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domingo, 25 de fevereiro de 2018

EVANGELHO DO DIA 04 DE MARÇO - 3º DOMINGO DA QUARESMA



04 março 2018 - Tu, ó José, indica-nos o caminho, sustenta-nos a cada passo, conduze-nos aonde a Divina Providência quer que cheguemos. (L 208). São Jose Marello

João 2,13-25

"Alguns dias antes da Páscoa dos judeus, Jesus foi até a cidade de Jerusalém. No pátio do Templo encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e pombas; e viu também os que, sentados às suas mesas, trocavam dinheiro para o povo. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou toda aquela gente dali e também as ovelhas e os bois. Virou as mesas dos que trocavam dinheiro, e as moedas se espalharam pelo chão. E disse aos que vendiam pombas:
Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado! Então os discípulos dele lembraram das palavras das Escrituras Sagradas que dizem: "O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como fogo."
Aí os líderes judeus perguntaram: Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?
Jesus respondeu: Derrubem este Templo, e eu o construirei de novo em três dias! Eles disseram:
A construção deste Templo levou quarenta e seis anos, e você diz que vai construí-lo de novo em três dias?
Porém o templo do qual Jesus estava falando era o seu próprio corpo. Quando Jesus foi ressuscitado, os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso e então creram nas Escrituras Sagradas e nas palavras dele.
Jesus sabe o que as pessoas pensam. Quando Jesus estava em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos creram nele porque viram os milagres que ele fazia. Mas Jesus não confiava neles, pois os conhecia muito bem. E ninguém precisava falar com ele sobre qualquer pessoa, pois ele sabia o que cada pessoa pensava."

Meditação:

Nesta primeira viagem de Jesus a Jerusalém o destaque é a denúncia do sistema do Templo. Em vez de lugar de oração, o Templo é um lugar de comércio e exploração do povo piedoso.

A situação não era nova, pois o profeta Jeremias, muito tempo antes, já fizera tal denúncia (Jr 7,11). O culto no Templo, com o acesso de multidões de peregrinos durante o ano, era fonte de riqueza para o comércio em Jerusalém e, principalmente, para a casta religiosa, que recolhia imensos valores como dízimos, ofertas e sacrifícios dos fiéis.

Desde sua primeira construção por Salomão, o Templo tinha um anexo, o Tesouro (ou Gazofilácio), onde eram acumuladas estas riquezas, no mesmo estilo dos templos do Egito ou da Babilônia, a serviço de faraós e reis.

Para o evangelista João, Jesus se manifesta como messias no começo de sua atividade pública e no contexto de uma festa de Páscoa em Jerusalém.

João observa que sempre acontece alguma coisa importante na vida de Jesus durante as festas judaicas importantes. Isso o vemos ao longo de todo o evangelho, pois não há nenhum acontecimento fora deste marco.

João acaba “enquadrando” toda a atividades pública de Jesus no tempo religioso dos chamados “Judeus”. Ao organizar a narrativa em função de uma serie de festas judaicas, deixa entrever uma construção teológica e cultural rica, articulada e intencional. A páscoa judaica é mencionada por Jesus e seus discípulos por três vezes no evangelho de João. É evidente o simbolismo.

Com Jesus irrompe uma nova Aliança (três sempre simboliza o nascimento de algo novo).
O tempo do Reino constrói uma nova festividade. O tempo das festas judaicas é contraposto por um tempo não usual e alternativo.

O relato centra seu interesse na dialética entre a estrutura simbólica e temporal do judaísmo e uma estrutura nova alternativa que se quer afirmar e institucionalizar. O simbolismo da revelação messiânica de Jesus é sumamente ressaltado no confronto com o templo.

O relato precisa ser feito, afinal de contas trata-se da construção e da afirmação de uma nova identidade. O templo de Jerusalém é o centro das instituições e símbolo da glória e do poder da nação judaica (tanto para os residentes na Palestina como para os da Diáspora). O evangelho emprega um símbolo conhecido para indicar a apresentação messiânica de Jesus: o “chicote de cordas”.

Era proverbial a frase “o chicote do Messias” para indicar que o surgimento do reino, ou da era messiânica viria com violência. O uso do “chicote” não deixa a menor dúvida a respeito de sua identidade e do projeto que Jesus encarna: com o chicote Jesus expulsa os animais para o sacrifício. Sacrifícios, como ovelhas e bois, assim como seus potenciais compradores (somente os ricos podiam oferecer este tipo de gado em sacrifício) são colocados fora do horizonte do novo projeto messiânico e profético.

Ao expulsar os animais do templo, Jesus declara a invalidade do culto dos poderosos, do qual os sacrifícios constituíam o momento culminante. Jesus denuncia o culto que encobre a injustiça, e declara infame o culto que é uma injustiça. Por ser meio de exploração, por ser legitimação religiosa da injustiça e do crime Jesus expulsa tudo isso. Não propõe uma reforma do culto, mas a abolição do mesmo.

A expulsão dos bois tem a ver com a própria constituição da sociedade tributaria-monárquica. O primeiro rei de Israel foi constituído a partir do “grupo de camponeses proprietários de bois”. Não é de estranhar que a partir de então, latifundiários, bois e sacrifícios no templo estejam articulados em um só projeto e se correspondam ideológica e religiosamente.

Além disso, os deus Baal dos agricultores cananeus tinha a representação de um boi. A agricultura e o gado necessitam de seu próprio deus e seu próprio culto. Os latifundiários foram aliados importantes de Herodes para a consolidação de seu poder e este em retribuição manteve a opulência do templo.

Assim podemos entender por que o templo estava cheio de bois, se a ideologia religiosa dominante cujo centro simbólico estava ali, era a justificativa principal para o sistema social estratificado e centralizador na Palestina desde a Reforma de Josias.

A expulsão das ovelhas do templo tem também um rico significado simbólico. As ovelhas simbolizam o povo, fechado no recinto onde está condenado ao sacrifício.

Os dirigentes exploram e assassinam o povo, verdadeira vítima do culto, sacrificam e destroem o rebanho, a cuja custa vivem. Jesus não se propõe reformar aquela instituição religiosa,, propósito certamente inútil, mas resgatar o povo dessa situação.

Todos os grupos judaicos esperavam o Reino. A agitação do primeiro século fez muitos pensarem que a hora estava próxima.

Para os zelotes era a hora de pegar em armas contra a ocupação romana para instaurar o reino de Deus no qual o templo e seu pessoal já não estariam sujeitos a nenhum império.

Os saduceus não esperavam ativamente o Reino e se contentavam em manter o culto do templo com a ajuda das autoridades romanas.

Outros grupos (essênios, e zelotes), estavam prontos para pegar em armas para defender o templo, porém se haviam retirado ao deserto à espera do momento oportuno (kairós), considerando que o templo estava em mãos ilegítimas.

Os fariseus também consideravam que a chegada do Reino dependia da expulsão do domínio estrangeiro e da restauração do templo. Contudo, não entraram a nenhuma guerrilha e se dedicaram à mais rigorosa observância da lei.

Diferentemente dos grupos anteriores, a atitude de Jesus e de sua Comunidade discipular é de firme oposição ao templo, o que aparece de uma maneira muito mais radical, não somente como rejeição de um culto dos poderosos, nas ações contra os cambistas de quem derruba as moedas e contra os vendedores de pombas a quem ordena tirar do lugar sua mercadoria.

Os cambistas representavam “o sistema financeiro” da época. Todos os homens judeus, maiores de 21 anos, eram obrigados a pagar um tributo anual ao templo. Uma infinidade de doações ou donativos em dinheiro iam parar no tesouro do templo.

Além disso, na antiguidade os templos, pela imunidade conferida a eles pelo seu caráter sagrado, eram o lugar eleito ou escolhido pelos devotos para depositar seus tesouros. O templo de Jerusalém chegou a ser um dos maiores bancos da antiguidade.

Os tributos e donativos não podiam ser efetuados em moedas que levassem e efígie imperial, considerada idolátrica pelos judeus. O templo cunhava sua própria moeda e os que iam pagar tinham que mudar suas moedas pelos do templo.

Os cambistas cobravam, naturalmente, sua comissão. Ao virar suas mesas e esparramar as moedas, Jesus estava atacando diretamente o tributo do templo e, com ele, o sistema econômico religioso dominante. O templo é para Jesus uma empresa que explora economicamente o povo.

De fato, o culto proporcionava enormes riquezas à cidade e aos comerciantes, sustentava a nobreza sacerdotal, o clero e os empregados.

