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domingo, 31 de julho de 2016

Evangelho do dia 02 de agosto terça feira

02  agosto – Tu deverás ficar contente com o papel que o Senhor te conceder aqui na terra, com a confiança de que, graças à ajuda divina, te será fácil desempenhá-lo de maneira que possas merecer uma grande recompensa no Céu. (248). SÃO JOSE MARELLO
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,22-36

"Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar... O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o vento era contrário. Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: "É um fantasma". E gritaram de medo. Mas Jesus logo lhes falou: "Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!". Então Pedro lhe disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água". Ele respondeu: "Vem!". Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!". Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?". Assim que subiram no barco, o vento cessou. Os que estavam no barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: "Verdadeiramente tu és o Filho de Deus!"..." 

Meditação:
Jesus manda os discípulos para o outro lado do mar, enquanto ele próprio despediria as multidões. O destaque no evangelho de hoje vai para o barco agitado pelas ondas e pelo vento.
Numa primeira fase, o “barco” simboliza a Igreja, já em processo de institucionalização na década de 80 do primeiro século do Cristianismo, quando Mateus escreve seu evangelho. Em segundo lugar simboliza a sua vida quando chega o momento das tentações e problemas de vários tipos.
Este episódio da travessia do mar agitado, com Jesus caminhando sobre as águas, é narrado por Marcos e por João. Mateus acrescenta-lhe o episódio de Pedro que ousa ir ao encontro de Jesus sobre as águas, estabelecendo-se um diálogo entre ambos.
Quando Jesus se aproxima, caminhando sobre as águas, Mateus narra também a caminhada de Pedro, que a tradição passou a cultuar como figura proeminente na Igreja.
Pedro pede a Jesus para ir ao seu encontro. Tem o consentimento e se põe a andar sobre as águas agitadas. Vacilando, sente medo e começa a "afundar".
A vacilação de Pedro ao andar sobre as águas, entre a fé e a dúvida, induz as comunidades a compreenderem a importância de uma fé firme e decidida em Cristo como o tudo em todas as circunstâncias.
Quem nos faz saber isso é Mateus que termina com a proclamação messiânica dos discípulos: “Verdadeiramente, tu és Filho de Deus”. A afirmação do messianismo de Jesus é uma forte característica de Mateus.
As comunidades de discípulos, ao longo da história, passam por tribulações sofrendo repressões. Pode-se chegar ao desânimo, com o sentimento de abandono por parte de Deus. Se assim acontecer, submerge-se no oceano do mundo dominado pelos poderes fundados sobre as riquezas acumuladas, que desprezam a vida dos pobres e pequeninos.
Contudo Jesus está presente. Não há o que temer, pois Jesus é a fonte da vida e a luz para o nosso caminho, e é a força propulsora da nova criação, do mundo novo possível.
Nem sempre Deus se manifesta da forma que tradicionalmente nos acostumamos a buscá-lo; e, na segunda, pode-se ver o apóstolo Paulo preocupado com a situação da comunidade.
Preocupações dissipadas quando identificamos no evangelho, que as dificuldades da vida não podem afogar uma comunidade fundamentada na palavra de Deus e na fé no Cristo Ressuscitado.
Por que tanto medo? Jesus está conosco! Enquanto Jesus reza no monte, a barca dos discípulos está velejando no lago de Genesaré (Mt 14,22-23).
Jesus os tinha obrigado a ir para o “outro lado”, isto é, para a terra dos pagãos. Para quê? Certamente para ensinar aos outros povos que a partilha é que constrói uma sociedade nova. Mas sair de casa para ir até os outros não é coisa fácil.
O mar agitado, cheio de ventos fortes e ondas. O que significa isso? Significa a resistência dos discípulos, e a resistência de todos nós em compreender que o projeto de Deus é para todos, e não apenas para nós.
Jesus, em alta madrugada, vai até os discípulos, andando sobre a água. Ora, isso era prerrogativa de Deus (veja o livro de Jó 9,8).
Os discípulos pensam que Jesus é um fantasma, e gritam de medo. Jesus, porém, os tranqüiliza, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”.
Este é o modo como Deus sempre tranqüiliza os homens. E o “sou eu” lembra imediatamente o Deus do êxodo, que se revelou a Moisés como sendo o “Eu Sou”. Tudo isso mostra que os discípulos ainda não cresceram na fé.
Pedro, o líder dos discípulos e futuro chefe de todas as comunidades, faz um desafio: ir até Jesus, andando como ele sobre as águas, isto é, participando da sua divindade. Perigo. Para isso é preciso fé grande, entrega total. O que não acontece, pois Pedro teme, duvida, e começa a afundar.
O que Jesus diz vale para todos nós: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?” Também nós duvidamos quando as coisas ficam difíceis e os ventos se tornam contrários, prova de que ainda não confiamos em Deus e no seu projeto. O vento cessa logo que Jesus entra na barca. Por quê?
Dizem que no olho do furacão reina completa paz. Com Jesus em nosso meio estamos no olho do furacão: ao redor tudo gira e ameaça, mas nós permanecemos calmos, certos de que o projeto de Deus, realizado por Jesus, é e sempre será vitorioso. Reconhecendo isso, vem a grande confissão dos discípulos e da comunidade cristã: “De fato, tu és o Filho de Deus”.
Uma confissão de fé que nos faz acreditar em nós mesmos: em nossa vocação e nossa capacidade de amar, servir e partilhar, pois também nós, pelo Batismo, fomos feitos filhos de Deus.
 Não temamos. Também podemos andar pelas águas agitadas do mundo, sem medo de afundar porque Jesus está por perto. Basta na hora mais difícil gritarmos como Pedro: SOCORRO, SENHOR!
Na nossa missão evangelizadora, ao atravessarmos um "mar" de adversidades sentimos o medo que nos inclina a recuar. Mas Jesus está presente, segura-nos com a mão e estimula nossa fé: "Coragem, sou eu... Por que duvidastes?".
Reflexão Apostólica:
Os discípulos ficaram sós no mar. Jesus deixou que eles seguissem sozinhos mar aberto, mas de longe os avistava. Quando já era noite e o vento era contrário, Jesus se aproximou dos discípulos andando sobre as águas.
Ele atravessou o mar caminhando sobre as águas para salvá-los, porém eles ainda não estavam acostumados com as manifestações de Jesus e tiveram medo.
Assim também Ele faz conosco. Por isso é que Ele nos dá liberdade de ir em frente nos nossos propósitos e seguir adiante para enfrentar as intempéries da nossa vida.
Porém, como aconteceu com os discípulos, o Seu socorro sempre nos chega a tempo. Todavia, nós precisamos estar confiantes de que a Sua ajuda é certa e não devemos temer quando Ele se aproximar de nós.
A qualquer investida de Jesus nós podemos já pedir o Seu amparo e não esperar que Ele precise chegar ao nosso barco quando tudo já tiver sido resolvido.
Sobressai aqui a figura de Pedro, protótipo da comunidade que, nas grandes crises, duvida da presença de Jesus em seu meio e, por isso, pede um sinal.
Contudo, mesmo vendo sinais, ele continua com medo das ambigüidades da situação e, por isso, a sua fé fica paralisada.  Então, ele faz o seu pedido de socorro.
Quantas vezes nós agimos assim como Pedro?  A nossa fé só  pode aumentar e nos dar  a segurança que precisamos, crescendo, ficando adulta.
Só mesmo quando passamos por momentos como  esse que Pedro experimentou. Acreditamos nas palavras de Jesus e resistimos ao medo, mas, quando o medo fica maior que a nossa fé, gritamos por socorro e, muitos até, se esquecem de Deus, de Jesus e de Maria, aos quais dão  tanto trabalho, quando das muitas preocupações. Ficamos presos às limitações que o mundo nos apresenta, como o mar agitado assustou Pedro.
O único meio de amadurecermos a nossa fé, é só mesmo quando passamos por momentos difíceis, duros, que se agigantam na nossa vida, parecendo nos querer engolir, derrubar.
Dos apóstolos,  Pedro foi o mais agitado. Foi o que mais Jesus experimentou. Chegou até a negar que o conhecia. Por três vezes, quando lhe perguntaram se conhecia  Jesus o  “Galileu “, ele disse: - Eu? Nunca vi aquele homem, nem sei quem é. “ Conta a história, que por causa disso, Pedro chorou tanto, que às lágrimas lhe abriram grandes sulcos em seu rosto.

