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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Evangelho do dia 13 de julho quarta feira

13 julho - É preciso meditar sempre. Deus disse a Abraão: "Anda na minha presença e serás perfeito". Então ainda não havia a regra de meditar: mas, fazendo assim, ele meditava constantemente. (S 194). São Jose Marello 

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 11,25-27

"Naquela ocasião, Jesus pronunciou estas palavras: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar." 

Meditação:
 

“(…) Aos ‘puros de coração’ é prometido que verão a Deus face a face e serão semelhantes a Ele . A pureza do coração é condição prévia para a visão.”. (Catecismo da Igreja Católica § 2519)
Após o “discurso da missão” e o envio dos discípulos ao mundo para continuarem a obra libertadora de Jesus, Mateus coloca no seu esquema de Evangelho uma seção sobre as reações e as atitudes que as várias pessoas e grupos tomam frente a Jesus e à sua proposta de “Reino”.
Nos versículos anteriores ao texto que nos é hoje proposto, Jesus havia dirigido uma veemente crítica aos habitantes de algumas cidades situadas à volta do lago de Tiberíades, porque foram testemunhas da sua proposta de salvação e mantiveram-se indiferentes.
Estavam demasiado cheios de si próprios, instalados nas suas certezas, calcificados nos seus preconceitos e não aceitavam questionar-se, a fim de abrir o coração à novidade de Deus.
Agora, Jesus manifesta-se convicto de que essa proposta rejeitada pelos habitantes das cidades do lago, encontrará acolhimento entre os pobres e marginalizados, desiludidos com a religião “oficial” e que anseiam pela libertação que Deus tem para lhes oferecer.
Hoje estamos diante de duas “sentenças” que, provavelmente, foram pronunciados em ambientes diversos deste que Mateus nos apresenta.
A primeira sentença é uma oração de louvor que Jesus dirige ao Pai, porque Ele escondeu estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelou aos pequeninos.
Os “sábios e inteligentes” são certamente esses “fariseus” e “doutores da Lei”, que absolutizavam a Lei, que se consideravam justos e dignos de salvação porque cumpriam escrupulosamente a Lei, que não estavam dispostos a deixar pôr em causa esse sistema religioso em que se tinham instalado e que – na sua perspectiva – lhes garantia automaticamente a salvação.
Os “pequeninos” são os discípulos, os primeiros a responder positivamente à oferta do “Reino”; e são também esses pobres e marginalizados, ou seja, os doentes, os publicanos, as mulheres de má vida, o “povo da terra” que Jesus encontrava todos os dias pelos caminhos da Galiléia, considerados malditos pela Lei, mas que acolhiam, com alegria e entusiasmo, a proposta libertadora de Jesus.
A segunda sentença relaciona-se com a anterior e explica o que é que foi escondido aos “sábios e inteligentes” e revelado aos “pequeninos”.
Trata-se, duma “experiência profunda e íntima” de Deus. Os “sábios e inteligentes” estavam convencidos de que o conhecimento da Lei lhes dava o conhecimento de Deus.
A Lei era uma espécie de “linha direta” para Deus, através da qual eles ficavam a conhecer Deus, a sua vontade, os seus projetos para o mundo a para os homens; por isso, apresentavam-se como detentores da verdade, representantes legítimos de Deus, capazes de interpretar a vontade e os planos divinos.
Jesus deixa claro que quem quiser fazer uma experiência profunda e íntima de Deus tem de aceitar Jesus e segui-lO. Ele é “o Filho” e só Ele tem uma experiência profunda de intimidade e de comunhão com o Pai.
Quem rejeitar Jesus não poderá “conhecer” Deus: quando muito, encontrará imagens distorcidas de Deus e aplicá-las-á depois para julgar o mundo e os homens. Mas quem aceitar Jesus e O seguir, aprenderá a viver em comunhão com Deus, na obediência total aos seus projetos e na aceitação incondicional dos seus planos.
Na verdade, os critérios de Deus são bem estranhos, vistos de cá de baixo, com as lentes do mundo. Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda ou as idéias, a definir o que é correto ou não é correto. 
Deus diz que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”: são eles que estão sempre disponíveis para acolher Deus e os seus valores e para arriscar nos desafios do “Reino”.
Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são ridicularizados, tratados como incapazes, pelos nossos “iluminados” fazedores de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas visões pessoais e os seus pseudo-valores.
A Palavra de Deus ensina: a sabedoria e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que garante a posse da verdade é ter um coração aberto a Deus e às suas propostas.
Como é que chegamos a Deus? Como percebemos o seu “rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda de Deus? É através da Filosofia? É através de um discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja a mudar as toalhas dos altares?
O Evangelho responde: “conhecemos” Deus através de Jesus. Jesus é “o Filho” que “conhece” o Pai; só quem segue Jesus e procura viver como Ele pode chegar à comunhão com o Pai.
Há católicos que, por serem Padres como eu, por terem feito catequese, por irem à missa ao domingo e por fazerem parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus.
Atenção: só “conhece” Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus no caminho da entrega a Deus e da doação da vida aos homens. É no seguimento de Jesus – e só aí – que nos tornamos “filhos” de Deus.
Reflexão Apostólica:
Era uma vez... 
Certa vez, em uma manha de inverno, o tempo pouco a pouco tomava novas atitudes. Árvores balançando, galhos e folhas se desprendiam, poeira e terra começavam a circular com o vento, (…) Uma pessoa olhando de sua janela imaginou: O frio estava chegando!
Aos poucos o vento aumentava e consigo também o número de folhas secas. Não tardou muito e a chuva começou a cair. Não era uma chuva muito forte, mas os ventos a fazia robustecer. Antenas balançavam, telhas voavam, (…) incrivelmente uma criança, não preocupada com os chuviscos, via naquele tempo uma oportunidade de soltar sua pipa nova. Enquanto alguns lamentavam as percas, ele permanecia soberano no meio do vendaval.
Amarrou a linha da pipa na grade da sua casa, correu para dentro de casa e voltou com uma vassoura e mesmo contra o vento, tentava varrer as folhas que enchiam a calçada.
- Guri bobo! Vai trabalhar dobrado! Pensou o homem de sua janela!
O vento passou e com ele a chuva também.
- Nossa quanta folha na frente de casa! – disse o homem.
E lá estava ele em frente a sua casa varrendo as folhas que o vento trouxe. Reclamando e resmungando ia varrendo aquelas folhas, mas algo não estava por todo perdido. Ele via aquele menino do vendaval ainda varrendo as folhas. E com uma vontade de sair vitorioso do acontecido, o homem seguiu até o menino e perguntou com tom de deboche:
- É guri (…), não adiantou varrer sua casa durante o vendaval, não é? Ainda tem folhas na frente de sua casa! Se seu desejo era economizar tempo, não deu certo!
- Não moço! Eu não estava varrendo lá em casa não! Eu estava tentando evitar que elas fossem pra sua casa, pois ao vê-lo na janela, imaginei que estava preocupado com isso e de lá o senhor não podia ver o que eu estava vendo. A corrente de ar girava e levava tudo da rua na direção da sua porta (…) – e continuou:
-Mas isso não importa agora, pois já acabei! Que ajuda? Disse o menino.
Envergonhado disse que não era necessário e agradeceu com um sorriso amarelo.
O menino deixou a vassoura dentro de casa, desamarrou a linha da pipa e voltou a brincar. O homem virou-se para o garoto e perguntou:
- Porque você não recolheu a pipa? Você podia tê-la perdido! O menino prontamente respondeu:
- Senhor! Eu tenho 12 anos e ouço muito os conselhos dos meus pais. Meu pai disse que quando abandonamos o que gostamos em beneficio do outro, Deus nos recompensa! Eu poderia até perder a pipa, mas não pagaria o bem que fiz; Já minha mãe, que não estudou muito, diz que mesmo que surja um furação, um vendaval, (…), não podemos desistir ou abandonar o que gostamos; meu irmão mais velho, diz que eu me tornaria um bom “soltador” de pipa no dia que conseguisse mantê-la no ar durante uma chuva (…).
O homem resignou-se com a sabedoria do menino e disse:
-Quero conhecer sua família menino, pois tenho 50 e ainda não aprendi nada sobre a vida!
Essa estória deve penetrar em nosso coração, alem dos nossos ouvidos. Ela tem um destino certo, ou seja, alguém alguém precise ler ou ouvir isso.
2 
Meditação


