa para o que fez. Uma transgressão típica dos publicanos era trapacear os outros e ser conivente com as tramóias do império romano.

A oração simples do publicano é reconhecer-se pecador. Não julga ninguém, nem mesmo o fariseu, por quem já foi julgado, insultado e excluído.

Deus “jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas”. Mas, temos que nos entregar totalmente a ele.

O publicano foi perdoado não porque fosse melhor que o fariseu, pensar isso seria cair na mesma atitude do fariseu, mas porque com sinceridade mostrou e admitiu sua fraqueza e abriu seu coração a um Deus que é imensamente maior que o seu pecado, a um Deus que nos acolhe, que nos abraça com a sua misericórdia infinita. “Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”. Que nossa oração humilde atravesse as nuvens e chegue ao Altíssimo.

Reflexão Apostólica:  
Ao ler o evangelho de hoje, fiquei muito feliz porque acredito que essa mensagem seja capaz de mudar de forma concreta as nossas vidas, pois, uma vez que passamos a compreender o sentido real e concreto do ATO DE SER HUMILDE e não apenas do CONCEITO DE HUMILDADE, podemos ser transformados interiormente e executar gestos no nosso cotidiano que irá nos proporcionar sentimentos bons e alegres. A SIMPLICIDADE é irmã da HUMILDADE e inimiga do JULGAMENTO.

Nesta parábola, de sua exclusividade, Lucas faz um confronto entre duas atitudes fundamentais. Ele aborda especificamente o ato da oração.

Ela mostra dois pontos: falta de HUMILDADE terrível na vida de uma pessoa que gera: a soberba, o orgulho, a presunção. O outro ponto é a SIMPLICIDADE do coração na oração que gera: humilhação e temor.

Os dois modelos usados são os fariseus e os publicanos. O fariseu (homem da religião) se postava em pé, sem nenhuma reverência a Deus, provavelmente estufando o peito e orava para si mesmo!

Em algumas traduções temos escrito “orava de si para si”. Apesar de começar sua oração pronunciando o nome de Deus, ele não estava dirigindo suas palavras ao Senhor.

Aquela cena não passou de um monólogo, onde sua oração não passou do teto do templo. Porque o único objetivo daquele homem era se auto-proclamar justo e se vangloriar de seus feitos.

O publicano talvez fosse a pessoa menos respeitada da sociedade. Era o judeu escolhido pelo Império Romano para cobrar impostos do povo e por isso era visto como traidor.

No texto, a postura inicial é que de longe sequer ousa olhar para os céus, num sinal de humildade e ainda batia no peito pedindo graça para o seu coração. Na cultura judaica, bater no peito era um sinal externo de demonstrar a dor na sua alma. Ele reconhecia sua natureza pecaminosa e estava angustiado por isso.

A dica para nós é que tomemos cuidado, mas muito cuidado com a nossa presunção no coração. Muitas vezes somos moralistas e demonstramos ser os santarrões da comunidade.

Somos, na prática, como esse fariseu que louvava a Deus por não ser igual aos outros homens. Ele dizia: "Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho."

Santa hipocrisia e soberba terrível deste homem! E como somos assim, como nos achamos os santarrões da vida. Humilhamos pessoas, condenamos os outros.

A grande verdade é que somos iguais a este fariseu do texto de Lucas. Muitas vezes agrademos ao criador por não sermos iguais a alguns pecadores. 

É bom que saibamos, somos roubadores, injustos, adúlteros, somos mentirosos em potencial. Somos uma natureza corrupta, somos todos sem exceção filhos de Adão. Filhos do pecado!

Precisamos da fala no coração do publicano que compreendeu espiritualmente a dinâmica de Romanos 2,1: "Ó homem, quem quer que sejas, tu que julgas, não tens desculpa. Pois julgando os outros condenas a ti mesmo, já que fazes as mesmas coisas, tu que julgas."

Vale lembrar que este homem reconhece que não pode fazer nada para ser salvo, ele é humilde de coração na presença do Senhor com estas palavras: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!" E neste processo Jesus declara: "Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido."
 
Como vimos, esse Evangelho é lindo e TRANSFORMADOR, ele vem ensinar para nós que a nossa oração é um meio de comunicação eficaz com o Pai, mas só subirá aos céus se nascer de um coração humilde, simples e puro!!!

Se quisermos ser justificados e elevados diante de Deus, precisamos diminuir para que Deus cresça em nós!!! Então, faça sua oração agora, com a voz baixinha, ou alta ou até mesmo em seu pensamento, mas faça para que essa palavra possa dar fruto na sua vida hoje, não deixe a graça passar.

