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domingo, 19 de maio de 2024

EVANGELHO DO DIA 26 MAIO 2024 - SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

26 maio - Paraíso! Ah! que essa palavra nos comunique aquela serenidade de espírito que transparecia no rosto de São Filipe Néri ao pronunciá-la! (L 52). São José Marello

 Mateus 28, 16-20 – 26 de maio - Solenidade da Santíssima Trindade


EVANGELHO

Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara.
Quando O viram, adoraram-no;
mas alguns ainda duvidaram.
Jesus aproximou-Se e disse-lhes:
«Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e fazei discípulos de todas as nações,
batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei.
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

 Neste domingo em que celebramos a solenidade da Santíssima Trindade, a liturgia oferece o texto evangélico de Mateus 28,16-20. Como de costume, concentramos a nossa reflexão exclusivamente a partir do texto bíblico. Embora curto, apenas cinco versículos, seu conteúdo são preciosos, e comporta uma importância ímpar para a vida da Igreja desde os seus primórdios. É a síntese e a conclusão de todo o Evangelho segundo Mateus. Ao escrever as suas últimas linhas, o evangelista e sua comunidade fizeram questão de resumir a essência de tudo o que já tinha sido apresentado ao longo do Evangelho. O contexto é estritamente pascal, bem como o conteúdo: a manifestação do Ressuscitado aos onze, na Galileia.

Mesmo curto, o texto é complexo; por isso, para compreendê-lo bem é necessária uma certa familiaridade do leitor com todo o Evangelho segundo Mateus.  Na impossibilidade de recordarmos aqui todo o conteúdo do Evangelho, recordamos, como introdução e contextualização, o relato do túmulo vazio e ressurreição (cf. Mt 28,1-10), com as respectivas manifestações de um anjo do Senhor (cf. 28,2) e do próprio Jesus Ressuscitado (cf. 28,9) às mulheres que foram ao túmulo naquele primeiro dia da semana (cf. 28,1). O anjo e Jesus Ressuscitado confiaram às mulheres a missão de convencer os discípulos a retornarem à Galileia para, ali, fazerem também eles a experiência de encontro com o Ressuscitado.

Diferentemente de Lucas, por exemplo, para Mateus Jerusalém só oferece hostilidade ao discipulado e à mensagem de Jesus; permanecendo lá, os discípulos não conseguem encontrar-se com o Ressuscitado. Na verdade, essa ideia já vinha sendo preparada desde o início do Evangelho com o episódio da visita dos magos: eles procuraram “o rei dos judeus” em Jerusalém, em vão; guiados pela estrela, perceberam que ele só podia ser contemplado na periferia, em Belém (cf. Mt 2,1-12). Como centro do poder religioso e político, a capital representava o “contra reino”, ou seja, a negação completa do projeto de Jesus.

Podemos, assim, compreender porque “os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado” (v. 16). A referência aos onze, além de recordar que Judas Iscariotes já não fazia mais parte do grupo, tem um significado muito importante para a comunidade de Mateus: representa a superação de uma mentalidade nacionalista e triunfalista. Ora, o número doze fazia alusão ao antigo Israel, e alimentava a ideologia davídica. Esse projeto faliu, Israel rejeitou o seu verdadeiro messias, causando sua morte na cruz. Fazendo uma releitura dos últimos acontecimentos à luz da ressurreição, a comunidade de Mateus concluiu que, para a missão universal lograr êxito, é necessário distanciar-se dos antigos esquemas e tradições de Israel. Por isso, mais que incompletude, o número onze é sinal de nova mentalidade e perspectiva. Não podemos esquecer que a eleição de Matias para recompor o número doze é um elemento exclusivo da teologia de Lucas (cf. At 1,15-26). Na perspectiva de Mateus, para a comunidade do Ressuscitado sobreviver e crescer, é necessário abandonar os esquemas do judaísmo.

O retorno à Galileia é muito significativo. Em Jerusalém a experiência fora completamente negativa; além de ter sido o cenário da paixão e morte de Jesus, a capital não oferecia nenhuma perspectiva para a comunidade do Ressuscitado lá florescer. Recordemos o conluio dos poderes religioso, militar e político para desacreditar a ressurreição (cf. 28,11-15), com a mentira do roubo do corpo de Jesus pelos discípulos (cf. Mt 28,11-15). Portanto, o retorno à Galileia era necessário para a sobrevivência da comunidade e, ao mesmo tempo, para o reencontro dos discípulos com as motivações originárias do seguimento. Além das incompreensões ao longo da caminhada, inclusive disputa por poder (cf. 20,20), os acontecimentos envolvendo a paixão e a morte de Jesus deixaram a comunidade profundamente abalada. Daí a necessidade do retorno ao ideal primeiro, ou seja, retornar à Galileia, onde tudo começou, para fazer a experiência do monte.

Ao longo de todo o Evangelho, há muitas referências ao monte, desde o monte das bem-aventuranças (cf. 5 – 7) até o monte das oliveiras (cf. 24 – 25). O monte é o lugar de encontro com Deus e com a sua palavra. Foi no monte que Jesus lançou o seu programa de vida, as bem-aventuranças (5,1-12), e esse convite para os discípulos retornarem à Galileia, para o monte, é exatamente para voltarem à essência do seu projeto de vida. É também um modo de indicar a continuidade entre a mensagem de Jesus de Nazaré e o Ressuscitado. A Galileia como região desprezada entre os judeus é um alerta aos discípulos quanto aos destinatários primeiros do anúncio: os pobres e marginalizados.

Na sequência, o texto descreve a reação dos discípulos: “Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram” (v. 17). A princípio, parecem duas posturas opostas diante da ressurreição, mas o evangelista as vê como complementares. Prostrar-se é sinal de adoração e de convicção na ressurreição e na divindade de Jesus. Aqui, o evangelista emprega o mesmo verbo que tinha usado para indicar a atitude dos magos quando visitaram Jesus recém-nascido em Belém (cf. 2,2): prostrar-se em adoração (em grego: proskinêo). Esse verbo tanto indica adoração quanto sujeição a alguém, como deve ser a postura da comunidade: adorar somente a Jesus e sujeitar-se somente ao que ele ensinou, assumindo completa autonomia e emancipação em relação aos preceitos da lei. Com esse gesto, o evangelista diz que os discípulos aceitam os valores do reino como universais e, por isso, lutarão para que cheguem a todos lugares da terra.

A dúvida não faz mal à comunidade, pelo contrário; nem mesmo Jesus vê problemas no duvidar, tanto que não repreendeu os discípulos por isso. Como o evangelista não diz o motivo da dúvida, nem mostra Jesus repreendendo-os, podemos dizer que ele está apresentando uma característica necessária para a comunidade do Ressuscitado. Para a solidez da fé, a dúvida se faz necessária, pois o seu antídoto não é a certeza, mas o amor. Portanto, quanto mais se dúvida, mais necessidade se tem de amar, e amar sem limites. Podemos dizer que a dúvida e a fé são companheiras inseparáveis na vida da comunidade.