(…) Aos ‘puros de coração’ é prometido que verão a Deus face a face e serão semelhantes a Ele (263). A pureza do coração é condição prévia para a visão.”. (Catecismo da igreja Católica § 2519)

O louvor é a expressão da alegria. O Pai é invocado como Senhor do céu e da terra. Jesus dá testemunho do Pai diante de todos. A vontade do Pai é que todos o acolhessem. Contudo, surge uma separação entre os "sábios e entendidos" e os "pequeninos". Os sábios e entendidos são os autossuficientes que se instalam no poder religioso ou econômico. Estes estão bem instalados em seus privilégios e não querem mudanças. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados, privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela mudança do sistema de opressão.

Esta breve oração de louvor do evangelho de Mateus é também encontrada em Lucas, com as mesmas palavras no texto grego . Ela exprime a intimidade e o conhecimento entre Jesus e Deus Pai.

Esta união entre Jesus e o Pai, e o mútuo conhecimento, que em Mateus só aparece aqui, é característica do evangelho de João, sendo encontrada nas seguintes passagens: dirigir-se diretamente ao Pai, em oração de louvor (Jo 11,41b-42); tudo entregue pelo Pai e a revelação do Filho (Jo 17,6), o conhecimento entre o Filho e o Pai (Jo 17,25-26).

Após o “discurso da missão” e o envio dos discípulos ao mundo para continuarem a obra libertadora de Jesus, Mateus coloca no seu esquema de Evangelho uma seção sobre as reações e as atitudes que as várias pessoas e grupos tomam frente a Jesus e à sua proposta de “Reino”.

Nos versículos anteriores ao texto que nos é hoje proposto, Jesus havia dirigido uma veemente crítica aos habitantes de algumas cidades situadas à volta do lago de Tiberíades, porque foram testemunhas da sua proposta de salvação e mantiveram-se indiferentes. Estavam demasiado cheios de si próprios, instalados nas suas certezas, calcificados nos seus preconceitos e não aceitavam questionar-se, a fim de abrir o coração à novidade de Deus.

Agora, Jesus manifesta-se convicto de que essa proposta rejeitada pelos habitantes das cidades do lago, encontrará acolhimento entre os pobres e marginalizados, desiludidos com a religião “oficial” e que anseiam pela libertação que Deus tem para lhes oferecer.

Hoje estamos diante de duas “sentenças” que, provavelmente, foram pronunciados em ambientes diversos deste que Mateus nos apresenta.

A primeira sentença é uma oração de louvor que Jesus dirige ao Pai, porque Ele escondeuestas coisas aos sábios e inteligentes e as revelou aos pequeninos. Os “sábios e inteligentes” são certamente esses “fariseus” e “doutores da Lei”, que absolutizavam a Lei, que se consideravam justos e dignos de salvação porque cumpriam escrupulosamente a Lei, que não estavam dispostos a deixar pôr em causa esse sistema religioso em que se tinham instalado e que – na sua perspectiva – lhes garantia automaticamente a salvação. Os “pequeninos” são os discípulos, os primeiros a responder positivamente à oferta do “Reino”; e são também esses pobres e marginalizados, ou seja, os doentes, os publicanos, as mulheres de má vida, o “povo da terra” que Jesus encontrava todos os dias pelos caminhos da Galiléia, considerados malditos pela Lei, mas que acolhiam, com alegria e entusiasmo, a proposta libertadora de Jesus.

A segunda sentença relaciona-se com a anterior e explica o que é que foi escondido aos “sábios e inteligentes” e revelado aos “pequeninos”. Trata-se, duma “experiência profunda e íntima” de Deus. Os “sábios e inteligentes” estavam convencidos de que o conhecimento da Lei lhes dava o conhecimento de Deus. A Lei era uma espécie de “linha direta” para Deus, através da qual eles ficavam a conhecer Deus, a sua vontade, os seus projetos para o mundo a para os homens; por isso, apresentavam-se como detentores da verdade, representantes legítimos de Deus, capazes de interpretar a vontade e os planos divinos.

Jesus deixa claro que quem quiser fazer uma experiência profunda e íntima de Deus tem de aceitar Jesus e segui-lO. Ele é “o Filho” e só Ele tem uma experiência profunda de intimidade e de comunhão com o Pai. Quem rejeitar Jesus não poderá “conhecer” Deus: quando muito, encontrará imagens distorcidas de Deus e aplicá-las-á depois para julgar o mundo e os homens. Mas quem aceitar Jesus e O seguir, aprenderá a viver em comunhão com Deus, na obediência total aos seus projetos e na aceitação incondicional dos seus planos.

Na verdade, os critérios de Deus são bem estranhos, vistos de cá de baixo, com as lentes do mundo. Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda ou as idéias, a definir o que é correto ou não é correto. Mas Deus diz que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”: são eles que estão sempre disponíveis para acolher Deus e os seus valores e para arriscar nos desafios do “Reino”. Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são ridicularizados, tratados como incapazes, pelos nossos “iluminados” fazedores de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas visões pessoais e os seus pseudo-valores. A Palavra de Deus ensina: a sabedoria e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que garante a posse da verdade é ter um coração aberto a Deus e às suas propostas.