A sua fé cresceu tanto que Jesus o deixou responsável para continuar a sua Igreja, dizendo-lhe : - “ Tu és Pedro e sobre essa pedra erguerei a minha Igreja. Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu. Tudo o desligares na terra, será desligado no céu. As forças do mal nunca prevalecerão contra Ela “. 

Pedro, cumprindo a missão que Jesus lhe deixou, acabou sendo preso e, ao lhe dizerem que ele  iria morrer crucificado como Jesus, ele disse que não merecia isso e pediu que o crucificassem de cabeça para baixo.  E, assim foi feito.
A nossa confiança em Jesus deve ser  ilimitada, mesmo que às vezes  nos custem algum sacrifício, porque o que nos importa é retornarmos um dia à casa do Pai; não nascemos para ficarmos eternamente neste mundo.
Por isso somos limitados, por isso, um dia, todos morremos, E,  Jesus, é tão bom que não exige de nós uma coragem como a de Pedro, basta, somente que nos amemos uns aos outros como Ele nos ama.  
Nossa fé é medida pela sua durabilidade, pela sua perseverança diante das tempestades.

Exatamente o que não aconteceu com Pedro neste episódio. Sua fé é medida pela perseverança, com milagre ou sem milagre, com resposta ou sem resposta, e aí Jesus lhe dirá... Grande fé a sua!

Esta reflexão de hoje pode ser resumida em uma frase: "Não desistamos de Jesus!". Daí, enquanto perseverarmos com Ele, estaremos salvos.

Jesus atende ao pedido da comunidade mas deixa bem claro que ela precisa crescer na fé e não temer os passos dados dentro das águas agitadas do mundo.

Jesus exerce sua missão em benefício de todo o povo, e não de acordo com os critérios e interesses de privilegiados ou especialistas da religião. Estes consideram um escândalo deixar-se tocar pela multidão doente. 
Corramos ao Seu encontro por sobre as dificuldades e Ele nos ajudará a vencê-las e participaremos com Ele da vitória final!
Como você tem atravessado o mar da sua vida? Você está sozinho (a) ou Jesus já veio ao seu encontro? Você tem tido medo de Deus? Por que? Pedro fez a experiência de ir ao encontro de Jesus sobre as águas Como isto poderia acontecer com você?

Propósito:

Pai, aproxima-me de Jesus de quem brota a salvação e a vida, para que eu possa ser curado do egoísmo que me impede de fazer o bem ao próximo.

Evangelho do dia 01 de agosto segunda feira

01 agosto - Façamos com paciência o nosso trabalho, esperando a carta de "dispensa", que nos dará o direito de voltar à terra natal, ao seio da família, à casa do Pai, que está nos Céus. (L 36).SÃO JOSE MARELLO

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,13-21

"Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: "Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!" Jesus porém lhes disse: "Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!" Os discípulos responderam: "Só temos aqui cinco pães e dois peixes". Ele disse: "Trazei-os aqui". E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças." 

Meditação: 

Esta narrativa da partilha dos pães entre Jesus, seus discípulos, e a multidão, é encontrada nos quatro evangelistas.

Contudo Marcos e Mateus apresentam a narrativa de uma segunda partilha, bastante semelhante, como que em reprise desta primeira, porém diferenciando-se na medida em que a primeira acontece na Galiléia e a segunda em território exclusivo de gentios, fora da Galiléia.
O trecho do Evangelho de hoje vem logo após a história da morte de João Batista, ligada à festa de aniversário do Tetrarca Herodes Antipas. Ou seja, Mateus contrasta o “Banquete da Morte” promovido por Herodes, com “O Banquete da Vida”, protagonizado por Jesus!
Mateus salienta o comportamento de Jesus: ele não é fanático, querendo enfrentar imediatamente Herodes; mas também não é fatalista, deixando as coisas correr como estão. Ele continua fiel à missão de servir ao seu povo. Reúne e alimenta as multidões sofredoras, realizando os sinais de um novo modo de vida e de anúncio do Reino. A Eucaristia é o sacramento memória dessa presença de Jesus, lembrando continuamente qual é a missão a que nós, cristãos, fomos chamados. 
Devemos saber discernir o que é milagre e a forma pela qual Deus operou. Para que professemos uma fé consciente e não desvairada, inconseqüente, e fanática.

Temos que ter consciência de que o sobrenatural de Deus, quase sempre é operante de acordo com o natural humano.

Na maioria das vezes falta a visão correta, o verdadeiro discernimento das Escrituras sobre questionamentos que como disse o Espírito Santo através do apóstolo são Paulo (2Pe 3,16) há pontos difíceis de serem entendidos: “Falando disto como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de se entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para a sua própria perdição”.

Costumamos ver o sobrenatural de Deus em coisas e em fatos, que em verdade, estão relatados de forma metafórica, em parábolas, e ainda: em um “linguajar peculiar da época, localidade e cultura de um povo”.