A ação de Jesus toca, portanto, um ponto nevrálgico: o sistema econômico e ideológico representado pelo templo em Israel.

A ação contra os vendedores de pombas é igualmente de enorme impacto ideológico. As pombas eram animais próprios para os sacrifícios de menor importância, pois com elas os pobres ofereciam seu culto a Deus.
Contudo, o fato que seus vendedores tenham sido os únicos a quem Jesus se dirige e os responsabiliza pela corrupção do templo, deixa ver a enorme preocupação de Deus pela sorte dos pobres e sua rejeição por quem faz negocio com sua pobreza.

Em contraste com as duas ações anteriores, Jesus não executa ação alguma, mas se dirige aos próprios vendedores, acusando-os de explorar os pobres por meio do culto, dos impostos e da fraude do sagrado.

O templo é “casa de mercado" e aí o deus é o dinheiro. Ao chamar a Deus de meu Pai, Jesus não o identifica com o sistema religioso do templo.

A relação com Deus não é religiosa, mas familiar, está no âmbito da casa familiar. A relação se dessacraliza e se familiariza. Na casa do Pai já não pode haver comercio nem exploração, sendo casa-família acolhe a quem necessita de amor, intimidade, confiança e afeto.

Jesus dá um passo a mais em seu confronto radical com o templo ao propor-se ele mesmo como santuário de Deus. Diante do poder de Herodes (quarenta e seis anos de construção do templo) emerge o poder do ressuscitado (três dias). No Reino de Deus não se requer templos, mas corpos vivos.
Estes são os santuários de Deus, de onde brilha sua presença e seu amor desde que vivam dignamente. Jesus não continua a linha religiosa tradicional. Propõe uma humanidade restaurada a partir do princípio da dignidade da vida. Sobre esta base é possível sonhar e construir outra maneira de viver e de crer.

Reflexão Apostólica: 

No evangelho de João percebe-se uma exaltação dos samaritanos e uma crítica aos judeus. Assim, por um lado, temos a narrativa do diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em pleno dia, à beira do poço, que termina com todos os moradores desta região da Samaria vindo aclamar Jesus, professando nele sua fé. Por outro lado, Nicodemos, um dos chefes dos fariseus, vem conversar com Jesus, ocultando-se na penumbra da noite, e não entende a sua mensagem.

O evangelho de hoje menciona que estava próxima a Páscoa "dos judeus", dando a entender que Jesus se distancia do sistema religioso que a promove, sediado em Jerusalém.
Esse evangelho é fantástico, porque quem o escreve é João, um grande teólogo. Ele coloca essa cena no começo da vida pública de Jesus e, historicamente, ela teve ter acontecido no final, pouco antes da paixão. João puxa o fato, e é interessante entendermos a razão disso, assim como a razão histórica e política.

A João não interessava a expulsão dos vendilhões, mas afirmar que Jesus, com o seu corpo, era o grande templo. Com isso, ele quer nos dizer que não precisamos mais de igreja, assim como os primeiros cristãos também não a tinham, e celebravam a eucaristia nas próprias casas.

Para nós, cristãos, o primeiro templo é o corpo de Jesus, e não essas construções imensas. É o simples pedaço de pão e um pouco de vinho que irão se transformar no corpo de Jesus, o nosso grande templo, que podemos levar para onde quisermos. Os padres, e os ministros da eucaristia talvez não se dêem conta de que carregam o verdadeiro templo.

São Paulo percebeu que o grande templo é o nosso corpo e, com ele, nós somos o prolongamento do corpo de Jesus.

Seria maravilhoso que olhássemos nossas mãos, nosso rosto diante do espelho e reconhecêssemos uma beleza infinita, pelo simples fato de existirmos, independentemente das imperfeições.
Somos templo de Jesus e do Espírito Santo. Como seria lindo se nós, cristãos, tivéssemos consciência disso! O que João quer nos dizer é que carregamos em nosso corpo o mistério da Trindade.

Por isso, os vendilhões não tinham a menor importância, pois quando derrubassem o verdadeiro templo, que era o corpo de Jesus, o Pai eterno o reergueria em três dias, e para toda a eternidade.

É Ele que está aqui agora, ressuscitado em nosso meio. Construímos os templos de pedra, porque somos frágeis e os nossos sentidos necessitam da visibilidade, mas para o verdadeiro sentido de cristão, eles nunca seriam necessários.

No Japão, onde não existe sequer um templo, por mais de quatrocentos anos, alguns cristãos permaneceram fiéis, na fé que os pais transmitiam aos filhos.

Será que nossa comunidade teria essa energia, de permanecer fiel, sem ter uma igreja sequer onde se reunir, sem nenhuma pastoral, nenhuma celebração, nenhum sacerdote? Infelizmente, não acredito que temos essa força. Mas o cristão, imbuído de sua fé, sabe que o templo maior é ele mesmo.

Tomemos agora os vendilhões. Os evangelhos sinóticos colocam esse fato no final da vida de Jesus, e eu acredito que esse detalhe é importante.

Estava lendo um livro de um grande exegeta, e para ele, como para muitos outros, a morte de Jesus foi decidida depois desse episódio.

Nós, brasileiros, por experiência própria ou por termos lido nos livros de história, sabemos que, na década de setenta, no século passado, muitos jovens desapareceram, foram torturados ou até assassinados. Foram mortos por serem idealistas que queriam mudar este país.

Algo semelhante aconteceu com Jesus, e é bom saber que a sua história antecipou a nossa. Chega a Jerusalém e, contra Ele já havia muitas coisas.

Portanto, o exército de Pilatos e de Herodes já tinha os olhos nele, porque influenciava as pessoas que o seguiam, entrara na cidade de uma forma inusitada.

Quando entra no templo, sabia que jogava com a sua própria vida e morte, pois não era nenhum ingênuo. Ou aceitava a profanação da casa de seu Pai ou arriscava morrer.

O gesto de Jesus não foi um momento teatral, para a rede Globo, mas uma atitude que o conduziu à morte, no auge da juventude e da força.

Ele expulsa os vendilhões e no outro dia é preso, julgado e assassinado. Foi a gota d’água, um ato de coragem do homem Jesus.

Fico me perguntando: quem são os vendilhões de hoje? Há muitos, mas eu escolhi apenas alguns. Os primeiros estão nas grandes catedrais da modernidade, que são os shoppings.
Comparem as pessoas que estão nesta igreja e as que percorrem os vários que existem em nossas grandes cidades.
Vão adorando as lojas bonitas e iluminadas que exibem os grandes sacramentos: a bolsa mais cara, o vestido mais moderno, a televisão com a tela cada vez maior.

Lá estão os vendilhões escondidos por detrás de tantas luzes, no marketing, nas propagandas, na mentira, no engodo, nas imagens que mostram um ideal muitas vezes inatingível de beleza levando muitos jovens a morrer de anorexia, bulimia, e tantos outros males típicos da sociedade moderna.

Quando percebem que não conseguirão chegar ao ideal de beleza propalado, dos amores novelescos, vem depressão, insônia, ansiedade. Vem mais remédio, mais droga, até que os pontos de interrogação viram pontos finais.
Outro vendilhão que nos toca bem de perto está nas escolas e no trabalho, as duas grandes forças que conseguem nos tirar da cama bem cedo.

Antigamente era o sino da igreja, hoje, gemendo e chorando neste vale de lágrimas, cambaleantes, corremos para pegar o primeiro ônibus que nos levará à escola ou ao trabalho.

Lá também encontraremos os que exploram o trabalho das pessoas, gastas e consumidas, trabalhando em troca de salários miseráveis.

Também nas escolas há professores que vendem falsidades ideológicas, mentiras históricas e geográficas, enganos gigantescos sobre Deus, alma, beleza.

Os jovens universitários, lindos e sadios, se envenenam pelas falsas ideologias passadas por professores engravatados que se julgam sábios e detentores da verdade.
Há também os vendilhões religiosos, que querem abusar das pessoas serenas e humildes, explorando-as e tirando-lhes até a alma, se for possível.

Há ainda o maior templo, que cobre todo o universo, que é a informática, a telemática, a internet, a globalização midiática, a presença virtual.

É a maior catedral que jamais existiu em toda a história humana. Pela primeira vez, podemos saber, aqui e agora, instantaneamente, o que está acontecendo em qualquer lugar do planeta, seja um fato importante, trágico, corriqueiro ou bizarro. Basta apertar qualquer botão.
Os vendilhões desse universo gigantesco são aqueles que colocam ali dentro toda a maldade que pode existir, ao lado de coisas maravilhosas, belíssimas, que eu também admito.