Como é que chegamos a Deus? Como percebemos o seu “rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda de Deus? É através da Filosofia? É através de um discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja a mudar as toalhas dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus através de Jesus. Jesus é “o Filho” que “conhece” o Pai; só quem segue Jesus e procura viver como Ele pode chegar à comunhão com o Pai. Há católicos que, por serem Padres como eu, por terem feito catequese, por irem à missa ao domingo e por fazerem parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus. Atenção: só “conhece” Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus no caminho da entrega a Deus e da doação da vida aos homens. É no seguimento de Jesus – e só aí – que nos tornamos “filhos” de Deus.

Reflexão Apostólica
Todo aquele que deseja ver ou estar na presença de Deus deve abandonar-se, em especial de tudo aquilo que acreditamos ter valor para esse mundo que criamos.
Nossa sociedade é muito focada no TER e não no SER. Tem “valor” aquele que muito e muito ostenta; criamos “celebridades”, ícones ou modelos humanos baseados no que prega esse TER. Já notaram como é difícil ver, em especial nos meios de comunicação, documentários ou reportagens sobre pessoas simples que tranquilamente poderiam ser referência para quem os descobre?

Não confundir: ter bens, sucesso, posses não é problema algum quando não há APEGO a eles. Existem sim ricos que passariam pelo buraco da agulha em virtude do precioso coração que carregam no peito como existem aqueles que mesmo na dificuldade, inclusive financeira, não dão o braço a torcer em virtude do orgulho e vaidade que acreditam ser um troféu.

Deus se revela no coração do rico e do pobre, não pelo o que possuem e sim por Sua vontade de estar próximo a sua criatura. Deus é o rei que não se contenta em ver seus filhos da janela do castelo, Ele vai até eles e os convida a cear com fartura de bênçãos. Certa vez Jesus citou essa situação na parábola do banquete. Ele convida a mudança, mas nem todos querem.

Mudar requer desapegar, mas será que estou disposto a isso?

Conheço Comunidades, Movimentos e Pastorais que são maravilhosoas, mas que poderiam ser ainda melhores se suas lideranças não se apegassem tanto aos cargos, a ter sua opinião vencedora, a dar sempre a ultima palavra sobre um assunto, a ter o poder de decidir… Quem vive em comunidade bem sabe o quanto isso acontece.

Padres que se engalfinham com ministérios de música, ministros e até comentaristas, ministérios de música repletos de dons, mas apegados ao orgulho e a vaidade, mas cascas de ovos, que ao serem descontentados ou corrigidos deixam suas comunidades órfãs; coordenadores que centralizam todas suas ações em sua pessoa e não na obra. Conheço pessoas que não permitem que nada aconteça na igreja ou na comunidade se eles não autorizarem, mesmo sabendo que não depende deles para que isso aconteça.

Deus mesmo assim se revela a essa pessoa, mas é nítido que Sua palavra parece se esconder do entendimento desse coração orgulhoso.

Por fim, deixo a reflexão muito profunda do salmo 142, para que deixemos Deus adentrar em nós e nesse amor nos abandonarmos.

(…) Lembro-me dos dias de outrora, penso em tudo aquilo que fizestes, reflito nas obras de vossas mãos. Estendo para vós os braços; minha alma, como terra árida, tem sede de vós. Apressai-vos em me atender, Senhor, pois estou a ponto de desfalecer. Não me oculteis a vossa face, para que não me torne como os que descem à sepultura. Fazei-me sentir, logo, vossa bondade, porque ponho em vós a minha confiança. Mostrai-me o caminho que devo seguir, porque é para vós que se eleva a minha alma. Livrai-me, Senhor, de meus inimigos,porque é em vós que ponho a minha esperança. Ensinai-me a fazer vossa vontade, pois sois o meu Deus. Que vosso Espírito de bondade me conduza pelo caminho reto”. (Sl 142, 5-10)
Meditação

Na Lei dada por Moisés, que não era mais que uma sombra, Deus ordenou a todos que repousassem e não fizessem nenhum trabalho no dia de sábado. Mas isso não era senão uma imagem e uma sombra do verdadeiro sábado, o qual é concedido à alma pelo Senhor. Com efeito, a alma que foi julgada digna do verdadeiro sábado cessa de se abandonar às suas preocupações vergonhosas e humilhantes e repousa; celebra o verdadeiro sábado e goza do verdadeiro repouso, estando liberta de todas as obras das trevas. Ela prova o repouso eterno e a alegria do Senhor.