Isto, porque, servimos ao Deus único e verdadeiro, que ressuscita mortos, abre os olhos aos cegos, cura enfermidades, que ao homem é impossível fazê-lo, dá voz ao mudo e faz o coxo andar.

Muda completamente a natureza humana, pois, diz as Escrituras Sagradas, que Ele tem o coração do rei nas mãos e o inclina para o lado que Ele quer. Há isto podemos dizer: sobrenatural divino. Ele faz! No Evangelho de hoje, temos um exemplo grandioso do sobrenatural de Deus operando no natural humano.

A multidão estava cansada e faminta. Faminta de Deus – O Pão Da Vida – alimento sobrenatural, espiritual; tanto quanto do pão substancial “alimento para o corpo”.
Sabemos que por mais que o homem seja desprovido, jamais faz uma longa jornada sem que traga consigo, o mínimo de alimentos segundo às suas possibilidades momentâneas.

Sem dúvida alguma, cada um dos que ali estavam ansiando ouvir o Mestre, depois de uma longa jornada, sol à pino, trazia em sua mochila, alguma provisão em víveres. Mesmo que um pedaço de pão seco ou peixe.

Porém, a natureza do homem mesquinho e falho – pois, é através da Palavra, que mudanças acontecem, e eles estavam ansiosos por conhecê-la –, não estavam segundo a visão cristocêntrica: o partilhar em comunhão uns com os outros, temiam colocar à mostra os seus alimentos...

A multidão era grande! Acaso, não é assim, ainda hoje, entre os que têm a natureza mesquinha?

O Senhor Jesus na sua onisciência, discernindo o que se passava nos corações, nas mentes de tantos quantos ali estavam, sabiamente para não os constranger, levantou as mãos ao céu e orou apresentando à Deus Pai os “cinco pães e os dois peixinhos” (para alimentar toda a multidão), os vemos ( pela fé) envergonhados a retirar de suas mochilas, pães, peixes e muito mais, segundo às suas próprias possibilidades!... “O POUCO COM DEUS, É MUITO”.

Quando nas nossas Paróquias há alguma festividade e cada um se encarrega de levar algo, ficamos admirados com o que se pode fazer através da comunhão, do espírito doador, do compartilhar.

Na partilha se dá a abolição de uma sociedade escrava do mercado pela implantação da nova sociedade livre, justa e fraterna. A partilha é o gesto concreto do amor.

O amor é contagioso e transforma a comunidade. A visão messiânica, a partir do Primeiro Testamento, deu origem à interpretação desta passagem como um espantoso milagre pelo qual os pães são multiplicados.

Se o objetivo de Jesus fosse o de praticar gestos espantosos, então maior efeito teria se transformasse as pedras em pães, o que ele rejeitou na tentação que lhe foi feita em seguida ao recebimento do batismo por João Batista.
A benção de Jesus sobre os pães e peixes que os discípulos lhe trouxeram significa redirecionar a Deus aquilo que é de Deus.

Significa desvincular os bens da posse excludente para libertar o dom de Deus em sua criação colocando-o ao alcance de todos.

A benção liberta também o coração e a generosidade leva à partilha e à saciedade de todos. A sobra indica a eficiência da generosidade. A partilha é a expressão do amor de Jesus.

Nada nos separa deste amor que se manifesta, hoje, nas pessoas e comunidades que buscam a justiça e constroem a fraternidade.

Reflexão Apostólica:

Neste Evangelho Jesus nos dá uma grande lição de solidariedade humana, quando rejeitou a idéia dos Seus discípulos para que “despedisse as multidões”.
Quantas vezes nós queremos nos ver livres dos problemas e também “despedimos” as pessoas porque elas são empecilhos à nossa missão, à nossa caminhada.
As pessoas vêm famintas, precisando da nossa ajuda e nós fazemos vista grossa às suas dificuldades, achando que não somos capazes de ajudá-las porque temos muito pouco tempo ou mesmo porque nos achamos pequenos e limitados. Jesus diz hoje á nós também: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer! ”
O Senhor nos manda sentar para que possamos parar e refletir sobre a nossa vida, partilhando e dividindo com as outras pessoas os nossos planos e sonhos.
Tudo isso, dentro da perspectiva de Deus e à luz da Sua Palavra e dos Seus ensinamentos. Hoje também, como ontem, há muita relva, isto é, espaço, ocasião, oportunidade para que, reunidos, nós possamos descobrir os nossos dons, talentos, aptidões, riquezas e bens espirituais, que são os nossos cinco pães e dois peixes.
Ao tomar os pães e os peixes nas mãos e dar graças ao Pai, Jesus nos deu o exemplo de como poderemos fazer aumentar os nossos talentos. Trazemos primeiramente, a vida para agradecer a Deus e a Ele oferecer em favor do irmão.
Além disso, temos a doar saúde, paz, alegria, juventude e a nossa capacidade de olhar, de sorrir, de cantar, de amar, de sonhar e de desejar.
Você também tem propensão a eliminar da sua frente aquelas pessoas que lhe “dão trabalho”? Do que você dispõe para alimentar a multidão que procura pão? A quem Jesus manda hoje você oferecer o pão da Palavra? Você tem sentado com as pessoas para partilhar a sua vida? Você tem colocado nas mãos do Senhor os seus talentos e os seus dons?
Na realidade, os Evangelhos transmitem-nos muitas vezes os sentimentos de Jesus para com as pessoas, especialmente doentes e pecadores.
Ele exprime, através dum sentimento profundamente humano, a intenção salvífica de Deus que deseja que todo o homem alcance a verdadeira vida.
Cada celebração eucarística atualiza sacramentalmente a doação que Jesus fez da sua própria vida na cruz por nós e pelo mundo inteiro.
Ao mesmo tempo, na Eucaristia, Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce assim, à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo, que “consiste precisamente no fato de eu amar, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem conheço sequer.
Isto só é possível realizar-se a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento.
Então, aprendemos a ver aquela pessoa já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo”.
Desta forma, nas pessoas que contactamos, reconhecemos irmãs e irmãos, pelos quais o Senhor deu a sua vida amando-os “até ao fim”.
Mateus nos lembra que a participação eucarística exige compromisso com uma visão social baseada na partilha dos bens necessários para a vida, e não na acumulação da parte de alguns junto com a falta do básico para muitos.
É claro que diante do enorme sofrimento da maioria da população do mundo, a gente pode sentir-se tão impotente como se sentiram os discípulos no Evangelho de hoje. 
O texto nos ensina que não devemos cair na cilada de aceitar as saídas falsas propostas pela sociedade vigente e hegemônica – de “lavar as mãos” ou de cair somente num simples assistencialismo.
O cristão, sustentado pela eucaristia, a Mesa da Palavra e a Mesa do Pão, deve se comprometer com uma visão cristã da sociedade, que exige que a gente faça o que é possível para a construção de um mundo de justiça e fraternidade.