Há os vendilhões que manipulam com o dinheiro alheio, usam sua inteligência para roubar, enganar, espionar. Há alguns anos, li uma manchete espetacular, contando de um americano, homem de setenta anos, preso e condenado a cento e cinqüenta nos de prisão, pelas suas jogadas econômica, pois lá nos Estados Unidos, os criminosos costumam ser punidos.

Falo também daqueles que estragam nossas crianças, levando até elas toda sorte de perversidades. O mesmo universo que traz o que há de mais bonito, traz também o que há de mais nefasto, minando uma juventude que ainda não tem estrutura para reagir diante de tanta sordidez.

São os grandes inimigos da cultura, da moral, que matam o corpo, chegando a levar muitos até o suicídio, assim como também matam os corações, a inocência, a fantasia, a imaginação, a capacidade de pensar, de esperar, e tudo o que há de mais bonito no ser humano, que acaba se arrastando quase como um animal, minado nas energias mais profundas de seu ser.

Somos feitos para a beleza, para o bem, a verdade, a felicidade. Mas não uma felicidade vulgar e fugaz, mas a verdadeira felicidade de nos saber amados e capazes de amar, cuidados e capazes de cuidar.

Seremos felizes quando formos capazes de sair de nós mesmos, abrindo-nos para o outro, dando-lhe um pouco de nosso tempo. Isso a internet não ensina.

Nela, a presença é virtual e fria, podendo mesmo ser horrível e até satânica. Essa grande catedral está sendo manejada e manipulada por pessoas perversas.

Toca-nos ser como Jesus, não com um chicote físico, mas simbólico, levando os jovens a saber selecionar os programas, arrancá-los da inércia, chamá-los ao encontro com as pessoas.

Jesus, que nos acolhe e perdoa, se abre a todos os vendilhões da modernidade e os espera para a conversão.

Que os que estão na internet sejam responsáveis e não passem pornografia e perversidade; que os mercados vendam a verdade nas suas mercadorias; que o trabalho e a escola sejam o reino do conhecimento que faça a verdade aparecer e que o templo seja o lugar da experiência do amor de Deus.

A presença de Deus entre homens e mulheres não se dá no Templo, mas em Jesus, e em todos aqueles que, fazendo a vontade do Pai, no serviço e na partilha, com amor e misericórdia, serão morada de Deus.

Pela conversão, aderimos ao Deus encarnado, humano como nós, frágil e passível de morrer em uma cruz, fiel à sua missão de revelar ao mundo o mandamento do amor que supera os antigos mandamentos da Lei de Moisés ..

Propósito: Ser fiel ao desígnio de Deus, tornando-me pedra viva da construção de sua aliança. 
__._,_.___
SUAS ESCOLHAS
Muitas das coisas que coloca você prá baixo tem a ver com as suas próprias escolhas, suas decisões. Você tomou tais decisões porque assumiu que não havia nada melhor prá você, mas existe sim, algo melhor. Muito daquilo que lhe derrota são apenas velhos hábitos que você ainda não conseguiu dominá-los. Você assume que eles são parte permanente de você, mas – absolutamente – eles não são. 

Obviamente que é necessário esforço para buscar e tomar melhores decisões. Mas melhores decisões estão disponíveis a você e uma vez que você começa a tomar algumas delas – ainda que pequenas – muitas outras, de repente, surgirão à sua frente. Obviamente também que é necessário tempo e compromisso para superar um hábito destrutivo. Porém, uma vez que você toma a decisão para a direção correta, você passa a sentir que pode enfrentar qualquer desafio que lhe vier à frente. 

Pense em quem você realmente é e o que você realmente deseja fazer com a sua vida. A vida pode ser algo pesado, tedioso e vazio ou pode ser focada, direcionada e gratificante. As decisões que você faz é quem vai fazer você. A decisão é toda sua.

Evangelho do dia 03 de março sábado


03 março 2018 - Diremos ao nosso grande Patriarca: Eis-nos todos para ti e tu sê todo para nós. (L208). São jose Marello
Lucas 15,1-3.11-32

Naquele tempo, os publi­canos e pecadores aproximaram-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. Então Jesus contou-lhes esta parábola: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queira matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome’. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”’  
 
 Meditação: 
Este Evangelho narrado por Lucas, conhecido como “parábola do filho pródigo”, poderia muito bem ser denominado “parábola do pai misericordioso”. Nele temos a revelação do Deus de Jesus que a todos acolhe em seu infinito amor. Respeita plenamente a liberdade de seus filhos e está com o coração aberto para acolhê-los a qualquer momento, sem censuras, independentemente de sua história passada.
 Este é o nosso Deus de quem nós devemos aprender todos os dias e horas. Diferencia-se do deus dos escribas e fariseus, que castiga os que dele se afastam, impondo-lhes variados sofrimentos; e, se há arrependimento, reata sua aliança sob ameaças.

É por seu amor misericordioso que o Deus de Jesus move à conversão e ao reencontro com a vida plena. Assim a parábola do Pai Misericordioso vai mostrar como Deus pai age diante do filho pecador. A situação que relata é absolutamente real e facilmente encontrável em qualquer família humana.
O movimento desta parábola é simples: apresentação dos personagens, atitude do filho menor, atitude do pai diante do filho perdido, atitude do filho mais velho.

Como se vê, as três primeiras cenas são paralelas às atitudes do pastor e da mulher diante do objeto perdido, a novidade vê da atitude do filho mais velho.

Certamente a parábola reflete a atitude dos fariseus e escribas diante dos pecadores. Não deixa de ser interessante a linguagem da refeição na parábola, o que nos lembra o contexto: "houve fome" (v. 14), desejava comer vagens (v. 16), os empregados do pai "têm pão em abundancia" (v. 17), o pai manda "matar um novilho gordo: comamos e bebamos, vamos fazer uma festa" (v. 23), "nunca me deste um cabrito para uma festa com meus amigos", queixa-se o irmão mais velho (v. 29) e esclarece "este teu filho que gastou todos os teus bens com prostitutas".

Como se vê, há um contraste entre os personagens em relação a uma mesma situação: o filho irmão menor. Como em outras parábolas de dois personagens, talvez o título deveria refletir estas duas atitudes mais que remeter ao "filho pródigo".

Por outra parte, ocupa-se em mostrar a queda profunda do filho mais novo com uma série de elementos muito críticos para qualquer judeu: "país distante", "vida libertina/prostitutas", "passar necessidade", "cuidar de porcos", não lhe dão sequer vagens para se alimentar, que é comida preferencialmente de animais (deveria roubá-las?), a ponto de pretender voltar "a seu pai" como um assalariado.

É preciso prestar atenção em palavras como "não mereço" (vv. 19.21) e "é bom/convém" (v. 32). Descobrindo sua miséria, o filho parte "de seu pai" (não diz de sua casa, ainda que se suponha "pros" (vv. 18.20), o filho mais velho é quem não entra "em casa" (v. 25).

O movimento de partida e regresso do filho é semelhante ao perder-encontrar e mais ainda à morte-ressurreição, com este paralelismo termina a intervenção do pai que volta a repetir-se ao intervir junto ao filho mais velho.

O filho mais novo preparou um discurso, porém o pai não lhe permite terminá-lo. O pai transborda em generosidade e iniciativa: não somente corre ao encontro do filho ao vê-lo ao longe, mas lhe devolve a filiação que havia "perdido": isso significa o anel (selo), as sandálias, e a melhor veste, tratamento digno de um hóspede de honra. A alegria do pai fica refletida ainda, na festa por "este meu filho".

O irmão mais velho, que retorna depois de cumprir com suas responsabilidades de filho, não quer ingressar na casa e participar da festa. Novamente o pai sai ao encontro do filho e aí escuta a reprovação. O filho mais velho se recusa a reconhecê-lo como irmão ("esse teu filho"), ao que o pai lhe recorda ("este teu irmão").

O pai não lhe nega a razão pelo fato de o filho mais velho "jamais ter desobedecido a uma ordem"; é um "sempre fiel", alguém que "está sempre com o pai" e tudo que é seu lhe pertence, porém o pai quer ir mais além da dinâmica da justiça: o filho mais novo "não merece", porém "é bom" festejar. A misericórdia supõe adiantar-se em relação aos outros.

