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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Evangelho do dia 21 de julho quinta feira

21 julho A experiência ensina: onde a obediência não reina com a plenitude de seus poderes, de nada adiantam os regulamentos e os cuidados mais rigorosos! (L 76). SÃO JOSE MARELLO
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 13,10-17

"Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: "Por que lhes falas em parábolas?" Ele respondeu: "Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não. Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o que tem. Por isto eu lhes falo em parábolas: porque olhando não enxergam e ouvindo não escutam, nem entendem. Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: 'Por mais que escuteis, não entendereis, por mais que olheis, nada vereis. Pois o coração deste povo se endureceu... Fecharam os seus olhos, para não verem com os olhos, para não ouvirem com os ouvidos, nem entenderem com o coração, nem se converterem para que eu os pudesse curar'. Bem-aventurados são vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram." 

Meditação: 
Uma das características fundamentais do Mestre é ter e compreender os alvos do seu ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e sabia que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens.
Era necessário que se desse atenção especial aos alunos e para que o aluno fosse o elemento mais importante, Jesus tinha que se fazer entendido e compreendido por eles e isto só seria possível se descesse ao nível do aluno, ou seja, se utilizasse um método a que o aluno estivesse acostumado e de elementos que permitissem que o aluno entendesse as verdades espirituais a respeito de Deus.
Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, ao mesmo tempo, permitiria que todo o povo de Israel, que eram os seus potenciais alunos, pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que já estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.
Jesus quer que o ensino da sua Palavra se faça de modo claro e acessível a todos os ouvintes, respeitando-se, pois, as condições culturais, educacionais e sociais dos ouvintes. Jesus ensinou por parábolas porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação à rejeição do Messias.
Ao ensinar por parábolas, Jesus ensinava usando de imagens que todos pudessem compreender. Jesus ensinou por parábolas para mostrar que só não compreende o Evangelho quem não quer. Suas simples palavras podiam ser perfeitamente compreendidas por ouvintes sinceros, e torná-los sábios para a salvação.
Ao ensinar por parábolas, Jesus foi claro, se fazia compreensível a todos, mas esta compreensão exigia, pelo uso do método das parábolas, uma disposição de aprendizado por parte dos ouvintes, uma vontade de um maior aprofundamento, tanto que somente os discípulos, depois de algumas parábolas, demonstravam interesse em aprender as coisas de Deus e, assim, chegavam a pedir ao Senhor que lhes explicasse a parábola de forma mais detalhada. Jesus, assim, tinha o objetivo de mostrar claramente quem tinha e quem não tinha interesse em conhecer o Pai, em outras palavras, quem, realmente, amava a Deus, a ponto de não ser mais chamado servo, mas amigo do Senhor (Jo.15:15).
Jesus se expressava por meio de parábolas, ou seja, estórias inventadas por Ele baseada no dia-a-dia daquele povo. Jesus, sendo Deus, poderia muito bem falar difícil, usando palavras sábias, mas o povo humilde, o camponês, os pastores e criadores de gado, não iriam entender quase nada, ou mesmo nada e, ao contrário, sentindo-se humilhados por aquela forma para eles arrogante de discursar, iriam virar às costas, e sair talvez reclamando, e não voltariam mais para ouvir Jesus.
Também nós evangelizadores, por mais estudo que possamos ter, não convém que usemos palavras difíceis nos nossos discursos, mesmo por que o nosso público alvo são os humildes, e entre eles estão muitos que não tiveram como nós, a oportunidade de cursar uma faculdade. Jesus optou pelos pobres, assim também nós, não vamos ignorar os ricos, mas preparemos a nossa mensagem tendo em vista os mais simples da sociedade.
Reflexão Apostólica:

 Desde sempre verificamos a presença de uma constante ambigüidade ao direcionarmos o nosso olhar aos que têm usos, costumes, culturas e religiões diferentes dos nossos.
É possível considerar negativamente tais diferenças, a ponto de rotular os outros de “bárbaros”, de exóticos e de estranhos. Pela ótica positiva, os outros continuam sendo “diferentes”, mas entram numa dimensão de vizinhança e de proximidade.
Diante do “outro” e do “diferente” surgem atitudes diametralmente opostas: uma leva ao desprezo do outro a ponto de “demonizá-lo”, considerando-o um inimigo a ser combatido e, portanto, a ser eliminado; outra “idealiza-o” como se fosse um membro de uma sociedade paradisíaca, onde todos vivem em perfeita harmonia entre si e com a natureza (que o mito do “bom selvagem” o diga!).
Ainda hoje, vez por outra, esta ambigüidade vem à tona com força. Trata-se de uma estranha forma de “miopia” que, no contexto atual de fanatismos e fundamentalismos, pode afetar também as pessoas, cuja vocação consiste em descobrir os múltiplos sinais da presença de Deus na história da humanidade.
Do outro lado, existe uma “visão” mais nítida da realidade que, apesar de toda complexidade, nasce e se desenvolve a partir de uma experiência de diálogo e de encontro autêntico com os “outros”. Daí surgem e se descobrem riquezas e valores surpreendentes: outras maneiras de viver, de pensar e de se expressar tornam mais significativa a vida de quem estabelece relações humanas autênticas.
Naturalmente, para que este encontro seja significativo, é necessário superar obstáculos, bem como o sentimento de superioridade, a atitude de arrogância, típica de quem pensa possuir a totalidade da verdade, e toda forma de paternalismo.
Tudo isso encontra um ponto de referência no Evangelho de hoje, que realça a maneira de olhar do discípulo de ontem e de hoje. Antes de tudo, o grupo dos discípulos se mistura com a multidão reunida em torno de Jesus, vendo de perto a sua atividade e ouvindo o seu ensinamento (13,1-3). Porém, a expressão “a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos céus” (v. 11), mostra que o relacionamento dos discípulos com Jesus é diferente daquele da multidão.
Eles têm acesso ao projeto de Deus (= conhecer os mistérios do Reino), dom que a multidão não tem (a eles não foi dado), pois eles, não somente vêem em Jesus o que todo mundo vê, mas “enxergam” nele a presença ativa de Deus. Não por acaso, mais adiante, Jesus os declara bem-aventurados por terem uma “visão profunda” da realidade, que ultrapassa de longe as expectativas de “muitos profetas e justos” (13,16-17).
De fato, os discípulos “vêem e enxergam”, constatando pessoalmente que as antigas promessas proféticas se realizam na atividade e na pregação de Jesus. Em contraste com a situação dos discípulos, Mateus apresenta a rejeição da multidão, que vê, mas “não enxerga”, a manifestação de Deus e o seu projeto de salvação atuando em Jesus.
O que estabelece a diferença entre os discípulos e a multidão é o relacionamento com Jesus: os discípulos se identificam com a ação e a mensagem de Jesus, por isso conseguem perceber nele a presença divina, a ponto de assumirem o “mesmo olhar”; a multidão, ao contrário, não consegue o mesmo, porque a chave para entrar nesse “conhecimento” foi seqüestrada pelos doutores da Lei (23,13). Por isso, “vê sem enxergar”, continuando, porém, a receber o anúncio do Reino através das parábolas.
A mensagem é clara: só quem está envolvido no projeto de Jesus consegue abrir os olhos para perceber a presença divina na história; quem permanece fechado na própria auto-suficiência, não só terá uma visão superficial da realidade, mas ficará como que petrificado diante da perspectiva de demonizar o “outro” ou de expulsá-lo da história, transformando-o num ser paradisíaco, irreal e fantástico.
Propósito:

Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.

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