Propósito:

Olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Viver meu dizer com o coração agradecido ao Pai e na alegria de poder testemunhá-lo. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Evangelho sábado 26 outubro S. Maria no sábado

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,1-9

"Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a Deus. Então Jesus disse:
- Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.
Então Jesus contou esta parábola:
- Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: "Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?" Mas o empregado respondeu: "Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la."
"
 

Meditação:

Temos neste texto, exclusivo de Lucas, um caso único, nos evangelhos, em que Jesus, em seus ensinamentos, faz referência a acontecimentos recentes.

Os galileus foram mortos por Pilatos porque suspeitava que fossem subversivos. Segundo a "doutrina da retribuição" dos fariseus, o sofrimento era castigo de Deus e a abundância era bênção de Deus.

A morte violenta dos galileus foi vista como conseqüência de seus pecados. Jesus o descarta, e traz a questão para dentro da própria comunidade judaica, uma torre que caiu e matou dezoito, em Jerusalém.

Eram, estes também, mais pecadores que os demais? Negando esta doutrina da retribuição, Jesus destaca que o encontro com Deus se dá pela conversão necessária para todos aqueles que se julgavam justos. Com a parábola que segue, Jesus mostra a paciência de Deus em dar oportunidades para a conversão.

Esses dois episódios, como sinais dos tempos, dizem que a morte pode vir de improviso. Assim também o juízo de Deus pode chegar quando menos esperarmos. Por isso, precisamos e devemos nos arrepender de todos os nossos pecados.

 Jesus deixa claro que não necessariamente há uma relação direta de causalidade entre culpa e sofrimento. Mas as desgraças públicas são, como sinais dos tempos, oportunidade para reflexão e penitência dos pecados.

Jesus adverte que toda nação caminha para a ruína se não se converter ao Messias. Todos necessitamos de conversão contínua porque todos erramos. O mistério do sofrimento sem espírito de fé esmaga o homem.

Primeiro, arrepender-se é desviar do pecado, mudando de direção em relação à iniqüidade. O arrependimento é mais do que um aprimoramento pessoal, é mais do que uma maneira de se controlar a vida. É uma medida profunda, uma decisão de abandonar tudo o que é estranho a Deus. Essa medida contribui para uma transformação total, a que Jesus chama novo nascimento (Jo 3,3).

Arrepender-se não é simplesmente sentir remorso do pecado cometido. Uma pessoa pode sentir remorso de ter pecado devido às complicações que o pecado trouxe à sua vida, ou devido a uma conseqüência desvantajosa que tenha de sofrer pelo ato pecaminoso.

Judas sentiu remorso por ter traído Jesus, mas não se arrependeu (Mt 27,3). Pedro, que negou Cristo (Mt 26,34,69–75), arrependeu-se; Judas sentiu apenas remorso. É possível sentir-se perturbado pelo fato de ter pecado, sem, contudo, arrepender-se.

O arrependimento não é simplesmente uma convicção do pecado. No dia de Pentecostes, Pedro expôs o pecado dos judeus que o ouviam.

As palavras do apóstolo levaram convicção ao coração deles, a ponto de clamarem: “Que faremos?” (At 2,37). Pedro, porém, não considerou essa convicção como arrependimento; pois ao responder à indagação deles, disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2,38).

O arrependimento não é simplesmente uma tristeza divina. A tristeza divina por causa dos pecados precede e produz o arrependimento, segundo o apóstolo Paulo: Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza segundo o mundo produz morte (2Co 7,10).

O arrependimento não deve ser tampouco definido como uma mudança de vida. Ele produz, sim, uma mudança de vida. Se o arrependimento não resultar numa vida transformada, então não houve de fato arrependimento genuíno; mas a mudança de vida não é o arrependimento propriamente dito.

João Batista advertia o povo que o seguia: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). O arrependimento real precede os frutos de arrependimento, a saber uma vida mudada.

Arrependimento tem a ver com mudança resoluta da vontade própria em relação ao pecado. Envolve o intelecto, as emoções e a consciência.

Essa mudança de atitude em relação ao pecado torna-se tão nítida na personalidade humana, que capacita o crente a desistir de um modo de vida.

No batismo, uma pessoa é imersa para morrer espiritualmente para o pecado, crucificando seu velho eu, de modo que o corpo do pecado seja destruído (Rm 6,6).

Em segundo lugar, arrepender-se é voltar-se para Cristo. Não é apenas uma reação negativa ao mal; é também uma resposta positiva a Cristo.

O arrependimento consiste em abandonar o pecado e voltar-se para Cristo para ter vida. Jesus não convidou ninguém para tirar férias religiosas, ou dar uma breve trégua na iniqüidade.