Os pecadores, por serem tais, não merecem, porém o amor é sempre gratuito e vai mais além dos merecimentos, olha o caído. Os fariseus e escribas são modelos de grupos "sempre fiéis", porém, sua negativa em receber os irmãos que "estavam mortos" e voltam à vida, pode deixá-los do lado de fora da casa e da festa. Os mais velhos também podem sair de casa, se não imitam a atitude do pai, ou podem ingressar e festejar se são capazes de receber os pecadores e comer com eles.

Em nossa vida cristã, costumamos transitar entre caricaturas de Deus; seja pelo que acreditamos, pelo que mostramos ou por aquilo que nos ensinaram. Seja um Deus bonachão, um vingador que a uma falha nossa nos castiga, um distraído ou esquecido das coisas dos humanos aos quais criou "faz tanto tempo", um "pai" autoritário e caprichoso que decide arbitrariamente e não permite discussões na realização de sua vontade. Como é nosso Deus?

É importante saber como é o Deus no qual acreditamos, porém mais importante é saber como é o Deus no qual Jesus acreditou e como é o Deus que ele nos revelou. Como sempre, Jesus nos fala de Deus, não somente com palavras, mas também com o agir. Agindo, Jesus nos mostra a verdadeira face de Deus Pai.

Hoje Jesus nos conta uma parábola, que nos fala de Deus. É uma parábola que nasce de uma atitude de Jesus. Ela quer nos ensinar que, diante dos irmãos desprezados, podemos agir de duas maneiras diferentes: como Deus, que é também uma obra de Jesus, ou também como os judeus religiosos, os "separados" do resto, os puros.

O pecado é o amor-não-praticado e por isso nos distancia de Deus, que é amor; separa-nos da casa paterna. Porém, com seu amor, que continua sendo derramado, e de um modo preferencial pelos pecadores, Deus continua estendendo constantemente sua mão amiga, à espera da volta de seus filhos.

Nós, com nossa freqüente caricaturização de Deus, costumamos rejeitar, julgar e condenar os considerados pecadores. Nós, como Jesus, com nossas atitudes também mostramos o Deus no qual acreditamos; porém, diferentemente de Jesus, também mostramos um Deus que em nada se assemelha ao Eterno Buscador de Filhos Perdidos.

O Jesus que ama e prefere os pecadores, e come com eles, não faz outra coisa que conhecer a vontade do Pai e realizá-la concretamente: partilhada sua mesa, seu alimento nos fala claramente de Deus!

No comportamento de Jesus se manifesta o comportamento de Deus. Jesus mesmo é parábola vivente de Deus: sua ação se transforma assim em uma revelação. Que Deus, que Igreja, que ser humano revelamos com nossa vida?

Com freqüência, como irmãos mais velhos, nos sentimos tão orgulhosos de não ter abandonado a casa do pai, que acreditamos saber mais que o próprio Deus: Deus se torna "injusto" diante da nossa "justiça"; Deus é "de pouco caráter" para nossa imensa sabedoria. Quem sabe, Deus já esteja velho, para dedicar-se à sua tarefa e deveria aposentar-se e deixar-nos.

Diante de tanta gente que rejeita a Igreja ("creio em Deus, mas não na Igreja"); às vezes admitimos: "Deus sim quer a Igreja". É o caso de nos questionar: que Igreja é a que ele quer? Nós mostramos, com nossas atitudes, em que Igreja acreditamos? Esta Igreja, a que nós mostramos é a Igreja que Deus quer? Jesus, com sua vida, e até na forma de se alimentar, mostra o verdadeiro rosto de Deus.

Talvez devamos, de uma vez por todas assumir nosso papel: deixar nossa atitude de filho mais velho e, já que é tão difícil fazer o papel de Deus, deveríamos assumir o papel de filho mais novo; é hora de voltar para Deus, para enchê-lo de alegria, para participar de sua festa; e, participando de sua alegria comecemos a mostrar o rosto misericordioso deste Deus que está sempre de braços abertos para nos acolher. A mesma cena eucarística é expressão da universalidade do amor de Deus: é alimento para o perdão dos pecados.

O Deus da misericórdia não quer ninguém excluído de sua mesa, da mesa da vida; mais ainda, quer convidar especialmente a todos aqueles que são excluídos das mesas dos homens por sua situação social, por sua pobreza, por seu sexo ou por qualquer outro motivo; e vai mais longe, não vê com bons olhos os que acreditam participar de sua mesa, mas excluem de sua mesa os seus irmãos por serem pobres.

O Deus que não faz distinção de pessoas, ama diletamente os menos amados. Contudo, muitas vezes tomamos a atitude do irmão mais velho. Quando é que vamos sentar à mesa dos pobres e abandonar nossa tradicional postura de soberba e divisão de "bons cristãos"?

Quando é que vamos participar da festa de Deus reconhecendo como irmãos os rejeitados e desprezados? Jesus nos convida à sua mesa, uma mesa na qual mostramos, como em uma parábola, como é o Deus, como é a fraternidade nos quais acreditamos. E vamos mostrar que somos irmãos, que somos filhos, na medida da nossa participação da alegria do pai e do reencontro com os irmãos.

Reflexão Apostólica:

Com esta parábola, Jesus faz apelo supremo para que os doutores da Lei e os fariseus aceitem partilhar da alegria de Deus pela volta dos pecadores à dignidade da vida.

Os fariseus e escribas procuram condenar Jesus, escandalizados pela familiaridade com que trata pecadores e publicanos. Estes descobriram em Jesus um caminho de conversão. Alguém finalmente compreendeu sua história e as razões pelas quais viviam em pecado. Isto os tocou, profundamente; agora seguem a Jesus tentando uma profunda mudança de vida
A parábola confronta os que vivem sujeitos à Lei e aos ritos, com os que decidiram voltar à casa do Pai. Este continua com os braços abertos para receber com amor a todos os que decidirem converter-se; quando: desejarem fazê-lo, ou quando suas histórias pessoais os tenham tocado profundamente.

Pensando sobre esta parábola em uma comunidade de base, uma senhora perguntou: “onde estava a mãe do garoto?” E outra contestou: “Rezando para que seu filho voltasse são e salvo”. Nesta parábola é onde Jesus melhor apresenta o Deus Pai-Mãe. Tem dois filhos diferentes e os ama imensamente aos dois. Não quer escolher entre eles.

São eles que devem crer em tanto amor e gratuidade e aceitar-se mutuamente como irmãos. Ambos devem aprender do Pai-Mãe que o amor não faz cálculos mesquinhos, mas que cresce na gratuidade e na aceitação dos outros tal como são. O filho mais velho é reflexo dos fariseus, mesquinhos e calculistas.

O filho menor se assemelha aos pecadores que Jesus está recebendo em sua comunidade. Os fariseus o criticam e se negam a entrar na festa do Reino para não se juntar a eles. Não crêem na capacidade dos demais de arrependerem-se e voltar a amar. No fundo deixaram de crer na capacidade de amar que tem o Pai-Mãe revelado por Jesus. A qual dos três personagens nos assemelhamos mais?

Contemplemos nossa vida pessoal, familiar e comunitária à luz do Evangelho, para reconhecer com humildade nossas limitações e avaliar como tem sido nosso processo de aproximação ou de distanciamento da casa do Pai.

Esta parábola nos leva a refletir na nossa condição de filhos e filhas de Deus, que temos à nossa disposição alimento com fartura para saciar a nossa fome de felicidade e, no entanto, nos apossamos de uma falsa liberdade que nos impulsiona a ir buscar no mundo a mesma comida que os “porcos comem”.

Erroneamente, nós achamos que o Pai quer ter conosco uma relação de patrão e empregado e não percebemos que Ele põe ao nosso alcance, a todo o momento, a nossa herança para que possamos usufruí-la de uma maneira que nos faça desfrutar a vida e ser feliz.

Nós, porém, queremos a nossa parte como se fosse um salário que apenas serve para comprar coisas que não têm serventia e que alimentam exclusivamente os desejos da nossa humanidade. E, se arrependidos pensamos em voltar também achamos que seremos recebidos como um empregado que regressa acabrunhado sem direito nenhum, para somente receber um prato de comida. Jesus nos dá uma demonstração de como é a mentalidade de Deus.

O Pai sempre sente compaixão pelo filho que se arrepende. O processo da volta começa com o arrependimento. Quando nos afastamos de Deus querendo ser donos da nossa vida desejando ter “liberdade” para viver sem restrições e fazer o que nos dá na telha, nós sofremos as conseqüências.