Diante da reação dos discípulos, Jesus toma a palavra e profere seu breve discurso de envio (vv. 18-20). É importante perceber que não são palavras de despedida, até porque ele não vai embora da comunidade; são palavras de envio e comissionamento. Ao dizer “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra” (v. 18), Jesus está decretando a falência dos poderes sediados em Jerusalém (religioso, militar e político), e estabelecendo uma nova ordem. A verdadeira autoridade, exercida pelo amor, parte da periferia, enquanto em Jerusalém tem apenas força de morte, uma vez que lá a autoridade é exercida com base na mentira, no medo, no suborno e na violência.

Após uma pequena introdução (v. 18), segue-se o envio universalista e inclusivo: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (v. 19). Aqui, Ele está, de fato, fazendo uso da sua autoridade e, mais uma vez, mostrando a diferença da sua para outras formas de exercício de autoridade. Ele não envia seus discípulos para impor nem dominar, mas para fazer novos discípulos. Essa é, sem dúvidas, uma das maiores novidades de seu projeto de vida e de sociedade. Não envia os discípulos para doutrinarem ninguém, mas para apresentarem uma proposta de vida. Aqui, registramos a força do verbo empregado pelo evangelista para “fazer discípulos”: no grego, idioma original do evangelho, há o verbo “discipular” (em grego: matheteúô); com ele, o evangelista consegue distinguir o discipulado de uma simples tarefa, o que não distinguimos com facilidade em nossa língua, com as traduções que temos. O novo e universal discipulado deve nascer do testemunho, ou seja, da maneira de viver dos discípulos, os quais não são operadores de tarefas, mas seguidores e testemunhas de Jesus de Nazaré, o Ressuscitado.

À missão de “discipular” é intrínseca a função de batizar, como sinal de pertença à comunidade dos discípulos. Mateus pensa na sua comunidade marcada pela tensão entre os adeptos e os contrários à prática judaica da circuncisão. Dos novos discípulos, não deve ser exigido nenhum sinal exterior além do batismo. A fórmula trinitária expressa, mais que uma formulação teológica, a preocupação do evangelista para que o batismo de ingresso na comunidade cristã não seja confundido com o rito penitencial do movimento fundado por João Batista. A expressão “Em nome de/do” indica a força do batismo. Na tradição bíblica, o nome de uma pessoa é a sua própria essência, expressa a totalidade do ser. Portanto, ser batizado em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, é ser impregnado da essência de Deus.

Como última recomendação do mandato, Jesus apresenta uma advertência, mais que uma ordem: “ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!” (v 20a). Tudo o que Ele ordenou ou ensinou não foi muita coisa, não foi uma doutrina, foi apenas um jeito de viver. O pronome indefinido “tudo” (em grego: panta), expressa a totalidade do que Jesus ensinou e a preocupação para que nada de secundário seja acrescentado e que possa, inclusive, desviar a comunidade do que foi ensinado por Ele. E o que, de fato, Ele ensinou, como já afirmamos, foi um jeito de viver, proposto nas bem-aventuranças e em todo o discurso da montanha (Mt 5 – 7). O que os discípulos têm a ensinar, para que todas as nações sejam “discipuladas” é a vivência das bem-aventuranças, e isso não é doutrina nem código, é vida concreta, é um jeito de ser.

A última frase de todo o evangelho é, na verdade, a síntese: a certeza da presença de Jesus na comunidade e na história: “Eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (v. 20b). Embora a tradução do texto litúrgico apresente o verbo estar no futuro, o evangelista o emprega no presente (em grego: eimí). O tema da presença é o fio condutor de todo o Evangelho segundo Mateus: no início, Jesus é apresentado como Emanuel, cujo significado é “Deus está conosco” (1,23); Ele mesmo garantiu estar presente quando a comunidade estivesse reunida em seu nome (18,20), e garante, aqui na conclusão, permanecer para sempre com os discípulos. É essa presença constante e perene que confere à comunidade a sua razão de existir.

Que possamos, portanto, viver impregnados da essência de Deus, como discípulos e discípulas de Jesus de Nazaré que, Ressuscitado, vive e está presente na história, ajudando-nos a compreender e viver tudo o Ele mesmo ensinou. Quando a comunidade tem certeza dessa presença, não tem medo de lançar-se à missão para compartilhar os seus ensinamentos e, ao mesmo tempo, está sempre de portas abertas para acolher a todos e todas sem distinção.



Evangelho do dia 25 maio sábado 2024

 

25 maio - Procuremos colocar tudo nas mãos de Maria para que Ela tudo apresente a Jesus. (S 193). SÃO JOSÉ MARELLO

 

Marcos 10,13-16

Alguns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam.

14Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: "Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas.

15Digo a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele".

16Em seguida, tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou.

Meditação:

Marcos articula este episódio das crianças com a narrativa anterior, sobre o divórcio, e com a narrativa seguinte, envolvendo o perigo da sedução pelas riquezas, dois problemas que afetam a família.

Jesus vai abrindo em seu ministério caminhos de encontro com Deus Pai que levam constantemente seus discípulos, formados nos ambientes religiosos do judaísmo, a se escandalizarem pela forma como agia o Mestre e resistiam ao ver e escutar a libertação que levava a cabo no meio dos marginalizados e excluídos de seu momento histórico.

Pode-se pensar que as pessoas que chegam são pais e mães que trazem seus filhos para serem abençoados por Jesus. A repreensão da parte dos discípulos mostra uma atitude intolerante em relação aos fracos e a incompreensão da missão de Jesus. Daí o aborrecimento de Jesus, registro próprio de Marcos que prima por transmitir os traços humanos de Jesus.

No contexto judaico da época, as crianças eram marginalizadas. Faziam parte de grupos que não contavam na sociedade. Eram mal vistas pelas autoridades políticas e religiosas.

Contrariando os discípulos, Jesus, além de acolher as crianças proclama solenemente ("em verdade vos digo"...) a exclusão do Reino para quem não o receber como criança. E abraçava as crianças, expressão carinhosa, única no Novo Testamento, usada exclusivamente por Marcos apenas aqui e em Mc 9,36.
Jesus afirma neste relato que os destinatários do Reino de Deus são todos os que se fazem como elas, quer dizer, os que assumem como forma de vida normal a simplicidade, a inocência, a pureza de coração, já que as crianças nada possuem, não buscam o poder, não agem com dupla intenção e esperam sempre estar junto de seus pais.
Para Marcos, os pobres são as crianças, e nelas se refletem os que sofrem a exploração, a rejeição, a pobreza e a morte; todos eles são os preferidos do Pai. A eles foi prometida a justiça e a misericórdia do Reino, pois nada mais possuem a não ser a sua esperança posta em Deus.
Por outro lado, a atitude de acolhida e ternura com as crianças por parte de Jesus expressa o elemento essencial do Reino: Deus Pai e Mãe, que dá a vida em abundancia a seus filhos prediletos.