Propósito:


Pai, abre meu coração para a solidariedade, a fim de que, diante de meu semelhante necessitado eu sinta a alegria de partilhar com ele o que me deste.

sábado, 30 de julho de 2016

DICA

Prezados Irmãos e Irmãs em Cristo.

Para contribuir para que a Palavra de Deus seja cada vez mais conhecida, amada e divulgada, temos a satisfação de comunicar que o Centro de Espiritualidade Josefino Marelliana, juntamente com as Irmãs Oblatas de São José, estamos divulgando estes subsídios para a Lectio Divina também em nosso site de Estudos Bíblicos.

https://oblatasdesaojoseestudobiblico.wordpress.com/2016/07/28/ser-rico-diante-de-deus/Centro de Espiritualidade Josefino-Marelliana

Rua Arthur Bernardes, 600
Cep. 86800-970  Apucarana-PR
Fone: (043) 9608-9539

quinta-feira, 28 de julho de 2016

EVANGELHO DO DIA 31 DE JULHO - 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM

31 julho - Recomendo-vos a obediência! Tende grande estima por essa virtude: ela vos fará ricos em méritos para o Céu. (S 354). SÃO JOSE MARELLO

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,13-21

"Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”.
Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”.
E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: ‘Que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
"  

Meditação:

Neste Evangelho de denúncia da acumulação da riqueza, exclusivo de Lucas, Jesus rejeita o papel de árbitro em uma disputa de partilha de herança.

Contudo aproveita a ocasião para fazer a crítica sobre aqueles ambiciosos sedentos de enriquecimento, que, explorando trabalhadores humildes e empobrecidos, acumulam riquezas sobre riquezas.

Contando uma parábola, Jesus chama de tolo o homem rico que buscava a segurança nas riquezas. Esta é uma falsa segurança que não protege da morte.

“A acumulação de riquezas e a ostentação estão deturpando os valores das coisas e das pessoas. Em um mundo no qual o dinheiro é mais valorizado que os sentimentos, a aparência também acaba sendo mais importante que a essência”.(Roberto Shinyashiki in  “Heróis de Verdade”.

Neste livro, ele esclarece que o mundo de hoje deu um passo mais adiante: antes, as pessoas procuravam a todo custo ter, mas “como a cada dia está mais difícil ter, muitas pessoas passaram a buscar maneiras de parecer ter”.
Esta cobrança para obter sucesso a todo custo criou uma multidão que se sente perdedora, mas que, apesar disto, prefere seguir adiante levando uma vida mergulhada na aparência.

Estas pessoas “cobram-se ser bem-sucedidas financeiramente, mas, como nem sempre conseguem isso, começam a comprar coisas que demonstrem ser pessoas de sucesso”, fazendo dívidas impagáveis e se sentindo cada vez mais vazias.
A meditação de hoje, faz-nos refletir acerca da atitude que assumimos face aos bens deste mundo: o ter, o poder, o parecer.

Indica que eles não podem ser os deuses que dirigem a nossa vida; e convida-nos a descobrir e a amar outros bens, as coisas do alto, que dão verdadeiro sentido à nossa existência e que nos garantem a vida em plenitude.

Tem razão o livro do Eclesiastes quando diz: “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”; onde a palavra hebraica para vaidade seria bem melhor traduzida por fugacidade, efemeridade.

Toda riqueza, luxo, excessiva segurança depositada nos bens materiais não só passa, mas enquanto dura não nos garante de jeito nenhum uma vida com sentido. Sem contar o fato de que quem gasta a vida acumulando riquezas é uma pessoa sem paz em ter que defender a cada momento os seus bens dos mal intencionados e de amizades interesseiras. “Nem mesmo de noite repousa seu coração”.

O Eclesiastes tem toda a razão. Entretanto, também é verdade que o dinheiro e os bens de consumo, pelo fato mesmo que existem, têm uma certa importância na nossa vida: como poderíamos viver o cotidiano, comer, vestir-se, se não os tivéssemos? Eles têm a sua utilidade, não devem descartados. A questão, então, é qual o papel que eles têm na nossa vida.

Paulo, escrevendo aos colossenses, nos convida à identificação com Cristo: isso significa deixarmos os “deuses” que nos escravizam e nos revestirmos do Homem Novo e nos comportarmos como tal: “irmãos, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo. Afeiçoai-vos às coisas celestes e nãos às terrestres”. Não tanto o dinheiro em si, mas este o acúmulo deste já é resultado de uma série de vícios que devem ser evitados: “imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria”.

Mesmo sendo tão forte hoje a ideologia do capitalismo selvagem neoliberal que promete todos os paraísos possíveis, Lucas, no Evangelho de hoje, com a parábola do rico insensato nos assegura que a riqueza não garante a segurança da pessoa humana nem a sua felicidade.

O ensinamento de Jesus parte de uma desavença entre dois irmãos por causa de uma herança. Talvez se tratasse do irmão mais jovem que quisesse a sua parte para usá-la de modo independente.

Em tais situações, se recorria logo a um rabino que devia esclarecer o problema. Jesus rejeita totalmente realizar esta função, já que seu ponto de vista é totalmente diferente do daquele jovem. Ele aproveita a ocasião para ensinar sobre a justa relação que o homem deve ter para com os bens materiais.

Ainda hoje na nossa sociedade as brigas por herança mostram um forte desejo de possuir, e muitas vezes conduzem a inimizades que duram toda a vida.

Talvez seja por isso que Jesus adverte fortemente contra a ganância. “Atenção! Cuidado contra todo tipo de ganância, porque mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. O ter não é o valor mais alto, pelo qual tudo deva ser sacrificado.

Com a parábola, Jesus quer mostrar o quanto pequeno seja o valor dos bens terrenos e como o apegar-se a eles se demonstre um cálculo errado. Tão errado que Jesus chega a chamar quem age assim de “louco”. Esqueceu o que realmente dá sentido à existência. De que adiantou tanto esforço daquele homem se naquela noite morreu?

O sentido da vida não é o comodismo, mas o amor; não é acúmulo de coisas, mas partilha. Sem dúvida, a vida terrena depende dos bens materiais, mas não pode ser assegurada nem conseguir o seu cumprimento por meio deles.

Para sermos ricos diante de Deus, temos de ter estima pelas coisas do alto, onde está a nossa meta e onde queremos chegar.