Há um momento em que nos sentimos perdidos, afundados na lama, famintos e humilhados. O Pai nos espera! Podemos voltar! Ele nos receberá, porém precisamos estar arrependidos e humildes, sem razões e justificativas para que o perdão realmente aconteça e faça sentido para nós. Quem não se arrepende não precisa ser perdoado.

Às vezes nós somos o filho mais velho que não compreende o porquê da misericórdia de Deus para com os pecadores. Vivemos na casa de Deus como hóspede que não se sente à vontade nem se acha com livre-arbítrio de provar de tudo que o Pai põe ao seu dispor. E quando retorna o “filho pródigo”, nós também não compreendemos a compaixão que o Pai tem para com ele e queremos que Deus faça tudo de acordo com a nossa “justiça” que é injusta. O Pai, porém quer colocar à disposição de todos, igualmente, a herança que Ele nos destinou: a nossa salvação.

Você já experimentou voltar para Deus arrependido e humilhado? Como você se sentiu? Quando você erra volta-se pra Deus com o coração de filho (a) ou de empregado (a)? Qual a diferença entre ser filho (o) e ser empregado (a)? Você acha que o filho mais velho se comportou com a mentalidade de filho ou de empregado?

Propósito:
Pai, coloca-me no caminho da vida, banindo todo egoísmo que me afasta de ti, e não permitindo que eu jamais duvide de teu amor.

PERSISTENTE CONFIANÇA
Resolvi que farei tudo aquilo que seja para a maior glória de Deus e para o meu próprio bem, proveito e agrado, durante todo tempo de minha peregrinação, sem nunca levar em consideração o tempo que isso exigirá de mim, seja agora ou pela eternidade fora. Resolvi que farei tudo o que sentir ser o meu dever e que traga benefícios para a humanidade em geral, não importando quantas ou quão grandes sejam as dificuldades que venha a enfrentar. 
Quanto mais você tenta agradar todo mundo, muito menos você se torna capaz de beneficiar qualquer pessoa. Se você se preocupa constantemente com aquilo que os outros pensam, você estará sabotando as suas melhores realizações mesmo antes delas sequer iniciarem. Seja gentil, expresse compaixão, porém, jamais seja escravo da opinião de ninguém. 

Faça o possível para sempre manter alto o seu padrão de conduta. Apenas tenha em mente que eles venham ser seus padrões, ou, - melhor ainda – padrões de Deus; e não meramente reflexos de temores sobre o que as outras pessoas possam estar pensando a seu respeito. 

Ouça os críticos e aprenda com eles. Mas não permita que eles venham lhe interromper ou retardar aquilo que você está fazendo e que – decididamente - deve ser feito. Você pode realizar muito, mas muito mais do que você imagina se apenas você for confiante e persistente para seguir em frente a despeito dos obstáculos. A despeito do que outros possam pensar ou dizer, crie valores que estão a sua disposição para serem criados. No final, apenas isso que realmente importa.

Evangelho do dia 02 de março sexta feira


02 ,março 2018 - São José é sempre o “Dirigente de coroque dá os tons; embora, às vezes, permite alguma nota desafinada. Neste seu querido mês, porém, quer que todos os acordes fluam certos e melodiosos, de modo que arrebatem o nosso espírito para o alto, onde tudo é harmonia. (L 206). São Jose Marello
Mateus 21,33-43.45-46

"Escutem outra parábola: certo agricultor fez uma plantação de uvas e pôs uma cerca em volta dela. Construiu um tanque para pisar as uvas e fazer vinho e construiu uma torre para o vigia. Em seguida, arrendou a plantação para alguns lavradores e foi viajar. Quando chegou o tempo da colheita, o dono mandou alguns empregados a fim de receber a parte dele. Mas os lavradores agarraram os empregados, bateram num, assassinaram outro e mataram ainda outro a pedradas. Aí o dono mandou mais empregados do que da primeira vez. E os lavradores fizeram a mesma coisa. Depois de tudo isso, ele mandou o seu próprio filho, pensando: "O meu filho eles vão respeitar." Mas, quando os lavradores viram o filho, disseram uns aos outros: "Este é o filho do dono; ele vai herdar a plantação. Vamos matá-lo, e a plantação será nossa." Então agarraram o filho, e o jogaram para fora da plantação, e o mataram.
Aí Jesus perguntou: E agora, quando o dono da plantação voltar, o que é que ele vai fazer com aqueles lavradores?
Eles responderam: Com certeza ele vai matar aqueles lavradores maus e vai arrendar a plantação a outros. E estes lhe darão a parte da colheita no tempo certo. Jesus então perguntou: Vocês não leram o que as Escrituras Sagradas dizem? "A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas. Isso foi feito pelo Senhor
e é uma coisa maravilhosa!" E Jesus terminou: Eu afirmo a vocês que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado para as pessoas que produzem os frutos do Reino. Os chefes dos sacerdotes e os fariseus ouviram as parábolas que Jesus contou e sabiam que ele estava falando a respeito deles. Por isso queriam prendê-lo, mas tinham medo da multidão porque o povo achava que Jesus era profeta.
"
 Meditação:

No Evangelho, Jesus fala-nos abertamente: o Reino nos será tirado e entregue à outros, se não nos convertermos das nossas ambições, orgulhos e vaidades. Se não abandonarmos a vida do pecado e não aprendermos a praticar a justiça e o bem!

Oxalá, não tenhamos a sorte dos vinhateiros retratados por Jesus neste evangelho. Mas sim a daqueles que, assumindo a sua vocação, se tornam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo com uma missão específica!

A parábola evangélica de hoje mostra a má vontade de uns lavradores que por avareza matam o filho do dono da vinha, filho em quem está figurado Cristo. A linha narrativa da parábola é clara por si mesma.

Tratando de assinalar quem é quem na parábola, torna-se evidente que a vinha é Israel; o dono, Deus; os arrendatários, os chefes do povo judeu; os criados, os profetas; o filho morto, Jesus Cristo, e o castigo de justiça, para além da destruição de Jerusalém e do templo, a entrega da vinha a outros, isto é, a admissão das nações pagãs no reino de Deus.

A reação dos sumos sacerdotes e dos fariseus mostra já em ação o que Jesus pré-anuncia em parábola: “compreenderam que falavam deles; e embora procurassem deitar-lhe a mão, temeram as pessoas, que o tinham por profeta”. À medida que avançamos para a Páscoa, vai adquirindo relevo o mistério da morte e ressurreição de Cristo, o Filho de Deus feito homem.

A parábola dos vinhateiros homicidas é um compêndio da história da salvação humana por deus, desde a sua aliança com o povo eleito, Israel, até a fundação da Igreja por Jesus como novo povo de Deus, passando pelos profetas e o próprio Cristo, que anunciou o reino de Deus e foi constituído pedra angular de todo o plano salvador, mediante o seu mistério pascal de morte e ressurreição.

Nesta perspectiva histórico-salvífica há dois momentos altos que a parábola realça na redação de Mateus que hoje lemos:

a) O filho do dono é arrastado da vinha e morto fora da mesma pelos arrendatários malvados e avarentos. Alusão manifesta à morte de Jesus no Gólgota, fora das muralhas de Jerusalém.

b) A menção final da pedra, primeiro rejeitada e logo convertida em pedra angular do edifício, segundo o salmo 118, foi uma passagem preferida pelo Novo Testamento para se referir a Cristo, o Senhor ressuscitado e glorioso.

Por isso é provável que este ponto seja uma edição posterior da comunidade, tradição consignada pelos três sinóticos.

A projeção eclesial é o segundo ponto culminante com que Mateus enriquece, com marcada intenção, à lição da parábola. Fiel ao seu objetivo catequético sobre o novo povo de Deus que é a comunidade cristã, enfatiza a missão da Igreja dentro do marco da história da salvação: “O Reino dos céus vos será tirado e será dado a um povo que produza frutos”.

Desta forma, desloca a atenção desde a imagem inicial da vinha até ao reino de Deus, que é confiado à Igreja. A vinha que começou representando Israel, conclui significado tanto o novo Israel, a Igreja, como o reino de Deus.

Na sua reflexão pascal a comunidade cristã primitiva entendeu a parábola como uma advertência de Cristo também para ela própria.

Trata-se de um convite do Senhor a dar fruto segundo Deus, uma vez que se nos confiou a vinha, o Reino, para um serviço fiel e fecundo.

A fé, o culto e a oração devem plasmar-se em frutos para não frustrar as esperanças que o Senhor pôs em nós nesta hora do mundo, um tempo de vindima e colheita de Deus.