Acolher as crianças era, pois, acolher a realidade de um dos tantos grupos que no judaísmo não contavam para a sociedade, mas em cujos corações já se começava a intuir a realidade do reino de Deus. Porque, dentro de sua simplicidade, sinceridade e capacidade de amar sem duplicidade, neles estava já presente a esperança de um futuro no qual teriam plena participação e significado por seu valor supremo como pessoas. Não nos descuidemos daqueles que o Senhor tanto amou e dos quais é o reino dos céus.

A criança acolhida por Jesus soma-se ao conjunto dos excluídos que são chamados a participar do Reino de Deus, os impuros e pecadores, os pobres, e outros mais.

Como a criança, o excluído sente-se desamparado e fraco, inseguro diante do dia de hoje e do futuro. Receber o Reino como criança significa abandonar as ideologias de poder que submetem as sociedades e renascer para a novidade do Reino de amor, fraternidade, justiça e paz.

Reflexão Apostólica:

Depois de Jesus ter falado da importância do matrimônio no evangelho de ontem, hoje nos propõe contemplar a beleza de ser criança como garantia do Reino.

Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam.

A família saudável é aquela que se expor à graça de Deus e pede benção para si e para os seus filhos. É o que vemos neste evangelho. As crianças são trazidas para serem abençoadas. Os discípulos, porém repelem-nas. Todavia Jesus os repreende a atitude.

Nossos filhos precisam receber o toque da graça. As mãos elevadas para o céu, na Bíblia são símbolos de oração e transmissão de bênção, consagração e cura.

A imposição das mãos transmite o amor de Deus. Quando um pai ou mãe abençoa um filho, uma filha está transmitindo bênção. Transite é uma energia espiritual, porque o ser humano é também espiritual.

Uma pessoa quando está em comunhão, comprometida com o bem transmite energia espiritual positiva, benéfica. E quando está comprometida com o mal transmite energia espiritual negativa, portanto maléfica. Que carga você traz no seu dia a dia? Lembre-se de que algumas pessoas nos fazem bem e outras mal. Por causa do encardido com o qual fizeram pacto.

Jesus transmitiu àquelas crianças a paz e atenção e sobre tudo as fez  a medida para os destinatárias do Reino.Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.

Por quê? A razão é simples. A criança representa simplicidade, inocência e dependência. Elas ainda estão livres da malícia e fingimento. Nela está a simplicidade e inocência que são as características do reino. Assim elas se tornam sinais do reino presentes entre nós.

A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade. Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.

Sê, pois, simples, humilde, puro e serás, tu e a tua família também destinatário do Reino como as crianças.

O Reino de Deus é para aqueles que são como crianças. A criança é aquela que depende totalmente das outras pessoas e não tem nada a oferecer em troca daquilo que lhes dão.

Assim devemos ser diante de Deus. Devemos ter plena consciência de que dependemos totalmente dele para que possamos entrar no Reino dos Céus e nada podemos oferecer em troca disso.

A salvação nos é dada pelo amor gratuito de Deus e pelos méritos de Jesus Cristo. Ninguém pode se salvar. Jesus é o único salvador. Devemos, como as crianças diante dos adultos, colocar a nossa confiança em Deus, e viver em constante ação de graças porque ele, gratuitamente, nos salva.

Propósito:

Pai, coloca no meu coração o mesmo carinho e afeto que Jesus demonstrou às criancinhas, pois a simplicidade delas me ensina como devo acolher o teu Reino.



Evangelho do dia 24 maio sexta feira 2024

 


24 maio Ó Maria, fazei-me todo vosso, para que eu seja todo de Jesus. (S 233). SÃO JOSÉ MARELLO

 


EVANGELHO DO DIA

 Marcos 10,1-12

Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fari­seus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher.
3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fari­seus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moi­sés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”
10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”.


Meditação:

Jesus está na jurisdição de Herodes, que tinha tomado por esposa Herodiades esposa do seu irmão e que por isso causara a morte de João Batista. De repente os conhecedores da lei de Moises insurgem contra Jesus e lhe fazem uma pergunta. Só que desta vez sobre o divórcio. Talvez na tentativa de aprovar a atitude de Herodes e condenarem João por ter defendido a indissolubilidade do matrimônio.

De fato, naquele tempo, a questão do divórcio e novo casamento era motivo de grandes debate entre as duas escolas rabínicas de Shammai e Hillel. Mas também vemos na pergunta dos fariseus mais uma tentativa de assassinato do que uma mera questão.
Desencadeou-se a polêmica em torno do assunto do divórcio proposto pelos fariseus, e Jesus dá atualidade ao mandamento inquebrantável do amor do casal: o que Deus uniu o homem não separe.
No Novo Testamento, existem três passagens principais que lidam com divórcio e novo casamento: Mat. 19:1-9, Mar. 10:1-12 e I Cor. 7:10-40.
Jesus faz distinção entre a intenção original de Deus na criação e a lei (Dt 24,1) que foi escrita “por causa da dureza do vosso coração“.
O enfoque dessa passagem de Marcos é realmente novo casamento e não divórcio. Ao exprimir seu pensamento a respeito do matrimônio, Jesus denunciava uma injustiça cometida contra as mulheres, procurando prevenir seus discípulos a não praticá-la.
A Lei mosaica era explícita no tocante ao divórcio. Lê-se no Deuteronômio: “Quando um homem se casa com uma mulher e consuma o matrimônio, se depois ele não gosta mais dela, por ter visto nela alguma coisa inconveniente, escreva para ela um documento de divórcio e o entregue a ela, deixando-a sair de casa, em liberdade“. A Lei previa o caso de sucessivos repúdios da mulher.

Portanto, ela ficava sob a tutela do marido e dependia de seu humor. Bastava um pequeno deslize, ou algo que desagradasse o marido, para ser repudiada. Uma situação de evidente injustiça, no parecer de Jesus, com a qual não podia pactuar.
Por isso, ele saiu em defesa das mulheres com dois argumentos: O primeiro referia-se ao questionamento da Lei. O divórcio consistia numa espécie de concessão divina à mesquinhez humana. Não podendo suportar algo superior, Deus se contentava em permitir aos homens algo inferior. Mas Jesus estava ali para defender a verdadeira vontade divina. O segundo consistiu em mostrar que o divórcio é impossível, considerando o texto bíblico: Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.

Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne (Gênesis 2,23-24), que lhe serve de fundamento. Portanto, Se é verdade que marido e mulher formam uma só carne, como é possível falar em divórcio? Não sejas teimoso, teimosa. Repudiando o teu marido ou tua mulher, tu te desfazes de uma parte de ti mesmo.
Hoje em dia é comum que muitos casais busquem o matrimônio não pela vivência sacramental do Deus que abençoa e santifica o amor do casal, mas como um de tantos eventos sociais cujos protocolos se converteram em exigências.

Certamente, ainda numerosos casais procuram permanecer unidos no matrimônio até que a morte os separe, mas numerosos outros usam o matrimônio como instrumento para conseguir um visto, uma herança, um status social, ou, simplesmente, para não ficar sozinhos.