A acumulação de riquezas por alguns gera os empobrecidos, com o escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres.

É a solidariedade e a partilha com os mais necessitados que nos levam à comunhão de vida eterna com Jesus e com o Pai.

Reflexão Apostólica:

Intrigantemente algumas pessoas passaram a filtrar o Evangelho do dia. Uns dizem que sua leitura é longa (como a de hoje); outros que é dura demais; outros até colocaram como e-mail bloqueado; outros apenas lêem o que interessa; outros meditam pensando em quem se aplica aquilo que esta escrito; outros que não tem tempo (essa é ótima); algumas pessoas acreditam que o que esta escrito foi direcionado de forma indireta para ela (estranho não?)…
A bem da verdade, ninguém é obrigado a lê-la, mas como fico feliz ao receber emails, de pessoas que nunca nos viram, dizendo que tem o aproveitado ao máximo como oportunidade de crescimento. Pessoas simples que procuram respostas simples.
Ficamos indagando o sentimento de Cristo quando se fez homem e se pôs a ensinar. Diferente do que pensamos, os erros de antigamente, das pessoas da época de Jesus, são ainda os mesmos nossos.

Jesus lutava diariamente contra a soberba de quem não gostava de ouvir a verdade. Pessoas que se importavam muito com o que era exteriorizado e muito pouco com o crescimento interno; pessoas que valorizavam cargos, pois eram repletos de status, paparicações e sobre tudo, de atenção.
O próprio rei Herodes é visto pelos estudiosos como um rei limitado, mas extremamente hábil em usar as situações ao seu redor. Era um legítimo exemplo de “puxa saco”, pois chegou aonde chegou através da subserviência aos que tinham o poder. Jesus era contra esse tipo de atitude (fama pela fama, riqueza pela riqueza). Clamava as pessoas a construir e juntar tesouros no céu e não na terra. Exortava-os a procurar o que não perece com o tempo.

Uma vez, perguntamos a uma amiga quantas vezes sua mesa (do escritório que trabalha) a visitou quando adoeceu; perguntei a quantos aniversários sua cadeira foi ou lhe mandou um cartão; perguntei a ela se no céu aceita VISA ou MASTERCARD; (…) as perguntas soam como idiotices, mas o que VOCÊ me responderia?
Através de Jesus, Deus instaurou uma nova realidade em nossas vidas. Deus é chamado de PAI de todos; aquele que não amaria um mais que outro.
Nós como ainda vivemos uma eterna adolescência. Preferimos as coisas que são efêmeras (transitórias). Trocamos o toque, o afago, o carinho, a atenção por status, reconhecimento, valorização, “tapinhas nas costas”… “(…) Mas Deus lhe disse: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?”.
“(…) Duro seria responder a Deus que nada tenho pra deixar, pois passei boa parte da minha vida buscando ter. Que refletindo duramente, temos cada vez menos amigos, pessoas do peito, inquilinos do nosso coração, (…).

Fomos pouco aos happy-hours com a turma do ex serviço (estar com eles não quer dizer que precisamos beber), que não sabemos contar piadas, tão pouco rir; que sábado a noite passa Zorra Total, depois Supercine, depois Altas horas (…); ai mudamos pra BAND e esperamos a noite acabar…
Imaginemos alguém respondendo assim (o pior é que respondem):

“(…) Vou à Missa, ao Culto, ao trabalho, (…) não consigo entender por que algumas pessoas são tão alegres lá. Indago-me por que aquele rapaz (ou moça) do grupo de jovens é tão alegre, sabendo que seus pais trabalham o dia inteiro para mantê-lo; descubro que sou feliz apenas na frente dos outros; abraço somente quem me bajula, sou duro com garçons, empregados, caixa de mercados, (…); descubro que os trinta e tantos músculos contraídos no meu sorriso amarelo começam a cansar… Caio na real, mas não desço do salto, pois anos e anos de orgulho não se perdem assim (risos). “(…) E agora tenho certeza que esse comentário ele (no caso eu) escreveu para me ofender; quem ele pensa que é pra julgar (risos); sou uma pessoa de oração e fé…

É triste, mas muitos se comportam assim ao se defrontar com a verdade que preferem não ouvir. Nenhum de nós é modelo ainda de perfeição, mas o primeiro passo é a humildade, pois com ela adquirimos um terreno no céu. E como devem ter reparado, lá não passa VISA ou MASTERCARD.

Propósito:

Ajudai-me, Senhor, no desapego das coisas materiais, para que eu possa, ver a realidade tal como ela é.Para que eu possa, Senhor, ver quem as vias de fato, eu sou. Para que eu possa, Senhor, procurar caminhos mais felizes. Para que eu possa, Senhor, procurar algo que me realize. Para que eu possa, Senhor, ser uma alma melhor, em maior comunhão com o Senhor.

Evangelho do dia 30 de julho sábado

30 julho - A quem foi dito: "Ego ero merces tua magna nimis” Eu serei a tua recompensa infinitamente grande"? A Abraão obediente e fiel. (L 248). SÃO JOSE MARELLO 

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,1-12

"Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do rei Herodes. Ele disse aos seus cortesãos: "É João Batista! Ele ressuscitou dos mortos; por isso, as forças milagrosas atuam nele". De fato, Herodes tinha mandado prender João, acorrentá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Pois João vivia dizendo a Herodes: "Não te é permitido viver com ela". Herodes queria matá-lo, mas ficava com medo do povo, que o tinha em conta de profeta. Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. Instigada pela mãe, ela pediu: "Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista." O rei ficou triste, mas, por causa do juramento... ordenou que atendessem o pedido dela. E mandou cortar a cabeça de João, na prisão. A cabeça foi trazida num prato, entregue à moça, e esta a levou para a sua mãe. Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois vieram contar tudo a Jesus." 

Meditação: 

Mateus reapresenta em seu evangelho, de maneira mais resumida, esta narrativa já feita por Marcos.

Pode-se ver nela uma certa dose de ironia ao apresentar Herodes como um rei sensual e volúvel, um "caniço agitado pelo vento", em oposição à autenticidade e coerência de João.

Este banquete de aniversário de Herodes fica caracterizado como o banquete da morte, expressão da resistência dos poderosos às ações libertadoras do povo.

No Evangelho de hoje nos deparamos com as circunstâncias da morte de João Batista. Ele havia denunciado ao tetrarca Herodes a imoralidade que ele estava cometendo ao coabitar com Herodíades, a mulher do seu irmão. Por um lado está a mulher furiosa, que se enche de ódio contra João Batista e queria vê-lo morto por causa das denúncias.