A nossa eleição como povo consagrado a Ele não deve ser motivo de orgulho puritano e estéril, mas de fértil responsabilidade cristã.

É assim como devemos hoje aplicar-nos esta parábola para que a escritura seja eficaz em nós: com espírito de revisão e conversão quaresmal. Assim seremos um povo que produz fruto.

O Senhor quer receber de nós a colheita e, se não estamos plantando, nada teremos para entregar ao Senhor que vem.  

Se lhe pedissem hoje contas a você qual seria a colheita que você teria para entregar ao proprietário? O que você entende por pedra angular?  Quem é Jesus na sua vida?

Reflexão Apostólica:  
Tenho oportunidade de conversar com muita gente e durante essas conversas surgem tremendos desabafos que acabam me motivando ainda mais a continuar caminhando.

São pessoas felizes, tristes, esperançosas, magoadas, vivendo turbulências, alguns jubilosos, mas as que mais me chamam a atenção são aquelas que são perseguidas, menosprezadas, deixadas num canto, não pelo sofrimento, mas por não terem feito nada de errado.

Sabemos que Jesus em sua inigualável sabedoria usava de situações e exemplos que transpunham as pessoas a se por no lugar da história e dela, a partir de uma opinião, traçar uma resposta ou conclusão.

Quem por ventura era o filho do dono da vinha?

Nossa fé nos faz acreditar que um dia Jesus voltará e de forma gloriosa, no entanto, e se Ele optar pelo vento suave e não pelo vendaval, conseguiremos vê-lo ou reconhecê-lo?

Quantas pessoas de nossa comunidade, serviço, faculdade também são assim. Trabalham, trabalham, se empenham, se prontificam, ajudam, dão suor, mas quando apontam uma situação nossa errada ou pelo menos equivocada são taxadas como “causadores de tumulto”, “sabichões”. Fico imaginando o pobre filho do dono da vinha… Cheio de boas intenções, mas feriu o interesse daqueles que querem ficar com que não é deles.

E quando a justificativa é a experiência? O tempo de casa, comunidade? (hunf) Outra briga! E o vento sopra e mais uma vez não é ouvido pelo orgulho.

Acredito que os que têm mais tempo de casa deveriam ser os primeiros a denunciar o que é errado ou equivocado. A idéia de não querer se indispor já nos fez perder muitas lideranças.

Devem ser ouvidos e não se calar. Conheço também muita gente que por falta de humildade e demasiadamente animado pela juventude (ou seria infantilidade) não se permite a ouvir, mas, ha de se convir, que devemos sempre abrir um precedente em todas as discussões: E SE ELE ESTIVER CERTO e EU ERRADO?

O vento sopra suave, mas se torna quase impossível ouvi-lo ou senti-lo quando gritamos.

Já participei de reuniões que quase viraram "barraco". Já presenciei também discussões homéricas por causa de uma coisa banal esquecida durante a missa. Ah!! E aquelas discussões por causa da música, do glória, do ato penitencial… 

Tenho conhecidos que se tornaram especialistas em assistir a missa como se fosse aquele jogo dos sete erros. Vão correndo na Liturgia, no pároco, no bispo e, se fosse fácil, até no papa, pra dizer aquilo que ninguém na missa percebeu e só ele (a), pois na verdade ainda não notou que , mais uma vez, não ouviu a palavra.

Já ia esquecendo… E os irmãos (inclusive eu já me peguei fazendo isso) que sentam pra ouvir a homilia ou reflexão ou a pregação do colega ou do sacerdote, só pra anotar as coisas erradas (ao seu entender) que são ditas no calor de uma emocionada fala?

Descobri que quando fazemos isso estamos revelando um lado imaturo nosso que se sacia com o erro do outro, ou seja, quanto mais imaturos, mais procuramos defeitos nos outros para me sentir melhor que ele (a). Ah! É inveja mesmo!
Concluindo: A Bíblia não é um livro de historinhas, e não conta só coisas boas, e por isso sabemos que a Sagrada Escritura é um livro verdadeiro, inspirado, porque ela não está para convencer as pessoas a respeito de uma vida perfeita, alienada, “desencarnada”.

Na Palavra de Deus você encontra a vitória da luz sobre as trevas. Eles estavam prontos para matar Jesus, mas Deus não se deixa vencer pelo mal e por qualquer desgraça, pois tem o poder de tirar um bem muito maior de tudo.

Existem duas coisas que a Palavra diz para nós: As perseguições, incompreensões e o desprezo vão sempre acompanhar aqueles que querem fazer a vontade de Deus.

Você quer fazer a vontade de Deus? Então você vai ser desprezado; isso faz parte. Essa é a primeira coisa, e talvez você esteja vivendo esse tempo agora; mas há uma segunda coisa que você não pode esquecer jamais: a vitória pertence ao Senhor, a vitória é sempre de Deus.
Se o filho do dono voltasse hoje pra ver como tratamos o que Ele nos confiou, poderia ter o mesmo fim que aqueles que são perseguidos. O Todo-poderoso pode converter em vitória a pior das desgraças e fracassos de nossas vidas.

Ouçamos mais os outros! Eles podem estar representando o Dono. Lembrem do evangelho de ontem… "Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite.". (Lc 16, 31)

 Propósito: Deixar-me tocar pelos apelos de Deus e me converta sinceramente para Ele.
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FAZENDO DIFERENÇA
Eu descobri um paradoxo: se eu amar até doer, então não haverá dor, mas apenas mais amor.  Teresa de Calcutá
Quando as coisas saem erradas, não se desespere. Você pode fazer uma diferença; apenas movimente-se e faça o que você tem que fazer. Não tenha medo de reconhecer e aceitar o que já aconteceu. Ao fazer isso, você estará aceitando as coisas como elas são, poderá fazer uma positiva diferença e impactar o mundo ao seu redor. 

Não há necessidade de se preocupar e gastar a sua energia mental para entender se você está no lugar certo ou na hora certa. Sempre é a hora certa de estar no lugar certo e na hora certa para fazer uma diferença. Tudo que lhe acontece é uma oportunidade para fazer uma diferença. Em vez de gastar sua preciosa energia em remorsos e pesares, coloque essa energia no propósito de fazer uma diferença. 

Cada uma das suas habilidades – que Deus graciosamente lhe concedeu – lhe dá a habilidade de fazer uma diferença. Firme-se na visão do melhor que a vida pode ser e faça uma diferença onde você estiver.

Evangelho do dia 01 de março quinta feira


01 março - Vamos parar um pouco para podermos ouvir a voz de São José: estamos no seu lindo mês. (L 208). SÃO JOSE MARELLO


Lucas 16,19-31

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.
 
 
 1º Meditação: 

Esta parábola é uma seqüência de parábolas mencionadas por Jesus no Evangelho de Lucas, a do filho pródigo, o administrador infiel e automaticamente a parábola do rico e Lázaro.
Existe uma suposição de que Jesus queria dizer através desta parábola que os homens bons e maus recebiam suas recompensas após a morte, porém esta alegoria contradiz dois princípios:
1º) Um dos princípios mais relevantes de interpretação, é que cada parábola tem um propósito de ensinar uma verdade fundamental.

2º) O sentido de cada parábola deve ser analisado a partir do contexto geral da Bíblia.
A parábola do rico e Lázaro tem o propósito de ensinar que o destino futuro fica determinado pelo modo que o homem aproveita as oportunidades nesta vida.
Em conexão com o contexto da parábola anterior do administrador infiel. “Se, pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” (Lc 16,11).

Sendo assim, compreende-se que os fariseus não administravam suas riquezas de acordo com a vontade divina, e por isso estavam arriscando seu futuro, perdendo a vida eterna.
Portanto, fica estabelecido que interpretar esta parábola de forma literal, resultaria em ir contra os próprios princípios encontrados nas escrituras. Fosse essa história uma narrativa real, enfrentaríamos, o absurdo de ter que admitir ser o ‘seio de Abraão’ o lugar onde os justos desfrutarão o gozo, e que os ímpios podem se ver e falar uns com os outros.
Esta passagem ilustra, através de uma imagem, o resultado de uma vida orientada para o serviço dos bens materiais ou para o serviço do plano divino. Lucas nos fala da incompatibilidade entre o seguimento de Jesus e o serviço à riqueza, e para tornar o tema mais redundante, apresenta-nos esta parábola que, como nas demais, mostra também algum aspecto particular do que Jesus concebe como a realidade do reino de Deus.