Antes, estava prescrito que mesmo os animais desprovidos de razão deviam repousar no dia de sábado: o boi não devia ser submetido à canga, nem o burro carregar o fardo, porque os próprios animais repousavam dos trabalhos penosos. Ao vir para o meio de nós, o Senhor trouxe o repouso à alma que estava carregada e oprimida pelo fardo do pecado, e que morria sob o constrangimento das obras de injustiça, subjugada como estava, por mestres cruéis. Ele aliviou-a do peso intolerável das idéias vãs e ignóbeis, libertou-a do jugo doloroso das obras de injustiça, deu-lhe o repouso. É este repouso pelo qual todos nós lutamos e esperamos um dia alcançar em Cristo Jesus.

Senhor Deus
, Tu que nos cumulaste de tudo, dá-nos a paz (Is 26, 12), a paz do repouso, a paz do sábado, do sábado que não tem ocaso. Porque esta tão bela ordem das coisas que criaste, e que são “muito boas” (Gn 1, 31), passará quando tiver chegado ao termo do seu destino. Sim, elas tiveram a sua manhã e terão a sua tarde. Mas o sétimo dia não tem tarde, não tem ocaso, porque Tu o santificaste a fim de que ele dure para sempre. No termo das Tuas obras “muito boas”, que, contudo, fizeste em repouso, Tu repousaste ao sétimo dia, a fim de nos fazeres compreender que, no termo das nossas obras, que são muito boas porque foste Tu que no-las deste (Is 26, 12), também nós repousaremos em Ti, no sábado da vida eterna. Então repousarás em nós como agora ages em nós; assim, o repouso que experimentaremos será o Teu, tal como as obras que fazemos são as Tuas.

Tu, Senhor, trabalhas constantemente e estás constantemente em repouso. Quanto a nós, chega um momento em que somos levados a fazer o bem, depois do nosso coração o ter concebido pelo Teu Espírito, enquanto anteriormente éramos levados a fazer o mal, quando Te abandonávamos. Tu, único Deus bom, nunca deixaste de fazer o bem. Algumas das nossas obras são boas – pela Tua graça, é certo –, mas não são eternas; depois de as fazermos, esperamos repousar na Tua inefável santificação. Mas Tu, Bem que não precisa de nenhum outro bem, Tu estás constantemente em repouso, porque Tu próprio és o Teu repouso.

Quem, dentre os homens, poderá dar a conhecer tudo isto ao homem? Que anjo o dará a conhecer aos anjos? Que anjo ao homem? É a Ti que devemos pedir esse conhecimento, em Ti que devemos procurá-lo, à Tua porta que devemos bater. E dessa maneira sim, dessa maneira receberemos, dessa maneira encontraremos, dessa maneira abrir-se-á a Tua porta, para nos conceder a verdadeira Paz, que só o vosso coração sabe dar aos que lhe pedem com fé, esperança e confiança. 

Reflexão Apostólica

Jesus Cristo veio nos mostrar que a misericórdia do Pai não se prende a fórmulas, conceitos ou regras humanas. Ela é o maior motivo para que demos passos aqui na terra em busca da vida em abundância. Deus não age conforme nós pensamos e pregamos.

Ele deseja matar a fome do homem e não se importa de se oferecer como alimento para a nossa fome espiritual não implicando o dia nem a hora. Porque sonda o nosso coração e conhece os nossos desejos mais profundos, o Senhor não impõe condições para nos saciar. Mas, ele precisa de nós, homens e mulheres, como Seus instrumentos.

Os homens impõem um jugo pesado, cheio de regras e limitações, mas para Deus a Misericórdia é a norma que pode ser vivenciada a todo dia e a qualquer hora na nossa vida. Jesus nos chama para alimentar o Seu povo, mesmo que seja em dia de sábado.

Muitas vezes a desculpa do “dia de sábado” esconde uma má vontade para que não façamos o bem e usemos de misericórdia, por acomodação, preguiça e falta de interesse. Preferimos oferecer a Deus sacrifícios baratos, oferendas sem sentido do que ocupar o nosso tempo em dar atenção a quem necessita do nosso olhar, da nossa compreensão, do nosso apoio ou mesmo de uma simples palavra ou de um ouvido para escutar.

Jesus nos ensina que as leis foram feitas para nos orientar e não para nos consumir e que a nossa vida está muito acima e vale muito mais do que os conceitos que nós mesmos adotamos para a nossa acomodação.

Você é muito ligado (a) a regras e preconceitos? Quando você encontra alguém com “fome” o que você faz? Você espera uma oportunidade melhor para ajudar às pessoas ou você o faz em qualquer circunstância?

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