Fator importante na crise de casais, tanto dos unidos pela matrimônio como dos que estão fora dele, é o medo de que o amor se extinga e leve cada um a tomar seu próprio caminho.

Jesus é enfático na exigência que lança a seus seguidores: o casal buscar nas relações o que é realmente essencial e transcendente: a vivência do amor de duas pessoas unidas no sacramento do matrimônio, união que, não obstante as dificuldades, continua se recriando apesar do transcurso do tempo na vivência renovada da doação de um ao outro.

Reflexão Apostólica:

O matrimonio é o sacramento do amor e expressa a presença viva de Deus no meio de quem deseja compartilhar suas vidas, unificadas por um amor mutuo.

Tal relação se fundamenta no conhecimento profundo das duas pessoas, na ruptura dos estreitos limites do egoísmo para dar espaço à partilha, à amizade, ao afeto, ao encontro íntimo dos corpos; por isso Jesus recorda aos fariseus o elemento essencial da união matrimonial: ser uma só carne, um só ser, uma só pessoa.
Ser “um só” significa que os dois são responsáveis por manter vivo o primeiro amor; significa que são iguais, que não há um mais importante que o outro, mas que cada um, com sua própria identidade, forma parte indispensável deste projeto de amor.
Portanto, o divorcio é a conseqüência de não compreender o sentido original do matrimonio, de possuir um “coração de pedra” incapaz de amar a Deus, que é o próximo por excelência, de não abrir o coração ao perdão, à ternura e a misericórdia para com o outro. É necessário um “coração de carne” para que o amor conjugal seja forte e indissolúvel.
O Evangelho de hoje nos induz a uma reflexão e aprofundamento do nosso compromisso matrimonial. Vivemos um tempo em que o matrimônio tornou-se mais um evento social do que um compromisso assumido pelos cônjuges.

Algumas pessoas se casam já condicionadas a uma separação, se surgirem dificuldades que não as façam felizes. Aquele que procura apenas sua felicidade no casamento certamente sofrerá muitas decepções, porém, aquele que procura fazer seu parceiro/a feliz, esse terá muito maior probabilidade de ser feliz.

Deus nos dá plena liberdade de escolhermos a nossa parceria, não nos impõe nenhuma condição, por isso a nossa escolha deve ser definitiva e devemos nos esforçar ao máximo para honrarmos o compromisso assumido. São Tiago já nos alerta em sua carta,       "que o vosso sim seja sim, e o vosso não, não".

É na família abençoada pelo sacramento matrimonial que devemos exercer, em primeiro lugar, as recomendações deixadas por Jesus Cristo, que são a disponibilidade ao serviço e a evangelização. Essa é a receita para a união duradoura e eterna que se espera do casamento.

Se um dia, a vida em comum se tornar inviável, apesar do nosso empenho em concretizá-la, lembremos da advertência de Jesus "Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério".

Que o Senhor guie nossos matrimônios e os mantenha unidos no amor que se torna sacramento de modo tão essencial nessa fusão que permite a um homem e a uma mulher não ser já dois, mas um só.

Propósito:

Pai, que os casais cristãos, unidos pelo sacramento do matrimônio, saibam reconhecer e realizar o mistério de comunhão que os chama a viver.

 

Evangelho do dia 23 maio quinta feira 2024


23 maio Maria nos estende sempre sua mão materna para nos socorrer e nos fazer subir mais facilmente ao Céu; outra coisa não nos resta senão aceitar a sua oferta caridosa. (S 212). SÃO JOSÉ MARELLO

 


Marcos 9,41-50

Naquele tempo, 41disse Jesus aos seus discípulos: “Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um desses pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! 44É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! 46É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.

 

Meditação:

Muitas vezes, a conversão consiste em rejeitar decididamente o que for para nós ocasião de pecado: «A pessoa temperada orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã descrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração». E: «Se um dos teus olhos for para ti ocasião de pecado, deita-o fora».
O Evangelho de hoje traz alguns conselhos de Jesus sobre o relacionamento dos adultos com os pequenos e excluídos. Naquele tempo, muita gente pequena era excluída e marginalizada. Não podia participar. Muitos deles perdiam a fé. O texto que vamos meditar tem algumas afirmações estranhas que, se tomadas ao pé da letra, causam perplexidade na gente. 
Podemos perceber neste texto uma compilação, feita por Marcos, de exortações catequéticas elaboradas nas primeiras comunidades. A frase inicial sugere que se trate de uma sentença vinculada à experiência da missão. É um estímulo ao acolhimento dos missionários.
Este relato gira ao redor do “escândalo”, que significa ser obstáculo ou tropeço no caminho de fé de alguém, em especial dos “pequenos” que podem ser aqueles que aprenderam a ser como crianças para entrar no Reino: os pobres, os humildes, os mais indefesos da comunidade.
A alusão à queda dos pequenos é uma advertência àqueles que na comunidade buscam a vaidade e o poder e chocam aqueles que se aproximam com a esperança de encontrar amor e fraternidade.
Pelo que indica o texto, o processo de fé de cada um dos crentes é um tesouro, é um dom outorgado por Deus que se deve cuidar e alimentar, e que ninguém tem o direito de colocar em perigo. Por isso, o evangelista afirma que quem se escandaliza “melhor que se lhe atasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar”.
No mesmo sentido pode ser entendidos os ditos referentes à amputação de alguns membros do corpo, hipérbole que Jesus emprega para exortar seus discípulos a afastarem-se do pecado e da tentação, com o fim de preservar a fé e manterem-se no caminho do Reino.
As alusões aos membros cortados são exageros literários (hipérboles) para induzir à disciplina pessoal. Contudo podem indicar também a exclusão de membros da comunidade (corpo) que provocam escândalos.
As frases finais visam a convivência harmoniosa na comunidade. O fruto é a paz, na vivência do amor fraterno, em Jesus. O relato nos convida a renunciar a todo tipo de egoísmo e busca de poder e abraçar com fidelidade o caminho da fé, o qual se cultiva através da oração e do amor aos irmãos.

Reflexão Apostólica:

É muito comum ouvirmos que isso ou aquilo é escandaloso e, normalmente, quando isso acontece, o fato está relacionado com questões de sexualidade.

O escândalo é muito mais do que isso. Dar escândalo significa ser ocasião de pecado para as outras pessoas, independentemente da natureza ou da forma do pecado.

Jesus nos mostra no Evangelho de hoje a importância que devemos dar para os nossos atos, para que eles sejam testemunho da nossa adesão ao Reino de Deus e não uma negação da nossa adesão que tenha como conseqüência o afastamento das pessoas. Não podemos nos esquecer de que a nossa fidelidade a Jesus no nosso dia a dia é a nossa grande arma no trabalho evangelizador.
O discípulo do Reino, no exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para não se tornar ocasião de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé.