Há uma clara advertência sobre a impossibilidade de servir a Deus e ao dinheiro, como nos fala a Campanha da Fraternidade. A conseqüência mais imediata é o esquecimento das mínimas relações de justiça e da finalidade da vida em si.

O
rico da parábola não foi parar no lugar indicado por Jesus por uma decisão divina, mas é o lugar que ele mesmo escolheu desde o momento em que perdeu, por decisão própria, o horizonte de seu destino; os bens materiais têm que ser os meios pelos quais o ser humano vai se realizando, porém, desde o momento em que deixam de ser os meios para se tornarem os fins em si mesmos, começa a curva para a desumanização, e este é o caso homem rico da parábola.

Estamos ante dois extremos da condição social e religiosa que revelam por onde vai o querer de Deus. O rico, que conhecia a lei e os profetas, não foi capaz de assumir uma atitude generosa, solidária e comprometida para dignificar os pobres que o rodeavam.
Lázaro, em troca, abandonou-se por completo nas mãos de Deus. O pobre recebe assim ajuda divina e se converte em critério para o julgamento definitivo dos seres humanos.

A parábola permite ver com clareza a sorte dos egoístas que depositaram toda a sua confiança na riqueza. O desejo tardio de conversão já não é suficiente para a própria salvação; por isso sublinha a importância de ler os sinais dos tempos e escutar a voz de Deus nos profetas e no clamor dos pobres. É aí onde a bondade e o amor devem tornar-se realidade.
Muitas pessoas apostam que a plenitude da vida e da felicidade se encontra na riqueza; basta olhar a correria de pessoas por empregos ou negócios que ofereçam enormes salários, e sempre insatisfeitas com o que vão conquistando.

É a diabólica pedagogia que tem dividido o nosso mundo em milhões de “lázaros”, obrigados a catar lixo, a comer sobejos que caem das mesas dos ricos, ou morrer de fome. Uma pedagogia que, infelizmente, parece ter se transformado em religião no nosso mundo e que é uma das razões dos piores males da humanidade.
O ser rico não é mais um sonho de alguns que ficavam observando a fabulosa vida que leva quem chegou a ser um “tio patinhas” da vida, mas se tornou uma verdadeira obsessão, que ameaça cancelar os verdadeiros desejos do coração, aqueles que Deus inspira e tem como sonho “amar até doar-se em plenitude”.

Infelizmente, parece que é a fábula do momento: uma fábula cultivada de tantas revistas e livros especializados em como “enriquecer juntos”, “o segredo das mentes milionárias” etc, sem por um único momento, pensar que atrás da fachada de luxo e ostentado bem estar, muitas vezes está uma tristeza que é sinal do vazio do coração. Nada pode dar a verdadeira felicidade se não o amor que se faz dom e não posses.

Lucas denuncia o mau uso do dinheiro por parte de alguns à custa da miséria de tantos. Na parábola do homem rico e do miserável Lázaro, Jesus descreve a vida terrena de ambos: os dois extremos da sociedade.
 O rico tem um estilo de vida alto, suas roupas são das grifes mais caras, elegantes e luxuosas. Ele usa a sua riqueza para levar uma vida cheia de prazeres. O sentido da vida pra ele é o prazer das coisas materiais. O que o separa do miserável

Lázaro é apenas a porta de sua casa. Ele não acolhe o pobre. Este leva uma vida dura; não só é desprovido de bens, mas se encontra doente e desabrigado. Seu corpo não é coberto de roupas finas, mas de muitas feridas. Ele quer matar sua fome com o sobejo da mesa do rico. Sua companhia são os cães sujos que se aproximam dele para lamber-lhe as feridas. Faminto e doente, vive na sujeira das ruas. Mas, diferentemente do rico, Jesus faz questão de lembrar o seu nome: Lázaro (Deus ajuda). Na extrema pobreza, ele não perde a confiança, mas é convicto de que Deus o ajuda.

Morre o miserável, único instrumento de salvação do rico. Morre também o rico. A morte os torna iguais. Não há como escapar dela. E a este ponto, o destino deles se inverte completamente.

O que é descrito sobre a vida depois da morte dos protagonistas da parábola não quer ser uma descrição precisa da vida eterna; mas quer caracterizar a radical diversidade entre a vida daquele que um tempo foi rico e a do que foi pobre.

Lázaro é levado para o seio de Abraão, para o banquete festivo. Quanto ao rico, dois elementos mostram como mudou a sua situação. Ele que vivia no luxo, agora é rodeado de fogo e grandes tormentos. Ele que tinha a sua disposição comidas finas e bebidas importadas, agora implora por uma simples gota d’água.
 Na vida terrena, Lázaro faminto tinha lhe pedido os restos da sua mesa sem receber nada. Agora, é o rico que pede uma gota d’água na ponta do dedo de Lázaro e não pode recebê-la. Tarde demais! O modo no qual empregou sua riqueza e consumou a sua vida o reduziu a uma condição na qual sofre dor e tormento.

O rico reconhece tanto que o modo que conduziu sua vida estava errado que queria que Lázaro fosse avisar aos seus irmãos para mudarem de vida a fim de evitar aquele trágico destino. 

Abraão não permite e responde: “Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem” Pra evitar esse destino, é necessário escutar a Palavra de Deus, pois ela mostra a vontade de Deus, a orientação para uma vida justa. Nela, é expressa a nossa responsabilidade social com relação aos mais pobres. Mas somente seremos capazes de praticá-la se tivermos um coração bom e aberto.

O coração cego é endurecido pelo egoísmo e não se interessa por Deus nem pelo próximo. Jesus nos convida sempre a tomar consciência dos verdadeiros problemas do mundo e a atuar num empenho cristão, que não se limita a alguma esmola, mas procura ir às causas da desigualdade, das injustiças, com obras de partilha e de solidariedade.
 Quantas coisas supérfluas nós temos? Quanto tempo da nossa vida desperdiçamos com coisas inúteis? Quantas coisas podemos fazer pelos mais necessitados e não o fazemos? Ele não nos condena se usarmos coisas materiais boas, o que ele denuncia é se isso significa egoísmo e indiferença para com os nossos irmãos mais necessitados.
 
1º Reflexão Apostólica:

Vivemos num mundo onde a falta de sensibilidade diante da dor do outro é cada vez mais generalizada. Urge reagir como cristãos.

Este texto do evangelho de Lucas é a mais expressiva parábola quanto à denúncia da sociedade dividida, de um lado ricos que tudo usufruem e de outro lado pobres privados dos bens necessários à vida digna.

O cenário de fundo, com o juízo final e a condenação do rico e a consolação do pobre aponta para a condenação e a proposta de mudança do sistema sócio-econômico que, hoje, garante a riqueza e o poder de uma minoria, a partir da exploração da maioria excluída, empobrecida e sofredora. Todos, sem exclusões, são convidados a se empenharem nesta mudança, a favor da vida.
As lições apresentadas nesta parábola são claras e convincentes, porém os justos ou injustos receberam suas recompensas somente no dia da ressurreição.
Na verdade esta parábola traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o pobre que nele depositava confiança. Os Judeus criam ser a riqueza um sinal das bênçãos de Deus pelo fato de serem descendentes de Abraão, e a pobreza indício, do seu desagrado para com os ímpios.

O problema não estava no fato do homem ser rico, mas sim por ser egoísta. A má administração dos bens concedidos por Deus havia afastado os fariseus e os Judeus da verdadeira riqueza, que é a vida eterna, esqueceram do segundo objetivo que se encerra na lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Este texto evangélico também é um dos mais fortes na argumentação de que uma vez tendo morrido, nenhum de nós “tem permissão” de Deus para voltar a este mundo, nem que seja para dar um bom conselho a um familiar.

Com o exemplo do rico e do pobre Lázaro, Jesus nos revela mistérios da realidade mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso porto final, o céu.

O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim ele se refestelava na sua própria “felicidade”.

No entanto, mesmo sabendo da existência do pobre, o rico ignorava a sua situação, e deixava-o caído à sua porta esperando que alguma coisa lhe sobrasse quando “a festa” findasse.

Se formos prestar atenção a este quadro, chegamos à conclusão que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade.

O que nós precisamos estar atentos (as) é que assim como o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”, como nos revela Jesus. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos induzi a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer.

Se nós tivermos uma idéia da vida só para ser uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza nós iremos ser “enterrados” (as).

No entanto, se concebermos a idéia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham para o Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão.

Contudo, isso não depende apenas do nosso saber, ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra nós já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoas com TODOS.