Por outro lado, Herodes tinha que decidir entre arrepender-se do que fazia e separar-se de Herodíades; continuar na situação em que se encontrava e sofrer crescente oposição do povo em seguida à denúncia de João Batista; ou ainda silenciá-lo de alguma forma.

Das três opções, influenciado por Herodíades, Herodes decidiu pela terceira, mas hesitava em matá-lo, porque sabia que João era um homem de bem, justo e santo, e respeitado pelo povo. Mandou, portanto, que fosse amarrado e colocado na prisão.
Quantas vezes, seguindo um caminho mau, somos alertados por alguém e temos a oportunidade de nos corrigir, mas preferimos continuar no pecado. Quantos pecadores são alertados pela pregação do Evangelho, e, ao invés de se converterem, eles se voltam contra a pessoa que lhe corrige e o próprio Evangelho, tornando-se inimigos de Cristo.

Com isto eles pensam ganhar algum prazer nesta vida, mas perdem a vida eterna, permanecendo na condenação de Deus para sempre.

Não é fácil deixar uma situação de pecado, que nos agrada, para endireitar a nossa vida. Foi o que aconteceu com Herodes. Preferiu cometer uma grande injustiça, aprisionando João Batista para agradar Herodíades e abafar a sua própria consciência.
O dia do aniversário de Herodes foi celebrado com uma festa (só lemos de outra festa de aniversário na Bíblia, esta celebrada por Faraó (Gn 40,20).

Foi quando ele cometeu outro grande erro. A filha de Herodíades, sobrinha de Herodes, dançou durante a festa. Seu nome não é mencionado na Bíblia, mas segundo a história profana ela era Salomé, que se casou mais tarde com outro tio, Filipe o tetrarca da Ituréia (Lc 3,1).

Ela dançou tão bem que agradou muito Herodes e os seus convidados. Para recompensá-la, Herodes lhe prometeu, com juramento, que lhe daria tudo o que pedisse, até a metade do seu reino (Mc 6,23).

Era uma promessa solene, e Salomé foi consultar a sua mãe sobre o que deveria pedir. Herodes era poderoso e rico, e as possibilidades eram muitas. Mas Herodíades estava focalizada em uma coisa só: João Batista tinha que morrer. Surgiu agora a oportunidade de conseguí-lo através da sua filha.

Para a aflição de Herodes, sua sobrinha, instruída por sua mãe, pediu: “Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.” Herodes havia feito um juramento, e os que estavam à mesa com ele eram testemunhas, portanto ele tinha que ser cumprido. Ninguém daria o valor de metade do seu reino à cabeça de João Batista: só mesmo Herodíades.

Na verdade não foi um triste fim para João Batista. Segundo o plano de Deus ele havia cumprido brilhantemente a sua missão, e havia agora chegado a hora dos seus discípulos se reunirem junto com os discípulos do Senhor Jesus, para aprenderem com Ele a arte de ser fiel a missão a nós confiada.

Que o senhor nos dê esta graça da fidelidade e de derramar o nosso sangue se tal for necessário como fez João Batista em prol da verdade, da justiça e do amor de Deus!

Reflexão Apostólica:

João Batista estava incomodando muito por denunciar os pecados daqueles que viviam segundo a carne e o seu egoísmo. Por isso sua cabeça foi servida num prato porque palavra de Rei não volta atrás.

A condenação de João, inocente e justo, prenuncia a condenação de Jesus, que se fez discípulo de João e segue caminho semelhante, com a conclamação à conversão ao Reino de justiça.
Como esta história se adapta à nossa vida nos dias de hoje! Por falar a verdade, João Batista, o último profeta de que falam as Escrituras, foi preso e depois mandado degolar por Herodes a fim de satisfazer aos caprichos da sua amante.

Herodes quis agradar a Salomé, filha de sua amante Herodíades, por isso, mandou matar João Batista, oferecendo a ela a cabeça dele como um presente!

No nosso mundo de hoje os que pregam os ensinamentos da Palavra de Deus, os que em Seu Nome denunciam as práticas abomináveis e as injustiças, também são de alguma forma exterminados.

Mudam apenas os estilos e a maneira de se abafar a voz de alguém que tenta falar de Deus nos lugares aonde tudo é permitido, nada faz mal e as coisas acontecem na maior naturalidade.

Quem mais sofre as conseqüências dessas atitudes do mundo de hoje que se paganiza a olhos vistos são os jovens que, habitualmente, não possuem alguém que lhes aponte um caminho certo.

Os João Batistas de hoje também não são bem vistos em muitos lugares aonde se tem como norma não falar de religião, de Bíblia, de Igreja, de Nossa Senhora, de castidade, de matrimônio santo, de muitos outros assuntos, com o pretexto de se respeitar a diversidade de pensamentos.

Por isso, hoje está na moda e é aplaudido por uma grande maioria, o divórcio (agora bem ligeirinho, sem burocracia), o casamento entre homossexuais, a liberação da maconha, a maioridade antes do tempo, em nome de uma falsa liberdade cujo nome real é libertinagem.
  
Se alguém de sã consciência ousar dar algum conselho aos jovens, no meio de muitas pessoas “entendidas”, falando, por exemplo, de castidade, de sexo somente no casamento, de namoro santo, de vestir-se sem expor demais o corpo, com certeza, será logo recriminado e considerado alienado e uma pessoa retrógada, antiquada.

É assim que os Herodes de hoje conseguem degolar os emissários de Deus. Os Herodes estão em diversos lugares e também gostam de fazer promessas para agradar a quem eles desejam conquistar.

Por isso, precisamos tomar consciência se também não estamos fazendo o papel de Herodes quando prometemos a alguém o que não nos é permitido oferecer e por causa das nossas promessas aos homens esquecemos a promessa que fazemos a Deus de amar-nos uns aos outros e partilhar com eles vida.

Como nós podemos prometer tudo o que alguém nos pede, se não possuímos nem mesmo o dom de conservar a nossa vida?

Podemos entregar a “cabeça” dos nossos irmãos de muitas maneiras: difamando, fazendo intrigas, levantando falso, matamos o corpo, mas nada podemos fazer com a alma. Deus é o Senhor de todos e age com justiça de acordo com as nossas ações. 

Em nome de Deus você consegue falar de assuntos polêmicos no meio dos entendidos do mundo? Você se sente à vontade em lugares onde tudo é permitido ou você tem coragem de denunciar o que não é de Deus? Você já entregou a “cabeça” de alguém em troca dos seus interesses? Do que você será capaz de fazer para conseguir os seus intentos? Você teme mais a Deus ou aos homens? A quem mais você tem agradado: a Deus ou aos homens?
  