O pecado, neste caso, consistiria em refutar Jesus e se recusar a aderir ao Reino anunciado por ele. E os próprios discípulos, agindo de forma inconsiderada, corriam o risco de se tornarem culpados deste fracasso e serem julgados por isso.
As atitudes inconsideradas do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles corriam o risco de serem intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo próprio de cada pessoa no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do espírito farisaico, que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os recém convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos.

Com a liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter atitudes chocantes para os pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que só com dificuldade deixavam-se permear pela novidade do Reino.

Levados por um espírito corporativista, podiam ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos, os novos discípulos, excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não satisfaziam suas exigências.
A denúncia de Jesus contra esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se desfizesse desta visão deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.
Também já refletimos a Palavra de Deus dando grande importância a que sejamos sal e luz: sal da terra e luz do mundo, isto é, que estejamos sempre sendo testemunhas de Jesus, quer dizer, dando bom exemplo com nossa conduta, nosso comportamento. O sal conserva e dá sabor aos alimentos ou, também, dá sentido. Assim somos convidados por Jesus a viver nossa vida de tal modo que possamos dar sabor e dar sentido à vida de todos neste mundo.

Sendo sal e luz nós vamos procurar fazer com que as pessoas possam saborear as coisas do alto, as coisas de Deus.
Assim o mundo fica melhor e muito mais agradável para viver nele havendo muita luz para iluminar a todos. Estamos falando de luz de Deus. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas.” E nós somos convidados também a ser luz para o mundo e sal da terra para darmos sentido e sabor à vida.
Que a Igreja seja sal e luz e motive nossa caminhada cristã. Que nossas comunidades cristãs sejam testemunhas vivas para motivar a sociedade a procurar vida cristã. Tudo isso é trabalhar na construção do reino de Deus.

Propósito:

Pai, torna-me forte para tirar da minha vida tudo quanto possa servir de contra - testemunho a meu próximo e levá-lo a afastar-se de ti. Senhor Jesus, não permita que eu seja ocasião de pecado para os pequeninos que se aproximam de ti e querem se fazer discípulos do teu Reino.

  

Evangelho do dia 22 maio quarta feira 2024

 

22 maio - Fiquemos tranquilos: o Senhor tem seus olhos abertos sobre nós e a nossa Mãe Maria Imaculada está sempre pronta para vir ao nosso encontro na hora do perigo. (S 353). SÃO JOSE MARELLO

 

Marcos 9,38-40

Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”. 

Meditação:

fortaleçamos o diálogo ecumênico e inter-religioso, com o fim de construir um mundo mais ético e mais humano.
A tentação de ser auto-suficientes vai até acreditarmos completamente que somos donos de nossos projetos, a ponto de não mais olharmos para o sem-número de eventualidades que podem ocorrer e pôr em risco aquilo por que tanto anelamos.

Somos muito dados a sonhar sem pôr os pés no presente. Tiago nos faz cair na conta de que não somos donos, como às vezes pensamos, dos inumeráveis fenômenos e fatores que entram em jogo na criação de nosso futuro. O cristão conta cada dia com Deus, que caminha a seu lado e o ajuda a enfrentar os acontecimentos que vêm a seu encontro com uma decidida força para sair vitorioso deles.

No evangelho assistimos à polêmica que se arma entre os discípulos porque houve alguém que expulsava demônios sem ser do grupo dos Doze. Eles logo reclamam pela exclusividade de tais ações junto a Jesus. Ele, contudo, deixa bem claro que: quem não está contra nós, está a nosso favor, afirmando dessa maneira que o dom de Deus para a humanidade não é exclusivo de um grupo, de um povo ou de uma comunidade determinada; é universal.

Quantas vezes nós, cristãos, cremos e agimos como os únicos herdeiros do favor divino e da salvação!

 Concluindo: Os discípulos estão cientes de sua missão, mas reagem diante daquilo que vêem, e Jesus lhes diz: quem não é contra nós é a nosso favor.

Nesta exortação, o mestre amplia a visão dos seus alunos. Porque na verdade ser cristão de verdade é ter uma visão ampla do mundo e do Reino e saber onde estão seus sinais. Muitos são os que anunciam e vivem com grandeza a verdade do Evangelho. E Jesus não quer que os discípulos sejam uma seita, mas que sejam instrumentos libertadores do Reino.
E para se ser este instrumento é preciso saber que o amor a Deus e aos irmãos bem como a prática do bem suplantem os projetos humanos. É necessário que quisermos ser discípulos libertarmo-nos do conceito humano de ver as pessoas. Que é de julgar as ações delas sem mais sem menos.

Existem muitos cristão que vira e mexe comentam, julgam, falam mal dos outros considerando-se melhores como se fossem os únicos possuidores da verdade. E como os discípulos também dizem: Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue.
Todas as vezes que nós agimos assim, também Jesus nos dirige a palavra: não o proíbam, pois não há ninguém que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós.
Portanto, o episódio do homem que expulsava demônios e não era do grupo dos discípulos, mas que foi respeitado por Jesus, deve nos levar a perceber os sinais de Deus naqueles que não fazem parte da nossa casa, família, amigos e do nosso grupo religioso, cultural e social.
Devemos lutar para eliminar ou combater as contendas, rixas com os diferentes de nós. Pois tais atitudes podem significar que nossa ação não tem sua fonte em Deus ou no bem, mas sim do maligno, o semeador do joio e da divisão.
Que o Senhor nos ensine a saber respeitar, lidar e conviver com o diferente afim de que possamos exercitar a caridade, a paciência, a misericórdia, o perdão e sobretudo o amor de Deus presente em nós.

Reflexão Apostólica:

A fé cristã assenta na sabedoria que vem de Deus e não do mundo. Somos convidados a olhar para os homens nossos irmãos, amando-os como Deus os ama.

A santidade a que somos chamados consiste em fazer a vontade de Deus nosso Pai, que ama a todos, sem distinção. Amando os que nos perseguem e orando pelos nossos inimigos, sabemos que somos filhos de Deus. Quanta exigência e quanta motivação contida nesta frase imperativa do Divino Mestre: Sede perfeitos como é perfeito o vosso pai celeste!

Jesus não quer que o grupo daqueles que o seguem se torne seita fechada e monopolizadora da sua missão. Toda e qualquer ação que desaliena o homem é parte integrante da missão de Jesus.
Na busca da perfeição, muitas vezes excluímos pessoas em nossas vidas, imagem no serviço da Igreja. O sujeito não conhece a Deus e entra para um serviço na Igreja, já imaginou?
Depois de ter tido uma experiência profunda com Deus? É feita pipoca pulando de alegria ao ficar pronta. Achamos que entramos para o serviço de Deus e só vamos encontrar bonança, mas não é bem assim.
Nunca estaremos prontos, pois como diz a palavra de Deus: - Meu filho, se entrares para o serviço preparas para provação. E são muitos de nós buscando o que é perfeito que, ao invés de expulsar as imperfeições da nossa própria vida, expulsamos os outros, considerando-os como imperfeitos.
Que o sejam, porém, não são contra nós, mas sim a favor. E por que quando somos contrariados em nossa opinião, queremos abandonar tudo? Só nós somos perfeitos? Donos da verdade?
Precisamos reconhecer que um dia o Senhor, teve compaixão de nós, e estendeu sua destra poderosa sobre a nossa vida, pois, onde superabundou o pecado superabundou a graça.