Não apenas com aqueles (as) que são para nós os mais queridos (as), não somente para com os “ricos”, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida e santidade. Jesus abriu para nós um cenário real, o qual nós não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela.

Para onde vamos, só Deus sabe, mas nós podemos ter uma idéia, dependendo do que nós estivermos colocando em prática. O rico não foi enterrado porque era abastado, nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram.

Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores.

Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. No entanto, ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza. Há, porém, outra coisa importante que nós precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora!

Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco nós podemos de lá fazer com que aqueles que nós temos interesse que escapem possam se redimir. No entanto, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!”

Isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. Quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreender os ensinamentos de Jesus, nós também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra.

Quais os bens que você tem recebido na vida? Você os tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta?  Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas? Qual é a idéia que você tem da vida após a vida aqui na terra? Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?

Propósito:
Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele

2º Meditação:

Nesta contundente parábola podemos ver uma das características fundamentais de Lucas: a denúncia da injusta divisão riqueza x pobreza na sociedade. Esta divisão fere frontalmente a proposta de Jesus para o Reino de Deus. 

O contraste entre a fartura do rico e a situação extremamente precária do pobre é apresentado de maneira bem realista.

Na situação pós-morte de ambos, de imediato o rico está entre tormentos e o pobre é levado pelos anjos para a glória de Deus. É a expressão da morte no apego à riqueza e aos bens e o gozo da vida nos valores do Reino de Deus. 

A parábola de hoje nos mostra que os homens ricos precisam aprender que se desejarem terão cada vez mais. Porém, na vida eterna não poderão jamais entender o quanto desejaram os tormentos. 

Na verdade, a VERDADEIRA RIQUEZA está nos ensinamentos de JESUS. DEUS manda as parábolas para aqueles que não a compreendem e não conseguem se livrar das suas riquezas materiais. Nossa vida não consiste somente em tormentos de valores humanos. 

Para aqueles que não sabem, o silêncio de DEUS é sinal de indefinição. Nossa vida, não se resume em desapegos somente materiais. O ESPÍRITO que nos foi dado merece a maior atenção. 

Na riqueza material nada se compara a satisfação do poder. Na riqueza ESPIRITUAL, não podemos nos desapegar das PALAVRAS SANTAS.

De fato, os PROFETAS, assim como Abraão, aceitaram a DEUS em suas vidas. Porém, aprenderam a respeitar, depois de mortos, suas santificações. 

No trabalho para DEUS são eles que mais se dedicam, pois começaram a FÉ. No caso de JESUS, que veio direto do CÉU para a TERRA, trazendo o ensinamento da VERDADE, explica: " Ninguém subiu ao CÉU, a não ser aquele que desceu do CÉU". JESUS foi para os que se comprometeram com DEUS ,este caminho para a SANTIFICAÇÃO. 

O inferno existe e nenhum de nós, que aprendemos a usar o PODER DA PALAVRA, queremos que irmãos se encaminhem para o sofrimento. Aprendei!

Só JESUS conseguiu ensinar a VERDADE, e os APÓSTOLOS, com a ajuda do ESPÍRITO SANTO, criaram o caminho da SANTA IGREJA. Católico é católico, e o é somente porque DEUS o sustenta na fé. AMAR as PALAVRAS DE DEUS, tornam o homem mais forte espiritualmente e preparado para SANTIFICAÇÃO. 

Não há como ajudar aos mortos, pois o abismo entre os que estão vivos não pode ser transpassado. Ai daquele que desrespeita os ensinamentos de DEUS. Se tornarão como este rico da vida humana, pobre da vida eterna. Escolham seu caminho: Ou servem a DEUS ou ao dinheiro. Porém, saibam que a divisão de JESUS permanece como esta escrito" 

É pela conversão que se elimina o abismo que separa os ricos dos pobres, a partir do seguimento de Jesus, Filho de Deus, doador da vida eterna.

Muitos baterão a porta dizendo: "SENHOR deixe-me entrar, através teu nome eu expulsei demônios, levei teus ensinamentos e ELE vos dirá: EU NÃO OS CONHEÇO!". Eis que JESUS AMA ao PAI, assim como nós, que aprendemos a trabalhar com o ESPÍRITO SANTO. GRAÇA E PAZ!

2º Reflexão Apostólica 
Uma frase me chamou muito a atenção: “Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite."

Jesus se empenhou de todo coração, de toda sua alma e com todas as suas forças, mas sabia que mesmo após sua ressurreição ainda teríamos jovens ricos como do evangelho de hoje. E o que Ele espera de nós? Que continuemos a tentar convencê-los que o momento é este e é propício para mudar de vida, converter-se…

Ontem vimos a confusão feita pela mãe de João e Tiago ao propor um lugar de destaque para seus filhos. Reparemos então o que esta em caixa alta: “QUE DOU A CADA QUAL CONFORME O SEU PROCEDER E CONFORME O FRUTO DE SUAS OBRAS”. Portanto, denota que preciso ter uma ação pro ativa quanto ao que quero e quanto ao que vivo.

Ao todo tempo vivemos uma relação entre dois elementos: a resposta e a conseqüência. Tudo que faço ou ação que tenho pode se chamada de resposta e a conseqüência é o que recebo após a resposta.

Pedir é uma resposta, ser atendido ou não é a conseqüência do pedir. Em que esse entendimento pode gerar uma mudança no pensamento dos que me cercam e também no nosso?

Um parêntese: O que antevêem a resposta são os antecedentes, por exemplo, por que peço, clamo ou agradeço a Deus? Que motivos me fazem crer, acreditar, mudar ou ter uma postura?

Jesus saiu pelo mundo levando a sua noticia, mas nem todos acreditaram Nele ou em sua mensagem. Sua morte e ressurreição convenceram a muitos, mas precisou mostrar as mãos e o lado para que um dos seus apóstolos, Tomé, pudesse crer e mudar sua opinião.

Crer é uma resposta, a mudança de vida é conseqüência. O que preciso me empenhar é na conseqüência e não na resposta. Como assim? Não preciso crer pra mudar de vida? Claro que não é isso!

A mudança de comportamento já é uma resposta da fé, mas queremos tanto que as pessoas mudem que lhes impomos o impossível, como conseqüência, cairá a resposta que desejávamos.

Jesus sempre esperou a conseqüência. Convenceu Pedro, mas apenas quando o arrependimento de não ter feito nada ao ver ser mestre preso, maltratado e humilhado que tenha lhe caído a ficha. Quando Jesus olha nos seus olhos, após o galo cantar pela terceira vez, Pedro vê a conseqüência da sua falta de fé.

Nos alcoólicos anônimos tem-se uma regra de ouro: é preciso que a pessoa veja o que se tornou para poder mudar. O jovem rico do evangelho de hoje tenta proteger os seus do sofrimento que poderia sofrer sem que houvesse necessariamente a mudança de comportamento voluntário. “(…) Porém, se alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos seus pecados”.

Jesus curou dez leprosos, quantos voltaram?
Nessa relação RESPOSTA – CONSEQÜÊNCIA qual é a missão ou resposta? INSISTIR.

Nossa insistência verdadeira, que é de fato se importar, pode aos poucos fazer aquele que vive perdido aceitar a resposta de Jesus.

A samaritana do poço só foi convencida pois Jesus falava como já a conhecesse. Bartolomeu sentiu-se acolhido quando Jesus disse lembrar quando ele ficava debaixo da árvore… Um cristão só convence outro através da insistência verdadeira, ou seja, quando ele vive o que fala.

Tai o nosso grande problema! Temos essa dificuldade.

Esforcemo-nos mais em viver o que falamos e o céu e santidade serão conseqüência!

RENUNCIE AO SEU EGO
O seu ego não traz solução para nenhum problema. O seu ego não convence ninguém de absolutamente nada. O seu ego não lhe faz mais forte, mais influente, mais habilidoso, mais capaz, nem mais sábio. 

Tome a decisão de viver um estilo de vida acima das considerações do seu ego. Vá para além dos interesses superficiais do seu ego e se eleve para um extraordinário nível de eficiência. Renuncie ao seu ego e muitos dos seus temores irão se dissolver. Renuncie ao seu ego e você verá que inúmeras e positivas possibilidades se tornarão muito mais acessíveis a você. 

Sem o seu ego lhe arrastando constantemente de um lado para o outro, você poderá focar naquilo que realmente importa. A renunciar ao seu ego você irá descobrir uma das mais coisas mais profundas e significativas que você pode fazer para si mesmo: anular a ênfase nos seus próprios interesses.