Hoje vivemos num mundo em que são muitos aqueles que vivem segundo os prazeres da carne, não respeitando a esposa dos outros, não respeitando o marido das outras, tudo para satisfazer o seu egoísmo e seus caprichos igual a Herodes.

Não dá mais para assistir um filme na nossa casa na presença da família ou mesmo de alguma visita. Porque parece que os produtores não têm mais outra coisa para mostrar na tela senão a pura safadeza.

Quando não estão executando, estão falando as mais  baixas e vis palavras que acabam degradando o ser humano, desqualificando e desvalorizando principalmente a imagem da mulher, que já não é mais vista como companheira, como mãe, como genitora, como a rainha do lar, mais simplesmente como um objeto de prazer descartável que o homem apenas usa sem mais nenhum compromisso, pois é tão grande a banalidade da pessoa humana, no mundo da sétima arte a qual já não é mais arte, mais sim pura pornografia.

E nós o que fazemos?  Não vamos fazer absolutamente nada? Pelo menos vamos denunciar  enquanto podemos.

Vamos lutar pelo resgate da imagem da mulher, que sob a desculpa de libertação feminina, foi vulgarizada desde os anos 60.

A outra coisa que podemos e devemos fazer por essa nova Sodomia, é pedir ao Pai para que Ele proteja os nossos jovens de serem usados por aqueles que querem ver o circo pegar fogo. 

Propósito:


Pai, na qualidade de discípulo de teu Filho Jesus, quero inspirar-me na coragem inabalável de João Batista, denunciando profeticamente a prepotência dos grandes.

Evangelho do dia 29 de julho sexta feira

29 julho - É preciso obedecer sempre, custe o que custar, ainda que nos custe o sacrifício das afeições mais suaves e delicadas. Assim era o amor que Jesus consagrava a Maria e a José, cujos corações ele sabia despedaçados pela dor da sua perda. (S 345). São Jose Marello

João 11,19-27 ou  Lucas 10,38-42

"Muitos judeus tinham ido consolar Marta e Maria pela morte do irmão. Logo que Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada, em casa. Marta, então, disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá". Jesus respondeu: "Teu irmão ressuscitará". Marta disse: "Eu sei que ele vai ressuscitar, na ressurreição do último dia". Jesus disse então: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês nisto?" Ela respondeu: "Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que deve vir ao mundo"." 

Meditação:
 

Em Lucas há uma cena com Marta dedicada aos trabalhos da casa e Maria, à escuta de Jesus (Lc 10,38-42).

Em João, nesta cena do evangelho de hoje, vemos Maria sentada em casa, triste com a morte do irmão, e Marta atenta e dialogando com Jesus em busca da vida, fazendo sua profissão de fé.

De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia. Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida". A ressurreição é a vida de Deus, que vence a morte e que nos é dada em Jesus.

Marta, com sua irmã Maria e seu irmão Lázaro, só são mencionados por Lucas e por João, nesta passagem da ressurreição de Lázaro e na ceia em Betânia, seis dias antes da última ceia na véspera da Páscoa em Jerusalém (Jo 12,1-8).
As palavras que acabamos de ler no Evangelho advertem-nos que, no meio da multiplicidade das ocupações deste mundo, há um bem único para o qual devemos tender.
Tendemos porque ainda estamos a caminho e não em morada permanente; em viagem e não na pátria definitiva; em tempo de desejo e não da posse perfeita. Mas devemos tender sem preguiça e sem parar, a fim de podermos um dia chegar ao fim.
Dos evangelhos, é sempre difícil, retirar o que é acontecimento histórico. Sabemos sim, que o objetivo dos autores é; perante destinatários concretos, as comunidades a que dirigiam o que escreviam, pô-las em contacto com Jesus Cristo. Seriam, dizemos nós hoje, catequeses.

A memória de santa Marta está associada, à ressurreição de Lázaro. Sabemos que esta ressurreição, não foi definitiva, pois Lázaro voltou a morrer.
Este episódio contado por João, serve para, mais uma vez, percebermos que Jesus é o Senhor da vida. Todos os gestos, todos os sinais, incluíndo este, mostram-nos Jesus comprometido com a vida dos homens. Vida que acreditamos nós, não termina quando da nossa morte física, mas continua para sempre.

João põe na boca de Marta a profissão de fé em Jesus Cristo: "Sim, Senhor, eu creio". Profissão de fé, muito semelhante à de Pedro.
Marta que conhecíamos doutro episódio, como andando atarefada e aparentemente distraída (Lc 10,38-42), tem neste acontecimento, a centralidade do crente que professa e adere na confiança plena.

O acontecimento não identifica somente uma coisa que aconteceu e com a qual tudo teve início, mas é aquilo que desperta o presente, define o presente, dá conteúdo ao presente, torna possível o presente.

"Amai toda a gente com grande amor de caridade, mas reservai a vossa amizade profunda para os que podem partilhar convosco as coisas boas. [...]"

Se partilhamos no domínio dos conhecimentos, a nossa amizade é certamente louvável; mais ainda se comungam da prudência, da discrição, da força e da justiça.

Contudo, se a nossa relação é fundada na caridade, na devoção e na perfeição cristã, a nossa amizade é preciosa! É admirável porque vem de Deus, admirável porque tende para Deus, admirável porque o seu laço é Deus, porque é eterna em Deus. Como é bom amar na terra como se ama no céu, aprendamos a amar neste mundo como o faremos para sempre no outro!

Não se trata aqui do amor simples da caridade, porque esse deve ser levado a todos os homens; trata-se da amizade espiritual, pela qual dois, três ou vários comungam na vida espiritual e têm um só coração e uma só alma.

É verdadeiramente justo que tais almas cantem felizes: "Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!" (Sl 132, 1).

Todas as outras amizades não são mais do que a sombra desta. É fundamental que os cristãos que vivem no mundo se ajudem uns aos outros através de santas amizades; por este meio incentivam-se, apoiam-se, conduzem-se mutuamente para o bem.

Ninguém pode negar que Nosso Senhor amou com uma amizade mais doce e muito especial São João, Lázaro, Marta e Madalena, pois o Evangelho o testemunha.

Reflexão Apostólica:

A morte de uma pessoa querida é, muitas vezes, causa de desespero para todos nós, pois nos parece que as nossas preces não foram ouvidas.
No Evangelho de hoje, enquanto Maria permanece sentada em casa, Marta vai ao encontro de Jesus. De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia. Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida".

Marta afirma: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Ela mandou chamar Jesus, mas ele não estava presente no momento em que ela tanto precisava.