Assim foi conosco, e precisamos pedir o dom da paciência para que aconteça com os de nossa casa, com os nossos amigos e com os nossos colegas de trabalho.
Tenho visto, que a cada novidade da minha vida, exige de mim uma nova conversão. Ou seja, uma amizade nova, um trabalho novo, um carro novo, um novo filho, um novo desafio profissional, um novo apartamento, uma nova coordenação, pois o Senhor fará 'nova todas as coisas' se eu abrir as portas do meu coração e a Ele confiar a conversão.
Não deixemos que a nossa busca pelo o que é perfeito e agradável a Deus, expulsem o nosso próximo. E pra terminar, e quem é o nosso próximo?
Aquele do qual eu me aproximo, portanto, temos muito ainda a caminhar quando se trata do amor ao próximo, mas firmeza nas promessas de Deus.

Propósito:

Senhor, nosso Deus, Pai de infinita bondade, fazei-nos santos porque Vós sois Santo! Tornai-nos perfeitos como nos pediu Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições de fazer o bem.


Evangelho do dia 21 maio terça feira 2024

 

21 maio - Do Céu, onde está sentada como Rainha, Maria Santíssima nos olha sempre com imenso e suave afeto, tremendo e suspirando por nós; e, como Mãe cheia de ternura, a todos nos escuta para nos introduzir no lindo Paraíso. (L 209). SÃO JOSE MARELLO


 
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 9,30-37

 "Jesus e os discípulos saíram daquele lugar e continuaram atravessando a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava porque estava ensinando os discípulos. Ele lhes dizia:

- O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
Eles não entendiam o que Jesus dizia, mas tinham medo de perguntar.
Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já estavam em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos:
- O que é que vocês estavam discutindo no caminho?
Mas eles ficaram calados porque no caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante.
Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse:
- Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.
Aí segurou uma criança e a pôs no meio deles. E, abraçando-a, disse aos discípulos:
- Aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas também aquele que me enviou.

 Na estrutura do evangelho de Marcos, depois da chamada "Crise Galalaíca", manifestada no episódio da Estada de Cesaréia de Felipe, Jesus muda totalmente da tática e estratégia. Ele não anda mais com as multidões, quase não faz mais milagres – dos 19 milagres em Marcos, somente dois acontecem depois do acontecimento de Cesaréia. Em lugar disso, ele se dedica quase totalmente à formação dos seus discípulos, tentando inculcar neles as atitudes de verdadeiros discípulos, ensinando-os que o Caminho dele e o da Cruz, da entrega, da doação, e não da busca do poder, da glória ou da fama. Marcos faz isso duma maneira bem planejada. Em três ocasiões, Jesus anuncia a sua futura paixão. Em cada ocasião os discípulos não compreendem. E, a partir dessas incompreensões, Jesus torna a dar um ensinamento, aprofundando vários aspectos do verdadeiro seguimento dele.

No evangelho de hoje podemos distinguir duas partes diferentes, porém, ambas com uma base comum. A primeira é a segunda predição de Jesus sobre sua sorte definitiva em Jerusalém, cuja viagem acabava de iniciar. A segunda é a lição sobre quem é o melhor dos seus discípulos. Na realidade podemos unir ambas sob o conceito de que é preciso perder a vida para ganhá-la definitivamente. Jesus morreu duas vezes: materialmente como conseqüência dos sofrimentos da cruz, que era uma morte lenta e a mais cruel de todas como castigo (Cícero), e espiritualmente como homem honrado, pois foi rebaixado até o último lugar; como um maldito, segundo a lei,  para os judeus, e como um proscrito e malfeitor para os greco-romanos. De ambas as mortes ele se livrou por meio de duas ressurreições: a física e a moral; de modo que a cruz que era símbolo de maldição e estupidez se tornou símbolo da árvore da vida para todo crente que olha Jesus reinando dela como Senhor.

 O trecho que ora refletimos trata do segundo desses três acontecimentos. A causa da dificuldade é a tentação do poder. Embora Jesus tenha deixado bem claro, pela segunda vez, que o seguimento dele é uma vida de entrega, até a morte, em favor dos outros, os Doze discutem entre si qual deles era a maior! O poder – tentação permanente em todas as comunidades, não exemplando as Igrejas! Talvez mais do que outro motivo, a sede do poder tem sido o que mais tem corrompido nas Igrejas - mais do que a imoralidade ou a ganância financeira. No século passado, o estadista inglês Lord Acton falou que "todo poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente". E não há poder mais perigoso do que o religioso, que fala em nome de Deus!

 Quantos sofrimentos e males causados por essa sede do poder, disfarçada como mandato de Deus. Desde o fundamentalismo fanático da Talebã em Afeganistão até a ufania de certos padres –mormente recém ordenados- que se ostentam com roupas finas e carros do ano, e dominam duma maneira opressora religiosas e leigos de muito mais experiência e sabedoria do que eles, a sede do poder e da dominação – em nome de Deus – continua a distorcer a vida de muitas comunidades religiosas, dentro e fora do Cristianismo.

 O poder em si é um bem – para ser usado em serviço dos outros! Todos nós – clero, religiosos, leigos – somos vulneráveis diante da tentação do poder. Levemos a sério o ensinamento de hoje, pois só pode ser discípulo de Jesus quem procura ser o servo de todos! Evitemos títulos, privilégios, e comportamentos que tão facilmente poderão nos afastar do seguimento do Senhor. Que o nosso modelo seja sempre ele – e não os critérios da sociedade vigente, onde é o poder que manda. A nossa força vem da Cruz de Jesus, a fraqueza do Deus "que escolheu o que o mundo despreza, acha vil e sem valor, para destruir o que o mundo pensa que é importante".

 O texto do Evangelho nos situa na segunda fase da catequese que Jesus dirige aos seus discípulos com relação às conseqüências que advém de segui-lo até Jerusalém e das exigências deste seguimento.

 No Evangelho de Marcos, o “caminho” representa o itinerário de formação de um bom discípulo. Jesus não quer um grupo de fanáticos, entoando vivas a seu nome, mas de pessoas responsáveis, capazes de assumir um projeto. Por essa razão, seus esforços se concentram no ensinamento a seus seguidores. Sua instrução parte dos desacertos e das respostas erradas que eles mesmos vão dando ao longo do trajeto até Jerusalém.

 Os discípulos não entendem o que Jesus lhes quer dizer a respeito de seu próprio destino, não entendem que o Filho do Homem deve morrer e ressuscitar ao terceiro dia, e por isso não podem entender que para ser os primeiros é necessário se colocar nos últimos lugares. Jesus responde a esta incompreensão com uma simples instrução que tem como objetivo fazer crescer, corrigir seus defeitos e disponibilizá-los à entrega generosa aos demais. Como é habitual em Marcos, Jesus instrui seus discípulos na casa. A casa é lugar de reunião dos primeiros cristãos para a celebração e para a catequese; estamos portanto diante de uma catequese que se dirige à comunidade.