Ele pediu comprometimento total, descrito como um nascimento da água e do Espírito, um nascimento do alto (Jo 3,5). Essa transformação é tão radical e duradoura que Paulo a comparou com uma circuncisão espiritual, uma remoção completa do corpo da carne por obra de Deus: Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo (Cl 2,11).

O arrependimento envolve um compromisso constante. Ao respondermos a Deus, devemos fazer morrer as obras do corpo. Daí para frente, uma tarefa que temos como cristãos é não deixar virem à tona essas obras.
Paulo disse: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria” (Cl 3,5).

É preciso viver no mundo sem ser dele, e nele viver conforme o Espírito de Deus. O juízo de Deus sobre nós pode dar-se quando menos esperamos e por isso devemos viver de tal modo que não sejamos surpreendidos. O cristão está em contínua vigilância pela caridade e pela prática da misericórdia.

Jesus explicava, com a maior clareza possível, qual era o pensamento de Deus, que se projetava à humanidade através de si mesmo. E o faz através de parábolas.

A parábola da figueira que não deu fruto, tem a intenção de mostrar a nós mesmos, comparando-nos com uma figueira que se depara com a opção de produzir ou não fruto, de proclamar ou não o Reino de Deus.

Nossa missão é justamente proclamar a presença do reinado de Deus. O que nos afasta dessa missão é tudo aquilo que vai contra o que Jesus nos ensinou: a presença do pecado, do egoísmo, da cultura da morte, da falta de respeito pela própria vida e pela vida alheia. Tudo isso, porém, é produto da nossa liberdade, sempre respeitada por Deus.

O que é mais interessante em nossa vida é que essa situação pode e deve ser transformada, aproveitando as constantes oportunidades que o próprio Deus nos oferece para reverter o mal e para produzir bons frutos. Para isso, temos que ter claro a capacidade que temos de fazer o bem, que é o que Deus nos pede, para que ajudemos na construção de seu Reino.

Reflexão Apostólica:

O Evangelho de hoje,  nos faz lembrar as notícias trágicas que diariamente chegam até nós através dos telejornais e tantos outros meios de comunicação: notícias como as enchentes que destroem casas, sem falar na violência de todos os tipos que assola o mundo.

Mas por que tudo isso acontece? O que vem a nossa cabeça quando nos damos conta dessas más notícias? Ficamos chateados, indignados, tristes, chocados, assombrados e nos perguntando o porquê de ter acontecido esta ou aquela situação?

Será que nos preocupamos mesmo porque aconteceu este ou aquele fato trágico para alguém, ou ficamos chocados pelo simples fato do medo de que aconteça também conosco?

Enfim, amamos o próximo a ponto de nos preocuparmos com ele ou somos insensíveis e indiferentes a ele? Será que no fundo não sentimos um pouco de alegria por que não fomos nós as vítimas? Ou estas coisas já nem chamam mais a nossa atenção porque já nos acostumamos com a quantidade de desgraças que acontecem diariamente? Enfim, Deus castiga ou não castiga o ser humano por seus pecados?

O Evangelho de hoje apresenta uma discussão entre Jesus e algumas pessoas vão até Ele para lhe dar uma notícia de um crime: a notícia dos galileus mortos por Pilatos, enquanto ofereciam seus sacrifícios. Pilatos bem antes da morte de Jesus é apresentado como um governador violento.

O massacre deve ter acontecido no templo de Jerusalém, porque só ali era costume a prática de ofertar animais em sacrifício; e, por isso mesmo, além de ser um homicida, ele comete um grande sacrilégio (dentro do Templo).

Além disso, estes informantes de Jesus dão um juízo negativo sobre as pessoas mortas, já que naquele tempo, pensava-se que a morte violenta fosse conseqüência de algum pecado. Pensava-se que se alguém morresse assim era porque havia feito algo errado.

Segundo a mentalidade do tempo e ainda muito difundida hoje, baseada na doutrina da retribuição, qualquer desgraça era tida como castigo divino devido a um pecado: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?” (Jo 9,2).

Desta forma, pela morte dos galileus, chegava-se à conclusão de que estes eram pecadores e por isso, mereceram a morte como castigo.

No fundo, o que querem saber é qual seria a resposta, a reação de Jesus diante de tudo isso, já que Jesus era um Mestre que ensinava com autoridade.

O interessante é que Jesus aproveita esta situação para passar a sua mensagem de conversão, de mudança de mentalidade.

Ele diz a estas pessoas que não devem chegar a falsas conclusões pelo que podem pensar a primeira vista e ainda diz o que elas devem fazer.

Assim, Jesus responde primeiramente que a morte violenta não é conseqüência de um pecado. A salvação é aberta a todos. Todos devem se salvar.