Porém, ela não se desesperou por causa disso, continuou acreditando e o resultado da sua fé foi o retorno do seu irmão à vida, mostrando-nos, assim, que não devemos questionar a ação divina, mas sempre confiar em Deus, que faz tudo para o nosso bem, para a nossa felicidade e para a nossa salvação.

Jesus demonstrou a força poderosa do Amor de Deus quando ressuscitou Lázaro. A fé em Jesus Cristo gera em nós esperança, mesmo diante da morte, como aconteceu com Marta.

Nunca poderemos duvidar da força do amor de Jesus que quer nos salvar: “Senhor, se tivesse estado aqui, meu irmão não teria morrido, mas, mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele to concederá”.

Quando nós caminhamos na vida tendo convicção de que o poder amoroso de Deus pode nos conceder vida nova e nos tirar das situações de morte nós não tememos coisa alguma.

Crer em Jesus é o troféu mais valioso que nós podemos empunhar, pois é a condição prevista pelo próprio Jesus para que tenhamos a vida eterna.

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês isto?” 

Você, crê nisto também? É assim que você pensa e espera? Como você entende isto que Jesus falou: ainda que morra, viverá? E aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais? A que tipo de morte Jesus se refere? Como você imagina que Deus seja? Qual a experiência que você tem vivido das coisas desagradáveis?

Jesus se apresenta como a ressurreição e a vida, mostrando que a morte é apenas uma necessidade física. Para a fé cristã a vida não é interrompida com a morte, mas caminha para a sua plenitude. A vida plena da ressurreição já está presente naqueles que pertencem à comunidade de Jesus.

A ressurreição é a vida de Deus que vence a morte e que nos é dada em Jesus. A ressurreição de Lázaro revela a continuidade da vida e a presença da vida eterna, já, naqueles que crêem em Jesus.

O crer em Jesus é a recuperação da vida, agora, sem jamais morrer. É a participação na vida divina, no presente. A comunidade que crê em Jesus e vive sua missão de amor já está inserida na vida eterna.

Propósito:

Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Evangelho do dia 28 de julho quinta feira

28 julho Sede sempre obedientes, ainda que a obediência exija grandes sacrifícios. (S 354).

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 13,47-53

""O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. "Entendestes tudo isso?" - "Sim", responderam eles. Então ele acrescentou: "Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas". Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali." 

Meditação: 

Encerrando o bloco de parábolas de Jesus, Mateus apresenta a parábola da rede lançada pelos pescadores, enfocando a perspectiva escatológica, relativa ao fim dos tempos, do Reino dos Céus.

Ao fim dos tempos está associado o juízo final. Este enfoque tem suas raízes no antigo tema profético do "dia de Javé" que, depois, se desdobra na literatura apocalíptica.

É o dia em que Javé virá julgar e punir as nações e, também, as infidelidades do próprio Israel. Este enfoque transmite a imagem de um deus discriminativo, violento e vingativo.

Pode-se pensar que este seja mais uma interpretação dos discípulos oriundos do judaísmo do que do próprio Jesus. A expressão: "ali haverá choro e ranger de dentes" é bem característica do evangelista Mateus, que a usa seis vezes.

Para aqueles e aquelas que afirmam que o inferno é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O inferno existe.  E se somos cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus, e procurar seguir os seus ensinamentos.

Hoje Jesus nos fala do inferno, e da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela Igreja como alguns pensam. É o próprio Jesus que nos anuncia. 

A vida eterna ou "reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta."

O nosso futuro está sendo traçado nos passos que estamos dando agora. Ou seja, o que acontecerá naquele dia do juízo final, depende do que estamos fazendo, ou deixando e fazer neste instante e nos instantes seguintes da nossa vida.

Será muito bom para a nossa alma se fizermos parte daqueles considerados bons. Por isso vamos fazer o possível e o impossível para não ser jogados fora, por que "assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos"

Reparou que esta parábola é bem parecida com a explicação da parábola do trigo e do joio? Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero escatológico-apocalíptico do judaísmo no tempo de Jesus.

É exclusiva do autor deste Evangelho, e a expressão "choro e ranger de dentes" é a  referência direta ao inferno.

A referência final ao escriba com o pai de família que tira de seu tesouro coisas velhas e novas  pode ser uma auto-apresentação do evangelista como sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida eterna ou do Reino de Deus. 

Reflexão Apostólica:

A consumação do Reino se realiza através do julgamento que separa os bons dos maus. Os que vivem a justiça anunciada por Jesus tomarão parte definitiva no Reino; os que não vivem serão excluídos para sempre. É preciso decidir desde já.
As parábolas revelam o segredo de Deus para aqueles que têm fé. Por isso, o doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus é capaz de ver a ligação entre o antigo e o novo testamento. Em Jesus tudo se renova e toma novo sentido.

Se repassarmos um pouco as páginas dos evangelhos, tendo como chave de busca os personagens, a maioria com nomes próprios, com os quais Jesus se relacionou e com quem compartilhou sua mensagem da Boa Nova do Reino, encontraríamos, mais ou menos, a seguinte lista: os discípulos, muitos deles pescadores ignorantes, gente pobre e desprezada por ser da região da Galiléia; mulheres impuras, enfermas, prostitutas, e muitas delas oprimidas por inúmeras formas de machismo presentes na sociedade, anciãs e anciãos inutilizados; pastores impuros e empobrecidos; cobradores de impostos, odiados por causa de seu espírito colaboracionista com os poderes dominadores de então; leprosos, cegos, surdos, pessoas cansadas, endemoninhados; crianças e pessoas rejeitadas pela lei dos adultos; pecadores de toda classe, militares e estrangeiros odiados.

Jesus fez dessa gente destinatários de seu amor e predileção. Para Ele, n valia o poder ou o ter, mas o ser de cada pessoa, e a partir desta condição universal de amor, devolveu a muita gente a dignidade roubada, integrando cada pessoa em seu projeto de comunidade.

Os esquemas mentais, impostos pela sociedade e pela cultura de cada época, aceitam como normais as estruturas com as quais conformam a sociedade.

Jesus sabe que aceitar a distinção entre as pessoas (boas e más) era aceitar a discriminação. Jesus quer que todas as pessoas sejamos filhos e filhas de Deus, com os mesmos direitos que nos fazem seres humanos iguais. A prática de Jesus nos ensina que para ele não há exclusão de pessoas.

No reino de Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com as novas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento.
Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realizar é o Espírito Santo.
Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a nos despojar de tudo que nos é inútil e está apodrecendo dentro de nós.
Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor.
Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, nós possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós.
Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós. 
Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo?

Propósito:
Pai, concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final. Eu quero ser Jesus amado, como um barro nas mãos do oleiro, rompe-me a vida faz-me de novo, eu quero ser um vaso novo.