 Diante da recusa dos seus discípulos em entender o seu ensinamento, Jesus, o Servo de Javé, pega uma criança como símbolo de quem deve segui-Lo. Não porque criança é sempre santa nem inocente! Mas porque é sem-poder, dependente dos adultos de tudo. No tempo de Jesus, criança era sem direitos, entre os últimos da sociedade. Os seus discípulos são convidados a despojar-se do poder para serem servos, da mesma maneira do que o Mestre, ele que "não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte da cruz".

 Jesus deve superar o medo cultural que invade seus discípulos e que os impede de dirigir-se a seu “Mestre” com toda a confiança. Para isto, lança mão de uma estratégia pedagógica muito engenhosa. Retoma a discussão dos discípulos, concentrados não em seu ensinamento, mas na repartição dos cargos burocráticos de um hipotético governo, com um exemplo da vida diária.

 O ensinamento de Jesus convida à mudança de posição. Com a chegada do Reino vão se mudando os esquemas deste mundo: os últimos passam para o primeiro lugar; os pobres serão saciados; os que perdem sua vida vão encontrá-la; e os que querem ser os primeiros, serão os últimos e os servidores de todos. Esta mensagem está dirigida a toda comunidade, porém essencialmente para aqueles que têm uma responsabilidade dentro dela. O modelo é a criança, com a qual Jesus se identifica na humildade, simplicidade e acolhida do novo

 O gesto utilizado por Jesus de abraçar e colocar uma criança no meio dos discípulos não deve ser entendido como se as crianças fossem símbolo de inocência, pureza ou ternura; o gesto é um convite a acolher com amor os mais simples, humildes e necessitados, ou seja, aos menores. As crianças na sociedade de Jesus não eram possuidoras de valor, não tinham poder e eram os “últimos”: por isso, são para Jesus, os primeiros no Reino.

A “criança” era uma das criaturas mais insignificantes da cultura antiga. Por sua estatura e idade, não estava em condições de participar na guerra, na política nem na vida religiosa. Jesus coloca um desses pequenos para o meio deles e lhes mostra como o presente e o futuro da comunidade estão em colocar no centro, não as próprias ambições, mas as pessoas mais esquecidas e simples. Somente assim, há de se reverter o sistema social de valores. E só dessa maneira a comunidade se tornará uma alternativa diante do “mundo”, que só valoriza as pessoas endinheiradas. A novidade de Jesus consiste em tornar grande o pequeno, em dar valor aos que fazem os trabalhos mais humildes e às pessoas (tidas pelo mundo) como insignificantes. 

Neste sentido, ser discípulo de Jesus é “não ser” para uma sociedade que tem por valores justamente aqueles que são contrários ao Evangelho. No Reino todos somos iguais, todos temos os mesmos valores. É a sociedade, de hoje e de sempre, que gera as hierarquias sociais e valorativas das pessoas.

O que Jesus revela, como um paradoxo, é muito sério: identifica sua própria sorte e a de Deus com a sorte dos “pequeninos”, os que não têm direito, nem quem olhe para eles, os últimos, os desprovidos, aqueles que não são levados em conta. Por este motivo, Jesus afirmava que todo o serviço feito a um “pequenino”, era feito a Ele, e definitivamente, ao Pai.

Porque, na realidade, ele se identificava totalmente com eles: tinha-se posto ao seu lado, havia assumido sua causa como própria. Por isso, afirmava que todo serviço feito a eles era como se fosse feito a ele mesmo e, em última análise, ao Pai. Novamente, virava pelo avesso a hierarquia de valores da sociedade, ou melhor, punha-a no seu lado direito. Uma sociedade que só considera os de cima – ou cujas decisões só por estes são tomadas ou zela apenas pelos interesses dos de cima – não garante nem o Reino nem a Vida, porque esta só pode sobreviver num mundo em que, a partir de baixo, olhe pelos que estão embaixo, pelos que não têm direitos.

A busca de superação, o desejo de ser o primeiro, o anseio de triunfo e êxito na vida... parecem, a princípio, aspirações legítimas do ser humano; o problema, normalmente, está nos meios que utilizamos para alcançar estas metas. Jesus nunca disse que não devemos aspirar a sermos os primeiros, antes pelo contrário, nos convida a ser, e nos aponta o único caminho humano e humanizador para consegui-lo: o amor e o serviço à causa do Reino, que é também a causa dos mais pobres. Estou envolvido nesta pseudomística da competitividade, do “subir” a qualquer preço, da busca do êxito e do dinheiro custe o que custar?

O DEUS-OURO dos antigos adoradores, tem sido substituído, nos tempos modernos, pelo DEUS-UTILIDADE, de forma que a este são sacrificados crianças e velhos.

Uma historinha para ilustrar: O CACHORRINHO PERNETA

Um menino queria comprar um cachorrinho como companheiro de sua vida. Era pobre e vendia jornais e papeis velhos para poder poupar um dinheirinho. Quando já teve o suficiente, segundo pensava foi a uma loja perguntar quanto valia um cachorro. Respondeu o dono: 100 reais; mas os filhotes só custam 50. Porém eu só tenho 4 reais, disse o menino. São o fruto de meu trabalho de ir de casa em casa pedindo velhos jornais para vendê-los ao comprador de papel velho. Então eu tenho um cachorrinho que te darei de graça, disse o dono. E efetivamente ele trouxe um cachorrinho lindo, mas tinha um defeito. Ele mancava. Nasceu assim, disse o dono, e será aleijado por toda a vida. O menino disse: ele é meu. Tomou o cachorro entre os braços e fazendo carinhos conversava baixinho com o animalzinho. O dono vendo a cena disse: ele é teu. Não precisas me pagar nada. Mas eu quero comprá-lo, disse o menino. Esse cachorro vale para mim tanto como os outros que não mancam, porque eu também nasci aleijado. E levantando a sua calça esquerda ele mostrou que a sua perna era de borracha. Eu, disse, posso ser o único que compreenda e ame esse cachorro que para os outros não tem valor algum.

Jesus, que nasceu pobre e morreu numa cruz, é o dono que comprou os pobres e os desprezados e entende melhor o que nós desprezamos porque não tem valor ou utilidade em nossas vidas, como eram as crianças pequeninas no seu tempo.

Para finalizar, dizemos que as palavras de hoje são dignas de serem ouvidas, merecem ser meditadas e principalmente devem ser imitadas. Por isso, elevemos nossa prece a Deus:

  Por toda a Igreja, para que compreenda e aceite o Cristo do Evangelho e o anuncie sem medo...

  Por todos os que acreditam, para que sejam eliminadas todas as formas de domínio e poder sobre as pessoas...