E mais, que os outros que não tinham sido assassinados, não eram culpados, e, por isso, poderiam se sentir “certinhos”, seguros e levarem a vida como bem entendessem.

No entanto, Jesus se opõe radicalmente a este modo de pensar e sublinha com força que todos devem se converter. Jesus diz que ninguém tem que pagar nada, ou melhor, todos são culpados, todos têm uma relação equivocada com Deus, todos têm algo de errado, todos devem mudar de vida.

Essa culpa não traz como conseqüência que deva acontecer algo de mal na vida. Se acontecer, é porque aconteceu. Se fôssemos acreditar na lógica da retribuição, quantas pessoas deveriam ter tragédias em suas vidas e não têm e vice-versa.
  
Para facilitar ainda mais a compreensão daquilo que quer transmitir, Jesus acrescenta outro caso, no qual dezoito homens foram mortos em Jerusalém na queda da torre de Siloé.

Neste segundo caso, ele se dirige aos habitantes de Jerusalém, ou seja, o que ele adverte vale para todos, sem exceção, todos precisam se converter.

Jesus quer abolir a idéia de que Deus castiga. Deus nos ama, Deus quer nos salvar. “Se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. Ou seja, Jesus transfere o centro do discurso.

Não se ocupa mais com os ausentes, mas com os que estão ali presentes. Jesus diz que não devemos nos preocupar se aquelas pessoas eram ou não culpadas, mas que nós tenhamos um coração que se converte, da necessidade de se converter.

As tragédias humanas são um alerta e um convite à aceitação do projeto libertador iniciado por Jesus Cristo. Rejeitar este projeto é rejeitar a vida.

Para aceitar este projeto, é necessária uma mudança de mentalidade. Se nós não aceitamos este convite de Jesus, seremos construtores da nossa própria desgraça.

É preciso não tanto preocupar-se com o que está fora, mas com o interior. É preciso alimentar o interior para receber a salvação de Deus. Isso acontece através da conversão.

Metanoia em grego significa mudar modo de pensar. Se percebemos que nossa vida está numa direção errada, mudemos o rumo.

A palavra grega metanoia não quer dizer somente mudança de mentalidade, de rota. Mas vai mais além. Não devemos gastar nosso tempo em calcular as coisas com a nossa razão, pois a matemática de Deus é bem diferente da nossa, vejamos com que paciência Ele nos espera através da parábola da figueira.

A parábola da figueira que não dá frutos é uma parábola muito interessante. Com ela, Jesus confirma seu pensamento. A figueira é uma das plantas mais comuns e generosas da Palestina. Geralmente, dá boa sombra e produz frutos durante dez meses por ano.

A figueira representa o povo de Israel e não só. Representa todos os que ouvem a Palavra de Deus. Jesus é o Agricultor.

Ele plantou a figueira e espera a abundância dos frutos. Não encontrando frutos, o patrão emite uma dura sentença: já que Israel é uma figueira ociosa, não faz sentido que continue a viver. Talvez Lucas estivesse pensando na rejeição do Evangelho praticado pelos chefes religiosos daquele tempo.

No entanto, a grande novidade acontece pela ação do agricultor: ele aduba o terreno: sinal de uma dedicação especial. Os camponeses sabiam que a figueira não tinha necessidade de adubo. Mas, Jesus vai além das expectativas. Aposta no ser humano até onde possa parecer absurdo. Esta é a solidariedade de Deus.

Freqüentemente, esquecemos o trabalho do Agricultor. Exigimos bons frutos das pessoas como se fôssemos os mais perfeitos em fazer boas obras.

O adubo da paciência, ensinado a nós pelo agricultor é a oportunidade que cada pessoa deveria merecer. Jesus nos ensina que a misericórdia divina não conhece limites: pode ser que o próximo ano produza!

Uma planta comum se torna para nós símbolo de conversão. Mas, sem a nossa cooperação, tornamos estéril a solidariedade divina.

O nosso agricultor espera de nós bons frutos. E estes frutos não são um imposto que devemos pagar pelo direito de existir, mas são a nossa própria realização pessoal, que dá sentido a nossa vida.

Portanto, vamos parar de justificar as desgraças alheias com atitudes orgulhosas para demonstrar a nossa superioridade ou presumida boa consciência. Todos nós precisamos de conversão.

À figueira sempre é dada uma nova chance: não temos tempo a perder. O momento é agora. É muito triste olhar pra trás e constatar que temos sido uma figueira que não soube produzir frutos. Se for o caso, é agora o momento de arregaçar as mangas e crer firmemente na paciência do Agricultor.

Propósito:

Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.