  Por todos os que querem viver como discípulos de Jesus, para que saibam aceitá-lo como aquele que veio não para ser servido mas para servir...

  Por todos os que participam dos diversos ministérios, sinal de nossa disponibilidade para servir e dar a vida pelos pobres e pequenos...

  Por nossa comunidade, para que tente ser a última em honras e poderes, e assim poder ser a primeira no serviço aos demais...

Oração: Deus, nosso Pai, que enviastes vosso Filho Jesus para mostrar ao mundo “que nem tudo está permitido” e para nos mostrar o sentido da vida humana num mundo estruturado sobre a injustiça e o poder; ensinai-nos a seguir o caminho de vosso Filho Jesus, o justo perseguido, para que vossa Igreja cumpra a missão que lhe conferistes. Senhor Jesus, tirai do nosso coração todo ideal humano de grandeza, e fazei-nos compreender que ela consiste em fazer-nos servidores. Por Cristo, nosso Senhor. Amém

 

Evangelho do dia 20 maio segunda feira 2024

 

20 Maio- Maria! Sem vós, Mãe amantíssima, como teremos nós, pobres infantes, coragem de nos aventurar por caminhos desconhecidos? Jesus, Maria, José, Anjos e Santos nossos Protetores, queremos caminhar convosco. Qual é a estrada mais segura? (L 24). São Jose Marello

 


EVANGELHO: João 19,25-34

 Naquele tempo, 25perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.

Comentário

“A presença das mulheres no momento da crucifixão é registrada pelos três evangelistas sinóticos. Contudo, elas permanecem a distância. João, no seu evangelho, as apresenta junto à cruz, Maria Madalena e Maria, a mãe de Jesus, acrescentando o discípulo que Jesus amava. Neste contexto, João introduz as duas falas de Jesus: ‘Mulher, eis teu filho’, à sua mãe, e ‘Eis a tua mãe’, ao discípulo.

Sua mãe está presente neste momento final do ministério de seu filho, assim como estivera no início, nas bodas de Caná, quando Jesus afirma que ainda não é chegada sua hora. Jesus dirige-se a sua mãe com o termo ‘mulher’. Com esta expressão, repetida, Jesus irá se dirigir também à mulher samaritana, à beira do poço, e será a expressão com que o Ressuscitado se dirigirá a Maria Madalena, ao lado do túmulo vazio. Agora é chegada a hora. É a hora do sinal maior: a glorificação de Jesus, a sua fidelidade plena ao projeto do Pai, até a morte, estando garantida a continuidade de sua missão pelas novas comunidades.

Em Maria, a mulher, temos a mãe de Deus. Maria Madalena, que sairá em busca de Jesus no horto, como no Cântico dos Cânticos, representa a nova comunidade como esposa do Ressuscitado. João, recebendo Maria como mãe, representa o discipulado, como filhos de Deus, herdeiros da vida eterna, em Jesus. […] As narrativas da Paixão se diversificam nos evangelhos, trazendo a marca de cada evangelista. Segundo João, Jesus é crucificado na véspera (‘preparação’) da Páscoa, que naquele ano coincidiu com o sábado. Com hipocrisia, para que a solenidade da Páscoa não fosse profanada pelos mortos, os judeus se preocupam em retirar das cruzes Jesus e os outros dois.

Era comum os crucificados se sustentarem sobre o apoio dos pés na ânsia de evitar a morte. Os romanos só os retirariam mortos; assim, os judeus pedem que lhes quebrem as pernas para acelerar sua morte. A Jesus, já encontraram morto, porém um soldado golpeia seu lado com uma lança, saindo sangue e água. No sangue temos a expressão do amor de Jesus, que se doou sem limites, e na água temos a expressão da origem da vida nova no Espírito de amor, doado por Jesus”.

Caros irmãos e irmãos, iniciamos hoje mais um mês, dedicado ao Coração de Jesus! Firmes na Fé, olhando para o horizonte vamos continuar nossa caminhada!

Hoje, a pedido do Papa Francisco, celebramos Nossa Senhora, Mãe da Igreja, um dia depois da grande Festa de Pentecostes.

No alto da Cruz realizou-se a Segunda Anunciação, agora não feita mais pelo Anjo Gabriel, mas pelo próprio Filho de Deus: (Cf. Jo 19, 25-34).

O Evangelho de hoje começa dizendo que perto da Cruz de Jesus, estava de pé a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Só esse versículo já seria possível de fazer um longa e profunda reflexão.

Maria é Mãe de Deus, mas também a discípula perfeita que não se afasta do mestre, está sempre perto, seja nos momentos felizes, seja nos momentos tristes, como esse, a Cruz! Maria se mantém de pé, ou seja, acolhendo toda dor e sofrimento interior pela dor e sofrimento de seu Filho. Maria, nossa mãe, nos ajude a ficar de pé, com fé, diante de seu filho Jesus.

Aos pés da Cruz, Jesus nos dá a única coisa que podemos dizer que é seu: “A MÃE”, Jesus nunca teve nada, viveu aqui na terra um despojamento total e de repente no momento mais difícil de sua vida oferece um dom precioso a todos nós. Irmãos, acolhamos Maria, levemos para nossa casa, como fez João, o discípulo amado.

Após oferecer sua mãe, Jesus sente que sua missão está cumprida e que tudo está consumando, porém, no último sopro de vida, parecendo querer fazer mais diz: “Tenho sede”! Sim água para o corpo, mas também água para as almas, que Ele ainda não conseguira alcançar.

É como se naquele momento Jesus clamasse um Dom especialíssimo a toda humanidade, é como se Ele clamasse ao Pai um último milagre para os seus mais amados. Jesus é tanto amor, tanta doação que trocaria sua sede de água (que é sede pela humanidade) por uma esponja de vinagre.

O texto bíblico diz que Ele tomou e em seguida diz: “Tudo está consumado”, da parte de Jesus, Deus que se fez homem, a missão tinha ali encerrado, o seu Espírito, Ele o entrega ao Pai, afinal a Ele tudo pertence.

Ninguém imaginava, que o maior milagre estava por vir, que o pedido do Filho Amado do Pai, teria o seu pedido atendido, quando no transcorrer do desfecho final do Deus Jesus na Cruz, pudesse terminar daquela forma.

Sua sede pela humanidade, agora receberá uma grande Graça, uma aspersão de Água e Sangue que marcará um antes e um depois, O MUNDO NÃO SERIA MAIS O MESMO APÓS O LADO DE CRISTO SER ABERTO NA CRUZ.

Até os dias de hoje, gotas daquele Sangue e daquela água, molham os corações de homens e mulheres e os leva ser saciados em sua sede espiritual por Jesus, pelo seu Santo Espírito.

 Obrigado Jesus, meu Senhor e meu Deus, tenho sede por vós, sou pecador, necessito da aspersão de seu preciosismo Sangue e de sua Água que refresca todo o meu ser.

Maria, Mãe da Igreja, mulher do Cenáculo, perseverante na oração, interceda por mim e pelo mundo inteiro no dia de hoje. Amém!